12 A Besta Como Metáfora PDF
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BESTA
de sete cabeças e seus antecedentes
em textos da cultura antiga
Vanderlei Dorneles
Faculdade de Teologia – Unasp Engenheiro Coelho, SP
Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles
A besta como metáfora
Lakoff e Johnson
Metáforas servem como instrumentos que “estruturam o sistema conceitual das
culturas” (2003, 54).
Como constructo ou projeção, “o monstro existe somente para ser lido”, sendo apenas
uma representação (1996, 4).
David Aune
As narrativas mitológicas de um combate entre um herói e seu adversário ou o mito de
uma luta primordial cósmica entre dois seres divinos e seus aliados, pela soberania,
eram bastante difundidas no mundo antigo. “Nos combates mitológicos o antagonista é
frequentemente retratado como um monstro, serpente ou dragão. O protagonista
tipicamente representa ordem e fertilidade, enquanto o antagonista representa o caos
e esterilidade” (1997, 667; Benson, 1987, 98-101; Kistemaker, 2001, 353).
A Paleta de Narmer
Descoberta em 1898, por James Quibell
e Frederick W. Greene, em Hierakonpolis, no Alto
Egito.
A Paleta de Narmer
A Paleta de Narmer
Figuras coadjuvantes
Nidaba segura um quadro astrológico e
consulta as estrelas em favor de Ningirsu.
David Aune
Uma questão central é decidir se as seções recapitulam as seções prévias ou se o
autor pretende apresentar uma sequência cronológica de eventos (1997, xci).
Ap 12 Ap 13 Ap 17
Sete cabeças e dez chifres: 3 1 3, 7, 12, 16
κεφαλὰς ἑπτὰ καὶ κέρατα δέκα
Guerra: πόλεμος 7, 17 7 14
Santos: ἅγιος 7, 10 6
Miguel 7 4*
1.260 dias 6, 14 5 10*
Blasfêmia: βλασφημία 1, 5, 6 3
Vitória/derrota 9 3, 10 14, 16
Sabedoria: σοφία 18 9
Admirar: θαυμάζω 3 8
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Apocalipse: drákon e theríon
A Besta no AT
Sl 74:13, 14: “Tu dividiste o mar ... quebrantaste a cabeça dos monstros das águas.
Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã” (ARC; liwyathan; δράκων)”: Egito
Ez 29:3: “Assim diz o Senhor Deus: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande
dragão (ARC; tannin; δράκων)”.
Is 27:1: “Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o
dragão (liwyathan, δράκων), serpente veloz, e o dragão, serpente sinuosa, e
matará o monstro (tannin, δράκων) que está no mar”. Ap 20:2: “o dragão ... no lago
de fogo”.
Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles
Apocalipse: drákon e theríon
A Besta no AT
No v. 25, Deus diz: “Farei com elas um concerto de paz”, e “acabarei com a besta
[θηρίον] da terra” (ARC).
“Saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as varas do jugo e as livrar das
mãos dos que as escravizam. ...
A Besta no AT
Ez 14: Deus enviaria sobre os judeus seus “quatro maus juízos”: espada, fome, peste
e bestas-feras (Ez 14:21).
A “terra” de Judá ficaria “assolada” sob a ação da “besta” (chay/θηρίον; Ez14:15, 16).
Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles
Apocalipse: drakon e therion
A Besta no AT
Semiótica da Cultura
Semiosfera é “um conjunto de textos distintos e de linguagens entrelaçados uns com
os outros” (Lotman, 1996, I:23, 24).
T2 M T3 M
M M’ M’
T1 M’ T2’ T3’
T3’’
Adela Collins: “Os diversos mitos derivam de uma narrativa primordial comum. As
narrativas ecoadas no Apocalipse derivam de um protótipo comum”, e os “diversos mitos do
combate em circulação no primeiro século seguiam um padrão original” (2001, 58).
Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles
Bestas nas culturas antigas
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Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles
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Apocalipse ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Dr. Vanderlei Dorneles