Pesquisa de Clima Organizacional: Uma Análise Quantitativa: Faculdade de Ciências Da Saúde - Facs Curso: Psicologia
Pesquisa de Clima Organizacional: Uma Análise Quantitativa: Faculdade de Ciências Da Saúde - Facs Curso: Psicologia
Pesquisa de Clima Organizacional: Uma Análise Quantitativa: Faculdade de Ciências Da Saúde - Facs Curso: Psicologia
CURSO: PSICOLOGIA
BRASÍLIA
JUNHO/2008
WILER FARIA MACHADO SILVA
Brasília/DF,
Junho de 2008.
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS
CURSO: PSICOLOGIA
O presente estudo abordou uma pesquisa de Clima Organizacional realizada junto à empresa
pública EMATER-DF, mostrando os pontos que podem ser melhorados para que a empresa
proporcione um melhor ambiente de trabalho aos seus funcionários, uma vez que a
organização deseja desenvolver uma cultura empresarial adaptada às demandas do Terceiro
Milênio. Este tipo de pesquisa vem sendo reiteradamente utilizada nas organizações com a
finalidade de diagnosticar a percepção dos funcionários acerca das práticas da empresa, e, a
partir disso, minimizar os conflitos entre as necessidades dos indivíduos e as da organização,
melhorando, assim, o ambiente de trabalho e, por conseguinte, o desempenho dos
funcionários. Neste intuito, já que pesquisas de clima organizacional são importantes
ferramentas provedoras de novas formas de gestão compatíveis às exigências do novo
mercado global, foi utilizado um questionário com 19 fatores que podem interferir no Clima
Organizacional de uma empresa, tais como: Conformidade com a Estrutura,
Responsabilidade, Padrões de Desempenho, Recompensas, Clareza Organizacional, Calor
Humano e Apoio, Liderança, Oportunidade de Progresso, Conflitos, Flexibilidade,
Participação, Competição, Comprometimento com a Empresa, Equidade Salarial, Condições
de Trabalho, Comunicação, Ética Empresarial, Estímulo à Criatividade e Oportunidade de
Desenvolvimento Profissional. O questionário de clima organizacional foi respondido por 105
funcionários da EMATER lotados em áreas específicas, totalizando 61% da amostra total de
empregados da empresa e 85% dos funcionários das áreas onde foram aplicados os
questionários. De maneira genérica, os cinco pontos mais favoráveis em relação à qualidade
de clima organizacional foram: Estímulo à Criatividade, Comprometimento com a Empresa,
Conformidade com a Estrutura, Condições de Trabalho e Competição. Já os cinco pontos
mais desfavoráveis em relação à qualidade de clima organizacional foram: Comunicação,
Oportunidade de Progresso, Padrões de Desempenho, Clareza Organizacional e Conflitos.
Tais resultados sugerem que a EMATER-DF fomente, principalmente, as áreas de
Comunicação e Padrões de Desempenho, pois além de terem sido os fatores mais
desfavoráveis a um bom clima organizacional, também foram os fatores que mais se
correlacionaram com os demais.
INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 7
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS......................................................................................... 34
3.1 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................ 35
ANEXOS ............................................................................................................................... 71
INTRODUÇÃO
O TEMA
Atualmente, por onde quer que se ande, é possível sentir a influência da tecnologia na
vida do ser humano. A evolução da ciência fez nascer conhecimentos que, hoje, são
responsáveis por um mundo sem barreiras, quase que plenamente globalizado. Devido ao
advento, sobretudo, dos novos meios de transportes e da comunicação, todos os países do
mundo começaram a se relacionar, trocando, por exemplo, informações e mercadorias. E esse
fato vem transformando energicamente a maneira como as empresas estão se comportando
para se adaptarem às novas demandas do cenário atual.
é certo que o desempenho humano depende de uma complexidade de fatores que atuam
interagindo entre si de maneira extremamente dinâmica (personalidade, experiências
passadas, filtros particulares, maturidade, etc.), entretanto é vital a remoção contínua
das restrições ambientais que possam afetar negativamente o desempenho humano no
trabalho.
Deste modo, com base no exposto até então, foi utilizado, nesta monografia, um
PROBLEMAS DE PESQUISA
JUSTIFICATIVA
Atualmente, para que uma empresa sobreviva frente às ameaças e turbulências que a
Era da Informação fez surgir com o advento, principalmente, da globalização da economia e
dos avanços tecnológicos, é necessário que as organizações se tornem ágeis, inovadoras, e
capazes de se transformarem de acordo com as demandas provindas do mercado
(CHIAVENATO, 2004).
De qualquer forma, seja qual for o tipo de empresa ou mesmo o ramo de negócios, faz-
se necessário, diante dessas transformações sócio-econômicas, a implementação de um
processo de reestruturação produtiva, que engloba mudanças na Estrutura Organizacional.
Segundo Guimarães (2000, p. 127), “no setor público, o desafio que se coloca para a
nova administração pública é como transformar estruturas burocráticas, hierarquizadas e que
tendem a um processo de insulamento em organizações flexíveis e empreendedoras”.
O mesmo autor afirma que essa transformação só será possível, quando ocorrer uma
ruptura com os modelos tradicionais de administração dos recursos públicos e introduzir-se
uma nova cultura de gestão.
Neste sentido, ferramentas que possibilitem, neste contexto, ações e estratégias que
promovam o desenvolvimento das pessoas e o crescimento da produtividade, como, por
exemplo, a Pesquisa de Clima Organizacional, são de suma importância para as mudanças
necessárias em relação à gestão de pessoas.
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Além disso, segundo Mello (2004), o tema clima organizacional é propício devido às
conceituações controversas, ao vasto campo de pesquisas inexploradas e à carência de
publicações nesta área no Brasil.
Por tudo isso, urge que estudos no ramo do Clima Organizacional sejam incentivados.
OBJETIVOS GERAIS
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Por último, o capitulo de conclusão sintetiza as principais deduções obtidas a partir das
reflexões realizadas durante a pesquisa, ressaltando as contribuições do trabalho para a área de
estudo em questão e abrindo espaço para a elaboração de trabalhos futuros.
12
Katz e Khan (1985 apud WAGNER III, 1999), afirmam que as organizações, enquanto
sistemas abertos, estão sujeitas e expostas a tais impactos originários do ambiente externo,
como o cenário econômico e tecnológico, de determinada época. Segundo Wagner, uma das
obras dos dois autores citados acima deu origem à Abordagem dos Sistemas Abertos. Esta
substituiu, na ordem, a Abordagem da Administração Científica de Taylor (1890 a 1940), a
Abordagem dos Princípios da Administração de Henry Fayol (1900 a 1950) e, por último, a
Abordagem das Relações Humanas conhecida pelos estudos feitos em Hawthorne (1930 a
1970).
A Abordagem dos Sistemas Abertos teve início em 1960 e vigora até o presente. Ela
percebe a organização como um sistema – estrutura unificada de subsistemas inter-
relacionados – aberto ou sujeito à influência do ambiente circunvizinho. Assim, empresas
cujos sistemas conseguem se adaptar às exigências do ambiente circundante podem continuar
em atividade; enquanto as que não conseguem, acabam morrendo (WAGNER III, 1999).
São dessas exigências que surgem dois conceitos, Era da Informação e Cultura
Organizacional, que estarão fundamentando o estudo do objetivo desta monografia – avaliar o
Clima Organizacional de uma Empresa Pública. Portanto, tratando desses dois conceitos, na
verdade se estará preparando o terreno onde será possível brotar a compreensão sobre Clima
Organizacional e sua intervenção no resultado do trabalho.
Além disso, também existem outras exigências que o atual mundo moderno impõe às
empresas para que elas continuem sobrevivendo. Uma delas, citada na Abordagem dos
Sistemas Abertos, é a importância e a valorização que se deve dar aos funcionários nas
organizações.
Logicamente, ao afirmar que esse entendimento provém desta Abordagem, tem-se que
levar em consideração que a construção dos fundamentos de qualquer teoria, recebe
contribuições de outras, pois são sempre frutos da assimilação dos conhecimentos oriundos
daquelas que a antecede. Assim, algumas abordagens antecedentes, exercem forte influência
na maneira pelo qual a Abordagem dos Sistemas Abertos entende a forma de se comportar
frente ao agitado contexto empresarial. Como exemplo, é possível citar uma prática
proveniente da Abordagem das Relações Humanas (1930 a 1970) que, hoje, possui grande
espaço na Abordagem dos Sistemas Abertos e, claro, no modo como as empresas vêm se
estruturando recentemente: Trata-se da importância e valorização dada aos funcionários nas
organizações através de questões relacionadas à Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho.
Essas são contribuições que, além de fazer com que o indivíduo seja visto com ser bio-psico-
social e parceiro da empresa, possibilita a compreensão de que um ambiente propício ao
trabalho tem como conseqüência o aumento e a qualidade na produção.
Segundo Lima e Trindade (2004), no entanto, nem todos percebem as pessoas como
essenciais para a estratégia organizacional e como fonte de diferencial competitivo. Muitas
vezes, as empresas não se atentam para as condições precárias as quais as pessoas estão
submetidas, e sua relação com altas taxas de absenteísmo, rotatividade, atestados, etc.
De acordo com as práticas exigidas pela Era da Informação, as pessoas são quem
realmente podem agregar valor aos serviços e produtos das empresas, pois as organizações
vivem numa época onde o capital financeiro deixou de ser o recurso mais importante, cedendo
lugar para o conhecimento. Tornar o conhecimento útil e produtivo passou a ser a verdadeira
responsabilidade gerencial; e como isso só pode ser feito por meio das pessoas, já que os
computadores não pensam nem criam, os empregados tornaram-se parceiros da empresa,
constituindo-se parte integral do capital intelectual da empresa (CHIAVENATO, 2004).
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Perceber funcionários como principal ativo da organização, requer uma filosofia que
reflita essa crença. Por isso é indispensável que a Cultura Organizacional, ou seja, os valores,
as normas e crenças da empresa estejam de acordo com este princípio, pois caso contrário, tal
filosofia teria espaço apenas no campo da oratória, e não na forma como as pessoas estariam
sendo geridas verdadeiramente (TAMAYO, 1998).
Em face do exposto até agora, é possível concluir que o mundo do trabalho vive numa
contínua transformação resultante do momento histórico mundial. Ora, se a forma como os
trabalhos se estruturam são frutos de circunstâncias históricas – como da tecnologia e da
globalização, por exemplo – e já que esses trabalhos necessitam se adaptar ao meio para
sobreviverem, as empresas empenhadas em continuar existindo devem se submeter às “novas
regras” do mercado impostas aos que querem lhe acompanhar. Assim, as empresas devem se
tornar ágeis, flexíveis, eficientes e dinâmicas.
A maneira pela qual a Cultura Organizacional pode estruturar uma empresa no sentido
de apoiar a agilidade, a eficiência, a descentralização e as outras características de uma
empresa moldada sob os princípios da Era da Informação, é através das normas, dos valores e
das crenças estabelecidas pela empresa que guiarão os comportamentos dos seus funcionários.
Assim sendo, a Cultura Organizacional pode ser utilizada nas empresas como um eficaz
instrumento eliciador de transformação, adaptando-as às exigências da atualidade.
Segundo Sá (2006, p. 3), “o interesse pelo estudo da Cultura das Organizações surgiu a
partir da necessidade de se entender vários dos seus fenômenos, como o substrato de crenças e
valores que fundamentam as práticas formais e informais que estão inseridas na vida da
organizacional”.
Ora, com o auxílio das definições acima, é possível compreender que a Cultura
Organizacional é quem definirá a forma pela qual os funcionários de determinada empresa irão
se comportar e como serão tratados, pois ao criar, por exemplo, normas que regulamentam as
relações sociais, a empresa direciona os comportamentos dos indivíduos aos limites
estabelecidos. Deste modo, por exemplo, um gerente terá que se adequar às normas da
organização ao dar um feedback ao seu subordinado, não podendo extrapolar os valores da
empresa, sob risco de ser punido; ao mesmo tempo em que o funcionário, de antemão, saberá
quais são os resultados esperado dele pela chefia.
Vale ressaltar também, que segundo Sá (2006), a Cultura Organizacional é quem forma
a identidade da empresa e a distingue das demais, fator que conseqüentemente pode contribuir
de forma positiva no sentimento de pertencimento do funcionário. Essa questão é
imprescindível para o sucesso das novas empresas.
É importante lembrar ainda, que existem outros fatores que podem exercer influência
na construção da cultura de uma empresa, além das demandas do mercado: trata-se da própria
cultura nacional na qual a organização está inserida. Em pesquisas recentes, Pires e Macedo
(2006), salientam que as características culturais de um país tendem a se refletir nas culturas
organizacionais, principalmente pelos mecanismos de socialização experimentados nas
famílias, escolas e religiões.
questão, a avaliação do Clima Organizacional de uma Empresa Pública, e a forma como ela
interfere no desempenho humano no trabalho. A reiterada abordagem sobre Cultura
Organizacional é imprescindível para a compreensão de Clima Organizacional, já que
conforme Puente-Palácios (2002), a Cultura serve de base para o Clima. Portanto, é crucial que
alguns pontos ainda sejam examinados para embasar este trabalho.
De acordo com Castor e José (1998 apud PIRES e MACEDO, 2006, p. 94),
Guimarães (2000 apud PIRES e MACEDO, 2006, p.95), afirma que “no setor público,
o desafio que se coloca para a nova administração pública é como transformar estruturas
burocráticas, hierarquizadas e que tendem a um processo de insulamento em organizações
flexíveis e empreendedoras”.
O mesmo autor afirma que essa transformação só é possível quando ocorrer uma
ruptura com os modelos tradicionais de administração dos recursos públicos e introduzir-se
uma nova cultura de gestão empreendedora que permita às organizações públicas atuarem de
forma eficiente, num mundo de rápidas transformações.
Outra questão que dificulta a inserção de uma nova Cultura Organizacional em órgãos
públicos é presença de dois corpos funcionais com características nitidamente distintas: um
permanente e outro não-permanente. Segundo Martelane (1991 apud PIRES e MACEDO,
2006), o corpo permanente é formado pelos funcionários de carreira, cujos objetivos e cultura
foram formados dentro da organização, e o não-permanente é composto por administradores
políticos que seguem objetivos externos e mais amplos aos da organização.
Schall (1997 apud PIRES e MACEDO, 2006), cita que essa descontinuidade
administrativa é um dos pontos que mais diferenciam a organização pública da privada,
conferindo às organizações públicas certas características que as deixam amarradas ao “velho”
como, por exemplo, projetos de curto prazo que privilegia projetos que podem ser concluídos
no mesmo mandato, para, assim, terem retorno político; duplicação de projetos, muitas vezes
quase idênticos, com a finalidade de reivindicar a autoria para si; conflitos de objetivos entre
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No entanto, para introduzir uma nova cultura de gestão que propicie transformações
organizacionais compatíveis às demandas do Terceiro Milênio, é necessário que se tenha um
panorama da atual situação da empresa, ou seja, das práticas, acontecimentos, funcionamentos
e de seus processos estruturais vigentes, pois a partir do modelo existente e de suas respectivas
falhas é que correções poderão ser feitas na empresa, adaptando-a às exigências dos novos
tempos.
E uma das formas para se diagnosticar o que vigora na empresa num determinado
momento é mensurar as percepções dos empregados quanto às práticas, funcionamentos e
processos estruturais da organização. Trata-se de uma ação que estaria avaliando, deste modo,
o Clima Organizacional da empresa.
Wiley e Brooks (2000 apud BEDANI, 2007), possuem uma definição parecida com a
proposta por Sá (2006). Eles alegam que o Clima seria um construto do tipo correlacional, pois
busca identificar a relação entre aqueles elementos do ambiente, percebidos e descritos pelos
funcionários, que estariam diretamente associados aos resultados da organização. A melhoria
da performance das organizações e a manutenção dos resultados positivos a longo prazo,
estariam, portanto, significativamente relacionados com a capacidade da liderança em criar um
ambiente energizador e produtivo para a força de trabalho.
No entanto, para Luz (1996 apud LIMA e ESTANO, 2004, p. 4), “Clima
Organizacional é o reflexo do estado de espírito ou do ânimo das pessoas, que predomina
numa organização em um determinado momento”.
Este fenômeno perceptual duradouro não pode ser confundido com avaliações afetivas
do indivíduo sobre o trabalho ou a organização, pois Clima se refere à descrição de eventos e
práticas organizacionais percebidas. Trata-se da percepção de ocorrências de determinadas
práticas organizacionais, como, por exemplo, clima orientado para a inovação, ou para a
autonomia, ou ainda para relacionamentos interpessoais favoráveis. Ao contrário, o Clima não
quer avaliar satisfação ou comprometimento organizacional, pois numa pesquisa de Clima o
indivíduo deverá responder tão somente se determinado fato investigado ocorre (ou não) na
organização, e não julgar como se sente a respeito dele.
O fato do Clima ter que ser compartilhado entre os membros da organização constitui a
quinta característica da definição oferecida por Koys e DeCottis (1991). Portanto, o Clima não
se constitui de percepções individuais, mas origina-se nelas. Essas percepções emergem e se
sustentam de maneira coletiva com base na atribuição de significados comuns outorgados
pelos membros da organização aos eventos percebidos (PUENTE-PALACIOS, 2002).
normas, valores, crenças mais ou menos estável que define os padrões de comportamento
esperado, norteando o desempenho dos seus membros. Já o Clima Organizacional refere-se ás
representações compartilhadas das percepções dos membros sobre o agir da organização.
A definição de Clima Organizacional feita por Koys e DeCottis (1991) pode ser
ratificada por diversas definições de outros autores. Como exemplo, temos o entendimento de
Litwin e Stringer (1988 apud LIMA e ESTANO, 2004, p. 4), pelo qual “clima organizacional é
um conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho, percebidas direta ou
indiretamente, pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a
motivação e o comportamento dessas pessoas”.
Para Campbell et all (1970 apud LIMA e ESTANO, 2004, p. 4), Clima organizacional
é visto como “conjunto de atributos específicos de uma organização em particular que pode ser
influenciado pela forma como esta organização lida com seus membros e seu ambiente. Para
cada indivíduo dentro da organização, o clima assume a forma de um conjunto de atitudes e
expectativas estáticas (tal como o grau de autonomia)”.
Desta forma, para esses autores, Clima organizacional também pode ser definido como
fenômeno perceptual compartilhado pelos membros de uma unidade da organização. Ora,
levando em consideração tais definições e os objetivos específicos desta monografia, de que
forma a avaliação da percepção grupal frente às práticas organizacionais pode auxiliar um
Órgão Publico a se adequar às novas demandas exigidas pela atual conjuntura global? De que
maneira a pesquisa de Clima Organizacional pode subsidiar o desempenho humano no
trabalho?
Deste modo, as pesquisas de Clima Organizacional podem estar sendo utilizadas como
um ponto de partida para novas estratégias de gestão de RH no sentido de promover o
crescimento e desenvolvimento profissional dos colaboradores, diminuir burocracias, otimizar
a comunicação, achatar a hierarquia e outras contribuições que em geral estariam aproximando
24
Lima e Estano (2004) afirmam que Pesquisas de Clima Organizacional devem fazer
parte do calendário de gestão de uma empresa como instrumento indispensável ao
monitoramento a ao direcionamento das ações dos seus ciclos estratégicos, devendo ser
interpretado e adaptado aos interesses do grupo e exigências externas.
Além disso, segundo Bueno (1995 apud MELLO, 2003), o clima organizacional é uma
variável que influi diretamente na produtividade, podendo, portanto, subsidiar o desempenho
humano no trabalho.
Em concordância com pesquisas realizadas por Litwin e Stringer (1968 apud Mello,
2003), e por Pritchard e Karasick (1973 apud Mello, 2003), existem evidências significativas
de que o clima organizacional possui impacto positivo na motivação individual e no
desempenho no trabalho.
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA.
2.1 A EMPRESA
demanda por parte dos produtores rurais por outros assuntos que não os agrícolas
(aposentadoria, conta de luz, marcação de consultas, etc...) o que demonstra seu papel também
social junto à área rural.
A sede da EMATER funciona, dentro desse processo, como órgão de consultoria dos
dezenove escritórios demarcados nos arredores de Brasília e como órgão responsável por
assuntos burocráticos tais como planejamento, coordenação e finanças. Para isso, a sede foi
organizada com as seguintes unidades: O primeiro extrato do organograma é composto pelos
Conselhos Administrativo e Fiscal, pela Presidência (PRESI) e pela Diretoria Executiva
(DIREX). O segundo extrato é formado pelas Coordenações de Operações (COPER), de
Administração e Finanças (COAFI), e de Planejamento (CPLAN). O terceiro extrato é
constituído pelas gerências de cada Coordenação (Anexo 1).
Tais competências demonstram que esta gerência possui responsabilidades que, dentro
do Comportamento Organizacional, segundo Chiavenato (2004), fazem parte da estrutura de
desenvolvimento de pessoal, sugerindo que realmente é ela, a encarregada de realizar práticas
que promovam o incremento institucional. Desta forma, a solicitação da GEDIN constante do
OF. N° 816/2007 – PRESI ao CENFOR, por uma pesquisa de Clima Organizacional que
27
2.2 A PESQUISA
Para confirmar ou não as hipóteses desta pesquisa e solucionar a questão, foi utilizado
um questionário de Clima Organizacional como técnica de coleta de dados, com a finalidade
de se conhecer, por meio das questões, a percepção dos empregados da organização quanto aos
eventos a as práticas da organização. Além do questionário, uma análise documental foi
realizada, visando detectar como se manifestam a cultura, o clima organizacional, os padrões
de comportamento existentes, as relações de subordinação, os estilo de liderança e a qualidade
da comunicação da empresa, através de qualquer informação registrada ou escrita que define,
especifique, relate ou certifique atividades, requisitos ou resultados de ações praticadas pela
EMATER (NETO, 1986 apud MELLO, 2004)
Do mesmo modo, de acordo com Queiroz (1991 apud MELLO, 2003, p. 111), os
questionários também podem ser utilizados neste tipo de pesquisa já que “as técnicas
quantitativas não são mais do que uma ordenação do qualitativo, segundo maior ou menor
quantidade de elementos do fenômeno, segundo a maior ou menor intensidade como este se
apresenta”.
ordenação mais precisa dos resultados, podendo, por isso, serem utilizadas na solução de
problemas de determinado lugar.
• Na primeira coluna você deverá pensar naquilo que realmente ocorre na sua empresa,
circulando o número correspondente à coluna abaixo, pois estas respostas traduzirão a
expressão da sua opinião e sentimentos no momento atual, portanto representam a "situação
real" ou "percebida" por você com relação ao clima da sua organização hoje.
• Na segunda coluna você deverá pensar naquilo que realmente gostaria que acontecesse na
sua empresa, circulando o número correspondente à coluna abaixo, pois estas respostas
traduzirão a expressão da sua opinião e sentimentos a respeito do que você gostaria que
ocorresse na sua empresa, portanto representam a "situação ideal" ou "desejada" por você
com relação ao clima da sua organização.
Para cada uma das variáveis foram formuladas duas questões, totalizando 38
(trinta e oito) questões, além do que é fornecida uma relação de números inteiros
30
Cada uma das questões deverá ser respondida em relação à situação real e à
ideal, havendo, para isso, duas colunas claramente identificadas.
Relata também, que devido ao novo modo como as empresas começaram a enxergar
seus funcionários, combinando os interesses destes e da própria empresa para soluções
conjuntas, variáveis como ética empresarial e comprometimento com a empresa devem ser
adotadas em pesquisas de Clima Organizacional, pois somente a sinergia gerada entre
empregados e organização leva a um aumento global da riqueza. Assim, na aliança entre
lucros, resultados, justiça, cooperação e preservação, a ética empresarial é a única maneira de
obtenção do lucro com respaldo moral (MELLO, 2003).
2.3 PROCEDIMENTOS
Por se tratar de uma empresa grande e principalmente pela característica de ser uma
empresa na qual grande parte dos seus funcionários trabalham em escritórios rurais afastados
do Plano Piloto com características distintas entre si, foi realizado uma reunião com um dos
gerentes responsáveis por todos os escritórios rurais da EMATER-DF com o intenção de
determinar quais seriam os escritórios que deveriam participar da pesquisa.
O critério adotado para definir quais escritórios deveriam ser visitados pelos
estagiários foi o de divisão por amostragem. Apesar de todos os escritórios terem diferenças
entre si, alguns guardam semelhanças substanciais de maneira que, devido ao exíguo tempo
proposto para realização da pesquisa, seria desnecessárias reiteradas visitas a núcleos rurais
muito parecidos. O que caracterizou a semelhança ou diferença entre os núcleos foi sua
localização (se é dentro da cidade ou no campo) e o predomínio dos serviços prestados á
população (assistência técnica na produção de grãos ou horticultura familiar, por exemplo).
32
Destarte, por apresentarem características diferentes entre si, oito escritórios rurais, no
total de dezenove, foram selecionados para fazerem parte, juntamente com 3 áreas da Sede da
EMATER-DF (CPLAN, COAFI e COPER), da pesquisa de Clima Organizacional.
Além disso, um cronograma também foi realizado para definir os dias em que os
Núcleos Rurais estariam sendo visitados pelos estagiários de Psicologia para aplicação dos
questionários. Os funcionários da Sede, por sua vez, estariam respondendo o questionário de
acordo com agenda própria e disponibilidade de cada um.
PARTICIPANTES
ÁREA TOTAL DE EMPREGADOS POR ÁREA
DA PESQUISA
Cplan 7 16
Coafi 17 33
Coper 25 28
São Sebastião 5 5
Gama 5 5
Pipiripau 4 4
Rio Preto 6 6
Brazlândia 8 8
Ceilândia 6 6
Jardim 5 5
Centrer 4 4
Outras 13 118
N° Participantes
da Pesquisa
105 133
Total de
Empregados
105 251 (todas as áreas)
34
CAPÍTULO 3 – RESULTADOS.
Neste capítulo, por meio de tabelas construídas com os números provenientes das
respostas dos funcionários da EMATER ao questionário de Clima Organizacional, será
realizada a apresentação dos dados obtidos na pesquisa. Todas as respostas foram codificadas
em números e inseridas numa poderosa ferramenta de informática, o SPSS (Statistical Package
for the Social Sciences). Esses números traduzem-se em opiniões, percepções e informações,
possibilitando análises que se aproximam da realidade, e que, por isso, podem ser utilizadas na
solução de problemas de determinado lugar.
Já o Desvio Padrão mede a variabilidade dos valores à volta da média. O valor mínimo
do desvio padrão é 0 indicando que não há variabilidade, ou seja, que todos os valores são
iguais à média. Ao contrário, quanto maior o desvio padrão, maior a quantidade de respostas
que se afastam da média. Assim, numa amostra cuja Média é 3 e o Desvio Padrão 2, pode-se
concluir que entre as respostas das pessoas haviam valores iguais ao número 1 e ao número 5.
Vale ressaltar, que desvios padrões a partir de 0,90 são considerados altos, pois estão
demasiadamente afastados das médias.
Outro cálculo estatístico muito importante é a correlação entre fatores. Este permite
identificar de que forma os fatores da pesquisa estão se relacionando, verificando, a existência
ou não, de algum tipo de afinidade entre eles. Desta forma, se a correlação entre dois fatores
for alta, é possível prever que a probabilidade dos dois estarem sendo avaliados positivamente
ou negativamente, ao mesmo tempo, é grande.
35
Ora, uma vez que os resultados obtidos através desses três instrumentos traduzem fatos
reais, devem ser analisados de forma a ofertarem condições de se verificar a existência de
relações estatísticas expressas entre as dezenove variáveis do Clima Organizacional e as
hipóteses previstas, ou, ainda, para identificar dados não presumidos no início da pesquisa.
Portanto, os resultados serão os responsáveis pela confirmação ou desaprovação da suposição
de que existe diferença de percepção entre os funcionários de diferentes unidades, categorias
funcionais e gerências organizacionais, acerca das variáveis do Clima Organizacional da
Empresa; e que existe diferença na maneira como a qualidade do Clima Organizacional
intervém no desempenho dos funcionários de diferentes unidades, categorias funcionais e
gerências organizacionais; ou, ainda, os resultados poderão ser responsáveis pela descoberta de
estruturas antes não percebidas e, até mesmo, não cogitadas (MELLO, 2003).
Além destas análises, seguindo o modelo proposto por Mello (2003, p. 137) “será ainda
calculado um índice denominado Índice de Satisfação (IS), que é igual ao módulo da diferença
entre o escore atribuído à situação ideal e o atribuído à situação real”.
As TABELAS 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4 fazem parte de uma única amostra e tratam-se de
tabelas que organizam as Médias e os Desvios Padrão das 38 perguntas relacionadas aos 19
Fatores que fazem parte da pesquisa de Clima Organizacional respondidas pelos funcionários.
Vale lembrar, que para cada fator há duas perguntas (itens) que avaliam a questão; e que para
cada pergunta há uma resposta real e outra ideal. A primeira diz respeito à maneira como os
funcionários realmente enxergam a empresa; e a segunda, como os empregados gostariam que
ela fosse.
36
Há liberdade para você mudar as rotinas do seu 3,46 1,017 4,03 ,888
trabalho?
RESPONSABILIDADE
A empresa estimula que você se responsabilize 3,59 1,155 4,55 ,730
efetivamente pelos resultados do seu trabalho?
Você tem liberdade (autonomia) para tomar decisões e 2,96 1,076 3,99 ,718
resolver problemas sem ter que consultar seus
superiores a todo momento?
PADRÕES DE DESEMPENHO
Você tem claramente definido o tipo de desempenho 3,35 1,204 4,63 ,595
que o seu superior imediato espera de você para
alcance de suas metas?
Pensando nos benefícios oferecidos pela empresa, você 3,47 1,069 4,56 ,739
considera que eles atendem as suas reais necessidades?
CLAREZA ORGANIZACIONAL
De um modo geral, pode-se afirmar que nessa empresa 2,89 ,944 4,78 ,559
as "coisas" estão bem organizadas?
Você confia nos seus colegas de trabalho, percebendo 3,37 1,098 4,82 ,519
que o sentimento da amizade é norma valorizada da
empresa?
LIDERANÇA
A liderança é centralizada em um ou poucos membros? 3,47 1,176 3,12 1,356
Você sente que as pessoas estão dispostas a ouvir e a 2,93 1,008 4,75 ,539
considerar diferentes opiniões na empresa?
FLEXIBILIDADE
A empresa apresenta tolerância aos erros dos 3,28 1,042 4,34 ,847
colaboradores, tratando-os de forma construtiva?
Você tem oportunidade de expressar o que sente e 3,52 1,197 4,75 ,500
pensa, propondo idéias e oferecendo sugestões na sua
área de atuação?
38
COMPETIÇÃO
Existe muita competição entre as pessoas que 2,53 1,165 1,90 1,353
trabalham com você, ocasionando conflitos?
Você considera seu salário justo, comparado com o 3,84 1,301 4,67 ,848
salário das pessoas de outros setores que fazem um
trabalho idêntico ao seu ou da mesma importância que
o seu?
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Na empresa as pessoas dispõem de recursos materiais 3,24 1,084 4,86 ,465
(máquinas, equipamentos), recursos humanos e
financeiros necessários para realizarem o seu trabalho?
ÉTICA EMPRESARIAL
Em geral na empresa onde trabalha, as pessoas tem um 3,02 1,171 1,79 1,471
comportamento eticamente contraditório, ou seja, falam
uma coisa, mas praticam outra?
Você percebe que na empresa onde trabalha existe uma 3,96 ,875 4,70 ,776
busca da satisfação dos interesses do empresário, dos
colaboradores, consumidores, sociedade e meio
ambiente?
ESTÍMULOS À CRIATIVIDADE
A empresa estimula a geração de idéias, de sugestões 3,15 1,041 4,69 ,545
ou pelo menos é receptiva às novas idéias, melhorias e
mudanças?
Na análise das tabelas 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4, se destaca a grande quantidade de questões
que apresentam um valor ideal superior ao valor real, significando que os funcionários da
EMATER, de forma geral, percebem que as coisas deveriam ser melhores do que realmente
são. Todos os itens da pesquisa tiveram seus valores ideais maiores que os reais, com exceção
dos primeiros itens dos fatores Liderança, Competição e Ética Empresarial; e dos segundos
itens dos fatores Condições de Trabalho e Estímulo à Criatividade. Estes tiveram, todos,
Essa variância ocorreu em razão do tipo de questão que esses fatores avaliam, uma vez
Nos itens que avaliam questões positivas, quanto mais próximo do valor 5 (sempre
acontece) for a média real desses itens, maior será a satisfação do funcionário, já que, a priori,
Ao contrário, nos itens que avaliam questões negativas, se uma questão, como a
primeira pergunta do fator Ética Empresarial, avalia algo que, a priori, não é bom, quanto
funcionários acerca das questões, os valores dos itens tidos como positivos tendem a valores
Outro atributo que pode ser mencionado em relação às tabelas 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4 é o
alto valor dos Desvios Padrão dos valores Ideais relacionados aos itens que tiveram suas
médias reais maiores que as ideais. Isto demonstra que houve entre os funcionários da
empresa uma maior variância nas respostas associadas às questões tidas como negativas. Vale
ressaltar que desvios padrão altos são aqueles com valores maiores que 0,90.
41
tanto os reais, quantos os ideais. Esses valores são resultados da soma das médias dos itens
reais ou ideais de cada fator e pela sua divisão por dois. O mesmo ocorre para a obtenção dos
Tais resultados oscilam entre os números 3 (Às vezes acontece) e 4 (Acontece muitas vezes)
da escala da pesquisa.
Os cinco fatores que tiveram a maior média ideal foram: CALOR HUMANO E
escala, o número 5, significando dizer que tais fatores deveriam sempre acontecer na empresa.
organização.
Além desses, os fatores que tiveram as menores médias ideais foram estes:
forma, por também estarem perto do número 3 da escala da pesquisa, os funcionários vêem
continuou com o valor real maior que o ideal. Isso ocorreu em função da primeira pergunta do
fator. Por ser negativa (questão que, a priori, avalia situações ruins), a média ideal do item
obteve média muito próximo do valor 1 (nunca acontece), fazendo com que a média do fator
pesquisa. Esses resultados, que são obtidos a partir da diferença entre a média ideal da média
real, demonstram quão próximo está a realidade, da percepção ideal de trabalho. Quanto mais
próximo do zero o resultado estiver, menor será a diferença entre a percepção real e ideal do
indivíduo; ao contrário, quanto mais próximo do cinco estiver, maior será a diferenças entre
as percepções reais e ideais, evidenciando que aqueles valores com a maior pontuação devem
Assim, os cinco fatores que estão mais próximos do ideal são os seguintes:
Todos os fatores que precisam ser melhorados pela empresa, de acordo com a
ter a média real superior à ideal, ao se subtrair o menor pelo maior obteve-se um número
negativo. Tais variações podem ser resolvidas analisando-se os itens deste fator
analisar a média específica da primeira questão é possível concluir que apesar deste item ser
negativo, portanto, não devendo idealmente estar presente na empresa, na realidade está
45
um IS de 0,74 e médias que concluem que o descrito na questão acontece muitas vezes,
FAT. 1 FAT.2 FAT.3 FAT.4 FAT.5 FAT.6 FAT.7 FAT.8 FAT.9 FAT.10 FAT.11 FAT.12 FAT.13 FAT.14 FAT.15 FAT.16 FAT.17 FAT.18 FAT.19
1.CONFOR. 1 0,233** 0,203 0,123 0,050 0,238* 0,101 -0,188 0,099 0,202 0,306** -0,148 0,249* 0,178 -0,008 0,216* 0,249* 0,218* 0,221*
2.RESPON. 0,233* 1 0,423** 0,359** 0,337** 0,367** 0,044 0,181 0,287** 0,384** 0,454** 0,121 0,257* 0,294** -0,024 0,337** 0,033 0,194 0,240*
3.DESEMP. 0,203 0,423** 1 0,421** 0,479** 0,466** 0,260* 0,327** 0,495** 0,519** 0,423** 0,044 0,233* 0,212* -0,058 0,449** -0,118 0,241* 0,406**
4.RECOMP. 0,123 0,359** 0,421** 1 0,235* 0,364** 0,139 0,474** 0,599** 0,426** 0,270** -0,065 0,281** 0,406** 0,005 0,363** -0,032 -0,002 0,149
5.CLARE. 0,050 0,337** 0,479** 0,235* 1 0,432** 0,219* 0,323** 0,387** 0,385** 0,399** 0,026 0,188 0,097 0,185 0,574** 0,010 0,163 0,256**
6.CALOR . 0,238* 0,367** 0,466** 0,364** 0,432** 1 0,290** 0,226* 0,359 0,460** 0,434** -0,156 0,216* 0,318** -0,100 0,473** -0,175 0,215* 0,360**
7.LIDERA. 0,101 0,044 0,260* 0,139 0,219* 0,290** 1 0,223* 0,298** 0,324** 0,275** 0,086 0,059 0,117 0,004 0,135 0,123 0,198 0,249*
8.PROGRE. -0,188 0,181 0,327** 0,474** 0,323** 0,226* 0,223* 1 0,527** 0,285** 0,362** 0,036 0,131 0,260* -0,004 0,389** -0,204* -0,019 0,279**
9.CONFLI. 0,099 0,287** 0,495** 0,599** 0,387** 0,359** 0,298** 0,527** 1 0,596** 0,521** 0,140 0,226* 0,396** 0,082 0,505** -0,160 0,114 0,365**
10.FLEXIB. 0,202 0,383** 0,518** 0,426** 0,384** 0,460** 0,324** 0,285** 0,595** 1 0,667** 0,116 0,246* 0,351** -0,035 0,517** 0,008 0,263** 0,407**
11.PARTIC. 0,306** 0,454** 0,422** 0,269** 0,398** 0,434** 0,275** 0,361** 0,521** 0,667** 1 0,117 0,368** 0,297** -0,031 0,548** 0,090 0,411** 0,454**
12.COMPE. -0,148 0,120 0,044 -0,065 0,025 -0,156 0,085 0,035 0,140 0,116 0,117 1 -0,038 0,104 0,075 0,079 -0,064 0,139 0,195
13.COMPR. 0,248* 0,257* 0,233* 0,281** 0,187 0,216* 0,058 0,130 0,226* 0,246* 0,368** -0,038 1 0,139 -0,071 0,297** 0,293** 0,229* 0,323**
14.EQÜID. 0,178 0,293** 0,211* 0,405** 0,096 0,317** 0,116 0,260* 0,395** 0,351** 0,297** 0,104 0,139 1 0,101 0,268** -0,045 -0,038 0,035
15.CONDI. -0,007 -0,023 -0,057 0,004 0,184 -0,100 0,003 -0,004 0,081 -0,035 -0,031 0,075 -0,071 0,101 1 0,241* -0,162 0,247* -0,003
16.COMU. 0,216* 0,337** 0,448** 0,363** 0,573** 0,472** 0,135 0,388** 0,505** 0,517** 0,548** 0,079 0,297** 0,268** 0,241* 1 -0,038 0,256* 0,424**
17.ÉTICA. 0,249* 0,033 -0,118 -0,031 0,010 -0,174 0,123 -0,204* -0,159 0,008 0,090 -0,064 0,293** -0,045 -0,162 -0,038 1 0,102 -0,067
18.CRIAT. 0,217* 0,193 0,240* -0,001 0,162 0,214* 0,197 -0,019 0,113 0,263** 0,411** 0,139 0,229* -0,038 0,247* 0,256* 0,102 1 0,422**
19.DESEN. 0,220* 0,239* 0,405** 0,149 0,255** 0,359** 0,249* 0,279** 0,365** 0,407** 0,454** 0,195 0,323** 0,035 -0,003 0,424** -0,067 0,422** 1
A TABELA 4 constitui a correlação entre as médias dos fatores reais da pesquisa. Por
meio dela é possível verificar se existe alguma relação entre os diferentes fatores do
questionário, que possibilite prever a probabilidade de dois fatores estarem sendo avaliados
positivamente ou negativamente, ao mesmo tempo. Portanto, é possível concluir que havendo
uma correlação alta positiva entre dois fatores, significa dizer que se um funcionário atribuiu
valor máximo a certa pergunta, as chances da outra pergunta, que possui alta correlação com a
primeira, de ser avaliada da mesma forma é grande, ou seja, de que uma cresce com a outra.
Contrariamente, se a correlação alta for negativa, à medida que uma questão é avaliada
positivamente, a outra é avaliada negativamente, ou seja, são inversamente proporcionais.
Vale destacar que na relação entre os 19 fatores e o fator Competição não houve
correlações. E na relação entre os 19 fatores e os fatores Condições e Ética, existiram apenas 2
e 3 correlações respectivamente. Esses três são os fatores que menos se correlacionaram.
49
TABELA 5 – CORRELAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS DOS FATORES IDEAIS.
FAT.1 FAT.2 FAT.3 FAT.4 FAT.5 FAT.6 FAT.7 FAT.8 FAT.9 FAT.10 FAT.11 FAT.12 FAT.13 FAT.14 FAT.15 FAT.16 FAT.17 FAT.18 FAT.19
1.CONFOR. 1 0,365** 0,461** 0,356** 0,310** 0,184 0,079 0,095 0,357** 0,275* 0,346** -0,029 0,388** 0,110 0,114 0,270* 0,176 -0,064 0,329**
2.RESPON. 0,365** 1 0,336** 0,271** 0,098 0,190 0,154 0,092 0,300** 0,304** 0,249* 0,162 0,182 0,148 0,181 0,253* 0,213* 0,037 0,179
3.DESEMP. 0,461** 0,336** 1 0,321** 0,100 0,089 0,163 0,050 0,464** 0,381** 0,427** 0,053 0,218* 0,090 -0,002 0,374** 0,117 -0,042 0,238*
4.RECOMP. 0,356** 0,271** 0,321** 1 0,236* 0,288** 0,212** 0,133 0,432** 0,334** 0,521** 0,206* 0,373** 0,174 0,100 0,384** 0,068 -0,193 0,380**
5.CLARE. 0,310** 0,098 0,100 0,236* 1 0,191 0,185 0,074 0,320** 0,469** 0,170 -0,086 0,331** 0,191 -0,133 0,268** 0,061 -0,202* 0,404**
6.CALOR . 0,184 0,190 0,089 0,288** 0,191 1 0,015 0,283** 0,236* 0,334** 0,387** 0,074 0,340** 0,253* 0,165 0,376** 0,099 0,116 0,575**
7.LIDERA. 0,079 0,154 0,163 0,212* 0,185 0,015 1 0,053 0,162 0,275** 0,171 0,028 0,098 0,060 0,118 0,096 0,139 0,002 0,104
8.PROGRE. 0,095 0,092 0,050 0,133 0,074 0,283** 0,053 1 0,359** 0,163 0,247* -0,022 0,130 0,326** 0,231* 0,268** -0,031 0,123 0,277**
9.CONFLI. 0,357** 0,300** 0,464** 0,432** 0,320** 0,236** 0,162 0,359** 1 0,374** 0,526** 0,095 0,300** 0,227* 0,056 0,418** 0,112 0,003 0,375**
10.FLEXIB. 0,275* 0,304** 0,381** 0,334** 0,469** 0,334** 0,275** 0,163 0,374** 1 0,468** 0,089 0,246* 0,257* 0,093 0,312** 0,106 0,003 0,342**
11.PARTIC. 0,346** 0,249* 0,427** 0,521** 0,170 0,387** 0,171 0,247* 0,526** 0,468** 1 0,169 0,311** 0,263** 0,069 0,597** 0,065 -0,021 0,412**
12.COMPE. -0,029 0,162 0,053 0,206* -0,086 0,074 0,028 -0,022 0,095 0,089 0,169 1 0,019 0,125 0,202* 0,029 0,236* 0,215* -0,023
13.COMPR. 0,388** 0,182 0,218* 0,373* 0,331** 0,340** 0,098 0,130 0,300** 0,246* 0,311** 0,019 1 0,571** 0,103 0,416** 0,017 -0,097 0,629**
14.EQÜID. 0,110 0,148 0,090 0,174 0,191 0,253* 0,060 0,326** 0,227* 0,257* 0,263** 0,125 0,571** 1 -0,033 0,347** -0,053 0,072 0,499**
15.CONDI. 0,114 0,181 -0,002 0,100 -0,133 0,165 0,118 0,231* 0,056 0,093 0,069 0,202* 0,103 -0,033 1 0,156 0,368** 0,343** 0,125
16.COMU. 0,270* 0,253* 0,374** 0,384** 0,268** 0,376** 0,096 0,268** 0,418** 0,312** 0,597** 0,029 0,416** 0,347** 0,156 1 0,009 0,084 0,617**
17.ÉTICA. 0,176 0,213* 0,117 0,068 0,061 0,099 0,139 -0,031 0,112 0,106 0,065 0,236* 0,017 -0,053 0,368** 0,009 1 0,310** 0,083
18.CRIAT. -0,064 0,037 -0,042 -0,193 -0,202* 0,116 0,002 0,123 0,003 0,003 -0,021 0,215* -0,097 0,072 0,343** 0,084 0,310** 1 0,060
19.DESEN. 0,329** 0,179 0,238* 0,380** 0,404** 0,575** 0,104 0,277** 0,375** 0,342** 0,412** -0,023 0,629** 0,499** 0,125 0,617** 0,083 0,060 1
A TABELA 5 diz respeito à correlação entre as médias dos fatores ideais da pesquisa.
No total foram 164 correlações significativas (correlações com p < 0,01 ou p < 0,05) em
contraposição a 176 não significativas. Entre os fatores que se relacionaram
significativamente, não houve correlações fortes (a partir de 0,80), ficando todas
compreendidas entre correlações médias e baixas.
As próximas tabelas tratam dos resultados obtidos a partir da conjugação dos 19 fatores
com as seguintes variáveis: áreas da empresa, carreira funcional e a carreira profissional dos
empregados.
A partir dos resultados de tais conjugações, será possível verificar de que maneira essas
variáveis interferem na forma como os empregados de diferentes áreas, carreiras funcionas e
carreiras profissionais percebem as práticas organizacionais, ratificando ou não a hipótese
desta pesquisa de que existe diferença de percepção entre os funcionários de diferentes
unidades, categorias funcionais e gerências organizacionais, acerca das variáveis do Clima
Organizacional da Empresa; e que existe diferença na maneira como a qualidade do Clima
Organizacional intervém no desempenho dos funcionários de diferentes unidades, categorias
funcionais e gerências organizacionais.
Abaixo serão expostas somente as tabelas dos dados que obtiveram médias
significativas (p < 0,005).
TABELA 6
CONFORMIDADE REAL CONFORMIDADE IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 3,76 Extensionista Rural 4,17
Administrativa 3,30 Administrativa 3,52
Técnico Especializado 3,28 Técnico Especializado 4,16
Significância - 0,003 Significância - 0,001
TABELA 7
RESPONSABILIDADE REAL RESPONSABILIDADE IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 3,44 Extensionista Rural 4,48
Administrativa 3,11 Administrativa 4,06
Técnico Especializado 3,42 Técnico Especializado 4,28
Significância - 0,008 Significância - 0,001
TABELA 8
CALOR HUMANO E APOIO REAL CALOR HUMANO E APOIO IDEAL
ÁREA MÉDIA ÁREA MÉDIA
Cplan 3,07 Cplan 4,85
Coper 3,55 Coper 4,85
Coafi 3,06 Coafi 4,72
São Sebastião 4,00 São Sebastião 5,00
Gama 3,00 Gama 4,90
Pipiripau 3,50 Pipiripau 5,00
Rio Preto 4,66 Rio Preto 4,75
Brazlândia 3,43 Brazlândia 5,00
Ceilândia 3,50 Ceilândia 5,00
Jardim 3,80 Jardim 4,90
Centrer 3,62 Centrer 5,00
Significância - 0,003 Significância - 0,735
TABELA 9
CONFLITOS REAL CONFLITOS IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 3,15 Extensionista Rural 4,89
Administrativa 2,90 Administrativa 4,50
Técnico Especializado 3,28 Técnico Especializado 4,92
Significância - 0,353 Significância - 0,001
TABELA 10
PARTICIPAÇÃO REAL PARTICIPAÇÃO IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 3,35 Extensionista Rural 4,79
Administrativa 3,04 Administrativa 4,45
Técnico Especializado 3,14 Técnico Especializado 4,85
Significância - 0,315 Significância - 0,001
TABELA 11
EQÜIDADE SALARIAL REAL EQÜIDADE SALARIAL IDEAL
CARREIRA FUNCIONAL MÉDIA CARREIRA FUNCIONAL MÉDIA
Cargo Comissionado 4,22 Cargo Comissionado 4,67
Servidor Cedido 3,21 Servidor Cedido 4,64
Cargo Permanente 4,32 Cargo Permanente 4,80
Significância - 0,001 Significância - 0,517
Ao analisar a TABELA 11, verifica-se que a diferença no fator Eqüidade Salarial Real
em função da Carreira Funcional é significativo no nível p < 0,001. Nesse caso, a maior média
foi encontrada na Carreira Funcional Cargo Permanente. Esse resultado mostra que a carreira
funcional é uma variável que interfere na percepção da Equidade Salarial.
TABELA 12
EQÜIDADE SALARIAL REAL EQÜIDADE SALARIAL IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 4,39 Extensionista Rural 4,83
Administrativa 3,65 Administrativa 4,59
Técnico Especializado 4,50 Técnico Especializado 5,00
Significância - 0,001 Significância - 0,078
Ao analisar a TABELA 12, verifica-se que a diferença no fator Eqüidade Salarial Real
em função da Carreira Profissional é significativa no nível p < 0,001. Nesse caso, a maior
média foi encontrada na Carreira Profissional Técnico Especializado. Esse resultado mostra que
a carreira profissional é uma variável que interfere na percepção Equidade Salarial.
55
TABELA 13
COMUNICAÇÃO REAL COMUNICAÇÃO IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 2,93 Extensionista Rural 4,98
Administrativa 2,75 Administrativa 4,50
Técnico Especializado 2,92 Técnico Especializado 4,85
Significância - 0,676 Significância - 0,001
TABELA 14
ESTÍMULO À CRIATIVIDADE REAL ESTÍMULO À CRIATIVIDADE IDEAL
CARREIRA FUNCIONAL MÉDIA CARREIRA FUNCIONAL MÉDIA
Cargo Comissionado 3,00 Cargo Comissionado 3,67
Servidor Cedido 2,85 Servidor Cedido 3,95
Cargo Permanente 3,21 Cargo Permanente 3,16
Significância - 0,156 Significância - 0,001
TABELA 15
DESENVOLVIMENTO REAL DESENVOLVIMENTO IDEAL
CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA CARREIRA PROFISSIONAL MÉDIA
Extensionista Rural 3,30 Extensionista Rural 4,93
Administrativa 2,92 Administrativa 4,62
Técnico Especializado 3,71 Técnico Especializado 5,00
Significância - 0,039 Significância - 0,002
CAPÍTULO 4 – DISCUSSÃO.
Assim sendo, ao se discutir os resultados de uma pesquisa, estar-se-ia dando vida aos
números, possibilitando deduzir, com respaldo neles, quais seriam as melhores ações para se
chegar a determinado fim.
e Conflitos precisam ser estudados mais profundamente, afim de que intervenções possam ser
efetuadas nestes campos.
Ao se analisar as médias reais desses fatores é possível ver que alguns (Comunicação,
Oportunidade de Progresso, Padrões de Desempenho) estão abaixo do nível tido como
satisfatório e outros (Clareza Organizacional e Conflitos) um pouco acima, significando que
esses fatores quase nunca acontecem ou acontecem às vezes dentro da empresa, devendo, por
isso, ser fomentados pela organização.
Obviamente ao afirmar que a empresa precisa desenvolver tais quesitos, tem-se que
levar em consideração o alcance substancial dos itens, ou seja, é preciso verificar o que é
possível abranger ou delimitar com as perguntas, já que elas buscam mensurar conteúdos
específicos balizados pela significância da questão em si. Portanto, não se permite generalizar
questões tidas como específicas, afirmando, por exemplo, que pelos simples fato da pergunta
estar dentro do campo da Comunicação abrangeria, deste modo, todos os conteúdos do fator.
O que deve ser feito, ao contrário, é o diagnóstico partindo do que a pergunta analisa em si, e
não do amplo sentido que uma única palavra poderia possuir ou, até mesmo, sugerir.
Aliás, essas duas ações também condizem com as novas práticas exigidas pelo
Terceiro Milênio, uma vez que a falta de informações acerca dos processos da empresa e de
feedbacks de desempenho podem estar gerando nos empregados sentimentos de menos valia,
desmotivação e insegurança. E como a atual Era da Informação pressupõe a existência de uma
parceria entre empresas e empregados, já que esses passaram a ser visto como o bem mais
valioso dentro das organizações, é fundamental que os funcionários da empresa sintam-se
integrantes do funcionamento da mesma, percebendo que são valorizados como Capital
Intelectual.
O segundo tópico que merece ser verificado pela EMATER é o fator Padrão de
Desempenho, uma vez que igualmente se afastou muito do nível ideal proposto pelo Índice de
Satisfação. Ao analisar a primeira pergunta do fator (Você tem claramente definido o tipo de
desempenho que o seu superior imediato espera de você para alcance de suas metas?), é
possível verificar que esta também possui relação com a questão de avaliação de desempenho
antes citada.
Para que exista claramente definido o tipo de desempenho que o superior imediato
espera que seu subordinado alcance, é imprescindível que exista, obviamente, análises e
descrições do cargo do qual seu subordinado ocupa, porém, isso não é o que se está discutindo
em primeiro plano, mas sim a trivial importância de um instrumento que permita com que os
chefes possam avaliar seus subordinados e seu trabalho de maneira coerente, pois mesmo que
haja um tipo de desempenho bem definido para cada empregado, se não houver um meio pelo
qual esse desempenho possa ser mensurado, este poderá ser mal interpretado pelas propensões
do avaliador, tais como os Efeitos da Tendência Central, Efeito de Halo, da Complacência, do
Preconceito Pessoal e da Recenticidade.
Passando para a análise dos demais fatores que, de acordo com o Índice de Satisfação,
também devem ser estudados pela empresa, é possível encontrar outros itens que podem ser
melhorados pelo fomento de uma estrutura de comunicação mais dinâmica que atenda às
necessidades da empresa.
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Ora, para que os colaboradores saibam da missão, da visão, dos valores, dos objetivos
das empresas; assim como das oportunidades de crescimento e avanço profissional que a
empresa oferece aos seus colaboradores é essencial que exista um mecanismo de
comunicação mais eficaz que possa transmitir todas essas informações aos interessados, pois
apesar de não serem bem conhecidos, são todos assuntos bem definidos e registrados nas
normas da empresa.
Concluindo esta primeira etapa, a de discussão dos principais resultados obtidos nas
tabelas 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, 2 e 3, – onde assinalou-se as prováveis causas dos pontos que foram
pior avaliados pela pesquisa e, a partir disso, proposto algumas mudanças – foi possível
perceber que, mesmo entre os itens de diversos fatores, existem pontos que se interconectam,
fazendo com que diferentes fatores façam parte de uma única composição, a complexa e
emaranhada estrutura que é o ambiente organizacional.
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Essa afirmação pode ser confirmada pelas tabelas de correlações 4.1, 4.2, 5.1, 5.2. De
acordo com os resultados delas, averigua-se uma grande quantidade de correlações entre as
médias dos fatores, principalmente entre as médias dos fatores reais. Nestas, constata-se que a
Comunicação e os Padrões de Desempenho são os fatores que mais se correlacionaram,
ratificando os comentários feitos nas análises dos fatores que tiveram os piores Índices de
Satisfação e demonstrando que os pontos que ambas avaliam se relacionam com os conteúdos
de outros fatores, podendo inclusive influenciar o jeito pelo qual são avaliados, uma vez que,
caso haja correlações altas entre dois fatores, na medida em que uma é avaliada
positivamente, a outra também será.
Ora, de acordo com o proposto pelo Capítulo 3, foi possível verificar a existência de
relações estatísticas expressas entre as dezenove variáveis do Clima Organizacional e
identificar alguns dados não presumidos no início da pesquisa. No entanto, ainda não foi
possível confirmar ou invalidar a segunda hipótese desta monografia, a de que existe
diferença na maneira como a qualidade do Clima Organizacional intervém no desempenho
dos funcionários de diferentes unidades, categorias funcionais e gerências organizacionais.
Para responder essa pergunta urge lembrar o critério adotado em conjunto entre a
equipe de estagiários e o coordenador da CPLAN (coordenação onde se situa a GEDIN,
gerência que solicitou a presente pesquisa de Clima Organizacional): o de divisão por
amostragem. Significando dizer que pelas semelhanças entre alguns escritórios e devido ao
exíguo tempo proposto para realização da pesquisa, seria desnecessárias reiteradas visitas a
núcleos rurais muito parecidos.
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO.
De maneira geral, a empresa como um todo apresenta uma média de clima real igual a
3,22 e uma média de clima ideal igual a 4,29, obtendo um índice de satisfação de 1,33. Uma
percepção de 3,22 significa que as variáveis organizacionais formadoras e mantenedoras do
clima (Liderança, Flexibilidade, Conflitos...) foram, em média, positivamente avaliadas, já
que estas variáveis ocorrem na empresa às vezes. No entanto, as pessoas almejam que as tais
variáveis organizacionais sejam ainda mais positivas, pois uma percepção de 4,29 significa
que as variáveis deveriam acontecer na empresa muitas vezes ou quase sempre. Um IS igual a
1,33, segundo Mello (2004:137), “aponta um índice de satisfação que se encontra no limiar
entre desfavorável e favorável”.
Portanto, apesar da média de clima real poder ser considerada satisfatória, seus
funcionários não estão satisfeitos com o clima geral da empresa, uma vez que o índice de
satisfação aponta uma diferença grande entre a maneira como as pessoas percebem o clima na
realidade e a forma como gostariam que ele fosse.
todas abaixo do nível tido como satisfatório. Estes resultados apontam que tais fatores devem
ser os primeiros a serem melhorados na empresa.
Neste sentido, de acordo com o exposto por Mello (2003), será descrito o que cada um
destes fatores procura avaliar por meio de suas questões, facilitando, assim, a compreensão do
que deve ser melhorado pelas intervenções da empresa.
E por último, tem-se o fator Conflitos, que descreve o quanto as pessoas estão
dispostas a servir e considerar diferentes opiniões, levantando questões, discutindo problemas
e negociando impasses, ao invés de ignorá-los.
Conforme citado no Capítulo de Resultados, por meio da análise das correlações entre
os fatores, é possível verificar se existe alguma relação entre os diferentes fatores do
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questionário, que possibilite prever a probabilidade de dois fatores estarem sendo avaliados
positivamente ou negativamente, ao mesmo tempo; demonstrando que os pontos que um
avalia se relaciona com o conteúdo do outro fator, podendo inclusive influenciar o jeito pelo
qual é avaliado, uma vez que, caso haja correlações altas entre dois fatores, na medida em que
um é avaliado positivamente, o outro também será.
Além destes resultados, que merecem ser averiguado pela empresa, é importante
lembrar de duas outras coisas: O motivo pelo qual a EMATER solicitou a presente pesquisa
de Clima Organizacional e o foco que a monografia em questão procurou seguir para atender
o pedido.
Ora, de que forma o foco de análise acima descrito poderia estar auxiliando uma
empresa a desenvolver uma cultura empresarial?
Portanto, para que seja possível verificar a maneira como a qualidade do Clima
Organizacional intervém no desempenho dos funcionários de diferentes unidades, categorias
funcionais e gerências organizacionais, são necessários dados recentes de avaliações de
desempenhos compatíveis com as exigências de uma organização que se propõe seguir as
demandas do dinâmico contexto organizacional do Terceiro Milênio.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
LIMA, W.D. & STANO, R. C. Pesquisa de clima organizacional como ferramenta estratégica
de gestão da qualidade de vida no trabalho. In: XI SIMPEP, 2004, Bauru, SP.
PALACIOS, K. P. & Freitas, I. Clima organizacional: uma análise de sua definição e de seus
componentes. O&S. V.13, N°38, Jul./Set., 45-58, 2006.
SÁ, M. A. O espelho não tem duas faces: Um estudo entre a cultura e o clima organizacional
na UFPB. In: 30° ENCONTRO DA ANPAD, Salvador, BA, 2006.
ANEXOS
72
Conselho Fiscal
.
PRESIDÊNCIA
.
ASSESSORIA
ESPECIAL
DIRETORIA EXECUTIVA
ASSESSORIA TÉCNICA
Gerência da EMATER
Assentamentos de
Reforma Agrária
73
Prezado colaborador,
Esta é uma pesquisa referente à Monografia de Conclusão de Curso e ao
Estágio em Psicologia Organizacional dos alunos formandos em Psicologia do
Centro Universitário de Brasília - UniCEUB, que tem por objetivos avaliar o Clima e
os Valores Organizacionais da EMATER.
A empresa gentilmente concedeu autorização para a equipe do Centro de
Formação de Psicólogos – CENFOR* realizar a pesquisa em suas unidades. Dessa
forma, solicitamos sua colaboração para responder este questionário com máximo o
de sinceridade. Para isso, assinale abaixo se você concorda ou não em participar. Sua
colaboração é voluntária e muito importante para o sucesso deste trabalho, mas a
qualquer momento você poderá desistir da participação.
Os resultados da pesquisa não identificarão os participantes, pois os dados
serão tratados de forma agrupada e codificada. O anonimato é total.
Cordialmente
INSTRUÇÕES:
• Na primeira coluna você deverá pensar naquilo que realmente ocorre na sua empresa,
circulando o número correspondente à coluna abaixo, pois estas respostas traduzirão a
expressão da sua opinião e sentimentos no momento atual, portanto representam a
"situação real" ou "percebida" por você com relação ao clima da sua organização hoje.
• Na segunda coluna você deverá pensar naquilo que realmente gostaria que acontecesse
na sua empresa, circulando o número correspondente à coluna abaixo, pois estas
respostas traduzirão a expressão da sua opinião e sentimentos a respeito do que você
gostaria que ocorresse na sua empresa, portanto representam a "situação ideal" ou
"desejada" por você com relação ao clima da sua organização.
Você considera seu salário justo, comparado com o salário das pessoas de
outros setores que fazem um trabalho idêntico ao seu ou da mesma 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
importância que o seu?
15. CONDIÇÕES DE TRABALHO REAL IDEAL
Na empresa as pessoas dispõem de recursos materiais (máquinas,
equipamentos), recursos humanos e financeiros necessários para realizarem 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
o seu trabalho?
Você considera exagerada a quantidade de trabalho realizada e insuficiente o
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
número de empregados na sua área?
16. COMUNICAÇÃO (FEEDBACK) REAL IDEAL
A comunicação na empresa é livre e espontânea, fluindo facilmente por toda
empresa e permitindo que informações importantes sejam de conhecimento 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
de todos?
Seus superiores imediatos freqüentemente fornecem retorno (feedback)
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
quanto ao seu desempenho?
17. ÉTICA EMPRESARIAL REAL IDEAL
Em geral na empresa onde trabalha, as pessoas tem um comportamento
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
eticamente contraditório, ou seja, falam uma coisa, mas praticam outra?
Você percebe que na empresa onde trabalha existe uma busca da satisfação
dos interesses do empresário, dos colaboradores, consumidores, sociedade e 12345 12345
meio ambiente?
18. ESTÍMULOS À CRIATIVIDADE REAL IDEAL
A empresa estimula a geração de idéias, de sugestões ou pelo menos é
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
receptiva às novas idéias, melhorias e mudanças?
Na sua empresa o excesso de trabalho e a falta de tempo constituem
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
barreiras à criatividade?
19. OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO
REAL IDEAL
PROFISSIONAL
A empresa tem proporcionado oportunidades de desenvolvimento profissional,
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
através de cursos, treinamentos, estágios?
O superior imediato estimula o seu desenvolvimento profissional? 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
3. Estado Civil:
5. Carreira funcional:
6. Carreira Profissional:
7. Além do seu trabalho na empresa, você possui alguma outra fonte de renda?
( ) Sim, qual:__________________
( ) Não
11. Religião:
II. EDUCAÇÃO
( ) Sim ( ) Não
( )Sim ( )Não
5. Qual é o meio que você mais utiliza para se manter atualizado sobre fatos atuais?
III- FAMÍLIA
( ) Pais ( ) Parentes
( ) Creche ( ) Filho (a) mais velho. Qual idade?__________
( ) Sozinhos ( ) Outros
( ) Vizinhos
6. Se seus filhos ficam na creche, qual e a sua despesa mensal para mantê-los? R$_________
ANEXO 3
EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL/EMATER-
DF
SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO/SEAPA-DF
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL/GDF
Prezados Senhores,
Atenciosamente,