Este documento discute a identidade teológica da Igreja do Nazareno, com base em suas raízes históricas no arminianismo e no wesleyanismo. A ênfase no entendimento wesleyano da santificação e na restauração social foram elementos fundamentais na identidade da igreja. Manter essas características é importante para resistir às tendências pós-modernas que ameaçam corroer a fé.
Este documento discute a identidade teológica da Igreja do Nazareno, com base em suas raízes históricas no arminianismo e no wesleyanismo. A ênfase no entendimento wesleyano da santificação e na restauração social foram elementos fundamentais na identidade da igreja. Manter essas características é importante para resistir às tendências pós-modernas que ameaçam corroer a fé.
Este documento discute a identidade teológica da Igreja do Nazareno, com base em suas raízes históricas no arminianismo e no wesleyanismo. A ênfase no entendimento wesleyano da santificação e na restauração social foram elementos fundamentais na identidade da igreja. Manter essas características é importante para resistir às tendências pós-modernas que ameaçam corroer a fé.
Este documento discute a identidade teológica da Igreja do Nazareno, com base em suas raízes históricas no arminianismo e no wesleyanismo. A ênfase no entendimento wesleyano da santificação e na restauração social foram elementos fundamentais na identidade da igreja. Manter essas características é importante para resistir às tendências pós-modernas que ameaçam corroer a fé.
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HISTÓRIA E IDENTIDADE DA IGREJA DO NAZARENO – AQ
Murilo dos Santos Costa
PAUTA: Analisando quais elementos você considera fundamentais na
identidade teológica da Igreja do Nazareno, apontando para suas bases históricas e para sua relação com a atualidade (se algum(ns) desses elementos se perdeu, enfraqueceu ou fortaleceu). Proponha caminhos práticos para a manutenção de nossa identidade. A identidade teológica da Igreja do Nazareno normalmente tem sua origem resumida basicamente em dois paradigmas, o arminiano e o wesleyano. Pode parecer reducionista resumir a identidade de toda uma denominação a apenas dois termos ou conceitos teológicos, porém, tentarei demonstrar aqui um pouco do significado bem mais amplo e profundo que esses dois termos/conceitos abarcam em si e o como eles influenciaram e deram base para o que hoje conhecemos da Igreja do Nazareno. Primeiramente, quando falo de arminianismo, me refiro à soteriologia desenvolvida por Jacó Armínio e posteriormente pelos Remonstrantes, em oposição ao calvinismo, mas que na verdade tem suas bases principalmente na revisitação e releitura da teologia de pais da igreja como Irineu de Lião, Tertuliano e em especial Agostinho. Alguns reformadores também influenciaram o pensamento de Armínio, dos quais destaco Philipp Melanchthon. No geral, a teologia defendida por Armínio e pelos Remonstrantes eram as seguintes: o pecado original (segundo a visão agostiniana), depravação total, graça preveniente, livre-arbítrio, presciência divina, eleição condicional, expiação limitada e segurança em cristo. Daqui em diante darei mais ênfase ao lado wesleyano da identidade da Igreja do Nazareno, porém tendo como base a soteriologia que foi citada anteriormente. O principal aspecto distintivo da teologia e da identidade wesleyana está diretamente ligado ao correto entendimento da doutrina bíblica da santidade e/ou santificação. Mas antes precisamos entender o contexto histórico que motivou John Wesley a uma atitude mais incisiva em seu tempo. A corrupção da sociedade inglesa do século XVII e o afastamento da igreja dos ensinamentos práticos do Evangelho de Cristo foram os principais aspectos observados por Wesley. A Igreja Anglicana não passava de um mero braço do estado, o que praticamente acabou com a espiritualidade da época, com isso, inevitavelmente houve um abatimento moral da sociedade inglesa. As pessoas pareciam andar constantemente tristes e eram atraídos constantemente pelo alcoolismo, prostituição, brigas de animais ou outras atividades vergonhosas. Segundo Cairns, alguns historiadores acham até que a pregação de Wesley salvou a Inglaterra de uma revolução semelhante à da França. Após sua verdadeira conversão, em 24 de maio de 1738, John Wesley se dedicou intensamente à piedade, pureza interior e uma visão de santidade com forte ênfase social prática. Segundo Sawyer, uma das doutrinas distintivas desenvolvida por Wesley, foi a da perfeição cristã. Com isso ele se referia à obra santificadora do Espírito Santo na vida do crente, pela qual o coração é purificado do pecado, de modo que a pessoa é capaz de viver em perfeito amor em relação a Cristo. O movimento de santidade, na América do Norte, surgiu em meados do século XIX como um protesto contra o esquecimento, por parte da Igreja Metodista, do ensino de Wesley acerca da santificação e da santidade. Desse movimento, surgiram várias denominações que, testemunhando a miséria e o pecado das comunidades que os cercavam, desejavam reavivar as igrejas enfatizando a graça santificadora de Deus dentro de nós e no meio de nós, e assim trazer reforma moral às nações. Phineas Bresee, um dos fundadores da Igreja do Nazareno, acreditava que faltava às principais denominações a vontade de evangelizar as "grandes massas de povos nativos e estrangeiros". Este movimento também tem uma relação com o pentecostalismo, porém diferente da vertente que se popularizou posteriormente, o pentecostalismo contemporâneo ao movimento de santidade tinha muito mais relação com a inteira santificação ou perfeição cristã, do que com os dons espirituais. Resumidamente, a doutrina da inteira santificação, como foi adotada pela Igreja de Nazareno, foi desenvolvida um pouco diferente da maneira que Wesley acreditava. Wesley afirmava que esta santificação ocorria no momento da conversão, mas posteriormente John Fletcher passou a entender que a inteira santificação, ou o batismo com Espírito Santo, que eram na época inclusive termos intercambiáveis, ocorria posteriormente, como uma segunda obra da graça. Acredito que a partir desta doutrina, com toda a base teológica citada anteriormente, surgiram os elementos principais da identidade teológica da Igreja do Nazareno, pois a partir da experiência da perfeição cristã, entendemos que não somente é possível, mas inevitável, desenvolver melhor a missão e o ministério de todo cristão aqui na terra, que é fazer discípulos à semelhança de Cristo. É nessas bases que eu acredito que se fundamenta a identidade da Igreja do Nazareno. Observando a história e a atualidade, eu percebo que uma forte vertente do movimento de santidade que foi mantida pela Igreja do Nazareno até hoje é a ênfase na restauração social juntamente com a espiritual. Vejo no meu contexto geográfico que a Igreja do Nazareno procura ter uma penetração nas camadas mais carentes da sociedade da mesma forma que se aproxima das classes tidas como as elites, entendendo que a degradação da sociedade deve ser combatida de todas as formas, levando a presença do Reino de Deus, em santidade à todas as esferas da humanidade e promovendo a transformação dos corações e mentes através da pregação da Palavra de Deus e do Poder do Espírito Santo. Outra característica importantíssima herdade pela Igreja do Nazareno é o entendimento de que nós somos um ramo da santa igreja de Jesus Cristo, o que não nos permite sermos exclusivistas, sectaristas ou restauracionistas, acreditando que nós somos a única e verdadeira igreja. Isto permite uma aproximação e cooperação saudável com outros ramos da igreja de Deus. Duas máximas expressam muito bem este pensamento: “No essencial, unidade; em coisas não essenciais, liberdade; e em todas as coisas, caridade”; e “Se o seu coração é como o meu coração, dê-me a sua mão”. Tenho a esperança em Deus, que podemos resistir ao espírito da pós- modernidade que tem tomado conta de boa parte dos altares e púlpitos da atualidade, corrompendo e minando a fé e a santidade de muitas igrejas evangélicas. Faremos isto mantendo firmes as nossas convicções na sã doutrina, sem abrir mão da tradição, da razão e da experiência e empoderados pelo Espírito Santo de Deus até a volta do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!
Bibliografia:
Teologia de John Wesley; Kenneth J. Collins; Casa Publicadora das
Assembleias de Deus; 2010 História da Teologia Cristã; Roger Olson; Editora Vida; 2001 O Cristianismo Através dos Séculos; Earle E. Cairns; Editora Vida Nova; 2008 Uma Introdução à Teologia; M. James Sawyer; Editora Vida; 2009 Graça Para Todos; Clark H. Pinnock e John D. Wagner; Editora Reflexão; 2016 Arminianismo – A Mecânica da Salvação; Silas Daniel; Casa Publicadora das Assembleias de Deus; 2017 Breve História da Igreja do Nazareno; Vinícius Couto; Revista Caminhando; 2019 Um só Senhor. Uma só Fé. Um só Batismo; Vários autores; Nazalivros Publicações; 2017 Fundamentos Nazarenos; Church of the Nazarene; 2015