Reclamação Constitucional-3
Reclamação Constitucional-3
Reclamação Constitucional-3
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
com fundamento no art. 103-A, § 3º, da CRFB/88, no art. 988, inciso III, do
CPC, e no art. 7º, caput, da lei nº 11.417/06, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:
(...) tenho para mim, na linha de decisões que proferi nesta Suprema Corte,
que se impõe reconhecer, mesmo em se tratando de procedimento
administrativo, que ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus
bens ou de seus direitos sem o devido processo legal, notadamente
naqueles casos em que se estabelece uma relação de polaridade
conflitante entre o Estado, de um lado, e o indivíduo, de outro. Cumpre ter
presente, bem por isso, na linha dessa orientação, que o Estado, em tema de
restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão, não pode exercer a sua
autoridade de maneira abusiva ou arbitrária (...). Isso significa, portanto, que
assiste ao cidadão (e ao administrado), mesmo em procedimentos de índole
administrativa, a prerrogativa indisponível do contraditório e da plenitude de
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, consoante prescreve
a Constituição da República em seu art. 5º, LV. O respeito efetivo à garantia
constitucional do due process of law, ainda que se trate de procedimento
administrativo (como o instaurado, no caso ora em exame, perante o E.
Tribunal de Contas da União), condiciona, de modo estrito, o exercício dos
poderes de que se acha investida a Pública Administração, sob pena de
descaracterizar-se, com grave ofensa aos postulados que informam a
própria concepção do Estado Democrático de Direito, a legitimidade
jurídica dos atos e resoluções emanados do Estado, especialmente quando
tais deliberações, como sucede na espécie, importarem em invalidação,
por anulação, de típicas situações subjetivas de vantagem.
[MS 27.422 AgR, voto do rel. min. Celso de Mello, 2ª T, j. 14-4-2015, DJE 86 de
11-5-2015.]
3. DA TUTELA DE URGÊNCIA
4. DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede deferimento.
Salvador/Ba, 07 de novembro de 2022