Influência Do Viés Cognitivo "Aversão À Perda" No Processo
Influência Do Viés Cognitivo "Aversão À Perda" No Processo
Influência Do Viés Cognitivo "Aversão À Perda" No Processo
RESUMO
Objetivo do estudo – Verificar se o viés cognitivo “aversão à perda” aumenta as vendas no canal de
venda direta assim como observado no varejo tradicional.
Método - Foi utilizada uma abordagem quantitativa, de método causal e natureza experimental em dois
experimentos de campo, a população foi constituída por 2.308 revendedores que atuam no setor de
beleza e cuidados pessoais de uma conhecida marca de cosméticos brasileira, durante os experimentos
acompanhou-se os dados de compras dos revendedores após ativação por marketing mobile com
diferentes enquadramentos de ganho e perda, para a mesma comunicação, o primeiro experimento teve
foco no estímulo financeiro e o segundo em atributos hedônicos dos produtos.
Principais resultados – Foram encontrados indícios de uma melhor performance em vendas quando a
comunicação desperta o sentimento de perda, entretanto o procedimento estatístico Mann-Whitney não
encontrou significância necessária para suportar e validar a influência nas vendas do viés aversão à perda
no canal de vendas diretas.
Contribuições teóricas – O presente trabalho contribui para a evolução do conhecimento e potenciais
aplicações de vieses cognitivos, base da economia comportamental, expandindo o escopo da influência
da teoria da perspectiva na tomada de decisão dos consumidores.
Relevância – Contribui com o canal de venda direta, importante setor da economia, mas carente de
pesquisas cientificas, com um melhor entendimento do processo de tomada de decisão de seus
consumidores, auxiliando as empresas a desenvolverem uma comunicação mais eficiente para seu
publico alvo.
Palavras-Chaves: Viés cognitivo, aversão à perda, venda direta, economia comportamental,
efeito de enquadramento.
ABSTRACT
Objective – To verify if the cognitive bias “loss aversion” increases sales in the direct sales
channel as observed in traditional retail.
Method - A quantitative approach was used, with a causal method and experimental nature in
two field experiments, the population consisted of 2,308 resellers who work in the beauty and personal
care sector of a well-known Brazilian cosmetics brand, during the experiments retailers' purchase data
after activation by mobile marketing with different gain and loss frameworks, for the same
communication, the first experiment focused on financial stimulus and the second on hedonic attributes
of the products.
Main results – Evidence of better sales performance was found when communication arouses
the feeling of loss, however t,he Mann-Whitney statistical procedure did not find the necessary
significance to support and validate the influence on sales of the loss aversion bias in the direct sales
channel.
Theoretical contributions – The present work contributes to the evolution of knowledge and
potential applications of cognitive biases, the basis of behavioral economics, expanding the scope of the
influence of perspective theory on consumer decision making.
Relevance – Contributes to the direct sales channel, an important sector of the economy but
lacking in scientific research, with a better understanding of the decision-making process of its
consumers, helping companies to develop more efficient communication for their target audience.
Keywords: Cognitive bias, loss aversion, direct selling, behavioral economics.
1. Introdução
As empresas de bens e consumo estão buscando cada vez mais uma gestão multicanal,
essa estratégia proporciona ao consumidor uma melhor experiência em sua jornada de compra
(Armstrong, 2016; Byrnes 2016; Kang 2018). Ao mesmo tempo, as companhias investem
esforços e recursos para entender como funciona o processo de tomada de decisão do
consumidor e influenciá-lo, entretanto, os estímulos podem alterar dependendo do produto,
momento da jornada de compra, mídia e o canal de vendas. (Kaila, 2020; Kokins, Straujuma &
Lapina, 2021).
Um canal que vem aumentando sua relevância é o de venda direta (VD), principalmente
no setor de beleza e cuidado (Beeler, Rapp & Zablah, 2021; Draskovic & Menija, 2021; Poon
& Albaum, 2019; World Federation of Direct Selling Associations [WFDSA], 2020). A venda
direta é um canal de varejo usado pelas empresas para comercializar seus produtos e serviços
por meio de empreendedores independentes e fora de um estabelecimento comercial fixo.
Segundo a WFDSA (2020) o Brasil ocupa a 6° colocação no mercado global de venda direta
movimento mais de R$ 46 bilhões e contando com 5,2 milhões de representantes independentes.
Muitas pessoas optam por esse canal pois gostam dos produtos ou serviços ofertados e querem
comprá-los com descontos, mas a maioria dos clientes deste canal é composta por pessoas que
compram com o intuito de revender para sua rede de relacionamento, como familiares, amigos
e colegas de trabalho, ficando com o lucro da transação. Alguns são tão bem-sucedidos que
expandem seus negócios construindo uma rede própria de vendedores diretos (Beeler et al.,
2021; Poon & Albaum, 2019).
O principal diferencial da venda direta é o relacionamento pessoal já existente entre os
empreendedores autônomos e o consumidor final, este relacionamento pré-existente garante
uma maior confiança do consumidor final quando comparada a outros canais de vendas (Poon
& Albaum, 2019). Estudos anteriores mostram que as empresas que atuam no canal de venda
direta precisam impactar os consumidores finais com bons produtos e serviços, mas
principalmente oferecer boas oportunidades de lucros aos revendedores (Poon & Albaum,
2019; Wotruba, 1989), outro ponto relevante a ser considerado na gestão desse canal é a forma
de se comunicar com os clientes, revendedor e consumidor final, uma vez possuem objetivos
diferentes ao se relacionarem com a marca é natural que o conteúdo e a forma de comunicação
mais eficiente não sejam as mesmas para ambos (Kaila, 2020; Kokins et al., 2021; Poon &
Albaum, 2019; Wotruba, 1989).
SUZART, F., SARFATI, G. 243
v19 n13 - Dezembro, 2022
RAU Revista de Administração Unimep ISSN 1679-535
Pesquisas indicam que além do conteúdo a forma com que uma mensagem é passada ao
consumidor influencia o comportamento humano, após chamar a atenção do consumidor é
necessário ativar o “gatilho de compras” (Löfgren, 2005). A ativação desse gatilho pode ocorrer
de diversas maneiras, algumas teorias cognitivas partem da premissa que determinados
processos decisórios de compra possuem motivações hedônicas básicas, ou seja, a busca pelo
prazer e o evitamento da dor, criando em alguns casos vieses cognitivos (Higgins, 1997;
Kahneman & Tversky, 1979, 1984).
Vieses cognitivos são atalhos mentais baseados nas heurísticas que levam os indivíduos
a desvios de racionalidade e lógica (Kahneman & Tversky 1979, 1984), um destes vieses é
conhecido como efeito de enquadramento, onde informações equivalentes podem ser mais ou
menos influentes na tomada de decisão dependendo de quais características são evidenciadas,
positivas ou negativas (Tewksbury & Scheufele, 2019). Para o varejo, o enquadramento
“negativo” gera um sentimento de renúncia do ganho ou da experiência que o produto trará,
para tanto a comunicação traz um senso de urgência e escassez como promoções por prazo
determinado ou estoques limitados, analogamente o enquadramento “positivo” destaca o ganho
hedônico na aquisição do bem (Chang, 2007; Lee, Liu & Cheng, 2018; Krishnamurthy, Carter
& Blair, 2001; Smith & Petty, 1996).
A literatura recente não aponta pesquisas a respeito da influência do efeito
enquadramento na venda direta. Neste contexto, a pergunta de pesquisa deste estudo é: Qual o
efeito nas vendas no canal venda direta no setor de cosméticos a partir da aplicação de premissas
dos vieses cognitivos na comunicação direcionada ao revendedor com intuito de influenciar sua
decisão de compra?
Para responder à pergunta de pesquisa este trabalho começa discutindo a literatura sobre
o efeito de enquadramento e vieses cognitivos no varejo, a revisão demonstrou resultados
consistentes em aumento da receita e o viés cognitivo “aversão à perda” (Grazzini, Rodrigo,
Aiello & Viglia, 2018; Han, Duhacheck & Agrawal, 2014; Jin, Zhang & Chen, 2017; Kim,
Bonn & Cho 2021; Yang & Mattila, 2020).
Como metodologia adotou-se uma abordagem quantitativa de método causal e natureza
experimental, baseados em dois experimentos de campo aplicados em 2.308 revendedores de
produtos de beleza e cosméticos, os experimentos tiveram foco na categoria de perfumaria
feminina, com produtos Liz e Floratta Red da marca O Boticário, a categoria foi escolhida por
possuir a maior participação de vendas da empresa, tendo um histórico de vendas mais robusto
para as análises necessárias, o Liz tinha uma campanha promocional prevista durante o
experimento, premissa necessária para a manipulação da variável.
Os experimentos foram executados entre os dias 02/12/2021 e 24/12/2021 e 14/02/2022
e 27/03/2022 em uma unidade franqueada na zona sul de São Paulo, em uma região de baixa
renda. Assim como nos estudos anteriores os gatilhos para despertarem o sentimento de perda
foram incentivos promocional ou ênfase em atributos hedônicos dos produtos, a diferença é o
canal de vendas, enquanto a literatura os experimentos ocorreram no varejo convencional, neste
estudo o foco foi o canal de venda direta. Após os experimentos os dados obtidos foram
analisados utilizando a técnica Mann-Whitney (MWW), que é aplicado para amostras que não
possuem uma distribuição normal, por fim, este trabalho apresentou suas conclusões, limitações
e sugestões de pesquisas futuras.
o viés aversão à perdas e o aumento de vendas, uma vez que o enquadramento negativo gera
um sentimento perda no consumidor influenciando a compra do produto em promoção,
evitando arrependimentos futuro em perder uma boa oportunidade (Grazzini et al., 2018; Han
et al., 2014; Jin et al., 2017; Kim et al., 2021; Yang & Mattila, 2020).
No entanto, tais estudos abordaram estímulos no varejo convencional, não abordando
as vendas diretas. Dentro da literatura o viés que demonstrou os resultados mais robustos dentro
do varejo foi de aversão à perda, motivo pelo qual foi o viés escolhido para o experimento,
logo, o presente estudo espera que o comportamento do revendedor de venda direta de produtos
de beleza e cuidados seja o mesmo observado por Kahneman e Tversky (1979), onde o impacto
emocional da perda é maior do que seu ganho equivalente, levando dessa forma as pessoas
tentarem mais evitar uma perda do que tentar obter o ganho, tanto propusemos a seguinte
hipótese.
H1: Revendedores do canal de venda direta de beleza e cuidados compram mais quando
os anúncios com promoções possuem enquadramento de perda ao invés de ganho.
Segundo a WFDSA (2020) uma quantidade desconhecida das compras feitas pelos
revendedores é para consumo próprio, tanto por pessoas que se cadastram unicamente com esse
fim, uma vez que conseguem adquirir os produtos com um preço menor que o varejo
convencional, como por revendedores que adicionam a sua compra para revenda produtos para
seu consumo. (Beeler et al., 2021). Para consumo próprio a literatura mostra que o
enquadramento de perdas gera mais vendas mesmo sem a necessidade de incentivos
promocionais, nesses casos a comunicação foca nos atributos dos produtos, que precisam
possuir características hedônicas e/ou indulgentes. O enquadramento de perda gera um
sentimento de culpa no consumidor influenciando a compra de um produto não essencial, mas
que lhe trará bem-estar (Avanzi et. al., 2020; Han et al., 2014). Dessa forma, a segunda hipótese
foi estruturada para testar se os revendedores da venda direta são mais influenciados por um
enquadramento negativo que destacam os atributos hedônicos dos produtos, sem incentivo
promocional.
H2: Revendedores do canal de venda direta de beleza e cuidados compram mais quando
os anúncios que destacam os atributos hedônicos dos produtos possuem um enquadramento de
perda ao invés de ganho.
3. Metodologia
3.1 Participantes
3.2 Procedimento
a molduras diferentes, uma com sentimento de perdas e outra de ganhos. Os anúncios foram
enviados pelo whatsapp, mesmo não conseguindo precisar se todos os revendedores
visualizaram as mensagens, esse meio de comunicação hoje é o principal ponto de contato da
empresa com suas revendedoras, sendo o ideal para o experimento, uma vez que Batra e Keller
(2016) identificaram que contato mobile propicia o comportamento intuitivo dos consumidores,
com tomada de decisão rápida e com maior carga emocional, ainda segundo os autores o
marketing mobile é mais eficiente quando customizado para refletir os gostos individuais.
A dinâmica e periodicidade dos envios não foram alterados em relação aos que a
empresa já efetuava no dia a dia, a única diferença durante os experimentos foi a comunicação
com sentimento de perda para os grupos analisados, o conteúdo, promoções e interações com
os participantes seguiram o padrão da efetuado pela empresa não havendo qualquer outra
intervenção ou modificação por parte do experimento.
Os clientes seguiram sua jornada habitual de consumo durante o período vigente da
campanha comercial, seus pedidos foram feitos pelo whatsapp, telefone, portal na internet,
presencialmente ou pelo aplicativo no celular. Ao final do período foi verificado, pelo ERP de
gestão, a quantidade de pessoas de ambos os grupos que compraram as promoções ofertadas no
experimento, assim como a quantidade comprada.
Grupo
Experim
ento
Grupo
Controle
Grupo
Controle
Grupo
Experim
ento
Para o procedimento foi utilizado a receita liquida dos produtos no período pré-
experimento, os resultados não apresentaram diferença significativas entre os grupos, o grupo
controle representou 51,3% da receita financeira dos produtos estudados, deixando dessa forma
48,7% para o grupo experimento.
4. Resultado
4.1 Teste de H1
Tabela 3. Resultado comparativo vendas Liz antes e depois do experimento para H1.
Participação LIZ Receita Líquida LIZ
P-Valor
Pré- Pré- Experimento Pré (Promoção) Experimento
Experim WMM
Grupo Experi Experimento X X X
ento entre
mento (Promoção) Pré-Experimento Pré-Experimento Pré (Promoção)
grupos
Controle 50,7% 51,3% 51,8% 42,3% 44,9% -1,8%
0,416
Experimento 49,3% 48,7% 48,2% 45,8% 41,8% 2,9%
Fonte: Dados da pesquisa
4.2 Teste de H2
Como o grupo experimento obteve uma performance melhor que o grupo controle
durante a manipulação do experimento sua participação da receita aumentou, saindo de 49,9%
para 51,9%, sendo 3,8pp superior que o grupo controle no período do experimento.
Assim como no experimento anterior existem indícios de uma melhor performance do
enquadramento negativo, porém não houve significância para o principal teste, de MWW (p-
value de 0,368), refutando dessa forma H2.O resultado sugere que o revendedor da venda direta
no setor de beleza e cuidados não compram mais quando cards mobile possuem enquadramento
de perda para os atributos hedônicos dos produtos, a teoria foi testada para o produto Floratta
Red, que pertence a categoria de perfumaria feminina.
que após vivenciar as perdas os indivíduos fizeram escolhas mais arriscadas, de acordo com o
efeito de enquadramento, no entanto, essa tendência diminuiu e/ou desapareceu quando a perda
foi vivenciada simultaneamente com sentimentos agradáveis ou desagradáveis. Como os
revendedores são clientes frequentes e todos os ciclos são impactados com dezenas de
campanhas publicitarias das marcas que revendem já vivenciaram várias vezes os sentimentos
de perda e ganhos para esses produtos, o que os tornam menos suscetíveis ao viés cognitivo
aversão à perda.
Uma vez que o foco da pesquisa foi observar o efeito do viés cognitivo em todos os
perfis de indivíduos sem distinção, trabalhos futuros poderiam analisar se o foco regulatório
descrito por Higgins (1997) influencia na incidência ou não de maior propensão ao viés
“aversão à perda”. Próximas pesquisas poderiam ainda verificar se o revendedor do VD que
não tem como fim a utilização do produto, mas sim obtenção do lucro, tem a mesma percepção
de o cliente final sobre hedonismo e utilidade dos produtos de cosméticos e cuidados. Por fim
futuros pesquisadores poderiam se a tomada de decisão do consumidor do VD é norteada pelo
sistema intuitivo ou racional, para os mais diferentes tipos de produtos.
O estudo apresenta algumas limitações, pela pesquisa ter sido realizada em uma franquia
o experimento não contou com produtos de marcas diferentes. Estudos futuros poderiam ser
realizados com produtos de outras marcas e diferentes categorias dentro de beleza e cuidados.
Também não foi possível isolar totalmente a propaganda aos revendedores, uma vez que a
franqueadora veicula suas campanhas de marketing em âmbito nacional. Ainda por força da
conformidade existente em um regime de franquia a pesquisa ficou limitada a uma pequena
região da cidade de São Paulo, o que limita a generalização dos resultados.
Novos estudos podem analisar o efeito de enquadramento em uma peça publicitaria
coordenada, com todas as mídias comunicando o mesmo enquadramento ao mesmo tempo,
aumentando o alcance da mensagem passada e não havendo possibilidade de estímulos
diferentes pelo meio ao qual é comunicado.
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