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2 DESENVOLVIMENTO
É possível afirmar que o tráfico de pessoas teve início com a prática do tráfico
negreiro, que em 1808, foi considerado um crime contra a humanidade. Com o
fim do tráfico negreiro e da escravidão, teve início um novo século, sendo
marcado pelo enorme fluxo de diversas nacionalidades em busca de novas
perspectivas em todo o mundo.
O Brasil está entre os dez países com mais vítimas do tráfico internacional de
pessoas. Atualmente, o tráfico de pessoas, considerado como forma moderna de
escravidão, é uma das atividades mais rentáveis do crime organizado no mundo,
perdendo em lucratividade apenas para o tráfico de drogas e de armas. Estima-se
que da totalidade de vítimas, quase a metade seja subjugada para exploração
sexual.
Com o advento da Lei nº 11.106, de 28 de março de 2005, significativas foram às
alterações no Código Penal brasileiro, com relação ao tráfico de pessoas. Tais
alterações trouxeram um dispositivo legal, sob a nova rubrica, “Tráfico
Internacional de Pessoas”, passando assim a ter a seguinte redação:
Uma análise consentânea com o Direito penal constitucional não mais permite
que um tal bem jurídico (costumes) possa ser objeto de tutela penal. Representa
característica comum às constituições de cunho democrático o não albergar
disposições que versem sobre questões de ordem moral.
Percebe-se que o tráfico de pessoas nutre estreita relação com o trabalho forçado,
pois sua principal finalidade é fornecer mão de obra para o trabalho forçado, seja
para a exploração sexual comercial, econômica, ou para ambas. Trabalho
forçado, na definição da Organização Internacional do Trabalho, significa todo
trabalho ou serviço exigido de uma pessoa sob a ameaça de sanção e para o qual
ela não tiver se oferecido espontaneamente.
A questão do tráfico de pessoas tem permeado todo o direito internacional do
último século. O mais recente e mais importante instrumento internacional que
trata de tráfico de pessoas é a Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional e seus dois protocolos (que ficaram conhecidos como
Protocolos de Palermo). O tráfico internacional de seres humanos é um fenômeno
que pode ser contextualizado dentro do avanço e desenvolvimento do crime
organizado transnacional. Tendo o crime organizado como plano de fundo, foi a
partir dos anos 90 que esse tipo de crime transnacional se expandiu, auferindo
além de lucros econômicos, força política sem precedentes. Força esta que
influencia fortemente a dinâmica local onde estão baseadas as células criminosas,
exercendo pressão direta ou indireta sobre os sistemas nacionais de segurança
pública de diversos países.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tráfico de pessoas é uma prática criminosa mundial e sem fronteiras. É uma
espécie de máfia altamente rentável, movimentando bilhões de dólares por ano
em todo o mundo, chegando a atingir milhões de pessoas, forçadas a trabalhos
escravos e sexuais.
Uma das mais importantes legislações internacionais que tendem a abordar o
tema citado é o Protocolo de Palermo, o qual visa o combate dos mais diversos
crimes organizados, entre eles, o tráfico de pessoas, que por sua vez é
considerado um crime contra a humanidade.