Protocolo de Puericultura - Consulta Publica

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CONSULTA PÚBLICA

PROTOCOLO DE
PUERICULTURA

ATUALIZADO EM: OUTUBRO/2021


Puericultura é a arte de promover e proteger a saúde das crianças, através de uma
atenção integral, compreendendo a criança como um ser em desenvolvimento com suas
particularidades. Neste sentido, o Grupo Condutor da Rede Cegonha elaborou este protocolo
como guia do atendimento básico de Puericultura nas UBS.
1 CONSULTAS NOS PRIMEIROS 2 ANOS DE VIDAS

O cronograma de consultas prevê um acompanhamento dos menores de 2 anos com


maior frequência e intervalos mais curtos, devido ao fato dessa faixa etária ser mais suscetível
a intercorrências, com manifestações clínicas que podem se agravar rapidamente.
De 2 a 4 anos, os intervalos para avaliação médica e de enfermagem tornam-se
maiores, devendo ser acompanhados a cada 6 meses.

O Ministério da Saúde recomenda o seguinte esquema para as consultas de rotina:

1° semana 1º mês 2º mês 4° mês 6° mês 9ºmês 12°mês 18° mês 24º mês

Algumas crianças com particularidades especiais necessitam de maior atenção e devem


ser vistas com maior frequência.

Calendário Municipal aprovado pela secretaria de saúde pode ser consultado: (ANEXO 07).

Em todas as consultas de rotina o profissional de saúde deve avaliar e orientar:


• Queixa principal, dúvidas, preocupações dos pais.
• Medidas Antropométricas: Peso, comprimento ou altura, perímetro cefálico (este
último até os 2 anos) e IMC. Anotar nos gráficos correspondentes e atentar para a
curva e mudanças nos gráficos da caderneta (ANEXO 08).
• Vacinas de acordo com o calendário atualizado anualmente.
• Desenvolvimento neuropsicomotor. A caderneta de saúde da criança, disponibiliza um
instrumento de vigilância do desenvolvimento infantil. Essa ferramenta permite
acompanhar a aquisição dos principais marcos do desenvolvimento e orientar sobre a
estimulação precoce para o desenvolvimento neuropsicomotor.
• Aleitamento/Alimentação com ênfase na promoção do Aleitamento Materno.
• Eliminações fisiológicas, cólicas, refluxo.
• Prevenção de Acidentes (Conforme caderneta).
• Identificação de problemas ou riscos para a saúde. É muito importante orientar sobre
sinais de alerta e sintomas que podem acontecer como: Secreção nasal,
Cólica/Engasgos, Diarreia/Constipação, Vômitos/Golfadas, Dificuldades para respirar,
Febre (≥37,5°C) ou Hipotermia (<36,5°C), Convulsões ou movimentos anormais,
Hérnia inguinal/umbilical, icterícia, letargia, irritabilidade, manchas na pele e
petéquias entre outros, os quais devem ser encaminhados o mais rápido possível para
atendimento médico.
• Atentar para possibilidade de: Sífilis, Toxoplasmose, HIV, Hepatites, Citomegalovírus
e demais (anexo 1 do roteiro da 1 consulta).
O registro de todos os atendimentos deve ser realizado tanto na carteira de saúde da
criança como no prontuário eletrônico (GMUS).
Sempre que a criança vier à Unidade de Saúde para atendimento de intercorrência ou
rotina devem ser observados todos os aspectos do seu crescimento e desenvolvimento,
promovendo uma avaliação integral.
2 TRIAGEM NEONATAL

• Teste do Pezinho: O Teste do Pezinho permite o diagnóstico precoce, tratamento e


acompanhamento, gratuitos, para as seguintes doenças genéticas: Fenilcetonúria,
Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Doenças Falciforme e outras
Hemoglobinopatias, Deficiência da Biotinidase e Hiperplasia Adrenal Congênita
(BRASIL, 2016). O Teste do Pezinho Master, que abrange outras doenças, é
realizado na rede particular.

► É solicitada a segunda coleta para confirmação da suspeita de alguma alteração,


prematuridade ou quando houver problemas com a amostra do sangue coletado.

• Teste da Orelhinha: A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por finalidade a


identificação o mais precocemente possível da deficiência auditiva nos neonatos e
lactentes. Consiste no teste e reteste, com medidas fisiológicas e eletrofisiológicas
da audição, com o objetivo de encaminhá-los para diagnóstico dessa deficiência, e
intervenções adequadas à criança e sua família (BRASIL, 2012).

► Sendo o reteste para exames com alteração realizado em até 15 dias de acordo com o
protocolo nacional de saúde auditiva.

• Teste do Olhinho: O teste do reflexo vermelho (TRV) é uma ferramenta de


rastreamento de alterações que possam comprometer a transparência dos meios
oculares, tais como catarata (alteração da transparência do cristalino), glaucoma
(alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da transparência do
vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência do vítreo pelo
tumor intraocular), descolamentos de retina tardios (BRASIL, 2013). Deverá ser
repetido pelo médico na primeira consulta e, pelo menos, duas a três vezes ao ano,
nos 3 primeiros anos de vida.

► Todos os nascidos devem ser submetidos ao TRV antes da alta da maternidade.

• Teste do Coraçãozinho: Todo bebê tem direito de realizar o teste de coraçãozinho


ainda na maternidade, entre 24h a 48h após o nascimento. O teste é simples,
gratuito e indolor. Consiste em medir a oxigenação do sangue e os batimentos
cardíacos do recém-nascido com o auxílio de um oxímetro. Sendo de grande
importância pois detecta cardiopatias congênitas críticas que podem colocar em
risco a vida do bebê. Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95%
em ambas as medidas (membro superior e inferior direito) e diferença menor que
3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior.

► Todos os nascidos devem ser submetidos ao Teste do Coraçãozinho antes da alta da


maternidade.
• Teste da Linguinha: O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita
diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da
língua causadas pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas
pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar (BRASIL, 2014).

► Os agendamentos para o teste da linguinha devem ser realizados nas unidades básicas de
saúde ainda nas primeiras duas semanas de vida, sendo que até 28 dias são encaminhados para
a odontopediatra do CEO para a primeira consulta odontológica do recém-nascido. Após esse
período, as crianças são agendadas, via SISREG, para a fonoaudióloga da rede.

Tabela 1- Esquema para as Consultas Odontológicas em Puericultura


Idade Equipe
Teste da linguinha até 28 dias CEO
06 meses de vida Unidade Básica
Após 06 meses de vida realizar consulta Unidade Básica
odontológica da criança a cada 6 meses

► Nos casos de anquiloglossia, o acompanhamento deverá ser realizado no CEO com a


odontopediatra até os 12 meses.

►Bebês sindrômicos serão acompanhados com a odontopediatra do CEO.

► Crianças de dois a cinco anos deverão ser acompanhadas a cada 6 meses pela Unidade
Básica de Saúde de sua referência, exceto as crianças de risco que serão acompanhadas no
Centro de Especialidades (CEO).
3 AMAMENTAÇÃO E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Uma alimentação saudável se inicia com o aleitamento materno. O leite materno é o


alimento ideal para a criança, pois é adaptado às suas necessidades nos primeiros anos de vida.
É o único que contém anticorpos e outras substâncias que protegem a criança de
infecções comuns enquanto ela estiver sendo amamentada, como diarreias, infecções
respiratórias, infecções de ouvidos (otites) e outras. Os 2 primeiros anos de vida são os mais
decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança, com repercussões ao longo de
toda a vida do indivíduo. A amamentação nesse período pode prevenir o aparecimento de
várias doenças na vida adulta (BRASIL,2019).

Nos primeiros 6 meses, a recomendação é que a criança receba somente leite materno.
Nenhum outro tipo de alimento necessita ser dado ao bebê enquanto estiver em amamentação
exclusiva: nem líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros leites; nem qualquer
outro alimento, como papinha e mingau. A oferta de outros alimentos antes dos 6 meses, além
de desnecessária, pode ser prejudicial, porque aumenta o risco de a criança ficar doente e pode
prejudicar a absorção de nutrientes importantes existentes no leite materno, como o ferro e o
zinco. Além disso, em geral a criança só está madura para receber outros alimentos em torno
dos 6 meses (BRASIL,2019).

► Até os três meses se a criança estiver em aleitamento exclusivo deverá ter ganho de peso
20 gramas/dia. Caso tenha peso menor, encaminhar ao pediatra.

Orientar que mamadeiras e chupetas atrapalham a amamentação ou até mesmo podem


causar o desmame precoce. Além disso, podem causar doenças e problemas na dentição,
respiração e na fala do bebê.

3.1 Contraindicações para a Amamentação

São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição parcial ou
total do leite materno.

► Nas seguintes situações, o aleitamento materno não deve ser recomendado:

• Mães infectadas pelo HIV.

• Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus linfotrópico humano de linfócitos T).

• Criança portadora de galactosemia, doença do xarope de bordo e fenilcetonúria.

• Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são citados


como contra indicações absolutas ou relativas ao aleitamento. Em caso de dúvidas acessar na
base de dados de LACTMED no navegador ou aplicativo para celular.

► Já nas seguintes situações maternas, recomenda-se a interrupção temporária da


amamentação:
• Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve
ser mantida somente na mama sadia.

• Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após
o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A
criança deve receber imunoglobulina humana antivaricela zoster (Ighavz), que deve ser
administrada em até 96 horas do nascimento, devendo ser aplicada o mais precocemente
possível.

• Doença de Chagas na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar


evidente.

• Abscesso mamário, até que ele tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A
amamentação deve ser mantida somente na mama sadia.

• Consumo de drogas de abuso: recomenda-se a interrupção temporária do aleitamento


materno, com ordenha do leite, que deve ser desprezado. O tempo recomendado de
interrupção da amamentação varia dependendo da droga.

Hepatite C= em casos de fissuras ou feridas sangrantes na mama, está recomendada a


interrupção temporária da amamentação na mama afetada até a cicatrização complementa.
Manter ordenha e descarte do leite da mama lesionada durante o processo de cicatrização.

Tabela 2 - Recomendação quanto ao tempo de interrupção do aleitamento materno após


o consumo de drogas de abuso

Período recomendado de interrupção da


Drogas
amamentação
Anfetamina, ecstasy De 24 a 36 horas
Barbitúricos 48 horas
Cocaína, crack 24 horas
Etanol 1 hora por dose ou até a mãe estar sóbria
Heroína, morfina 24 horas
LSD 48 horas
Maconha 24 horas
Fenciclidina De uma a duas semanas
Fonte: Caderno 33
3.2 Introdução dos alimentos complementares

A partir dos 6 meses, o leite materno deve ser mantido, novos alimentos devem ser
oferecidos e uma diversidade de cores, sabores, texturas e cheiros deve ser apresentada à
criança. Uma alimentação adequada e saudável é fundamental para o crescimento e
desenvolvimento da criança.
No início, a criança deverá receber a comida amassada com garfo. Em seguida, deve-se
evoluir para alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para que a
criança aprenda a mastigá-los. Também podem ser oferecidos alimentos macios em pedaços
grandes, para que ela pegue com a mão e leve à boca. Quando já estiver um pouco maior, a
criança pode comer a comida da família, cortando-se os pedaços grandes, quando necessário.
Não oferecer preparações líquidas e nem usar liquidificador, mixer ou peneira. Se a criança
continuar com a consistência líquida, terá dificuldade em aceitar alimentos mais sólidos no
futuro, podendo apresentar engasgo e ânsia de vômito.
Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são
oferecidos influenciam a formação do paladar e a relação da criança com a alimentação. A
criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena tem mais chances de se
tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas escolhas alimentares
(BRASIL,2019).
Nas tabelas 3 e 4 mostram a quantidade ideal de refeições em cada fase da introdução
alimentar:

Tabela 3. Quantidades ideais de refeições para cada fase da introdução alimentar.

Até os 6 meses 6 meses 7 a 8 meses

O leite materno deve


continuar a ser oferecido
segundo a vontade da
Leite materno + 3 refeições que criança, sem substituir
podem ser almoço (ou jantar) e almoço e jantar. Ele pode
2 lanches; ou almoço, jantar e 1 ser oferecido entre as
lanche. Não há regra sobre qual refeições e continua sendo
Aleitamento materno refeição iniciar primeiro. O o principal alimento da
exclusivo importante é que, ao completar criança.
7 meses, ela já esteja recebendo
3 refeições.
Passe a ofertar 4 refeições:
almoço, jantar e 2 lanches
contendo fruta

Café da manhã Leite materno Leite materno

Lanche da manhã Fruta e leite materno Fruta e leite materno


É recomendado que o prato
da criança tenha:
É recomendado que o prato da
criança tenha:
- 1 alimento do grupo dos
cereais ou raízes e
- 1 alimento do grupo dos
tubérculos;
cereais ou raízes e tubérculos;

- 1 alimento do grupo dos


- 1 alimento do grupo dos
feijões;
feijões;
Almoço
- 1 ou mais alimentos do
-1 ou mais alimentos do grupo
grupo dos legumes e
dos legumes e verduras;
verduras;

- 1 alimento do grupo das


- 1 alimento do grupo das
carnes e ovos.
carnes e ovos.

Junto à refeição, pode ser dado


Junto à refeição, pode ser
um pedaço pequeno de fruta.
dado um pedaço pequeno
de fruta.

Lanche da tarde Fruta e leite materno Fruta e leite materno

Jantar Leite materno Idem almoço

Antes de dormir Leite materno Leite materno

Fonte: Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, 2019.


Tabela 4. Quantidades ideais de refeições para cada fase da introdução alimentar.

8 a 9 meses 1 a dois anos

Além do leite materno, a


Os tipos de refeições continuam os criança recebe o café da
mesmos após os 9 meses: almoço, manhã, lanche da manhã,
jantar e 2 lanches com frutas almoço, lanche da tarde e
jantar.

A criança deve continuar a receber


o leite materno quando desejar. Ofereça água ao longo do
dia

-Fruta e leite materno ou


Cereal (pães caseiros ou
processados, aveia, cuscuz
de milho) e leite materno ou
Café da manhã Leite materno
- Raízes e tubérculos
(aipim/macaxeira, batata-
doce, inhame) e leite
materno

Lanche da manhã Fruta e leite materno Fruta e leite materno

É recomendado que o prato da É recomendado que o prato


criança tenha: da criança tenha:

- 1 alimento do grupo dos cereais - 1 alimento do grupo dos


ou raízes e tubérculos; cereais ou raízes e
tubérculos

Almoço e Jantar - 1 alimento do grupo dos feijões;


- 1 alimento do grupo dos
feijões - 1 ou mais
- 1 ou mais alimentos do grupo dos alimentos do grupo dos
legumes e verduras; legumes e verduras

- 1 alimento do grupo das carnes e - 1 alimento do grupo das


ovos. carnes e ovos
Junto à refeição, pode ser
Junto à refeição, pode ser dado um
dado um pedaço pequeno de
pedaço pequeno de fruta.
fruta.

Leite materno e fruta ou

• Leite materno e cereal


(pães caseiros pães
Lanche da tarde Fruta e leite materno processados, aveia, cuscuz
de milho) ou raízes e
tubérculos
(aipim/macaxeira, batata
doce, inhame)

Antes de dormir Leite materno Leite materno

Fonte: Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, 2019.

No início da introdução dos outros alimentos, não é preciso se preocupar com a


quantidade (números de colheres)que a criança consome, pois o leite materno continua sendo
o principal alimento da criança. O mais importante nesse momento é oferecer alimentos de
qualidade e variados.

Tabela 5 -Doze passos para uma alimentação saudável para crianças menores de 2 anos
Passo 1.Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses.
Passo 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a
partir dos 6 meses.
Passo 3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras
bebidas açucaradas.
Passo 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além
do leite materno.
Passo 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2
anos de idade.
Passo 6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.
Passo 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
Passo 8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências
positivas, aprendizado e afeto junto da família.
Passo 9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a
refeição.
Passo 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
Passo 11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
Passo 12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.
Fonte: Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, pag. 229, 2019.
3.3 Crianças que deverão ser encaminhadas para consultas com a Nutricionista:

► Crianças com baixo peso (< de 2,500Kg);

► Prematuras;

► Intolerantes a lactose;

► Alergia a proteína do leite de vaca;

► Refluxo gastroesofágico;

► Filhos de mãe HIV positivo

► Sobrepeso/obesidade

Para saber se a criança se encaixa nos critérios para o fornecimento de Fórmulas


Infantis via Secretaria Municipal de Saúde consultar:

-PROTOCOLO DE DISPENSAÇÃO DE FÓRMULAS INFANTIS, SUPLEMENTOS


ALIMENTARES E DIETAS ENTERAIS Disponível: https://wiki.smsbrusque.sc.gov.br/

3.4 Crianças que deverão ser encaminhadas para o Amamenta Brusque:

O Amamenta Brusque é serviço de referência no município em aleitamento materno


podendo ser encaminhadas para atendimento:

- Gestantes que tenham dúvidas ou que desejam saber mais sobre amamentação;

- Mães que estejam com dificuldades no Aleitamento (Ingurgitamento, fissuras, pega


incorreta, em uso de bicos artificiais, com pouca produção láctea e demais
situações...);

- Mulheres que retornarão ao trabalho e desejam manter o aleitamento exclusivo;

- Doadoras de leite humano, tendo em vista que o serviço é um posto de coleta de


leite humano;
4 SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO E VITAMINAS

► A prescrição de vitaminas em crianças deverá ser cuidadosamente avaliada pelo


médico da UBS ou pediatra.

Vitamina A: além da “predisposição para infecções” a deficiência da vitamina A


também compromete a resposta imunológica do organismo à vacinação oral e nasal.
Escassez ou excesso de vitamina A repercutem de forma negativa no organismo. O
“Vitamina A Mais”-Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, do
Ministério da Saúde, tem por objetivo reduzir e controlar a deficiência de vitamina A
em crianças de 6 a 59 meses e mulheres no pós-parto residentes em regiões
consideradas de risco.

Vitamina D: para a prevenção da deficiência, o Departamento Científico de


Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda suplementação
profilática de 400UI/dia a partir da 1º semana de vida até os 12 meses, e 600 UI/dia
dos 12 aos 24 meses, inclusive para crianças em aleitamento materno exclusivo .

Sulfato ferroso: Para prevenir a deficiência de ferro os Departamentos Científicos de


Nutrologia e de Hematologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2018-2021)
passaram a recomendar a administração de ferro elementar para todo lactente nascido a
termo, após o 3º mês de vida (com fator de risco) e 6º mês de vida (sem fator de risco)
na dose de 1mg/kg/dia, até os 2 anos de idade. Independentemente de se em
aleitamento materno exclusivo, fórmula infantil ou leite de vaca.

Público Conduta* Periodicidade

Diariamente até completar


Crianças de 3 a 24 meses 01 mg de ferro elementar/kg
24 meses

*A conduta está de acordo com as recomendações oficiais da Sociedade Brasileira de


Pediatria (2018-2021).
5 ORIENTAÇÕES

►O Exame Físico deve ser conforme a tabela da página 44 a 50 do Caderno de


Atenção Básica n°33. (ANEXO 6)

►Medidas de avaliação de hemograma associado ao PCR (para descartar infecção e


inflamação) e da ferritina, são propostos como exames iniciais, a critério médico, as crianças
aos 12 meses de idade. (SBP Junho 2018).

► Crianças entre 2 e 10 anos:


A realização do perfil lipídico deve ser rotina para todas nas crianças com história familiar
positiva de doenças cardiovasculares prematuras (pais e avós) ou outros fatores de risco de
DCV – ou seja, que apresentam hipertensão, diabetes ou obesidade, têm parentes de primeiro
grau com colesterol total superior a 240 mg/dL e com triglicerídeos superiores a 400 mg/dl ou
têm história familiar desconhecida. Crianças maiores de 10 anos: O colesterol deve ser
realizado como rotina. Seguir valores de referência:

Valores séricos do perfil lipídico para crianças acima de 2 anos e adolescentes.

Lipoproteínas
Desejáveis Limítrofes Elevados
(mg/dL)
CT < 150 150-169 >170
LDL-C < 100 100-129 >130
HDL-C > 45
TG < 100 100-129 >130

CT: colesterol total


LDL-C: fração LDL do colesterol
HDL-C: fração HDL do colesterol
TG: triglicérides

► Outros exames laboratoriais de rotina serão solicitados somente com suspeita de


doenças. Referência Caderno 33.
Uso do Vermífugo:

Idade Medicação/dose
2 anos Albendazol 400 mg dose única

Repetir periodicamente a cada 4, 6 ou 12 meses até completar 5 anos de idade. Após, realizar
dose anual. Casos específicos de verminoses estas doses poderão ser alteradas.

► Atentar para sinais de Síndromes em geral e encaminhar ao pediatra, tais como: A


Síndrome de Down que apresenta geralmente várias comorbidades e uma especial atenção
deve ser dada ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) pela sua elevada incidência e
frequente diagnóstico tardio.
Deve-se suspeitar de TEA se houver a presença e a combinação de algumas destas situações:

Indiferença: as crianças não respondem aos chamados dos pais ou dos cuidadores, aparentando
surdez; não respondem com sorriso social, não fazem contato “olho no olho”;
Desinteresse quando são estimuladas – por exemplo, quando lhe oferecem um brinquedo;
Movimentos repetitivos com a cabeça, com os antebraços e com as mãos: andam na ponta dos pés
e balançam o tronco, mexem os dedos em frente aos olhos, emitem sons não usuais;
Evitam relacionar-se desde o início da vida, com dificuldade ao contato físico;
Ausência de reação de surpresa: não diferem o conhecido do desconhecido, não discriminam o
interlocutor;
Dificuldade para brincar de “faz de conta”, imitar gestos e expressões;
Grande sensibilidade a determinados tipos de sons;
Atraso importante no desenvolvimento da fala, elas falam de si na terceira pessoa, repetem
palavras ou frases imediatamente ou algum tempo depois de tê-las ouvido (ecolalia);
Tendência ao isolamento, à autoagressão, à inquietação e a apresentar comportamentos estranhos;
Repetição da mesma atividade: giram objetos durante muito tempo;
Interesse restrito por objetos e temas, como, por exemplo, só gosta de brincar com carrinhos, ou
sabe tudo sobre planetas, só fala de um tema.
Salto de etapas no desenvolvimento esperado, como, por exemplo, aprendem a ler sem que
tenham aprendido sobre cores;
Falta de iniciativas espontâneas de compartilhar prazer, interesses e atividades. Em alguns casos,
essas crianças apresentam habilidades especiais (matemática, habilidades musicais, de leitura e
plásticas) e alterações nas funções fisiológicas (relacionadas ao sono, aos processos
gastrointestinais e à alimentação).
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 13.002, de 20 de Junho de 2014. Obriga a realização do Protocolo de


Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm .

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da criança -11ed. Brasília: Ministério da


Saúde, 2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primaria à Saúde. Departamento de


Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção Primaria à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas
e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção


Especializada e Temática. Triagem neonatal biológica: manual técnico / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância : detecção e
intervenção precoce para prevenção de deficiências visuais / Ministério da Saúde, Secretaria
de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2013.

Consenso Sobre Anemia Ferropriva: mais que uma doença, uma urgência médica! Diretrizes
dos Departamentos de Nutrologia e Hematologia-Hemoterapia da Sociedade Brasileira de
Pediatria. Nº 2 / Junho / 2018, atualizado em 24.07.18

Diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica: oximetria de pulso como ferramenta de


triagem neonatal. Departamentos de Cardiologia e Neonatologia da SBP. Disponível em:
http://www.sbp.com.br/pdfs/diagnostico-precoce-oximetria.pdf.

Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola,


na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar. Quarta edição (revisada e
ampliada). Departamento Científico de Nutrologia Sociedade Brasileira de Pediatria 2018.
Dez passos para uma alimentação saudável: guia alimentar para crianças menores de dois
anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 2. reimpr. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2015.

MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 2ª EDIÇÃO – ATUALIZADA - 2021/


Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: SBP.
2021.

Manual de Neonatologia, 7. ed. John P. Cloherty, Guanabara 2015. MINISTÉRIO DA SAÚDE


- CADERNETA DA CRIANÇA. 2da edição. PASSAPORTE DA CIDADANIA. Brasília DF
2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderneta de Saúde da Criança Menina. 12° ed. Brasília-DF:


2018.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Caderneta de Saúde da Criança Menino. 12° ed. Brasília-DF:


2018.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília-DF:


2012.

Nelson Textbook of Pediatrics. Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 20TH
Edition. Elsevier. 2016.

NELSON TEXTBOOK OF PEDIATRICS, TWENTY-FIRST EDITION. Copyright © 2020


Elsevier Inc.

NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 20ª
Edição. Elsevier. 2017.

Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4. ed. -- Barueri, SP: Manole 2017.
ISBN: 978-85-204-4612-6.

CONSENSO SOBRE ANEMIA FERROPRIVA: ATUALIZAÇÃO: DESTAQUES 2021.


DIRETRIZES Departamentos Científicos de Nutrologia e Hematologia da Sociedade Brasileira de
Pediatria. Nº 2 / Junho / 2018 atualizado em 26.08.21
ANEXOS
ANEXO 01 – ROTEIRO ANAMNESE DA PRIMEIRA CONSULTA

1-GRAVIDEZ:
Solicitar a Caderneta da Gestante extraindo os seguintes dados da gravidez e parto: Sorologias da mãe
(HIV, Sífilis, Hepatites, Toxoplasmose, Citomegalovírus etc...), vacinas (Influenza, dTpa/dT e hepatite B).
Porém é importante avaliar também: Gestações, partos, nascidos vivos, número de consultas, exames, USG,
uso de antibióticos, vitaminas e outros medicamentos pelo seu efeito no RN. Na caderna de saúde da
criança extrair dados no recém-nascido.
2-PARTO:
Parto normal ou Cesariana (motivo) - Intercorrências no parto.
3-PESO AO NASCER:
Peso:
- Normal:2500 a 4000 gr
- Baixo peso ao nascer: Menos de 2500 gr.
4-COMPRIMENTO:
Comprimento em RN a termo normal de 48 a 53 cm.
5-PERÍMETRO CEFÁLICO:
PC normal de 33 a 38 cm em RN a termo, porém atualmente se considera Microcefalia < 32 cm em RN a
termo (Para menino igual ou inferior a 31,9 cm e, para menina, igual ou inferior a 31,5 cm.)
6-APGAR:
Avalia a frequência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor com 1 minuto
(índice de depressão intra-parto) e 5 minutos (evolução pós-parto) de nascidos.
7- IDADE GESTACIONAL
Pela idade gestacional:
- A termo: De 37 a 41 semanas 6 dias
- Pré-termo. Menos de 37 semanas completas
- Pós-termo: De 42 semanas o mais.
8-TESTE DE ORTOLANI
Repetir nas primeiras consultas
9-TESTE DO REFLEXO VERMELHO:
Deverá ser repetido pelo médico na primeira consulta e, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos 3
primeiros anos de vida.
10-TESTE DO PEZINHO:
Teste do pezinho entre o 5-7 dia.
11-TRIAGEM AUDITIVA:
EMISSÕES OTOACÚSTICAS EVOCADAS (EOA) se alterado repetir ou PEATE (BERA). Se deficiente
tratamento antes dos 6 meses evita perda funcional da linguagem. Repetir se fatores de risco.
12-TESTE DO CORAÇÃOZINHO:
Confirmar se valores normais.
13-TESTE DA LINGUINHA:
Realizado na Odontopediatria (CEO), encaminhar se não efetuado.
14-VACINAS:
Orientar pelo calendário atualizado anualmente pelo PNI.
15-ELIMINAÇÕES FISIOLÓGICAS:
Fezes, número, consistência e cor, urina frequência e características.
16-ALIMENTAÇÃO:
Leite materno exclusivo, formula, LV puro ou diluído com ou sem adicionais, boa mamada ou não,
regurgitações, refluxo, sinais de dor de refluxo (esofagite), cólicas.
17-INTERCORRÊNCIAS E PROBLEMAS
ANEXO 02 – ANAMNESE DE CONSULTA PERIÓDICA DE PUERICULTURA

1-PERÍMETRO CEFÁLICO ...... PARA IDADE


No gráfico da caderneta:
a) De linha vermelha superior a vermelha inferior (+2 a -2 escores z): Adequado
b) Acima da linha vermelha superior ( >+2escores z): Acima do esperado
c) Abaixo da linha vermelha inferior (<-2 escores z): Abaixo do esperado
Linha verde: Mediana, pode normalmente estar acima ou abaixo.
-Nos casos dos prematuros corregira para idade biologica ate os 2 a 3 anos.
-O crescimento do sistema nervoso central é muito intenso no primeiro ano de vida, sendo avaliado
pelo aumento do perímetro cefálico, que é de 2 cm/mês no primeiro trimestre, 1 cm/mês no
segundo trimestre e 0,5 cm/mês no segundo semestre..
2-PESO e COMPRIMENTO/ALTURA ...........PARA IDADE
a) De linha vermelha superior a vermelha inferior (+2 a -2 escores z): Adequado
b) Acima da linha vermelha superior (> +2 escores z): elevado
c) Abaixo da linha vermelha inferior (< -2 escores z): baixo
d) Abaixo da linha preta inferior (< -3 escores z): muito baixo
Linha verde: Mediana, pode normalmente estar acima ou abaixo.
Nos casos dos prematuros corregira para idade biologica ate os 2 a 3 anos.
3-IMC ..... PARA IDADE
No gráfico da caderneta
a) Amarela a vermelha inferior (+1 a -2:): Adequado
b) De Amarela a vermelha superior (>+1 a +2): Risco de sobrepeso até os 5 anos e sobrepeso nos
maiores
de 5 anos.
c) De vermelha superior a Preta superior: (>+2 a +3): Sobrepeso até os 5 anos e obesidade nos
maiores de 5 anos.
d) Acima da preta superior (> +3): Obesidade até os 5 anos e obesidade grave nos maiores de 5
anos.
e) De vermelha inferior a preta inferior (<-2 a -3) Magreza
f) Debaixo da preta inferior (<-3) Magreza acentuada.
4-DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR .......PARA IDADE
Pode ser avaliado utilizando as tabelas de marcos de desenvolvimento presentes (P) ou ausentes
(A) na caderneta da própria criança.
5-VACINAS:
Orientar pelo calendário atualizado “anualmente” do PNI. Lembrar que as primeiras vacinas são
BCG e Hepatite B geralmente realizadas no hospital e após com 2,3,4,5,e 6 meses.
6-ELIMINAÇÕES FISIOLÓGICAS:
Fezes, número, consistência e cor, urina frequência e características.
7-ALIMENTAÇÃO:
Leite materno exclusivo, fórmula, LV puro ou diluído com ou sem adicionais, boa mamada ou não,
regurgitação, refluxo, sinais de dor de refluxo (esofagite), cólicas.
8-INTERCORRÊNCIAS E PROBLEMAS:
Perguntar conforme o caso.
ANEXO 03 - ROTEIRO EXAME FÍSICO DO RN E LACTENTE

1-APARENTE BOM ESTADO GERAL (BEG) , HIDRATADO (1)


OU DESIDRATADO LEVE, MODERADO OU GRAVE

2-EUPNEICO (2)
OU TAQUIPNEICO, DISPNEICO, TAQUIDISPNEIA

3-CORADO ATIVO E REATIVO


OU HIPOCORADO, OU HIPOATIVO E HIPORREATIVO

4-FONTANELA ANTERIOR NORMOTENSA (FAN)


OU DEPRIMIDA OU ABAULADA

5-ANICTÉRICO (5) OU ICTÉRICO


ZONA DE KRAMER: +/4+ ou ++/4+ ou +++/4+ ou ++++/4+

6-PUPILAS ISOCÓRICAS E REATIVAS, REFLEXO VERMELHO NORMAL


REFLEXO VERMELHO VISTO COM OFTALMOSCÓPIO Fazer ao nascer, na primeira consulta
e com "2 meses", após isto com periodicidade definida pelo médico sendo sugerida com 6m, 9m,
1a e após cada 6 meses. O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause
obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas – cuja
identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal
da visão.

7- OTOSCOPIA: MEMBRANA TIMPÂNICA TRANSLÚCIDA ou alterada (Sem brilho,


eritematosa, abaulada)

8-OROSCOPIA E OROFARINGE SEM ALTERAÇÕES.


Observar se tem candidíase oral, palato fendido, ou outras anomalias

9-AUSCULTA PULMONAR: MURMULHO VESICULAR PRESENTE BILATERAL, SEM


ESTERTORES
Observar apneias, desconfortos e gemidos.
Frequência respiratória normal, segundo a OMS
De 0 a 2 meses Até 60mrm
De 2 a 11 meses Até 50mrm
De 12 meses a 5 anos Até 40mrm
De 6 a 8 anos Até 30mrm
Acima de 8 anos Até 20mrm
De 0 a 2 meses Até 60mrm

Fonte: DIECKMANN; BROWNSTEIN; GAUSCHE-HILL, 2000, p. 43-45

10-AUSCULTA CARDÍACA: BULHAS CARDÍACAS NORMOFONÉTICAS, SEM


SOPROS, PULSOS E PERFUSÃO ADEQUADOS (9)
FC normal de 95-160 bpm. Observar sopros, pulsos (conferir femoral), perfusão periférica,
cianoses. Lembrar que pode ter alterações cardíacas graves sem sopro.

FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL


Idade Variação Média Normal
Recém Nato de 70 a 170 120
11 meses de 80 a 160 120
2 anos de 80 a 130 110
4 anos de 80 a 120 100
6 anos de 75 a 115 100
8 anos de 70 a 110 90
10 anos de 70 a 110 90
Fonte: DIECKMANN; BROWNSTEIN; GAUSCHE-HILL, 2000, p. 43-45.

11-ABDOME: PLANO, DEPRESSÍVEL, NÃO DOLOROSO, SEM MASSAS, SEM VMG.


Conferir fígado, baço, distensão abdominal, procurar massas palpáveis.

12-COTO UMBILICAL SEM ALTERAÇÕES


Coto umbilical sem mau cheiro, sem eritema ao redor, sem secreções.

13-GENITÁLIAS EXTERNAS E ÂNUS SEM ALTERAÇÕES


Conferir fimose e testículos em bolsa escrotal em meninos e em meninas alterações genitais,
sangue ou secreções.

14-ORTOLANI NEGATIVO - MORO POSITIVO - PREENSÃO PALMAR - SUCÇÃO


Conforme idade.
ATENÇÃO!

SINAIS DE PERIGO!

Em todas as visitas domiciliares, é fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais
de perigo à saúde da criança. As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um
curto espaço de tempo por infecções bacterianas graves. São sinais que indicam a necessidade de
encaminhamento da criança ao serviço de referência com urgência (AMARAL, 2004):

• Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar);


• Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere);
• Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem respirar);
• Frequência cardíaca abaixo de 100bpm;
• Letargia ou inconsciência;
• Respiração rápida (acima de 60mrm);
• Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o habitual);
• Febre (37,5ºC ou mais);
• Hipotermia (menos do que 35,5ºC);
• Tiragem subcostal;
• Batimentos de asas do nariz;
• Cianose generalizada ou palidez importante;
• Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida;
• Gemidos;
• Fontanela (moleira) abaulada;
• Secreção purulenta do ouvido;
• Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e/ou com secreção
purulenta (indicando onfalite);
• Pústulas na pele (muitas e extensas);
• Irritabilidade ou dor à manipulação.

Para as crianças maiores de 2 meses, é importante observar se a criança não consegue beber ou
mamar no peito, se vomita tudo o que ingere, se apresenta convulsões ou se está letárgica ou
inconsciente (AMARAL, 2004) [D].
ANEXO 04 – ROTEIRO VISITA DOMICILIAR AO RECÉM-NASCIDO DE RISCO E
PUÉRPERA
Nome da Mãe: DN___/___/_____
Idade da Mãe: Micro-área:
Nome do RN:____________________________________________DN do bebê: ___/___/_____
Endereço: __________________________________________________________________
Telefone:_____________________________________Data realização da visita: ___/___/____
Já registrou o nascimento? ( ) Sim ( ) Não Possui cartão do SUS?( ) Sim ( ) Não
Intercorrência neonatal: ( ) Sim ( ) Não Qual:_______________________________________________
OBSERVE O RECÉM-NASCIDO:
Pele e Mucosas: ( ) Hidratada, corada ( ) Cianótica ( ) Monilíase oral ( ) Monilíase perineal
( ) Impetigo ( ) Icterícia ( )Outros:_______________________________________________
Coto Umbilical com sinais de infecção: ( ) Sim ( ) Não
Fontanelas (moleira) : ( ) Abaulada ( ) Plana ( ) Deprimida
Olhos: Secreção ( ) Sim ( ) Não Outro:___________________________
Respiração: ( ) Normal ( ) Alterada Reflexos: ( ) Normais ( ) Alterados
A Criança já recebeu outro tipo de líquido? ( ) sim ( ) não
Se leite materno complementado: ( ) leite em pó ( ) leite em caixinha ( ) leite saquinho ( ) puro ( )
diluído ( ) fórmula adequada. Outros: ____________
Eliminações: _________________________________________________________________
Sono: _________________________________________
Criança Ativa : ( ) Sim ( ) Não
Higiene do RN:_______________Interação Familiar:_____________
Recebeu as vacinas na Maternidade: ( ) BCG( ) Hepatite B ( ) Nenhuma
Realizou teste da Orelhinha: ( ) Sim ( ) Não
teste do Olhinho: ( ) Sim ( ) Não
teste do Pezinho: ( ) Sim ( ) Não
teste do Coração: ( ) Sim ( ) Não
teste da Linguinha:( ) Sim ( ) Não
OBSERVE A MÃE
Estado Geral: ( ) Triste ( ) Queixosa ( ) Higiene Adequada
Alimentação: ( ) Adequada ( ) Inadequada
Tipo de parto: _______________________________________________________________
Tem febre? ( ) Sim ( ) Não
Amamentação: ( ) Exclusiva ( ) Artificial ( ) Misto
Mamas: ( ) Fissura ( ) Mamilo plano ( ) Ingurgitamento ( ) mastite ( ) dor
Está tendo alguma dificuldade em amamentar o bebê: Qual? _____________________________
Episiotomia/cicatriz da cesária: ( ) Aberta ( ) Dolorosa ( ) Vermelha ( ) Presença de secreção purulenta
Relacionamento: ( ) Olha para o bebê ( ) Sorri para o bebê ( ) Fala sobre o bebê ( ) Pega no colo
Involução Uterina ( ) Sim ( ) Não
Presença de Lóquios ( ) Sim ( ) Não Características:________________________
Situação social de risco (Moradia/Higiene/Renda dentre outros): ( ) Sim ( ) Não
Qual? _____________________________
Mantendo relação sexual: ( ) Sim ( ) Não
Recebeu orientação sobre contracepção:( ) Sim ( ) Não
Profissional responsável pela Visita:______________________________________
ANEXO 05 -ROTEIRO VISITA DOMICILIAR AO RECÉM-NASCIDO E PUÉRPERA- ACS

Nome da Mãe: Idade da Mãe:


DN___/___/_____
Nome do RN:
DN do bebê: ___/___/_____
Endereço:
_____________________________________________________
Telefone: Data realização da visita: ___/___/____
CNS:
Teve algum problema no parto ou nascimento: ( ) Sim ( ) Não
Qual:

OBSERVE O RECÉM-NASCIDO:
( ) Icterícia (amarelão)Outros:_______________________________________________
Coto Umbilical com sinais de infecção (vermelho, odor, quente, secreção):
( ) Sim ( ) Não

A Criança já recebeu outro alimento além do leite materno? ( ) sim ( ) não


Se leite materno complementado com:
( ) leite de vaca em pó ( ) leite de vaca em caixinha ( ) leite de vaca pacote ( ) leite de vaca não pasteurizado
( ) leite de vaca diluído (qual a diluição?) ( ) Composto lácteo ( ) fórmula infantil
( ) Água/Chá/Suco ou outro ( ) Leite de vaca + mucilagem ( tipo Mucilon,Neston, amido, ...)

Eliminações (qual a frequência e aspecto):


Sono ( ) adequado ( ) dorme pouco ( ) dorme muito
Higiene do RN adequada: ( ) Sim ( ) Não

Interação mãe – bebê adequada: ( ) Sim ( ) Não


( ) Olha para o bebê ( ) Sorri para o bebê ( ) Fala sobre o bebê ( ) Pega no colo
Recebeu as vacinas na Maternidade: ( ) BCG( ) Hepatite B ( ) Nenhuma

Realizou teste da Orelhinha: ( ) Sim ( ) Não teste do Pezinho: ( ) Sim ( ) Não


teste do Coração: ( ) Sim ( ) Não teste da Linguinha:( ) Sim ( ) Não
teste do Olhinho: ( ) Sim ( ) Não
OBSERVE A MÃE
Estado Geral: ( ) Triste ( ) Queixosa ( ) Higiene Adequada
Alimentação: ( ) Adequada ( ) Inadequada
Tipo de parto: _______________________________________________________________
Tem febre? ( ) Sim ( ) Não

Está tendo alguma dificuldade em amamentar o bebê? Qual?


Mamas: ( ) Fissura ( ) Mamilo plano ( ) Ingurgitamento ( ) mastite ( ) dor

Situação social de risco (Moradia/Higiene/Renda dentre outros): ( ) Sim ( ) Não


Qual?
Recebeu orientação sobre contracepção:( ) Sim ( ) Não
Já recebeu algum atendimento anterior( Enfermeiro, pediatra…)?

Profissional responsável pela Visita:


ANEXO 06 –- PÁGINAS 45-50 DO CADERNO Nº 33 DA ATENÇÃO BÁSICA EXAME
FÍSICO DO RECÉM -NASCIDO.

Quadro 1 – Tópicos do exame físico na primeira consulta do recém-nascido


Tópicos do exame físico Ações específicas
Avalie o comprimento e o perímetro cefálico da criança. Avalie
o peso em relação ao peso ideal ao nascer. Consideram-se
normais tanto uma perda de peso de até 10% ao nascer quanto a
sua recuperação até o 15º dia de vida. O perímetro cefálico com
Peso, comprimento e
medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2 ou > +2
perímetro cefálico
escores “z”) pode estar relacionado a doenças neurológicas,
como microcefalia (de causa genética ou ambiental) e
hidrocefalia, o que exige, portanto, melhor avaliação e
encaminhamento (MACCHIAVEMI; BARROS FILHO, 1998).
Observe e avalie o relacionamento da mãe/cuidador e dos
familiares com o bebê: como respondem às suas manifestações,
Desenvolvimento social e
como interagem com o bebê e se lhe proporcionam situações
psicoafetivo
variadas de estímulo. Os marcos do desenvolvimento segundo a
faixa etária são descritos na subseção 9.2.
Avalie a postura normal do recém-nascido: as extremidades
fletidas, as mãos fechadas e o rosto, geralmente, dirigido a um
dos lados. Observe o padrão respiratório: a presença de
anormalidades, como batimentos de asas do nariz, tiragem
intercostal ou diafragmática e sons emitidos. Avalie o estado de
vigília do recém-nascido: o estado de alerta, o sono leve ou
Estado geral profundo e o choro. Identifique sinais de desidratação e/ou
hipoglicemia: pouca diurese, má ingestão (a criança não
consegue mamar ou vomita tudo o que mama), hipoatividade e
letargia. A temperatura axilar normal situa-se entre 36,4ºC e
37,5ºC e não necessita ser medida rotineiramente em crianças
assintomáticas, exceto na presença de fatores de risco, como
febre materna durante o parto.
Pesquise alguma assimetria, malformação, deformidade ou
Face
aparência sindrômica
Observe a presença de: (a) edema (se for generalizado, pense em
doença hemolítica perinatal, iatrogenia por uso de coloides ou
cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse; se for
localizado, isso sugere trauma de parto); (b) palidez
(sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de
arlequim – palidez em um hemicorpo e eritema do lado oposto,
Pele por alteração vasomotora e sem repercussão clínica); (c) cianose
(se for generalizada, pense em doenças cardiorrespiratórias
graves; se for localizada nas extremidades ou na região perioral,
pense em hipotermia); (d) icterícia. O profissional deverá estar
mais atento caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24
horas ou depois do 7º dia de vida, caso tenha duração maior do
que uma semana no recém-nascido a termo, duração maior do
que duas semanas no prematuro (CANADIAN..., 2008) e se a
tonalidade for amarela com matiz intenso ou se a icterícia se
espalha pelo corpo, atingindo pernas e braços. Pesquise a
possível presença de assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas
palmo-plantares (sífilis). Esclareça a família quanto à
benignidade do eritema tóxico
Examine as fontanelas: a fontanela anterior mede de 1cm a 4cm,
tem forma losangular, fecha-se do 9º ao 18º mês e não deve
estar fechada no momento do nascimento. A fontanela posterior
é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês.
Crânio
Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. Bossa
serossanguínea e cefalematomas (mais delimitados do que a
bossa e que involuem mais lentamente) desaparecem
espontaneamente.
Reflexo fotomotor: projeta-se um feixe de luz em posição
ligeiramente lateral a um olho. A pupila deve se contrair
rapidamente. O teste deve ser repetido no outro olho, devendo
ser comparado com o primeiro. Avalia basicamente a estrutura
anatomofuncional (CANADIAN…, 2008). Teste do reflexo
vermelho ou Bruckner test (idem): deve ser realizado na
penumbra (para a pupila ficar mais dilatada), com o
oftalmoscópio colocado aproximadamente de 5cm a 10cm de
distância dos olhos da criança (o importante é que o
oftalmoscópio ilumine os dois olhos simultaneamente), para se
observar o reflexo vermelho nos dois olhos. Se for notado um
reflexo diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, a
criança deverá ser avaliada por um oftalmologista com urgência,
pois poderá ter problemas como: catarata congênita,
retinoblastoma ou retinopatia da prematuridade (GRAZIANO,
2002). É importante lembrar que todos os prematuros com 32
Olhos semanas ou menos e/ou menores de 1500g devem ser avaliados
com dilatação de pupila por oftalmologista na 6ª semana de vida
e acompanhados de acordo com o quadro clínico, pois o teste do
reflexo vermelho detecta retinopatia da prematuridade apenas de
grau 5, já com descolamento de retina e prognóstico reservado.
Conjuntivites: as pálpebras podem estar edemaciadas (pela
reação ao nitrato de prata a 1%) e a regressão é espontânea em
24h a 48h. A presença de secreção purulenta evidencia uma
conjuntivite e, principalmente no RN, é importante descartar a
infecção por gonococo, clamídia e herpesvírus (SOCIEDADE...,
2006). A conduta correta é sempre coletar a secreção e solicitar
exame bacteriológico e bacterioscópico. A coleta pode ser feita
do fundo de saco, com espátula para swab, e encaminhada ao
laboratório de microbiologia em meio de cultura. Após a coleta,
deve-se iniciar imediatamente o tratamento com colírio
(tobramicina ou ofloxacina) e, após o resultado, deve-se tratar o
agravo de acordo com o agente etiológico. O grande risco é a
conjuntivite por gonococo, pois a bactéria pode penetrar na
córnea intacta e causar perfuração ocular em 24h. Estrabismo
(ou esotropia) e nistagmo lateral são comuns nesta fase,
devendo ser reavaliados posteriormente. Os recém-nascidos
podem apresentar eventualmente algum tipo de desvio ocular,
pois a visão binocular só estará bem desenvolvida entre 3 e 7
meses. Raramente o estrabismo congênito tem seu diagnóstico
feito antes dos 6 meses de vida (GRAZIANO, 2002). O exame
para o seu diagnóstico está descrito no capítulo 4. A idade ideal
para o encaminhamento é a partir dos 4 meses
Oriente a família para a realização da triagem auditiva neonatal
universal (Tanu) ou “teste da orelhinha”. As justificativas para a
Orelhas e audição triagem universal, o teste e as situações de risco para deficiência
auditiva estão descritas no capítulo 7. Observe também a
implantação, o tamanho e a simetria das orelhas.
Nariz Avalie a forma e a possível presença de secreção (sífilis).
Alterações morfológicas podem representar dificuldade para a
pega durante a amamentação, o que exigirá suporte e
Boca acompanhamento adequados. Observe a úvula, o tamanho da
língua (macroglossia), o palato, o freio lingual e a coloração dos
lábios
Avalie a assimetria facial e a posição viciosa da cabeça. O
torcicolo congênito tem resolução espontânea em 90% dos
Pescoço casos. No entanto, nos casos mais persistentes, pode ser
necessária correção cirúrgica (protelada até os três anos de
idade) (STAHELI, 2008)..
Avalie a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas,
pulmonares, de coluna ou arcabouço costal. Apalpe as
clavículas, para avaliar se há fraturas que poderiam acarretar
diminuição ou ausência de movimentos do braço. A fratura de
clavícula é manejada simplesmente prendendo-se o braço ao
tórax, para proporcionar conforto ao bebê (STAHELI, 2008);
tem caráter benigno e ocorre formação de calo ósseo em 2 a 3
semanas. Oriente a família para a involução espontânea de
Tórax
mamas, que podem estar ingurgitadas ou com presença de
secreção leitosa (passagem de hormônios maternos). Observe
possíveis sinais de sofrimento respiratório (tiragens, retração
xifoidiana, batimentos de asas do nariz, gemidos, estridor).
Conte a frequência cardíaca, que normalmente varia entre
120bpm e 160bpm. Observe a possível presença de cianose,
abaulamento pré-cordial, turgência jugular, ictus cordis e sopros
cardíacos. Verifique também os pulsos.
Observe a respiração, que é basicamente abdominal e deve estar
entre 40mrm e 60mrm. Observe a forma do abdome: se ele
Abdome estiver dilatado, o achado pode sugerir presença de líquido,
distensão gasosa, visceromegalias, obstrução ou perfuração
abdominal; se ele estiver escavado, isso pode indicar hérnia
diafragmática. Diagnostique a presença de hérnias inguinal e
umbilical. Os casos de hérnia inguinal têm indicação cirúrgica
imediata, devido ao risco de encarceramento ou
estrangulamento. Já nos casos de hérnia umbilical, aguarda-se
sua regressão espontânea até 12 meses, dependendo do tamanho
da hérnia (BEHRMAN; KLIEGMAN; JENSEN, 2003).
Diagnostique também a presença de diástase dos retos
abdominais e agenesia da musculatura abdominal. Verifique a
presença de granuloma umbilical após a queda do coto
(resolvido com uso de nitrato de prata). Se a região umbilical
estiver vermelha, edemaciada e com secreção fétida, o achado
indica onfalite e, portanto, a criança deve ser encaminhada para
a emergência (AMARAL, 2004).
Apalpe a bolsa escrotal para identificar a presença dos
testículos. Quando os testículos não forem palpáveis na bolsa
escrotal na primeira consulta do recém-nascido, a mãe pode ser
informada de que isso se trata de uma situação comum,
especialmente em prematuros (9,2% a 30%). Isso porque, na
maioria das vezes, os testículos “descem” até os 3 meses de
vida, quando o caso deverá ser reavaliado. Se aos 6 meses os
testículos não forem apalpados na bolsa escrotal, a criança deve
ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento (DENES;
Genitália SOUZA; SOUZA apud JATENE; NOBRE; BERNARDO,
2006). O acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo
caracteriza hidrocele, que em geral tem regressão lenta, com
resolução espontânea, até os 2 anos de idade da criança (idem).
A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a
localização do meato urinário para excluir a possibilidade de
hipospádia ou epispádia. Na genitália feminina, os pequenos
lábios e o clitóris estão mais proeminentes. Pode haver secreção
esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à passagem de
hormônios maternos, que se resolve espontaneamente.
Verifique a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício
Ânus e reto
e a presença de fissuras.
Examine os membros superiores e inferiores, para avaliar sua
resistência à extensão, a flexão dos membros, a possibilidade de
flacidez excessiva e a suposta presença de paralisia. Identifique
a provável presença de pé torto, que pode ser desde posicional
(corrigido espontaneamente ou com imobilização) até um pé
torto congênito grave, associado inclusive a outras
Sistema osteoarticular anormalidades congênitas (STAHELI, 2008). O exame da
flexibilidade do pé ajuda na diferenciação, mas o ideal é
encaminhar a criança para o ortopedista, para melhor avaliação
e escolha do tratamento. Verifique a presença de displasia
evolutiva do quadril realizando os testes de Ortolani e de
Barlow (DEMOTT et al., 2006; AMERICAN..., 2006; U.S.
PREVENTIVE..., 2012; INSTITUTE, 2012).
Examine toda a coluna, em especial a área lombo-sacra,
Coluna vertebral
percorrendo a linha média.
Observe reflexos arcaicos: sucção, preensão palmo-plantar e
Moro (descrito no capítulo 8, sobre o acompanhamento do
desenvolvimento), que são atividades próprias do recém-nascido
a termo, sadio. Observe a postura de flexão generalizada e a
Avaliação neurológica
lateralização da cabeça até o final do primeiro mês. Observe a
presença de movimentos normais e espontâneos de
flexão/extensão dos membros. O tônus normal é de semiflexão
generalizada (CANADIAN..., 2008).
Fonte: DEMOTT et al., 2006; PORTO ALEGRE, 2004 (com adaptações).
ANEXO 07 - CRONOGRAMA DAS CONSULTAS – MÉDICAS E DE ENFERMAGEM –
PARA CRIANÇAS DE RISCO HABITUAL NA ATENÇÃO BÁSICA

Idade Critérios Equipe


Atendimento na Primeira
De 0 a 7 dias Todas as crianças Semana de Vida pela equipe da
Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
1° mês Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
2° mês Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
4° mês Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
6° mês Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
9° mês Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
12 meses Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
18 meses Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Médico/Enfermeiro
24 meses Todas as crianças de puericultura
da Atenção Básica
Serão agendadas pela equipe do Amamenta Brusque no Hospital Azambuja (SUS) consulta para o
Pediatra criança:
– Prematuras
– Baixo peso ao nascerem
– Apgar menor que 7 no 5º minuto de vida (Intercorrências no parto)
– Recém-nascido retido na maternidade por intercorrência clínica
– Recém-nascido filho de mãe portadora do HIV, toxoplasmose ou sífilis
– Outras intercorrências que caracterizem a criança como de médio/alto risco (BRASIL, 2016)
*Caso seja identificada alguma situação de risco ou vulnerabilidade durantes os atendimentos na
Atenção Básica a criança deverá ser encaminhada para avaliação do pediatra.
ANEXO 08 - ANTROPOMETRIA
ANEXO 9 - FLUXOGRAMA MUNICIPAL DE COLETA DE CARIÓTIPO NO
HOSPITAL
ANEXO 10 - FLUXOGRAMA MUNICIPAL DE COLETA DE CARIÓTIPO NO
HOSPITAL
ANEXO 11 - MANEJO DA CRIANÇA EXPOSTA À SÍFILIS E DA CRIANÇA COM
SÍFILIS CONGÊNITA

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