Apostila Sobre Fundição Por Centrifugação
Apostila Sobre Fundição Por Centrifugação
Apostila Sobre Fundição Por Centrifugação
CURITIBA
2015
ALESSANDRO PRESZNHUK FILHO
LEONARDO SIRINO
CURITIBA
2015
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ÍNDICE DE FIGURAS
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SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................ 4
Referências ......................................................................................................................... 21
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INTRODUÇÃO
A fundição por centrifugação trouxe novas possibilidades para essa técnica, como a
fabricação de tubos sem costura de maneira mais rápida e barata, melhoria na qualidade de
algumas peças fundidas e entre outros.
Esse trabalho tem por objetivo dar uma introdução sobre essa poderosa técnica,
começando pelos seus princípios de funcionamento, mostrando a história do processo, os
variantes atuais e as principais aplicações.
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1. HISTÓRIA DA FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO
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Posteriormente, em meados de 1856, A. Krupp inaugurou uma fábrica de peças de
artilharia e munições encamisadas de grande calibre. O processo de fundição por
centrifugação permitiu a fabricação de canos para armas que fossem mais retos e uniformes,
garantindo assim maior precisão para o armamento. A obra mais icônica de Alfred, feita por
fundição por centrifugação, é a peça de artilharia de campanha 6-pounder, com projeto
datado de 1862, cujo calibre marcou a história pela sua versatilidade em combate e é
utilizado até os dias atuais.
Mais tarde, em 1893, Rudolf Diesel apresentaria à Gustav Krupp, filho de Alfred Krupp,
um projeto inovador: o primeiro motor a diesel do mundo, com três cavalos de potência.
Gustav participou ativamente no desenvolvimento do motor e passou no ano seguinte a
produzi-lo em escala comercial, alimentando o berço da indústria automotiva.
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investimentos em infraestrutura e produção de minérios fossem realizados, priorizando a
expansão da indústria bélica, inevitavelmente atrelada à indústria de fundição.
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Figura 2 - Canhão pak43 L/71 em Berlin, 1943
Com o fim da guerra a infraestrutura outrora utilizada para produção bélica fora
adaptada para nutrir os mercados internacionais com bens de consumo. Destacam-se na
área da fundição os setores automotivos e de utensílios domésticos, como geladeiras e
panelas. A produção mundial de aço cresceria durante a segunda metade do século XX,
estagnando com o início do século XXI. Vide o gráfico abaixo.
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Figura 3 - Gráfico da produção mundial de aço em função do tempo
Fonte http://ecen.com/eee20/emiscarv.htm
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2. MAQUINÁRIO NA FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO
𝐹𝐶 = 𝑚 ∙ 𝑟 ∙ 𝜔2
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para certas situações de aplicação, como exemplo temos a equação para a rotação de uma
centrifuga vertical para a produção de peças cônicas, que pode ser vista na imagem abaixo:
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O modelo mais comum de máquinas para fundição artesanal ou de pequeno porte por
força centrífuga são as centrífugas verticais, cujo nome se deve ao fato da rotação ocorrer
num eixo perpendicular ao plano do chão. Podemos separar essas máquinas em duas
categorias, as com molde fixados em braço e as quais o próprio molde é induzido à rotação,
sem necessidade de um braço ligando o eixo ao molde.
A função do contrapeso é garantir de que, iniciada a rotação, a força resultante seja nula
em torno do eixo de rotação, evitando assim vibrações que prejudicariam a qualidade da
peça reduzindo o desgaste no motor e no mancal. As características mecânicas da máquina
fazem com que seja inviável a fabricação de peças grandes ou pesas via esse método, uma
vez que os componentes deveriam ser dimensionados respeitando o crescimento da massa e
consequentemente da força centrípeta.
O cadinho pode ser preenchido com metal já fundido ou com metal ainda sólido, sendo
fundido com uso de um maçarico. O molde é posicionado à frente do cadinho e uma
abertura entre o cadinho e o molde permite a passagem controlada de material para o
interior do molde. Assim, conforme o braço induz a rotação do cadinho e do molde, o metal
é forçado para a cavidade do molde. Quanto maior a rotação, maior será a velocidade com a
qual o material passará entre os componentes e maior será a pressão do metal nas paredes
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do molde. Todavia, se a velocidade de rotação for muito alta, o metal poderá entrar no
molde em regime turbulento, causando defeitos na peça final. A velocidade muda de peça
para peça e deve ser calculado previamente ou empiricamente, fazendo necessário que o
motor seja ajustável para que se use a velocidade desejada. Na figura abaixo temos um
exemplo de uma máquina de fundição por centrifugação com molde fixo em braço, com os
entes físicos e dimensionais destacados.
Máquinas mais simples como a da imagem acima rotacionam a baixas velocidades (entre
200 e 1000 RPM) e são geralmente movidas a sistema de molas ou manivelas, sem uso de
motores elétricos. Pela simplicidade, relativa robusteza e baixo custo, são muito utilizadas
em pequenos negócios na fabricação de joias e próteses dentárias. Por serem facilmente
construídas, são muitas vezes fabricadas de forma caseira ou sobre encomenda e raramente
são produzidas em nível industrial.
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Figura 7 - Máquina Neycraft LS para fabricação de próteses dentárias.
Máquinas mais complexas com velocidades de rotação altas (mais de 2000 RPM) são
fabricadas em nível industrial e suprem médias e grandes empresas nos ramos de fundição
de precisão, joalheria e próteses.
Uma das desvantagens das máquinas de fundição por centrifugação é a interação entre
os contrapesos, moldes e cadinho com o ar dentro câmara da máquina. Por não possuírem
boas características aerodinâmicas, esses componentes sofrem grandes forças de arrasto e
podem induzir a formação de vórtices de Von Kármán, causando vibrações e afetando a
velocidade máxima de rotação da máquina. Para contornar esse problema, foram
desenvolvidas máquinas que operam com câmaras a vácuo, porém a custos bem elevados.
Essa inovação permitiu maiores velocidades de rotação para fabricação de peças que
necessitam grande pressão do metal fundido no molde, seja por questões dimensionais ou
de qualidade de superfície.
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No ramo de próteses dentárias, as empresas Neycraft e BEGO foram pioneiras no
mercado, fabricando máquinas de velocidades entre 200 e 800 RPM de custo médio para
laboratórios de próteses dentárias. No ramo das centrífugas a vácuo, as empresas TCE, EGD,
Yasui, Gesswin, Kaite e Stuller se destacam, e seus produtos possuem versatilidade para uso
em fundição de precisão para próteses dentárias, peças de platina, joias e peças pequenas
que demandam grande precisão dimensional.
À direita, máquina EDG PCAST 1700 R2, utilizada para fabricação de joias e peças de alta
precisão com velocidade máxima de 1700 RPM. À esquerda, máquina Fornaxt 1 da BEGO,
utilizada na fabricação de próteses dentárias. Ambas funcionam com câmara a vácuo.
O molde cilíndrico é ligado ao eixo do motor e gira. Para evitar a solidificação precoce do
metal, os moldes são pré-aquecidos e o metal fundido é aquecido a temperaturas superiores
ao seu ponto de fusão. Ao derramar o metal líquido dentro do molde, a força centrífuga
força o metal contra o as paredes do molde.
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Para que ocorra equilíbrio físico, todo o metal deverá se depositar de forma uniforme no
molde, e a grande aceleração garante microestrutura de boa densidade. As impurezas e
substâncias menos densas que o metal, por efeito da aceleração centrípeta e o princípio de
Arquimedes, tendem a se concentrar no interior da peça, podendo ser facilmente removidos
ao término do processo.
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Figura 10 - Projeto de molde de aço/areia para fabricação de tubos metálicos
Fonte: http://www.wtec.org/loyola/casting/03_03.htm
Figura 11 - Peça fabricada por centrífuga vertical com resfriamento por água
Fonte: http://www.centrifugalcasting.com/
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2.2 MÁQUINAS DE FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO HORIZONTAL
Fonte: http://www.honedtubes.net/centrifugal-mould.html
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Assim como no caso que discorremos no subitem 2.1.2, o resfriamento do molde é
empregado conforme as necessidades de manutenção e segurança da máquina e as
especificações mecânicas do material da peça. A lubrificação dos componentes é igualmente
importante, garantindo maior eficiência energética, longevidade das peças da máquina e
maiores velocidades de rotação.
Fonte: http://www.xt-zhagun.com/ENGLISH/equipment.jsp
Fonte: http://www.kusalava.com/foundry.htm
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2.2.2 Centrífugas móveis
A necessidade de produção de peças de maior comprimento e a otimização nas linhas de
produção criaram a demanda por maquinários maiores. Foram criados então meios de
produzir peças de comprimento maior do que a do molde, com o uso de moldes rotativos
móveis, que além do movimento de rotação realizam translação com um grau de liberdade.
Figura 15 - Fabricação de tubo de ferro dúctil por centrífuga móvel na SMT, China
Fonte: http://www.caamsmt.com/Item/list.asp?id=1445
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REFERÊNCIAS
HTTP://WWW.FVTECNOLOGIA.COM.BR/ARTIGOS/74386D1F9D41A37C9134C1ECE248EB57.PDF. ACESSADO
EM: 05/06/2015
HTTP://WWW.JOINVILLE.IFSC.EDU.BR/~VALTERV/PROCESSOS_DE_FABRICACAO/AULA%202%20PROCESSO%2
10/06/2015
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