Engenharia Mecânica - Eletroerosão
Engenharia Mecânica - Eletroerosão
Engenharia Mecânica - Eletroerosão
ANANINDEUA - PA
2022
CLENILSO ALDIR FELIPE DA SILVA
ANANINDEUA
2022
Clenilso Aldir Felipe da Silva
Abstract: The EDM process is one of the processes with technical characteristics
that allow its use in machining processes of difficult-to-machine materials and
complex geometries. Titanium alloys, for example, are high-performance materials
that have strength characteristics that make the machining process complex. The
relationship of material to cutting technology is important for producing complex
surfaces in high-tech applications. This work seeks to describe the working principle
of the EDM equipment, characterization of the processes, and tools used. It is
concluded that this machining process is mostly applied to execute complex shapes
and in small quantities, has a high operational cost due to its specificity and
operational complexity.
2 Objetivos
Apresentar de forma sequencial o princípio de funcionamento de uma
máquina de eletroerosão.
Apresentar os materiais empregados na construção de ferramentas.
Apresentar as Vantagens e desvantagens do processo de usinagem por
eletroerosão.
3 Justificativa
A necessidade de acelerar o entendimento do mecanismo de ação do
processo de usinagem por eletroerosão, é de extrema importância para o
desenvolvimento técnico e conceitual de profissionais de engenharia mecânica, e
áreas afins. Onde cada etapa do processo apresenta uma especificidade e
característica intrínseca de processos de fabricação não convencional.
O presente trabalho descrever as etapas isoladas e em um tópico específico a
interação de forma de controle do processo, além de mostrar as principais
vantagens e desvantagens do processo.
A pesquisa irá levantar os conceitos do processo e suas formas de execução
via máquina ferramenta.
Esperamos atrair a atenção para o tema e contribuir para a descoberta de
novas técnicas de fabricação de peças de alta complexidade geométrica com o
agravante de alta dificuldade de usinabilidade por processos manuais ou
convencionais. Além disso, nossas conclusões podem servir de base para outros
estudos da área engenharia mecânica, engenharia de produção, engenharia civil,
entre outros.
4 Revisão Teórica
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Lazarenkos, uma equipe de cientistas
da ex União Soviética composta por marido e mulher , descobriram pela primeira vez
o principio da usinagem por descarga elétrica, o que tornou possível a usinagem de
metais muito duros e produzir perfis muito complexos, o que antes não era possível
de fazer utilizando ferramentas de corte convencionais . No pós-guerra os
fabricantes do Japão também aguardavam a aplicação prática desta tecnologia.
No final dos anos 40 e início dos anos 50 tornou-se possível fabricar EDMs no
Japão, mas essa tecnologia ainda estava afetada por uma série de problemas. A
usinagem era muito lenta e o acabamento muito grosseiro. O elevado nível de
desgaste dos eletrodos significava que a velocidade de usinagem não poderia ser
aumentada e que a única aplicação prática para essas máquinas era a de perfurar
metais muito duros.
Por volta de 1960 o fundador da Sodick, Sr. Toshihiko Furukawa, então um
jovem de 20 anos, estava trabalhando para um fabricante japonês de máquinas
ferramenta em Tóquio (a antiga Japax, Inc.) e ao mesmo tempo estudava teoria
elétrica na universidade, com a esperança de encontrar uma forma para superar as
questões tecnológicas das máquinas de eletroerosão. Foi uma época em que esteve
extremamente ocupado, gastando dia após dia em sucessivas experiências.
Em 1963 seu árduo trabalho o levou à descoberta dos “Circuitos sem
desgaste de eletrodo”, cujo princípio foi descrito em sua tese. Devido ao fato de que
a pesquisa de usinagem por descarga elétrica no Japão estava em sua infância, a
descoberta de Furukawa não foi amplamente reconhecida. Mas, em vez de se sentir
desencorajado, ele retornou a sua pesquisa e como resultado desenvolveu com
sucesso o primeiro "gerador transistorizado sem desgaste de eletrodo" do mundo.
Posteriormente continuou a desenvolver o “Método Loran de usinagem”, que
possibilita a usinagem com muita precisão das laterais de uma peça de trabalho. A
extrema dificuldade deste processo fez com que seu desenvolvimento demorasse de
5 a 6 anos para ser concluído, mas Furukawa, sabendo o quão difícil seria a
aplicação prática da eletroerosão sem esta tecnologia, persistiu com sua pesquisa
até que finalmente conseguiu desenvolver o novo método.
Estas descobertas e desenvolvimentos, solucionando os problemas com
precisão da usinagem e com o acabamento superficial, abriram o caminho para a
rápida absorção das EDMs e revolucionou o mundo da usinagem de metais.
Circuitos sem desgaste de eletrodo: um circuito elétrico da máquina de
eletroerosão no qual o eletrodo não é consumido.
Método Loran de usinagem: um método de máquina de eletroerosão em que
a superfície da peça de trabalho é terminado ao mover o eléctrodo para baixo e para
cima e de lado a lado muito precisamente para conseguir o acabamento simultâneo
de superfícies no curso de ambos os eixos.
4.1 Conceito
A eletroerosão é um processo baseado na remoção de material por meio de
descargas elétricas que ocorrem entre um eletrodo e uma peça através de um
líquido dielétrico (EDM – Eletrical Discharge Machining). É indicado na usinagem de
formas complexas em materiais condutores elétricos, especialmente de alta dureza,
difíceis de serem usinados por processos tradicionais de usinagem. Esse processo
garante a produção de superfícies de alta qualidade, praticamente sem distorções e
sem alterações microestruturais, já os processos tradicionais de usinagem geram
calor e tensões na superfície usinada, produzem enormes cavacos e afetam as
características estruturais da peça.
Na usinagem por eletroerosão, a peça permanece submersa em um líquido
(dielétrico), tendo uma rápida dissipação do calor gerado no processo. Na
eletroerosão não existe força de corte, pois não há contato entre a ferramenta e a
peça. Por isso não se formam as tensões comuns dos processos convencionais de
usinagem.
Este processo permite a obtenção de estreitos limites de tolerância, em
virtude da automatização das máquinas. Possibilita um controle rigoroso da ação da
ferramenta sobre a peça usinada, decorrente de um servomecanismo que reage
rapidamente às pequenas variações de intensidade de corrente
5 Princípios do processo
Para que o processo de eletroerosão ocorra é necessário que a peça a ser
usinada e a ferramenta sejam bons condutores elétricos
A peça a ser usinada e o eletrodo (ferramenta que produz a erosão), ambos
de materiais diferentes, são mergulhados num recipiente que contém um fluido
dielétrico. Esse fluído deve ser capaz de atender os requisitos de alta viscosidade e
alta resistência elétrica, também deve atuar como isolante, refrigerante e como um
meio de lavagem para remover os subprodutos metálicos da área de trabalho. Em
geral, são utilizados como dielétrico o óleo mineral e o querosene.
Peça e eletrodo são ligados, por meio de cabos, a uma fonte de corrente
contínua, onde o eletrodo tem polaridade positiva e a peça, polaridade negativa. Um
dos cabos é conectado a um interruptor, que aciona e interrompe o fornecimento de
energia elétrica para o sistema, conforme a figura 1.
6 Materiais usináveis
Os materiais que possuem ponto de fusão elevado e que são bons
condutores de eletricidade são considerados como os melhores para produção de
eletrodos. De um modo geral, eles podem ser agrupados em duas categorias:
Metálicos e não-metálicos.
Os materiais metálicos mais utilizados são os cobres eletrolítico, tungstênio e
sintetizado. Eletrodos feitos desses materiais apresentam ótimo acabamento e
mínimo desgaste durante o processo de eletroerosão.
Já entre os materiais não-metálicos, o grafite é o principal. Este material é
facilmente usinado, porém quebradiço. Os eletrodos de grafite são insensíveis à
choques térmicos, conservam suas qualidades mecânicas a altas temperaturas,
praticamente não se deformam e são leves. Contudo, são abrasivos, não podem ser
moldados ou conformados e não aceitam redução por ácido.
7 Ferramentas
As ferramentas utilizadas no processo de eletroerosão é o eletrodo, e o
mesmo varia de acordo com a sua necessidade. Todos os materiais que são
condutores de eletricidade podem ser utilizados como eletrodo, porém nem todos
são viáveis ou o seu rendimento é limitado. Devido a esses critérios que é de grande
importância a escolha do material, levando em conta a condutibilidade elétrica, sua
usinabilidade e sua qualidade final no trabalho a ser realizado. Já no processo de
eletroerosão a fio o material utilizado é o fio de cobre
7.1.8 Grafite
E um material de fácil usinagem, porém ele é muito frágil e não pode ser
utilizado em soluções ácidas. Grande eficiência nas operações de desbaste
principalmente em peças de aço, proporcionando baixas taxas de desgaste.
8 Máquina-ferramenta
A composição das máquinas operatrizes segue uma lógica comum que deriva
das necessidades dos processos desenvolvidos e do grau de acabamento
superficial necessário das peças. De forma geral as máquinas ferramentas podem
ser subdivididas em 5 subsistemas, citados abaixo:
1. Subsistema de suporte: sustenta todos os elementos da máquina.
2. Subsistema de fixação da peça: fixa a peça na mesa de trabalho.
3. Subsistema de fixação da ferramenta: fixa o eletrodo/fio no cabeçote.
4. Subsistema de avanço: realiza os movimentos relativos da peça ou
ferramenta.
5. Subsistema de acionamento principal: fonte de energia para o processo
de remoção de material.
Dentre os elementos que compõe as máquinas de eletroerosão o único
componente com características inteiramente comum às máquinas por penetração
(die-sinker machines) ou por fio (wire cut machines) é a fonte de energia (power
supply). As outras sub-montagens como a estrutura, unidade de dielétrico, servo
controle do cabeçote, e controle dos eixos X-Y possuem características distintas e
por isso devem ser analisadas separadamente.
JAMESON (2001) divide as máquinas de eletroerosão em cinco partes, tal
como referido na tabela 1 e representado esquematicamente pela figura 3.
O outro tipo de estrutura empregada é a coluna tipo ponte, possui uma mesa
fixa a estrutura e um cabeçote porta eletrodo que se move nos eixos X-Y. Essa
coluna é caracterizada sempre que o cabeçote do eletrodo é suportado por uma
estrutura em forma de ponte sobre a mesa de trabalho, tal como demonstra a figura
5.
Figura 5 - Coluna tipo ponte.
10 Conclusão
O processo de usinagem por eletroerosão baseia-se na penetração do
eletrodo na peça, onde um arco elétrico servocontrolado, mantém um gap entre a
ferramenta e a superfície da peça. Os processos de usinagem em cavidades
passantes e perfurações transversais, é recomendável o processo de eletroerosão a
fio. Os princípios básicos da eletroerosão a fio são semelhantes aos da eletroerosão
por penetração. A diferença é que, neste processo, um fio de latão ionizado,
atravessa a peça submersa em água deionizada, onde ocorrem descargas elétricas
entre o fio e a peça, as quais cortam o material. Com isso, a eletroerosão torna-se
um processo adequado para atender às exigências atuais de qualidade e
produtividade, com grande aplicação na confecção de matrizes para estampas de
corte, moldes de injeção, e fabricação de ferramentas de metal duro. Vale ressaltar
que a eletroerosão é um processo moderno de usinagem que oferece vantagens
consideráveis e sua aplicação está em contínua expansão.
11 Referências Bibliográficas
[1] ARANTES, Luciano J.; et al. Avaliação de superfícies usinadas por diferentes fluidos dielétricos no
processo de usinagem por eletroerosão.
[4] CIMM (Centro de Informação Metal Mecânica). Definição - O que é Subsistemas da máquina-
ferramenta. Disponível em: https://www.cimm.com.br/portal. Acesso em: 29 maio 2022.
[5] CORRÊA REFAEL AGRESTA. Tendências tecnológicas para máquinas ferramenta de alta velocidade.
Agosto 2013. Rio de Janeiro.
[6] FERES FERNANDA. O mundo da usinagem. Revista nº65. 2010. Disponível em:
https://omundodausinagem.com.br/edicao-065/. Acesso em: 29 de maio de 2022.
[7] JAMESON, Elman C. Electrical discharge machining. Society of Manufacturing Engineers, 2001.
[8] KRATOCHIVIL, Rafael. Análise sobre processo de eletroerosão na utilização de Eletrodos de Cobre
ou Grafita
[9] SOMMER, Carl; SOMMER, Steve. Complete EDM Handbook: Wire EDM, RAM EDM, Small Hole
EDM; Practical Information for Designers, Engineers, Machinists, Tool and Die Makers, Mold Makers
and Others in the Metal Machining Fields. Advancbbe Publ, 2005.