A Valia Om or Fo Funcional
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AVALIACÃO MORFOFUNCIONAL
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autor
CARLOS ALBERTO DE AZEVEDO FERREIRA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2017
Conselho editorial roberto paes e gisele lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.
isbn: 978-85-5548-480-3
Conceitos 13
2. Avaliação pré-teste 39
Anamnese 40
Conceitos 40
Etapas da Anamnese 41
Como elaborar um questionário 42
Elaboração da Anamnese 45
Estratificação de Risco 48
Estratificação de risco segundo ACSM e AHA 52
3. Avaliação antropométrica 63
Conceito de antropometria 64
Massa corporal 65
Estatura 66
Circunferências 67
Pescoço 67
Braço relaxado 68
Braço contraído 69
Antebraço 69
Punho 70
Tórax 71
Cintura 72
Quadril 73
Coxa proximal 73
Coxa média 74
Panturrilha 75
Tornozelo 75
Abdome 76
Dobras Cutâneas 77
Tríceps 78
Subescapular 78
Bíceps 79
Crista ilíaca 80
Supraespinhal 80
Abdominal 81
4.7. Coxa 82
Panturrilha medial 82
Peitoral 83
Axilar média 84
Supra-ilíaca 85
Diâmetros ósseos 85
Biepicondilar do Úmero 85
Biepicondilar do Fêmur 86
Somatotipo 108
Prezados(as) alunos(as),
7
que abordarão os conceitos introdutórios de avaliação morfofuncional, a avaliação
pré-teste, antropométrica, da composição corporal e da aptidão física relacionada
à saúde (cardiorrespiratória, muscular e flexibilidade).
Bons estudos!
8
1
Introdução
à avaliação
morfofuncional
Introdução à avaliação morfofuncional
Este capítulo apresenta uma visão geral sobre os conceitos utilizados no pro-
cesso de avaliação física, a antropometria e a importância para o profissional de
educação física, tipos de avaliação, escolha de testes e acompanhamento das variá-
veis medidas através do uso da estatística e programa de computador. Através do
conhecimento desenvolvido você deverá ser capaz de:
OBJETIVOS
• Conhecer os conceitos utilizados na avaliação física;
• Compreender a importância de testar, medir e avaliar para o profissional de Educação Física;
• Conhecer os diferentes tipos de avaliação;
• Saber que teste estatístico utilizar;
• Conhecer as noções básicas do software Microsoft Excel®.
capítulo 1 • 10
Ao se iniciar o processo da avaliação alguns pontos devem ser observados.
O primeiro ponto é o local da avaliação, onde ela será realizada, o ideal é que este
espaço possua uma dimensão mínima de 2,5 m x 2,5 m, pois deve ser observada a
necessidade de um espaço para o avaliador poder circular ao redor do avaliado de
maneira a ter espaço suficiente para realizar as medições. É importante também
que o espaço seja de preferência bem iluminado e climatizado (um conforto tér-
mico) fatores estes que interferem diretamente na coleta dos dados (MORROW,
2014, p. 25-30).
O segundo ponto a ser observado é o material utilizado para a avaliação que
deve ser verificado sempre antes de realizar a coleta dos dados. Para se verificar
a fidedignidade dos valores medidos, todo o material (equipamento) deve estar
sempre bem calibrado e higienizado assim como as mãos do avaliador, já que este
irá tocar no avaliado para realizar a coleta dos dados.
O terceiro ponto observado é o avaliado. É importante que antes de se iniciar
o processo de avaliação e coleta dos dados que o avaliado seja informado minu-
ciosamente de todo o procedimento, como ele ocorrerá e qual o seu objetivo e,
caso ele discorde ou não se sinta bem no meio do procedimento poderá se retirar
sem nenhum problema. Para as coletas de dados com fins científicos antes de se
iniciar o processo de avaliação o projeto da pesquisa deverá ser encaminhado antes
ao Comitê de Ética da Pesquisa e somente depois de ter sido aceito e emitido a
autorização para a sua realização é que se poderá iniciar a coleta dos dados. Esta
determinação está vinculada à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
de 10/10/1996 das Normas para Realização de Pesquisa em Seres Humanos,
onde por intermédio das Comissões de Ética na Pesquisa supervisiona e autoriza
a realização das mesmas (POMPEU, 2004, p. 2; MORROW, 2014, p. 25-30;
GUEDES; GUEDES, 2006, p. 2-5).
Como todas as tarefas que pessoas fazem, a avaliação pode ser feita de uma
forma boa ou ruim. Quando é bem feita, fornece informações importantes ao exa-
minador e beneficia o examinado, e, para isso podemos seguir algumas diretrizes
éticas listadas a seguir.
99 Não devemos causar danos físicos /ou psicológicos;
99 Devemos utilizar as avaliações de acordo com seus objetivos;
99 Devemos manter a confidencialidade dos dados da avaliação;
99 A avaliação não termina em si mesma e nenhum teste é perfeito;
99 Não devemos confundir os resultados do teste com o valor pessoal.
capítulo 1 • 11
COMENTÁRIO
O melhor teste não pode fornecer a você uma informação adequada se ele for adminis-
trado de forma precária. A administração de forma precisa e eficiente de um instrumento de
avaliação precário também não é capaz de lhe fornecer dados de qualidade.
Determinação do referencial
capítulo 1 • 12
Conceitos
capítulo 1 • 13
Uma vez estabelecido o nível da medida compara-se a padrões de referências na-
cionais ou internacionais estabelecidos. Ex.: Comparar o valor do Índice de Massa
Corporal (IMC) de 28 kg/m2 de um homem adulto jovem e compará-lo as tabelas
de IMC da World Health Organization (WHO) e analisar se o homem está na mé-
dia ou padrão de normalidade do IMC ou se ela está acima ou abaixo dos padrões
de referência na distribuição da sua massa corporal em relação a sua estatura.
A avaliação indica se a metodologia utilizada está sendo satisfatória e se os
objetivos estão ou não sendo alcançados.
Na tabela 1.1 podemos observar as diferenças básicas entre testar, medir e
avaliar e na figura 1.2 características de cada uma delas. A principal diferença entre
medida e avaliação é que a medida abrange um aspecto quantitativo e a avaliação
um aspecto qualitativo.
Tabela 1.1 – Diferença entre teste, medida e avaliação. Adaptado de Guedes & Guedes
(2006, p. 2)
• Neuromuscular • Antropométrico
• Metabólico • Psicomotor
Teste • Postural • Psicossocial
• Socioeconômico
• Objetividade • Validade
Medida • Reprodutibilidade
• Diagnóstica • Somativa
Avaliação • Formativa
capítulo 1 • 14
Para um bom processo de avaliação alguns princípios devem ser observados
(CASTRO, 2006):
1. As medidas devem ser conduzidas com base nos objetivos do programa;
2. Deve-se lembrar sempre a relação entre teste, medida e avaliação, já que a
avaliação implica em uma tomada de decisão;
3. Os testes e a avaliação devem ser conduzidos e supervisionados por pes-
soas treinadas;
4. A interpretação dos resultados deve levar em consideração o indivíduo como
um todo, abranger os aspectos social, mental, físico e psicológico;
5. Tudo que existe pode ser medido, com testes eficazes ou buscando a reformu-
lação de testes já existentes;
6. Utilizar o teste que mais se aproxima da situação da atividade;
7. Nenhum teste ou medida é perfeito, e por isso deve-se usar sempre o melhor,
mais atual e adequado à população testada;
8. Não existe teste que possa substituir o julgamento profissional, pois as medi-
das irão fornecer os dados para que o profissional faça uma decisão com relação ao
programa de atividade;
9. Deve sempre existir o re-teste para se observar o desempenho.
capítulo 1 • 15
assim o investigador continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo, de modo que a
maioria dos indivíduos os alcance. É formativa no sentido em que indica como os
indivíduos estão se modificando em direção aos objetivos desejados.
A Avaliação Somativa tem por função básica a classificação dos indivíduos
que se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por parâmetro os obje-
tivos previstos. É realizada ao final do processo de intervenção, classificando os
indivíduos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.
Essas três formas de avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas para se ga-
rantir a eficiência do sistema de avaliação e a excelência do processo de intervenção.
De acordo com o atributo a ser investigado e pelos testes utilizados a avaliação
pode ser antropométrica, neuromuscular, metabólica, psicomotora, postural, psi-
cossocial e socioeconômica.
A avaliação antropométrica é um método de investigação baseado na medi-
da das variações físicas de alguns segmentos ou da composição corporal global
(MINISTÉRIO DA SAUDE, 2011).
Comumente as variáveis de performance avaliadas são:
1. Variável Psíquica:
99 Ansiedade; 99 Inteligência;
99 Motivação; 99 Personalidade.
2. Variável Metabólica:
99 Sistema Aeróbico; 99 Sistema Anaeróbico.
3. Variável Neuromuscular:
99 Força; 99 Flexibilidade;
99 Resistência; 99 Coordenação.
99 Velocidade;
3. Variável Cineantropométrica:
99 Composição Corporal 99 Proporcionalidade
99 Somatotipo 99 Crescimento e desenvolvimento
capítulo 1 • 16
a) Na preparação é importante:
• Estar familiarizado ao instrumento de avaliação;
• Estar planejado o esquema físico para o local do teste e a organização dos
examinados para o momento teste;
• Os assistentes estarem treinados incluindo a forma de anotação e armazena-
mento dos resultados (papel, digital);
• Equipamento a ser utilizado ser vistoriado;
Validade
Propriedade que o teste possui de medir aquele fenômeno ou variável a que ele
se propõe. Em diversas situações a Validade é determinada de forma inquestionável
capítulo 1 • 17
ou empírica, na maioria das situações esta propriedade não é simples de ser apura-
da, diante disto costuma-se dizer que quanto mais simples e direta for à forma de
mediar determinado fenômeno ou variável mais válido será o método. Por exem-
plo, desejamos saber quanto estamos pesando, então subimos em uma balança e
esta nos dará o valor da nossa massa corporal, neste exemplo não há dúvidas de
que o procedimento é válido.
Outro método para se determinar a Validade de um teste é por meio de tra-
tamentos estatísticos, correlacionando ou comparando-o com outros métodos já
considerados válidos para medir aquele fenômeno ou variável, são os chamados na
literatura de “Gold Standard” ou Padrão Ouro, modelo de referência.
Para termos métodos considerados válidos é conveniente considerar diferentes
métodos de medição e procurar avaliar a sua validade comparativa, portanto, os
tipos de validade geralmente observados são vários.
Para Schweigert (1994) existem três tipos de Validade distinta, chamada por
ele de: Validade de Critério, Validade Conceitual ou Constructo e Validade Facial.
• Validade de Critério ou Empírica - É o grau da correlação entre o méto-
do desenvolvido com o método padrão ou “gold standard” existente na literatura
para medir determinado fenômeno ou variável chama-se Validade de Critério ou
Empírica. Existem dois tipos de Validade de Critério: Validade Preditiva quan-
do há espaço de tempo entre a medida do método desenvolvido e o critério e,
Validade Concorrente quando não há intervalo entre as medidas;
• Validade Conceitual ou Constructo - A Validade Conceitual ou de
Constructo é quando a validade está direcionada para o conceito, a teoria sobre a
qual determinado fenômeno ou variável encontra-se sustentada, a correlação deste
conjunto de constructos e hipóteses com os de outros métodos já existentes na
literatura deve ser forte;
• Validade Facial - Pode-se dizer que Validade Facial é a primeira impressão
do teste para o avaliado, é o método aparentar medir o objeto do estudo, não dei-
xando dúvidas quanto o seu objetivo.
capítulo 1 • 18
Confiabilidade ou Fidedignidade
Objetividade
capítulo 1 • 19
Estatística Descritiva
10
FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA
IDADE ABSOLUTA RELATIVA
19 1 10%
20 2 20%
22 1 10%
23 2 20%
24 1 10%
25 2 20%
26 1 10%
10 100%
capítulo 1 • 20
• Descrição Paramétrica: é estimado o valor de um parâmetro, o qual as-
sumimos que completa a descrição do conjunto dos dados. Por exemplo: média.
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
1 20 67 157
2 22 92 168
3 23 83 198
4 25 68 170
5 20 94 183
6 19 78 160
7 26 72 180
8 24 102 186
9 25 80 172
10 23 83 165
Tabela 1.3 – Exemplo de quadro com cálculo da média de idade. Fonte: Próprio autor.
capítulo 1 • 21
central. Se for par, a mediana será o resultado da média aritmética entre os 2 ele-
mentos centrais (exemplo na tabela 1.4).
A moda é o valor ou valores mais frequentes, ou seja, é o valor mais comum, o
que mais se repete. Assim a amostra pode ser unimodal (1 valor modal), bimodal
(2 valores modais), polimodal (3 ou mais valores modais) ou amodal (não existem
valor que se repete) (exemplo na tabela 1.4).
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
1 20 67 157
2 22 92 168
3 23 83 198
4 25 68 170
5 20 94 183
6 19 78 160
7 26 72 180
8 24 102 186
9 25 80 172
10 23 83 165
MASSA
IDADE ESTATURA
CORPORAL
Média 22,70 81,90 173,90
capítulo 1 • 22
MASSA
IDADE ESTATURA
CORPORAL
1o Percentil 26,00 102,00 198,00
Tabela 1.4 – Medidas de tendência central de uma amostra. Fonte: Próprio autor.
capítulo 1 • 23
Esta informação é conhecida como a regra dos "68-95-99,7".
0,4
0,3
0,2
34,1% 34,1%
0,1
2,1% 2,1%
0,1% 13,6% 13,6% 0,1%
0,0
0,9
*mesocúrtica
0,8 *leptocúrtica
0,7 *platicúrtica
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5
capítulo 1 • 24
A assimetria é o quanto a curva de frequência se desvia ou afasta da posição
simétrica. É classificada em assimétrica à direita (ou positiva) quando o valor > 0;
assimétrica à esquerda (ou negativa) quando valor < 0; assimetria nula (ou simé-
trica) quando o valor = 0.
Assimetria Positiva
Distribuição Simétrica
Média Moda
Mediana
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
1 20 67 157
2 22 92 168
3 23 83 198
4 25 68 170
5 20 94 183
6 19 78 160
7 26 72 180
capítulo 1 • 25
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
8 24 102 186
9 25 80 172
10 23 83 165
MASSA
IDADE ESTATURA
CORPORAL
Amplitude 7,00 35,00 41,00
Estatística Inferencial
capítulo 1 • 26
• ρ = 1 - correlação perfeita positiva entre as duas variáveis (as duas aumen-
tam ou diminuem no mesmo sentido);
• ρ = − 1 - correlação negativa perfeita entre as duas variáveis (se uma aumen-
ta, a outra sempre diminui);
• ρ = 0 - as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra. No en-
tanto, pode existir uma dependência não linear. Assim, o resultado ρ = 0 deve ser
investigado por outros meios.
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
1 20 67 157
2 22 92 168
3 23 83 198
4 25 68 170
5 20 94 183
capítulo 1 • 27
MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL
6 19 78 160
7 26 72 180
8 24 102 186
9 25 80 172
10 23 83 165
R2 0,2176
capítulo 1 • 28
do teste t é maior que 0,05 aceitamos a hipótese nula e dizemos que não existe
diferença estatisticamente significativa entre as médias. Quando o valor do teste t
é menor que 0,05 dizemos que existe diferença estatisticamente significativa entre
as médias (SOARES; SIQUEIRA, 2002, p. 211-214; DAWSON; TRAPP, 2003,
p. 90; VIRGILLITO, 2006, p. 280).
No exemplo descrito ao realizar o teste t (considerando nível de significância
de 0,05) entre as duas medidas da massa corporal o valor encontrado é de 0,30
o que nos indica que não há diferença estatística entre as médias das duas medi-
das mesmo sendo observado que todos os indivíduos tiveram sua massa corpo-
ral aumentada.
MASSA MASSA
SUJEITO IDADE ESTATURA
CORPORAL 1 CORPORAL 2
1 20 67 157 70
2 22 92 168 94
3 23 83 198 85
4 25 68 170 72
5 20 94 183 96
6 19 78 160 80
7 26 72 180 79
9 25 80 172 81
10 23 83 165 85
capítulo 1 • 29
O teste t pode ser utilizado de formas diferentes:
• Teste t com 1 amostra: Testa se a média de uma única população é igual a
um valor alvo;
• Teste t com 2 amostras: Testa se a diferença entre as médias de duas popu-
lações independentes é igual a um valor alvo;
• Teste t pareado: Testa se a média das diferenças entre observações indepen-
dentes ou pareadas é igual a um valor alvo.
Figura 1.8 – Tela do Microsoft Excel® com dados de uma amostra tabulados
capítulo 1 • 30
Neste exemplo os sujeitos avaliados foram dispostos em linhas e as variáveis
medidas foram dispostas em colunas.
Para o cálculo das medidas de tendência central (média, mediana e moda) são
utilizados os seguintes comandos:
=PERCENTIL.INC(CI:CF;percentil
Percentil =PERCENTIL.INC(B2:B11;1)
desejado)
=QUARTIL.INC(CI:CF;quartil
Quartil =QUARTIL.INC(B2:B11;1)
desejado)
capítulo 1 • 31
Figura 1.9 – Tela do Microsoft Excel® com comandos e resultados das medidas de tendên-
cia central.
MEDIDAS DE DISPERSÃO
Medida Comando Exemplo
"=(MÁXIMO "=(MÁXIMO(B2:B11) -
Amplitude
(CI:CF)-MÍNIMO(CI:CF))" MÍNIMO(B2:B11))"
Tabela 1.8 – Comandos Microsoft Excel® - Medidas de Dispersão. Fonte: Lapponi (2005)
e Ribeiro Junior (2004).
capítulo 1 • 32
Figura 1.10 – Tela do Microsoft Excel® com comandos e resultados das medidas
de dispersão.
capítulo 1 • 33
Para o cálculo dos testes estatísticos correlação de Pearson, R2 e Teste T de
Student são utilizados os seguintes comandos:
MEDIDAS DE DISPERSÃO
Teste Comando Exemplo
Correlação de
=PEARSON(CI1:CF1;CI2:CF2) =PEARSON(C2:C11;D2:D11)
Pearson
Teste T de
=TESTET(CI1:CF1;CI2:CF2;a;b) =TESTET(C2:C11; E2:E11;1;2)
Student
Legenda: CI1 – célula inicial 1ª variável / CF1 – célula final 1ª variável / CI2 – célula inicial 2ª
variável / CF2 – célula final 2ª variável / a – número de caudas na distribuição (1=unicaudal
e 2=bicaudal) / b – tipo de variância (0=par; 1=igual; 2=desigual)
Tabela 1.9 – Comandos Microsoft Excel® - Testes Inferenciais. Fonte: Lapponi (2005) e
Ribeiro Junior (2004).
capítulo 1 • 34
Figura 1.11 – Tela do Microsoft Excel® com comandos e resultados estatística inferencial
ATIVIDADE
01. Tabule os dados apresentados durante o capítulo no Microsoft Excel® e calcule as me-
didas descritas e observe se os valores encontrados correspondem aos mostrados.
Lembre-se:
a) medidas de tendência central: média, mediana, moda, percentil e quartil.
b) medidas de dispersão: amplitude, variância, desvio-padrão, coeficiente de variação, cur-
tose e assimetria.
c) testes inferenciais: correlação de Pearson entre Massa Corporal 1 e Estatura, teste T
entre Massa Corporal 1 e Massa Corporal 2.
RESUMO
O estudo das características físicas humanas tem sido alvo de estudos ao longo do
tempo, devido principalmente a necessidade de classificação do corpo humano. Neste as-
pecto nasce a cineantropometria, área científica que se preocupa em estudar características
morfológicas atreladas às funcionais. Mas, para que seja possível a identificação de tais ca-
racterísticas de forma adequada, aspectos relacionados ao processo de avaliação devem ser
capítulo 1 • 35
observados e respeitados. Primeiramente é preciso saber diferenciar os termos utilizados no
processo: testar é usar um instrumento (protocolo), procedimento ou técnica para se obter
as informações, medir é o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste
e avaliar é interpretar os resultados obtidos. O segundo aspecto a ser observado é referente
a escolha de protocolos, testes e formas de avaliação, e aqui estão inseridos os critérios de
autenticidade científica que são a validade (teste ser capaz de medir o fenômeno ou variável
a que ele se propõe), fidedignidade (grau de constância e reprodutibilidade dos seus resulta-
dos) e objetividade (consistência dos dados quando medidos por dois ou mais avaliadores).
Os critérios de autenticidade científica devem ser observados em todas as avaliações,
sejam elas diagnóstica (realizada no início do processo ou período), formativa (realizada du-
rante o processo) ou somativa (ao término do processo).
A estatística é uma ferramenta de extrema importância no processo de avaliação, pois a
partir de seus resultados podemos descrever a nossa amostra e observar características das
variáveis estudadas e suas relações.
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VIRGILLITO, S. B. Estatística aplicada. 3. ed. São Paulo: Edicon, 2006.
capítulo 1 • 37
capítulo 1 • 38
2
Avaliação pré-teste
Avaliação pré-teste
Em termos gerais, para que o indivíduo ingresse em um programa de atividade
física ou realize um exercício físico é necessário que ele seja submetido antes a uma
avaliação. Esta avaliação é composta por uma parte pré-teste, onde o professor/
avaliador conhece o avaliado e suas limitações para então poder conduzir os testes
desejados. Assim, este capítulo aborda a primeira etapa da avaliação, a anamnese,
assim como o perfil de risco com uso dos questionários de estratificação de risco.
Através do conhecimento desenvolvido você deverá ser capaz de:
OBJETIVOS
• Definir anamnese;
• Conhecer os componentes de uma anamnese;
• Saber como proceder durante a anamnese;
• Conhecer os fatores de risco para doenças cardíacas;
• Aplicar e interpretar corretamente a anamnese, os questionários de estratificação de risco
e Par-Q.
Anamnese
Conceitos
capítulo 2 • 40
avaliado, eles são coletados unicamente com base no relato do avaliado como por
exemplo, “minha perna dói” (LWW, 2007, p. 3).
Dentro do processo da Avaliação Diagnóstica um dos instrumentos utilizados
para a diagnose do perfil do avaliado é a Anamnese. Ela pode assumir a caracterís-
tica de uma entrevista ou de um questionário com perguntas pré-concebidas que
é entregue ao avaliado para o seu preenchimento das informações.
A entrevista é uma conversa orientada com objetivo de recolher dados para
a pesquisa. Estabelece-se um roteiro de itens a serem conversados ou ordenam-se
algumas perguntas. O questionário é a forma mais usada para coletarem-se dados.
É uma relação de perguntas que o entrevistado responde sozinho, assinalando ou
escrevendo as respostas.
Durante uma entrevista deve-se manter uma atitude empática estabelecendo
um clima afetivo para que se possa organizar uma relação e dar lugar à confiança
do avaliado. Psicologicamente Empatia não é o mesmo que simpatia é um artifício
para atrair a confiança do avaliado. Uma empatia não se faz apenas com palavras,
mas também com atitudes, gestos e expressões faciais. Ao se usar um questionário
pré-concebido de uma forma de interrogatório sistemático, pode-se perder a con-
fiança do avaliado, na medida em que este vai ver o profissional de educação física
como simplesmente alguém que quer invadir a sua privacidade. O mais indicado
é se trabalhar com o questionário e em conjunto realizar uma entrevista com o
intuito de complementar as informações, já que a entrevista apresenta a caracte-
rística da individualidade, pois a condução desta e as perguntas a serem realizadas
serão confeccionadas de acordo com o perfil apresentado pelo avaliado.
Etapas da Anamnese
capítulo 2 • 41
2. O professor deve falar com cuidado, de forma lenta e clara, usando lingua-
gem de fácil compreensão e tratar o aluno de modo formal fazendo contato vi-
sual frequente;
3. Verificar se há sinais verbais ou não-verbais que o aluno não está se sentindo
bem ou inseguro sobre algum questionamento feito.
capítulo 2 • 42
Além dos pontos observados, existem algumas precauções que precisam
ser tomadas:
• Não fazer perguntas embaraçosas;
• Não obrigar o entrevistado a fazer cálculos;
• Não incluir perguntas que remetam a um passado distante;
• Não incluir perguntas que já contenham respostas.
capítulo 2 • 43
Exemplo: Qual das opções a seguir é a sua principal escolha de atividade
na academia?
a) Musculação ( )
b) Treinamento Aeróbico ( )
c) Ginástica Localizada ( )
d) Bike Indoor ( )
Por quê? ______________________________________________
capítulo 2 • 44
7. Perguntas com característica de Escala Likert.
O avaliado indica o grau de concordância ou discordância de acordo com
a situação questionada. O avaliador faz uso de pergunta quando necessita saber
a percepção de importância da situação questionada para o avaliado, este tipo
de pergunta permite ao avaliador mensurar o grau de importância da situa-
ção questionada.
Exemplo: o quanto é importante para você à prática diária de uma ativida-
de física?
Muito Importante ( )
Importante ( )
Indiferente ( )
Pouco Importante ( )
Totalmente Sem Importância ( )
Elaboração da Anamnese
capítulo 2 • 45
Na história clínica são perguntadas as questões relacionadas à saúde do avalia-
do, problemas clínicos passados e presentes (LWW, 2007, p. 9):
99 Tem hipertensão ou diabetes? Usa medicamento?
99 Já foi hospitalizado? Quando foi a última e por quê?
99 Quais as doenças de infância que você teve?
99 Está em tratamento por alguma doença?
99 Tem alergia?
99 Já fez cirurgia? De quê?
99 Quais medicamentos usa?
capítulo 2 • 46
AVALIAÇÃO - ANAMNESE(ADULTO)
DADOS
Nome completo: Data de nascimento:
Endereço: Idade:
Telefone residencial: Telefone celular:
Email:
Estado civil: Nacionalidade:
Contato:
OBJETIVOS
1.
2.
3.
HISTÓRIA CLÍNICA
Doenças atuais: ( ) Diabetes ( ) Hipertensão arterial ( ) Câncer ( )Asma ( ) _____________
Doenças da infância: ( ) Não ( ) Sim. _________________________________
Medicamentos: ( ) Não ( ) Sim. _________________________________
Alergia? ( ) Não ( ) Sim. _________________________________
Já esteve hospitalizado? ( ) Não ( ) Sim. _________________________________
Cirurgia? ( ) Não ( ) Sim. _________________________________
HISTÓRIA FAMILIAR
Pai ( ) Diabetes ( ) Hipertensão arterial ( ) Câncer ( )Asma/bronquite ( ) _____________
Mãe ( ) Diabetes ( ) Hipertensão arterial ( ) Câncer ( )Asma/bronquite ( ) _____________
Avôs ( ) Diabetes ( ) Hipertensão arterial ( ) Câncer ( )Asma/bronquite ( ) _____________
Avós ( ) Diabetes ( ) Hipertensão arterial ( ) Câncer ( )Asma/bronquite ( ) _____________
HISTÓRIA PSICOSSOCIAL
capítulo 2 • 47
COMENTÁRIO
Preste atenção às condições emocionais do aluno durante toda a anamnese! Não deve-
mos esquecer que alterações nos níveis de estresse e bem-estar influenciam os testes que
serão aplicados após a anamnese.
Estratificação de Risco
COMENTÁRIO
A determinação da pressão arterial (PA) em repouso é um componente integral da ava-
liação dos testes pré-exercício, pois a relação entre a PA e o risco de eventos cardiovascula-
res é “contínua, consistente e independente de outros fatores de risco” (ACSM, 2010, p 30).
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição em que ocorre o aumento da pressão
arterial sistólica e/ou diastólica. A pressão arterial sistólica é a maior, é a que está associada
a pressão máxima exercida sobre a parede arterial durante a contração ventricular, já a dias-
tólica é a pressão mínima exercida durante o relaxamento do ventrículo (LWW, 2007, p. 28).
capítulo 2 • 48
A pressão arterial é medida tradicionalmente com o esfigmomanômetro do tipo aneroide
(figura 2.3), mas pode ser medida também com o esfigmomanômetro de mercúrio (figura 2.4)
com auxílio do estetoscópio (figura 2.2) ou os digitais (figura 2.5).
capítulo 2 • 49
Figura 2.4 – Esfigmomanômetro coluna de mercúrio. Fonte: Próprio autor.
capítulo 2 • 50
Como medir a pressão arterial com esfigmomanômetro (aneroide ou de coluna de mer-
cúrio)? (SBC; SBH; SBN, 2006).
1. Primeiramente a pessoa deve estar de repouso por 5-10 minutos para não influenciar
na medida.
2. O avaliado deve estar sentado preferencialmente com o braço na altura do coração e
palma da mão voltada para cima.
3. O manguito (braçadeira) deve estar ajustado a 2,5cm acima do pulso braquial do coto-
velo.
4. Palpe o pulso radial no punho e insufle o manguito até 30mmHg acima do ponto em que
o pulso desaparece.
5. Posicione a campânula do estetoscópio sobre o ponto onde o pulso braquial do cotovelo
é percebido, aproximadamente 1cm abaixo do espaço antecubital.
6. Libere lentamente a válvula (2mmHg/s) e o primeiro som (1º ruído de Korotkoff) apare-
ce, esta é a pressão arterial sistólica.
7. Continue liberando a válvula lentamente e o último som (último ruído de Korotkoff) é a
pressão arterial diastólica.
8. Libere até o final e retire o manguito do braço da pessoa.
9. Geralmente 3 medidas são realizadas para se ter um valor mais preciso da pressão
arterial, com intervalo de 1 minuto.
CONEXÃO
Acesse: <http://www.eerp.usp.br/ope/manual.htm> para visualização de como realizar
a medida da pressão arterial.
CONEXÃO
Para as tabelas de percentis acesse a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial dispo-
nível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/v_diretrizes_brasileira_hipertensao_
arterial_2006.pdf>.
capítulo 2 • 51
Estratificação de risco segundo ACSM e AHA
capítulo 2 • 52
LIMIARES DOS FATORES DE RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR (DVC)
ATEROSCLERÓTICA A SEREM USADOS COM A ESTRATIFICAÇÃO DOS
RISCOS DO ACSM
FATORES DE RISCO POSITIVOS
Fumante atual de cigarros ou aqueles que deixaram de fumar du-
FUMO DE rante os 6 meses precedentes ou exposição ambiental à fumaça
CIGARROS de tabaco.
capítulo 2 • 53
DOENÇAS CONHECIDAS (DIAGNOSTICADAS PELO MÉDICO)
Doença cardiovascular Doença cardíaca, arterial periférica ou vascular cerebral
Falta de ar em repouso ou
Edema nos tornozelos Sopro cardíaco conhecido
com um esforço leve
capítulo 2 • 54
Classe A: Indivíduos aparentemente sadios
Estão incluídos nesta classe 1. Crianças e adolescentes, homens < 45 anos e
mulheres < 55 anos sem sintomas de ou sem a presença de doença cardíaca ou de
fatores de risco significativos para doença cardiovascular (DCV) aterosclerótica;
2. Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que não apresentam sintomas nem a
presença conhecida de doença cardíaca e com menos de 2 fatores de risco signifi-
cativos para DCV (Classe A-2); 3. Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que
não apresentam sintomas nem a presença conhecida de doença cardíaca e com 2
ou mais fatores de risco significativos para DCV.
Para esta classe não há restrição além das diretrizes básicas. O monitoramento
eletrocardiográfico (ECG) e da pressão arterial não é necessário e também não é
necessária a supervisão.
capítulo 2 • 55
Classe C: Indivíduos com risco moderado a alto para complicações car-
díacas durante o exercício e/ou incapazes de autorregular a atividade ou de
compreender o nível recomendado de atividade.
Incluem os 1. Indivíduos com as características citadas no parágrafo seguinte;
2. Indivíduos com doenças cardíacas valvulares com as características listadas no
parágrafo seguinte; 3. Indivíduos com doença cardíaca congênita; 4. Indivíduos
com cardiomiopatia com fração de ejeção ≤ 30% (incluindo portadores de in-
suficiência cardíaca estável, mas não a miocardite recente nem a cardiomiopatia
hipertrófica); 5. Indivíduos com arritmias ventriculares complexas que não estão
sendo bem controladas.
Os indivíduos da Classe C possuem classificação funcional 3 ou 4 da NYHA,
capacidade de exercício menor do que 6 MET, angina ou depressão do segmento
ST em esforços inferiores a 6 MET, queda da pressão arterial durante o esforço,
taquicardia ventricular não sustentada com o exercício, problemas médicos graves
e episódios anteriores de parada cardíaca.
O programa de atividades físicas para a Classe C deve ser prescrito de forma
individualizada e realizados sob a supervisão médica e com a monitorização dos
do ECG e pressão arterial.
capítulo 2 • 56
Par-Q (Questionário de Prontidão para a Atividade Física)
capítulo 2 • 57
O modelo original do questionário Par-Q pode ser visto na figura 2.6 e um
modelo adaptado na figura 2.7.
YES NO
1. Has your doctor ever said that you have a heart condition and that you should only do physical activity
recommended by a doctor?
2. Do you feel pain in your chest when you do physical activity?
3. In the past month, have you had chest pain when you were not doing physical activity?
4. Do you lose your balance because of dizziness or do you ever lose consciousness?
5. Do you have a bone or joint problem (for example, back, knee or hip) that could be made worse by a
change in your physical activity?
6. Is your doctor currently prescribing drugs (for example, water pills) for your blood pressure or heart con-
dition?
7. Do you know of any other reason why you should not do physical activity?
answered those which are safe for you. Talk with your doctor about the kinds of activities you wish to participate in and follow his/her advice.
• Find out which community programs are safe and helpful for you.
Informed Use of the PAR-Q: The Canadian Society for Exercise Physiology, Health Canada, and their agents assume no liability for persons who undertake physical activity, and if in doubt after completing
this questionnaire, consult your doctor prior to physical activity.
No changes permitted. You are encouraged to photocopy the PAR-Q but only if you use the entire form.
NOTE: If the PAR-Q is being given to a person before he or she participates in a physical activity program or a fitness appraisal, this section may be used for legal or administrative purposes.
"I have read, understood and completed this questionnaire. Any questions I had were answered to my full satisfaction."
NAME ________________________________________________________________________
Note: This physical activity clearance is valid for a maximum of 12 months from the date it is completed and
becomes invalid if your condition changes so that you would answer YES to any of the seven questions.
Figura 2.6 – Modelo de ficha de PAR-Q. Fonte: Canadian Society of Exercise Physiology em
2002. Disponível em:<http://www.csep.ca/cmfiles/publications/parq/par-q.pdf>.
capítulo 2 • 58
PAR-Q
Nome completo: Data de nascimento:
Endereço: Idade:
Telefone residencial: Telefone celular:
Email:
Estado civil: Nacionalidade:
Responsável:
O bom senso é o seu melhor guia para você responder a essas perguntas. Por favor, leia
atentamente as questões e responda a cada uma honestamente: escolha SIM ou NÃO.
Este questionário tem objetivo de identificar a necessidade de avaliação clínica e médica
antes do início da atividade física. Caso você marque um SIM, é fortemente sugerida
a realização da avaliação clínica e médica. Contudo, qualquer pessoa pode participar
de uma atividade física de esforço moderado, respeitando as restrições médicas.
Questões* SIM NÃO
1 - Alguma vez um médico lhe disse que você possui
um problema do coração e lhe recomendou que só fi- ( ) ( )
zesse atividade física sob supervisão médica?
2 - Você sente dor no peito, causada pela prática de
( ) ( )
atividade física?
3 - Você sentiu dor no peito no último mês? ( ) ( )
4 - Você tende a perder a consciência ou cair, como
( ) ( )
resultado de tonteira ou desmaio?
5 - Você tem algum problema ósseo ou muscular que
( ) ( )
poderia ser agravado com a prática de atividade física?
6 - Algum médico já lhe recomendou o uso de medica-
mentos para a sua pressão arterial, para circulação ou ( ) ( )
coração?
7 - Você tem consciência, através da sua própria ex-
periência ou aconselhamento médico, de alguma outra
( ) ( )
razão física que impeça sua prática de atividade física
sem supervisão médica?
Assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR-Q” e afirmo estar
liberado (a) pelo meu médico para participação em atividades físicas.
Data: ____ / ____ / ________.
______________________________________________
Assinatura (Assinatura do Responsável no caso de menor de 18 anos)
capítulo 2 • 59
Caso o aluno preencha pelo menos uma resposta SIM, ele deve ser enca-
minhado para consulta médica, para que então possa iniciar a atividade física
com segurança.
O modelo de carta de encaminhamento do aluno a médico pode ser visto na
figura 2.8.
ENCAMINHAMENTO
Data: ____ / ____ / ________
capítulo 2 • 60
LEITURA
Para aprofundamento no conteúdo aconselhamos a leitura das seguintes referências:
ABESO, Diretrizes brasileiras de obesidade. São Paulo: AC Farmacêutica, 2007.
POULIOT, M.C. et al. Waist circumference and abdominal sagittal diameter: Best simple
anthropometric indexes of abdominal visceral adipose tissue accumulation and related car-
diovascular risk in men and woman. Am Journal of Cardiology, v. 73, p. 460-468, 1994.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPER-
TENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretrizes Brasileiras de Hiper-
tensão Arterial. Rev. bras. hipertens, v. 13, n. 4, p. 260-312, out.-dez. 2006.
RESUMO
Antes de começar a prática regular de uma atividade física, o professor de educação
física precisa conhecer o aluno e saber dos possíveis riscos que o aluno tem para praticar
tal atividade.
Para isso o aluno passa inicialmente por uma anamnese que o caracteriza e por questio-
nários e medidas que mostram seu perfil.
Quando se trata de perfil de risco para doenças cardiovasculares os principais fatores
são a obesidade, hipertensão arterial e alterações de frequência cardíaca.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACSM. Manual de pesquisa das diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua
prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 8. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010.
CANADIAN SOCIETY OF EXERCISE PHYSIOLOGY. Physical Activity Readiness Questionnaire -
PAR-Q. 2002. Disponível em: http://www.csep.ca/cmfiles/publications/parq/par-q.pdf.
FREITAS, R.H. Medida e avaliação para o esporte e a saúde. São Paulo: Rubio, 2004.
LWW. Avaliação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
MAGGE, D.J. Avaliação musculoesquelética. 4.ed. São Paulo: Manole, 2005.
QUEIROGA, M. R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em
adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
capítulo 2 • 61
SBC; SBH; SBN. V Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial. São Paulo, 2006.
SILVA, M. A. F. Métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2005.
capítulo 2 • 62
3
Avaliação
antropométrica
Avaliação antropométrica
A antropometria, é a ciência que estuda as proporções e medidas do corpo
humano. Sua evolução culmina em padronizações para medir e caracterizar o ho-
mem em suas diferentes dimensões. Através do conhecimento desenvolvido você
deverá ser capaz de:
OBJETIVOS
• Relembrar o conceito de antropometria;
• Aprender a metodologia para a medida de massa corporal, estatura;
• Aprender a padronização das circunferências de pescoço, tórax, cintura, abdome, quadril,
braço relaxado e contraído, antebraço, punho, coxa proximal, coxa média, panturrilha e torno-
zelo, das dobras cutâneas de tríceps, bíceps, peitoral, subescapular, axilar média, suprailíaca,
supraespinhal, abdominal, coxa e panturrilha e dos diâmetros ósseos biepicondilar do fêmur
e do úmero;
• Identificar os pontos anatômicos utilizados nas medidas;
• Conhecer o índice de massa corporal (IMC) como indicador do excesso de peso para adultos;
• Conhecer o índice de relação cintura quadril (IRCQ), a circunferência da cintura (CC), e o
índice de conicidade (IC) como indicadores de gordura central;
• Saber calcular e interpretar os dados referentes ao IMC, IRCQ, CC e IC.
Conceito de antropometria
capítulo 3 • 64
Padronização das medidas
Massa corporal
capítulo 3 • 65
12. Anotar o peso na ficha ou prontuário;
13. Retirar o avaliado da balança;
14. Retornar os cursores ao zero na escala numérica.
Figura 3.1 – Massa corporal. (A) Balança mecânica com estadiômetro. (B) Balança digital.
Fonte: Próprio autor.
Estatura
Para medir a estatura utiliza-se um estadiômetro que pode ser fixo à parede ou
estar associado à balança.
Procedimento (STEWART et al., 2011):
1. Posicionar o avaliado descalço e com a cabeça livre de adereços, no centro do
equipamento. Mantê-lo em pé, ereto, com os braços estendidos ao longo do cor-
po, com a cabeça erguida, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos (Plano
de Frankfurt);
2. Encostar os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o
estadiômetro/parede;
3. Os maléolos mediais devem se tocar, bem como a parte interna de ambos os
joelhos. Unir os pés, fazendo um ângulo reto com as pernas;
4. Abaixar a parte móvel do equipamento, fixando-a contra a cabeça, com pres-
são suficiente para comprimir o cabelo. Retirar o avaliado, quando tiver certeza de
que o mesmo não se moveu;
capítulo 3 • 66
5. Realizar a leitura da estatura, sem soltar a parte móvel do equipamento, estan-
do o avaliado em apneia inspiratória.
Figura 3.2 – Estatura. (A) Sem auxílio. (B) Com auxílio para leitura. Fonte: Próprio autor.
Circunferências
Pescoço
capítulo 3 • 67
Figura 3.3 – Circunferência de pescoço. Fonte: Próprio autor.
Braço relaxado
capítulo 3 • 68
Braço contraído
Antebraço
capítulo 3 • 69
b) Posição do avaliado: Em pé com o membro superior esquerdo ao longo do
corpo e com o direito com ombro ligeiramente fletido, cotovelo extendido e ante-
braço supinado;
c) Método: Avaliador à frente do avaliado segura a trena antropométrica com a
mão direita e com a esquerda traciona a fita rodeando o antebraço no ponto de
maior volume de forma que fique em contato com a superfície do antebraço e
realiza a leitura.
Punho
capítulo 3 • 70
Figura 3.7 – Circunferência de punho. Fonte: Próprio autor.
Tórax
capítulo 3 • 71
Figura 3.8 – Circunferência de tórax. Fonte: Próprio autor.
Cintura
capítulo 3 • 72
Quadril
Coxa proximal
capítulo 3 • 73
Figura 3.11 – Circunferência de
coxa proximal. Fonte: Próprio autor.
Coxa média
Figura 3.12 – Circunferência de coxa média. (A) Identificação e marcação do ponto Mi-
d-trochanterion-tibiale laterale. (B) Posicionamento da trena antropométrica. (C) Leitura da
medida. Fonte: Próprio autor.
capítulo 3 • 74
Panturrilha
Tornozelo
capítulo 3 • 75
Figura 3.14 – Circunferência de tornozelo. Fonte: Próprio autor.
Abdome
capítulo 3 • 76
Dobras Cutâneas
Para medir as dobras cutâneas algumas observações devem ser levadas em con-
sideração (STEWART, 2011, p. 50-51):
99 Identificar e marcar os locais a serem medidos, sempre no hemicorpo di-
reito do avaliado. Em casos de alterações, amputações ou má-formações poderão
ser realizadas no hemicorpo esquerdo;
99 Destacar o tecido adiposo do tecido muscular utilizando os dedos polegar
e indicador da mão esquerda, e segurar a dobra cutânea até que a leitura da medida
tenha sido realizada;
99 Introduzir as hastes do compasso de dobras cutâneas aproximadamente
um centímetro abaixo dos dedos que estão segurando a dobra, de forma que as
mesmas fiquem perpendiculares à dobra cutânea;
99 Soltar completamente as hastes do compasso, para que toda a pressão de
suas molas possa atuar sobre o tecido medido;
99 Executar a leitura da medida no máximo dois a três segundos após a intro-
dução do compasso;
99 Repetir todo esse processo três vezes não consecutivas, ou seja, mede-se
todas as dobras cutâneas escolhidas, depois mede-se todas novamente, e então
mais uma vez;
99 Adotar o valor mediano (intermediário) como sendo a medida da do-
bra cutânea;
99 Quando, entre o maior e o menor valor obtido em uma dobra cutâ-
nea, houver uma diferença superior a 5%, deverá ser realizada uma nova série
de medidas;
99 O instrumento utilizado para medir as dobras cutâneas chama-se compas-
so de dobras cutâneas, também chamado de adipômetro, plicômetro ou especíme-
tro. A força de compressão varia em torno de 8 a 10 g/mm3, conforme o desenho
do modelo divide-se em dois tipos: os científicos em que a sua leitura da medida
permite uma maior precisão em uma escala de 0,01mm e os clínicos onde a escala
é de 1 mm.
capítulo 3 • 77
Tríceps
Figura 3.16 – Dobra cutânea tríceps. (A) Identificação do ponto mid-acromiale-radiale. (B)
Identificação do local da dobra cutânea tríceps. (C) Medida da dobra cutânea tríceps. Fonte:
Próprio autor.
Subescapular
capítulo 3 • 78
Figura 3.17 – Dobra cutânea subescapular. A) Identificação do ponto subescapulare. (B)
Marcação do ponto subescapulare. (C) Marcação do ponto para dobra cutânea subescapular.
(C) Medida da dobra cutânea subescapular. Fonte: Próprio autor.
Bíceps
Figura 3.18 – Dobra cutânea biceps. (A) Identificação e marcação do ponto mid-acromiale
-radiale para marcação do ponto de medida da dobra cutânea biceps. (B) Medida do dobra
biceps.Fonte: Próprio autor.
capítulo 3 • 79
Crista ilíaca
Figura 3.19 – Dobra cutânea crista ilíaca. (A) Identificação e marcação do ponto Iliocristale
para marcação do ponto de medida da dobra cutânea crista ilíaca. (B) Medida do dobra crista
ilíaca. Fonte: Próprio autor.
Supraespinhal
capítulo 3 • 80
b) Posição do avaliado: Em pé com os membros superiores ao longo do corpo;
c) Método: O avaliador permanece ao lado do sujeito e a dobra cutânea é obti-
da obliquamente.
Figura 3.20 – Dobra cutânea supraespinhal. (A) Identificação e marcação do ponto Iliospi-
nale para marcação do ponto de medida da dobra cutânea crista ilíaca. (B) Medida do dobra
cutânea supraespinhal. Fonte: Próprio autor.
Abdominal
Figura 3.21 – Dobra cutânea abdominal. (A) Marcação do ponto de medida da dobra abdo-
minal. (B) Medida do dobra cutânea abdominal. Fonte: Próprio autor.
capítulo 3 • 81
4.7. Coxa
Figura 3.22 – Dobra cutânea coxa. (A) Identificação e marcação do ponto de medida da
dobra cutânea coxa. (B) Medida do dobra cutânea coxa. Fonte: Próprio autor.
Panturrilha medial
capítulo 3 • 82
b) Posição do avaliado: Em pé com o joelho direito fletido a 90º e pé apoiado
sobre banco.
c) Método: O avaliador permanece ao lado do sujeito e a dobra cutânea é obti-
da verticalmente.
Peitoral
capítulo 3 • 83
Figura 3.24 – Dobra cutânea peitoral. (A) Identificação e marcação do ponto de medida da
dobra cutânea peitoral em mulheres. (B) Identificação e marcação do ponto de medida da do-
bra cutânea peitoral em homens. (C) Medida do dobra cutânea peitoral. Fonte: Próprio autor.
Axilar média
capítulo 3 • 84
Supra-ilíaca
Figura 3.26 – Dobra cutânea suprailíaca. (A) Identificação e marcação do ponto de me-
dida da dobra cutânea supra-ilíaca. (B) Medida do dobra cutânea supra-ilíaca. Fonte: Pró-
prio autor.
Diâmetros ósseos
Biepicondilar do Úmero
capítulo 3 • 85
Figura 3.27 – Diâmetro ósseo biepicondilar do úmero. Fonte: Próprio autor.
Biepicondilar do Fêmur
capítulo 3 • 86
Indicadores Antropométricos de saúde
capítulo 3 • 87
RISCO DE
CLASSIFICAÇÃO IMC (KG/M2) COMORBIDADES
Baixo peso < 18,5 Baixo
Sobrepeso ≥ 25 -
MUITO
IDADE BAIXO MODERADO ALTO ALTO
Até 29 < 0,83 0,83 – 0,88 0,89 – 0,94 > 0,94
Tabela 3.2 – Classificação do IRCQ para homens. Fonte: Bray e Gray (1988)
capítulo 3 • 88
MUITO
IDADE BAIXO MODERADO ALTO ALTO
Até 29 < 0,71 0,71 – 0,77 0,78 – 0,82 > 0,82
Tabela 3.3 – Classificação do IRCQ para mulheres. Fonte: Bray e Gray (1988)
Índice de conicidade
Circunferência da cintura
capítulo 3 • 89
RESUMO
A antropometria é a ciência que estuda as proporções e medidas do corpo humano.
Essas medidas são utilizadas para acompanhar o crescimento e desenvolvimento infantil e
servem também como indicadores para a saúde da população.
Para coleta das medidas alguns materiais são necessários, tais como balança, estadiô-
metro, trena antropométrica, paquímetro e adipômetro. Cada um com seu objeto de medi-
da específica.
Não podemos esquecer que o material deve estar devidamente calibrado e limpo.
A avaliação deve ser explicada de forma clara ao avaliado para que então possam ser
coletadas as medidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABESO. Diretrizes brasileiras de obesidade. 3. ed. Itapevi: AC Farmacêutica, 2009.
BRAY, G. A.; GRAY, D.S. Obesity. Part I Pathogenesis. Western Journal of Medicine, v. 149, p. 429-
441, 1988.
FERREIRA, C. A. A. et al. Correlação entre o Índice de Conicidade, % de Gordura, Endo e Ectomorfismo
de Atletas Brasileiros de Natação. In: 19º Congresso Internacional de Educação Física - FIEP/2004,
2004, Foz do Iguaçu. Fiep Bulletin, v. 74. p. 82-82, 2004.
HASSELMANN, M. H. Associação entre circunferência abdominal e hipertensão arterial em mulheres:
Estudo Pró-Saúde. Cad. Saúde Pública, v. 24, n; 5, p. 1187-1191, 2008.
HEYWARD, V. H.; STOLARCZYK, L. M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo:
Manole, 2000.
PETROSKI, E.L. Antropometria: técnicas e padronizações. 5 ed. São Paulo: Fontoura, 2011.
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2011.
capítulo 3 • 90
4
Avaliação da
composição
corporal
Avaliação da composição corporal
A avaliação da composição corporal se faz necessária em diversas áreas da saú-
de como medicina, antropologia, ergonomia, desempenho desportivo e cresci-
mento infantil. Muito do interesse ainda se concentra na quantificação da gordura
corporal em relação ao estado de saúde e desempenho desportivo, mas existem
outras diversas boas razões para medir as quantidades de outros constituintes do
corpo. Como resultado, o interesse em técnicas para avaliar a composição corporal
tem crescido significativamente nos últimos anos à medida que novas tecnologias
foram aplicadas a problemas de composição.
Neste capítulo apresentamos os métodos importantes, investigamos sua hie-
rarquia de validação, fornecemos detalhes práticos para avaliar muitos constituin-
tes do corpo e sugerimos orientações para futuras pesquisas. Através do conheci-
mento desenvolvido você deverá ser capaz de:
OBJETIVOS
• Compreender a importância da análise da composição corporal para saúde;
• Diferenciar método direto e indireto;
• Conhecer os diferentes métodos indiretos laboratoriais e de campo;
• Identificar a técnica adequada para avaliar a composição corporal em diferentes indivíduos;
• Analisar a composição corporal e seus dois principais componentes, massa gorda e massa
corporal magra;
• Conhecer o método de dobras cutâneas;
• Conhecer as equações recomendadas para calcular o percentual de gordura em adultos;
• Classificar o percentual de gordura em função da idade e gênero;
• Conhecer a origem do somatotipo e suas relações com a tendência comportamental;
• Calcular e interpretar cada componente do somatotipo (endomorfia, mesomorfia e ectomorfia);
• Interpretar o somatotipo através da somatocarta.
Métodos de Avaliação
capítulo 4 • 92
hierarquia de células, tecidos, órgãos, sistema e organismo. A composição corporal
pode ser vista como um problema fundamental da anatomia quantitativa, que
pode ser abordada em qualquer nível organizacional, dependendo da natureza
dos constituintes. O conhecimento da inter-relação de constituintes dentro de
um dado nível ou entre níveis também é importante e pode ser útil para estimar
indiretamente o tamanho de um compartimento particular (WANG; PIERSON
Jr; HEYMSFI, 1992).
O método tradicional de densitometria já não é considerado como o "pa-
drão-ouro" para determinar o percentual da gordura corporal. Apesar do número
crescente de métodos para avaliar a composição corporal, a validação é ainda a
questão mais séria, e por isso há confusão sobre se um método é mais preciso do
que outro (ESTON; REILLY, 2009).
As medidas de composição corporal podem ser usadas para acompanhar as
alterações que ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e crescimento,
servindo também para acompanhar parâmetros de saúde e a classificação dos ní-
veis de gordura corporal.
Para analisar a composição corporal podemos utilizar a classificação em mé-
todos diretos (estudos in vitro), indiretos e duplamente indiretos (estudos in
vivo) que serão abordados no decorrer do capítulo, mas inicialmente falaremos
dos níveis de abordagem e validade destes métodos (GUEDES; GUEDES, 2006;
PETROSKI, 2011).
Níveis de abordagem
capítulo 4 • 93
necessária o que torna este nível inacessível a todos, exceto a alguns pesquisadores
(ESTON; REILLY, 2009).
O nível molecular de organização é composto por mais de 100.000 compos-
tos químicos, que podem ser reduzidos a cinco grupos químicos principais: lipí-
deos, água, proteínas, carboidratos (principalmente glicogênio) e minerais. Surge
alguma confusão com o termo lipídeo, que pode ser definido como aquelas mo-
léculas que são insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos tais como
o éter. Embora existam muitas formas de lipídios encontrados no corpo humano,
de longe o mais comum é triglicerídeo, o principal reservatório calórico do corpo,
com uma densidade relativamente constante de 0,900 g. ml-1. Outras formas de
lipídeos compreendem tipicamente menos de 10% do lipídeo corporal total e têm
densidades variáveis, por exemplo fosfolipídios (1.035 g.ml-1) e colesterol (1.067
g.ml-1) (KEYS; BROZEK, 1953). O lipídeo é frequentemente catalogado como
'essencial' ou 'não essencial' com base na função. Os lipídeos essenciais (ou não
adiposos) são aqueles sem os quais outras estruturas não poderiam funcionar, por
exemplo os lipídeos encontrados nas membranas celulares e no tecido nervoso.
O termo "gordura" é usado às vezes para se referir ao tecido adiposo. Para
evitar confusões, o termo "gordura" será utilizado indistintamente com o termo
"lipídeo" e não se referirá ao tecido adiposo.
Qualquer medida de gordura corporal total (como percentual de gordura por
pesagem hidrostática ou método de dobra cutânea) dá um único valor toda a
gordura corporal, independentemente da função ou localização. Todo o restante,
após a remoção de toda a gordura, é chamado de massa livre de gordura (MLG),
composto de músculo livre de gordura, osso sem gordura e assim por diante.
A massa corporal magra (MCM) é a MLG com a inclusão dos lipídios essen-
ciais (não adiposos); no entanto, MCM é, por vezes erroneamente utilizada como
um sinônimo de MLG. Deve ficar claro que não há meios de medição direta in
vivo do compartimento de gordura, portanto a gordura deve sempre ser estimada
indiretamente, como por exemplo, pela medição da densidade corporal. Outros
compartimentos moleculares podem ser estimados por diluição de isótopos (água
corporal total), absormetria de raios X de dupla energia (DXA, principalmente
mineral ósseo), análise de nitrogênio por ativação de nêutrons (proteína total do
corpo) (ESTON; REILLY, 2009).
Ao nível celular, o corpo é dividido em massa celular total, fluido extracelular
(FEC) e sólidos extracelulares (SEC). A massa celular total é composta por todos
os tipos diferentes de células incluindo adipócitos, miócitos e osteócitos. Não há
capítulo 4 • 94
método direto de medição de massas de células discretas ou massa total de células
(ESTON; REILLY, 2009).
O FEC inclui plasma intravascular e plasma extra vascular (fluido intersticial).
Este compartimento de fluidos é predominantemente água e atua como um meio
para a troca de gases, nutrientes e resíduos e pode ser estimado por métodos de
diluição de isótopos. O SEC inclui substâncias orgânicas tais como fibras de colá-
geno e elastina (ESTON; REILLY, 2009).
O quarto nível de organização inclui tecidos, órgãos e sistemas, que, embo-
ra de diferentes níveis de complexidade, são arranjos funcionais dos tecidos. As
quatro categorias de tecido são conectivas, epiteliais, musculares e nervosas. Os
tecidos adiposo e ósseo são formas de tecido conjuntivo, que, juntamente com
o tecido muscular, representam cerca de 75% da massa corporal total. O tecido
adiposo consiste em adipócitos juntamente com fibras de colágeno e elastina, que
suportam o tecido. Encontra-se predominantemente na região subcutânea do cor-
po, mas também é encontrado em menor quantidade ao redor dos órgãos, dentro
do tecido, como músculo (intersticial) e na medula óssea (medula amarela). A
densidade do tecido adiposo varia de cerca de 0,92 g.ml-1 a 0,96 g.ml-1 de acordo
com as proporções dos seus principais constituintes, lipídeos e água, e diminui
com o aumento da gordura corporal (ESTON; REILLY, 2009).
Não há método direto para a medição in vivo da massa do tecido adiposo,
mas os avanços na tecnologia de imagem médica (ultrassom, ressonância mag-
nética, tomografia computadorizada) permitem uma estimativa precisa das áreas
de tecido adiposo e outros por imagens transversais do corpo. As áreas teciduais
de varreduras adjacentes podem ser combinadas por modelação geométrica para
prever volumes regionais e mesmo volumes totais, se todo o corpo for digitalizado
(ESTON; REILLY, 2009).
Embora haja acesso limitado e alto custo associado a estas técnicas, eles têm o
potencial de servir como métodos de critério alternativos para a validação de mé-
todos mais acessíveis e menos onerosos para a avaliação da composição corporal
(ESTON; REILLY, 2009).
O osso é um tecido conjuntivo especializado com uma matriz de proteína
elástica, secretada por osteócitos, sobre a qual é depositado um mineral à base de
fosfato de cálcio, hidroxiapatita, que fornece resistência e rigidez. A densidade
do osso varia consideravelmente de acordo com fatores como idade, sexo e nível
de atividade. O intervalo de densidade óssea fresca em indivíduos cadáveres foi
relatado como 1,18-1,33 g.ml-1 (MARTIN et al., 1986). A massa de mineral
capítulo 4 • 95
ósseo pode ser estimada com precisão por absormetria de raios-X de energia dupla
(DXA), mas as densidades ósseas derivadas de DXA são densidades areais (isto é
g.cm-2) e são, portanto, sujeitas a artefatos de tamanho ósseo.
O tecido muscular é encontrado em três formas, esquelética, visceral e cardía-
ca. Sua densidade é relativamente constante a cerca de 1,065 g.ml-1 (MENDEZ;
KEYS, 1960; FORBES; COOPER; MITCHELL, 1953), embora a quantidade
de tecido adiposo intersticial dentro do tecido introduza alguma variabilidade.
Surpreendentemente, existem poucos métodos para quantificar a massa muscular
do corpo; destes, as técnicas de imagem laboratorial parecem ser as mais exa-
tas, enquanto a antropometria e a excreção de creatinina urinária têm sido am-
bas utilizadas.
Os outros tecidos, nervosos e epiteliais, foram considerados tecidos menos sig-
nificativos na análise da composição corporal. Como resultado, não foram feitas
tentativas para quantificar estes tecidos; eles são geralmente considerados como
tecidos residuais (ESTON; REILLY, 2009).
O corpo inteiro ou o nível orgânico da organização considera o corpo como
uma única unidade que trata do tamanho total, da forma, da área de superfí-
cie, da densidade e das características externas. Claramente estas características
são as mais prontamente medidas e incluem estatura, massa corporal e volume
(ESTON; REILLY, 2009).
Os cinco níveis de organização do corpo fornecem uma estrutura útil dentro
da qual as diferentes abordagens à composição corporal podem ser situadas.
capítulo 4 • 96
extração com éter de lipídeo é realizada para todos os tecidos do corpo (ESTON;
REILLY, 2009).
No nível II, determina-se uma quantidade diferente da gordura (por exemplo,
densidade corporal ou atenuação de um feixe de raios X em DXA) e estabelece-se
uma relação quantitativa para permitir estimar a massa gorda a partir da quantida-
de medida (ESTON; REILLY, 2009).
No nível III, é novamente tomada uma medida indireta (por exemplo, es-
pessura de dobras cutâneas ou impedância bioelétrica) e é derivada uma equação
de regressão contra um método de nível II, tipicamente densitometria. Assim, os
métodos de nível III são duplamente indiretos, na medida em que incorporam
todas as suposições do método de nível II que são calibradas, bem como possuem
suas próprias limitações inerentes (ESTON; REILLY, 2009).
A abordagem de regressão também significa que métodos, como a medição de
espessura de dobras, são altamente específicos da amostra, uma vez que a relação quan-
titativa entre espessura da pele e densidade corporal depende de muitas variáveis, in-
cluindo hidratação corporal, densidade óssea, muscularidade relativa, compressibilida-
de cutânea e espessura, padrão de gordura corporal e a quantidade relativa de gordura
intra-abdominal. Isto, juntamente com o uso de diferentes subconjuntos de locais de
dobras cutâneas, é por isso que existem várias centenas de equações na literatura para
estimar a gordura de dobras cutâneas (ESTON; REILLY, 2009).
A calibração dos métodos do nível III contra a densitometria também exclui a
possibilidade de validar qualquer método de nível III contra a densitometria, pois
trata-se meramente de um argumento circular (ESTON; REILLY, 2009).
capítulo 4 • 97
Métodos de Avaliação Indiretos
capítulo 4 • 98
baseada nos seguintes pressupostos e procedimentos: Um corpo (de massa M) é
dividido em um componente de massa gorda (MG) com densidade (dMG) e um
componente de massa livre de gordura (MLG) e densidade (dMLG). As massas
dos dois componentes são a massa do corpo (M) e os volumes (massa/densida-
de) dos dois componentes é o volume do corpo. Se D é a densidade do corpo
inteiro, então a combinação destes pressupostos dá o percentual de gordura, G
(MARTIN; DRINKWATER, 1991).
Em outras palavras, o volume corporal é igual à perda de peso na água com a
devida correção da temperatura para a densidade da água (LEITE, 2004).
Massa Corporal ( kg )
Densidade corporal (g / cm3 ) =
Volume Corporal (L )
capítulo 4 • 99
Siri (1961):
4, 95
%Gordura = − 4, 5 x100
densidade corporal
Brozek et al (1963):
4, 57
%Gordura = − 4,142 x100
densidade corporal
Figura 4.1 – Modelo de formulário para coleta – pesagem hidrostática. Fonte: Adaptado de
Heyward (2004).
capítulo 4 • 100
em posição supina sobre a mesa) com um filtro que converte o feixe de raio-X em
picos fotoelétricos de baixa e alta energia (que atravessam o corpo do indivíduo).
A obtenção dos compartimentos corporais é feita pela medida da atenuação desses
picos fotoelétricos (LEITE, 2004; HEYWARD, 2004; SANT’ANNA; PRIORE;
FRANCESCHINI, 2009).
O DEXA analisa o corpo transversalmente em intervalos de 1cm (cabeça aos
pés) e pode medir a massa de gordura, massa livre de gordura e massa óssea (LEITE,
2004; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009; HEYWARD, 2010).
Suas limitações são o custo elevado do equipamento, exposição à radiação e
a incapacidade de detectar a quantidade de água contida na massa magra (pois as
proteínas e os fluidos corporais apresentarem coeficientes de atenuação similares),
assim este método estima a água corporal total como equivalente a uma fração fixa
de 73,2% da massa magra do indivíduo (LEITE, 2004; SANT’ANNA; PRIORE;
FRANCESCHINI, 2009).
capítulo 4 • 101
Métodos de Campo – Bioimpedância
capítulo 4 • 102
• O termo reatância que contribui para a impedância total é pequena, tal que,
o componente resistência pode ser considerado equivalente à impedância corporal.
Quando estes pressupostos são combinados, pode ser mostrado que o volume
2
condutor é proporcional ao termo Estatura , chamado índice de impedância
(LEITE; 2004). Resistência
Diversas equações foram desenvolvidas e validadas com um r variando de 0,60
a 0,98 e um erro padrão estimado de 1,37 a 3,47. Assim, para que não ocorra o com-
prometimento do resultado, algumas orientações são dadas ao avaliado (LEITE;
2004; HEYWARD, 2004; SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).
• Não deve ingerir nada até 4h antes do teste;
• Não deve praticar exercício físico moderado ou vigoroso até 12h antes
do teste;
• Deve evacuar completamente no período de 30 minutos antes do teste;
• Deve abster-se do consumo de álcool até 48h antes do teste;
• Não deve ingerir diuréticos e cafeína antes da avaliação, a não ser que seja
prescrito pelo seu médico;
• Deve-se adiar o teste de mulheres que percebem que estão retendo água
durante o período menstrual.
capítulo 4 • 103
gordura, composta por todos os lipídios que possam ser extraídos e massa livre de
gordura composta por água, proteínas e componentes minerais.
A medida das pregas cutâneas vem sendo muito utilizada para estimar a gordu-
ra corpórea em avaliações de campo e clínicas devido à sua fácil utilização, elevada
precisão e custo relativamente baixo quando comparada às outras técnicas como
DEXA e pletismografia (SANT’ANNA; PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).
Sua exatidão e precisão dependem do tipo de plicômetro (compasso de dobras
cutâneas) usado, da familiarização do avaliador com as técnicas de medida e da
perfeita identificação do ponto anatômico a ser medido. Por isso, é tão importan-
te a calibragem do equipamento e o treinamento do avaliador (SANT’ANNA;
PRIORE; FRANCESCHINI, 2009; HEYWARD; STOLARCZYK, 2000, p.
24).
capítulo 4 • 104
99 Devido à existência de uma relação entre gordura subcutânea e gordura
corporal total, a soma de várias dobras cutâneas pode ser utilizada para estimar a
gordura corporal total;
99 Há uma relação entre o somatório das dobras cutâneas e a densida-
de corporal;
99 A idade é uma variável de predição independente da dobra cutânea tanto
para o gênero masculino quando para feminino.
De acordo com Heyward e Stolarczyk (2000), para a medida das dobras cutâ-
neas alguns cuidados devem ser tomados:
99 As medidas são feitas no lado direito do corpo.
99 O local da dobra cutânea deve ser identificado de acordo com o protoco-
lo escolhido.
99 A dobra deve ser pinçada com firmeza entre o polegar e o indicador sendo
destacada por aproximadamente 1 cm.
99 Manter a dobra pressionada enquanto a medida é realizada.
99 As hastes do adipômetro devem ficar perpendiculares à dobra cutânea.
capítulo 4 • 105
99 A leitura do valor é feita no máximo em 4 segundos após a pressão ter
sido aplicada.
99 As hastes do adipômetro são afastadas e somente após deixa-se de exercer
pressão sobre a dobra cutânea.
Equações utilizadas
capítulo 4 • 106
• Guedes (1985)
99 Mulheres
densidade corporal = 1,16650 - 0,07063 log (∑3DC)
Obs.: ∑3DC = coxa + supra-ilíaca + subescapular
99 Homens
densidade corporal = 1,17136 - 0,06706 log (∑3DC)
Obs.: ∑3DC = tríceps + supra - ilíaca + abdome
• Petroski (1995)
99 Mulheres (18 a 51 anos)
densidade corporal = 1,03465850-0,00063129 × (∑4DC) + 0,00000187 ×
(∑4DC)2 - 0,00031165 × idade - 0,00048890 × massa corporal + 0,00051345 =
× estatura
Obs.: ∑4DC = axilar média + supra-ilíaca + coxa + panturrilha medial
• Faulkner (1968)
99 Mulheres e Homens
% de gordura = [(tríceps + supra-ilíaca + subescapular + abdome) x 0,153 + 5,783]
Siri (1961):
4, 95
% Gordura = − 4, 5 x100
densidade corporal
Brozek et al (1963):
4, 57
% Gordura = − 4,142 x100
densidade corporal
capítulo 4 • 107
Somatotipo
170,18 cm
x = (SB) x100(mm ) + SE(mm ) + TR (mm )) ⋅
EST(cm )
Se IP ≥ 40,75:
capítulo 4 • 108
Se 38,25 < IP < 40,75:
Se X ≤ 38.25:
Ectomorfia = 0,1
capítulo 4 • 109
Para realizar a plotagem do somatotipo neste triângulo, de acordo com
as coordenadas X e Y usam-se as equações abaixo e classificação é conforme
tabela 4.1 (HEATH; CARTER, 2005).
X = Ectomorfia - Endomorfia
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA
A 1ª componente é dominante; a 2ª e a
Endomorfo equilibrado
3ª são iguais ou não diferem mais de 0,5.
A 1ª componente é dominante; a 2ª é
Meso-Endomorfo
maior que a 3ª.
A 1ª e a 2ª componentes são iguais ou
Mesomorfo-Endomorfo não diferem mais que 0,5; a 3ª compo-
nente tem o valor mais baixo.
A 2ª componente é dominante; a 1ª é
Endo-Mesomorfo
maior do que a 3ª.
A 2ª componente é dominante; a 1ª e a
Mesomorfo equilibrado
3ª são iguais ou não diferem mais de 0,5.
A 2ª componente é dominante; a 3ª é
Ecto-Mesomorfo
maior que a 1ª.
A 2ª e a 3ª componentes são iguais ou
Mesomorfo-Ectomorfo não diferem mais que 0,5; a 1º compo-
nente tem o valor mais baixo.
A 3ª componente é dominante; a 2ª é
Meso-Ectomorfo
maior que a 1ª.
A 3ª componente é dominante; a 1ª e a
Ectomorfo equilibrado
2ª são iguais ou não diferem mais de 0,5.
A 3ª componente é dominante; a 1ª é
Endo-Ectomorfo
maior que a 2ª.
A 1ª e a 3ª componentes são iguais ou
Endomorfo-Ectomorfo não diferem mais que 0,5; a 2ª compo-
nente tem o valor mais baixo.
Nenhuma componente excede em mais
Central de um ponto qualquer das outras; todas
as componentes têm valores entre 3 e 4.
capítulo 4 • 110
A análise dos dados encontrados pode ser realizada através de: Somatotipo
Médio, Distância de Dispersão do Somatotipo (DDS) e Índice de Dispersão do
Somatotipo (IDS). O Somatotipo Médio é obtido através da média aritmética
de cada uma das componentes. A Distância de Dispersão do Somatotipo (DDS)
permite verificar a distância entre um somatotipo estudado e outro considerado
padrão. A diferença é estatisticamente significativa se o resultado for maior que
2,0. Para calcular o valor da DDS, utiliza-se a seguinte equação:
2
( endo A − endoB ) + ( meso A − mesoB ) + ( ecto A − ectoB )
2 2
DDS =
RESUMO
A composição corporal sofre modificações com o crescimento e desenvolvimento do
indivíduo e é usada também para acompanhar parâmetros de saúde nas crianças como a
classificação de obesidade. Diversos métodos são utilizados, dentre eles estão os indiretos e
duplamente indiretos, como pesagem hidrostática, bioimpedância elétrica, DEXA e pletismo-
grafia. Mesmo com a existência de métodos modernos e sofisticados a mais utilizada ainda é
a avaliação da composição corporal a partir das dobras cutâneas.
capítulo 4 • 111
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capítulo 4 • 113
capítulo 4 • 114
5
Avaliação da
aptidão física
relacionada à saúde
Avaliação da aptidão física relacionada à
saúde
A aptidão física, diferente da atividade física pode ser descrita como um atri-
buto referindo-se à habilidade para o desempenho de um determinado trabalho
físico, considerada um estado adaptativo e, em parte, geneticamente determinada
(RODRIGUES et al., 2007). A avaliação das diferentes aptidões é necessária tanto
para critérios de boa condição de saúde quanto para determinar a performance
em determinados esportes. Através do conhecimento desenvolvido você deverá
ser capaz de:
OBJETIVOS
• Definir aptidão cardiorrespiratória, aptidão muscular e flexibilidade;
• Diferenciar os testes de esforço de campo e laboratório, máximo de submáximo;
• Aplicar, de forma segura, um teste de esforço submáximo, utilizando diferentes ergômetros;
• Calcular o consumo máximo de oxigênio previsto em função da idade e gênero;
• Estimar o consumo máximo de oxigênio com os diferentes protocolos e interpretar, através
de valores tabelados, a aptidão cardiorrespiratória;
• Controlar as seguintes variáveis durante o teste, frequência cardíaca, pressão arterial e
sensação de esforço;
• Identificar a necessidade de avaliação da força em diferentes indivíduos;
• Medir e avaliar a força muscular utilizando testes dinâmicos e estáticos;
• Conceituar flexibilidade, compreender a sua importância para saúde e identificar a neces-
sidade de avaliação da flexibilidade em diferentes indivíduos;
• Conhecer a metodologia dos testes lineares, adimensionais e angulares para avaliar
a flexibilidade.
Aptidão Cardiorrespiratória
capítulo 5 • 116
moderada a alta por períodos prolongados (ACSM, 2000, p. 57; ACSM, 2003, p.
18; ANDRADE et al., 2013).
A aptidão cardiorrespiratória é, então, um componente relacionado à saúde
e pode ser medida direta ou indiretamente, com protocolos máximos (> 90%
frequência cardíaca) ou submáximos. Podem ser realizados em laboratório ou em
campo. Estes testes estimam o consumo de oxigênio e assim classificam o nível de
aptidão cardiorrespiratória do sujeito (ANDRADE et al., 2013).
De acordo com Hespanha (2004, p. 65) é o componente de maior impor-
tância para aptidão física relacionada com saúde e compreende a resistência ao
exercício submáximo, a potência aeróbia máxima, a função cardiorrespiratória e a
pressão arterial.
• A resistência ao exercício submáximo é o nível de tolerância às demandas
energéticas de baixa intensidade e longa duração;
• A potência aeróbia máxima é medida pelo VO2máx (consumo máximo de
oxigênio), ou seja, é o maior volume de oxigênio que se pode absorver do ar atmos-
férico e transportar aos tecidos durante o exercício máximo na unidade de tempo;
• A função cardiorrespiratória é avaliada a partir das respostas da frequên-
cia cardíaca, frequência respiratória e outras variáveis do sistema cardiovascular
e respiratório;
• A pressão arterial, como já abordada no capítulo 2, é a força exercida pela
coluna de sangue contra as paredes das artérias possuindo dois componentes, a
pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica.
LEITURA
Leia mais sobre o assunto em:
SOUZA, E. C. M. S. et al.Teste cardiopulmonar do exercício na prática clínica. Rev Bras
Med Esporte, v. 6, n. 6,p. 249-254, nov/dez, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/rbme/v6n6/v6n6a05.pdf>.
NEDER, J. A.; NERY, L. E. Teste de Exercício Cardiopulmonar. J Pneumol,v. 28, supl. 3,
p. 166-206, outubro, 2002. Disponível em: <http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/
Suple_140_45_99%20Teste%20do%20exercicio%20cardiopulmonar.pdf.>
capítulo 5 • 117
CONEXÃO
Vejam as novidades sobre a hipertensão arterial.
7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial - 2016
<http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_
ARTERIAL.pdf>.
Procedimentos pré-teste
ABSOLUTAS RELATIVAS
• Alteração significativa no ECG em re- • Pressão diastólica >115mmHg
pouso que sugira infarto ou outro episó- ou pressão sistólica >200mmHg
dio agudo em repouso
• Infarto do miocárdio recente complicado • Cardiopatia valvular moderada
• Angina instável • Anormalidades eletrolíticas conhecidas
• Arritmia ventricular não controlada • Marca-passo de frequência fixa
• Arritmia atrial não controlada com com- • Ectopia ventricular complexa
prometimento da função cardíaca ou frequente
• Bloqueio cardíaco AV de terceiro grau • Aneurisma ventricular
sem marca-passo • Doença metabólica não controlada
• Insuficiência cardíaca congestiva aguda • Doença infecciosa crônica
• Estenose aórtica grave
capítulo 5 • 118
ABSOLUTAS RELATIVAS
• Suspeita ou certeza de aneuris- • Distúrbios neuromusculares, muscu-
ma dissecante loesqueléticos ou reumatoides exacerba-
• Miocardite ou pericardite suspeita dos pelo exercício
ou ativa • Gravidez avançada ou complicada
• Tromboflebite ou trombo intracardíaco
• Êmbolo pulmonar ou sistêmico recente
• Infecções agudas
• Distúrbio emocional significativo
(psicose)
Tabela 5.1 – Contraindicações absolutas e relativas para o teste de esforço. Fonte: Modifi-
cado de ACSM (2000, p. 35).
capítulo 5 • 119
6. Liberdade de consentimento.
Informa que a participação no teste é voluntária e o mesmo pode pedir a in-
terrupção a qualquer momento.
capítulo 5 • 120
das atividades motoras comuns do repertório de habilidades do homem (cami-
nhar, correr) (QUEIROGA, 2005, p. 150).
Os testes realizados em laboratório necessitam de instrumentos específicos, os
ergômetros (esteira rolante, cicloergômetro/bicicleta e banco). Estes instrumentos
identificam a capacidade do indivíduo em gerar trabalho mecânico por unidade
de tempo, e possuem diferentes vantagens e desvantagens conforme pode ser vista
na tabela 5.2 (QUEIROGA, 2005, p. 144; HESPANHA, 2004, p. 92).
RUÍDO + ++ +++
MANUTENÇÃO + ++ +++
REGISTROS PA E FC +++ + ++
Tabela 5.2 – Comparação entre banco, bicicleta e esteira. Fonte: Hespanha (2004, p. 92)
capítulo 5 • 121
ESTATURA DO AVALIADO (CM) ALTURA DO BANCO (CM)
Até 151,9 32
152,0 a 161,9 34
162,0 a 171,9 38
172,0 a 181,9 40
182,0 a 191,9 42
Acima de 192 45
Tabela 5.3 – Relação entre estatura do avaliado e altura do banco. Fonte: Sousa e Pellegri-
notti (1998)
LEITURA
Leia mais sobre o assunto em:
MILANO, G. E.; LEITE, N. Comparação das variáveis cardiorrespiratórias de adoles-
centes obesos e não obesos em esteira e bicicleta ergométrica. Rev Bras Med Espor-
te, v. 15, n. 4, p. 251-254,jul/ago, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rbme/v6n6/v6n6a05.pdf>.
STEIN, R.; VILAS-BOAS, F. Normatização de técnicas e equipamentos para realização
de exames em ergometria e ergoespirometria. In: STEIN, R.; VILAS-BOAS, F. Diretriz de
Técnicas e Equipamentos para Realização de Exames em Ergometria e Ergoespirometria.
Arq. Bras. Cardiol, v. 80, supl IV, abr, 2003. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/
consenso/2003/site/016.pdf>.
capítulo 5 • 122
Na realização no teste, devem ser observadas situações que indiquem a inter-
rupção do mesmo, e são elas (ELLESTAD, 1984, p. 79).
99 Extra-sístoles ventriculares que se desenvolvam aos pares ou com uma fre-
quência crescente, à medida que o exercício aumenta, ou quando aparece taqui-
cardia ventricular (salvas de 3 ou mais extra-sístoles ventriculares);
99 Quando sobrevêm taquicardia, fibrilação ou flutter atrial;
99 Início de bloqueio cardíaco, de segundo ou terceiro grau;
99 Dor anginosa progressiva (dor grau três se o grau quatro for a mais grave
na experiência do sujeito);
99 Depressão do segmento ST;
99 Queda progressiva do pulso ou pressão arterial sistólica com a continuação
do exercício;
99 Incapacidade do sujeito em continuar o teste por causa de dispneia, fadiga
ou tonteira;
99 Dor musculoesquelética intensa;
99 Aspecto de vasoconstrição (palidez e sudorese);
99 Elevação excessiva na pressão arterial sistólica e diastólica associadas com
cefaleia ou visão turva;
99 Quando o paciente atinge ou excede a frequência cardíaca máxima previs-
ta, pode-se ficar ciente que ele obteve desempenho satisfatório, mas se ele sente--se
capaz e quer continuar, é seguro continuar o teste na ausência de outras indicações
para interrupção.
Protocolos
Com o passar dos anos, diversos protocolos foram elaborados para identi-
ficar a capacidade cardiorrespiratória do indivíduo levando-se em consideração
faixa etária, sexo e perfil de atividade física. Para este livro foram selecionados
os protocolos mais utilizados na prática do profissional de educação física. Vale
ressaltar que dependendo da característica do avaliado, outros protocolos podem
ser utilizados.
Para compararmos o VO2 máx obtido no teste e saber se é o adequado para o
indivíduo podemos utilizar a equação de predição de VO2 máx que prevê com base
capítulo 5 • 123
Protocolos de Campo
H > 56,0 > 52,5 > 49,5 > 48,1 > 45,4 > 44,3
SUPERIOR
M >42,0 > 41,9 > 40,1 > 37,0 > 35,8 > 31,5
capítulo 5 • 124
O teste de corrida/caminhada de 2.400 metros de Cooper identifica o tem-
po gasto para percorrer esta distância e classifica a aptidão aeróbia do indivíduo de
acordo com a tabela 5.5.
CATEGORIA FAIXA ETÁRIA – DURAÇÃO DO TESTE (MINUTO)
DA APTIDÃO
FÍSICA 13-19 20:29 30-39 40-49 50-59 > 60
H > 15:31 > 16:01 > 16:31 > 17:31 > 19:01 > 20:01
MUITO
FRACA M > 18:31 > 19:01 > 19:31 > 20:01 > 20:01 > 21:01
Tabela 5.5 – Classificação da aptidão aeróbia de acordo com o tempo gasto para percorrer
2400 metros. Fonte: Hespanha (2004, p. 74).
Para este teste o consumo máximo de oxigênio pode ser estimado pela equa-
ção do American College of Sports Medicine (HESPANHA, 2004, p. 74):
distância (metros)
V O 2 máx (mL / kg / min) = x 0, 2 + 3,5
tempo (minuto)
capítulo 5 • 125
DURAÇÃO VELOCIDADE ESCALONADA
TEMPO
ESTÁGIO DO ESTÁGIO ELEVAÇÃO
(MIN)
(MIN) mph Km/h m/min
1 3 3 1,7 2,7 45,6 10
Tabela 5.7 – Cálculo do VO2máx a partir do Teste de Bruce. Fonte: Queiroga (2005, p.
151-152).
capítulo 5 • 126
Para este protocolo o VO2máximo pode ser estimado a partir da equação
(HESPANHA, 2004, p. 89):
LEITURA
Recomenda-se a leitura da diretriz do Departamento de Ergometria, Exercício e
Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia para estabelecimento
da velocidade e inclinação da esteira em protocolo de rampa. Para isso acesse: <http://
departamentos.cardiol.br/sbc-derc/revista/2014/20-1/pdf/06-atualizacao.pdf>.
capítulo 5 • 127
VELOCIDADE DA ESTEIRA VO2MÁX (mL/kg/min)
VO2máx = (2,68 mph + 3,5) + (48,28 mph x
MARCHA (ATÉ 4mph) %inclinação)
Protocolos de Bicicleta
195-61
VO2 máx homens = × VO2 de carga
FCmédia -61
VO2 máx mulheres = 198-72 × VO2 de carga
FCmédia -72
capítulo 5 • 128
VO2 máx (acima de 35 anos) = VO2 máx × fator de correção
Tabela 5.10 – Fator de correção do VO2máx de acordo com a idade em anos. Fonte: Mon-
teiro e Lopes (2009, p. 127).
Protocolos de Banco
FREQUÊNCIA DA
GÊNERO METRÔNOMO VO2MÁX
PASSADA
capítulo 5 • 129
inicial por um período de 3 minutos e repouso de 5 minutos para início do teste.
O teste inicia-se com o banco de 10 cm e a cada 2 minutos troca-se o banco pelo
próximo sem que prejudique a cadência do avaliado. Para este teste calcula-se o
VO2max utilizando a seguinte equação (QUEIROGA, 2005, p. 159-160).:
(1,33 x 1,78 x altura do banco x ritmo) + (0,35 x ritmo)
VO2 máx (mL/kg/min)=
massa corporal
Aptidão muscular
capítulo 5 • 130
Procedimento: O ponteiro deve estar no ponto zero da escala. O polegar não
participa da realização da força. O avaliado deve realizar tensão máxima possível
de flexão dos dedos. Podem ser realizadas 3 tentativas com intervalo de 1 minuto
e utiliza-se o maior valor obtido ou o valor médio das 3 tentativas.
BOM 56 – 67 34 – 36 62 – 69 38 – 40
MÉDIO 43 – 55 22 – 33 48 – 61 25 – 37
ABAIXO DA 39 – 42 18 – 21 41 – 47 22 – 24
MÉDIA
FRACO < 39 < 18 < 41 < 22
capítulo 5 • 131
Procedimento: O ponteiro deve estar no ponto zero da escala e a corrente
ajustada. O avaliado deve realizar tensão máxima possível com intenção de elevar
a barra utilizando os músculos das costas e é instruído a forçar os ombros para
trás durante a puxada. Podem ser feitas de 2 até 5 tentativas com intervalos de
1 minuto e utilizar o valor máximo obtido ou média das tentativas realizadas.
capítulo 5 • 132
A força explosiva (potência) dos membros inferiores pode ser avaliada pelos
testes de impulsão vertical e horizontal (HESPANHA, 2004, p. 96).
No teste de impulsão vertical o sujeito é instruído a saltar para cima o mais
alto possível (HESPANHA, 2004, p. 96).
Posição do avaliado: Em pé ao lado da parede com os braços estendidos aci-
ma da cabeça e dedos sujos de giz. Na parede está fixada uma fita métrica de forma
descendente a 1 metro do solo.
Procedimento: Solicita que o avaliado salte o mais alto possível com toque
do dedo sujo de giz na parede. Podem ser feitas mais de 1 tentativa e utiliza-se o
maior valor obtido ou o valor médio das tentativas realizadas.
Cálculo da potência: A potência é calculada utilizando o valor do salto, ou
seja a diferença entre altura do salto e estatura do indivíduo (D).
A resistência muscular pode ser avaliada pelo teste de flexão de frente ao solo
(membros superiores) e flexão abdominal (abdome).
O teste de flexão de frente ao solo pode ser realizado tanto em homens
quanto mulheres com diferença no posicionamento (HESPANHA, 2004, p. 98).
Posição do avaliado: Homem - Deitado em prono com as mãos e pés apoia-
dos no solo, corpo em extensão e cotovelos estendidos.
Mulher - Deitada em prono com as mãos e joelhos apoiados no solo, corpo
em extensão e cotovelos estendidos.
capítulo 5 • 133
Procedimento: Em ambos os gêneros o movimento é realizado até que o
tórax toque o solo e repetido no período de 1 minuto.
Flexibilidade
capítulo 5 • 134
A avaliação da flexibilidade é componente importante para as atividades da
vida diária, laborais e desportivas e pode ser realizada por testes funcionais (por
exemplo teste de sentar e alcançar), testes angulares (goniometria) ou adimensio-
nais (flexiteste).
Testes Lineares
Acima da
34-38 34-39 33-37 29-34 28-34 25-32
MASCULINO
média
Abaixo da
24-28 25-29 23-27 18-23 16-23 15-19
média
Acima da
38-42 37-40 36-40 34-37 33-38 31-34
média
FEMININO
Abaixo da
29-33 28-32 27-31 25-29 25-29 23-26
média
capítulo 5 • 135
Teste sentar e alcançar
capítulo 5 • 136
deslizante com o objetivo de atingir a maior distância possível. O avaliado poderá
realizar três tentativas com 30 segundos de intervalo.
OMBRO
Posição Eixo de Braço
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão
Superfície la-
teral do braço
Sentado, em
Linha axilar voltado para
pé ou deitado Acrômio 0-180
média o epicôndi-
em DD
lo lateral do
úmero
Extensão
Superfície la-
Eixo láte- teral do braço
Sentado, em
rolateral da Linha axilar voltado para
pé ou deitado 0-180
articulação média o epicôndi-
em DV
glenoumeral lo lateral do
úmero
capítulo 5 • 137
OMBRO
Abdução
Superfície
posterior do
Sentado ou Linha axilar
Acrômio braço, voltado 0-180
em pé posterior
para o dorso
da mão
Adução
Deitado em
DD, braço Superfície
apoiado no do antebraço
Paralelo ao
solo, ombro Olécrano voltado para 0-90
solo
abduzido 90º o terceiro
e cotovelo a dedo
90º
ARTICULAÇÃO UMEROULNAR
Posição Eixo de Braço
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão e Extensão
capítulo 5 • 138
ARTICULAÇÃO RADIOULNAR PROXIMAL
Pronação do antebraço
Sentado, em
pé ou deitado Face dorsal Alinhado ao
em DV, braço Articulação dos metacar- eixo do po-
junto ao cor- metacarpo- pos paralelo legar acom-
0-90
po e cotovelo falângica do ao eixo lon- panhando o
a 90º e ante- dedo médio gitudinal do movimento
braço em po- úmero de pronação
sição neutra
Supinação do antebraço
Sentado, em
pé ou deitado Face dorsal Alinhado ao
em DV, braço Articulação dos metacar- eixo do po-
junto ao cor- metacarpo- pos paralelo legar acom-
0-90
po e cotovelo falângica do ao eixo lon- panhando o
a 90º e ante- dedo médio gitudinal do movimento
braço em po- úmero de supinação
sição neutra
Em pé ou
sentado com Face me-
Face medial Face medial 0-90 (FL)
antebraço dial do 5º
do punho da ulna 0-70 (EXT)
pronado e co- metacarpo
tovelo a 90º
Face poste-
Sentado com
rior do ante-
antebraço em Face dor-
Articulação braço apon- 0-20 (ABD)
posição neu- sal do 3º
radiocárpica tando para 0-45 (ADD)
tra e cotovelo metacarpo
o epicôndilo
a 90º
lateral
capítulo 5 • 139
ARTICULAÇÃO METACARPAL DO POLEGAR
Posição Eixo de B r a ç o
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão
Extensão
Sentado com
Articulação
antebraço Face late-
carpome- Face lateral
apoiado na ral do 1º 0-70
tacarpal do do rádio
mesa em metacarpo
polegar
supinação
Abdução
ARTICULAÇÕES METACARPOFALÂNGICAS
Flexão dos dedos
Sentado com
cotovelo a Com a lateral
Articulação
90º e ante- da haste na
metacarpo- Face dorsal
braço em po- face dorsal 0-90
falângica do do metacarpo
sição entre a da falange
dedo avaliado
pronação e proximal
supinação
capítulo 5 • 140
Extensão dos dedos
Sentado com
Articulação
cotovelo a Face dorsal
metacarpo- Face dorsal
90º e an- da falange 0-20
falângica do do metacarpo
tebraço em proximal
dedo avaliado
pronação
ARTICULAÇÕES INTERFALÂNGICAS
Flexão
Sentado com
Lateral da
antebraço Lateral da
haste na
apoiado e Linha ar- haste na face
face dorsal
punho fle- ticular da dorsal da fa-
da falange 0-110
tido em po- articulação lange distal
proximal à
sição entre avaliada à articulação
articulação
pronação e avaliada
avaliada
supinação
Extensão
Sentado com
antebraço Lateral da
Lateral da
apoiado e haste na
Linha ar- haste na face
punho fle- face dorsal
ticular da dorsal da fa-
tido em po- da falange 0-10
articulação lange distal
sição entre proximal à
avaliada à articulação
pronação e articulação
avaliada
supinação ou avaliada
pronação
capítulo 5 • 141
QUADRIL
Posição Eixo de B r a ç o
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão
Face lateral
Deitado em da coxa em
Tr ô c a n t e r Linha axilar
DD com joe- direção ao 0-125
maior média
lho fletido côndilo late-
ral do fêmur
Extensão
Face lateral
do braço vol-
Deitado em Tr ô c a n t e r Linha axilar
tado para o 0-10
DV maior média
côndilo late-
ral do fêmur
Abdução
Adução
Paralelo so-
Sentado com Ao longo da
Face anterior bre a linha
quadril e joe- tuberosidade 0-45
da patela média ante-
lho a 90º da tíbia
rior da tíbia
capítulo 5 • 142
JOELHO
Posição Eixo de B r a ç o
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão
TORNOZELO
Flexão dorsal
Sentado ou
Paralelo á
deitado em Paralelo à
Articulação face late-
DD e pé face lateral 0-20
do tornozelo ral do 5º
em posição da fíbula
metatarso
anatômica
Flexão plantar
Sentado ou
deitado em
Paralelo á
DD, joelhos Paralelo à
Articulação face late-
com 20-30º face lateral 0-45
do tornozelo ral do 5º
de flexão e pé da fíbula
metatarso
em posição
anatômica
Inversão
Alinhado e
Sentado, joe-
paralelo so- Superfície
lho a 90º e Articulação
bre a mar- dorsal do 2º 0-40
pé em flexão tibitársica
gem anterior metatarso
plantar
da tíbia
capítulo 5 • 143
Eversão
DD – decúbito dorsal.
ARTICULAÇÃO METATARSOFALÂNGICAS
Posição Eixo de B r a ç o
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Deitado em
DD com o Linha ar-
Face dor- Face dorsal
tornozelo, ticular da 0-40
sal do da falange
pé e dedos articulação 0-45 (hálux)
meatatarso proximal
em posição avaliada
anatômica
Deitado em
DD com o Linha ar-
Face plan- Face plantar
tornozelo, ticular da 0-45
tar do da falange
pé e dedos articulação 0-90 (hálux)
meatatarso proximal
em posição avaliada
anatômica
ARTICULAÇÕES INTERFALÂNGICAS
Flexão
capítulo 5 • 144
COLUNA VERTEBRAL
Posição Eixo de B r a ç o
Braço móvel ADM
corporal rotação estacionário
Flexão lombar
Extensão lombar
Face lateral
Em pé, joe-
da coxa em
lhos exten- Linha axilar
EIAS direção ao 0-35
didos e pés média
côndilo late-
juntos
ral do fêmur
No nível do
acrômio pa-
ralelo ao solo
Dirigido ao
no plano 0-65 (FL)
Sentado - lóbulo da
transverso 0-50 (EXT)
orelha
do processo
espinhoso de
C7
Em direção a
Paralelo ao protuberân-
Sentado - 0-40
solo cia occipital
externa
capítulo 5 • 145
COLUNA VERTEBRAL
Rotação lomba e cervical
MOVIMENTO I II III IV
F l e x ã o F l e x ã o
Flexão do Extensão do
Descrição dorsal do plantar do
joelho joelho
tornozelo tornozelo
capítulo 5 • 146
MOVIMENTO IX X XI XII
Flexão do Extensão do Flexão lateral Flexão do
Descrição
tronco tronco do tronco punho
CLASSIFICAÇÃO DA MOBILIDADE
0 1 2 3 4
M u i t o
Pequena Média Grande Muito grande
pequena
capítulo 5 • 147
comparações intra e inter-sujeitos e classificar o nível de flexibilidade (tabela 5.24)
(ARAÚJO, 2005, p. 93).
CLASSIFICAÇÃO DA FLEXIBILIDADE
Somatório ≤ 20 21-30 31-40
RESUMO
Para uma boa postura, algumas características são importantes: A cabeça deve ser man-
tida ereta numa posição de bom equilíbrio, os membros superiores devem estar relaxados,
ombros, escápulas, ilíacos e joelhos nivelados, a coluna deve preservar as quatro curvaturas
fisiológicas, os pés devem manter os arcos longitudinais e leve abdução.
A avaliação da aptidão física relacionada ao esporte e saúde engloba as diferentes ap-
tidões. A aptidão cardiorrespiratória é avaliada pelo consumo máximo de oxigênio, a aptidão
muscular pela força, potência e resistência muscular e a flexibilidade pela mobilidade. Os
testes podem ser conduzidos em campo ou laboratório e serem feitos em diferentes popula-
ções. Vale lembrar que os testes selecionados
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STEIN, R.; VILAS-BOAS, F. Normatização de técnicas e equipamentos para realização de exames em
ergometria e ergoespirometria. In: STEIN, R.; VILAS-BOAS, F. Diretriz de Técnicas e Equipamentos para
Realização de Exames em Ergometria e Ergoespirometria.Arq. Bras. Cardiol, v. 80, supl IV, abr, 2003.
Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2003/site/016.pdf>.
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