Doenças Raras Ebook Mendelics PDF
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POPULAÇÃO EM GERAL
PÚBLICO ESPECIALISTA
ÍNDICE
01 DOENÇAS
RARAS 6
06 ACONSELHAMENTO
GENÉTICO 37
O que são doenças raras 7
O que causa as doenças raras 7 O que é o aconselhamento genético? 38
Para quem é indicado? 39
02 DOENÇAS CONGÊNITAS,
GENÉTICAS E HEREDITÁRIAS 8
07 COMO IDENTIFICAR
AS DOENÇAS RARAS 40
Doenças congênitas 9
Doenças genéticas 10 Triagem x Diagnóstico 41
Doenças hereditárias 10 Sequenciamento de Nova Geração (NGS) 42
SNP-Array (Hibridização Genômica em Microarray) 43
03
MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) 43
PADRÃO DE HERANÇA
Diferença entre o SNP-Array e o MLPA 44
DAS DOENÇAS HEREDITÁRIAS 11
Sequenciamento Sanger 44
Padrão de herança autossômica recessiva 12
08
Padrão de herança autossômica dominante 13
Padrão de herança ligada ao cromossomo X 14 CLASSIFICAÇÃO
Padrão de herança dominante ligada ao cromossomo X 14 DAS VARIANTES 45
Padrão de herança recessiva ligada ao cromossomo X 15 Como saber se uma alteração genética é patogênica? 46
Padrão de herança ligada ao cromossomo Y 16
04 PRINCIPAIS
DOENÇAS RARAS 17
09 COLETA DE SANGUE E SWAB BUCAL
PARA OS TESTES GENÉTICOS 48
Como funciona: swab bucal e coleta de sangue 49
Distrofia muscular de Duchenne 18 Diferenças entre o swab bucal e a coleta de sangue 51
Retinoblastoma 20
10
Fibrose cística 21 TRATAMENTO
Atrofia muscular espinhal 23 DE DOENÇAS RARAS 52
Anemia falciforme 26
Talassemia 28 Medicamentos órfãos 54
Fenilcetonúria 30 Medicamentos e terapias gênicas para doenças raras 55
Galactosemia 32 Quadro resumo com terapias gênicas e medicamentos
Quadro resumo das doenças raras 34 para doenças raras 56
05 PROGRAMAS DE
APOIO AO DIAGNÓSTICO 35 11 DEPOIMENTOS
DE MÉDICOS 58
6 MIL
MAIS DE
DOENÇAS
RARAS 80%
têm causa
genética
DOENÇA
congênita
Manifesta-se já no nascimento
ou durante a gestação.
DOENÇA
genética
Causada por alterações
(mutações) no DNA.
DOENÇAS
DOENÇA congênitas
hereditária
Causada por mutações passadas
de geração em geração. São aquelas que, independentemente da causa, estão presentes
desde o nascimento, podendo afetar a saúde da criança a partir
do primeiro dia de vida. As doenças congênitas também podem se
manifestar ainda na fase intrauterina ou podem apresentar sinto-
mas depois de algum tempo.
DOENÇAS
genéticas
São aquelas causadas por uma ou mais alterações permanentes no
DNA chamadas de mutações. As mutações podem comprometer
um gene e, por consequência, uma proteína, levando a problemas
no funcionamento do organismo.
Leitura recomendada:
Alterações genéticas: glossário de genética III. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
03
Doenças genéticas hereditárias podem ser causadas
por alterações em um ou mais genes, sendo chamadas
PADRÃO
de monogênicas e não-monogênicas (poligênicas),
respectivamente.
de herança
Padrão de herança diz respeito à forma como
as alterações genéticas precisam ser herdadas
para uma doença se manifestar.
hereditárias
(se nos cromossomos sexuais, nos autossomos ou no DNA
mitocondrial) e se uma ou duas cópias do gene alterado
causam a doença.
12 PADRÃO DE HERANÇA DAS DOENÇAS HEREDITÁRIAS
PADRÃO DE HERANÇA
autossômica recessiva gene normal gene alterado
Indivíduos com duas alterações genéticas hereditárias no mesmo Os indivíduos com uma única cópia alterada são chamados portado-
par de autossomos são afetados pela doença. Esse padrão de res e geralmente não desenvolvem os sintomas, mas podem passar
herança é o mais comum entre as doenças genéticas raras, compre- a mutação para os filhos, mantendo o risco da doença na família.
endendo cerca de 45% delas.
Este casal tem 50% de chances de ter um filho portador da alteração Este casal tem 25% de chances de ter um filho com a doença.
genética e 50% de chances de ter um filho não afetado pela doença.
13 PADRÃO DE HERANÇA DAS DOENÇAS HEREDITÁRIAS
PADRÃO DE HERANÇA
autossômica dominante
Nesse padrão de herança, uma única cópia do gene alterada, loca-
lizada nos cromossomos autossomos, é suficiente para a manifes-
tação dos sintomas. Esse padrão de herança abrange cerca de 32%
das doenças genéticas raras.
PADRÃO DE HERANÇA
ligada ao cromossomo X gene normal gene alterado
PADRÃO DE HERANÇA RECESSIVA Já no caso das mulheres, que possuem dois cromossomos X, é
LIGADA AO CROMOSSOMO X necessário herdar a alteração genética de ambos os pais para
desenvolver a doença.
Nesse tipo de herança, uma cópia do gene alterada é suficien-
te para causar a doença em indivíduos do sexo masculino, que Se a mulher tiver apenas uma cópia do cromossomo X alterada pela
possuem apenas um cromossomo X. mutação, ela é portadora.
16 PADRÃO DE HERANÇA DAS DOENÇAS HEREDITÁRIAS
PADRÃO DE HERANÇA
ligada ao cromossomo Y Penetrância
As doenças desse grupo são causadas por alterações genéticas Penetrância é a proporção de indivíduos que têm
no cromossomo Y e, portanto, só podem ser transmitidas de pai uma alteração genética patogênica e que mani-
para filho. festam o fenótipo esperado.
Referências:
Lee C E, et al. Rare Genetic Diseases: Nature’s Experiments on Human Development. iScience. 2020.
What are the different ways a genetic condition can be inherited? MedlinePlus. Acessado em:
16/01/2023.
District of Columbia Department of Health - Genetic Alliance. Appendix B - Classic Mendelian
Genetics (Patterns of Inheritance). Understanding Genetics: A District of Columbia Guide for
Patients and Health Professionals. Washington (DC), MD. Genetic Alliance: 2010.
1
a cada
3.500 nascimentos do
sexo masculino
Os sinais e sintomas
da DMD podem incluir:
Locomoção prejudicada
Cardiomiopatia
PADRÃO DE HERANÇA
Cerca de 60% dos casos são esporádicos e ocorrem devido a uma
mutação somática no gene RB1 em uma célula da retina. As formas
esporádicas (também chamadas de não-hereditárias) de retino-
blastoma geralmente acometem crianças com mais de 1 ano, e
estão mais associadas a tumores unilaterais.
SINAIS E SINTOMAS
O sinal mais comum do retinoblastoma é um reflexo branco visível
na pupila chamado “reflexo do olho de gato” (leucocoria), que é
Retinoblastoma retina mais perceptível em fotografias tiradas com flash.
Leitura recomendada:
O retinoblastoma ocorre por mutações no gene RB1. Retinoblastoma. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
21 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
5.000
brasileiros
CAUSA GENÉTICA
A FC é causada por mutações no gene CFTR. Esse gene fornece
as instruções para produzir uma proteína localizada na membra-
na das células que atua como um canal que controla a entrada e
a saída de cloreto e água nas células do pulmão, pâncreas e de
outros tecidos do organismo.
Em pessoas com FC, o gene produz uma proteína CFTR que não
é capaz de exercer a sua função corretamente. O resultado é um
desequilíbrio de sal e fluidos dentro e fora das células, originan-
FIBROSE do um muco espesso e pegajoso que causa os sintomas da doença.
cística
PADRÃO DE HERANÇA
O QUE É A DOENÇA A fibrose cística é uma doença genética com padrão de herança
autossômica recessiva.
A fibrose cística (FC) ou mucoviscidose é uma doença genética
que afeta múltiplos órgãos, principalmente pulmões e pâncreas. É Quando a pessoa possui apenas uma cópia do gene alterado
crônica e progressiva, com uma grave redução da expectativa de (herdada do pai ou da mãe), considera-se que ela seja “portadora”
vida das pessoas acometidas. Mais de 70.000 pessoas no mundo (do inglês, carrier). Portadores não têm sintomas da doença, porém
tem FC, incluindo mais de 5 mil brasileiros. podem transmitir a cópia alterada para seus filhos.
22 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
SINAIS E SINTOMAS
“doença do
beijo salgado”.
Leitura recomendada:
Fibrose Cística. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
23 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
CAUSA GENÉTICA
O gene SMN1 está localizado no braço longo (q) do cromossomo 5,
ATROFIA por isso a doença é chamada também de AME 5q. A maioria dos indi-
muscular espinhal
víduos com AME (95-98%) possuem a deleção do éxon 7 nas duas
cópias do gene SMN1, embora outros tipos de alterações também
estejam relacionadas à doença.
O QUE É A DOENÇA
PADRÃO DE HERANÇA
A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença neuromuscular, de
origem genética, que afeta os neurônios motores da medula espi- A AME 5q tem padrão de herança autossômica recessiva, ou seja,
nhal e do tronco cerebral. A morte dos neurônios motores provoca para desenvolver a doença é necessário ter as duas cópias do gene
fraqueza e atrofia muscular e pode comprometer a respiração, loco- SMN1 alteradas. Os portadores não possuem sintomas da doença,
moção e a alimentação, entre outras funções básicas do organismo. mas podem passar a alteração genética para os filhos.
24 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
Tipo 1
Sem tratamento, expectativa de vida
até os 2 anos;
Tipo 2
Forma mais grave e rara da doença; até a idade adulta;
Tipo 0
Início dos sintomas no período pré-natal; A criança não anda de forma independente,
mas consegue se sentar com auxílio, embora
Expectativa de vida até os seis meses de vida; essa capacidade possa ser perdida ao longo
da vida;
Grave insuficiência respiratória, dificuldades
de se movimentar e de alimentação devido Dificuldade de respirar, principalmente
à incapacidade de sucção. durante a noite.
25 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
Leituras recomendadas:
Atrofia Muscular Espinhal. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
Atrofia Muscular Espinhal: o impacto da genômica em 130 anos de pesquisas. Blog Sequencian-
do Ideias - Mendelics.
26 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
CAUSA GENÉTICA
A anemia falciforme é uma doença genética causada por uma
mutação na sequência do gene HBB, responsável por codificar a
subunidade beta-globina da hemoglobina. Quando mutado, o gene
HBB leva à formação da hemoglobina anormal, chamada de HbS,
sendo S da palavra em inglês sickle, que significa foice.
ANEMIA
falciforme
Outras mutações pontuais no gene HBB estão
O QUE É A DOENÇA presentes nas demais doenças falciformes:
Talassemia.
27 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
PADRÃO DE HERANÇA
A anemia falciforme tem padrão de herança autossômica recessiva.
Se um indivíduo herda apenas uma cópia alterada (genótipo HbAS),
ele apresenta traço falciforme, e em geral não desenvolve sintomas.
SINAIS E SINTOMAS
Anemia;
Fadiga;
Leituras recomendadas:
Anemia falciforme. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
Mendelics indica: House e o traço falciforme. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
28 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
PADRÃO DE HERANÇA
SINAIS E SINTOMAS
↪ alfa-talassemia ou beta-talassemia.
Talassemia
TALASSEMIA MAIOR:
Principais sinais
e sintomas:
Cálculos biliares;
Fertilidade reduzida. Thalassaemia. National Health Service (NHS - UK). Acessado em 17/01/2023.
Orientações para diagnóstico e tratamento das Talassemias Beta / Ministério da Saúde, Secre-
taria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – 1. ed., atual.
– Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
Origa R. Beta-Thalassemia. 2000 Sep 28 [Updated 2021 Feb 4]. In: Adam MP, Everman DB, Mir-
zaa GM, et al., editors. GeneReviews® [Internet]. Seattle (WA): University of Washington, Seattle;
1993-2023.
Leitura recomendada:
Beta-talassemia. Blog Sequenciando Ideias - Mendelics.
30 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
CAUSA GENÉTICA
O QUE É A DOENÇA
Fenilcetonúria clássica:
É a forma mais grave da doença e ocorre quando a atividade da
enzima é quase nula (inferior a 1%).
Fenilcetonúria leve:
Ocorre quando a atividade da enzima fenilalanina hidroxilase é
de 1 a 3%.
Fenilcetonúria variante:
Referências:
Ocorre quando a atividade enzimática é superior a 3%. Triagem neonatal biológica: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saú-
de, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
É considerada uma condição benigna que não necessita de tratamento. Phenylketonuria. Medline Plus. Acessado em 17/01/2023.
Phenylketonuria. National Organization for Rare Disorders (NORD). Acessado em 17/01/2023.
A Fenil. Safe Brasil. Acessado em 17/01/2023.
Leitura recomendada:
Fenilcetonúria. Blog Teste da Bochechinha.
32 PRINCIPAIS DOENÇAS RARAS
CAUSA GENÉTICA
1
O QUE É A DOENÇA
Deficiência de galactose epimerase (tipo 3):
A galactosemia é uma doença
genética rara caracterizada pela Causada pela deficiência da enzima UDP-galactose-4 epimerase,
incapacidade de metabolizar que é codificada pelo gene GALE.
galactose (açúcar que compõe
a lactose, encontrada em laticí-
a cada
nios, algumas frutas e legumes e
fórmulas lácteas infantis). Esti-
ma-se que essa doença afeta 1
60.000 Deficiência de galactose mutarotase (tipo 4):
PADRÃO DE HERANÇA
Deficiência de galactose epimerase (tipo 3):
Todas as formas de galactosemia apresentam padrão de herança
autossômica recessiva. Sintomas semelhantes aos da forma clássica;
Muito raras;
Galactosemia clássica (tipo 1):
Catarata;
Forma mais comum e severa de galactosemia.
Podem desenvolver outros sintomas.
Sintomas iniciais:
Icterícia;
Alteração no formato
Anemia Falciforme Hemoglobinopatia HBB Autossômica recessiva
das hemácias
Alteração na produção
Beta-Talassemia Hemoglobinopatia HBB Autossômica recessiva
da hemoglobina
Acúmulo de
Fenilcetonúria Erro Inato do Metabolismo PAH Autossômica recessiva
fenilalanina
Deficiência no
Galactosemia Erro Inato do Metabolismo GALT, GALK, GALE e GALM Autossômica recessiva
processamento da galactose
05
PROGRAMAS
de apoio ao Através de programas de apoio ao diagnóstico, a Mendelics
diagnóstico
desenvolve parcerias com indústrias farmacêuticas para
acelerar o diagnóstico e o desenvolvimento de terapias
para doenças genéticas.
36 PROGRAMAS DE APOIO AO DIAGNÓSTICO
Movimente:
Para pacientes com Distúrbios do Neuro-
desenvolvimento e Transtorno do Movi-
mento com início na primeira infância.
DNAmplo:
Para pacientes com diversas doenças
CONHEÇA ALGUNS neuromusculares, incluindo a Distrofia
Muscular de Duchenne (DMD).
Programas de Apoio
ao Diagnóstico
Painel de Displasias
Esqueléticas:
Para pacientes com displasias esqueléti-
cas, incluindo a Mucopolissacaridose Tipo
IV A e o Tipo VI.
Painel de Epilepsias
e Ataxias:
Entre em contato e conheça os outros programas disponíveis
para a sua especialidade, são mais de 20 programas ativos Para pacientes com Epilepsias e Ataxias,
por toda a América Latina. incluindo a Lipofuscinose Ceróide (CLN2).
06
ACONSELHAMENTO
genético
38 ACONSELHAMENTO GENÉTICO
PARA QUEM É
indicado?
Qualquer pessoa pode passar por um serviço de aconselha-
mento genético. Porém, essa consulta é mais indicada para os
seguintes casos:
identificar as
o tratamento adequado o quanto antes, proporcionando
mais qualidade de vida ao paciente.
doenças raras
Veja a seguir a diferença entre os exames de triagem
e diagnóstico e conheça as técnicas utilizadas nos
exames genéticos.
41 COMO IDENTIFICAR AS DOENÇAS RARAS
Triagem Diagnóstico
A triagem é feita de forma preventiva, antes dos Já exames de diagnóstico têm como objeti-
sintomas aparecerem. Seu objetivo é identificar vo confirmar uma suspeita médica de alguma
doenças que podem se desenvolver nos próxi- doença que já apresenta sintomas.
mos meses ou anos e, por isso, recomenda-se
que seja feita o mais cedo possível. A Mendelics possui um amplo portfólio de
exames de diagnóstico de doenças genéticas
Os exames de triagem neonatal, feitos em bebês raras, através de diferentes tipos de análise
para detectar precocemente doenças da primei- genética.
ra infância, são exemplos desse tipo de teste,
como o Teste do Pezinho, Teste SCID e AGAMA,
Teste do olhinho, Teste do coraçãozinho e o
Teste da Bochechinha.
SEQUENCIAMENTO DE
Nova Geração (NGS)
Sequenciamento de DNA
Essa tecnologia permite analisar bilhões de regiões do DNA simul-
taneamente. Os equipamentos de NGS aumentaram em milhões
de vezes a capacidade de análise do genoma humano e reduziram O sequenciamento do DNA identifica a ordem
o custo e tempo de sequenciamento. das bases nitrogenadas no DNA. Essa sequência
é importante nos genes, por exemplo, por ditar
Alterações genéticas identificadas por NGS: quais os aminoácidos que formam as proteínas
codificadas por eles. Alterações na sequência do
SNPs (single-nucleotide polymorphism); gene podem resultar em alterações na produção
e/ou na atividade da proteína, acarretando no
Inserções e deleções de poucas bases até grandes desenvolvimento de doenças.
trechos, como CNVs (copy number variations);
SNP-Array MLPA
(HIBRIDIZAÇÃO GENÔMICA (MULTIPLEX LIGATION-DEPENDENT
EM MICROARRAY) PROBE AMPLIFICATION)
Essa tecnologia permite analisar até milhões de variantes gené- O MLPA pode ser utilizado para identificar CNVs em um único gene,
ticas específicas. em uma região associada a uma síndrome conhecida e até detectar
ganhos e perdas de cromossomos inteiros.
Alterações genéticas identificadas por SNP-Array:
Inserções e deleções, como CNVs; Análises por MLPA: Exames de MLPA podem ser
indicados para diagnóstico
Aneuploidias (perdas e ganhos envolvendo Inserções e deleções, de diversas condições, como:
cromossomos inteiros). como CNVs;
Síndrome do X-Frágil;
Aneuploidias (perdas
O SNP-Array pode ser indicado para o diagnóstico de condi- e ganhos envolvendo Cânceres hereditários;
ções, como: cromossomos inteiros);
Síndromes de Angelman
Malformações congênitas; Metilação em regiões e Prader-Willi.
específicas do genoma.
Deficiência intelectual;
O exame também é recomendado para a investigação de quadros Os padrões de metilação são muito importantes
clínicos de causa desconhecida. para a expressão gênica e o funcionamento do nos-
so organismo, pois eles determinam quais genes
devem ser expressos e quais devem ser silenciados.
44 COMO IDENTIFICAR AS DOENÇAS RARAS
CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO
DE VARIANTES DO ACMG
BENIGNA
Definitivamente não causa doenças.
>90%
alteração genética
Pelo menos 90% de probabilidade
de não causar doenças.
é patogênica?
VARIANTE DE SIGNIFICADO
INCERTO (VUS)
As variantes genéticas encontradas na amostra de um pacien- O efeito no organismo ainda é
te devem ser classificadas em uma de cinco categorias deter- desconhecido.
minadas pelo Colégio Americano de Genética Médica (ACMG):
PROVAVELMENTE PATOGÊNICA
Pelo menos 90% de probabilidade
>90%
de causar doenças.
PATOGÊNICA
Definitivamente causa doenças.
47 CLASSIFICAÇÃO DAS VARIANTES
Aspectos Aspectos
GENÉTICOS FISIOLÓGICOS Classificação
Mecanismos das mutações Função do gene; de variantes na Mendelics:
genéticas;
Consequência da mutação
Conservação filogenética na produção de aminoácidos; A Mendelics possui um software de inteligên-
do local da variante; cia artificial, o Abracadabra®, que interpreta os
Tolerância biológica sobre dados gerados pelo NGS, analisa as variantes
Recorrência da mutação a perda da função proteica. genéticas encontradas nas amostras e as classi-
no mesmo códon. fica de acordo com a relevância clínica.
bucal para os
de sangue e swab bucal para obter o DNA de um indivíduo.
testes genéticos
Assim, independentemente de como a amostra foi coletada,
seja por swab bucal ou sangue, o resultado do exame genético
deve ser o mesmo.
49 COLETA DE SANGUE E SWAB BUCAL PARA OS TESTES GENÉTICOS
Extração de DNA:
Na Mendelics, o processo de
extração de DNA das células é
automatizado. Reagentes quí-
micos quebram as membra-
nas das células e isolam o DNA,
que é capturado por beads mag-
néticas - pequenas esferas que
se ligam ao DNA e depois são
atraídas por um imã. Assim,
é possível capturar apenas o
DNA e descartar o resto dos
componentes da solução.
51 COLETA DE SANGUE E SWAB BUCAL PARA OS TESTES GENÉTICOS
Sangue: leucócitos
CONTRAINDICAÇÃO
Para a maioria das doenças raras ainda não exis- Algumas doenças raras requerem o envolvimen-
te cura, mas centenas delas já têm tratamento to de equipes multidisciplinares ou de trata-
disponível para evitar ou retardar a progressão mentos médicos mais específicos e sofisticados
da doença. como o uso de medicamentos órfãos.
95%
Medicamentos paliativos
e terapias de reabilitação
3%
Cirurgias e/ou
medicamentos regulares
Tratamentos para
DOENÇAS RARAS
2%
MEDICAMENTOS
ÓRFÃOS
54 TRATAMENTO DE DOENÇAS RARAS
Embora sejam de difícil acesso, são cruciais para esses pacien- Muitos países criaram leis relativas a medicamentos órfãos para
tes, pois têm a função de tratar, atuar na prevenção de sintomas proporcionar incentivos para que as companhias farmacêuticas
incapacitantes, atrasar a progressão da doença ou possibilitar desenvolvam e comercializem medicamentos para o tratamento
sua remissão. das doenças raras.
MEDICAMENTOS E TERAPIAS GÊNICAS Com o conhecimento sobre a causa genética de algumas doenças,
também passaram a ser desenvolvidas as terapias gênicas, que
para doenças raras utilizam técnicas de edição genética e celular, como o CRISPR, por
exemplo, para corrigir erros no DNA que causam a doença, elimi-
nando o trecho mutado ou substituindo por um trecho funcional.
Espera-se que com essas terapias o paciente deixe de apresentar
O conhecimento sobre as causas genéticas foi fundamental para a os sintomas e tenha uma vida saudável.
definição de tratamentos mais efetivos para as doenças raras. Os
erros inatos do metabolismo são bons exemplos de como o conhe- A maioria das terapias gênicas existentes hoje ainda estão em fase
cimento sobre as causas genéticas foi essencial para a definição de experimental, mas apresentam resultados promissores e novas
tratamentos mais efetivos. terapias continuam sendo pesquisadas.
56 TRATAMENTO DE DOENÇAS RARAS
Doenças Hepáticas
e Gastrointestinais
Intolerância à Frutose
TRATAMENTO NUTRICIONAL
NÃO É RARO
Erros Inatos do Metabolismo
Fenilcetonúria
Doenças Endócrinas
Raquitismo hipocalcêmico
dependente de vitamina D
DEPOIMENTOS
o trabalho dos times médicos é um dos grandes pilares
para o desenvolvimento de novos tratamentos para
as pessoas raras.
O trabalho envolve investigar, avaliar e acompanhar Como a natureza dessas condições é bastante hetero-
indivíduos com suspeita ou diagnóstico de condições gênea, complexa e individualmente rara, elas são difí-
com base genética, tais como anomalias congêni- ceis de serem diagnosticadas. Além disso, os sintomas
tas múltiplas, deficiência intelectual, baixa estatura, podem se assemelhar aos de condições mais comuns,
síndromes de predisposição hereditária ao câncer, o que muitas vezes leva a um atraso significativo na
entre outras. Para isso, tentamos integrar a clínica obtenção de um diagnóstico correto. Ao trabalhar
com a genética molecular na tentativa de estabelecer com doenças raras, é possível auxiliar na redução do
o correto diagnóstico e oferecer o melhor acompa- tempo até o diagnóstico, no manejo adequado e na
nhamento e aconselhamento genético aos pacientes disseminação de conhecimento para o público geral,
e seus familiares. profissionais de saúde, pacientes e familiares.
01 DOENÇAS
RARAS 67 04 MENDELICS
INDICA 79
O que são doenças raras 68
O que causa as doenças raras 69
05 ORIENTAÇÕES AOS
PACIENTES E FAMILIARES 84
02 DESAFIOS DE PACIENTES
COM DOENÇAS RARAS 70
Por que é importante estar em contato
com grupos de pessoas com doenças raras? 85
Como identificar as doenças raras 71 Quem seguir nas redes sociais 88
Triagem x Diagnóstico 71
Tratamento 72
Medicamentos órfãos 72
Acompanhamento 75
03 ACONSELHAMENTO
GENÉTICO 76
CONTATO 97
O que é o aconselhamento genético? 77
Para quem é indicado? 78
01
DOENÇAS
Raras
68 DOENÇAS RARAS
O QUE SÃO
doenças raras?
Doenças raras são aquelas que, individualmente, afetam um núme-
ro pequeno e específico de pessoas. No Brasil, são consideradas
6 MIL
MAIS DE Existem mais de 6.000 dife-
doenças raras aquelas que afetam até 65 a cada 100.000 pessoas.
rentes tipos de doenças raras
Estima-se que aproximadamente 13 milhões de pessoas tenham e cada uma delas possui sinais
alguma doença rara no país, isso é mais que a população da cidade e sintomas bem específicos,
de São Paulo. podendo se manifestar desde
DOENÇAS RARAS o nascimento (ou mesmo antes
de nascer) até na vida adulta.
Cidade de
São Paulo
~12 milhões de habitantes
69 DOENÇAS RARAS
80%
têm causa
genética
O QUE CAUSA AS
doenças raras?
Existem diferentes causas para as doenças raras.
20%
têm causa infecciosa,
autoimune, ambiental
Aproximadamente 80% das doenças raras ou desconhecida
são genéticas, ou seja, ocorrem por alterações
em genes ou cromossomos. O restante podem
ser originadas de infecções, doenças autoimu-
nes, fatores ambientais ou ter a causa ainda
desconhecida. alterações em genes
ou cromossomos
Referência:
Doenças raras. Ministério da Saúde.
Leitura recomendada:
Doenças Raras. Blog Teste da Bochechinha.
02
DESAFIOS
de pacientes
com doenças raras
71 DESAFIOS DE PACIENTES COM DOENÇAS RARAS
COMO IDENTIFICAR AS
doenças raras?
Em muitos casos os pacientes não possuem um
diagnóstico ou demoram até conseguir o diagnós- As doenças raras podem ser identificadas por exames de triagem
tico correto: a variabilidade de sintomas entre os ou de diagnóstico. Entenda a diferença entre eles a seguir.
pacientes, a semelhança de alguns sintomas com
doenças comuns, ou até mesmo a falta de acesso ao
acompanhamento médico especializado são alguns TRIAGEM x DIAGNÓSTICO
dos motivos.
A triagem é feita de forma Já exames de diagnóstico
Crianças com doenças raras e suas famílias geral- preventiva, antes dos sinto- têm como objetivo confirmar
mente precisam consultar diversas especialidades mas aparecerem. uma suspeita médica de algu-
médicas, e podem levar de 3 a 10 anos para serem ma doença que já apresenta
corretamente diagnosticadas. Seu objetivo é identificar doen- sintomas.
ças que podem se desenvolver
A dificuldade em obter o diagnóstico atrasa o início nos próximos meses ou anos A Mendelics possui um amplo
de possíveis tratamentos, levando à progressão e ao e, por isso, recomenda-se que portfólio de exames de diagnós-
agravamento da doença, que em alguns casos pode seja feita o mais cedo possível. tico de doenças genéticas raras.
levar ao óbito precoce.
Assim, o diagnóstico precoce é funda- Os exames de triagem neonatal, feitos em bebês para
mental para estabelecer o tratamento detectar precocemente doenças da primeira infân-
adequado o quanto antes, proporcio- cia, são exemplos desse tipo de teste, como o Teste
nando mais qualidade de vida ao do Pezinho, Teste SCID e AGAMA, Teste do olhinho,
paciente. Teste do coraçãozinho e o Teste da Bochechinha.
Tratamento
MEDICAMENTOS ÓRFÃOS Embora sejam de difícil acesso, são cruciais para pacientes raros,
pois têm a função de prevenir e tratar a doença, evitando a progres-
Medicamentos órfãos são aqueles destinados para pacientes com são dos sintomas ou mesmo possibilitando o controle da doença.
doenças raras e sua produção não é considerada lucrativa pela
indústria farmacêutica, por isso, são caros e escassos. Estima-se que apenas 2% de todas doenças raras tenham pelo
menos um tratamento órfão aprovado.
95%
Medicamentos paliativos
e terapias de reabilitação
3%
Cirurgias e/ou
medicamentos regulares
Tratamentos para
DOENÇAS RARAS
2%
MEDICAMENTOS
ÓRFÃOS
73 DESAFIOS DE PACIENTES COM DOENÇAS RARAS
O desenvolvimento de tratamentos para doenças raras enfrenta O desinteresse das indústrias farmacêuticas se deve ao custo de
grandes desafios: desenvolvimento de um medicamento, que é muito alto.
Grande espectro de sinais e sintomas Existem leis relativas a medicamentos órfãos que têm o objetivo de
de uma enfermidade rara; incentivar as empresas farmacêuticas a desenvolverem e comercia-
lizarem medicamentos para o tratamento das doenças raras.
Obstáculos regulatórios;
No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu em 2014 a Política Nacio-
Investimentos elevados. nal de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras e apro-
vou as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças
Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), além de instituir
incentivos financeiros de custeio.
NÃO É RARO
Deficiências do Metabolismo
de Vitaminas e Minerais
Muitas outras doenças raras podem ser prevenidas
com medidas mais simples, como seguir um tratamen- Epilepsia Responsiva à Piridoxina
to nutricional (restrições na dieta ou suplementação).
Depois do diagnóstico, muitas vezes o paciente com doenças raras O paciente pode buscar orientações sobre acompanhamento,
precisará de um acompanhamento multidisciplinar. tratamento e informações sobre a doença com os profissionais de
saúde e pode buscar apoio em associações, ONGs e outras pesso-
↪ Ou seja, de um time de profissionais da saúde de diferen- as ou famílias que possuem a mesma doença rara.
tes especialidades, que dura a vida toda, requer tempo e pode
demandar recursos financeiros do paciente e de sua família.
PARA QUEM É
indicado?
Qualquer pessoa pode passar por um serviço de aconselha-
mento genético. Porém, essa consulta é mais indicada para os
seguintes casos:
Pessoas com uma doença genética; Quais as chances de passar a mutação para
seus filhos.
Pessoas que realizaram um exame genético e querem
entender o resultado. ↪ Por isso, o aconselhamento é importante
também para a família do paciente.
04
MENDELICS
Indica
80 MENDELICS INDICA
ACIDÚRIA
GLUTÁRICA TIPO 1 ADRENOLEUCODISTROFIA
DEFICIÊNCIA DE DISTROFIA
CARNITINA-PALMITOIL TRANSFERASE 2 (CPT II) MUSCULAR DE DUCHENNE
ESCLEROSE SÍNDROME DE
LATERAL AMIOTRÓFICA TREACHER COLLINS
FIBROSE CÍSTICA Apesar disso, os filmes e demais obras são uma boa
forma de conscientizar a população geral sobre as
doenças raras.
No Brasil, estima-se que mais de 13 milhões Além disso, tanto o paciente quanto seus familiares podem receber
de pessoas têm uma doença rara e você pode apoio para conhecer mais a respeito da doença, sobre centros de
encontrar informações, suporte, apoio jurídi- referência de tratamento especializado, bem como participar de
co e acolhimento em diversas associações e eventos relacionados a doenças raras e ter contato com profissionais
grupos de pacientes, familiares e profissio- multidisciplinares que podem ajudar os pacientes.
nais de saúde.
Com as informações certas e relevantes e compartilhando experi-
ências, o paciente se torna mais seguro a respeito de sua doença e
de seu diagnóstico e tratamento.
DOENÇA ASSOCIAÇÃO
ANEMIA
AAFESP (Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo)
FALCIFORME
ATROFIA MUSCULAR
INAME (Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal)
ESPINHAL (AME)
Movimento Duchenne
DISTROFIA MUSCULAR
ABDIM (Associação Brasileira de Distrofia Muscular)
DE DUCHENNE
Aliança Distrofia Brasil
DOENÇA DE
ABPDG (Associação Brasileira dos Portadores da Doença de Gaucher)
GAUCHER
EPIDERMÓLISE
DEBRA (Associação Nacional de Epidermólise Bolhosa)
BOLHOSA
ESCLEROSE
ABET (Associação Brasileira de Esclerose Tuberosa)
TUBEROSA
DOENÇA ASSOCIAÇÃO
Casa Hunter
DOENÇAS RARAS
FEPE (Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional)
EM GERAL
Instituto Vidas Raras
Meninas de Fibra
sistema respiratório e o digestivo.
Mendelics
dio), com sintomas no coração, sistema nervoso e rins.
HISTÓRIAS
RARAS
Conversando com outra pediatra fomos aconselhados a
fazer o Teste da Bochechinha nos meninos. Com o resultado
Moisés nasceu depois de uma gravidez normal e sem inter- em mãos, descobrimos que Moisés tinha a mesma doença
corrências. Seu desenvolvimento ocorria tranquilamen- do irmão.
te. Um ano e três meses depois, engravidei do Felipe, uma
gestação também com tudo dentro do esperado. Hoje, meus meninos estão bem. Felipe foi o mais afetado
com essa doença, mas hoje ele pula, corre, come pela boca
Porém, por volta dos seis meses, percebi um leve atraso e já está soltando algumas palavrinhas. Moisés tem uma vida
motor no Felipe. normal, já toma a medicação, cortamos a proteína e segue
em plena saúde, claro, com os devidos cuidados.
Por indicação da pediatra, realizamos uma tomografia e para
nossa surpresa, apareceu uma lesão cerebral indicando uma Se eu soubesse do Teste da Bochechinha, certamente já
doença rara metabólica chamada Acidúria Glutárica tipo 1. teria feito logo após o nascimento.
HISTÓRIAS
RARAS
Sempre fui uma criança muito doente, e isso me machuca A essa altura eu já havia desenvolvido depressão e ansie-
lembrar. Enquanto as outras crianças brincavam e corriam, dade, tanto por conta dos sintomas frequentes, quanto por
eu sentia dor e cansava fácil. Aliás, eu me sentia cansada conta de não encontrar a causa para tanto martírio.
o tempo todo. Era chamada de preguiçosa com frequência,
pois nunca queria fazer nada. Mesmo pequena, eu só queria Devido a buscas incansáveis e respostas vagas, questioná-
ficar quieta, parada no meu canto. Era a dita fadiga que a veis ou mesmo inconclusivas, ouvi, inclusive, que não tinha
doença de Fabry causa, mas naquela época nem eu e nem nada de errado comigo. Ouvi que eu estava inventando sinto-
ninguém ao meu redor – sequer médicos - sabíamos disso. mas para chamar a atenção.
“Matheus e Felipe
são muito amados
por todos e são
muito felizes.”
– Erika, mãe do Matheus e Felipe
HISTÓRIAS
Eles foram crescendo e vimos que eram crianças diferentes Sem o apoio da nossa família, não sei como iríamos fazer.
das outras, não conseguiam segurar o pescoço direito, os Não sabemos mensurar o amor que temos por eles, mesmo
braços e pernas eram mais rígidos, não ficavam de bruços, depois de um dia cansativo, só o sorriso deles faz desman-
não rolavam. Fomos aconselhados a ir em um neurologista. char qualquer situação ruim.
HISTÓRIAS
RARAS
A cada retirada que fazia, o tumor voltava maior. E conforme
Nasci com Neurofibromatose do tipo 1, e fui diagnosticada os tumores estavam crescendo, as complicações aumenta-
com um ano de idade devido a muitas manchas “café com vam: escoliose, dores, cansaço, muita indisposição.
leite” espalhadas pelo corpo.
Eu já estava cansada de seguir aquela rotina, até que resol-
Desde a descoberta desse diagnóstico comecei a frequentar vi colocar minha história nas redes sociais. Eu nunca tinha
médicos para o acompanhamento da doença com consultas falado sobre a Neurofibromatose com ninguém. Tinha medo
e exames. Passaram-se os anos e as manchas começaram a da reação das pessoas, já era difícil quando tinha que sair
aumentar e evoluir para tumores, mas não havia muito o que nas ruas e enfrentar os olhares, comentários e outras situa-
se fazer naquela época, por ser uma doença desconhecida. ções constrangedoras.
“Pedro é um
guerreiro vencedor.”
– Milena, mãe do Pedro Enrique
HISTÓRIAS
RARAS Porém, Pedro teve outra crise e tivemos que correr direto
para a UTI. As crises não paravam.
O Teste do Pezinho Ampliado do Pedro veio normal e fize- A importância desse diagnóstico tão precoce é gigante,
ram todos os exames de protocolo e constataram um quadro porque não existe cura para a doença, mas existe o trata-
viral. A alta veio depois de 10 dias e tudo corria bem. mento para que ele não tenha mais crises!
Texto
Ágatha Faria
Cleandra Gregório
Iuri Ventura
Juliana Gomes
Letícia Marcorin
Nathália Taniguti
Rafaella Peçanha
Ricardo Aguiar
Sabrina Trizote
Tarla Prado
Diagramação
Mariana Frizze
Ilustrações
Caio Araujo
Luana Motta
Luccas Emanuel
Mariana Frizze
Paloma Mayo