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FACULDADE DE FARMÁCIA
Niterói
Agosto/2021
HELIANE SILVA DUARTE
Niterói
Agosto/2021
Ficha catalográfica automática - SDC/BFF
Gerada com informações fornecidas pelo autor
DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PPG-GAFAR.2021.mp.11228372756
CDD -
BANCA EXAMINADORA
____________________________
____________________________
__________________________
Niterói
2021
Dedico este trabalho a todos os profissionais
que se esforçam para oferecer o melhor às
crianças
AGRADECIMENTOS
Arthur Schopenhauer
RESUMO
The use of medicines in pediatrics represents a worldwide problem, due to the lack of clinical
trials, for ethical and financial reasons. Consequently, alternatives such as off-label use and
dose extrapolation have to be resorted to. When it comes to anticonvulsant drugs, the situation
becomes more complex due to the chronicity of their use, the need to monitor the treatment
for safety reasons, their effects on the central nervous system and significant differences in
terms of clinical response when compared adults and children. It is estimated that about a
third of the necessary conditions for chronic seizures are resistant to standard pharmacological
treatment, leading them to combination therapy with drugs from older generations, whose
efficacy and harmful effects are known and more recent, which is believed it has a better
security profile in order to try to achieve crisis control. Therefore, the aim of this study was to
analyze the results from clinical trials carried out with children up to 12 years old using third
generation anticonvulsant drugs as adjuvant therapy. For this, a scope review was carried out
in accordance with the principles of the Joanna Briggs Institute, in order to identify relevant
studies, extract and present data regarding the efficacy and safety of some more modern
drugs. Articles in English, published between January 2000 and December 2019, were
included. The databases searched were PubMed and Scopus, resulting in a total of 1701
articles. The review was structured with 31 articles selected according to predefined inclusion
criteria. The results were categorized by drugs and in the case of Levetiracetam specifically,
also by study design. This review shows that despite clinical trials, younger children
participation is poor, the recruited participants have a heterogeneous profile with regard to
age, clinics, conditions and etiology of the crises. The predominant study model is the open
trial, however, in most cases the structure of these trials was adapted to better meet the same
objectives. The issue concerning the adequacy of pharmaceutical forms for this population is
still being neglected.
Keywords: scope review, third generation anticonvulsants, children, clinical trials
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
2. OBJETIVOS
3.REFERÊNCIAL TEÓRICO.............................................................................................4
3.9.2. Farmacoterapia.............................................................................................................24
3.11.1. Eslicarbazepina...........................................................................................................34
3.11.2.Lacosamida .................................................................................................................36
3.11.3. Levetiracetam..............................................................................................................38
3.11.4. Pregabalina..................................................................................................................40
3.11.5. Rufinamida..................................................................................................................41
3.11.6. Stiripentol....................................................................................................................43
4 . METODOLOGIA .........................................................................................................45
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................51
5.2.1. Eslicarbazepina.............................................................................................................66
5.2.2. Lacosamida...................................................................................................................76
5.2.3. Levetiracetam................................................................................................................89
5.2.4. Pregabalina..................................................................................................................134
5.2.5. Rufinamida..................................................................................................................148
5.2.6. Stiripentol....................................................................................................................166
APÊNDICE..........................................................................................................................201
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4 - Estruturas químicas dos precursores e dos seus derivados mais atuais dos
anticonvulsivantes. ................................................................................................................. 31
Figura 13 – Distribuição temporal dos ensaios clínicos que compõem a revisão de escopo .. 60
Figura 14 - Distribuição percentual da contribuição dos países dos primeiros autores para o
número de artigos incluídos na revisão ................................................................................. 60
Quadro 3 - Definição dos elementos do acrônimo PCC adotados nessa pesquisa ................47
Quadro 5 - Distribuição dos estudos analisados por medicamentos, título do artigo, autor
principal, periódico e país do primeiro autor ........................................................................ 54
Quadro 6 - Distribuição dos estudos analisados por medicamentos, autor e ano, principais
objetivos e participação da indústria farmacêutica ................................................................ 63
Quadro 21 - Principais resultados encontrados por Piña-Garza e colaboradores (2010) ..... 104
Quadro 22 - Principais resultados encontrados por Chhun e colaboradores (2011) ............ 108
Quadro 24 - Principais resultados encontrados por Lagae e colaboradores (2005) ............. 115
Quadro 27 - Principais resultados encontrados por Piña-Garza e colaboradores (2009) ..... 124
Quadro 28 - Reações adversas mais frequentes em todas as faixas etárias ......................... 126
Quadro 29 - Principais resultados encontrados por Levisohn e colaboradores (2009) ........ 127
Quadro 32 - Principais resultados encontrados por Zamani e colaboradores (2014) ........... 139
Quadro 33- Principais resultados encontrados por Taghdiri e colaboradores (2015) .......... 143
Quadro 34 - Principais resultados encontrados por Antinew e colaboradores (2019) ......... 146
Quadro 35 - Principais resultados encontrados por COPPOLA e colaboradores (2010) ..... 150
Quadro 36 - Principais resultados encontrados por Coppola e colaboradores (2011).......... 153
Quadro 37 - Principais resultados encontrados por Ohtsuka e colaboradores (2014) .......... 157
Quadro 38 - Principais resultados encontrados por Nikanorova e colaboradores (2017) .... 160
Quadro 39 - Principais resultados encontrados por Auvin e colaboradores (2019) ............. 164
Quadro 40 - Principais resultados encontrados por Chiron e colaboradores (2000) ............ 167
Quadro 41 - Principais resultados encontrados por Chiron e colaboradores (2006) ........... 171
Quadro 42 - Principais resultados encontrados por Inoue e colaboradores (2014) ............. 176
Quadro 43 - Medicamentos incluídos nesta revisão de escopo disponíveis no Brasil ........ 183
Quadro 44 - Características dos anticonvulsivantes aprovados até 2012 para uso clínico .. 200
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ECG: Eletrocardiograma
EEG: Eletroencefalograma
ESL: Eslicarbazepina
LCM: Lacosamida
LEV: Levetiracetam
PGB: Pregabalina
RUF: Rufinamida
STP: Stiripentol
TDAH: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
Tmáx: Intervalo de tempo para que um fármaco alcance sua concentração plasmática máxima
1. INTRODUÇÃO
diferenças nas síndromes, etiologia e história natural entre adultos e crianças adicionam mais
camadas de complexidade para análise (ARZIMANOGLOU et al., 2018).
2. OBJETIVOS
- Identificar e analisar lacunas que estes estudos venham a apontar nessa área de modo
a nortear pesquisas futuras.
3. REFERÊNCIAL TEÓRICO
Para delinear o panorama das necessidades nacionais foram definidos oito eixos de
discussão, que estruturaram a elaboração desse documento, a saber: Eixo I -Pesquisa; Eixo II -
Desenvolvimento e produção de medicamentos; Eixo III -Regulação sanitária de
medicamentos; Eixo IV -Incorporação de tecnologias; Eixo V -Financiamento e acesso a
medicamentos; Eixo VI -Transformação, derivação e demais ações de manipulação e preparo
de doses pediátricas; Eixo VII -Diretrizes clínicas, cuidado e segurança no uso de
medicamentos; Eixo VIII -Formação e educação para o uso racional de medicamentos.
Esse trabalho contou com a contribuição de entidades dos setores público e privado,
além de pesquisadores da área acadêmica. Foram levantados os possíveis fatores que
desencorajariam os investimentos nesse segmento da população. Dentre eles estão: pequena
6
Uma crítica primária aos ensaios clínicos randomizados é que eles representam um
ambiente rigidamente controlado para diversas variáveis que influenciam o tratamento como
um todo e cuja eficácia pode não ser diretamente correspondente em populações de pacientes
do "mundo real". Os indivíduos admitidos em ECR são frequentemente selecionados para
evitar variáveis de confusão (EICHLER & SWEENEY, 2018). A validade externa descreve
até que ponto os resultados de um ECR podem ser generalizados na prática clínica e na
população em geral (SPIETH et al., 2016). Este é um dos motivos pelos quais os ECR têm
baixa validade externa e não refletem adequadamente as populações de pacientes atendidos na
prática cotidiana (EICHLER & SWEENEY, 2018). Portanto, os critérios de inclusão devem
ser tão amplos quanto possível, mantendo simultaneamente o rigor científico. Nenhuma das
etapas deve ser tão estrita que impeça a replicação da intervenção, tornando-a impossível em
um ambiente prático (BHIDE et al., 2018).
Alta validade interna num ECR significa que as diferenças observadas entre os grupos
estão relacionadas à intervenção investigada no ensaio. Isso significa, por exemplo, que a
redução da mortalidade na população estudada é realmente atribuída à intervenção e não a
outros fatores, como idade, sexo ou fármacos concomitantes. A validade interna de um ensaio
clínico está diretamente relacionada ao desenho, condução e relato apropriados do estudo
(SPIETH et al., 2016).
10
A análise post hoc (do latim post hoc que significa "depois disso") consiste em
analisar os dados após a conclusão do experimento em busca de padrões que não foram
especificados a priori. Se a hipótese foi formulada depois que os dados foram processados, é
12
conhecido como uma hipótese post hoc. Este tipo de análise deve ser apenas gerador de
hipóteses, devendo ser testada em estudos futuros para confirmar o efeito observado. Uma
associação clinicamente relevante pode ser detectada durante este tipo de análise, em
contrapartida o risco de conclusões errôneas pode aumentar (MANJA &
LAKSHMINRUSIMHA, 2014).
No caso da epilepsia, por exemplo, a extrapolação não pode ser realizada de modo
global, uma vez que existem diferenças significativas entre crianças e adultos em termos de
13
etiologia, tipos de síndromes e história natural, mas é possível estabelecer alguma semelhança
em convulsões de origem focal em crianças. Embora seja possível assumir dados em relação à
eficácia, outros aspectos não podem ser extrapolados como dose, farmacocinética ou
segurança, por isso é obrigatória a realização de estudos específicos na criança (MÁLAGA et
al., 2019).
O risco de ocorrer convulsões subsequentes não provocadas dois anos após o primeiro
evento é em torno de 25-40% (GURCHARRAN, 2019; LEE, 2019). Entretanto, crianças com
causas sintomáticas agudas, anormalidades neurológicas prévias ou causas não classificadas
estão em alto risco: cerca de 50% podem desenvolver epilepsia após o primeiro episódio
(GURCHARRAN, 2019).
14
Uma crise convulsiva isolada pode ocorrer por diversos motivos e não representa
necessariamente um diagnóstico de epilepsia. Embora o diagnóstico de epilepsia estabeleça a
ocorrência de pelo menos uma crise, fatores predisponentes a quadros recorrentes também
devem estar presentes (LIU et al., 2017).
De acordo com a Liga Internacional contra a Epilepsia (ILAE), uma das maiores
autoridades mundiais no assunto, uma crise epiléptica é a “ocorrência transitória de sinais
15
A nova definição é mais complexa quando comparada com a anterior. Estudos que
fornecem conhecimento detalhado acerca do risco de recorrências de crises são escassos.
Sendo assim, a maioria dos diagnósticos de epilepsia será necessariamente feita pelo conceito
anterior “de duas crises não provocadas” (FISHER et al., 2014).
16
Em 2017 foi realizada uma harmonização dos termos empregados na prática clínica.
Esse ajuste permitiu, por exemplo, a classificação de crises cujo início não pôde ser
observado, mas que podem se apresentar com início focal ou generalizado. Esse documento
expõe uma classificação operacional revisada dos tipos de crises epilépticas. Essa publicação
de 2017 inclui alguns tipos de crises não contempladas na classificação anterior e adota
termos mais claros. Essa classificação é baseada na Classificação de 1981, estendida em 2010
(FISHER et al, 2017). A seguir estão expostas as principais modificações:
A nova classificação não representa uma mudança fundamental, mas promove maior
flexibilidade e transparência na nomeação dos tipos de crises. Ainda de acordo com essa
última classificação alguns termos consolidados pelo longo período de utilização foram
descontinuados, tais como (FISHER et al., 2017):
17
Após o primeiro ano de vida, as crises focais complexas são o tipo de crise mais
comum em pacientes com epilepsia. Estima-se que cerca de 36% das pessoas com epilepsia
apresentam crises focais complexas. Não há prevalência na ocorrência destas crises por
gênero ou etnia. Convulsões focais com comprometimento da consciência podem se
manifestar com ou sem aura. As auras podem durar de alguns segundos a 1-2 minutos antes
que a consciência seja prejudicada. Os sintomas dependem da área do cérebro de onde as
descargas se originam. A maioria das crises focais complexas surge no lobo temporal. Suas
causas podem ser diversas, tais com infecções, trauma craniano, hipóxia, anormalidades
genéticas, além de alterações metabólicas e estruturais (KUMAR & SHAMA, 2021).
crianças na idade de 10 anos. Ambos os sexos são afetados havendo uma predominância
relativamente pequena de meninos (PAVONE et al., 2020).
transtorno sistêmico, reforçando a existência de uma alteração mais global e não apenas de
crises epilépticas (ALEBESQUE et al., 2020).
Com exceção de crianças com convulsões febris, o risco de uma convulsão recorrente
após uma primeira convulsão não provocada é mais de 20% no primeiro ano de vida e mais de
50% aos 10 anos. Os preditores de recorrência incluem resultados anormais de EEG, presença
de síndromes predisponentes a convulsões e outras etiologias como traumatismo craniano
grave ou paralisia cerebral (LIU et al., 2017).
Indivíduos com epilepsia têm maior risco de mortalidade precoce, com causas de
morte relacionadas a convulsões, incluindo morte súbita inesperada em epilepsia (SUDEP),
status epilepticus, quedas, afogamento (PERUCCA et al., 2018). O início precoce do
tratamento farmacológico pode reduzir o risco de SUDEP, que é a morte de um indivíduo
com epilepsia em que nenhuma outra causa de morte foi constatada. Um fator de risco
significativo para SUDEP são as convulsões noturnas. Embora rara em crianças, o risco de
SUDEP pode ser diminuída pela otimização do controle das convulsões (LIU et al., 2017).
O SNC humano passa por um crescimento incrivelmente rápido que excede a taxa de
qualquer outro sistema de órgãos, a partir da quarta semana após a concepção até o terceiro
ano de vida. Após esse período, a taxa de crescimento diminui e processos como a maturação
sináptica e mielinização predominam (SILBEREIS et al., 2016).
Assim sendo, os períodos pré-natal e os primeiros anos de vida são críticos para o
desenvolvimento do cérebro e envolve processos acelerados que concorrem para o
crescimento cerebral normal. Quaisquer eventos patológicos durante este período inicial de
24
vida podem resultar em deficiência cerebral grave com desenvolvimento de retardo mental e
deficiência intelectual, muitas vezes associada com crises epilépticas e várias comorbidades
(PAVONE et al., 2018).
3.9.2. Farmacoterapia
A monoterapia com todos os fármacos indicados para aquele quadro deve ser tentada
antes de se iniciar a terapia combinada. Embora cada fármaco tenha seu perfil exclusivo de
25
reações adversas, os efeitos no SNC são proeminentes e podem afetar a qualidade de vida
(LIU et al., 2017).
Nas últimas décadas, diferentes métodos de amostragem têm sido propostos para
limitar a perda de sangue e, atualmente, métodos não invasivos e matrizes mais confiáveis são
recomendados em estudos farmacocinéticos e de monitoramento. Os métodos alternativos
incluem mancha de sangue seco; microamostragem capilar, que permite a coleta de volume
mínimo de sangue. Testes empregando saliva estão se mostrando promissores no diagnóstico
e progressão de algumas doenças, se a proporção saliva/plasma for próxima a 1, a
concentração salivar pode fornecer resultados aplicáveis como parâmetro no monitoramento
terapêutico. A análise de urina tem sido considerada a escolha primária para análises
qualitativas, e tem potencial para ser utilizada no monitoramento devido ao acúmulo
medicamentos e metabólitos nessa matriz (ROSE et al., 2020).
27
A introdução da fenitoína, em 1938, por Merritt e Putnam pode ser considerada como
o início da modernidade no desenvolvimento dos fármacos anticonvulsivantes, pois
demonstrou que, ao contrário do que se pensava naquela época, a atividade anticonvulsivante
poderia ser alcançada sem os efeitos sedativos, estimulando a indústria farmacêutica a
pesquisar substâncias igualmente inovadoras (PERUCCA, 2019; HESSELINK & KOPSKY,
2017). Os estudos de Merritt e Putnam têm sido descritos como referências na história da
epilepsia, farmacologia e neurologia, pois os resultados obtidos demonstraram que a triagem
sistemática de muitos compostos pode conduzir àquele com o resultado desejado e que o
efeito anticonvulsivante determinado em um modelo animal pode ser reproduzido em seres
humanos (PERUCCA, 2019; LÖSCHER & KLEIN, 2021).
Enquanto a “Era dos pioneiros” foi considerada um período profícuo, os anos entre
1970 e 1988, foram conhecidos como “o hiato”, em referência a um período durante o qual
nenhum fármaco foi introduzido. Este longo intervalo justifica a diferenciação comumente
usada entre fármacos da “antiga” e da “nova” geração. No entanto, foi uma época proveitosa
para a pesquisa voltada para a epilepsia, conduzindo a avanços terapêuticos importantes.
Durante o período do hiato cresceram as investigações acerca da farmacologia clínica dos
anticonvulsivantes, incluindo vários estudos clínicos randomizados bem estruturados. Estes
estudos foram essenciais para algumas finalidades, dentre as quais: caracterizar a
farmacocinética e as interações medicamentosas, bem como relacionar esses parâmetros com
as respostas clínicas; aprofundar o entendimento acerca do espectro de atividades dos
anticonvulsivantes frente a diferentes tipos de crises, inclusive a possibilidade de agravamento
das crises induzido pelo próprio anticonvulsivante; caracterizar os efeitos adversos crônicos e
agudos desses fármacos e prover dados de efetividade comparativa para guiar a seleção do
medicamento (PERUCCA, 2019).
Fármacos produzidos a partir dos anos 2000 são conhecidos como medicamentos de
terceira geração. Essas substâncias podem oferecer novos mecanismos de ação e perfis
farmacocinéticos favoráveis, minimizando as reações adversas e interações medicamentosas.
Vários fármacos dessa geração têm sido empregados em doses pediátricas (VIDAURRE &
HERBST, 2019).
No caso desta revisão de escopo optou-se por adotar a classificação adotada por
Lösher & Schimidt numa revisão crítica publicada em 2011, Lösher e colaboradores em 2013
e de outro artigo editorial publicado na revista Neuropharmacology por Löscher em 2020.
Nos artigos publicados por Löscher considerou-se o primeiro licenciamento ou menção de uso
clínico tendo como referência algum país da Europa, ou Estados Unidos ou Japão. Detalhes
relativos aos fármacos que compõem cada geração estão descritos em quadro disponível no
Apêndice desta revisão.
Figura 4: Estruturas químicas dos precursores (à esquerda) e dos seus derivados mais
atuais dos anticonvulsivantes
Específicos da doença
A seguir estão descritos mais detalhadamente os fármacos que foram incluídos nesta
revisão quanto às suas características químicas, farmacocinéticas e indicações clínicas.
3.11.1. Eslicarbazepina
dependente do peso corporal (5–30 mg/kg/dia) e a administração é feita por via oral uma vez
ao dia (ARZIMANOGLOU et al, 2018).
3.11.2. Lacosamida
A lacosamida foi aprovada pela EMA para o tratamento de pacientes com convulsões
focais a partir dos 4 anos de idade. Ela é empregada para tratar de crises com ou sem
generalização secundária (ARZIMANOGLOU et al, 2018). Contudo, não é recomendada para
convulsões generalizadas primárias, apesar de não haver evidências de que o emprego da
lacosamida possa exacerbar este tipo de crise (VIDAURRE & HERBST, 2019). A decisão de
aprovação também foi baseada na extrapolação de dados de eficácia em adultos. O FDA,
entretanto, aprovou o tratamento para indivíduos a partir dos 16 anos nos EUA
(ARZIMANOGLOU et al, 2018). O uso não licenciado inclui o tratamento de estado de mal
epiléptico não convulsivo e convulsivo, dor neuropática e síndrome das pernas inquietas
(PATSALOS et al., 2018).
37
A dose inicial é de 100 mg/dia (uma vez ao deitar-se ou em 2 doses divididas) durante
1 semana, depois 100 mg 2 vezes ao dia. A dose pode então ser titulada conforme a
necessidade por 100 mg a cada 1 a 2 semanas até que as convulsões sejam controladas,
apareçam efeitos colaterais ou que a dose de 600 mg/dia seja alcançada (ABOU-KHALIL,
2019).
3.11.3. Levetiracetam
Embora o levetiracetam não seja aprovado pela FDA para monoterapia nos Estados
Unidos, é amplamente utilizado como um tratamento de primeira linha para crises focais e
tônico-clônicas generalizadas e está aprovado para monoterapia inicial na Europa (ABOU-
KHALIL, 2019).Os usos não licenciados incluem o tratamento das crises de ausência e
mioclônicas, o manejo da epilepsia rolândica benigna, epilepsia occipital da infância,
epilepsia mioclônica progressiva (síndrome de Unverricht-Lundborg), epilepsia mioclônica
grave na infância (Síndrome de Dravet) e estado de mal epiléptico (PATSALOS et al., 2018).
39
3.11.4. Pregabalina
A pregabalina é um fármaco de espectro estreito empregado em convulsões focais. A
indicação oficial do FDA é como terapia adjuvante para adultos com convulsões de início
parcial, sendo inferior à lamotrigina como primeira linha. Como a gabapentina, a pregabalina
pode exacerbar convulsões mioclônicas generalizadas e de ausência. É indicada pelo FDA
para o tratamento de dor associada à neuropatia periférica em pacientes diabéticos, neuralgia
pós-herpética e fibromialgia (ABOU-KHALIL, 2019). As utilizações não licenciadas incluem
o tratamento de transtorno do pânico e transtorno de ansiedade social (PATSALOS et al.,
2018).
Apresenta estrutura química semelhante à gabapentina (Figura 9) e ambas atuam
sobre os canais de cálcio voltagem-dependentes no cérebro e medula espinhal, assim como na
modulação dos receptores nociceptivos e epileptogênicos (ABOU-KHALIL, 2019;
VIDAURRE & HERBST, 2019).
biodisponibilidade oral muito boa, que é independente da dose. Assim como a gabapentina,
ela não se liga a proteínas, não é metabolizada e não apresenta interações medicamentosas
relevantes (ABOU-KHALIL, 2019), exceto as que ocorrem com a gabapentina e fenitoína,
que podem diminuir as concentrações plasmáticas da pregabalina em 18-30% (PATSALOS et
al., 2018). Sua meia-vida é de cerca de 6 horas. É excretada praticamente de forma inalterada
(ABOU-KHALIL, 2019).
A dose inicial é de 75 mg 1 vez ao deitar ou 2 vezes ao dia. Essa dose pode ser em 75
mg a 150 mg a cada semana, conforme necessário, até o controle da convulsão, aparecimento
de efeitos adversos ou atingir a dose máxima de 300 mg 2 vezes ao dia (ABOU-KHALIL,
2019). Poucas informações estão disponíveis sobre as concentrações plasmáticas terapêuticas
referentes à pregabalina. No entanto, em amostras coletadas de forma aleatória de pacientes
com doses de manutenção de 600 mg/dia, as concentrações plasmáticas de pregabalina
variaram de 0,9-14,2 mg/L. O intervalo de referência atual para pregabalina no plasma é de 2-
8 mg/L. Não se sabe se o fármaco é excretado na saliva (PATSALOS et al., 2018).
Apesar de ser bem tolerada, pode causar edema periférico e ganho de peso. Com a
utilização de altas doses, os efeitos adversos mais comuns são sonolência e tontura.
(VIDAURRE & HERBST, 2019).
3.11.5. Rufinamida
Atua prolongando o estado inativado dos canais de sódio, embora sejam prováveis
outros mecanismos de ação adicionais (VIDAURRE & HERBST, 2019). Apresenta boa
biodisponibilidade oral na presença de alimento e decai na ausência destes. A ligação com
proteínas plasmáticas não é clinicamente significativa. É um inibidor fraco da CYP2E1 e um
indutor fraco da CYP3A4 e da uridina difosfato glucuroniltransferase (UDP-GT) (ABOU-
KHALIL, 2019).
42
Seu metabolismo pode ser induzido por fármacos como carbamazepina, metsuximida,
oxcarbazepina, fenobarbital, fenitoína, primidona e vigabatrina aumentando sua eliminação e
diminuindo as concentrações plasmáticas da rufinamida (PATSALOS et al., 2018).
Entretanto, a co-administração de valproato diminui a depuração da rufinamida e aumenta sua
concentração em 70% (ABOU-KHALIL, 2019; VIDAURRE & HERBST, 2019). Interage
com contraceptivos orais diminuindo a concentração de etinilestradiol e noretindrona.
Também pode levar ao encurtamento do intervalo QT, requerendo maior cuidado ao ser
administrado em pacientes com arritmias cardíacas. Foi aprovada pelo FDA para o tratamento
de crises causadas pela síndrome de Lennox Gastaut em pacientes a partir de 1 ano de idade,
devido à boa taxa de resposta para convulsões tônicas/atônicas (VIDAURRE & HERBST,
2019).
incluem tonturas, fadiga, sonolência e dor de cabeça. Vômitos podem ocorrer em crianças
(ABOU-KHALIL, 2019).
3.11.6. Stiripentol
Sua estrutura química é peculiar (Figura 11) e não está relacionada a qualquer outro
fármaco anticonvulsivante atualmente disponível. Sua nomenclatura química é 4, 4-dimetil-1-
[3,4 (metilenodioxi)-fenil]-1-penten-3-ol. Apresenta bom perfil de segurança com alto índice
terapêutico e é geralmente bem tolerado em pacientes pediátricos (AFIFI, 2015).
4. METODOLOGIA
São aplicáveis quando se pretende agregar vários desenhos de estudo, desde literatura
científica até literatura cinzenta, gerando resultados que podem complementar os desfechos
oriundos de ensaios clínicos. Podem auxiliar a tomada de decisão clínica e a prática. Tomando
como exemplo uma intervenção cirúrgica, um estudo de escopo pode mapear os tipos e
detalhes de ferramentas utilizadas para avaliar a qualidade de vida após essa intervenção
(KAO et al., 2017).
O Joanna Briggs Institute (JBI) é uma organização internacional sem fins lucrativos
que opera em mais de 70 entidades colaboradoras em todo o mundo, promovendo e apoiando
o uso das melhores evidências disponíveis para informar as decisões clínicas. As revisões
sistemáticas da JBI têm como base o modelo de saúde fundamentado em evidências, centrado
na prática baseando-se nas melhores informações disponíveis, sendo adaptável às diversas
46
É crucial identificar os motivos pelos quais se deseja fazer uma revisão. Se a intenção
for aplicar esses resultados para a elaboração de um guia confiável de prática clínica, ou
responder a uma pergunta clinicamente relevante ou obter evidências para embasar práticas
ou políticas de saúde, a revisão sistemática é a mais indicada. Revisões de escopo objetivam
prover uma visão geral das evidências, devido a isso, a avaliação de limitações metodológicas
ou risco de vieses das evidências incluídas geralmente não é performada, a menos que haja
uma necessidade devido à natureza do objetivo da revisão de escopo (PETERS et al., 2020).
Participantes Estudos cujos pacientes eram crianças até 12 anos que sofriam episódios
convulsivos, refratários ao esquema terapêutico convencional.
Resultados das avaliações obtidas de estudos referentes a determinados
fármacos anticonvulsivantes de terceira geração (Eslicarbazepina,
Conceito
Lacosamida, Levetiracetam, Pregabalina, Rufinamida, Stiripentol,
Zonisamida).
Os quadros clínicos em que a convulsão pudesse ocorrer, levando ao uso
Contexto
crônico desses anticonvulsivantes, como terapia adjuvante.
A questão de pesquisa deve servir de auxílio para idealização das estratégias de busca,
sendo clara e objetiva.
A questão norteadora dessa revisão foi: “Quais dados estão disponíveis na literatura
acerca da eficácia e segurança relativas ao tratamento adjuvante com os fármacos
Eslicarbazepina, Lacosamida, Levetiracetam, Pregabalina, Rufinamida, Stiripentol e
Zonisamida em crianças até 12 anos?”
2) Identificação dos estudos relevantes: esses estudos devem responder à
pergunta da pesquisa, de modo a cooperar para a elaboração das estratégias de busca, como as
bases de dados a serem acessadas, os termos da pesquisa, se haverá ou não restrições quanto
ao intervalo temporal e quais os idiomas dos estudos. Nesta etapa deve-se prezar pela
abrangência e relevância.
As bases de dados exploradas foram Scopus e PubMed, cada uma com sua estratégia
de busca específica. Foram empregados operadores booleanos “OR” e “AND” para relacionar
os termos da pesquisa. As buscas foram realizadas nos campos títulos, resumos e os
48
Base de
Termos de Busca
dados
(TITLE-ABS-KEY(LACOSAMIDE) OR TITLE-ABS-KEY(LEVITIRACETAM) OR TITLE-
ABS-KEY(ESLICARBAZEPINE) OR TITLE-ABS-KEY(STIRIPENTOL) OR OR TITLE-
ABS-KEY(PREGABALIN) OR TITLE-ABS-KEY(RUFINAMIDE) OR TITLE-ABS-
KEY(ZONISAMIDE) AND TITLE-ABS-KEY(CONVULSIONS) OR TITLE-ABS-
KEY(CONVULSION) OR TITLE-ABS-KEY(SEIZURE) OR TITLE-ABS-KEY(SEIZURES)
AND TITLE-ABS-KEY(PEDIATRIC) OR TITLE-ABS-KEY(PEDIATRICS) OR TITLE-
ABS-KEY(CHILDREN) OR TITLE-ABS-KEY(CHILD)) AND ( LIMIT-TO (
Scopus PUBYEAR,2019) OR LIMIT-TO ( PUBYEAR,2018) OR LIMIT-TO ( PUBYEAR,2017) OR
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PUBYEAR,2014) OR LIMIT-TO ( PUBYEAR,2013) OR LIMIT-TO ( PUBYEAR,2012) OR
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LIMIT-TO ( PUBYEAR,2001) OR LIMIT-TO ( PUBYEAR,2000) )
Search: ((((((((Eslicarbazepine acetate[Title/Abstract]) OR (Lacosamide[Title/Abstract])) OR
(Levetiracetam[Title/Abstract])) OR (Pregabalin[Title/Abstract])) OR
(Rufinamide[Title/Abstract])) OR (Stiripentol[Title/Abstract])) OR
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OR (children[Title/Abstract])) Filters: Journal Article, Newborn: birth-1 month, Infant: 1-23
months, Preschool Child: 2-5 years, Child: 6-12 years, English, from 2000 - 2019 Sort by:
Publication Date
3) Seleção dos estudos: antes de se proceder com a seleção dos estudos foram
estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão, de forma a eliminar as referências que não se
enquadrem na questão norteadora da pesquisa. A seleção foi feita através da leitura dos títulos
e dos resumos por dois pesquisadores independentes. Quaisquer divergências foram
solucionadas por consenso. Caso o título e o resumo dos trabalhos estiverem dentro da
49
proposta do estudo, seguiu-se a leitura e análise na íntegra. No caso desta revisão foram
adotados os seguintes critérios de inclusão, relativos a cada componente do PCC:
População: estudos clínicos intervencionais, cujos participantes fossem crianças até
12 anos, de ambos os sexos, que sofressem de episódios convulsivos de qualquer natureza
etiológica, refratários aos tratamentos convencionais. Foram incluídos estudos abrangendo
uma faixa etária superior àquela preestabelecida, desde que houvesse possibilidade de se
extrair os dados referentes à faixa etária de interesse.
Conceito: resultados obtidos acerca de eficácia e segurança com fármacos
anticonvulsivantes aprovados para uso humano, entre os anos 2000 e 2010, pertencentes à
terceira geração de anticonvulsivantes, Eslicarbazepina, Lacosamida, Levetiracetam,
Pregabalina, Rufinamida, Stiripentol e Zonisamida.
Contexto: qualquer quadro clínico em que a convulsão pudesse ocorrer levando ao uso
crônico desses anticonvulsivantes como terapia adjuvante.
4) Extração de dados: essa extração foi realizada por meio da elaboração de uma
ferramenta de extração de dados, objetivando oferecer ao leitor uma sinopse dos resultados.
Foi desenvolvida uma ferramenta de extração de dados de modo a se compilar detalhes
específicos sobre os participantes, conceito, contexto e métodos de estudo pertinentes à
questão da revisão do escopo e objetivos específicos.
A ferramenta de extração de dados foi concebida com base nos seguintes itens: título,
autor(es), base de dados, periódico, país de origem do primeiro autor, ano de publicação,
coautoria da indústria farmacêutica, objetivos, desenho metodológico, população, tamanho da
amostra, duração do estudo, tipos de crises, diagnóstico, dose e forma farmacêutica, fármacos
concomitantes, desfechos primários e secundários, reações adversas.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta revisão de escopo considerou estudos que incluíam crianças de ambos os sexos
até 12 anos de idade que sofriam episódios convulsivos de qualquer natureza etiológica,
refratárias ao esquema terapêutico convencional. Poderiam ser incluídos estudos abrangendo
uma faixa etária superior àquela preestabelecida, desde que houvesse possibilidade de se
extrair os dados referentes à faixa etária de interesse.
estruturação foram solucionadas por consenso. A exclusão posterior de quaisquer artigos foi
devidamente registrada.
Após a leitura na íntegra foram retirados 41 estudos que não se enquadravam no perfil
dessa revisão. As exclusões ocorreram por uma ou mais das seguintes razões: os artigos não
respondiam à pergunta norteadora da pesquisa; não atendiam aos critérios de inclusão,
relatavam protocolos de pesquisa; ou a população avaliada se situava em faixa etária muito
superior àquela pré-estabelecida sem a devida estratificação dos resultados que possibilitasse
a extração dos dados relevantes; trabalhos que versavam apenas sobre a utilização do fármaco
em regime de monoterapia. Portanto, esta revisão de escopo foi desenvolvida com base em 31
artigos, que estão apresentados no Quadro 5.
A busca nas bases de dados foi programada para a pesquisa de 7 anticonvulsivantes,
cujas datas de aprovação e/ou primeira utilização se situava entre 2000 e 2010, a saber:
Eslicarbazepina, Levetiracetam, Lacosamida, Pregabalina, Rufinamida, Stiripentol e
Zonisamida. Entretanto, os 31 artigos incluídos para leitura completa não contemplam o
fármaco Zonisamida, pois não foram encontrados ensaios clínicos com pacientes na faixa
etária de interesse empregando esse fármaco. A Figura 13 mostra a distribuição anual da
publicação de estudos com os artigos selecionados entre os anos de 2000 e 2019, enquanto a
Figura 14 apresenta a contribuição de cada país para o montante de artigos selecionados para
essa revisão, baseada no país de origem do primeiro autor.
53
Figura 12: Fluxograma dos artigos identificados, selecionados e incluídos no estudo para
extração de dados. Fonte: Elaborado pela autora.
54
Quadro 5 - Distribuição dos estudos analisados por medicamentos, título do artigo, autor principal, periódico e país do primeiro autor.
ESLICARBAZEPINA
Effects of adjunctive eslicarbazepine acetate on neurocognitive (2018) Epilepsy & Behavior, v. 81, p.1-
JÓŹWIAK et al Polônia
functioning in children with refractory focal-onset seizures 11.
Efficacy and tolerability of adjunctive lacosamide in pediatric (2019) Neurology. v. 93, n. 12, e1212-
FARKAS et al Hungria
patients with focal seizures e1226.
Continua
Pharmacokinetic Study of Levetiracetam in Children PELLOCK et al (2001) Epilepsia, v. 42, n. 12, p. 1574-1579. EUA
Long-term use of Levetiracetam in patients with severe childhood- STUELPNAGEL (2007) European Journal of Paediatric
Alemanha
onset epilepsy et al Neurology, v. 11, n. 6, p. 341-345.
56
Continua
Add-on levetiracetam in children and adolescents with refractory CALLENBACH (2008) European Journal of Paediatric Países
epilepsy: Results of an open-label multi-centre study et al Neurology, v. 12, n. 4, p. 321-327. Baixos
LEVETIRACETAM
Continua
The efficacy of levetiracetam for focal seizures and its blood levels (2015) Brain and Development, v. 37, n. 8, p.
IWASAKI et al Japão
in children 773-779.
Comparative Efficacy of Zonisamide and Pregabalin as an TAGHDIRI et (2015) Iranian Journal of Child Neurology, v. 9,
Irã
Adjunctive Therapy in Children with Refractory Epilepsy al n. 1, p. 49-55
Pregabalin as Adjunctive Treatment for Focal Onset Seizures in ANTINEW et (2019) Journal of Child Neurology, v. 34, n. 5,
EUA
Pediatric Patients: A Randomized Controlled Trial al p. 248-255.
58
Continua
Rufinamide in refractory childhood epileptic encephalopathies (2011) European Journal of Neurology, v.18, n.
COPPOLA et al. Itália
other than Lennox–Gastaut syndrome 2, pp. 246-251.
RUFINAMIDA
Continua
Stiripentol in Childhood Partial Epilepsy: Randomized Placebo- CHIRON et (2006) Journal of Child Neurology, v. 21, n. 6,
França
Controlled Trial with Enrichment and Withdrawal Design al pp. 496-502.
Figura 13: Distribuição temporal dos ensaios clínicos que compõem a Revisão de Escopo
(N=31).
Figura 14: Distribuição percentual da contribuição dos países dos primeiros autores para o
número de artigos incluídos na revisão (N=31).
61
A ferramenta de extração de dados foi concebida com base nos seguintes itens: título,
autor (es), base de dados, periódico, país de origem do primeiro autor, ano de publicação,
participação na forma de coautoria da indústria farmacêutica, objetivos, desenho
metodológico, população, tamanho da amostra, duração do estudo, tipos de crises,
diagnóstico, dose e forma farmacêutica, fármacos concomitantes, desfechos primários e
secundários, reações adversas.
Antes de apresentar os resultados por fármaco alguns pontos devem ser elucidados
para melhor compreensão desta revisão de escopo. Diversos ensaios incluídos foram divididos
pelos pesquisadores em diferentes fases para melhor avaliação dos efeitos dos medicamentos
investigados.
Outro quesito a ser destacado é o ponto final considerado em cada estudo. O ponto
final consiste na redução da frequência das convulsões de modo que esse resultado venha ser
clinicamente significativo para os pesquisadores. Por exemplo, a maioria deles considera um
índice mínimo de 50% de redução das crises para considerar o indivíduo respondente ao
62
tratamento, outros consideram uma escala de 25%, 50%, 75% e até 100% de resposta. No
caso da redução em 100%, o paciente foi considerado “livre de convulsões”.
Quadro 6 - Distribuição dos estudos analisados por medicamentos, autor e ano, principais objetivos e participação da indústria farmacêutica.
OBJETIVOS
ESLICARBAZEPNA
AUTOR E ANO DE
Efeitos cognitivos Participação da indústria
PUBLICAÇÃO Eficácia Farmacocinética Segurança Tolerabilidade
e comportamentais
Almeida, L. et al., 2008 X X X BIAL—Portela & Co/ SA
OBJETIVOS
AUTOR E ANO DE Efeitos cognitivos Eficácia Farmacocinética Segurança Tolerabilidade
Participação da indústria
PUBLICAÇÃO e
LEVETIRACETAM
comportamentais
Callenbach, P.M.C. et al., 2008 X X UCB Pharma
Levisohn, P.M. et al., 2009 X X X UCB Pharma
Piña-Garza, E.J. et al., 2009 X X X UCB Pharma
Piña-Garza, E.J. et al., 2010 X X X UCB Pharma
Chhun, S. et al., 2011 X X UCB Pharma
Schiemann-Delgado, J. et al., 2012 X X X UCB Pharma e outras
Iwasaki, T. et al., 2015 X X X Não relata
Mann, D. et al., 2014 X X X X Pfizer e outras
PREGABALINA
Continua
OBJETIVOS
AUTOR E ANO DE
Efeitos cognitivos Eficácia Farmacocinética Segurança Tolerabilidade
RUFINAMIDA
Figura 15: Participação da indústria farmacêutica como apoiadora dos estudos selecionados
nesta revisão de escopo.
A apresentação dos ensaios clínicos será feita em subseções por fármaco estudado
acompanhado de um quadro que sumariza os resultados.
5.1.1. Eslicarbazepina
Título Pharmacokinetics, efficacy, and tolerability of eslicarbazepine acetate in children and adolescents with epilepsy
- Investigar a farmacocinética da Eslicarbazepina (ESL) em crianças e adolescentes;
Objetivos
- Investigar sua eficácia e tolerabilidade.
Tipos de crises Crises simples ou complexas com ou sem generalização secundária.
Diagnóstico Distúrbios congênitos ou hereditários, doenças infecciosas e doença cerebrovascular.
Estudo aberto (open label), monocêntrico.
Desenho metodológico
Duração da intervenção: 14 semanas Duração do estudo: 20 semanas
Grupo 1 (2 – 6 anos): Média: 4,1 ± 1,4 anos /Mediana: 4 N = 11
População Grupo 2 (7 – 11 anos): Média: 9,1 ± 1,6 anos/Mediana: 9 N = 8
Almeida, 2008
eficácia, particularmente porque o número de pacientes em cada faixa etária foi relativamente
baixo. Apesar desta limitação, as descobertas deste estudo mostram uma clara relação da dose
com a diminuição na frequência de crises nos grupos 1 e 3, sendo que um paciente em cada
grupo ficou livre das crises convulsivas durante o tratamento.
Os regimes de dose de ESL 5 mg/kg/dia e 15 mg/kg/dia foram bem tolerados. Todos
os eventos adversos foram de intensidade leve, exceto um caso de agitação psicomotora de
intensidade moderada (5 mg/kg/dia). Com doses de 30 mg/kg/dia, as reações foram mais
frequentes, tendiam a ser mais graves e principalmente relacionadas ao SNC. Este perfil está
alinhado com o que foi observado em pacientes adultos. Um paciente no grupo 1 e um
paciente do grupo 2 interromperam o tratamento devido ao agravamento das convulsões
durante o período de esquema de dose com 30 mg/kg/dia.
Os níveis plasmáticos de ESL nestes 2 pacientes foram semelhantes às concentrações
plasmáticas médias observadas em pacientes que receberam a dosagem de 30 mg/kg/dia no
grupo de idade correspondente, excluindo assim possível toxicidade devido a níveis
plasmáticos anormalmente elevados de ESL. Uma avaliação das concentrações plasmáticas
dos anticonvulsivantes concomitantes não pôde ser realizada.
Os efeitos adversos oriundos do tratamento divididos pelos grupos etários, em ordem
decrescente de frequência, são apresentados no Quadro 8.
de 100%) desde o início do estudo. A segurança foi determinada pela incidência de eventos
adversos emergentes do tratamento.
O estudo foi dividido em três fases, denominada pelos autores de parte I, II e III. A
parte I consistiu em um período de base observacional de 4 semanas, seguido por um período
duplo-cego de 12 semanas. Estas 12 semanas englobou um período de 4 semanas de aumento
na titulação da dose a partir de 10 mg/kg/dia por 2 semanas seguido por outro incremento de
dose de 20 mg/kg/dia durante 2 semanas (até um máximo de 1200 mg/dia). Este período foi
seguido por 8 semanas de manutenção em duplo-cego de 30 mg/kg/dia (ou até um máximo de
1200 mg/dia) caso o paciente tolerasse esta dose. Em seguida houve um período de até 4
semanas em que o tratamento foi escalonado para a dose de 10 mg/kg/dia, e então, um
período observacional adicional de 4 semanas para acompanhar esses pacientes.
A parte II compreendeu um período de um ano, do tipo aberto e não controlado.
Todos os pacientes que entraram neste período inicialmente receberam uma dose de 10
mg/kg/dia de ESL, porém esta dose foi titulada pelos pesquisadores de acordo com a resposta
clínica, com doses que variavam de 10 a 30 mg/kg/dia (dose máxima permitida de 1200 mg
uma vez diariamente). Os pacientes realizaram seis visitas programadas durante a parte II para
monitoramento contínuo da segurança e desempenho das avaliações do estudo. No final da
parte II, os pacientes seguiam para um período de acompanhamento ou um período adicional
de estudo aberto de tratamento com a ESL por 2 anos (parte III). Para pacientes que
concluíram a parte II e não entraram na extensão adicional de dois anos foi realizada uma
visita pós-estudo aproximadamente 4 semanas após a conclusão da Parte II. A Figura 16
esquematiza este desenho.
72
Título Effects of adjunctive eslicarbazepine acetate on neurocognitive functioning in children with refractory focal-onset seizures
Objetivos Avaliar os efeitos da Eslicarbazepina nas funções cognitivas em crianças e adolescentes com convulsões refratárias.
Tipos de crises Crises focais simples, complexas e secundariamente generalizadas.
Diagnóstico Epilepsia
Estudo multinacional, multicêntrico de fase II, randomizado (2:1), duplo cego, controlado. Dividido em 3 partes:
*Parte I: período observacional + período de escalonamento de dose + período duplo-cego de manutenção de dose;
Desenho metodológico *Parte II: período aberto (open label), não controlado, de um ano;
*Parte III: período de redução de dose/ acompanhamento ou aberto (open label) de tratamento com ESL.
Duração da intervenção: Entre 1 ano e 6 meses a 3 anos e 4 meses Duração do estudo: 3 anos e 6 meses
Grupo Intervenção (N = 83) Grupo Controle (N = 40)
Média: 11,8 ± 3,1 anos Média: 11,6 ± 2,8 anos
População
*6 – 11 anos: N= 36 *6 – 11 anos: N= 18
Jóźwiak, 2018
A população foi composta por crianças e adolescentes, estratificados por faixa etária,
que tenham passado por pelo menos 2 crises epilépticas de origem focal (número maior ou
igual a 4 no mês anterior à entrada no estudo), recebendo de 1-2 anticonvulsivantes (exceto
oxcarbazepina) e apresentando quociente de inteligência (QI) maior ou igual a 70.
O teste das Matrizes Progressivas Padrão de Raven (SPM) também não exibiu
diferenças estatisticamente significativas entre placebo e ESL em ambos os grupos de idade.
No CBCL médio, as pontuações iniciais foram semelhantes entre ambos os braços do estudo
(intervenção e controle), e no final do período duplo-cego, a diferença média entre os grupos
de tratamento mostraram pouca mudança e foi semelhante entre os grupos de tratamento
iniciais, quando considerados separadamente. Os resultados para o questionário CHQ-PF50
entre os pacientes originalmente randomizados para ESL demonstraram que os escores
melhoraram ligeiramente em todas as faixas etárias entre a randomização (linha de base
duplo-cega) e o final da fase de estudo aberto.
a 25%). O Quadro 10 mostra esses dados obtidos em dois momentos do ensaio, ao longo do
período de manutenção de 8 semanas e durante o período aberto de 1 ano, respectivamente.
Dois pacientes (5,0%) no grupo placebo e 18 (21,7%) no grupo ESL, que completaram
o período de manutenção, alcançaram a redução de 100% das convulsões. Durante esse
período as taxas de redução foram semelhantes entre o grupo placebo e o grupo ESL para a
faixa de redução de menor que 75% a menor que 100% e de maior ou igual a 50% a maior ou
igual a 75%.
Durante o período aberto de um ano, a maioria dos pacientes mostrou uma redução
superior a 50% na frequência de convulsões, nos dois grupos. Dos pacientes respondentes, a
redução de menor que 75% a menor que 100% atingiu proporções comparáveis entre os dois
grupos (29,7% para o grupo placebo no período anterior duplo-cego e 33,3% para o grupo
ESLinicial). Os resultados de segurança para este estudo mostraram que as reações adversas
emergentes do tratamento tiveram uma incidência semelhante entre os grupos ESL (41,0%) e
controle (47,5%) no período duplo-cego. As mais frequentemente relatadas, consideradas
pelos pesquisadores aquelas com incidência superior a 3%, em ambos os grupos foram dores
de cabeça (9,6% ESL; 15,0% placebo), sonolência (6,0% ESL; 5,0% placebo) e vômitos
(6,0% ESL; 2,5% placebo).
76
Os autores pontuam que embora uma comparação indireta com outros estudos sugiram
que a ESL cause menos efeitos neurocognitivo e comportamental em comparação com outros
tratamentos adjuvantes em pacientes pediátricos, estudos diretos seriam necessários para
confirmar esses achados.
5.1.2. Lacosamida
Foram incluídos 4 estudos empregando a Lacosamida (LCM) em crianças e
adolescentes, concebidos respectivamente por Verrotti e colaboradores (2013), Ngampoopun
e colaboradores (2018), Farkas e colaboradores (2019) e Ferreira e colaboradores (2019).
Dois desses trabalhos incluíram infantes com idades abaixo de um ano, Ngampoopun e
colaboradores (2018) e Ferreira e colaboradores (2019). O primeiro trabalho inseriu crianças a
partir dos 8 meses e no segundo os pacientes poderiam participar com idades a partir de
apenas um mês.
O estudo conduzido por Verrotti e colaboradores (2013) foi estruturado conforme
descrito no Quadro 11. A frequência das convulsões durante as 4 semanas anteriores ao
início do estudo foi tomada como linha de base. Todos os pacientes foram divididos em dois
77
grupos: grupo A (idade menor que 16 anos) e grupo B (idade maior ou igual a 16 anos)
utilizando a LCM de modo off label. Após o período de titulação, os pacientes entraram num
período de manutenção de 12 meses e foram avaliados em 3, 6 e 12 meses. Nenhuma
mudança na dose do fármaco foi permitida durante o período de manutenção.
Os pacientes incluídos tinham que ter pelo menos 1 ano de histórico de crises
convulsivas a despeito do tratamento com pelo menos 2 fármacos anticonvulsivantes, estarem
em regime de tratamento estável com 1 a 4 fármacos, com ou sem estimulação do nervo vago,
nas 4 semanas anteriores ao ensaio.
78
Título Lacosamide in pediatric and adult patients: Comparison of efficacy and safety
Objetivos Avaliar a segurança e eficácia da Lacosamida em adultos e crianças.
Tipos de crises Crises generalizadas; focais; focais evoluindo para bilaterais e mistas.
Dentre os fatores causadores das crises convulsivas estão: desordem de migração neural; leucoencefalopatia; encefalite;
Diagnóstico encefalopatia; hidrocefalia; atrofia do córtex cerebral; gliosis múltipla; lesão poroencefálica; lesão do hipocampo; trissomia do
cromossomo 13; lobectomia temporal direita; necrose talâmica bilateral; hamartoma hipotalâmico e causas não identificadas.
Desenho Estudo aberto (open – label), prospectivo, multicêntrico.
metodológico Duração do estudo: 15 meses Duração do estudo: 15 meses
Grupo A (< 16 anos): Média: 10,8 ± 3,14 anos (4 – 15 anos) / n = 59
População
Grupo B (≥ 16 anos): Média: 21,0 ± 5,62 anos (16 – 38 anos) / n = 59
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Fármaco de estudo (com escalonamento de dose) + Fármacos concomitantes.
controle *Não houve grupo controle
Verroti, 2013
Fármacos Os mais utilizados em ordem decrescente são: Valproato, Levetiracetam, Carbamazepina, Clobazam, Topiramato, Lamotrigina.
concomitantes *O número de anticonvulsivantes utilizados pelos pacientes variou de 1 a 4 fármacos.
*Dose:
Dose e forma Grupo A: 3 a 12 mg/kg/dia
farmacêutica Grupo B: 100 a 600mg/dia
Forma farmacêutica: Xarope e comprimido (o estudo não relata as concentrações das formas farmacêuticas).
*Desfechos primários:
Avaliação após 3 meses de estudo: 47,4% dos indivíduos de ambos os grupos A e B, apresentaram redução de 50% na frequência
de convulsões.
Avaliação após 6 meses de estudo: 52,5% dos indivíduos do grupo A e 44,1% do grupo B apresentaram redução de 50% na
frequência das crises.
Desfechos Avaliação após 12 meses de estudo: 47,4% do grupo A e 39% do grupo B mantiveram a redução de 50% no número de episódios
convulsivos.
Trinta e cinco indivíduos do grupo A (30,5%) e do grupo B (28,8%) apresentaram reações adversas durante o período de
tratamento. As reações mais comuns foram dispepsia para o grupo A e tontura para o grupo B.
*Desfechos secundários: Não relatado
79
Este estudo demonstrou que a terapia adjuvante com LCM reduz a frequência das
crises tanto em pacientes pediátricos e adultos com epilepsia refratária do tipo focal e
generalizada. Todavia, a melhor resposta ao fármaco foi observada em pacientes que sofriam
de convulsões focais. Esses indivíduos mostraram a menor taxa de descontinuação e a maior
taxa de 50% de resposta nos grupos A e B.
Os eventos adversos mais comuns foram tontura, dor de cabeça, sonolência, dispepsia,
vômitos, irritabilidade e náuseas. Outros efeitos incluíram parestesia, diplopia, falta de apetite,
distúrbio de equilíbrio, fadiga, dor abdominal e vertigens. Um paciente experimentou status
epilepticus. Os eventos adversos geralmente tiveram início durante o período de titulação. A
maioria dessas reações foi de intensidade leve a moderada e resolvida pela desaceleração da
taxa de titulação do fármaco. Os eventos que levaram à descontinuação foram: vômitos (2 no
grupo A; 1 no grupo B), vertigem (3 no grupo A) e status epilepticus (1 no grupo B).
Esse ensaio incluiu pacientes que tiveram convulsões incontroláveis após terapias
anticonvulsivantes de primeira linha (benzodiazepínicos, fenitoína, ácido valpróico e
fenobarbital) ou aqueles cujo emprego de alguns fármacos de primeira linha está
80
Effectiveness and Adverse Effect of Intravenous Lacosamide in Nonconvulsive Status Epilepticus and Acute Repetitive Seizures in
Título Children
Conduzir um estudo a respeito da eficácia e tolerabilidade da Lacosamida (LCM) intravenosa como tratamento aditivo ou monoterapia
Objetivos
em crianças tailandesas menores de 18 anos em status epiléptico não-convulsivo ou convulsões repetitivas.
Tipos de crises Status epilepticus não-convulsivo ou convulsões repetitivas.
Traumatismo craniano; síndrome de Lennox Gastaut; esquizencefalia; lipofusinose ceróide neuronal; encefalite anti-receptor NMDA e
Diagnóstico
etiologia desconhecida.
Estudo intervencional, prospectivo, monocêntrico e aberto (open label).
Desenho metodológico
Duração do estudo: 3 dias Duração do estudo: 24 meses
População N = 11/ Média de idade: 11 anos (8 meses – 16 anos)
Ngampoonum, 2018
Grupo intervenção: O fármaco intravenoso foi adicionado aos medicamentos administrados como parte de um protocolo padrão,
Grupo intervenção/
incluindo uma sequência de benzodiazepínico, fenitoína, ácido valpróico e/ou fenobarbital.
controle
*Não houve grupo controle
Os pacientes faziam uso prévio dos seguintes fármacos de forma regular: Levetiracetam; Clonazepam; Ácido valpróico; Topiramato;
Diazepam; Clobazam; Perampanel; Lamotrigina; Fenitoína; Fenobarbital; Carbamazepina.
Fármacos concomitantes *A maioria dos pacientes (90,9%) apresentava epilepsia pré-existente subjacente, incluindo epilepsia focal de etiologia desconhecida
(36,3%) e síndrome de Lennox-Gastaut (27,2%) e recebiam em média 3,5 fármacos concomitantes (faixa 2-5) enumerados
anteriormente.
*Dose inicial: 10 mg/kg/dose (dose máxima de 400 mg). Média de 227 mg (8,3 mg/kg/dose)
Dose e forma *Dose manutenção: 1-10 mg/kg/dia administrada duas vezes por dia durante três dias.
farmacêutica Média de 125 mg (4,6 mg/kg/dose).
Forma farmacêutica: O artigo não relata
*Desfechos primários: A LCM intravenosa se mostrou eficaz em 100% dos pacientes, havendo redução na frequência das crises
dentro de 24horas após a administração. Oito pacientes (72,7%) foram considerados respondentes no final do estudo, e um deles
tornou-se livre de convulsões. Um mês antes do estudo a frequência média das crises era de 6 crises/dia. Após 24 horas da
Desfechos administração do fármaco caiu para 1 crise/dia e após uma semana essa frequência foi de 1,75 crises/dia.
Em termos de efeitos adversos, um paciente experimentou bradicardia. Não ocorreram outros efeitos adversos e nenhuma instabilidade
hemodinâmica durante a infusão foi documentada neste estudo.
*Desfechos secundários: Não relatado
82
O ensaio produzido por Farkas e colaboradores (2019) (Quadro 13) foi realizado em
114 locais na Europa, América do Norte, América Latina e região do Pacífico na Ásia. Foi
projetado do seguinte modo: um período de linha de base de 8 semanas, um período de
tratamento de 16 semanas (titulação de 6 semanas, manutenção de 10 semanas), período de
redução/transição de 4 semanas e mais um período de acompanhamento de segurança de 30
dias para pacientes que não ingressaram no ensaio de extensão aberto.
Pacientes que não conseguiram alcançar a dose mínima desejada ao final do período
de titulação de 6 semanas foram retirados. Nenhum ajuste de dose adicional foi permitido
durante o período de manutenção de 10 semanas. Os participantes que completaram o período
de manutenção tiveram a opção de transição para um ensaio de extensão aberto (open label)
ou redução gradual da dose do medicamento.
Título Efficacy and tolerability of adjunctive lacosamide in pediatric patients with focal seizures
Avaliar a eficácia e tolerabilidade da Lacosamida como tratamento adjuvante em crianças e adolescentes com convulsões
Objetivos focais não controladas.
Tipos de crises Convulsões de início parcial, simples ou complexas.
Retardo mental, paralisia cerebral, hemiparesia, atraso no desenvolvimento
Diagnóstico *Essas condições poderiam ocorrer de forma simultânea
Desenho Estudo duplo-cego, randomizado (1: 1), controlado por placebo, multicêntrico, multinacional.
metodológico Duração da intervenção: 20 semanas Duração do estudo: 40 meses
N = 343
Crianças e adolescentes (≥4 – <17 anos de idade) com diagnóstico de epilepsia com crises focais (início parcial) não
controladas após um curso adequado de tratamento (na opinião do investigador) com 2 ou mais anticonvulsivantes
População
(simultâneos ou sequenciais).
*Grupo intervenção: Média de idade: 10,5 ± 3,6 anos (n = 171)
Farkas, 2019
Título Safety and tolerability of adjunctive lacosamide in a pediatric population with focal seizures – An Open-Label Trial
Avaliar a segurança e a tolerabilidade da Lacosamida empregada de forma adjuvante em crianças com convulsões
Objetivos
focais.
Tipos de crises Quaisquer convulsões de início parcial.
Diagnóstico Epilepsia
Ferreira, 2019
Continua
Estão dispostos por ordem decrescente de frequência de uso: Levetiracetam; Lamotrigina; Oxcarbazepina;
Fármacos concomitantes Valproato; Topiramato e Fenobarbital.
* O número de fármacos variou de 1 a 3.
* Dose
Ferreira, 2019
Embora este ensaio não tenha sido projetado para avaliar a eficácia, todas as faixas
etárias apresentaram uma pequena redução percentual na frequência geral de convulsões por
28 dias do período de base para o período de tratamento. No geral, a proporção de pacientes
que alcançaram redução na frequência de convulsões focais em percentual maior ou igual a
50% por 28 dias do período de base até o fim do tratamento foi de 21,7% (10/46 pacientes),
enquanto 13,0% (6/46 pacientes) obtiveram uma redução maior ou igual a 75%.
Eventos adversos foram relatados por 42/47 (89,4%) dos pacientes. Os mais comuns
(maior ou igual a 10% dos pacientes) foram vômitos (21,3%), diarreia (14,9%), sonolência
(12,8%), irritabilidade, tontura e pirexia (10,6%). Vinte (42,6%) pacientes foram
descontinuados devido a eventos adversos, tais como vômitos (8,5%), perturbação da marcha,
tontura e sonolência (6,4%). Seis (12,8%) pacientes relataram eventos mais graves, como
status epilepticus (3/47; 6,4%).
Seis pacientes experimentaram um único efeito adverso grave como status epilepticus
(n=3), pneumonia viral, infecção viral do trato respiratório superior e desidratação (n=1 cada).
Entre os três pacientes que relatam estado epiléptico, um (com 2 anos de idade) sofreu uma
crise considerada grave em intensidade, que se resolveu após 1 dia. Este evento foi
considerado relacionado à lacosamida e levou o paciente a ser excluído do ensaio. Os outros
dois pacientes (4 anos e 1 ano, respectivamente) também passaram pelo quadro de status
epilepticus, entretanto, não foram considerados relacionados à lacosamida, e foram de
intensidade leve ou moderada.
5.2.2. Levetiracetam
Começando pela categoria de estudos open label, o primeiro trabalho incluído foi
conduzido por Pellock e colaboradores (2001) (Quadro 16), tratando-se de um ensaio de
titulação projetado para examinar a farmacocinética do LEV durante um período de 24 horas
a partir de uma única dose de 20 mg/kg. Amostras de sangue foram colhidas antes e 1, 2, 4, 9,
12, 16, e 24 horas após a dose. Amostras de urina para análise do LEV e do seu metabólito
UCB L057 foram solicitados antes e em 0-2, 2-4, 4-9, 9-16 e 16-24 horas após a dose.
Nenhum controle foi feito para a ingestão de alimentos. Após a conclusão do estudo,
os pacientes entraram em um estudo aberto de eficácia e segurança, que foram relatados à
parte em outro trabalho.
90
O segundo estudo foi conduzido por Grosso e colaboradores (2005) (Quadro 17), de
modo a refletir sobre a prática clínica quando é necessário tomar a decisão de adicionar um
novo fármaco anticonvulsivante em pacientes pediátricos com convulsões refratárias.
Esse estudo foi estruturado da seguinte forma: foi solicitado aos pais e cuidadores de
crianças candidatas ao estudo que registrassem as frequências, os tipos e a duração das crises
durante de um período de 6 meses para que só então fosse possível iniciar o tratamento com
LEV. Em todos os pacientes foram realizados exames neurológicos gerais e os EEG foram
realizados no período de inclusão e depois de um mínimo de 8 semanas. Ao final do estudo
foram solicitados exames neurológicos, EEG, hemograma completo, análise urinária e
mensuração dos níveis de creatinina sanguínea, alanina e aspartato aminotransferase a cada 3
meses.
Título Efficacy and safety of levetiracetam: An add-on trial in children with refractory epilepsy
Objetivos Avaliar a eficácia e a segurança do Levetiracetam (LEV) em crianças com epilepsia refratária.
Tipos de crises Crises focais, generalizadas e não-classificadas.
Síndromes epilépticas (Dravet, Ohtahara, Lennox Gastaut), isquemia pós anoxia, malformações cerebrais,
Diagnóstico
anomalias cromossômicas, convulsões pós-infecciosas, entre outras causas.
Estudo aberto, multicêntrico, prospectivo.
Desenho metodológico
Duração da intervenção: entre 2 e 20 meses Duração da intervenção: a mesma da intervenção
Grosso, 2005
N = 110
População Crianças com idade entre de 6 meses a 15,9 anos.
Média de idade: 7,7 anos
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Levetiracetam + fármacos concomitantes.
controle *Não houve grupo controle
Dentre os medicamentos administrados concomitantemente estão, em ordem decrescente: Valproato,
Carbamazepina, Vigabatrina, Topiramato, Clonazepam, Lamotrigina, Clormetildiazepam e Fenobarbital.
Fármacos *O número de anticonvulsivantes administrados no início do tratamento com LEV variou de 1 a 5 fármacos
concomitantes (média = 2).
* Em torno de sete (faixa de 2-12) anticonvulsivantes foram experimentados antes da introdução do tratamento
com LEV.
93
Continua
* Forma farmacêutica e dose: dose diária de 5 mg/kg, dividida em 2 ou 3 administrações por dia, com aumento de dose a
Dose e forma
cada semana até um máximo de 60 mg/kg por dia.
farmacêutica
*Forma farmacêutica: O artigo não relata
*Desfechos primários:
Quarenta e cinco pacientes (41%) permaneceram em tratamento com LEV no último acompanhamento. Nos outros 65
Grosso, 2005
pacientes (59%) restantes, a dose do fármaco foi reduzida devido à ineficácia. Especificamente, 10 crianças (9%) se tornaram
livres de convulsões (cessação completa das crises), 33 (30%) tiveram uma redução na frequência das crises em mais de
50%, e 27 (24,5%) tiveram uma redução mínima (redução da frequência das crises inferior a 50%). Em outros 28 pacientes
Desfechos (25%) a frequência das crises permaneceu inalterada, enquanto 12 (11%) experimentaram um aumento na frequência das
convulsões. Reações adversas ocorreram em 16 pacientes (14%), mas estas foram consideradas leves em termos de
gravidade.
*Desfechos secundários:
Em 19 pacientes (17%), o LEV apresentou outros efeitos benéficos, além de redução das convulsões, como melhoria no
comportamento e níveis aumentados de concentração.
94
Em relação ao tipo de epilepsia, o LEV apresentou maior eficácia nas crises focais
(58% dos respondedores) em comparação com a epilepsia generalizada (37% dos
respondedores). Em 24 crianças (22%), um ou mais medicamentos concomitantes foram
retirados ou tiveram suas doses reduzidas sem afetar a frequência das crises. Pacientes com
um curto histórico de epilepsia (menos de 3 anos) eram mais propensos a se tornar
respondedores do que aqueles cujo histórico da doença tinha mais de 3 anos. Pacientes com
menos de 4 anos apresentaram maior proporção de respondedores (57%) em comparação com
pacientes mais velhos (35%).
A taxa de reações adversas foi de 39,8% em todos os pacientes. Não havia diferença
significativa entre os pacientes em monoterapia (42,9%) ou na politerapia (39,5%), bem como
não houve uma grande diferença entre os respondedores (38,7%) e não respondedores
(42,8%).
Os efeitos colaterais mais frequentes observados nos 6 primeiros meses foram fadiga
(12,5%), agressividade (7,8%) e distúrbios gastrointestinais (13,3%, 1 paciente com diarreia
sanguinolenta, reversível após o término do tratamento). Não foi observada uma dose-
dependência dos efeitos colaterais; segundo o julgamento dos avaliadores, em particular a
agressividade estava relacionada com o LEV e levou à descontinuação em 8%. No tratamento
em longo prazo nenhum efeito colateral adicional foi mencionado pelos pais ou cuidadores.
Continua
*Dose: 10 mg/kg/dia seguida de incrementos de 10 mg/kg/dia em intervalos de 1 semana até a dose de 50 a 60 mg/kg/dia
Dose e forma
dividida em duas administrações.
farmacêutica
*Forma farmacêutica: O artigo não relata a forma farmacêutica empregada.
Striano, 2007
Vinte e três (82,1%) pacientes completaram o ensaio. Durante a fase de titulação, 5 (17,8%) crianças foram retiradas, por causa
da irritabilidade (2), erupção cutânea (1), piora das convulsões mioclônicas (1), ou trombocitopenia (1).
Os respondedores foram 18/28 para convulsões tônico-clônicas (64,2%; 3 pacientes sem convulsão, 11 pacientes com redução
de 75% das crises, 4 pacientes com redução de 50%), 15/09 para convulsões mioclônicas (60%; 2 pacientes sem convulsões, 7
Desfechos pacientes com 75% de redução), 6/10 para convulsões focais (60%; 3 pacientes livres de convulsões, 2 pacientes com 75% de
redução, 1 paciente com 50%) e 4/9 para ausências (44,4%; 1 paciente livre de convulsões, 3 pacientes com redução de 75%).
No total, 18 de 28 pacientes foram respondedores para pelo menos um tipo de convulsão e 11/28 foram respondedores para em
pelo menos dois tipos de convulsões.
*Desfechos secundários: Não relatado
99
O fármaco foi bem tolerado pelos indivíduos que completaram o estudo. Sonolência
leve e transitória ou sedação ocorreram em dois indivíduos. Não houve mudanças
significativas nos exames laboratoriais no final do ensaio.
Add-on levetiracetam in children and adolescents with refractory epilepsy: Results of an open-label multi-centre
Título
study
Estudar a eficácia e a tolerabilidade do tratamento adjuvante com Levetiracetam em crianças e adolescentes com
Objetivos
epilepsia refratária.
Crises parciais simples, complexas e com generalização secundária; tônico-clônicas generalizadas; tônicas; atônicas;
Tipos de crises
mioclônicas; ausência e não classificadas.
Diagnóstico Epilepsia
Callenbach, 2008
Continua
*Dose: 10mg/kg/dia em dividida em duas administrações. Se a dose fosse bem tolerada, porém o controle da convulsão fosse
Dose e forma
insuficiente, a dose poderia ser aumentada em 10mg/kg/dia por duas semanas, com uma dose máxima de 60mg/kg/dia.
farmacêutica
*Forma farmacêutica: Comprimidos de 250mg e solução oral a 100mg/ml.
Callenbach, 2008
*Desfechos primários:
O Levetiracetam foi eficaz em vários tipos de convulsões. No geral, o fármaco foi mais eficaz em crises parciais do que em
convulsões generalizadas.
Quatorze indivíduos que apresentavam crises parciais (48%) de início parcial tiveram remissão completa com o tratamento.
Desfechos
Todas as crianças relataram pelo menos uma reação adversa relacionada ao comportamento, sono, problema cognitivo ou
físico que constavam no questionário padronizado que não estavam presentes antes do início do tratamento ou até pioraram
durante o estudo.
*Desfechos secundários: Não relatado.
102
O principal desfecho que se pretendia com este estudo era a taxa de retenção após 26
semanas de tratamento. A taxa de retenção foi de 69,7% (23/33 crianças permaneceram no
estudo). Quatro saíram devido à ineficácia do LEV; outras quatro deixaram o estudo porque a
frequência das crises aumentou e/ou estas se tornaram mais graves; e dois indivíduos tiveram
que ser retirados porque desenvolveram comportamento agressivo.
Treze dessas crianças (39,4%) tiveram uma redução de convulsão de mais de 50%
desde a obtenção de uma dose estável em comparação com as últimas 4 semanas antes da
inclusão. Dezessete crianças (51,5%) alcançaram redução de mais de 50% no período entre a
obtenção de uma dose estável e 26 semanas após o início do Levetiracetam (12 deles também
tiveram redução de mais de 50% na frequência das crises em 12 semanas).
Das 17 crianças, seis (18,2%) tornaram-se SF imediatamente depois de obter uma dose
estável e permaneceram assim durante o acompanhamento completo, e três outras crianças
(9,1%) foram SF pelo menos para as últimas 4 semanas em 26 semanas (duração média da
liberdade de crises dessas nove crianças: 15,7 semanas, intervalo 5,7-26 semanas); em outras
três crianças (9,1%) o período de liberdade de crises variou de 2 a 4 semanas em 26 semanas.
A remissão terminal nas 23 crianças que completaram o estudo variou de 0 a 187 dias
(média de 46 dias, mediana 14 de dias). A eficácia e a taxa de abandono não diferem
significativamente entre crianças com retardo mental e aqueles sem retardo mental.
Como critérios para inclusão, os pacientes tratados com estimulação do nervo vago
deveriam estar estabilizados por pelo menos 2 meses antes da primeira consulta do estudo,
sendo contabilizada como terapia anticonvulsivante. Aqueles que foram submetidos à cirurgia
relacionada à epilepsia deveriam ter um resultado devidamente documentado de falha.
Adjunctive Levetiracetam in Patients Aged 1 Month to <4 Years with Partial-Onset Seizures: Subpopulation Analysis of a
Título
Prospective, Open-Label Extension Study of up to 48 Weeks
Avaliar a eficácia e a tolerabilidade do LEV em longo prazo como tratamento adjuvante em bebês e crianças pequenas com
Objetivos
convulsões de início parcial.
Tipos de crises Crises parciais.
Malformação congênita; eventos perinatais; infecção cerebral; trauma craniano; origem idiopática ou genética; acidente
Diagnóstico
cerebrovascular; lesão degenerativa primária; cirurgia cerebral ou outras causas.
Desenho Ensaio prospectivo, aberto (open label), ambulatorial, multicêntrico.
metodológico Duração da intervenção: 48 semanas Duração do estudo: 44 meses
N = 152 Crianças com idade entre 1 mês e 4 anos com quadro de epilepsia com convulsões de início parcial, tratadas com
regime estável de 1 ou 2 anticonvulsivantes.
População Grupo intervenção: Média de idade 23,5 ± 12,4 meses *Não houve grupo controle
Piña-Garza, 2010
Os pacientes neste estudo apresentaram epilepsia grave, refletida na frequência de crises semanais em torno de 17,3 (variando
de 5,0 – 45,8 crises semanais). Durante a fase de manutenção, a redução percentual da média geral na frequência semanal de
convulsões a partir da linha de base foi de 56,0% (-10,9% para 92,8%), o que foi sustentado ao longo do tempo e pareceu
comparável em todos os estratos de idade (1 mês a menos que 1 ano, n = 25, 50,9%/ 1 a menos que 2 anos, n = 48; 58,0% e 2
a menos que 4 anos, n = 59; 55,0%).
A taxa geral de resposta (ou seja, maior que 50% de redução da linha de base em convulsões semanais de início parcial) foi de
Desfechos
53,8% (71/132), foi mantida ao longo do tempo, e foi consistente ao longo dos estratos de idade (1 mês a menos que 1 ano,
52,0%/ 1 menos que 2 anos, 56,3%/ 2 a menos que 4 anos, 52,5%).
O tratamento complementar com o LEV para até 48 semanas foi associado ao controle efetivo e sustentado das convulsões e
apresentou um perfil de tolerabilidade aceitável nesta população.
A porcentagem média de dias livres de qualquer tipo de convulsão foi de 57,4% (9,4%
- 90,7%). Dez pacientes ficaram livres de crises por período maior ou igual a 24 semanas. As
porcentagens de pacientes com liberdade de convulsão contínua (de todos os tipos de
107
A gravidade da doença avaliada pela Escala de Avaliação Global foi relatada como
melhorada em aproximadamente 76% dos pacientes. As melhoras percebidas na doença tanto
pelo investigador (76,2%) quanto pelos pais/responsáveis (75,8%) foram coerentes.
O regime de dose final alcançado foi mantido inalterado durante os primeiros 3 meses
do período de avaliação e poderia ser ajustado para os 3 meses seguintes em caso de controle
inadequado da convulsão ou efeitos colaterais.
A eficácia foi avaliada na população geral aos 3 e 6 meses de tratamento tendo como
parâmetro a redução em mais de 50% na frequência das crises em comparação com a linha de
base, e avaliando o número de crianças livres de convulsão. A taxa de resposta também foi
aferida de acordo com a síndrome epiléptica.
108
A prospective open-labeled trial with levetiracetam in pediatric epilepsy syndromes: Continuous spikes and waves during
Título
sleep is definitely a target
Objetivos Estudar a eficácia e segurança do LEV como terapia adjuvante de acordo com as síndromes de epilepsia refratária.
Tipos de crises Crises parciais; generalizadas e indefinidas.
Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox–Gastaut, epilepsia mioclônica-astática, e outras epilepsias generalizadas ou não
Diagnóstico
classificadas.
Chhun, 2011
Continua
Grupo intervenção/
Grupo intervenção: LEV + Fármacos concomitantes
controle
Os fármacos concomitantes estão em ordem decrescente de frequência de uso: Valproato, Lamotrigina, Clobazam,
Fármacos concomitantes Vigabatrina e Topiramato.
*O número de fármacos concomitantes variou de 1 a 3.
*Dose:
Dose inicial: 10 mg/kg (20 mg/kg para bebês menores de 2 anos) diariamente por duas semanas, e depois titulado a
20 mg/kg.
Dose e forma
Fase final: de 40 mg/kg (60 mg/kg em menores de 2 anos).
Chhun, 2011
farmacêutica
* A dose LEV não foi aumentada em caso de controle completo da convulsão e poderia ser diminuído em caso de
efeitos colaterais.
*Forma farmacêutica: O artigo não relata a forma farmacêutica empregada.
*Desfechos primários:
A taxa de resposta foi de 36% (37/102) e 32% (33/102) respectivamente em 3 e 6 meses de tratamento com LEV,
incluindo 6 pacientes (5,8%) livre de convulsões aos 3 meses e 7 (6,8%) aos 6 meses. Seis pacientes (5,8%)
apresentaram agravação aos 3 e 6 meses com aumento de mais de 50% na frequência de convulsões em relação à
linha de base. Entre os 33 respondentes aos 6 meses, a frequência de convulsões diminuiu em média 66% em 3
Desfechos meses de tratamento e em 79% aos 6 meses em comparação com a linha de base.
Trinta e três eventos adversos foram atribuídos ao LEV aos 3 meses e 39 aos 6 meses de tratamento. Para 5,9% dos
pacientes (6/102) os eventos foram relatados como graves e 4,9% (5/102) pacientes pararam o tratamento
prematuramente devido a tolerabilidade
*Desfechos secundários: Não relatado
110
A Long-Term Open-Label Extension Study Assessing Cognition and Behavior, Tolerability, Safety and Efficacy of
Título
Adjunctive Levetiracetam in Children Aged 4 to 16 Years with Partial-Onset Seizures
Avaliar a cognição e comportamento em crianças que apresentam crises parciais em uso de Levetiracetam utilizando a Escala
Objetivos
Internacional de Desempenho Leiter-R e a lista de verificação de comportamento infantil de Achenbach.
Tipos de crises Crises parciais.
Epilepsia; origem idiopática ou genética; infecção cerebral; malformação congênita; eventos perinatais; acidente
Diagnóstico
Schiemann-Delgado, 2012
Continua
*Dose:
Período de escalonamento: 20, 40, ou 60 mg/kg/dia, conforme a dose que estava recebendo anteriormente quando
Dose e forma participavam do estudo N01103.
Schiemann-Delgado, 2012
farmacêutica Período de manutenção: A dose desse período foi flexível e poderia ser aumentada até 100 mg/kg/dia (dose média 50,2
mg/kg/dia).
*Forma farmacêutica: O artigo não relata a forma farmacêutica empregada.
Desfechos *Desfechos primários:
O funcionamento cognitivo foi estável e as funções comportamentais e emocionais mostraram leves melhorias durante as 48
semanas de terapia adjunta com Levetiracetam, como avaliado pelo Leiter-R e o Achenbach Child Behavior Checklist.
*Desfechos secundários:
A redução percentual das convulsões de início parcial (variável de eficácia primária) foi de 86,4%. A taxa global maior ou
igual a 50% de respondedores em termos de frequência semanal das crises de início parcial foram de 69,1%. Esses resultados
foram sustentados em todo o período de manutenção da semana, 14/16 (de acordo com o cronograma de titulação) para a
semana 48. A porcentagem mediana de dias livres de qualquer convulsão durante o estudo foi de 97,3%, com média de 84,7%.
113
As comorbidades mais comuns na linha de base (maiores ou iguais a 10%) foram dor
de cabeça (15,5%), transtorno de aprendizagem (11,7%), transtorno de leitura (10,7%) e
atraso no desenvolvimento (10,7%), e 40,8% dos pacientes tinham histórico de desordens do
sistema nervoso.
No que concerne as reações adversas, 94 dos 103 pacientes (91,3%) relataram pelo
menos 1 efeito adverso durante o período de 48 semanas. A maioria foi classificada em
termos de intensidade como leves para moderados. Os mais comuns foram de dor de cabeça
(24,3%), pirexia (23,3%) e infecção do trato respiratório superior (21,4%).
Título Clinical experience with levetiracetam in childhood epilepsy: an add-on and mono-therapy trial
Avaliar o efeito do Levetiracetam em crianças que apresentavam uma variedade de síndromes epilépticas, englobando
Objetivos
convulsões parciais e generalizadas.
Tipos de crises Crises parciais, generalizadas e mistas.
Síndrome de West, Síndrome de Lennox-Gastaut, más formações corticais, esclerose tuberosa, epilepsia mioclônica
Lagae, 2005
Diagnóstico severa da infância, lesões cerebrais, desordens metabólicas, retardo mental isolado, autismo, tumores e causas
desconhecidas.
Estudo clínico prospectivo, como 2 grupos paralelos (LEV como monoterapia – não é o foco dessa revisão e LEV como
Desenho metodológico terapia adjuvante)
Duração da intervenção: 16 semanas Duração do estudo: 20 semanas
N = 67
Crianças >6 meses de idade.
População
Média de idade: 8 anos (0,5 - 16 anos)
*57 pacientes (85%) do grupo sofriam de retardo mental.
116
Continua
farmacêutica tolerabilidade.
* Forma farmacêutica: O artigo não relata a forma farmacêutica empregada.
*Desfechos primários:
Em 33/67 (49%) das crianças observou-se uma redução das convulsões em frequência maior que 50%.
Três das 67 crianças ficaram livres das crises.
Duas crianças (3%) interromperam o estudo devido ao surgimento de reações adversas, enquanto 42 (62%) não
Desfechos apresentaram efeito indesejado algum. A intensidade dessas reações foram de leve a moderada para 35% dos
pacientes.
*Desfechos secundários: Como efeitos positivos ao tratamento, 18 indivíduos (27%) apresentaram melhora na
comunicação verbal e não-verbal e 16 (24%) melhoraram o padrão de comportamento, permitindo que essas crianças
ficassem mais calmas e fossem manejadas e tratadas com maior facilidade.
117
Em cerca de 1/4 crianças houve um efeito positivo sobre o estado de alerta e/ou
comportamento. A melhora no alerta se refletiu no aprimoramento da comunicação verbal
e/ou não-verbal entre os cuidadores e a criança. O conceito de melhor comportamento na
maioria das crianças significava que a criança poderia ser manejada e tratada com maior
facilidade. Na maioria dos casos, as crianças ficaram mais calmas. Esses efeitos positivos
após a introdução do LEV nem sempre estavam relacionados com a redução de frequência das
convulsões. A qualidade de vida geral foi expressa em escala quantitativa de 0 a 10. Esta
escala foi concluída por 49/67 dos pais e a pontuação mediana foi 6 no grupo de terapia
complementar. As reações adversas encontram-se no Quadro 25.
O LEV foi eficaz para o tratamento de crises parciais e generalizadas, tanto em regime
de monoterapia como o de terapia adjuvante. A eficácia nas convulsões generalizadas é de
grande interesse já que diversas síndromes epilépticas em pediatria são caracterizadas pela
presença desses tipos de crises.
O ensaio clínico conduzido por Glauser e colaboradores (2006) (Quadro 26) foi
estruturado da seguinte forma: um período de 8 semanas de linha de base, seguido de um
período de tratamento duplo cego de 14 semanas (4 semanas de escalonamento de dose e um
período de avaliação de 10 semanas).Os pacientes retornavam à clínica para avaliações de
eficácia e tolerabilidade em intervalos de 2 semanas para as primeiras 6 semanas do período
de tratamento (visitas nas semanas 10, 12 e 14, com a visita de triagem como semana 0) e em
intervalos de 4 semanas para as 8 semanas restantes (visitas nas semanas 18 e 22). Na
conclusão período de tratamento duplo-cego, os pacientes poderiam se retirar do estudo por 6
semanas ou entrar em um período de conversão com cegamento levando a um estudo de
extensão aberto (open label). Apenas os resultados do período de tratamento duplo-cego são
relatados no artigo.
119
Avaliar a eficácia e a tolerabilidade do Levetiracetam (LEV) como terapia adjuvante em crianças com convulsões de
Objetivos
início parcial resistentes ao tratamento.
Tipos de crises Crises parciais simples, complexas e secundariamente generalizadas.
Glauser, 2006
Diagnóstico Epilepsia
Ensaio randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, em grupo paralelo.
Desenho metodológico
Duração da intervenção: 14 semanas Duração do estudo: 42 meses
N = 198
Crianças de 4 a 16 anos, e pesando de 13,5 a 80 kg.
População
Grupo intervenção: Média de idade 10,4 anos (4 – 17 anos) n = 101
Grupo controle: Média de idade 97 meses (3 – 17 anos) n = 97
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: LEV + Fármacos concomitantes
controle Grupo controle: Placebo + Fármacos concomitantes
120
Continua
farmacêutica * Se o paciente não pudesse tolerar 60 mg/kg/dia, a dose poderia ser reduzida para 40 mg/kg/dia e mantida durante o
restante do período de avaliação. Os pacientes que não tolerassem 40 mg/ kg/dia seriam retirados do ensaio.
*Forma farmacêutica: Comprimidos. O artigo não relata as dosagens empregadas.
*Desfechos primários:
No geral, durante o período de tratamento (avaliação + titulação), 44,6% dos pacientes tratados com LEV foram
responsivos (ou seja, apresentaram redução de 50% em relação a linha de base na frequência de convulsão parcial
semanal), comparada com 19,6% dos pacientes que receberam placebo.
Desfechos
Pelo menos um evento adverso emergente do tratamento foi experimentado por 88,1% (n = 89) dos pacientes tratados
com LEV e 91,8% (n = 89) com placebo, sendo, portanto, comparáveis. A maioria desses eventos foi classificada
como leve a moderada em termos de gravidade.
*Desfechos secundários: Não relatado
121
ocorreram em pelo menos 10% dos pacientes tratados com LEV foram sonolência, lesão
acidental, vômito, anorexia, rinite, hostilidade, aumento da tosse, faringite e nervosismo.
estimulação do nervo vago poderia ser implantada há menos 6 meses antes da visita de linha
de base, e com configurações estáveis por pelo menos 2 meses antes dessa visita, e foi
contabilizada como um anticonvulsivante concomitante.
A dose de levetiracetam foi estratificada pela idade, uma vez que um estudo anterior
mostrou que o clearance do LEV em bebês com menos de 6 meses é mais lento em
comparação com crianças entre 6 meses e 4 anos de idade (1,23 mL/min/kg vs. 1,57
mL/min/kg) (GLAUSER et al., 2007).
Título Adjunctive levetiracetam in infants and young children with refractory partial-onset seizures
Avaliar a eficácia e a tolerabilidade terapia adjuvante com Levetiracetam (LEV) em crianças com convulsões de início
Objetivos
parcial, inadequadamente controladas com um ou dois fármacos anticonvulsivantes.
Tipos de crises Crises parciais com ou sem generalização secundária.
Epilepsia familiar, malformação congênita, eventos perinatais, trauma craniano, cirurgia cerebral, lesão degenerativa
Diagnóstico
primária, acidente cerebrovascular, infecção cerebral, além de causas desconhecidas.
Piña-Garza, 2009
Estudo randomizado, duplo-cego, multicêntrico, multinacional, realizado com pacientes internados durante um período
Desenho metodológico de avaliação de 5 dias.
Duração da intervenção: 20 dias Duração do estudo: 26 meses
N = 116 Crianças com idade entre 1 mês a <4 anos.
Grupo intervenção (n = 60) Grupo controle (n = 56)
Média de idade: 23,4 ± 13,4 meses Média de idade: 23,5 ± 12,1 meses
População Idades: Idades:
menores de 6 meses (n = 4) menores de 6 meses (n = 4)
entre6 e 12 meses (n = 8) entre6 e 12 meses (n = 7)
entre12 e 24 meses (n = 20) entre12 e 24 meses (n = 18)
entre 24 e 48 meses (n = 28) entre 24 e 48 meses (n = 27)
125
Continua
Levetiracetam (n =
Reações adversas Placebo (n = 56)
60)
Sonolência 8 (13,3%) 1 (1,8%)
Irritabilidade 7 (11,7%) 0
Pirexia 3 (5,0%) 4 (7,1%)
Constipação 2 (3,3%) 3 (5,4%)
Vômitos 2 (3,3%) 3 (5,4%)
Insônia 1 (1,7%) 3 (5,4%)
Rash 1 (1,7%) 3 (5,4%)
Os participantes tinham que ter tido pelo menos uma convulsão de início parcial
durante as 4 semanas anteriores à triagem, mesmo aderindo a um regime de tratamento estável
de um ou dois anticonvulsivantes concomitantes.
127
Neurocognitive effects of adjunctive levetiracetam in children with partial-onset seizures: A randomized, double-
Título
blind, placebo-controlled, noninferiority trial
Avaliar potenciais efeitos neurocognitivos do Levetiracetam como terapia adjuvante em crianças com convulsão de
Objetivos
início parcial inadequadamente controlada.
Tipos de crises Crises parciais e generalizadas.
Diagnóstico Epilepsia.
Levisohn, 2009
Continua
farmacêutica
*Forma farmacêutica: Comprimidos ou uma solução oral 100mg/mL.
*Desfechos primários:
Levetiracetam não foi inferior ao placebo já que o limite inferior (IC 90%) foi maior do que a margem de não
inferioridade definida (-9,0). Nenhuma diferença estatisticamente significante entre os grupos nos testes Leiter-R AM
(avaliação de memória e níveis de atenção) e WRAML-2 (avaliação de capacidade de aprendizado e memorização
ativa).
Desfechos
*Desfechos secundários:
Reduções médias da linha de base na frequência semanal das crises parciais foram 91,5% para o grupo intervenção e
26,5% para o grupo controle. As taxas de respondedores com redução da frequência maior ou igual a50% foram
62,5% para o LEV e 41,2% para o placebo. Os eventos adversos foram relatados por 89,1% dos pacientes tratados
com LEV e 85,3% pacientes tratados com placebo.
129
Apesar desse ensaio não ter sido projetado originalmente para avaliar a eficácia do
LEV, os resultados indicam que o tratamento adjuvante com este fármaco foi efetivo no
controle das crises parciais nesses pacientes.
As reações adversas relatadas por um número maior ou igual a10% pacientes tratados
com LEV e suas respectivas incidências em relação ao placebo foram: dor de cabeça (26,6%
vs. 14,7%), dor abdominal (17,2% vs. 8,8%), nasofaringite (15,6% vs. 11,8%), fadiga (14,1%
vs. 11,8%), vômitos, (14,1% vs. 8,8%) sonolência (14,1% vs. 8,8%) e agressividade (12,5%
vs. 8,8%). Reações adversas relacionadas à cognição foram reportadas com mais frequência
nos indivíduos do grupo do LEV (9,4% vs. 2,9%), incluindo amnésia, TDAH, desordens
cognitivas, distúrbios de atenção.
Grande parte das reações adversas foi de intensidade leve ou moderada; aquelas mais
graves foram relatadas por cinco pacientes (7,8%) no grupo LEV e dois pacientes (5,9%) no
grupo placebo. Algumas reações levaram à descontinuação permanente do medicamento em
sete pacientes (10,9%) (comportamento anormal/depressão, prurido/erupção cutânea,
sonolência/enurese, disestesia, agitação, sonolência, artralgia).
A população do estudo de 24 pacientes foi composta por13 pacientes com crises sem
comprometimento da consciência e 11 em que as crises apresentavam comprometimento da
consciência ou evoluíam para uma convulsão bilateral. Os autores não explicitaram outros
critérios de inclusão e/ou exclusão nesse estudo.
Os níveis de LEV em pacientes que alcançaram uma dose adequada, mas ainda
apresentavam crises, não mostrou diferença significativa daqueles que ainda não tinham
alcançado. Não foi possível estabelecer uma correlação positiva entre o nível sanguíneo e a
eficácia. A faixa ideal foi de 20 a 30 µg/mL com base na média e desvio padrão em casos
efetivos. Os resultados sugeriram que o nível sanguíneo LEV é um índice da eficácia de curto
prazo. No entanto, foi difícil definir a faixa terapêutica, pois não havia correlação dos 2 anos
posteriores.
Título The efficacy of levetiracetam for focal seizures and its blood levels in children
Avaliar a eficácia do Levetiracetam (LEV) e a utilidade da mensuração de seus níveis sanguíneos durante o
Objetivos
acompanhamento de pacientes com convulsões focais.
Tipos de crises Crises focais
Iwasaki, 2015
Epilepsia com picos centrotemporais; epilepsia atribuída a causas estruturais e metabólicas; epilepsias de causas
Diagnóstico
desconhecidas.
Estudo farmacocinético + período de extensão aberto de até 2 anos
Desenho metodológico
Duração da intervenção: até 2 anos Duração da intervenção: até 2 anos
N = 24
Crianças e adolescentes com idade entre 0,7 a 16,7 anos
População
Grupo intervenção: Média de idade 9,8 anos
*Não houve grupo controle
133
Continua
Grupo intervenção/
Grupo intervenção: LEV + Fármacos concomitantes
controle
Fármacos Os fármacos concomitantes estão em ordem decrescente de frequência de uso: Carbamazepina, Fenobarbital,
concomitantes Zonisamida, Clonazepam, Clobazam, Gabapentina, Topiramato e Lamotrigina.
*Dose:
Inicial: 10 mg/kg/dia, aumentada em 10 mg/kg/dia durante 2 semanas.
Dose e forma
Manutenção: 30 a 40 mg/kg/dia; podendo ser aumentada para 60 mg/kg/dia se o efeito do tratamento fosse insuficiente.
farmacêutica
Entretanto, a dosagem foi limitada a 3000 mg/dia.
*Forma farmacêutica: O artigo não relata a forma farmacêutica empregada.
Iwasaki, 2015
*Desfechos primários:
A concentração sanguínea e a taxa de redução tiveram correlações positivas na segunda semana após o a dosagem de
manutenção ser atingida (r = 0,779) e 1 ano depois (r = 0,824). No entanto, não houve correlação após 2 anos e sua linha
de regressão não poderia ser obtida. Portanto, nenhuma correlação de longo prazo entre os níveis sanguíneos do LEV e a
taxa de redução da convulsão foi demonstrada.
Houve nove casos com taxa de redução de convulsões maiores ou igual a 75%, e suas concentrações sanguíneas médias
Desfechos foram de 25,78 ± 8,89 µg/mL. Três pacientes se tornaram livres de convulsões, e suas concentrações médias foram
28,40 ± 12,06 µg/mL.
No presente estudo, foi sugerido que a eficácia não se modificou devido à idade, já que a taxa de redução de convulsão
em qualquer ponto mostrou não há diferenças significativas entre recém-nascidos, crianças e adolescentes. A eficácia do
fármaco não foi afetada por fatores como pela idade, diagnóstico e o tipo de anticonvulsivante concomitante.
Quanto à tolerabilidade do LEV, nenhum paciente em qualquer grupo apresentou quaisquer efeitos colaterais.
*Desfechos secundários: Não relatado
134
5.2.3. Pregabalina
Foram incluídos 4 estudos empregando a Pregabalina (PGB) em crianças e
adolescentes, conduzidos por Mann e colaboradores (2014), Zamani e colaboradores (2014),
Taghdiri e colaboradores (2015) e Antinew e colaboradores (2019).
O ensaio clínico desenvolvido por Mann e colaboradores (2014) (Quadro 31) foi
composto por um período de tratamento de 7 dias com PGB ou placebo duas vezes por dia.
No oitavo dia de tratamento todos os pacientes receberam uma dose única de PGB. Os
pacientes que completaram o estudo e foram tolerantes ao fármaco foram elegíveis para a
inclusão em um ensaio aberto de 12 meses que pretendia estudar a segurança e a
tolerabilidade da PGB.
Os participantes de cada coorte etária foram randomizadas (3:1) para receber PGB ou
placebo. Os tratamentos foram administrados em doses igualmente divididas a cada 12 h para
os dias 1 a 7, em cápsulas ou em preparação líquida (15 mg/mL). A preparação líquida oral
foi considerada bioequivalente às cápsulas orais. Os pacientes com 1 mês a 6 anos de idade
receberam a formulação líquida, independentemente de dose. As crianças com idade maior ou
igual a 7 anos receberam a formulação líquida oral para os dois níveis de dose mais baixos e
cápsulas para os dois níveis de dose mais altos, a menos que não fossem capazes de deglutir
as cápsulas. Nos grupos que receberam placebo empregou-se preparações líquidas ou cápsulas
atendendo às mesmas particularidades empregadas para o grupo intervenção.
Os participantes do estudo recebiam doses estáveis durante o período de triagem de
um a três anticonvulsivantes e tinham uma frequência de convulsões de pelo menos uma
convulsão por mês. Outro critério de inclusão aplicado selecionava crianças que tivessem ao
menos um anticonvulsivante sem que houvesse alteração do número mínimo de convulsões.
A estimulação do nervo vago foi permitida e considerada um anticonvulsivante.
Para cada coorte de idade foram estabelecidos quatro níveis de dose crescentes de 2,5
mg/kg/dia (máximo de 150 mg/dia); 5 mg/kg/dia (máximo de 300 mg/dia); 10 mg/kg/dia
(máximo de 600 mg/dia) e 15 mg/kg/dia (máximo de 900 mg/dia). Não houve nenhuma
titulação à dose administrada.
O tempo para atingir a concentração plasmática máxima (Tmax) foi semelhante em
todos os participantes, independentemente de dose e coorte de idade. Esta concentração foi
alcançada, geralmente, em 0,5 a 2 horas. O pico de concentração máxima (Cmax) e total
(AUC) na exposição à PGB pareceu aumentar linearmente com a dose dentro de cada coorte
etária. Entre as faixas etárias, AUC da PGB foram aproximadamente 30% menor em crianças
135
pesando menos que 30 kg, em comparação com aquelas com massa corpórea maior ou igual a
30 kg.
O clearance oral aparente era aproximadamente constante em cada coorte de idade,
mas aumentado com o clearance de creatinina e idade. O clearance oral aparente normalizado
para o peso corporal foi 43% maior em crianças que pesavam mais que 30 kg, consistente
com os AUC inferiores observado em crianças mais jovens quando a Pregabalina foi
administrada em uma base mg/kg.
O volume de distribuição observado foi aproximadamente constante em cada coorte
etária, mas aumentou com a idade. O volume de distribuição normalizado para o peso
corporal foi semelhante em todas as coortes de idade e faixa de peso corporal. Valores médios
para o tempo de meia-vida foram menores em pacientes de 1 mês a 6 anos do que naqueles
com 7 anos ou mais, consistente com o maior clearance oral normalizado por peso corporal
em pacientes com 1 mês a 6 anos e o volume de distribuição normalizado de peso corporal
constante em todas as coortes de idade.
Os parâmetros farmacocinéticos obtidos a partir da urina foram gerados dos exames de
14 crianças. No entanto, essa variabilidade não refletiu os valores dos parâmetros
farmacocinéticos do plasma.
A PGB em doses até e incluindo 10 mg/kg/dia em crianças com 1 mês a 16 anos de
idade com convulsões parciais refratárias apresentou segurança e tolerabilidade aceitáveis em
comparação com placebo. Uma dose de PGB de 15 mg/kg/dia foi geralmente bem tolerada,
com um perfil de segurança aceitável nessas crianças de 1 mês a 6 anos, mas não nas coortes
compostas por crianças mais velhas.
O perfil de segurança da PGB relatado neste estudo foi comparável com o encontrado
em ensaios randomizados de 12 semanas, controlados por placebo, realizado em adultos com
convulsões parciais refratárias (BEYDOUN et al., 2005; ARROYO et al., 2004; FRENCH et
al., 2003).
136
Safety, tolerability, and pharmacokinetics of pregabalin in children with refractory partial seizures: A phase 1,
Título randomized controlled study
Avaliar a segurança, a tolerabilidade e a farmacocinética da Pregabalina como terapia adjuvante em crianças com
Objetivos
convulsões parciais refratárias.
Tipos de crises Crises parciais simples ou complexas com ou sem generalização secundária.
Diagnóstico *O artigo não especifica.
Estudo de fase I, randomizado, multinacional, controlado por placebo, com grupo paralelo, de doses múltiplas e
Mann, 2014
Continua
Dose e forma
10 mg/kg/dia (máximo de 600 mg/dia); 15 mg/kg/dia (máximo de 900 mg/dia)
farmacêutica
* preparação líquida oral a 15 mg/mL. A formulação líquida era bioequivalente às cápsulas orais.
*O artigo não especifica a forma farmacêutica liquida utilizada e nem a dose das cápsulas.
*Desfechos primários:
Doses até 10 mg/kg/dia em crianças com 1 mês a 16 anos de idade com crises refratárias apresentou segurança e
tolerabilidade aceitáveis em comparação com placebo. Uma dose de 15 mg/kg/dia não foi bem tolerada nas coortes
compostas por crianças mais velhas (maiores que6 anos). O estado de equilíbrio e exposição de dose única da
Desfechos Pregabalina é previsível e semelhante ao observado em voluntários adultos saudáveis.
Para crianças que pesam menos que 30 kg, um aumento de dose de 40% (mg/kg) é necessário para alcançar exposição
comparável com adultos ou crianças com peso maior ou igual a30 kg.
*Desfechos secundários: Não relatado
138
Estudo aberto, de antes e depois do emprego da Pregabalina como adjuvante para tratamento de convulsões refratárias,
Desenho metodológico conduzido no Children's Medical Center Hospital em Tehran.
Duração da intervenção: 12 semanas Duração do estudo: 9 meses
N = 29
Pacientes menores de 18 anos com diagnóstico de convulsões parciais, as quais não foram adequadamente controladas
por 1 a 3 fármacos administrados como monoterapia ou em combinação antes de serem incluídos no estudo.
População
Média: 8,35 ± 0,89 anos (1,3 a 17,5 anos).
* Seis (20,7%) desses pacientes tinham transtorno psiquiátrico (TDAH, transtorno de ansiedade, transtorno
comportamental autista, depressão) simultaneamente ao quadro convulsivo.
140
Continua
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Fármaco de estudo (com escalonamento de dose) + Fármacos concomitantes
controle *Não houve grupo controle
Os mais empregados em relação à frequência foram: Ácido valpróico; Carbamazepina; Fenobarbital; Topiramato.
Fármacos
Pacientes relataram estar utilizando usando de 1 a mais de 3 fármacos concomitantes durante o estudo.
concomitantes
* Não foram admitidos pacientes utilizando Carbamazepina e Oxcarbazepina
Zamani, 2014
* Dose: A dose inicial de PGB foi de 25-75 mg/dia e dose máxima foi de 450 mg/dia. A dose média do fármaco era
Dose e forma
70 mg/dia no início e 225 mg/dia no final do ensaio.
farmacêutica
*O artigo não menciona quais formas farmacêuticas foram empregadas.
*Desfechos primários: A taxa de resposta (considerada neste estudo como porcentagem de pacientes com redução de
50% na frequência de convulsões) foi de 51,7% com a utilização da Pregabalina.
Desfechos O estudo indicou que a administração diária de PGB é altamente eficaz e bem tolerada como terapia complementar nas
crises parciais refratárias.
*Desfechos secundários: Não relatado
141
O desfecho que se buscou neste estudo foi o decréscimo da frequência das crises em
50%, em comparação com o período de referência (período de base). Dentro método de
dosagem flexível, não havia necessidade de aumentar a dose diária do medicamento para a
dose máxima de 450 mg/dia, caso fosse alcançada 50% de redução na frequência das crises
com doses menores. Apenas 2 (6,3%) pacientes deixaram o ensaio devido a resultados
insatisfatórios.
A frequência média de convulsões por dia no grupo A foi 5,43±7,21 com ataques que
variavam de 3 por mês a 50 ao dia. A frequência média de convulsões por dia no grupo B foi
de 4,65±3,77 com ataques que variavam de 3 por mês a 20 diariamente. Após os períodos de
01 e 06 meses de uso da ZNS, a frequência das convulsões diárias diminuiu para 2,95±3,54
como redução de 45,7% e redução de 3,73±3,5, ou seja, 31,3%, respectivamente. A PGB
depois de um e seis meses reduziu a frequência das crises até 2,41±2,38 com redução de 48%
e 2,75±2,38 com 40,86% de redução, respectivamente.
Comparative Efficacy of Zonisamide and Pregabalin as an Adjunctive Therapy in Children with Refractory Epilepsy
Título
Avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade da Pregabalina como terapia adjuvante no tratamento da epilepsia em
Objetivos
crianças em comparação com a Zonisamida.
Crises tônico-clônicas; parciais simples, complexas e totais; mioclônicas; tônicas; atônicas; espasmos infantis; crises de
Tipos de crises
Taghdiri, 2015
Continua
Grupo intervenção: De 3 e até 13 medicamentos, com média de 7,28 ± 2,92 fármacos previamente ao ensaio
Fármacos concomitantes Grupo controle: De 3 e até 15 medicamentos, com média de 7,11 ± 2,97 fármacos previamente ao ensaio
*O artigo não relata quantos e quais foram os fármacos empregados no exato momento do estudo.
* Dose:
Grupo intervenção: 5-15 mg/kg/dia divididos em duas ou três doses.
Taghdiri, 2015
Dose e forma
Grupo controle: 2-12 mg/kg/dia.
farmacêutica
*Para ambos os grupos a forma farmacêutica adotada foi cápsula, entretanto, o artigo não menciona a dosagem
delas.
*Desfechos primários:
As maiores respostas para ambos os fármacos foram nos seguintes tipos de convulsões: mioclônicas (54,5%),
espasmos infantis (47,1%), e tônico-clônicas generalizadas (42,9%).
Desfechos
Tanto a Pregabalina a Zonisamida foram efetivas para o controle das convulsões em crianças com epilepsia de
difícil tratamento, além de bem toleradas com reações adversas leves completamente reversíveis.
*Desfechos secundários: Não relatado
145
O ensaio clínico concebido por Antinew e colaboradores (2019) (Quadro 34) incluiu
crianças e adolescentes que apresentassem ao menos 3 crises de origem focal nos 28 dias
anteriores ao estudo, em regime estável de 1 a 3 fármacos na fase inicial do estudo.
A taxa de resposta, definida como redução maior que 50% na frequência das crises, foi
mais expressiva na dose de 10 mg/kg/dia. Quanto à resposta por subtipo crise focal
(convulsões focais com um componente motor, convulsões focais conscientes sem um
componente motor, convulsões focais com alteração da consciência e focal para tônico-
clônica bilateral), nenhum deles parecia menos responsivo ou não-responsivo ao fármaco.
146
Título Pregabalin as Adjunctive Treatment for Focal Onset Seizures in Pediatric Patients: A Randomized Controlled Trial
Avaliar a eficácia da pregabalina para o tratamento de convulsões focais em crianças, de forma a determinar as doses
Objetivos
que seriam apropriadas para o estudo em ensaios subsequentes de eficácia e segurança.
Tipos de crises Crises parciais simples, complexas e secundariamente generalizadas.
Antinew, 2019
Diagnóstico Epilepsia.
Ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, multicêntrico, multinacional.
Desenho metodológico
Duração da intervenção: 13 semanas Duração do estudo: 21 semanas
N = 295
Indivíduos de 4 a 16 anos de idade/ (Média das idades = 10,2 ± 3,7 anos)
População Pregabalina 2,5mg/kg/dia Pregabalina 10 mg/kg/dia Placebo
(n = 104) (n = 97) (n = 94)
Média das idades: 10,2 ± 3,9 Média das idades: 10,1 ± 3,5 Média das idades: 10,3 ± 3,7 anos
147
Continua
Grupo intervenção 1 (PGB 2,5mg/kg/dia): dose máxima 150 mg/dia + fármacos concomitantes
Grupo intervenção/
Grupo intervenção 2 (PGB 2,5mg/kg/dia): dose máxima 600 mg/dia + fármacos concomitantes
controle
Grupo controle: placebo + fármacos concomitantes
Fármacos
O artigo não especifica os fármacos concomitantes, apenas informa que o número variou de 1 a 3 fármacos.
concomitantes
*Dose:
*Para indivíduos com peso maior ou igual a 30 kg: PGB 2,5 ou 10 mg/kg/dia
* Para indivíduos com peso menor que 30 kg: 3,5 ou 14 mg/kg/dia (aumento de 40% em relação ao grupo que pesa
Dose e forma menos de 30 kg)
Antinew, 2019
farmacêutica Grupo intervenção 1 (PGB 2,5 mg/kg/dia): dose máxima 150 mg/dia + fármacos concomitantes
Grupo intervenção 2 (PGB 10 mg/kg/dia): dose máxima 600 mg/dia + fármacos concomitantes
*Formas farmacêuticas: Solução oral ou cápsulas. O artigo não especifica a concentração da solução oral e das
cápsulas
*Desfechos primários
A taxa de resposta (definida como redução maior ou igual a 50% na frequência das crises) com PGB 10 mg/kg/dia foi
de 40,6% e significativamente maior que a taxa de resposta de 22,6% observada com placebo. A taxa de resposta com
Pregabalina de 2,5 mg/kg foi de 29,1% e numericamente maior do que com placebo, mas a diferença não foi
Desfechos estatisticamente significativa.
*Desfechos secundários
A Pregabalina 10 mg/kg/dia como terapia adjuvante demonstrou eficácia em comparação ao placebo. Já a Pregabalina
na dose de 2,5 mg/kg/dia não reduziu significativamente a frequência de convulsões. Ambas as doses foram, de forma
geral, seguras e bem toleradas.
148
As reações adversas foram experimentadas por mais que 10% dos pacientes em
qualquer grupo de tratamento. As mais comuns foram sonolência, ganho de peso corporal e
aumento do apetite. Poucos indivíduos experimentaram eventos adversos graves e destes, um
indivíduo em cada grupo de tratamento teve um evento adverso grave relacionado ao
tratamento com PGB pelo investigador. Alucinação visual e agravamento da epilepsia
requereram a descontinuação permanente do estudo. A maioria dos eventos adversos graves e
oriundos do tratamento foi resolvida sem sequelas.
5.2.4. Rufinamida
Foram incluídos 4 estudos avaliando os efeitos da Rufinamida (RUF) em crianças e
jovens, conduzidos respectivamente por Coppola e colaboradores (2010), Coppola e
colaboradores (2011), Ohtsuka e colaboradores (2014) e Nikanorova e colaboradores (2017) e
somente um estudo envolvendo crianças até 4 anos de idade conduzido por Auvin e
colaboradores (2019).
A dose do fármaco foi escalonada de acordo com peso corporal dos participantes e
com a utilização concomitante de Ácido Valpróico. Se a terapia de linha de base incluísse o
Ácido Valpróico, a RUF poderia ser titulada até um máximo de 600 mg/dia, devido à redução
significativa do clearance, especialmente em crianças, quando combinada ao Ácido
Valpróico.
Nove dos 43 pacientes (20,9%) teve um período observacional de 3 meses; sete deles
interromperam o tratamento por causa de ineficácia (4 indivíduos) ou eventos adversos (3
indivíduos).
150
Título Rufinamide in children and adults with Lennox–Gastaut syndrome: First Italian multicenter experience
Reportar a experiência do primeiro estudo multicêntrico italiano com Rufinamida como fármaco complementar em
Objetivos
crianças, adolescentes e adultos com síndrome de Lennox-Gastaut e apresentando convulsões de difícil controle.
Tipos de crises Convulsões parciais complexas; atônicas; tônico-clônica; tônica/espasmos; ausências atípicas e mioclônicas.
Diagnóstico Síndrome de Lennox Gastaut
Estudo prospectivo, complementar, aberto (open label), multicêntrico
Desenho metodológico
Duração da intervenção: Entre 3 a 21 meses Duração do estudo: 21 meses
Coppola, 2010
N = 43
Pacientes com idade entre 4 anos e 34 anos (média 15,9 ± 7,3/ mediana 15,0), divididos por faixa etária:
Grupo 1: 4 – 7 anos n= 4
População
Grupo 2: 8 – 12 anos n= 11
Grupo 3: 13 – 18 anos n= 20
Grupo 4: maiores de 18 anos n= 8
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Rufinamida + Fármacos concomitantes
controle Grupo controle: Não havia um grupo controle.
Os fármacos mais frequentemente empregados foram, em ordem decrescente: Ácido valpróico, Levetiracetam,
Fármacos Clonazepam e Lamotrigina.
concomitantes Outros fármacos empregados com menor frequência foram: Clobazam, Etossuximida, Felbamato, Fenobarbital,
Levetiracetam, Oxcarbazepina, Topiramato e Zonisamida.
151
Continua
*Dose:
*Crianças de idade maior ou igual a 4 anos com peso corporal menor que 30 kg: Dose inicial de 10 mg/kg de peso
corpóreo, dividida em duas doses diárias e, em seguida, titulada por 10 mg/kg por dia a cada 3 dias até um máximo de
Dose e forma 1000 mg/dia
farmacêutica Pacientes com massa corporal entre 30 kg até 50 kg: Até 1800 mg/dia
Pacientes com massa corporal entre 50,1 kg até 70 kg: Até 2400 mg/dia
Pacientes com massa corporal acima de 70,1 kg: Até 3200 mg/dia
*Forma farmacêutica: O artigo não relata as formas farmacêuticas empregadas.
*Desfechos primários
No grupo 1, todos (100%) os pacientes tiveram uma redução na frequência das crises entre 50% a 99%. Nenhum deles
apresentou reações adversas. Os pacientes desse grupo usavam em média 2,5 fármacos concomitantes.
No grupo 2, um paciente (9,1%) apresentou remissão de 100% das crises, enquanto 7 tiveram uma redução na
Desfechos frequência entre 50 a 99%. Três pacientes (27,3%) apresentaram reações adversas. Os pacientes desse grupo usavam
em média 2,3 fármacos concomitantes.
De forma geral, os níveis sanguíneos dos fármacos concomitantes geralmente não sofreram alteração pela adição de
Rufinamida. Todos os valores dos testes laboratoriais dos pacientes estavam normais.
*Desfechos secundários: Não relatado.
152
As reações adversas não foram relatadas de forma separada por faixas etárias. Dez
pacientes (23,2%) relataram efeitos adversos. Os vômitos ocorreram em seis pacientes,
levando a descontinuação dos medicamentos em três pacientes após 1, 3 e 5 meses,
respectivamente. Nesses indivíduos as convulsões permaneceram inalteradas em dois e
aumentou em um. Importante notar que todos os três pacientes estavam em tratamento com
Felbamato e Ácido Valpróico no período de linha de base.
Título Rufinamide in refractory childhood epileptic encephalopathies other than Lennox–Gastaut syndrome
Relatar a primeira experiência italiana multicêntrica com Rufinamida como fármaco adjuvante em crianças,
Objetivos adolescentes e adultos jovens com encefalopatias epilépticas pediátricas refratárias, que não sejam oriundas da
síndrome de Lennox-Gastaut.
Crises focais com/sem generalização secundária; atônicas; tônico-clônicas; tônicas/espasmos; ausências atípicas;
Tipos de crises
mioclônicas.
Retardo mental/atraso no desenvolvimento psicomotor; paralisia cerebral; atrofia cerebral; desordem de migração
Diagnóstico
neuronal; má formação cerebral; esclerose tuberosa; epilepsia de diversos tipos.
Coppola, 2011
Estudo prospectivo complementar, aberto (open label), multicêntrico (11 centros italianos).
Desenho metodológico
Duração da intervenção: 3 a 26 meses Duração do estudo: 32 meses
N = 38
Pacientes de ambos os sexos, com idade entre 4 e 34 anos (média13,7 ± 8,3/ mediana 12,5), todos afetados por
diferentes tipos refratários (para pelo menos 3 fármacos anticonvulsivantes empregados anteriormente) de
encefalopatias epilépticas que não são decorrentes da síndrome de Lennox-Gastaut, que tiveram seu início durante a
População
infância. A média de idade no início da convulsão foi de 2,6 ± 3,4 anos (mediana 1,0).
Essa população foi dividida por faixa etária, da seguinte forma:
Grupo 1: 3 - 7 anos n = 9 Grupo 2: 8 – 12 anos n = 11
Grupo 3: 13 – 18 anos n = 9 Grupo 4:maiores que 18 anos n = 9
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Rufinamida + Fármacos concomitantes
controle Grupo controle: Não havia um grupo controle.
154
Continua
Fármacos Os fármacos mais frequentemente usados foram: Ácido Valpróico, Lamotrigina, Levetiracetam, Topiramato,
concomitantes Clobazam, Fenobarbital e Clonazepam.
*Dose:
Crianças de idade maior ou igual a 4 anos com peso corporal menor que 30 kg: Dose inicial de 10 mg/kg de peso
corpóreo, dividida em duas doses diárias e, em seguida, titulada por 10 mg/kg por dia a cada 3 dias até um máximo de
Dose e forma 1000 mg/dia
farmacêutica Pacientes com massa corporal entre 30 kg até 50 kg: Até 1800 mg/dia
Pacientes com massa corporal entre 50,1 kg até 70 kg: Até 2400 mg/dia
Pacientes com massa corporal acima de 70,1 kg: Até 3200 mg/dia
*Forma farmacêutica: O artigo não relata as formas farmacêuticas empregadas.
*Desfechos primários
No grupo 1, três (33,3%) dos pacientes apresentaram uma redução na frequência das crises entre 50% e99%. Quatro
deles (44,4%) não tiveram nenhuma diferença significativa no seu quadro clínico (ou seja, a frequência das crises
apresentou redução abaixo de 25%). E dois indivíduos (22,2%) tiveram piora do quadro convulsivo. Nenhum deles
Desfechos apresentou reações adversas.
No grupo 2, quatro pacientes (36,4%) apresentaram redução da frequência das crises entre 25% e49%, enquanto 2 não
apresentaram diferença significativa no quadro clínico (redução da frequência abaixo de 25%). Cinco indivíduos
(45,5%) apresentaram piora do quadro clínico. Três pacientes (27,3%) apresentaram reações adversas.
*Desfechos secundários: Não relatado.
155
O estudo conduzido por Ohtsuka e colaboradores (2014) (Quadro 37) foi organizado
com as seguintes fases: 4 semanas de período de linha de base, 2 semanas para a fase de
titulação, uma fase de manutenção de 10 semanas e visita de acompanhamento ou admissão
numa extensão de estudo aberto (open label). Os pacientes foram randomizados para grupo
intervenção com RUF ou grupo placebo em uma proporção de 1:1 de acordo com o peso
corporal. Os dados de frequência das convulsões foram obtidos usando um diário registrado
por cuidadores.
reações). Não houve diferenças significativas entre os testes laboratoriais e o ECG de ambos
os grupos. De forma geral o fármaco foi bem tolerado.
157
N = 59
Os pacientes elegíveis tinham idade entre 4 e 30 anos, pesando 15 kg ou mais.
Continua
*Dose:
Pacientes com massa corporal entre 15 kg até 30 kg: Até 1000 mg/dia.
Dose e forma Pacientes com massa corporal entre 30 kg até 50 kg: Até 1800 mg/dia
farmacêutica Pacientes com massa corporal entre 50,1 kg até 70 kg: Até 2400 mg/dia
Pacientes com massa corporal acima de 70,1 kg: Até 3200 mg/dia
*Forma farmacêutica: Rufinamida em comprimidos de 100 e 200 mg, com comprimidos placebo correspondentes.
*Desfechos primários
A variação percentual média (redução) na frequência das crises tônica-atônicas foi de 24,2% no grupo intervenção e
3,3% no grupo controle.
A terapia aditiva com Rufinamida reduziu significativamente a frequência de convulsões tônicas, convulsões
mioclônicas e convulsões parciais em comparação com placebo.
A taxa de 50% de resposta para as convulsões tônicas-atônicas ocorreu em 25,0% dos indivíduos no grupo intervenção
Ohtsuka, 2014
e em 6,7% no grupo controle. Nenhum paciente ficou livre de convulsões durante o estudo.
A impressão clínica da condição global dos pacientes foi significativamente diferente entre os grupos intervenção e
controle. Três pacientes (10,7%) do grupo intervenção foram avaliados como significativamente melhorado e nove
(32,1%) foram avaliados como melhorados. Enquanto nenhum paciente foi significativamente melhorado ou melhorado
no grupo placebo.
Desfechos
Análises de subgrupos indicaram que a eficácia da RUF foi consistente independente das características clínicas
subjacentes.
As concentrações plasmáticas da RUF entre 1 e 9 h após a administração foram 17,2 ± 6,2g/mL; nenhum efeito foi
encontrado em relação ao peso corporal e nenhuma diferença foi detectada em relação à idade.
A RUF não exerceu efeito sobre as concentrações plasmáticas dos fármacos concomitantes Valproato, Lamotrigina ou
Clobazam.
As reações adversas relacionadas ao tratamento ocorreram em 62,1% dos pacientes no grupo da Rufinamida e em
16,7% no grupo placebo.
As reações que resultaram em descontinuação foram relatadas em quatro pacientes (13,8%) no grupo intervenção e em
um (3,3%) no grupo controle.
*Desfechos secundários: Não relatado.
159
Real-world data on rufinamide treatment in patients with Lennox–Gastaut syndrome: Results from a European
Título
noninterventional registry study
O objetivo principal do estudo foi avaliar em longo prazo a segurança/tolerabilidade do uso de Rufinamida e outros
anticonvulsivantes em terapia combinada para tratar Síndrome de Lennox Gastaut (SLG), e avaliar outros aspectos da
Objetivos
gestão da doença, como a utilização dos recursos de saúde e o impacto do tratamento na qualidade de vida dos pacientes
(QL).
Tipos de crises Crises tônicas; atônicas; tônico–clônicas.
Síndrome de Lennox-Gastaut.
Nikanorova, 2017
Diagnóstico Alguns pacientes apresentavam quadros convulsivos devido ao seu histórico clínico de Síndrome de West, traumatismo
craniano, infecção do sistema nervoso central ou complicações perinatais/obstétricas
Estudo de fase IV, não intervencional, multicêntrico, realizado em centros de epilepsia devidamente reconhecidos na
Desenho União Europeia.
metodológico Duração da intervenção: 26,6 meses Duração do estudo: 30,1 meses
N = 85
Pacientes com LGS idade maior ou igual a 4 anos que requereram modificações em seus esquemas medicamentosos
População atuais, incluindo (mas não limitado a) início da terapia adjuvante com Rufinamida.
Grupo Rufinamida (n = 28) Grupo não-Rufinamida (n = 21)
Média de idade: 16 ± 9,5 anos Média de idade: 15 ± 12,9 anos
Grupo intervenção/ Grupo intervenção: Rufinamida + Fármacos concomitantes
controle Grupo controle (ou grupo não-Rufinamida): Outros fármacos
161
Continua
Os fármacos mais utilizados foram, para ambos os grupos: Valproato, Lamotrigina, Levetiracetam, e Topiramato e
Clobazam. Estes eram geralmente bem equilibrados entre os grupos, com exceção de clobazam (22 pacientes no grupo
Fármacos Rufinamida versus 6 pacientes no outro grupo).
concomitantes *Todos os pacientes estavam utilizando pelo menos um anticonvulsivante no início do estudo.
* O número médio de anticonvulsivantes anteriores utilizados pelos pacientes foram de 5,6 no grupo Rufinamida e 8,0 no
outro grupo.
Dose e forma
*Dose e Forma farmacêutica: O estudo não relata
farmacêutica
*Desfechos primários
Nikanorova, 2017
Nenhum padrão claro de resposta foi observado em qualquer um dos grupos de tratamentos, exceto que houve um
aumento consistente ao longo de 24 meses na proporção de pacientes que experimentaram melhoria muito significativa na
frequência de convulsões tônico-clônicas no grupo intervenção.
Eventos adversos emergentes do tratamento foram relatados por 70,3% dos pacientes do grupo Rufinamida e 61,9% dos
pacientes do outro grupo. A maioria dos eventos era de intensidade leve ou moderada. Nenhum evento grave foi relatado
por mais de um paciente em ambos os grupos.
O nível de comportamento adaptativo permaneceu baixo para todas as crianças em todos os pontos de tempo de avaliação.
Desfechos
Para ambos os grupos de tratamento, houve mudanças mínimas nas pontuações de qualidade de vida, em termos de
gravidade das convulsões, efeitos colaterais dos anticonvulsivantes, comportamento, e humor, durante o curso do estudo, e
nenhum padrão claro de efeito ou diferença entre grupos foi observada.
O impacto do tratamento na utilização dos recursos de saúde foi avaliado em termos de mudanças da linha de base no
estado residencial dos pacientes e seu uso de equipamentos de proteção (cadeira de rodas, protetor facial, capacete).
Nenhum padrão claro de efeito do tratamento ou diferenças entre grupos de tratamento surgiram durante o curso do estudo
em termos de status residencial e o uso de equipamentos de proteção.
*Desfechos secundários: Não relatado.
162
O último estudo incluído foi uma análise post-hoc realizada por Auvin e colaboradores
(2019) (Quadro 39). A análise post-hoc desempenha função relevante no planejamento de
estudos prospectivos. Para ensaios clínicos, este tipo de análise fornece informações críticas
sobre os tamanhos de amostra necessários para detectar diferenças estatística e clinicamente
significativas entre os grupos de tratamentos. Também fornece informações críticas
relacionadas ao custo-benefício para que os estudos possam ser realizados com recursos
mínimos sem comprometer o rigor e a integridade científica (ZHANG et al., 2019).
O Estudo 303 foi um estudo multicêntrico, randomizado, de rótulo aberto, de fase III,
projetado para avaliar a segurança, tolerabilidade, farmacocinética e efeitos comportamentais
da RUF como tratamento adjuvante em pacientes pediátricos (maiores que 1 e menores que 4
anos) com convulsões de difícil controle associadas à Síndrome de Lennox Gastaut- SLG
(ARZIMANOGLOU et al., 2016).
em pacientes tratados com RUF pode representar um benefício significativo para essa
população.
Os autores pontuaram que uma limitação potencial de avaliar o número médio de dias
livres de convulsões é a ocorrência de convulsões em cluster. Uma definição amplamente
difundida de convulsões em cluster é “série de convulsões agrupadas que apresentam
períodos interictais (entre as convulsões) curtos”, no entanto, o número de crises e o período
interictal ainda são alvos de debate (JAFARPOUR et al., 2019). O parâmetro número de dias
livres de convulsões pode não capturar uma redução ou um aumento na frequência geral de
convulsões. Para contornar essa limitação, analisou-se o tempo que levou para chegar ao
número de crises na linha de base para indicar qualquer relação potencial entre o aumento do
número de dias livres de convulsões e menor frequência de convulsões. Outras limitações
incluem o fato de que esta era uma análise pós-hoc envolvendo uma pequena população de
pacientes com convulsões altamente refratárias. Além disso, a SLG não era a única doença
apresentada pelos participantes e estes manifestavam características clínicas variadas,
envolvendo diversas etiologias e tipos de convulsões, portanto, as respostas aos
anticonvulsivantes poderiam diferir muito.
Novel seizure outcomes in patients with Lennox-Gastaut syndrome: Post hoc analysis of seizure-free days
Título
in rufinamide Study 303
Relatar os resultados de uma análise pós-hoc inicial, com base nos dados finais do Estudo 303, para explorar
Objetivos dois novos parâmetros de eficácia e avaliar se eles poderiam ser investigados ainda em ensaios clínicos
maiores.
Crises parciais; ausência; ausência atípica; mioclônicas; clônicas; tônico-atônicas; tônico-clônicas
Tipos de crises
primariamente generalizadas.
Diagnóstico Síndrome de Lennox-Gastaut
Estudo randomizado (2:1), aberto (open label), de fase III, multicêntrico.
Auvin, 2019
Desenho metodológico
Duração da intervenção: 2 anos e 2 meses Duração do estudo: 4 anos e 5 meses
N = 37
Pacientes maiores que 1 e menores que 4 anos, portadoras da Síndrome de Lennox Gastaut com crises
convulsivas não controladas, e recebendo doses fixas de 1-3 anticonvulsivantes num mínimo de 4 semanas
População
antes da randomização.
Grupo Rufinamida (n = 25)
Grupo recebendo quaisquer outros anticonvulsivantes (n = 12)
Grupo intervenção: Rufinamida + Fármacos concomitantes
Grupo intervenção/ controle
Grupo controle: Quaisquer outros anticonvulsivantes
Os anticonvulsivantes selecionados pelos investigadores para randomização foram, em ordem decrescente:
Fármacos concomitantes
Lamotrigina, Clobazam, Topiramato, Fenobarbital, Ácido valpróico e Zonisamida.
165
Continua
*Dose:
Dose inicial: 10 mg/kg/dia. A dose foi aumentada em 10 mg/kg/dia a cada 3 dias para 40 mg/kg/dia, momento em
Dose e forma
que a dose foi aumentada por 5 mg/kg/dia para a dose de manutenção
farmacêutica
Dose de manutenção: 45 mg/kg/dia, administrada em duas doses igualmente divididas.
*Forma farmacêutica: Suspensão oral. Entretanto, o artigo não especifica a concentração.
*Desfechos primários
A análise dos dias livres de convulsões incluiu 24 pacientes que receberam tratamento com Rufinamida e 8 pacientes
Auvin, 2019
que receberam tratamento com qualquer outro fármaco. A porcentagem média de dias livres de convulsões registrados
na linha de base foi de 19,1% para a Rufinamida e 32,1% para qualquer outro grupo fármaco. No período pós-base,
essa porcentagem foi para 61,3% no grupo intervenção e 53,4% para o grupo que recebia qualquer outro fármaco.
O número médio de convulsões diárias na linha de base (a partir da data de consentimento até a data de
Desfechos
randomização) foi de 35,5 para o grupo intervenção e 53,5 para o outro grupo. No período pós-base, o tempo médio
para alcançar o número de convulsões no período de base aumentou durante a fase de tratamento de 10,5 dias para o
grupo da Rufinamida e 0,5 dias para o grupo recebendo outros anticonvulsivantes. O aumento do tempo médio para
chegar ao número de base foi consideravelmente maior para o grupo utilizando Rufinamida do que para qualquer
outro fármaco
*Desfechos secundários: Não relatado
166
5.2.5. Stiripentol
O estudo foi projetado da seguinte forma: após um período de base de 1 mês, começa
um período de intervenção duplo-cego de 2 meses com a formação do grupo stiripentol e do
grupo placebo para a adição ao tratamento habitual da dose de 50 mg/kg por dia, duas ou três
vezes por dia, na forma de cápsulas. As doses máximas dos tratamentos concomitantes foram
limitadas a 30 mg/kg por dia para o valproato e 0,5 mg/kg por dia para o clobazam. As doses
poderiam ser diminuídas em 10 mg/kg diariamente para o valproato em caso de perda de
apetite e em 25% para o clobazam em caso de sonolência ou hiperexcitabilidade. Depois
desse período duplo-cego os pacientes passaram a receber o stiripentol de forma aberta. Os
respondedores foram definidos como tendo uma redução de mais de 50%, em comparação
com o período de base, na frequência de convulsões clônicas (ou tônico-clônicas) durante o
segundo mês do período duplo-cego.
Título Stiripentol in severe myoclonic epilepsy in infancy: a randomised placebo-controlled syndrome-dedicated trial
Confirmar a eficácia do Stiripentol na epilepsia mioclônica grave na infância em associação com Clobazam e
Objetivos
Valproato
Tipos de crises Crises clônicas ou tônico- clônicas generalizadas e crises de ausência atípicas.
Diagnóstico Epilepsia mioclônica grave na infância.
Ensaio clínico multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo.
Chiron, 2000
Desenho metodológico
Duração da intervenção: De 3 a 36 meses Duração do estudo: 40 meses
N = 41
População Grupo intervenção: Média: 9,3 anos (3,2 – 20,7 anos) n= 20
Grupo controle: Média: 9,4 anos (3 – 16,7 anos) n= 21
Grupo intervenção: Stiripentol + dose complementar de Valproato ou Clobazam.
Grupo intervenção/ controle
Grupo controle: Placebo + dose complementar de Valproato ou Clobazam.
- Valproato (dose máxima de 30mg/kg/dia) e/ou
- Clobazam (dose máxima de 0,5mg/kg/dia)
Fármacos concomitantes
*Não foram admitidos pacientes que receberam outros medicamentos além dos enumerados anteriormente
(exceto Progabida).
168
Continua
*Dose:
O Stiripentol ou placebo foi administrado, como duplo-cego, na dose de 50 mg/kg até 100mg/kg por dia, duas ou
Dose e forma farmacêutica três vezes por dia. As doses poderiam ser diminuídas em 10 mg/kg diariamente para o Valproato em caso de
perda de apetite e em 25% para o Clobazam em caso de sonolência ou hiperexcitabilidade.
*Forma farmacêutica: Cápsulas, entretanto o artigo não relata a dosagem do princípio ativo.
*Desfechos primários
Chiron, 2000
Quinze (71%) pacientes responderam ao Stiripentol (incluindo nove livres de convulsões), enquanto no grupo do
placebo havia apenas um (5%) foi considerado respondedor.
*Os autores consideram como respondedor o paciente que apresentou uma redução na frequência das crises de
pelo menos 50%.
Desfechos
*Desfechos secundários:
As reações adversas ocorreram em 21 (100%) dos pacientes em tratamento com Stiripentol e em 5 (25%)
utilizando placebo. Essas reações foram consideradas severas em 5 pacientes no grupo intervenção e em 1
paciente no grupo controle. No entanto, essas reações adversas desapareceram quando a dose dos fármacos
concomitantes foi reduzida em 12 dos 21 indivíduos em tratamento com Stiripentol.
169
O paciente poderia ser retirado do estudo caso houvesse mais de 50% de aumento na
frequência de convulsões em comparação com o período de base, estado epiléptico, algum
evento adverso grave ou persistência de algum sintoma por mais de 2 semanas, apesar da
redução adequada das doses de valproato ou clobazam, ou evidências de não-aderência ao
tratamento.
Sistema digestivo – perda de apetite, perda de peso, ganho de peso, dor abdominal,
náuseas e vômitos.
O estudo desenvolvido por Chiron e colaboradores (2006) (Quadro 41) foi conduzido
com crianças e adolescentes de ambos os sexos que apresentavam convulsões, com crises
parciais refratários aos fármacos anticonvulsivantes usuais (valproato, carbamazepina,
benzodiazepínicos, fenitoína, vigabatrina). Os pacientes selecionados já tinham
experimentado carbamazepina previamente com algum grau de resposta, mas apresentaram
recaída ou não toleraram o incremento da dose. O artigo não fornece maiores detalhes em
relação à etnia, anormalidades cognitivas ou psicomotoras.
No período de base, o placebo foi adicionado à dose atual de carbamazepina (dose 1),
a qual não sofreu modificação durante este período. Enquanto ocorria o período de fase
aberta, o placebo foi substituído por 50mg/kg/dia de STP a partir do primeiro dia, duas vezes
ao dia, e a dose de carbamazepina foi reduzida em 50% (dose 2).
171
Stiripentol in Childhood Partial Epilepsy: Randomized Placebo-Controlled Trial with Enrichment and
Título
Withdrawal Design
Investigar o uso do Stiripentol como terapia adjuvante à Carbamazepina empregando um esquema de
Objetivos
enriquecimento e retirada.
Tipos de crises Crises parciais refratárias (simples, complexas ou secundariamente generalizadas).
Encefalite herpética, síndrome de Lennox Gastaut, tumor cerebral, esclerose tuberosa complexa de causas
Diagnóstico
desconhecidas
Chiron, 2006
O ensaio consistiu num período de base de 1 mês, na qual foi administrado placebo como único-cego. Após essa
fase iniciou-se outro período de 4 meses (aberto) de administração de Stiripentol. A seguir, os pacientes
Desenho metodológico respondedores ao Stiripentol da fase anterior (redução de pelo menos 50% na frequência das crises) foram
randomizados para receberem o fármaco de estudo ou placebo em regime duplo-cego por 2 meses.
Duração da intervenção: 6 meses Duração do estudo: 7 meses
N = 32
População Grupo intervenção: Média de idade: 10,4 ± 3,4 anos n= 17
Grupo controle: Média de idade: 8 ± 3 anos n= 15
Grupo intervenção: Stiripentol + Carbamazepina + Fármacos concomitantes
Grupo intervenção/ controle
Grupo controle: Placebo + Carbamazepina + Fármacos concomitantes
172
Continua
Carbamazepina) foi menor com administração do Stiripentol em comparação com placebo no final do período
duplo-cego, embora a dose de carbamazepina tenha sido dobrada às cegas no grupo controle.
- A tentativa de aumentar a dose de Carbamazepina de forma aberta durante a quarta semana do período duplo-
cego foi bem-sucedida em 9 pacientes (52,9%) do grupo intervenção e 5 (30%) do grupo controle. Os outros
Desfechos apresentaram quadro clínico de intoxicação por carbamazepina assim que a dosagem foi aumentada.
-Durante o período duplo-cego, 12 pacientes (71%) do grupo intervenção experimentaram pelo menos um evento
adverso em comparação com 4 (27%) do placebo. Ambas as porcentagens foram semelhantes às observadas
durante os períodos aberto (75%) e basal (22%), respectivamente. A intensidade dos eventos adversos aumentou
de forma diretamente proporcional com o nível plasmático de Stiripentol, Carbamazepina e Epoxicarbamazepina.
Para manter o cegamento do estudo, cada paciente recebeu comprimidos de STP e seu
respectivo placebo como também comprimidos de carbamazepina e do seu respectivo
placebo. Para permitir que o investigador mantivesse o controle sobre os potenciais eventos
adversos gerados pela combinação com STP, parte da carbamazepina foi administrada como
“carbamazepina aberta” e a dose de cada um poderia ser reduzida sempre que necessário.
Após estas 3 semanas do período de retirada, a carbamazepina foi aumentada por mais de 1
semana à dose máxima tolerada usando comprimidos de “carbamazepina aberta”, sendo que a
dose final foi deixada a critério do investigador. Durante o segundo mês do período duplo-
cego as doses de ambos os fármacos se mantiveram constantes.
Caso a frequência das crises aumentasse em pelo menos 50% após a randomização
quando comparada ao período de base, os pacientes seriam retirados do estudo (considerado o
primeiro end point). No grupo do stiripentol isso ocorreu com 6 pacientes contra 8 do grupo
do placebo, um resultado considerado pelos autores como não significativo.
174
A pesquisa realizada por Inoue e colaboradores (2014) (Quadro 42) recebeu apoio da
indústria farmacêutica, que controlou todo o processo, subvencionado pelo governo japonês,
como uma tentativa de resolver o problema de atraso no acesso a determinados
medicamentos, após aprovação em ensaios clínicos.
O estudo foi estruturado com uma fase de linha de base de 4 semanas, seguida por um
período de ajuste de dose do stiripentol de 4 semanas e uma fase de dose fixa de 12 semanas.
O ponto final primário de eficácia foi a taxa de resposta, considerada como a proporção de
pacientes com uma redução de frequência maior ou igual a 50% da fase base em termos de
frequência de convulsões clônicas ou tônicas nas últimas 4 semanas de tratamento com dose
fixa (fase-alvo).
mg/kg/dia para valproato. Esta dose foi confirmada a partir do histórico de tratamento dos
pacientes.
Na fase de ajuste de dose, os pacientes iniciaram o tratamento com STP com uma dose
de 20 mg/kg/dia, que foi aumentada em 10 mg/kg/dia por semana até atingir 50 mg/kg/dia.
Para pacientes com peso corporal de maior ou igual a 50 kg, a dose inicial foi de 1000 mg/dia,
aumentada por 500 mg/dia por semana até 2500 mg/dia. Na fase de dose fixa, esta foi mantida
em 50 mg/kg/dia (ou 2500 mg/dia em pacientes com peso maior ou igual a 50 kg).
Fármacos
Clobazam e Valproato. O Diazepam foi empregado como medicamento de resgate.
concomitantes
*Dose:
50 mg/kg/dia (ou 2500 mg/dia em pacientes com peso maior ou igual a 50 kg).
Dose e forma
A redução de dose foi permitida em 25% para o Clobazam e em 30% para o Valproato em uma semana, caso os
farmacêutica
pacientes experimentassem algum evento adverso.
Inoue, 2014
Esta revisão compilou a literatura publicada no período de 2000 a 2019 sobre ensaios
clínicos realizados com crianças com convulsões, que avaliaram as ações de
anticonvulsivantes. A proposta de realizar esta revisão está baseada na percepção dos autores
da insegurança existente no manejo da terapia anticonvulsivantes em pacientes da primeira
infância. A experiencia clínica é grande, mas paira sobre os profissionais de saúde a dúvida
sobre quais são as evidências clínicas, levando-se em consideração das mudanças fisiológicas
que o indivíduo neste período de vida.
O Joanna Briggs Institute esclarece que muitas vezes os temas a serem avaliados em
uma revisão sistemática não possuem questões relativamente precisas, necessitando de
abordagens mais gerais. Neste sentido a revisão de escopo atende melhor às expectativas do
pesquisador. O valor das revisões de escopo para a prática baseada em evidências está no
exame de uma área mais ampla para identificar lacunas na base de conhecimento da pesquisa.
Pode ainda esclarecer conceitos-chave e relatar os tipos de evidências nelas contidas (Peters et
al, 2017).
Os tipos de crises que foram objeto de estudo com maior frequência (13 estudos)
foram as crises parciais, sejam estas simples, complexas ou secundariamente generalizadas. O
diagnóstico mais predominante foi Epilepsia (12 estudos). Alguns indivíduos com síndromes
epilépticas altamente refratárias ao tratamento, como Lennox-Gastaut e Dravet foram
incluídos em alguns ensaios. Sete ensaios incluíram participantes portadores da síndrome de
Lennox-Gastaut, sendo que quatro do total de cinco estudos empregando a Rufinamida foram
179
direcionados para os indivíduos com essa síndrome. Pacientes com síndrome de Dravet foram
incluídos em 5 ensaios. Os trabalhos de Chiron e Inoue foram direcionados especificamente
para esse tipo de síndrome, ambos empregando o Stiripentol como adjuvante.
aquele paciente e/ou facilitar a deglutição. Porém essa conduta, apesar de bem-intencionada,
resulta em doses imprecisas. A questão se torna ainda mais delicada quando se dispersa o
conteúdo de um comprimido, seja este convencional ou dispersível, em líquido para a
extração de uma fração a ser administrada, visto que as concentrações resultantes podem
variar em mais de 50% (BRUSTUGUN et al., 2020).
Uma questão recorrente que pôde ser observada nesta revisão foi a carência de estudos
clínicos voltados para crianças até 12 anos. Vários deles mesclaram crianças e adolescentes,
inserindo-os num mesmo grupo. Alguns autores, mesmo introduzindo adolescentes,
estratificaram os participantes por faixa etária (STUELPNAGEL et al., 2007; ALMEIDA et
al., 2008; LEVISOHN et al., 2009; COPPOLA et al., 2010; COPPOLA et al., 2011; CHHUN
et al., 2011; SCHIEMANN-DELGADO et al., 2012; MANN et al., 2014; OHTSUKA et al.,
2014; JÓŹWIAK et al., 2018; FERREIRA et al., 2019).Em se tratando de trabalhos
direcionados para crianças até 5 anos essa escassez de estudos é ainda mais pronunciada, já
que apenas 3 estudos incluídos nesta revisão contemplaram esse público (PIÑA-GARZA et
al., 2009; PIÑA-GARZA et al., 2010; AUVIN et al., 2019). Os participantes dos trabalhos
desenvolvidos por Piña-Garza e colaboradores foram crianças com idade entre 1 mês até 4
anos, com crises parciais das mais diversas etiologias e o ensaio conduzido por Auvin e
colaboradores (2019) incluiu crianças entre 1 e 4 anos de idade portadoras da síndrome de
Lennox-Gastaut (PIÑA-GARZA et al., 2009; PIÑA-GARZA et al., 2010).
Levando em consideração o total de indivíduos incluídos nos ensaios com os fármacos
analisados nesta revisão, fizeram parte dos grupos intervenção: Eslicarbazepina 55 pacientes;
Lacosamida 125 pacientes; Levetiracetam 922 pacientes; Pregabalina 326 pacientes;
Rufinamida 98 pacientes e Stiripentol 57 pacientes (foram excluídos aqueles que pertenceram
ao grupo controle). Ou seja, o fármaco avaliado na população mais numerosa de pacientes foi
o Levetiracetam, por razões que ficaram evidentes ao longo desta revisão, como seu perfil de
segurança, baixo potencial de interações medicamentosas que possam colocar a saúde do
paciente em risco, eficácia em diversos tipos de crises, disponibilidade de formulações
adequadas. Tal fato não significa que os outros fármacos sejam menos apropriados para o uso
em crianças. Mostra, somente, que são ainda são poucos os estudos para confirmar eficácia,
segurança e aplicabilidade em outras etiologias de crises convulsivas ou mesmo descobrir
algum efeito benéfico, além da atividade anticonvulsivante.
Consulta feita ao bulário da ANVISA no período da redação desta revisão na busca de
informações legais sobre os registros dos fármacos selecionados para esta revisão de escopo
182
Nome de
Fármaco
Forma
referência/
farmacêutica / Indicações
laboratório
Concentração
detentor
Comprimidos - Monoterapia no tratamento de convulsões de
revestidos início parcial em pacientes com epilepsia a
50, 100, 150 e partir de 16 anos de idade;
Lacosamida
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso em 20.07.2021.
APÊNDICE
201
Quadro 44 – Características dos anticonvulsivantes aprovados até 2012 para uso clínico.
1ª GERAÇÃO
Continua
Mysoline®
Agonista do receptor Indutor enzimático; hipersensibilidade
Primidona
GABA Amplo espectro – CPG cutânea; não pode ser empregado para
1954 Imperial Chemical
crises de ausência; sedativo.
Industries
2ª GERAÇÃO
Nome
Anticonvulsivante
Comercial e Mecanismo de ação Principais indicações Limitações e reações adversas Estrutura química
ano de aprovação
Laboratório
Indutor enzimático;
hipersensibilidade cutânea;
não é útil para crises de
Bloqueador de canais Fármaco de primeira linha ausência ou mioclônicas;
Carbamazepina Tegretol ®
de sódio para CPG; dor neuropática do leucopenia;
1964 Novartis
trigêmeo, transtorno bipolar cardiotoxicidade;
agranulocitose; anemia
aplástica.
Continua
3ª GERAÇÃO
Indutor enzimático;
Lamictal® Bloqueador de Amplo espectro – CPG;
Lamotrigina hipersensibilidade cutânea;
canais de sódio fármaco de primeira linha;
1990 síndrome de Steve Johnson;
GlaxoSmithKline SLG, transtorno bipolar
tontura; diplopia; ataxia.
206
Continua
Atualmente empregado
Felbatol ® apenas como coadjuvante;
Múltiplos anemia aplástica;
Felbamato Amplo espectro – CPG;
Taloxa® hepatoxicidade;
1993 SLG hipersensibilidade cutânea;
Carter-Wallace/ uso restrito
MedPointe
Pharmaceuticals
Continua
Continua
Renal
Zonegram® Atualmente empregado apenas
Zonisamida Bloqueador dos Amplo espectro – CPG; não como coadjuvante; sedativo;
2000 canais de sódio causa hepatoxiciade nefrotilíase; ganho de peso;
Elan/Eisai reações de hipersensibilidade.
Diacomit® Agonista do
Stiripentol receptor GABA, Síndrome de Dravet. Atualmente empregado apenas
2002 bloqueador dos Não causa hepatoxiciade como coadjuvante
Biocodex canais de sódio
Continua
Aumento da
Vimpat ® inativação de canais
Crises parciais Atualmente empregado apenas
Lacosamida UCB Pharma de sódio voltagem- como coadjuvante;
dependentes Não causa hepatoxiciade. cardiotoxicidade
2008
Indutor enzimático;
atualmente empregado
Aptiom® apenas como
Eslicarbazepina Zebinix® coadjuvante; tontura;
Bloqueador de Fármaco adjuvante para sonolência; náusea; dor
2009 canais de sódio crises parciais de cabeça;diplopia;
vômitos; fadiga vertigem;
Bial/Eisai ataxia
210
Continua
FONTES: Adaptado de BILLAKOTA et al., 2020; LÖSCHER et al., 2013; LÖSCHER & KLEIN, 2020; SILLS & ROGAWSKI, 2020.