Lei 8112 1990 Atualizada e Esquematizada2
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Lei 8112 1990 Atualizada e Esquematizada2
Olá, pessoal!
Seguindo o projeto do Estratégia Concursos de disponibilizar conteúdo relevante
e gratuito para a preparação para concursos públicos, estamos disponibilizando a
vocês a Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais) - Atualizada e
Esquematizada para Concursos.
Essa também é uma das leis mais relevantes na preparação para concursos
públicos, sobretudo na disciplina de Direito Administrativo. Mesmo que o seu
concurso seja para os estados e municípios, vale a pena conferir o material, uma vez
que diversos dispositivos da Lei 8.112/90 são replicados nos estatutos dos estados e
dos municípios. Assim, vários dos esquemas apresentados ao longo do material podem
ser utilizados na preparação para concursos em outras esferas da Federação.
Seguimos a mesma metodologia adotada quando postamos a Lei 8666 –
Atualizada e Esquematizada para Concursos, ou seja, excluímos os dispositivos
revogados, deixando aquilo que realmente está valendo; incluímos comentários em
todos os dispositivos relevantes; elaboramos esquemas sobre os principais assuntos;
assim como "repetimos" os dispositivos referenciados em cada artigo, facilitando a
leitura da Lei 8.112/90.
Ressaltamos, entretanto, que esta lei esquematizada não substitui as aulas
ministradas aqui no Estratégia e nem pretende ser uma aula sobre o assunto.
Para quem quiser estudar o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais de
forma mais detalhada, temos aulas de Direito Administrativo aqui no site que
contemplam a Lei 8.112/90, inclusive com questões atualizadas sobre o tema.
Bom proveito!
Profs. Herbert Almeida e Erick Alves 1 de 140
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
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de Direito Administrativo e de preparação para concursos públicos. Siga-nos!
Herbert Almeida:
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Erick Alves
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Sumário
Título I Capítulo Único ....................................................................................................................................4
Das Disposições Preliminares ........................................................................................................................... 4
Título II Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição ..................................................5
Capítulo I Do Provimento ................................................................................................................................. 5
Capítulo II Da Vacância ................................................................................................................................... 26
Capítulo III Da Remoção e da Redistribuição ................................................................................................. 28
Capítulo IV Da Substituição ............................................................................................................................ 31
Título III Dos Direitos e Vantagens ............................................................................................................... 32
Capítulo I Do Vencimento e da Remuneração ............................................................................................... 32
Capítulo II Das Vantagens ............................................................................................................................... 38
Capítulo III Das Férias ..................................................................................................................................... 52
Capítulo IV Das Licenças ................................................................................................................................. 54
Capítulo V Dos Afastamentos ......................................................................................................................... 59
Capítulo VI Das Concessões ............................................................................................................................ 64
Capítulo VII Do Tempo de Serviço .................................................................................................................. 66
Capítulo VIII Do Direito de Petição ................................................................................................................. 69
Título IV Do Regime Disciplinar .................................................................................................................... 73
Capítulo I Dos Deveres ................................................................................................................................... 73
Capítulo II Das Proibições ............................................................................................................................... 74
Capítulo III Da Acumulação ............................................................................................................................ 76
Capítulo IV Das Responsabilidades................................................................................................................. 78
Capítulo V Das Penalidades ............................................................................................................................ 81
Título V Do Processo Administrativo Disciplinar ........................................................................................... 96
Capítulo I Disposições Gerais ......................................................................................................................... 96
Capítulo II Do Afastamento Preventivo .......................................................................................................... 98
Capítulo III Do Processo Disciplinar ................................................................................................................ 99
Título VI Da Seguridade Social do Servidor ................................................................................................. 112
Capítulo I Disposições Gerais ....................................................................................................................... 112
Capítulo II Dos Benefícios ............................................................................................................................. 115
Capítulo III Da Assistência à Saúde ............................................................................................................... 135
Capítulo IV Do Custeio .................................................................................................................................. 136
Título VII .................................................................................................................................................... 136
Capítulo Único Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público ........................................... 136
Título VIII ................................................................................................................................................... 137
Capítulo Único Das Disposições Gerais ........................................................................................................ 137
Título IX...................................................................................................................................................... 138
Capítulo Único Das Disposições Transitórias e Finais ................................................................................... 138
Título I
Capítulo Único
Comentário:
A Lei 8.112/1990 é o regime jurídico único dos servidores públicos federais,
editada nos termos do art. 39 da Constituição Federal:
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº
2.135-4)
Sobre a Lei 8.112/1990, é importante deixar claro o seguinte:
trata-se norma de caráter federal, aplicável exclusivamente à União (não
se aplica, portanto, aos estados, Distrito Federal e municípios);
suas disposições alcançam os servidores públicos estatutários (efetivos ou
comissionados);
aplica-se aos servidores da administração direta, autárquica e
fundacional;
não se aplica aos empregados públicos, os quais se submetem à
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Título II
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição
Capítulo I
Do Provimento
Seção I
Disposições Gerais
Comentário:
Súmula Vinculante 44: "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público."
Comentário:
Os incisos III e IV do art. 8º apresentavam a ascensão e a transferência, que
eram formas de provimento vertical em que o servidor passaria a integrar uma
carreira distinta daquela que ocupava anteriormente. Contudo, o STF
considerou inconstitucionais tais formas de provimento, por violação ao
princípio do concurso público. Assim, atualmente, a única forma de provimento
vertical é a promoção, uma vez que, neste caso, a evolução ocorre dentro da
mesma carreira.
Originário Nomeação
Vertical Promoção
Provimento
Horizontal Readaptação
Derivado
Reversão
Aproveitamento
Por reingresso
Reintegração
Recondução
Seção II
Da Nomeação
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Prévia aprovação em
Efetivo
concurso público
Nomeação
Livre nomeação e
Comissão
exoneração
Seção III
Do Concurso Público
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele
expressamente previstas.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser
prorrogado uma única vez, por igual período.
Comentário:
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
------
O art. 12, § 2º, da Lei 8.112/1990 apresenta uma regra mais restrita que a
Constituição Federal. Enquanto a Carta Maior, no art. 37, IV, dispõe sobre a
prioridade de convocação do aprovado em concurso anterior, sobre os novos
concursados, dentro do prazo de validade daquele; o art. 12, § 2º, do Estatuto
dos Servidores Federais veda a realização de novo concurso se ainda houver
aprovado em concurso anterior. Não há inconstitucionalidade nessa parte da
Lei 8.112/1990, mas apenas uma regra mais rigorosa, que deverá ser seguida
pela Administração Pública federal.
Seção IV
Da Posse e do Exercício
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo
previsto no § 1o deste artigo.
Comentário:
A nomeação é o ato administrativo pelo qual se convoca a pessoa para tomar
posse e entrar em exercício no cargo. Por outro lado, a posse é a aceitação
formal, por parte do nomeado, das atribuições e responsabilidades de seu
cargo. A partir da posse o nomeado torna-se servidor público.
O prazo para o nomeado tomar posse é de 30 dias, salvo nas seguintes
situações, em que tal prazo ficará suspenso, até o término do impedimento:
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família;
III - para o serviço militar;
V - para capacitação;
Art. 102. [...]:
I - férias;
IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa
de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao
longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e
mentalmente para o exercício do cargo.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Comentário:
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo
necessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a
que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Comentário:
O exercício ocorre quando o servidor efetivamente começa a desempenhar o
cargo público para o qual foi investido. Assim, enquanto a posse pode ocorrer
por procuração, uma vez que é a mera aceitação formal das atribuições e
responsabilidades; a nomeação é personalíssima, ou seja, apenas o servidor
nomeado e empossado poderá ter exercício no cargo.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o
servidor.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para
a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Comentário:
Por exemplo: se um Auditor da Receita Federal do Brasil for removido de uma
unidade em Brasília para outra em Florianópolis, ele deverá receber um prazo
de 10 a 30 dias para apresentar-se na nova sede e iniciar o exercício de suas
atribuições. Contudo, o servidor poderá declinar (abrir mão) do prazo previsto.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições
pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho
semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e
oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
Comentário:
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e
local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
entidades envolvidos.
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
V - responsabilidade.
Comentário:
Apesar de constar o prazo de 24 (meses) no art. 20 da Lei 8.112/1990, o STF e
o STJ possuem entendimento consolidado de que este prazo é, na verdade, de 36
(trinta e seis meses).
Originariamente, a Constituição Federal previa um prazo de dois anos de
efetivo exercício para aquisição da estabilidade em cargo de provimento efetivo.
Todavia, a Emenda Constitucional 19/1998 (EC 19/1998)) alterou este prazo para
três anos. Assim, após muita discussão sobre a matéria, o STF pacificou o assunto,
firmando o entendimento de que, apesar de serem institutos diferentes, a
estabilidade e o estágio probatório são relacionados, de tal forma que a EC 19/1998
também modificou o prazo de duração do estágio probatório.
“(...) a EC 19/1998, que alterou o art. 41 da CF, elevou para três anos o prazo para a
aquisição da estabilidade no serviço público e, por interpretação lógica, o prazo do estágio
probatório.” (STA 263-AgR, Rel. Min. Presidente Gilmar Mendes, julgamento em 4-2-2010,
Plenário, DJE de 26-2-2010.)
realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser
a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade
de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 11.784, de 2008
Estágio probatório
Provimento efetivo (não há estágio para servidor ocupante exclusivamente de cargo
Cargo
em comissão)
Finalidade Avaliar a aptidão para o cargo
Duração 36 meses
Fatores I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V -
avaliados responsabilidade.
Servidor não Não estável Exonerado
aprovado Estável Reconduzido ao cargo de origem
Comentário:
O servidor em estágio probatório poderá exercer cargo em comissão ou função
de confiança nos seguintes casos:
a) no órgão ou entidade de lotação: quaisquer cargos ou funções;
b) em outro órgão ou entidade (cedido): (i) cargo de natureza especial; (ii)
cargo em comissão DAS 6, 5, 4 ou equivalentes.
Licenças: Afastamentos:
Por doença em pessoa da família*; Para exercício de mandato eletivo;
Pelo afastamento do cônjuge *; Para estudo ou missão no exterior;
Para o serviço militar; Para servir em organismo internacional
Para atividade política*; de que o Brasil participe ou com o qual
coopere*;
Para tratamento de saúde;
Para participar de curso de formação
À gestante e à adotante;
exigido para ingresso em outro cargo na
Paternidade; administração pública federal*.
Para adoção ou guarda;
Por acidente em serviço.
(*) Casos em que o estágio probatório ficará suspenso, sendo retomado a partir do término
do impedimento.
Seção V
Da Estabilidade
Comentário:
O prazo da estabilidade é de três anos (e não dois conforme consta no art. 21
da Lei 8.112/1990). Tal prazo foi alterado na Constituição Federal por
intermédio da EC 19/1998: “Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude
de concurso público. (Redação da EC 19/1998)”.
Comentário:
A estabilidade é uma garantia de permanência no cargo público de provimento
efetivo, destinada a garantir maior autonomia e imparcialidade ao servidor.
Contudo, não se trata de um direito absoluto, uma vez que existem situações
em que, mesmo estável, o servidor poderá perder o cargo.
Além das duas hipóteses de perda do cargo abordadas acima, existem outras
duas na Constituição Federal, totalizando quatro, que são as seguintes:
sentença judicial transitada em julgado;
processo administrativo com ampla defesa;
insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica,
na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (a lei ainda não
foi editada);
excesso de despesa com pessoal, nos termos do art. 169, §4º.1
1
Art. 169, § 4º: “Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar
o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
Seção VI
Da Transferência
Comentário:
A transferência constava originariamente na Lei 8.112/1990 como forma de
passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual
denominação, mas pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou
instituição do mesmo Poder. Contudo, foi dada como inconstitucional pelo STF,
por garantir o ingresso em carreira distinta da qual o servidor prestou o
concurso público. Posteriormente, a redação foi revogada pela Lei 9.527/1997.
Seção VII
Da Readaptação
Seção VIII
Da Reversão
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoal”.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Comentário:
A reversão do inciso I (retorno do servidor aposentado por invalidez) é
chamada de reversão compulsória, uma vez que depende da comprovação da
Caso o cargo esteja provido, o servidor A reversão só ocorre se houver cargo vago
exercerá suas atribuições como (não há a figura do excedente).
excedente, até a ocorrência de vaga.
Pode ocorrer a qualquer tempo. Só pode ocorrer caso não tenha transcorrido
mais de 5 anos desde a aposentadoria.
Seção IX
Da Reintegração
Comentário:
A reintegração ocorre quando há nulidade na demissão do servidor (por
exemplo: foi demitido sem o contraditório e a ampla defesa).
Se o cargo não existir mais (for extinto), o servidor ficará em disponibilidade,
até o seu adequado aproveitamento (isso será analisado logo mais, nos arts. 30
e 31).
Caso o cargo esteja provido (ocupado), o atual ocupante será:
se estável:
(i) reconduzido ao cargo de origem;
(ii) aproveitado em outro cargo;
(iii) posto em disponibilidade, até que seja aproveitado.
se não estável: exonerado.
Seção X
Da Recondução
Comentário:
O servidor estável também poderá ser reconduzido caso desista do estágio
probatório (STF – RMS 22.933/DF; STJ – MS 8.339/DF; Súmula Administrativa
AGU 16/2002).
Todas as formas de recondução aplicam-se apenas ao servidor estável.
Seção XI
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Comentário:
De acordo com o art. 37, § 3º, da Lei 8.112/1990:
Art. 37. [...] § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o
cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não
for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Comentário:
Quando ocorrer o aproveitamento, o servidor tem a obrigação de entrar em
exercício no prazo legal. Caso não o faça, o ato de aproveitamento será
Capítulo II
Da Vacância
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.
Comentário:
A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável
representam, simultaneamente, a vacância em um cargo e o provimento em
outro.
A demissão é medida punitiva, que deverá observar o contraditório e a ampla
defesa, bem como o devido processo administrativo disciplinar. Tal assunto é
abordado no Capítulo V
Das Penalidades.
Comentário:
O servidor ocupante de cargo efetivo somente pode ser exonerado em casos
específicos, uma vez que possui a estabilidade. A Lei 8.112/1990 relaciona a
exoneração a pedido ou de ofício, seja por: (i) inabilitação em estágio
probatório, se não estável; (ii) quando o servidor não entrar em exercício no
prazo após a sua posse.
Além desses casos, a doutrina menciona que a exoneração do servidor efetivo
poderá ocorrer quando:2:
for extinto cargo ocupado por servidor não estável;
o servidor não estável que esteja ocupando cargo que deva ser provido
mediante reintegração de outro servidor anteriormente demitido de
forma ilegal;
ocorrer insuficiência de desempenho (hipótese de exoneração de servidor
estável – CF, art. 41, §1º, III);
por excesso de despesa com pessoal (hipótese de exoneração de servidor
estável – CF, art. 169, §4º).
-----
2
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 394).
Exoneração
Promoção
Também são formas de
provimento
Vacância Readaptação
Aposentadoria
Posse em outro
Ocorre simultaneamente
cargo
com um provimento
inacumulável
Capítulo III
Da Remoção e da Redistribuição
Seção I
Da Remoção
Comentário:
Nos dois primeiros casos (remoção de ofício e remoção a pedido, a critério da
Administração) o deslocamento poderá ocorre com ou sem mudança de sede
(o servidor poderá permanecer no mesmo município, ou se deslocar para
outro). No último caso (a pedido, independentemente do interesse da
Administração), a remoção será sempre com mudança de sede.
As duas primeiras formas de remoção são discricionárias; por outro lado, na
remoção a pedido, independentemente do interesse da Administração, o
servidor possui direito à remoção, ou seja, se estiverem presentes os requisitos
legais, a decisão da autoridade será vinculada.
Na remoção de ofício (somente nela), desde que haja mudança de sede, o
servidor possuirá o direito à ajuda de custo, prevista no art. 53 da Lei
8.112/1990.
“B” deve estar submetido à Lei 8.112/1990, ou seja, deve ser servidor público
federal (STF, MS 23.058/DF; STJ MS 14.195/DF).3
Seção II
Da Redistribuição
3
Salvo se for servidor estadual ou municipal e o seu estatuto prever o mesmo direito. Mas aí o direito surgirá de
outra norma, e não da Lei 8.112/1990.
Profs. Herbert Almeida e Erick Alves 30 de 140
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
Deslocamento do servidor
Remoção
De ofício ou a pedido
Deslocamento do cargo
Redistribuição
Sempre de ofício
Capítulo IV
Da Substituição
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os
ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do
órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Comentário:
Cargos de natureza especial são cargos em comissão “mais altos”, cujos
ocupantes assessoram diretamente os dirigentes superiores do Poder
Executivo, de que seriam exemplos os Ministros de Estado, o Chefe de Gabinete
do Presidente da República e os Secretários Especiais (Secretário Especial dos
Direitos Humanos, Secretário Especial de Políticas para as Mulheres etc.).
Título III
Dos Direitos e Vantagens
Capítulo I
Do Vencimento e da Remuneração
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com
valor fixado em lei.
Comentário:
Enquanto o vencimento é o “valor base”, a remuneração é a soma do
vencimento + as vantagens pecuniárias de caráter permanente.
Comentário:
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida
retribuição pelo seu exercício.
[...]
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
[...]
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade
cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.
Comentário:
A soma dos vencimentos + vantagens pecuniárias de caráter permanente
resulta na remuneração. Logo, pode-se concluir que a remuneração é
irredutível.
A regra da irredutibilidade dos vencimentos/remuneração não é absoluta, uma
vez que a Constituição Federal apresenta algumas exceções:
Art. 37. [...] XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos
são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
O art. 37, XI, trata do teto constitucional remuneratório. Dessa forma, as
remunerações que se encontrarem acima do teto constitucional podem ser
reduzidas para adequação de seu valor ao limite.
Seguem as outras exceções:
Art. 37. [...] XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
Art. 39. [...] § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado
e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] II - instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] III - renda e proventos de qualquer
natureza; [...]
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade,
na forma da lei;
Comentário:
4
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: [...] IV - salário mínimo [...];
Art. 39. [...] § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a
natureza do cargo o exigir.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Súmula Vinculante 37: “Não cabe ao poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de
isonomia.”
Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores públicos não
pode ser objeto de convenção coletiva."
Comentário:
O teto constitucional remuneratório está previsto no art. 37, XI, da Constituição
Federal:
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
As vantagens de caráter indenizatório não entram no cálculo do limite (por
exemplo: pagamento de diárias).
Além disso, a Lei 8.112/1990 enumera algumas vantagens que não integram o
teto remuneratório:
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos
servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
II - gratificação natalina;
III ; (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias;
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá
sobre a remuneração ou provento. (Regulamento de consignação em folha)
5
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em
qualquer caso, a 2 (dois) dias;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais,
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. (Incluído pela
Lei nº 13.172, de 2015)
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por
cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver
sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para
quitar o débito.(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição
em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Comentário:
Essa é uma proteção à remuneração do servidor, dado o seu caráter alimentar.
Assim, na hipótese de processo judicial para cobrar alguma dívida do servidor,
a sua remuneração não poderá ser penhorada na ação, exceto se a dívida for
decorrente de pensão alimentícia.
Capítulo II
Das Vantagens
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I - indenizações;
II - gratificações;
III - adicionais.
- Ajuda de custo
- Diárias
Indenizações
- Indenização de trasnporte
- Auxílio-moradia
Vantagens - Função de confiança
- Gratificação natalina
- Adicional de insalubridade
- Adicional de serviço extraordinário
Gratificações e - Adicional noturno
Adicionais
- Adicional de férias
- Gratificação por encargo de curso ou
concurso
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para
efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o
mesmo título ou idêntico fundamento.
Comentário:
A Constituição Federal apresenta uma regra ainda mais restrita, pois veda a
computação de vantagens pecuniárias independentemente de ser (ou não) sob
o mesmo título ou fundamento:
Art. 37. [...]
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
Por conseguinte, as vantagens pecuniárias devem ser computadas sempre sob
o vencimento base, não se podendo realizar um efeito castata. Por exemplo:
se um servidor receber R$ 1.000,00 de vencimento e uma vantagem de 10%
(vamos chamar de vantagem “A”), totalizando R$ 1.100,00; e futuramente vir
a receber cumulativamente outra vantagem pecuniária (vantagem “B”),
também de 10%, sob qualquer fundamento, a base de cálculo será o R$
1.000,00 (vencimento) e não o R$ 1.100,00 (remuneração). Isso porque a
“vantagem A” não entra no cálculo. Assim, ele passará a perceber R$ 1.200,00
(R$ 1000,00 de vencimento + 10% de vantagem A + 10% da vantagem B). Se
fosse permitido o efeito cascata, o servidor perceberia R$ 1.210,00, pois a
segunda vantagem seria calculado sob a remuneração. Isso é vedado.
Seção I
Das Indenizações
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim
como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
Subseção I
Da Ajuda de Custo
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e
transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do
óbito.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos
incisos II e III do parágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
Comentário:
Os incisos II e III do art. 36 tratam das hipóteses de remoção a pedido (“a
critério da Administração” ou “independentemente do interesse da
Administração”).
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou
reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for
nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será
paga pelo órgão cessionário, quando cabível.
Comentário:
A ajuda de custo é calculada com base na remuneração (não poderá exceder a
três meses), pois não se trata de um acréscimo pecuniário, mas sim uma
indenização. Logo, não há ofensa ao art. 37, XIV, da Constituição Federal.
Subseção II
Das Diárias
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade
quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear,
por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma
região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado
mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos
dentro do território nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer
motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Comentário:
Lei 8.112/1990, art. 173:
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede
dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
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Subseção III
Da Indenização de Transporte
Comentário:
Exemplo: servidor que usa seu próprio carro para deslocar-se a uma empresa
para fazer uma auditoria.
Subseção IV
Do Auxílio-Moradia
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006)
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município
aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de
construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006)
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006)
Comentário:
O auxílio moradia aplica-se somente a ocupantes de cargo em comissão de
nível mais elevado (DAS 4, 5 e 6; Natureza Especial, Ministro de Estado ou
equivalente).
Comentário:
Art. 58. [...] § 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma
região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com
países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que
as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território
nacional.
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos
últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006)
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação
para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o
servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por
cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de
Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da
remuneração de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
Comentário:
A regra é que o auxílio moradia não ultrapasse 25% do valor do cargo ou função.
Contudo, se o valor ou função for baixo, será assegurado o valor mínimo de
R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), ainda que este valor seja superior a 25%
da remuneração do cargo/função.
Por exemplo: se a remuneração do cargo for de R$ 5.000,00; pela regra dos
25%, ele receberia até R$ 1.250,00. Contudo, neste caso, será assegurado a ele
até R$ 1.800,00 reais de auxílio moradia.
Seção II
Das Gratificações e Adicionais
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos
aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Comentário:
Essa relação não é taxativa, ou seja, outras leis poderão estabelecer
retribuições, gratificações e adicionais específicos para determinadas carreiras
ou cargos.
Subseção I
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia
ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é
devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
6
Art. 9o A nomeação far-se-á: [...] II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança
vagos.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estará sujeita às
revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Comentário:
Antigamente, o servidor que exercesse o cargo ou função de confiança por
determinado período poderia incorporar a retribuição ao seu vencimento.
Dessa forma, mesmo quando deixasse o cargo, continuaria percebendo um
percentual relativo à retribuição. Contudo, atualmente, não se pode mais fazer
tal incorporação.
Todavia, para assegurar o direito adquirido de quem já havia preenchido os
requisitos da incorporação, foi criada a VPNI. Logo, o percentual incorporado
foi convertido em VPNI, mas a partir da Lei 9.527/1997 não mais se possibilitou
a realização de novas incorporações.
Subseção II
Da Gratificação Natalina
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração
a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como
mês integral.
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada
ano.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer
vantagem pecuniária.
Comentário:
A gratificação natalina nada mais é que o famoso: “13º salário”.
Subseção III
Do Adicional por Tempo de Serviço
Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
condições e limites fixados em regulamento.
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias
radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de
radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Comentário:
Esse adicional é devido aos servidores que trabalhem com habitualidade:
(a) adicional insalubridade: em locais insalubres ou em contato permanente
com substâncias tóxicas ou radioativas (ex: servidor que trabalha com raio X ou
em minas de carvão);
(b) adicional periculosidade: em circunstâncias que os colocam em risco de vida
(ex: servidor que conserta redes de alta tensão).
Não é possível cumular os adicionais insalubridade e periculosidade: o servidor
deve optar por um deles.
Alguns autores defendem que o art. 71 da Lei 8.112/1990 foi tacitamente
revogado pela Lei pelo art. 17 da Lei 8.270/1991, que posteriormente também
foi revogado (Lei 9.527/1997, art. 2º). Contudo, no Brasil, não há repristinação
tácita7, de tal forma que o art. 71 continuaria revogado. Contudo, algumas
carreiras fazem jus ao benefício, mas por previsão de leis específicas (por
exemplo: Lei 12.855/2013)8.
Lei 8.270/1991:
Art. 12: “Os servidores civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais
perceberão adicionais de insalubridade e de periculosidade, nos termos das normas legais
e regulamentares pertinentes aos trabalhadores em geral e calculados com base nos
seguintes percentuais: I - cinco, dez e vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus
mínimo, médio e máximo, respectivamente; II - dez por cento, no de periculosidade”.
7
Decreto-Lei 4.657/1942, art. 2º: § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. [...] § 3o Salvo
disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
8
A Lei 12.855/2013 instituiu indenização devida aos servidores “em exercício de atividade nas delegacias e
postos do Departamento de Polícia Federal e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal e em unidades da
Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Ministério
do Trabalho e Emprego situadas em localidades estratégicas [de fronteira], vinculadas à prevenção, controle,
fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços”, em que se verifique dificuldade de fixação de efetivo.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Subseção V
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações
excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por
jornada.
Subseção VI
Do Adicional Noturno
Comentário:
O acréscimo de 25% do serviço noturmo, quando se tratar de serviço
extraordinário (hora-extra), deverá incidir sobre o valor da própria hora-extra,
ou seja, sobre a aplicação do acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho.
Subseção VII
Do Adicional de Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das
férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das
férias.
Subseção VIII
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas
de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada
e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído
pela Lei nº 11.314 de 2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas
nos incisos I e II do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista
nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Comentário:
Para fazer jus à gratificação por encargo de curso ou concurso, a atividade deve
ser desempanhada sem prejuízo das atribuições normais do cargo do servidor.
Assim, se o servidor participar de atividades durante a sua jornada regular de
trabalho, deverá realizar a compensação na forma do § 4º do art. 98:
Art. 98. § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de
horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade
prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de 2007)
Capítulo III
Das Férias
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o
máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses
em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de
10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 (dois) dias
antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1º deste
artigo. (Férias de Ministro - Vide)
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade
pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou
entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)
Capítulo IV
Das Licenças
Seção I
Disposições Gerais
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas
prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o
disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge
ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou
dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional,
mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
de 2009)
Comentário:
Art. 44. [...]: II [...] salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente
ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata.
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela
Lei nº 12.269, de 2010)
Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou
companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na
forma e condições previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo.
Seção V
Da Licença para Atividade Política
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo,
e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
Comentário:
Entre a escolha em convenção partidária e a véspera do registro da
candidatura, o servidor não possui direito à remuneração. Porém, ele pode,
em regra, optar por não tirar a licença (continuar trabalhando e recebendo
normalmente).
Entre o registro da candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição, o
servidor terá direito à remuneração do cargo, pelo período de até três meses.
Seção VI
Da Licença para Capacitação
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse
da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação
profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
9
Vide Nota Técnica Consolidada 1/2014 da Coordenação-Geral de Aplicação das Normas do MPOG.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores; (Redação
dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4
(quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito)
servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
Capítulo V
Dos Afastamentos
Seção I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade
dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de
17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Regulamento)
Comentário:
O cessionário é o órgão ou entidade que recebe o servidor (destino), ou seja,
é o que se beneficia da cessão; por outro lado, o cedente é o órgão ou entidade
de origem do servidor.
Se a cessão for para órgão ou entidade de outro ente da Federação (estados,
DF e municípios), o cessionário deverá arcar com a remuneração.
Se a cessão for para empresa pública ou sociedade de economia mista de
qualquer ente da Federação (União, estados, DF e municípios) e o servidor
optar pela remuneração do cargo efetivo (origem) acrescida de percentual da
Comentário:
Isso significa que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão tem uma
espécie de “carta branca” para determinar a lotação ou exercício de
empregado ou servidor público, mesmo sem observar as regras sobre cessão
abordadas acima, para “promover a composição da força de trabalho dos
órgãos e entidades da Administração Pública Federal”.
Seção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
Seção III
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial,
sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Seção IV
Do Afastamento para Participação em Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu no País
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por
licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com
fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de
afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Comentário:
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o
débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em
dívida ativa.
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no
período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do
órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Comentário:
O art. 95 trata da participação de missão ou estudo no exterior.
Capítulo VI
Das Concessões
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço: (Redação
dada pela Medida provisória nº 632, de 2013)
Concessões (ausências)
Período Motivo
1 dia Doação de sangue
Prazo necessário, até o
Alistamento ou recadastramento eleitoral
limite de dois dias
a) casamento;
8 dias b) falecimento de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada
a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do
exercício do cargo.
Comentário:
O art. 95 trata da participação de missão ou estudo no exterior.
Comentário:
Segundo o STF, a expressão “instituição de ensino congênere” pressupõe a
observância da natureza jurídica do estabelecimento educacional de origem,
ou seja, o direito a matrícula só é garantido de instituição privada para privada,
e de pública para pública. Assim, o servidor que estudava em instituição
privada na localidade de origem somente tem direito a se matricular em outra
entidade privada no local de destino (ADI 3.324/DF).
Capítulo VII
Do Tempo de Serviço
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal,
inclusive o prestado às Forças Armadas.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos
em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como
de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo
ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento
efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar
serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; (Redação
dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
Comentário:
O art. 86, § 2º, dispõe da licença para atividade política com remuneração, ou
seja, aquela que é concedida “a partir do registro da candidatura e até o décimo
dia seguinte ao da eleição [...], somente pelo período de três meses”.
Comentário:
Contagem do tempo de serviço da licença para tratamento da própria saúde:
até 24 meses: efetivo exercício do cargo;
o que exceder os 24 meses: apenas para aposentadoria e disponibilidade.
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.
Férias
Exercício de cargo em comissão
Exercício de cargo ou função de governo ou administração, nomeado p/ PR
Participação em programa de treinamento ou pós-graduação stricto sensu no País
Desempenho de mandato eletivo, exceto p/ promoção por merecimento
Júri e outros serviços obrigatórios
Missão ou estudo no exterior
Afastamentos e
ausências Participação em competição desportiva
considerados Afastamento para servir em organismo internacional
como efetivo Deslocamento p/ nova sede
exercício do À gestante, à adotante e licença paternidade
cargo Para tratamento de saúde, até o limite de 24 meses
Para o desempenho de mandato classista, exceto para promoção
Licenças
Por acidente em serviço ou doença profissional
Para capacitação
Para o serviço militar
Um dia para doação de sangue;
Ausências Período p/ alistamento ou recadastramento eleitoral, até 2 dias;
do art. 97 Oito dias consecutivos em razão de: (i) casamento; (ii)
falecimento de familiar.
Tempo de serviço prestado aos E, M e DF
Tratamento de saúde de pessoa da família, com remuneração,
Situações que que exceder a trinta dias em período de doze meses
contam apenas Licença p/ Atividade política, com remuneração (entre o registro e o décimo
para dia seguinte à eleição, até o limite de 3 meses)
aposentadoria e Tratamento da própria saúde, quando exceder a 24 meses
disponibilidade Tempo de mandato eletivo anterior ao ingresso no serviço público federal
Atividade privada, vinculada à Previdência
Serviço em tiro de guerra
Capítulo VIII
Do Direito de Petição
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em
defesa de direito ou interesse legítimo.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
Comentário:
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de
2010)
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade
competente.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do
recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado
em lei.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela
administração.
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando
eivados de ilegalidade.
Comentário:
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo
motivo de força maior.
Título IV
Do Regime Disciplinar
Capítulo I
Dos Deveres
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa.
Comentário:
O descumprimento dos deveres funcionais do servidor, descritos no art. 116 da
Lei 8.112/1990, ensejará a aplicação da pena de advertência (art. 129), sendo
que a reincidência implicará na pena de suspensão (art. 130).
Capítulo II
Das Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
imediato;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
Comentário:
Essa vedação não se aplica nos seguintes casos (art. 117, parágrafo único):
participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou
entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação
no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar
serviços a seus membros; e
gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a
legislação sobre conflito de interesses.
Comentário:
Praticar usura significa conceder empréstimos cobrando juros exorbitantes, ou
seja, acima dos valores de mercado.
Proceder de forma desidiosa significa atuar de forma preguiçosa, negligência,
sem vontade.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica
nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
Comentário:
Durante os comentários sobre as sanções, cada uma dessas proibições será
classificada segundo a punição que pode ensejar.
Capítulo III
Da Acumulação
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação
remunerada de cargos públicos.
Comentário:
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no
caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação
em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação
no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Comentário:
Art. 9o. [...] Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza
especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois
cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará
afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Capítulo IV
Das Responsabilidades
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições.
Comentário:
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão
previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do
interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da
remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
Comentário:
A responsabilidade civil do Estado por danos causados a terceiros é objetiva
(independe de dolo ou culpa). Quando um agente público causar dano a
terceiros, a ação de indenização deve ser movida contra o Estado; este, por sua
vez, poderá reaver os valores gastos em eventual indenização por meio de ação
de regresso contra o servidor público, mas somente se houver dano ou culpa
por parte do servidor. Assim, a responsabilidade do Estado independe de dolo
ou culpa (objetiva); mas a responsabilidade do servidor, em ação de regresso,
somente ocorrerá se houver dolo ou culpa (subjetiva).
Comentário:
O conceito de servidor público para os fins do Código Penal é amplo (o Código
usa a expressão “funcionário público”, que era o termo adotado antes da
Constituição Federal de 1988). Vejamos o conceito (CP, art. 327):
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Comentário:
A responsabilidade administrativa enseja a aplicação das sanções
administrativas, previstas no art. 127 da Lei 8.112/1990. A apuração de tais
infrações ocorre por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar
(ou ainda por processo sumário, em casos específicos).
Comentário:
Em regra, as instâncias civil, penal e administrativa são independentes.
Portanto, elas podem ser aplicadas de forma cumulativa ou não. Além disso,
um servidor pode ser punido em uma esfera, mas absolvido em outra. Por
exemplo: um servidor que fraudar licitação pública, causando dano ao erário,
poderá, cumulativamente: (i) sofrer a sanção administrativa de demissão; (ii)
ser responsabilizado civilmente a ressarcir o dano causado ao erário; (iii) ser
condenado na esfera penal, pelo crime tipificado no art. 90 10 da Lei 8.666/1993.
O mesmo servidor, por outro lado, poderia ser inocentado em uma ou mais
dessas esferas, permanecendo a responsabilização na(s) restante(s).
10
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo
do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação
do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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Capítulo V
Das Penalidades
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
Advertência
Suspensão
Demissão
Penalidades disciplinares
Cassação de aposentadoria ou
disponibilidade
Comentário:
O ato de aplicação da pena deve ser justificado, pois “mencionará sempre o
fundamento legal e a causa da sanção disciplinar”. Além disso, deverá levar em
consideração:
a natureza e a gravidade da infração cometida
os danos que dela provierem para o serviço público
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e
os antecedentes funcionais.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição
constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de
penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Comentário:
Pena de advertência (deve ser aplicada por escrito)
Violação dos deveres funcionais previsto em normas (entre eles os previstos no art. 116)
Violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX:
ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
recusar fé a documentos públicos;
opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,
ou a partido político;
manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil;
recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Comentário:
Pena de suspensão
Reincidência das faltas punidas com advertência
Violação das demais proibições, que não justifiquem pena de demissão:
cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias;
exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
com o horário de trabalho.
Comentário:
Configura-se abandono de cargo (art. 138): “a ausência intencional do servidor
ao serviço por mais de trinta dias consecutivos”.
Entende-se por inassiduidade habitual (art. 139): “a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze
meses”.
O art. 137 apresenta algumas situações em que, além da pena de demissão,
será aplicada a incompatibilidade para o ingresso em cargo público federal por
cinco anos ou o impedimento para nova investidura em cargo público federal.
Para facilitar a compreensão, vamos relacionar todos esses casos no quadro a
seguir.
Pena de demissão
crime contra a administração pública;
abandono de cargo;
inassiduidade habitual;
improbidade administrativa;
incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
insubordinação grave em serviço;
ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
aplicação irregular de dinheiros públicos;
revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
corrupção;
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
transgressão das seguintes proibições (art. 117, incisos X e XII a XVI):
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da
função pública;
participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário,
exceto:
na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
na participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
no gozo de licença para o trato de interesses particulares, observada a legislação sobre
conflito de interesses.
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro
receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
praticar usura sob qualquer de suas formas;
proceder de forma desidiosa;
utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
Proibições que, além da demissão, e incompatibilizam o servidor para nova investidura em cargo público
federal pelo prazo de 5 anos (art. 117, inc. IX e XI):
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro
Infrações que, além da demissão, são penalizadas com impedimento para nova investidura em cargo
público federal:
Crime contra a administração pública;
Improbidade administrativa;
Aplicação irregular de dinheiros públicos;
Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
Corrupção.
------
------
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo
de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo
Comentário:
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do
último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a
partir da última publicação do edital.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar
defesa no prazo legal.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a
defesa.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Comentário:
O art. 167, § 3º, dispõe que “se a penalidade prevista for a demissão ou
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às
autoridades de que trata o inciso I do art. 141”.
O art. 141, I, por sua vez, estabelece que:
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-
fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do
outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de
demissão.
Comentário:
O art. 35 trata da exoneração de servidor ocupante de cargo em comissão, que
pode ocorrer: “a juízo da autoridade competente” (art. 35, I); ou “a pedido do
próprio servidor” (art. 35, II). Assim, se o servidor ocupante de cargo em
comissão for exonerado, mas posteriormente comprovar-se que ele cometeu
infração sujeita às penalidades de suspensão ou demissão, será a exoneração
convertida em destituição de cargo em comissão.
Cassação de aposentadoria ou
Demissão
disponibilidade
Suspensão
Destituição de cargo em comissão
Demissão
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos
IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
Comentário:
Essas são medidas adotadas para se recuperar eventuais prejuízos aos cofres
públicos decorrentes de irregularidades cometidas pelo servidor. Na
indisponibilidade, a pessoa não poderá se desfazer de seus bens, permitindo
que exista um patrimônio para fazer vezes ao prejuízo ocasionado aos cofres
públicos. Por outro lado, o ressarcimento ao erário é a efetiva devolução dos
recursos equivalentes ao dano causado ao patrimônio público.
Observa-se que o ressarcimento depende de medidas administrativas próprias,
como, por exemplo, a instauração de tomada de contas especial para fins de
julgamento perante o Tribunal de Contas da União.
------
Situações que, além da demissão e destituição de cargo em comissão, implicam em:
(a) indisponibilidade dos bens; e
(b) ressarcimento ao erário (art. 132, IV, VIII, X e XI):
improbidade administrativa;
aplicação irregular de dinheiros públicos
lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional
corrupção
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for
demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV,
VIII, X e XI.11
Proibições que, além da demissão, e incompatibilizam o servidor para nova investidura em cargo público
federal pelo prazo de 5 anos (art. 117, inc. IX e XI):
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro
Infrações que, além da demissão, são penalizadas com impedimento para nova investidura em cargo
público federal:
Crime contra a administração pública;
Improbidade administrativa;
Aplicação irregular de dinheiros públicos;
Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
Corrupção.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem
causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente,
durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
11
Esse mesmo quadro já foi apresentado acima, mas estamos repetindo ele para facilitar a leitura.
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
Profs. HERBERT ALMEIDA e ERICK ALVES
Comentário:
Nos casos de demissão por abandono de cargo e inassiduidade habitual, a
apuração ocorrerá por meio do procedimento sumário (vide art. 133).
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
Comentário:
A interrupção faz o prazo “zerar”, ou seja, quando cessar a interrupção, o prazo
deverá começar do zero novamente.
Título V
Do Processo Administrativo Disciplinar
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que
contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por
escrito, confirmada a autenticidade.
Comentário:
Tendo ciência ou recebendo denúncia de alguma irregularidade, a autoridade
competente é obrigada (competência vinculada) a instaurar o procedimento
de apuração, seja por sindicância ou processo administrativo disciplinar.
Contudo, se a denúncia não preencher os requisitos ou se o fato não configurar
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, será ela arquivada.
Para os Tribunais Superiores, mesmo que a denúncia seja anônima, será
possível a apuração dos fatos. Segundo o STJ, “é possível que ela [denúncia
anônima] venha a ser considerada, devendo a autoridade proceder com maior
cautela, de modo a evitar danos ao denunciado eventualmente inocente” (MS
7.069). Da mesma forma, o STF entende que o Poder Público pode ser
provocado por “delação anônima”, desde que adote medidas complementares
de apuração (HC 100.042/MC/RO).
As irregularidades disciplinares podem ser apuradas por dois mecanismos:
a) sindicância;
b) processo administrativo disciplinar.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
obrigatória a instauração de processo disciplinar.
Comentário:
A sindicância pode ser utilizada na apuração de infrações mais leves, que
possam resultar na imposição das penas de advertência e suspensão de até 30
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Lei 8.112/90 – Atualizada e Esquematizada
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dias. Contudo, se concluir-se que a pena deverá ser mais grave, deverá ser
instaurado o processo administrativo disciplinar.
A sindicância não é etapa do processo administrativo disciplinar – PAD. Dessa
forma, a autoridade poderá instaurar diretamente o PAD, caso entenda que as
irregularidades apuradas possuam natureza grave.
O contraditório e a ampla defesa deverão ser respeitados sempre que da
sindicância puder ser aplicada sanção disciplinar. Contudo, se a sindicância for
adotada apenas com fins inquisitórios (investigativos), ou seja, sem caráter
sancionatório, não haverá necessidade de contraditório e ampla defesa. Nesse
caso, o direito de defesa do servidor será assegurado ao longo do processo
administrativo disciplinar, se for o caso.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa
da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está
capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
------
Capítulo II
Do Afastamento Preventivo
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na
apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá
determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60
(sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
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Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
Capítulo III
Do Processo Disciplinar
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições,
ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três
servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no
§ 3º do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante
de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou
superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Comentário:
A exigência de nível do cargo e escolaridade refere-se apenas ao presidente da
comissão. A exigência relativa à estabilidade aplica-se a todos os membros.
O secretário poderá ser um membro da comissão ou não.
Lei 8.112/1990, art. 143, § 3º:
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá
ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido
a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em
caráter permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos,
ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
Comentário:
Segundo o STF, o prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, não inclui o prazo
de 20 dias para julgamento, previsto no art. 167 (MS 23.299/SP). Dessa forma,
o prazo total do PAD será de até 140 dias: 60 + 60 + 20.
Seção I
Do Inquérito
Comentário:
O servidor não precisa de advogado para defender-se em processo
administrativo displinar. Assim, poderá exercer a sua defesa pessoalmente, ou
por procurador (advogado ou não).
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo
lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
Comentário:
Na acareação, os depoentes são colocados “cara a cara” para tentar identificar
quem está falando a verdade. Por isso que tal procedimento é adotado quando
os depoimentos forem “contraditórios” ou quando se “infirmem” (um retira a
força do outro).
Comentário:
O interrogatório do acusado deve ser posterior à inquirição das testemunhas.
Comentário:
Quando o procurador desejar fazer uma pergunta ao interrogado ou aos
inquiridos, deverá fazê-la por intermédio do presidente da comissão.
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão
proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica
oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para
apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do
processo na repartição.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão
o lugar onde poderá ser encontrado.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por
edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na
localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze)
dias a partir da última publicação do edital.
Comentário:
Prazo para defesa:
Regra: 10 dias;
Mais de um indiciado: 20 dias;
Diligências indispensáveis: prazo em dobro;
Se o indiciado não for localizado (lugar incerto e não sabido): 15 dias, a
contar da última publicação (citação por edital).
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo
para a defesa.
Comentário:
A revelia ocorre quando o servidor indiciado, após ser regularmente citado, não
apresenta sua defesa. No processo administrativo disciplinar, a revelia não
representa confissão tácita, ou seja, não é porque o servidor não se defendeu
que ele está reconhecendo que cometeu as irregularidades.
No caso de revelia, a autoridade deverá nomear um defensor dativo, ou seja,
um outro servidor público – ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
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Comentário:
O relatório é o último trabalho da comissão. Após a sua conclusão, o relatório
é encaminhado à autoridade que determinou a instauração, iniciando-se a fase
de julgamento.
Seção II
Do Julgamento
Comentário:
A competência para aplicar as sanções disciplinares está prevista no art. 141 da
Lei 8.112/1990.
Comentário:
Se o relatório da comissão contrariar as provas trazidas nos autos, a autoridade
julgadora poderá, de forma motivada:
a) agravar a penalidade proposta;
b) abrandar a penalidade proposta;
c) isentar o servidor de qualquer responsabilidade.
Comentário:
O prazo de julgamento e o prazo total do PAD são impróprios, ou seja, o
julgamento fora do prazo não gera nulidade.12 Contudo, a autoridade julgadora
será responsabilizada se der causa à prescrição.
Vício insanável é aquele que não pode ser convalidado – exemplos: ausência
do contraditório e ampla defesa; utilização de membros não estáveis na
comissão; etc.
Comentário:
No julgamento do MS 23.262/DF, o STF concluiu que o art. 170 da Lei
8.112/1990 é inconstitucional, uma vez que “reconhecida a prescrição da
pretensão punitiva, há impedimento absoluto de ato decisório condenatório
ou de formação de culpa definitiva por atos imputados ao investigado no
período abrangido pelo PAD”. Assim, nenhuma consequência desabonadora da
conduta do servidor poderá ser realizada pela Administração, nem mesmo o
registro dos fatos nos assentamentos individuais.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar
será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando
trasladado na repartição.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado
a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o
cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
12
Jurisprudência do STJ (MS 7.962): “A extrapolação do prazo para a conclusão do processo administrativo
disciplinar não consubstancia nulidade susceptível de invalidar o procedimento”.
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Comentário:
O servidor não poderá ser exonerado a pedido ou aposentado
voluntariamente. Todavia, não há impedimento para outras formas de
exoneração (de ofício) ou de aposentadoria (por invalidez ou compulsória).
Se o servidor for exonerado por não ter satisfeito as condições do estágio
probatório (art. 34, parágrafo único, I), o ato será convertido em demissão, se
restar comprovada a ocorrência de infração disciplinar que justifique tal
penalidade.
Seção III
Da Revisão do Processo
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou
de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
Comentário:
A revisão é um novo processo administrativo, que é apensado ao processo
originário. Portanto, não representa uma segunda instância do processo
disciplinar (o PAD possui uma única instância no âmbito federal).
Não há prazo para solicitar a revisão (poderá ser feita “a qualquer tempo”).
A revisão depende de “fatos novos”, ou seja, que não foram apurados no
processo originário, e que demonstrem:
a) a inocência do punido; ou
b) a inadequação da penalidade aplicada.
Comentário:
No PAD, o ônus da prova é da Administração; na revisão, o ônus da prova é do
requerente.
Comentário:
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores
estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143,
que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a
indicação recair em um de seus membros.
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge,
companheiro ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau.
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas
e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos
do art. 141.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à
destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.
Título VI
Da Seguridade Social do Servidor
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente,
ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e
fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com
exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
Comentário:
Se o servidor ocupante de cargo em comissão for titular de cargo de
provimento efetivo na Administração Pública federal, ele estará sujeito ao
Plano de Seguridade Social aplicável aos servidores públicos.
O servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a
União, autarquias e fundações públicas federais, contribui obrigatoriamente
para o Regime Geral de Previdência Social (Nota Técnica
495/2011/CGNOR/DENOP SRH/MP).
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser efetuado até o segundo dia útil após
a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os
procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas
na data de vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão
sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que
atendam às seguintes finalidades:
d) assistência à saúde.
Comentário:
Os arts. 189 e 224 tratam das regras de manutenção dos valores das
aposentadorias e pensões. Contudo, deve-se observar que a EC 41/2003
extinguiu o benefício da paridade, que estendia aos aposentados e aos
pensionistas os benefícios, vantagens e reajustes concedidos aos servidores em
atividade.
Dessa forma, ressalvando-se os servidores que adquiriram o direito à paridade,
aos aposentados e pensionistas só deve ser concedida a revisão geral anual,
prevista no art. 37, X, da Constituição Federal, e no art. 189, caput, da Lei
8.112/1990.
Por conseguinte, como não há mais paridade (exceto quem já adquiriu tal
direito), os benefícios previstos no art. 189, parágrafo único, bem como no art.
224, não são mais estensíveis aos aposentados e pensionistas.
Capítulo II
Dos Benefícios
Seção I
Da Aposentadoria
III - voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com
proventos integrais;
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25
(vinte e cinco) se professora, com proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com
proventos proporcionais a esse tempo;
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Comentário:
A partir da vigência da Emenda Constitucional 20/1998, os proventos passaram
a ser cálculados com base no tempo de contribuição. Assim, ressalvando-se o
direito adquirido na época da vigência da EC 20/1998, bem como a aplicação
de algumas regras de transição e algumas hipóteses específicas, atualmente
não há mais integralidade nem são os proventos cálculados por “tempo de
serviço”, mas sim por “tempo de contribuição”.
Atualmente, a aposentadoria compulsória do servidor público vinculado ao
regime próprio de previdência social (titular de cargo efetivo) ocorre aos 75
anos de idade, nos termos da EC 88/2015, combinada com a Lei Complementar
152/2015.
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Lei Complementar 152/2015:
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
------
Analisando as regras da Lei 8.112/1990, em conjunto com a Constituição
Federal e com a Lei Complementar 152/2015, é possível esquematizar a forma
atual de cálculo dos proventos da aposentadoria:
aposentadoria por invalidez permanente:
• regra: proporcionais ao tempo de conrtibuição;
• exceção: acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável – proventos integrais;
aposentadoria compulsória:
• quando: 75 anos;
• proventos: proporcionais ao tempo de contribuição;
aposentadoria voluntária:
• requisitos gerais: (i) 10 anos de efetivo exercício no serviço público; e
(ii) cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria;
• formas:
1) por tempo de contribuição: com proventos calculados com base
na média das contribuições mensais:13
13
Desde a EC 41/2003, os proventos por tempo de contribuição são calculados com base na média das
contribuições mensais. Tal regra é regulamentada pela Lei 10.887/2004, que estabelece que: “Art. 1º No cálculo
dos proventos de aposentadoria dos servidores titulares de cargo efetivo de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, previsto no § 3º do art. 40
da Constituição Federal e no art. 2º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, será
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Comentário:
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em exercício em zonas
de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições
e limites fixados em regulamento.
considerada a média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições
do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de
todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior
àquela competência”.
Assim, não há mais a integralidade, ou seja, o servidor não recebe mais exatamente o valor de sua remuneração
quando da aposentadoria, mas sim a média das maiores remunerações (80% delas) utilizadas como base de
cálculo da contribuição do servidor.
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Comentário:
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental verificada em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com
vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
permanência no serviço ativo.
Comentário:
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, quando
junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; [...].
Comentário:
Lei 8.112/1990, art. 41, § 3º:
Art. 41. § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
permanente, é irredutível.
O art. 189, parágrafo único, é incompatível com o atual texto constitucional,
uma vez que a EC 41/2003 extinguiu o direito à paridade.
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a
1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Seção II
Do Auxílio-Natalidade
Seção III
Do Salário-Família
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o
salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de
acordo com a distribuição dos dependentes.
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base
para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.
Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou
de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em
perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Comentário:
Lei 8.112/1990, art. 230:
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende
assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como
diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao
qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de
auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo,
e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à
saúde, na forma estabelecida em regulamento.
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção
médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou
entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sistema
público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto no parágrafo
anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por
pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os
nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e
de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da
profissão.
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze)
meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por
junta médica oficial.(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem
como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da
odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de
1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Comentário:
Resumo sobre a realização de perícia:
Menos de 15 dias, dentro de um ano: poderá ser dispensada a perícia
oficial (na forma de regulamento);
Até 120 dias, no período de um ano: perícia médica (pode ser um médico
só, por exemplo).
• Inexistindo médico no órgão ou entidade no local; e não celebração de
convênio ou contrato para este fim, será aceito atestado passado por
médico particular.
Mais de 120 dias, no período de um ano: junta médica oficial.
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza
da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço,
doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1º.
Comentário:
Art. 186, § 1º: Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere
o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina
especializada.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será
submetido a inspeção médica.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e
condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
2009) (Regulamento).
Comentário:
A Lei 8.666/1993 institui normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos para a Administração Pública.
Seção V
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
Comentário:
O Decreto 6.690/2008 prevê a prorrogação da licença maternidade por mais
60 dias, totalizando o prazo de 180 dias.
O art. 210 da Lei 8.112/1990 estabelece a licença à adotante, fixando o prazo
de 90 dias, caso a criança tenha até um ano; e de 30 dias, se a criança tiver mais
de um ano. Esses prazos poderiam ser prorrogados, respectivamente, por 45 e
15 dias, respectivamente (Decreto 6.690/2008, art. 2º, § 3º, II). Portanto, a Lei
8.112/1990 estabelece prazos distintos: (i) entre as licenças à gestante e à
adotante; (ii) para a licença à adotante, de acordo com a idade da criança
adotada.
Contudo, o STF considerou, no julgamento do RE 778.889, com repercussão
geral, que “os prazos da licença adotante não podem ser inferiores ao prazo
da licença gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em
relação à licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da
idade da criança adotada”.
Com isso, pode-se concluir que tanto a licença à gestante como a licença à
adotante, independentemente da idade da criança, possuem o prazo de 120
dias, assegurado o direito à prorrogação por mais 60 dias.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-
paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
Comentário:
O Decreto 8.737/2016 instituiu o Programa de Prorrogação da Licença
Paternidade, que concede o direito à prorrogação à licença paternidade por
mais 15 dias (totalizando 20 dias).
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora
lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que
poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano
de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº
6.691, de 2008)
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um)
ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Comentário:
Conforme se observou acima, o STF considerou, no RE 778.889, que a legislação
não pode diferenciar os prazos para a licença à gestante e à adotante; e
também não pode diferenciar os prazos da licença à adotante de acordo com a
idade da criança.
Seção VI
Da Licença por Acidente em Serviço
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo
exercido.
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável
quando as circunstâncias o exigirem.
Seção VII
Da Pensão
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
pensão a partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso XI
do caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2o da Lei no 10.887, de 18 de
junho de 2004. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014) (Revogado pela Lei nº
13.135, de 2015)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento; (Incluído pela
Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será
distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. (Redação dada pela Lei
nº 13.135, de 2015)
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-
somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
Comentário:
Por exemplo: o servidor faleceu há 10 anos, sem que ninguém se apresentasse
como dependente para o recebimento da pensão. Se “surgir” um dependente,
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
2015)
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos
seguintes casos:
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor tenha vertido
18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido
iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela
Lei nº 13.135, de 2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; (Incluído
pela Lei nº 13.135, de 2015)
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei
nº 13.135, de 2015)
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Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um
cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões.
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6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015)
Comentário:
Em relação ao cônjuge, ao cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de
fato e ao companheiro ou companheira com união estável, a Lei fixou prazos
para a concessão da pensão, considerando o período de contribuição (mais ou
menos que 18 meses), a duração do casamento ou união estável (mais ou
menos que 2 anos) e a idade do beneficiário.
§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se
verifique o incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos
os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao
nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins previstos
na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores
ao referido incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Comentário:
É possível que, após o decurso de pelo menos 3 anos da vigência da Lei
13.135/2015, o Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
altere as idades para a fixação do prazo para a perda do benefício da pensão
Comentário:
O parágrafo único do art. 189 da Lei 8.112/1990 prevê que: “são estendidos
aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria”. Conforme
se discutiu acima, trata-se do direito à paridade, que atualmente não possui
mais previsão na Constituição Federal. Assim, atualmente, os beneficiários da
pensão somente possuem direito à revisão geral anual.
Seção VIII
Do Auxílio-Funeral
§ 2º (VETADO).
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de
procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o
disposto no artigo anterior.
Seção IX
Do Auxílio-Reclusão
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à integralização
da remuneração, desde que absolvido.
Capítulo III
Da Assistência à Saúde
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família
compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica,
terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção
da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão
ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato,
ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido
pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou
seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou
inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização
o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de
atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de
utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas entidades
autárquicas e fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios
existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
Capítulo IV
Do Custeio
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)
Título VII
Capítulo Único
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
Comentário:
A Constituição Federal prevê que “a lei estabelecerá os casos de contratação
por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
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interesse público” (CF, art. 37, IX). No âmbito federal, a contratação temporário
de excepcional interesse público está disciplinada na Lei 8.745/1993.
Título VIII
Capítulo Único
Das Disposições Gerais
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos
respectivos planos de carreira:
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-
se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o
primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal,
o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela
decorrentes:
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor
das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria.
Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde a repartição
estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.
Título IX
Capítulo Único
Das Disposições Transitórias e Finais
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na qualidade
de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União,
ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º
de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, cujos contratos não
poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação.
§ 4º (VETADO).
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da Justiça, remunerados
com recursos da União, no que couber.
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou
por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na
forma prevista nos arts. 87 a 90.
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta Lei, passam a ser
mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art. 231, os servidores abrangidos
por esta Lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o
servidor civil da União conforme regulamento próprio.
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Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, dentro de 1 (um) ano,
as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do
antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro
de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo. (Mantido
pelo Congresso Nacional)
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