Influências Ambientais No Desenvolvimento Infantil

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INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Pensando no comportamento que as crianças têm apresentado, nos seus


desejos, nas suas falas, no seu modo de agir, resgatamos um tema que
merece muita atenção. Pensar sobre o comportamento das crianças na
atualidade é refletir como estão sendo influenciadas pelos diversos
"mundos" que as cercam: família, escola, mídia e sociedade.

As experiências vivenciadas na infância influenciam no desenvolvimento da


personalidade, nos aspectos emocionais, e a forma de se relacionar com os
outros e consigo mesmo que essa criança terá na vida adulta.

Crianças, por mais inteligentes e desenvolvidas que sejam, NÃO são adultos
em miniatura, não possuem a capacidade de analisar fatos, julgar moralmente
as situações e conseguir compreender de maneira crítica todas as situações
que a cercam.

Crianças precisam de orientação, atenção e limites. É preciso ensinar o que


cabe ou não ao universo infantil; é necessário filtrar o que é vivenciado pelas
crianças.

Precisamos estar atentos a nossas crianças, pois elas absorvem tudo o que
está à sua volta, e os adultos próximos exercem um poder absoluto sobre o
desenvolvimento delas; principalmente figuras significativas como familiares e
professores.

Porém, a família e a escola hoje não são mais capazes de controlar tudo o que
a criança vê, ouve, descobre, e nesse caminhar, tanto a escola quanto a família
já não são as principais instituições que apresentam o mundo às crianças, que
as ajudam a fazerem descobertas.

A mídia vem ganhando mais espaço, as novas tecnologias têm influenciado as


atitudes das crianças, que vão cada vez mais entrando no mundo dos adultos,
porém nem sempre de maneira positiva. 
Com o advento da modernidade, com a televisão, a internet, a mídia, dentre
outros, a vida das crianças tem sido muito influenciada. É perceptível que cada
vez mais as crianças estão usando as mesmas roupas dos adultos,
participando das mesmas festas, usando a mesma linguagem, vendo os
mesmos programas de televisão, vendo e lendo as mesmas revistas, usando
os mesmos acessórios, e se comportando como adultos.
Temos por exemplo, os smartphones, um dos produtos da modernidade, que
influencia muito a vida das crianças. Elas sabem manipular sozinhas o celular e
nem sempre estão junto com os pais ou responsáveis; assim, acabam tendo
acesso a conteúdo que não são destinados ao público infantil. As vezes a
criança nem compreende bem aquilo que está tendo acesso, mas internaliza
aquilo a que está sendo exposto.
[...] para onde quer que a gente olhe, é visível que o comportamento, a
linguagem, as atitudes e os desejos – mesmo a aparência física - de adultos e
crianças se tornam cada vez mais indistinguíveis (POSTMAN, 1999 apud
GONÇALVES, 2010, s/p).
A exposição das crianças aos mais diversos conteúdos é inevitável, o que
reafirma a importância da orientação por parte dos pais, professores,
familiares, recomendadas para a idade delas, é preciso impor limites.
Precisamos educar as nossas crianças.

LIMITES
Muitos pais, na tentativa de diminuir seu sentimento de culpa pelo pouco
tempo que passam com os filhos, ou até mesmo por negligência,
concedem-lhes poderes, como escolher se vão sair ou não, se irão viajar
ou não e até mesmo se querem ou não ir à escola. No entanto, decidir e
saber falar um “não” que oferece limites e educa é função dos pais. É
extremamente necessário que os pais sejam firmes e tenham paciência
com seus filhos, pois ameaças e falatórios não adiantam.
Crianças sem limites não se sentem amados. É algo como um sentimento de
que os pais não se importam com eles, já que não se importam com o que eles
fazem. Inseguros afetivamente usam do mau comportamento para chamar a
atenção dos pais.
Crianças que ficam soltas demais tendem a se perder, a ficar sem referência.
Assim, muito carinho aliado a um tratamento disciplinador, com limites claros e
bem estabelecidos promove a segurança emocional que os filhos precisam.
O filho precisa ser convencido de que é amado e a disciplina é uma grande
ferramenta. Estabelecendo regras, rotinas e desenvolvendo um vínculo
saudável com os filhos, eles entenderão que não terão que apelar para revolta
no sentido de chamar atenção e ganhar afeto.
Os limites fazem parte da construção de todo indivíduo, mas os pais precisam
estar atentos para utilizá-los de forma assertiva. Num momento os pais dizem
"sim", em outros "não"; primeiro aceitam, depois mudam de ideia. Os filhos não
entendem porque uma hora podem e outra não e passam a desrespeitar as
determinações dos pais.
Os pais nunca devem se esquecer de que os filhos aprendem por imitação e,
portanto, eles devem exemplificar os limites que impõem. Coerência é
fundamental!
DAR LIMITES É...
 Ensinar que os direitos são iguais para todos;
 Ensinar que existem outras pessoas no mundo;
 Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde
começa o direito dos outros;
 Dizer “sim”sempre que possível e “não” sempre que necessário;
 Só dizer “não” aos filhos quando houver uma razão concreta;
 Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser
feitas;
 Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social de con-viver;
 Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é
apenas desejo;
 Dar o exemplo
DAR LIMITES NÃO É....
 Bater nos filhos para que eles se comportem...
 Fazer só o que vocês, pais, querem ou estão com vontade de fazer;
 Ser autoritário;
 Deixar de explicar o “porquê”das coisas, apenas impondo a “lei do
mais forte”;
 Gritar com as crianças para ser atendido;
 Deixar de atender as necessidades reais;
 Desrespeito, agressão,violência física;

INDISCIPLINA – a falta de limites em casa gera a sensação de que tudo é


possível em qualquer lugar

PALAVRÃO
Muitas vezes a criança fala um palavrão pela primeira vez por imitação; ter
visto algum adulto pronunciar, e por não compreender acaba por repeti-la. A
criança pode ouvir de um dos pais, ou aprender com algum coleguinha na
escola; também é possível que seu filho tenha assistido algum programa ou
filme na televisão impróprio para crianças.

Qual a melhor maneira de lidar com a situação?


 A criança fala palavrão pela primeira vez
Se não foi dito de forma bem clara, pode-se ignorar, para não chamar atenção
ao fato.  Quanto mais você responder, reprovar ou se exaltar diante do
palavrão, mais chance terá de ela continuar a ser usada.

Mas, se for pronunciada de forma clara você não precisa explicar o que
significa ou por que é inaceitável. Simplesmente deixe bem claro, em um tom
de voz neutro e desinteressado, que essa palavra não deve ser usada. "Essa
não é uma palavra que você pode usar nesta casa ou perto de outras pessoas"
("Isso não se fala" é vago ou abstrato demais para uma criança pequena.)

 E se ela continuar falando palavras inadequadas

Mostre outras palavras que podem ser usadas para pôr para fora raiva ou
euforia: incentivar a criança a dizer em voz alta: "estou bravo" ou "estou muito
feliz".

Se a criança não parar com o palavrão, mesmo após algumas advertências, é


hora de recorrer a alguma forma de disciplina. Fique calmo, reaja rapidamente
e de forma consistente: "Quando você diz essa palavra, você ganha um
castigo". O castigo deve ser curto e simples, como ter que sentar sozinho por
dois ou três minutos, e pode ser dado em qualquer lugar: no banco de trás do
carro, em uma cadeira isolada, ou no quarto da casa.

 É necessário explicar o que o palavrão significa?

Quando a criança é pequena, ela já sabe que não é correto falar, mas, na
maioria das vezes, ela nem tem ideia do que está dizendo. Pode até saber em
que situação se fala aquilo, mas não entende o significado. Melhor não explicar
para não reforçar o uso do palavrão. A partir de 7 ou 8 anos, já dá para
transformar esse momento em aprendizado, ensinando outras palavras que
podem substituir o palavrão. 

 Não permita que a criança consiga o que quer dizendo palavrão

Quando seu filho diz um palavrão para conseguir alguma coisa, aí é que
você não pode dar. De nada serve dizer, "essa palavra é nome feio e você não
pode dizer", e dar o que ele queria.

 Cuidado com o que você diz


É claro que as regras de comportamento são diferentes para adultos e
crianças, e precisamos ensinar isso para as crianças. Mas se seu filho escuta
palavrões diariamente, vai ser muito mais difícil convencê-lo de que certas
palavras são inaceitáveis. E ele também vai querer saber por que é que ele
precisa obedecer a regra e você não.

Pensem nas crianças como uma esponja que absorvem tudo o que veem e
escutam, e que adoram compartilhar com os outros tudo aquilo que ele
aprende, de bom e de ruim.

DUVIDAS RELACIONADAS COM SEXUALIDADE

A curiosidade e os questionamentos referentes à sexualidade surgem desde


muito cedo na vida das crianças. A partir dos três anos elas ficam cada vez
mais instigadas pelas descobertas no próprio corpo e no ambiente em que
vivem. Esse processo faz parte do desenvolvimento infantil e essa curiosidade
é saudável; porém é preciso atenção sobre o que cabe a idade ou não. Elas
imitam e repetem o que veem, ouvem e observam em casa, na escola, nos
meios de comunicação e em outros espaços de convivência.

As crianças questionam e investigam as diferenças entre homem e mulher,


menino e menina. Através do faz de conta, elas representam e experimentam
papéis; brincam de médico, despem bonecas e dão banho, brincam de papai e
mamãe que se beijam, pela simples curiosidade sobre as diferenças sexuais e
de gênero característica desta faixa etária. Falam em namorado e querem
beijar na boca dos pais ou dos amigos, porém, sem a conotação sexual dada
pelo adulto.

Então nesse período é natural que as crianças tenham dúvidas e questionem


os adultos sobre questões ligadas a sexualidade. Entre as perguntas que
surgem vale a regra das respostas verdadeiras, claras, objetivas e pontuais, de
acordo com a maturidade e a curiosidade expressada pela criança.

A falta de informação ou inverdades (vindas de dentro ou de fora de casa)


acabam por inibir a busca de conhecimento saudável vivido pelas crianças. Isto
não significa que devemos responder a elas absolutamente tudo sobre o
assunto questionado, nem de imediato (quando não é possível). Informação em
excesso podem “bagunçar” a cabeça da criança.
É importante estar atento para identificar aquilo que ela realmente quer saber.
Procure responder somente o que lhe foi perguntado; caso ela se interesse
mais pelo assunto, ou não tenha compreendido a explicação, não se preocupe,
ela fará uma nova pergunta na sequência ou em outra ocasião. 

Acolher o interesse da criança, além de promover seu desenvolvimento afetivo


e cognitivo, propicia o fortalecimento da relação de confiança mútua entre ela e
seus adultos de referência.

Orientações:

 As conversas sobre sexualidade devem ocorrer naturalmente como


qualquer outra que temos com as crianças.
 Criança é criança, não devendo ser exposta à sexualidade vivida pelo
adulto (no banho, no quarto com os pais ou de irmãos mais velhos, na
televisão, nas músicas e danças sensuais, dentre outros ambientes e
situações).
 Existe um limite entre o que é espontâneo e natural para cada fase da
sexualidade infantil e o que vai além.
 Não devemos inibir as manifestações sexuais das crianças; mas temos
que ter cuidado para não estimular aquilo que não pertence às etapas
desenvolvimento infantil.

RESPEITO AS DIFERENÇAS

Ensinar as crianças a serem tolerantes é de extrema importância. Todo aquele


que aprende e compreende a diferença, terá mais facilidade em ultrapassar
os desafios que a vida lhe apresentar.

Mas ensinar como? Como todas as atitudes, o respeito à singularidade é, na


maioria das vezes, aprendido de forma sutil. Mesmo antes de poderem falar, as
crianças imitam os pais, desenvolvendo os seus próprios valores espelhando
as atitudes das pessoas mais próximas. Os pais que demonstram tolerância na
vida, transmitem aos filhos um valor inestimável de sucesso para a sua vida.
Como resultado, os seus filhos também aprendem a aceitar e admirar as
diferenças.
 Observe as suas próprias atitudes. Tenha e demonstre, sempre, uma atitude
de respeito pelos outros;

 Lembre-se que as crianças ouvem tudo. Esteja ciente da maneira como fala
sobre pessoas que são diferentes de si. Não faça piadas que perpetuem
estereótipos. Embora algumas dessas piadas possam parecer inofensivas, elas
podem desfazer as atitudes de tolerância e respeito;

 Reconheça e respeite as diferenças dentro da sua própria família. Demonstre a


aceitação das diferentes habilidades, interesses e estilos entre os seus filhos.
Valorize a singularidade de cada membro de família;

 Ajude seu filho a sentir-se bem consigo mesmo. Crianças que se sentem mal
consigo mesmas, muitas vezes tratam mal os outros. Crianças com boa
autoestima, são mais propensas a tratar os outros com respeito. Ajude o seu
filho a sentir-se respeitado e valorizado.

Homossexualidade

Quando a criança vê um homem com trejeitos femininos, ou uma mulher com


trejeitos masculinos, costuma perguntar se é homem ou mulher.

O melhor a fazer é explicar que existem pessoas que namoram outras do


mesmo sexo, e que embora se comportam daquela maneira que a gente acha
diferente, elas merecem respeito.

E se as palavras “bicha, veado e sapatão” surgirem, é importante dizer que são


maneiras desrespeitosas de chamar essas pessoas. Ensinar que a palavra
certa é homossexual, e que não dizemos isso às pessoas, pois elas podem se
ofender.

Pessoas com deficiências

Porque aquela pessoa não anda/anda de cadeira de rodas/não enxerga/não


ouve?

Pode-se dizer o seguinte: As pessoas são diferentes. Há negros, brancos,


japoneses, gente baixa, alta, gorda, magra. Cada pessoa é de um jeito.
Algumas pessoas possuem limitações físicas, as vezes precisam de ajuda,
mas precisam ser tratadas normalmente.

Os adultos são os únicos responsáveis pela educação das crianças que


cuidam. Assim, é muito importante que a criança aprenda valores e saiba a
importância de ser solidária, de partilhar, de respeitar a si mesma e aos outros,
de ter compromisso e responsabilidades com seus atos. E é preciso que os
pais entendam que não podem abster as crianças das frustrações, pois é
dessa forma que elas amadurecem e se tornam aptas para enfrentar a vida,
tornando-se jovens e adultos saudáveis e seguros.

A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou
não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante.
Içami Tiba.

O maior desafio que você pai ou mãe tem na vida é transformar todo o amor que sente por
seus filhos numa experiência de crescimento mútuo. (Shinyashiki) 

Por melhor que seja uma escola, por mais preparados que estejam seus
professores, ela nunca vai suprir a carência deixada por uma família que
não educa e deixa de impor limites.

GONÇALVES, Juliana. INFLUÊNCIA DO MUNDO ADULTO NA VIDA DAS


CRIANÇAS. 2010. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/a-
influencia-do-mundo-adulto-na-vida-das-criancas/33412/#ixzz4kTQHzxMB>.

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