Unversidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia
Unversidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia
Unversidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia
LARA SARAIVA
Belo Horizonte
2008
LARA SARAIVA
ORIENTADORA
Dra. Maria Norma Melo
II
Trabalho desenvolvido no Laboratório de Biologia de Leishmania do Departamento de
Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, em parceria com Centro Nacional e Internacional para
Flebotomíneos e o Laboratório de Leishmanioses do Instituto de Pesquisas René Rachou
e com financiamento da Comunidade Econômica Européia pelo projeto LeishEpiNetSA.
III
Dedico este trabalho a todos aqueles que,
belamente, se encontram citados nas
justificativas de artigos de impacto na área da
parasitologia, e tão raramente são beneficiados
pelos mesmos.
IV
Colaboradores
Financiamento e suporte
V
Agradecimentos
Agradeço às instituições que permitiram a realização deste trabalho, tanto pela minha formação
acadêmica, quanto pelo apoio e financiamento: Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências
Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Pesquisas René Rachou, Comunidade
Econômica Européia e Prefeitura Municipal de Belo Horizonte;
È com muita felicidade que vejo que tenho muitas pessoas para agradecer, para não esquecer de
ninguém vou citá-las por blocos:
IRR - CRNIF
Agradeço, muito especialmente, a Alda Lima Falcão, que me iniciou de forma tão carinhosa nos
estudos dos flebotomíneos, por todo carinho e dedicação, pelo exemplo de paixão pelo trabalho. A senhora
sempre será a minha “mãe preta”.
Ao José Dilermando, Leco, que apenas por motivos burocráticos não receberá o merecido título de
coorientador. Obrigada por todos os ensinamentos, confiança, paciência e incentivos. Por me salvar em
todas as situações e por ler e corrigir tão rápido.
A Regina, Regis, pela amizade e carinho que sempre teve comigo, pelo exemplo de calma e fineza.
E pela organização do material referente aos flebotomíneos.
A Deborah por toda alegria e empenho como estudante de iniciação, pelo esforço e iniciativa. Por
todos os momentos engraçados dos quais nunca vou me esquecer (huuuuuuu).
A Cristiani e ao Gustavo pela ajuda em diversos momentos do trabalho.
IRR - LALEI
Agradeço a Célia, Celinha, por todas as dicas, ensinamentos e conversas esclarecedoras e
acalmadoras. E por todo o auxílio neste trabalho, por me ceder espaço para trabalhar no LALEI.
A minha querida Tina, doidinha, você sabe que tenho por você um sentimento todo especial !!!!!!!!
Te adoro, obrigada por toda ajuda e paciência, e por ser tão especial e engraçada e tornar a nossa vida
muito mais legal.
A Kenya pela amizade e conversas de sonhos. Obrigada por tudo, por me ouvir rir e chorar !!!!!
A Lutiana, Lut, pela amizade e por compartilhar comigo algumas angústias do processo e os dados
também.
A Patrícia, Paty, simplesmente uma grande amiga!!!! Muito obrigada por me ouvir sempre, me
entender. Me desculpe se assim que te via já queria falar dos meus problemas, mas era inevitável. Para
mim você é um exemplo de fé e confiança na vida, obrigada!!!! Agradeço também ao Igor (noivo da Paty -
casal ultra legal) pelas oportunidades e palavras de apoio.
A Cíntia pela amizade e por todos os momentos de alegria, infelizmente nos afastamos um pouco
mas, serei sempre sua amiga. Ao Rafael, Felipe e Eduardo pela colaboração em todos os momentos em
que precisei e pelos momentos de risos !!!!
A Dani e a Carla, pela amizade e por sempre lembrarem de minha na hora das festas do LALEI.
A todos os demais colegas do LALEI e do IRR, pela convivência e colaboração !!!!!!!!!!!!
Meu agradecimento especial aos motoristas do IRR: Toninho, Cláudio, Ronaldo, Augusto, Cleber e
VI
Gilvan pela colaboração nos trabalhos de campo, pela alegria, e excelente atuação profissional.
ICB
Aos meus amigos da graduação: Ana Flávia (você aparece de novo), Ariane, Daniele, Fabiana,
Izaque, Lucas e Rafael. Pela amizade e momentos de descontração. Aris e Dani obrigada pelo apoio e por
sempre se preocuparem comigo.
ICB - Parasitologia
Aos funcionários do Departamento de Parasitologia: Sumara, Vandro, Reginaldo, Sr. Edson, Sr,
Néri, Maria pelo carinho, apoio e paciência.
A todos os professores do Curso de Mestrado pelo apoio em minha formação acadêmica, pessoal e
profissional.
A minha ótima turma de mestrado, sem a qual teria desistido, nela cada um à sua maneira me
ensinou coisas muito importantes. Agradeço a todos!!! Gente, eu terei de fazer agradecimentos especiais a
alguns, não fiquem com ciúmes.
Minha querida amiga e companheira Ju, obrigada por tudo. Por compartilharmos tantas angústias
parecidas acho que nos identificamos muito. Sua companhia e amizade foram fundamentais para mim,
especialmente na etapa final. Obrigada por me compreender e apoiar, sempre.
Minha amiga Fátima, obrigada pelo carinho e compreensão de mãe, pelo apoio e exemplo de calma
e princípios.
A doce Érika, pelo conversar tão bom...., por me deixar participar de forma tão especial de sua vida.
Para mim você é um exemplo de serenidade diante das mudanças da vida. Obrigada!!!!!!!!
A incrível “Show me the parasite” Lílian, obrigada pelo exemplo de retidão de caráter e de princípios
que você sempre foi e será para mim, te admiro muito.
A turma Família Mexicana, pela adoção parcial, por todas as festas e momentos de alegria.
Agradeço especialmente a Ceres Luciana, querida Ceres muito obrigada por todo carinho e amizade. Te
admiro demais, amo seu bom humor!!!
ICB – Parasitologia – L4
Aos amigos do corredor, muito obrigada pela ótima convivência e agradeço especialmente a:
Ana Flávia, muito obrigada pela amizade, aceitação e bom humor. Com você aprendi na prática a
importância da assertividade na vida. Obrigada por me desculpar nos deslizes de birutice que às vezes
cometo. Você é minha amiga várias vezes !!!!
A Sílvia pelo carinho e amizade, a Helen pela doçura e por nos fazer rir tanto, pena que te conheci
só nos últimos meses.
Aos colegas de laboratório pela convivência.
A Rosângela e a Soraia, por todo apoio e ensinamentos técnicos. E lógico, por me aturarem, apesar
de todo estresse que causei.
A Camila pela colaboração na parte de caracterização ambiental e geoprocesamento.
A Ângela e a Janaína pela convivência, conversas e conselhos valiosos.
Ao meu trio favorito de jovens parasitologistas, que me escolou na arte do cafezinho e de como
sobreviver ao estresse da dissertação: Cíntia, Belinha e Sidney.
Cíntia, sem palavras!!!!!!! Muito obrigada por toda atenção e carinho, por me entender e não me
achar exagerada. Você foi fundamental para mim neste processo, te desejo todo sucesso do mundo,
VII
obrigada!!!
Belinha, obrigada pelo exemplo de princípios, como gostaria de ter um norte forte como o seu, te
admito muito. Obrigada por todas as conversas e momentos de brincadeiras.
Sidney obrigada pelo excelente e diferente bom humor, por ter me ajudado todas as vezes em que
precisei, pode até ser que o departamento não pare se você sair mas com certeza vai ficar bem
campenga!!!
A todos do Laboratório de Sorologia pela boa convivência e especialmente a professora Marilene
pelo exemplo profissional e pelas festas de natal (ótimas!!!!) e a Eloísa pela colaboração no campo e pelo
exemplo de amor aos cães.
Todos os amigos do gole da parasito (butecos de sexta) e especialmente a Vânia, exemplo de aluna
e de pessoa, muito obrigada por seu engajamento nas nossas causas e pela amizade e alegria.
Ao Professor Evaldo por me permiti utilizar o freezer -70ºC.
Aos professores Pezzy e Cidinha por cederem espaço em seus laboratórios para a capela de PCR.
A Elizabeth pela colaboração na parte de caracterização ambiental.
Ao Daniel pelo auxílio com a técnica de dissecação a professora Daniela pelas dicas com as PCR´s.
Ao Professor Nelder pela relatoria deste manuscrito.
Aos Professores Reginaldo Peçanha Brazil e Álvaro Eduardo Eiras por formarem, de forma tão
atenciosa, a banca avaliadora da dissertação.
PBH
A Gerente de Controle de Zoonoses da Regional Nordeste Neide e a Sofia por todo empenho para
que este trabalho fosse realizado. A Fernanda e a Vanessa do nível central do Controle de Zoonoses da
PBH, por toda a colaboração e explicações importantes.
Ao Felipe da PRODABEL, por toda a colaboração e apoio na aquisição e manipulação das
coordenadas, a Palmira pela ajuda com o banco de dados humano, ao Jota do Comitê de Ética da PBH,
pela paciência.
Aos meus amigos de trabalho em Venda Nova: Daniela pela maravilhosa e espontânea amizade,
estímulo e apoio. Ao Aluísio pelos sábios conselhos e momentos divertidíssimos e a Ana pela compreensão
e sinceridade.
Demais pessoas que comigo colaboraram
A Carina pelo entusiasmo em ajudar tanto na etapa de infecção natural como de
geoprocessamento, pela disponibilidade e por sempre me animar e ter falas de apoio nos momentos em
que mais precisei. Você para mim é um grande exemplo, obrigada!!!
Ao Christian pelas análises em geoprocessamento, mas principalmente pela boa vontade com que
participou deste processo e pelas correções e sugestões.
Ao Antero pela colaboração na técnica de dot-blot.
A minha querida professora de inglês Rosa, pelo apoio desde a época da preparação para os
exames até a etapa final com a revisão dos textos. Obrigada por todo apoio e pelas aulas mais alegres do
mundo.
Aos moradores da Regional Nordeste que por mais de 25 vezes abriram a porta de suas casas para
nós pudéssemos realizar este trabalho. Obrigada pela confiança e paciência, espero que os resultados
sejam benéfico de algum modo.
Aos que mais amo
VIII
As minhas amigas Cíntia e Débora por todo apoio, por sempre estarem presentes em minha vida,
mesmo que às vezes espacialmente distante. Obrigada pelos momentos de extrema descontração e alegria!
Ao meu grande amigo Rodrigo. Muito obrigada, para mim, você é mais que o corpo de bombeiros
pois: é o amigo certo nas horas incertas e nas horas certas também. Obrigada pelo apoio, por sempre me
ouvir e lógico pelos churrascos e conversas. Te adoro!!!
A minha MÃE, a você com lágrimas nos olhos agradeço por TUDO. Te amo. Nossa história não tem
preço, obrigada por estar sempre comigo, me aceitar do jeito que sou e me ajudar a enfrentar o mundo. E é
claro por cuidar tão bem de mim!!
A minha amada irmã Adda por toda a nossa história, pela inabalável amizade e por todos os
momentos de cumplicidade, carinho e humor. Ao meu cunhado, César, pela amizade e por cuidar da minha
irmã muito bem.
Ao meu amado sobrinho Lucas, que tão pequenino me ensina tanto. Você mudou minha forma de
ver a vida e sempre que recebo um sorriso seu volto a acreditar que ainda vale a pena lutar por um mundo
melhor.
Ao meu Leo, pelo amor a mim dedicado durante todo tempo, pelo companheirismo, amizade e
carinho. Por me mostrar que valia a pena acreditar em meus sonhos, pelo apoio computacional e
automotivo, e por sempre ser tão presente na minha vida, mesmo estando a muitos, muitos quilômetros de
distância. Te amo, ti ati ut.
A minha sogra-mãe Rose e a minha vô emprestada Dona Inízia por todo carinho, apoio e
compreensão.
Aos meus cães pela convivência e momentos engraçados e pela alegria com que me recebem,
sempre, todos os dias.
Aos meus guias invisíveis e a grande força que de alguma forma rege este universo, por não me
deixarem desesperar, mesmo nos momentos de maior revolta. Meu agradecimento especial a Iemanjá por
todos os momentos de rara inspiração!!!
Agradecimento especial
Agradeço muito especialmente a minha Orientadora Maria Norma, por ter me aceitado no
laboratório, pelo exemplo profissional e pessoal. Pela extrema empolgação e alegria para trabalhar. Mas,
principalmente por ter entendido as diversas crises pelas quais passei durante este processo e por aceitar,
mesmo um pouquinho, contrariada, nossas diferenças. Sei que causei um pouco de tumulto, mas juro que
não foi por mal, obrigada por relevar meu jeito meu estranho e ter tanta atenção comigo. Serei eternamente
grata por esses dois anos de importantes aprendizados.
Não ficou do jeito que eu queria, pois estava muito cansada ao escrever, mas ao ver as amizades
que criei, os laços que fortaleci, os problemas que superei e os fracassos que tive de aceitar vejo que
absolutamente valeu a pena. As experiências afetam cada pessoa de forma muito singular, por isso só seu o
significado de cada desafio para mim, mas também só eu sei a importância de cada pessoa que comigo
colaborou. Assim agradeço também a todos aqueles que por ventura não estão citados aqui, mas, que de
alguma forma me apoiaram, mesmo que com um único sorriso ou gesto gentil: OBRIGADA!!!!
IX
“(...) não importa o tanto que você pode
bater, mas sim o quanto consegue
apanhar e continuar (...)”
Sylvester Stallone
(Rock IV)
Resumo
Resumo
XI
Abstract
Abstract
Over the last 20 years, an increase of the number of human cases from all clinical
forms of leishmaniasis occurred in the world. They are considered emergent in some
areas and reemergent in others. This group of tropical diseases does not have effective
control measures. The control of visceral leishmaniasis (VL) in Brazil is inefficient even in
municipalities with a huge program of euthanasia of serological positive dogs and
insecticide spraying in areas with high incidence rates of human and canine cases.
At the present time, Belo Horizonte is the Brazilian city with high population which
suffers more with the occurrence of VL. From 1994 to 2007, 891 human cases were
notificated, 22 deaths in the last three years and high rates of canine prevalence. Regional
Nordeste presents the highest historical average of human cases of VL. Therefore the
leishmaniasis studies are prior. In this work, we established these goals: to study the
seasonal variation of sand flies fauna, to characterize the Leishmania species infecting
them, and to describe the environmental situations through geoprocessing analyses and
the peridomestic characterization.
We carried out fortnightly entomological captures during one year using HP light
traps, in 15 places following the location of human cases of VL in 2005. Captures using
Shannon light trap were performed out in places where infected sand flies were found. The
females were submitted to DNA extraction and PCR and PCR-RFLP reactions to verify the
natural infection rate by Leishmania sp., and the identification of the parasite species. The
environmental characterization from all places was carried out through a form and
photographs. The geoprocessing analyzed the influence of vegetation, hydrograph,
altitude and poverty pockets in the occurrence of human cases of LV, canine cases of
leishmaniases and sand flies vectors.
A total of 633 sand flies belonging to the genera Lutzomyia were captured,
L.whitmani accounted for 75% and L. longipalpis 11%, together responding to 85% of the
total. The natural infection rates were: L. longipalpis 19%, L. whitmani 3,8% e L.
termitophila 33,3% these ones with L. chagasi. The females of the complex cortellezzi
present 3,2% with L. braziliensis and 3,2% Leishmania sp. L. intermedia presents 14,3%
with Leishmania sp.
The majority of the peridomestic places have shown inadequate hygienic care
conditions allowing the development of sand flies. The geoprocessing analyses reveal no
relevant correlation between biogeographical aspects and human and canine cases of
leishmaniases and the presence of sand flies. Apart from the vegetation and the insect
presence the high average class of sand flies took place in wooded areas.
Both human and canine cases occurred in the areas with low average of sand
flies occurrence. This study confirms the urbanization of the L. longipalpis and suggests
the same pattern to L. whitmani, furthermore we show the important circulation of L.
chagasi in that Regional, even species that have never been infected with Leishmania
presented infection with L. chagasi. The biogeographical analyses suggested that the
peridomestic places are important to keep the sand flies populations in urban areas, and
pointed out a new profile of occurrence not related to classic factors.
XII
Lista de Figuras
Lista de Figuras
FIGURA 1: Divisão administrativa do Município de Belo Horizonte e sua localização no 45
Estado de Minas Gerais e no Brasil.
FIGURA 11: Mapa das áreas verdes da Regional Nordeste, PRODABEL 2007. 68
FIGURA 12: Mapa dos cursos d’água a céu aberto da Regional Nordeste, PRODABEL 1995. 69
FIGURA 13: Mapa das vilas e aglomerados urbanos da Regional Nordeste, PRODABEL 70
2006.
FIGURA 17: Gel de agarose 10%, corado pelo brometo de etídio, mostrando os produtos da 88
reação de PCR com iniciadores para o fragmento do gene da cacofonia do gênero
Lutzomyia. Canaletas: 1) PM: Padrão de massa molecular 120 pb, 2) C+: Controle positivo
(DNA extraído de L. longipalpis de colônia), 3 a 12) amostras de DNA de Lutzomyia
spp.estudo, 13) Controle negativo (todos os componentes da reação sem o acréscimo de
DNA).
FIGURA 18: Gel de poliacrilamida 6%, corado pela prata, mostrando os produtos da PCR 89
com os iniciadores para a região conservada do minicírculo do K-DNA de Leishmania sp. em
amostras de DNA extraídas de fêmeas de flebotomíneos. Canaletas: 1 e 18: Padrão de
massa molecular 100 pb, 2: Controle positivo (DNA de promastigotas de L. chagasi
(MHOM/BR/1967/BH46); 3: Controle negativo sem DNA. Canaletas 4 a 17 amostras 1 a 14
referentes a coletas do mês de julho de 2007.
FIGURA 20: Autoradiografias de produto de PCR hibridizado com sonda específica de kDNA 90
de L. chagasi. Amostras: 1,6,17,19,22,47,48,51,52,70,62,64,84,79,82,88. Cepas controles:
PH8 de L. amazonensis, M2903 de L. braziliensis, PP75 de L. chagasi.
FIGURA 21: Lote 1, A: Imediações do lote. B: Aspecto de uma das casas, notar parede sem 97
reboco. C: Cães criados no lote. D: Aspecto geral do quintal, notar locais sombreados e
XIII
Lista de Figuras
FIGURA 22: Lote 2, A: Vista geral do quintal, notar grande área cimentada. B: Vista geral de 97
duas das casas. C: Detalhe do quintal, notar armazenamento de lenha. D: Detalhe do
quintal, notar acúmulo de entulhos.
FIGURA 23: Lote 3, A: Localização da residência, notar mato alto e arborização. B: Aspecto 98
geral do quintal, notar grande acúmulo de entulhos. C: Área em frente a casa, notar lixo
descartado inadequadamente. D: Criação de cães, cadela com filhotes.
FIGURA 24: Lote 4, A: Detalhe do quintal, notar: acúmulo de entulhos. B: Aspecto geral do 98
quintal, notar locais sombreados, folhas no chão e acúmulo de entulhos. C: Detalhe do
quintal, notar acúmulo de entulhos.
FIGURA 25: Lote 5, A: Aspecto geral do quintal, com casa ao fundo. Notar presença de 99
árvores e locais sombreados. B: Grande quantidade de vasos de plantas. C: Grande
variedade e quantidade de materiais acumulados. D: Criação de galinhas.
FIGURA 26: Lote 6, A: Imediações do lote. B: Parte interna, notar área cimentada. C: Parte 99
interna, notar pequeno canteiro. D: Parte interna, notar área cimentada.
FIGURA 27: Lote 7, A: Árvore de grande porte, que propicia sombra em parte do quintal e 100
criação de pássaros. B: Cão criado no lote. C: Pequeno canteiro. D: Galinheiro, notar
limpeza do mesmo.
FIGURA 28: Lote 8, A: Lote e imediações B: Aspecto da residência, notar estrutura da 100
mesma. C e D: Aspecto geral do quintal, notar variedade de espécies vegetais, materiais
acumulados e locais sombreados.
FIGURA 29: Lote 10, A: Aspecto externo do lote, notar casa ao fundo, árvores e locais 101
sombreados. B: Horta, notar lenha empilhada. C: Variedade de materiais acumulados. D:
Cão criado no lote.
FIGURA 30: Fazenda SL (Lote 11), A: Um dos currais e cães. B: Criação de pavões e 101
galinhas. C: Área de mata. D: Rio das Velhas.
FIGURA 31: Lote 13, A: Aspecto externo. B: Cão, notar piso de ardósia. C: Madeira 102
empilhada. D: Vasos de plantas.
FIGURA 32: Lote 15, A: Cão criado no lote. B: Pequena mata no entorno. C: Plantas em 102
local sombreado. D: Aspecto geral do quintal, notar grande acúmulo de materiais.
FIGURA 33: Lote 16, A: Aspecto geral do lote. B: Criação de galinhas e outras aves. C: 103
Pinguela sobre o córrego (esgoto a céu aberto). D: Cão.
FIGURA 34: Médias de ocorrência de casos caninos de leishmaniose na Regional Nordeste, 109
notificados pela Gerência de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de Belo
Horizonte, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
FIGURA 35: Média de ocorrência de flebotomíneos vetores, a partir de coletas quinzenais 113
realizadas com armadilhas HP na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte, no
período de julho de 2006 a junho de 2007.
FIGURA 36: Sobreposição dos casos humanos de leishmaniose visceral e casos caninos de 115
leishmaniose na Regional Nordeste, notificados pela Gerência de Epidemiologia e
Informação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, no período de julho de 2006 a junho
de 2007.
XIV
Lista de Gráficos
Lista de Gráficos
GRÁFICO 7: Características presentes nos quintais dos lotes de estudo, que possivelmente 96
favorecem a ocorrência de flebotomíneos.
GRÁFICO 8: Ocorrência de Casos de LV humana por faixa hipsométrica na Regional Nordeste, 106
Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de 2007
GRÁFICO 10: Ocorrência de Casos de leishmaniose canina, por faixa hipsométrica na Regional 107
Nordeste, Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
GRÁFICO 12: Ocorrência média de flebotomíneos vetores de leishmanioses, por faixa 110
hipsométrica na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de
julho de 2006 a junho de 2007.
GRÁFICO 15: Ocorrência de casos de LV humana em relação às classes de ocorrência média de 114
flebotomíneos vetores de leishmanioses na Regional Nordeste, Município de Belo Horizonte-
MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
GRÁFICO 16: Ocorrência de casos de LV humana em relação às classes de ocorrência média de 114
casos de leishmaniose canina na Regional Nordeste, Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no
período de julho de 2006 a junho de 2007.
XV
Lista de Gráficos
GRÁFICO 17: Ocorrência média de casos de leishmaniose canina em relação às classes de 116
ocorrência média de flebotomíneos vetores de leishmanioses na Regional Nordeste, Município de
Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
XVI
Lista de Quadros
Lista de Quadros
QUADRO 5: Características que foram pesquisadas nos peridomicílios e que podem estar 59
relacionadas com a ocorrência de flebotomíneos
QUADRO 9: Taxas de Positividade para Leishmania sp. por espécie de flebotomíneo e tipo 92
de amostra
QUADRO 10: Distribuição de freqüências das características das residências presentes nos 94
lotes trabalhados, Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período
de julho de 2006 a junho de 2007
QUADRO 11: Distribuição de freqüências das características das peridomicílios dos lotes 95
trabalhados na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período
de julho de 2006 a junho de 2007
QUADRO 12: Animais domésticos presentes nos lotes estudados na Regional Nordeste, 95
Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de 2007
QUADRO 13: Características dos anexos presentes nos lotes estudados na Regional 104
Nordeste, Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho de
2007
XVII
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
XVIII
Abreviaturas
Abreviaturas
Imunoenzimático)
LV – Leishmaniose visceral
MG – Minas Gerais
polimerase)
U – Unidades
XIX
Sumário
Sumário
1. Introdução 20
1.1. Revisão de Literatura 24
1.1.1. Importância das Leishmanioses 24
1.1.2. Flebotomíneos – Estado da Arte 28
1.1.3. Técnicas moleculares no estudo da infecção natural de flebotomíneos por
Leishmania spp. 29
1.1.4. Leishmanioses no município de Belo Horizonte 31
1.1.5. Leishmanioses na Regional Nordeste 34
1.1.6. Comunidade e os processos da doença 34
1.1.7. Estudos por Geoprocessamento 36
2. Justificativa 38
3. Objetivos 42
4. Metodologia 44
4.1. Área de Estudo 44
4.2. Coletas de Flebotomíneos 47
4.2.1. Métodos de Coleta 49
4.2.2. Metodologia das Coletas 49
4.3. Processamento e acondicionamento dos Flebotomíneos coletados 51
4.3.1. Machos 51
4.3.1.1. Preparação e Montagem dos espécimes 51
4.3.2. Fêmeas 52
4.4. Identificação específica 52
4.5. Pesquisa da infecção natural por Leishmania sp. nas fêmeas de flebotomíneos 53
4.5.1. Dissecação 53
4.5.2. Extração de DNA 54
4.5.3. Reação de PCR para avaliar a presença de DNA de flebotomíneos após a extração 54
4.5.4. Reação de PCR para identificação do gênero Leishmania 55
4.5.5. PCR-RFLP (polimorfismos de comprimento dos fragmentos de restrição)
para a identificação específica de Leishmania 56
4.5.6. Hibridização de produtos de PCR (DOT-BLOT) 57
4.6. Inferência da taxa de infecção natural 57
4.7. Caracterização ambiental das residências 57
4.8. Análise por Geoprocessamento 60
4.8.1. Banco de dados humano 60
4.8.2. Banco de dados caninos 61
4.8.3. Banco de dados entomológicos para análises das espécies vetoras 61
4.8.4. Georreferenciamento 62
4.8.5. Tratamento prévio dos mapas 62
4.8.6. Análises dos mapas - Assinaturas 64
4.9. Análise de Resultados 72
4.10. Aprovação por Comitês de Ética 73
4.11. Aproveitamento dos resultados pelo setor público 73
5. Resultados 74
5.1. Estudo da Fauna Flebotomínica 74
5.1.1. Coletas com armadilhas luminosas HP 74
5.1.2. Coletas com armadilha de Shannon e Capturador de Castro 86
5.2. Estudos da Infecção Natural 87
5.2.1. Inferência das taxas de infecção natural por Leishmania 92
5.3. Caracterização ambiental dos locais de estudo 93
5.3.1.Caracterização fotográfica 96
5.3.2. Análise por geoprocessamento 106
6. Discussão 117
7. Considerações finais 146
8. Conclusões 147
9. Referências bibliográficas 150
10. Adendos 165
11. Anexos 171
XX
Introdução
Introdução
1. Introdução
21
Introdução
22
Introdução
23
Introdução
Leishmaniose Visceral
27
Introdução
28
Introdução
31
Introdução
32
Introdução
QUADRO 1
Espécies de flebotomíneos já relatadas para as regionais do Município de Belo Horizonte
REGIONAIS
DO
MUNICÍPIO ESPÉCIES DE FLEBOTOMÍNEOS JÁ RELATADAS AUTORES, ANO
DE BELO
HORIZONTE
33
Introdução
34
Introdução
35
Introdução
problemas ambientais.
A vigilância ambiental, considerando-se o uso de atributos vetoriais, deve
centrar-se no resgate de processos ecológicos, epidemiológicos, climáticos e
socais envolvidos na domiciliação e urbanização dos insetos (GOMES, 2002).
A incidência das leishmanioses está ligada a diversos processos de
ausência de saúde ambiental. KAWA & SABROZA (2002) relatam que o aumento
da incidência de LTA no Rio de Janeiro é conseqüência de diversos fatores
envolvendo a degradação ambiental, como: desmatamento, queimadas, invasões
de terras e especulação imobiliária.
Para o Município de Belo Horizonte existe uma correlação entre a área de
residência, o perfil socioeconômico da população, e a carga de agravos à saúde a
que tal área está sujeita. Esta carga pode ser determinada pela pobreza e
ausência de políticas públicas efetivas em saúde, (CAIAFFA et al., 2005).
36
Introdução
1859, quando Dr. John Snow traçou a origem de um surto de cólera em Londres,
identificando o veículo de transmissão da doença antes mesmo da descoberta dos
micróbios, desde então mapas são utilizados para seguir a dispersão de agravos,
identificar origens, determinar áreas alvo e avaliar epidemias (WHO, 2008).
A análise de dados distribuídos pelo espaço geográfico é cada vez mais
valorizada na gestão da saúde. Ela aponta subsídios para o planejamento e
avaliação de ações baseadas na análise da distribuição de doenças, localização
dos serviços de saúde e dos riscos ambientais (BARCELLOS & BASTOS, 1996).
A Geografia Médica tem se desenvolvido: na análise dos padrões de
distribuição espacial e temporal das doenças; no mapeamento das doenças;
ecologia das doenças, usando conceitos da análise sistêmica e aplicação de
conceitos geográficos ao planejamento para a localização e administração de
serviços de saúde.
Este quadro de evolução da ciência geográfica apresenta uma tecnologia
de grande significado para as pesquisas na área da saúde: o Geoprocessamento
(SOUZA, 2005).
Geoprocessamento é um termo amplo, que engloba diversas tecnologias
de tratamento e manipulação de dados geográficos, através de programas
computacionais. Dentre essas tecnologias, destacam-se: a utilização de Sistemas
de Posicionamento Global – GPS e os Sistemas de Informações Geográficas –
SIG.
Uma das maneiras de se conhecer mais detalhadamente, as condições de
saúde da população, é através de mapas que, permitem observar a distribuição
espacial de situações de risco e dos problemas de saúde. A abordagem espacial
permite a integração de dados demográficos, socioeconômicos e ambientais,
promovendo o interrelacionamento das informações de diversos bancos de dados
(BARCELLOS et al., 1998; BARCELLOS & BASTOS, 1996; SUSSER, 1994)
Desde 1993, a Organização Mundial de Saúde e o UNICEF (Fundo das
Nações Unidas para a Infância) utilizam o sistema de informações geográficas no
projeto de erradicação da dracunculose. Os sistemas de computação utilizados
permitem a visualização de focos da doença, o monitoramento de casos novos e a
37
Introdução
38
Justificativa
Justificativa
2. Justificativa
39
Justificativa
40
Justificativa
41
OBJETIVOS
Objetivos
3. Objetivos
Objetivo Geral
‘Objetivos específicos
43
Metodologia
Metodologia
4. Metodologia:
BELO HORIZONTE
FIGURA 1: Divisão administrativa do Município de Belo Horizonte e sua localização no Estado de Minas
Gerais e no Brasil
45
Metodologia
46
Metodologia
Armadilha luminosa HP
A armadilha luminosa automática HP (PUGEDO et al., 2005) utilizada
para coletas noturnas de 12 horas. Trata-se de tecnologia nacional, o
modelo da armadilha baseia-se no modelo já consagrado de armadilha CDC
(desenvolvida pelo Centers for Disease Control – USA – CDC, 2008). A
armadilha HP já foi testada em campo para a captura de flebotomíneos,
conforme descrito por PUGEDO et al. (2005) (Figura 4).
Armadilha de Shannon
A armadilha de Shannon (SHANNON, 1939) (Figura 5) utiliza fonte
luminosa e/ou isca animal, para atrair os insetos, sendo estes coletados com
o capturador manual de Castro. Em nosso estudo utilizamos isca luminosa.
47
Metodologia
FIGURA 4: Armadilha
luminosa HP
48
Metodologia
Coletas sistematizadas
50
Metodologia
QUADRO 2
Relação dos locais de coleta e número de armadilhas expostas em cada um deles
Lotes da Localidade, de
Número de
Localidade de Estudo acordo com numeração da
armadilhas utilizadas
figura 7
Bairro Fernão Dias 1, 2 2
Bairro Goiânia 3, 4 2
Bairro Maria Goreti 5 1
Bairro Eymard 6 1
Bairro Pirajá 7 1
Bairro São Gabriel 8, 9,10 3
Fazenda CA* 12 5
Fazenda SL* 11 5
Bairro Nazaré 13, 14 2
Bairro Paulo VI 15 1
Conjunto Ribeiro de Abreu 16 1
* Códigos de identificação das Fazendas, o nome das mesmas foi mantido em sigilo, por questões éticas.
4.3.1. Machos
51
Metodologia
4.3.2. Fêmeas
Espécimes fêmeas
Dissecação
52
Metodologia
4.5.1. Dissecação
53
Metodologia
54
Metodologia
QUADRO 3
Ciclos de amplificação da PCR para amplificação de
fragmento do gene da cacofonia
Ciclos de Amplificação
12’ – 94ºC desnaturação e ativação enzimática
30” – 94ºC desnaturação
30” – 55ºC anelamento
35 X
30” – 72ºC extensão
10’ – 72ºC extensão final
4ºC – para finalizar as reações
55
Metodologia
QUADRO 4
Ciclos de amplificação da PCR para amplificação de fragmentos da
região conservada do k DNA de Leishmania sp.
Ciclos de Amplificação
4’ – 94ºC desnaturação e ativação enzimática
30” – 94ºC desnaturação
30” – 60ºC anelamento
30 X
30” – 72ºC extensão
10’ – 72ºC extensão final
4ºC – para finalizar as reações
56
Metodologia
57
Metodologia
foram instaladas.
As fichas de caracterização apresentavam questões tanto sobre as
casas como sobre os peridomicílios. A avaliação dos parâmetros
considerados foi restrita à presença/ausência dos mesmos, sendo as
análises descritivas. Em relação à estrutura das casas, alguns indicadores
da condição sócio econômica foram avaliados: tipo de parede, tipo de piso,
tipo de teto, condição do banheiro e instalação sanitária da casa.
Estes indicadores foram relacionados à ocorrência de flebotomíneos,
pois as condições das paredes, pisos e tetos das casas podem criar abrigos
para este grupo de insetos, uma vez que paredes sem reboco, rachaduras,
buracos, infiltração, tetos apenas de telha ou apenas de laje, e piso de terra
batida aumentam a umidade no interior das casas e favorecem a existência
de abrigos. A ocorrência de mofo foi considerada fator indicativo de alta
umidade.
Quanto aos peridomicílios, foi realizada uma classificação avaliando
os aspectos referentes à limpeza e cuidado, inferidos a partir da
caracterização. Além de condições que conhecidamente podem favorecer a
ocorrência de flebotomíneos, foram avaliadas condições que também podem
facilitar a ocorrência de outros agravos urbanos.
Os indicadores utilizados foram os presentes nos itens 12,13 e 14 da
ficha de caracterização e estão resumidos no quadro 4 tais definições são
embasadas pelos Manuais de Controle das Leishmanioses (BRASIL 2006,
BRASIL 2002A, BRASIL 2002B).
58
Metodologia
QUADRO 5
Características que foram pesquisadas nos peridomicílios e que podem estar
relacionadas com a ocorrência de flebotomíneos
Características dos peridomicílios que
Condição que tais características
podem relacionar-se à ocorrência de
podem propiciar
flebotomíneos
Árvores Abrigo e Criadouros
Plantas e hortas Criadouros
Madeira empilhada Criadouros
Entulho Abrigo e Criadouros
Lixo não acondicionado Criadouros
Montes de folhas e troncos podres Criadouros
Esterco Criadouros
Esgoto a céu aberto Criadouros
Canais de águas pluviais Criadouros
Animais domésticos Fontes de alimento
59
Metodologia
60
Metodologia
61
Metodologia
4.8.4. Georreferenciamento
62
Metodologia
Mapa de Vegetação
O mapa foi cedido pela PRODABEL, do ano de 2007, em extensão
.TAB do MapInfo. Foi realizada uma classificação no ArcGis 9.2 com o
seguinte parâmetro:
Mapa de Hipsometria
O mapa cedido pela PRODABEL, do ano de 1989, em extensão .TAB
do MapInfo, e representava as curvas de nível da Regional. Através do
ArcGis 9.2 foi feita a classificação das faixas altimétricas: abaixo de 700m,
63
Metodologia
entre 701m e 750m, entre 751m e 800m, entre 801m e 850m, entre 851m e
900, e acima de 901m, representadas no mapa por um “dégradé” de tons de
marrom (Figura 13).
64
Metodologia
Como a escolha dos pontos de coleta não foi aleatória e não cobriu
toda a área da Regional, pois se baseou nos locais de ocorrência de casos
humanos de leishmaniose visceral no ano de 2005, esta metodologia não
pode considerar a distribuição da fauna de vetores da regional como um
todo, trata-se de uma análise exploratória que descreve um evento referente
a local e tempo determinados.
65
Metodologia
66
Metodologia
67
Metodologia
FIGURA 11: Mapa das áreas verdes da Regional Nordeste, PRODABEL 2007.
68
Metodologia
FIGURA 12: Mapa dos Cursos d’água a céu aberto da Regional Nordeste,
PRODABEL 1995.
69
Metodologia
70
Metodologia
71
Metodologia
72
Metodologia
73
Resultados
“E se o conhecer do mundo pelo homem é verdadeiro ou falso, disse
ele. Pouco importa sejam verdadeiros ou falsos as hipóteses, a fé, o
cálculo, desde que descrevam e reproduzam o que tem existência,
que eu não temesse as contradições...”
Ana Miranda
Resultados
5. Resultados
TABELA 1
Total de espécies de flebotomíneos coletados na Regional
Nordeste, Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no período de
julho de 2006 a junho de 2007
Números absolutos
Espécies Coletadas Machos Fêmeas Total
Complexo cortellezzi 0 31 31
Lutzomyia cortellezzi 7 0 7
Lutzomyia intermedia 22 7 29
Lutzomyia lenti 5 1 6
Lutzomyia longipalpis 47 21 68
Luzomyia lloydii 1 0 1
Lutzomyia lutziana 2 2 4
Lutzomyia sallesi 2 0 2
Lutzomyia termitophila 0 3 3
Lutzomyia whitmani 294 181 475
Lutzomyia sp. 7 0 7
Total 387 246 633
74
Resultados
TABELA 2
Freqüência relativa das espécies de flebotomíneos coletadas na
Regional Nordeste Município de Belo Horizonte-MG/Brasil, no
período de julho de 2006 a junho de 2007.
Freqüência Relativa por espécie e
Espécies Coletadas sexo (%)
Machos Fêmeas Total
Lutzomyia whitmani 46,40 28,60 75,00
Lutzomyia longipalpis 7,40 3,30 10,70
Complexo cortellezzi 0,00 4,90 4,90
Lutzomyia intermedia 3,50 1,100 4,60
Lutzomyia lenti 0,80 0,15 0,95
Lutzomyia cortellezzi 1,10 0,00 1,10
Lutzomyia sp. 1,10 0,00 1,10
Lutzomyia lutziana 0,32 0,30 0,62
Lutzomyia termitophila 0,00 0,50 0,50
Lutzomyia sallesi 0,32 0,00 0,32
Luzomyia lloyd 0,16 0,00 0,16
Total 61,00 39,00 100,00
4%
5% Lutzomyia whitmani
5% Lutzomyia longipalpis
Complexo cortellezzi
Lutzomyia cortellezzi
Lutzomyia sp.
Lutzomyia lenti
Lutzomyia lutziana
Lutzomyia termitophila
Lutzomyia lloyd
75
Resultados
76
Resultados
TABELA 3
Média de Flebotomíneos coletados, por localidade de estudo, na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte/MG, no período de julho de 2006 a junho
de 2007.
Localidades de Estudo
Espécies Coletadas
Fernão Dias Goiânia Maria Goreti Eymard Pirajá São Gabriel Faz. SL Faz. CA Nazaré Paulo IV Ribeiro de Abreu
Complexo cortellezzi 0 1 0 0 1 0 1 3 1 2 6
Lutzomyia cortellezzi 0 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1
Lutzomyia intermedia 1 0 0 0 0 0 1 4 1 0 2
Lutzomyia lenti 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
Lutzomyia longipalpis 1 2 3 5 16 2 0 1 14 2 1
Luzomyia lloydii 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Lutzomyia lutziana 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
Lutzomyia sallesi 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
Lutzomyia termitophila 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
Lutzomyia whitmani 3 1 1 1 0 1 44 48 2 1 1
Lutzomyia sp. 1 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0
77
Resultados
44 48
1
0 0
3 0 0
1 1 0 0 2
1 0
0 0 0 1 0
0 2 0 Lutzomyia sp.
0 0 0 1
0 0 0 1 1
0 1 Lutzomyia whitmani
1 0 0 0 0
0 0 1 1 0 Lutzomyia termitophila
0 0
0 0 16 0 0 1 0 0
0 0 1 Lutzomyia sallesi
1 2 3 5 0 0 0 0
0 1 14 0 Lutzomyia lutziana
0 2 0 0
0 0 0 1 0 Luzomyia lloyd
1 0 0 2
0 0 0 1 1 Média de
0 1 Lutzomyia longipalpis
0 0 0 4 0 0
0 0 1 0 Lutzomyia lenti Flebotomíneos
0 0 1 1
1 1 1 0 2 capturados por espécie
0 0 1 Lutzomyia intermedia
1 0 1
0 1 3 1
Fernão Dias
6 Lutzomyia cortellezzi
Goiânia
1
Maria Goreti
2
Eymard
Pirajá
São Gabriel
Complexo cortellezzi
Faz. Souza-Lima
Faz. CICA
Nazaré
Paulo IV
Ribeiro de Abreu
Localidades de Estudo
78
Resultados
TABELA 4
Comparação dos números de flebotomíneos por espécie, coletados nos ambientes
urbanos e áreas verdes da Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte, no
período de julho de 2006 a junho de 2007.
Ambiente de Estudo
Espécies Coletadas Urbano Área Verde
Nº absoluto Nº relativo (%) Nº absoluto Nº relativo(%)
Complexo cortellezzi 13 12,75 18 3,39
Lutzomyia cortellezzi 4 3,92 3 0,56
Lutzomyia intermedia 4 3,92 25 4,71
Lutzomyia lenti 0 0 6 1,13
Lutzomyia longipalpis 64 62,75 4 0,75
Lutzomyia lloydii 0 0 1 0,19
Lutzomyia lutziana 1 0,98 3 0,56
Lutzomyia sallesi 0 0 2 0,38
Lutzomyia termitophila 0 0 3 0,56
Lutzomyia whitmani 15 14,71 460 86,63
Lutzomyia sp. 1 0,98 6 1,13
Total 102 16 531 84
79
Resultados
Porcentagem de Flebotomíneos
100%
90% Urbana
80%
70% Rural
Coletados
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
L. longipalpis L. whitmani
Espécies de Estudo
TABELA 5
Ocorrência de flebotomíneos, por número de
espécimes, coletadas mensalmente por ambiente
de estudo, na Regional Nordeste do Município de
Belo Horizonte - MG/Brasil, no período de julho a
junho de 2007.
(Mann-Whitney - p-valor: 0,0073)
80
Resultados
25%
20%
capturados
15%
10%
5%
0%
jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07
Meses
Lutzomyia whitmani Lutzomyia longipalpis Lutzomyia intermedia
81
Resultados
TABELA 6
Flebotomíneos capturados mensalmente por espécie, na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte - MG/Brasil, no período de julho de 2006 a junho
de 2007.
Total de espécies capturadas por mês e porcentagem com relação ao total coletado (N/%)
Espécies Coletadas Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total
Complexo cortellezzi 0 (0) 1 (0,16) 1 (0,16) 3 (0,5) 8 (1,3) 7 (1,1) 4 (0,6) 0 (0) 1 (0,16) 3 (0,5) 2 (0,3) 1 (0,16) 31 (4,9)
Lutzomyia cortellezzi 0 (0) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 2 (0,31) 4 (0,6) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 7 (1,07)
Lutzomyia intermedia 3 (0,5) 6 (0,95) 2 (0,32) 0 (0) 3 (0,5) 9 (1,4) 0 (0,16) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 0 (0) 5 (0,8) 29 (4,57)
Lutzomyia lenti 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (1) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (1,0)
Lutzomyia longipalpis 5 (0,78) 8 (1,26) 6 (0,95) 3 (0,5) 11 (1,7) 5 (0,8) 9 (1,4) 5 (0,8) 7 (1,1) 4 (0,6) 2 (0,3) 3 (0,5) 68 (10,63)
Lutzomyia lloydii 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,16)
Lutzomyia lutziana 2 (0,32) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 0 (0) 4 (0,64)
Lutzomyia sallesi 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (0,32)
Lutzomyia termitophila 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1,6) 0 (0) 0 (0) 1 (0,16) 0 (0) 1 (0,16) 3 (0,5)
Lutzomyia whitmani 124 (19,5) 125 (19,7) 76 (12) 7 (1,1) 12 (1,9) 18 (2,8) 6 (1) 3 (0,5) 23 (3,6) 4 (0,6) 32 (5,0) 45 (7,0) 475 (75)
Lutzomyia sp. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 7 (1,1) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 7 (1,1)
Total 134 (21,1) 141 (22,23) 86 (13,58) 20 (3,14) 37 (5,84) 50 (7,86) 20 (3,16) 9 (1,43) 32 (5,02) 13 (1,99) 36 (5,6) 55 (8,59) 633 (100,0)
82
Resultados
QUADRO 6
83
Resultados
25% 30
25
Porcentagem de Flebotomíneos Coletados
20%
15
10%
10
5%
5
0% 0
jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07
Meses
GRÁFICO 5: Média de Flebotomíneos capturados mensalmente na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte – MG/Basil, em comparação
com os parâmetros climático temperatura média, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
84
Resultados
25% 400
350
Porcentagem de Flebotomíneos Coletados
20%
300
Referência Climática
250
15%
200
10%
150
100
5%
50
0% 0
jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07
Meses
Total de Flebotomíneos Capturados Lutzomyia whitmani Umidade relativa média Precipitação total
GRÁFICO 6: Média de Flebotomíneos capturados mensalmente na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte – MG/Basil, em
comparação com os parâmetros climáticos: pluviosidade total e da umidade relativa do ar média, no período de julho de
2006 a junho de 2007.
85
Resultados
TABELA 7
Resultados das coletas com armadilha luminosa de Shannon, na Regional Nordeste do
Município de Belo Horizonte/MG, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
Número de espécimes capturados por sexo
Espécies Coletadas
Machos Fêmeas Totais
Lutzomyia longipalpis 16 3 19
Lutzomyia whitmani 3 5 8
Totais 19 8 27
86
Resultados
Das 246 fêmeas coletadas, 245 foram dissecadas, apenas uma foi
preparada e montada, conforme protocolo descrito para os espécimes machos,
por falha no momento da triagem. Das 245 fêmeas dissecadas 19 apresentam
sangue no intestino, destas três apresentaram infecção natural por Leishmania.
Considerando as análises ao microscópico óptico, apenas três espécimes
apresentaram formas flageladas no intestino. Nos três achados, os flagelados
apresentaram-se livres e em movimento na porção mediana do intestino
(Figuras: 15 e 16). As fêmeas pertenciam à espécie L. longipalpis e foram
provenientes do mesmo ponto de coleta no bairro Nazaré (Quadro 8). Não foi
possível o isolamento dos flagelados em meio de cultura, devido à contaminação
por fungos filamentosos nas três amostras.
87
Resultados
QUADRO 7
Quantidade de amostras de flebotomíneos
analisadas, de acordo com o número de exemplares
presentes
Quantidade de
Tipo de amostra amostras
Um espécime 85
Grupo de 2 espécimes 13
Grupo de 3 espécimes 4
Grupo de 4 espécimes 3
Grupo de 5 espécimes 3
Grupo de 6 espécimes 4
Grupo de 9 espécimes 2
Grupo de 10 espécimes 6
Total de amostras 120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Amostras
PM C+ C-
120 pb
200 pb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
120 pb
FIGURA 18: Gel de poliacrilamida 6%, corado pela prata, mostrando os produtos
da PCR com os iniciadores para a região conservada do minicírculo
do K-DNA de Leishmania sp. em amostras de DNA extraídas de
fêmeas de flebotomíneos. Canaletas 1 e 18: Padrão de massa
molecular 100 pb, 2: Controle positivo (DNA de promastigotas de L.
chagasi (MOHOM/BR/1967/BH46); 3: Controle negativo sem DNA.
Canaletas 4 a 17: amostras referentes a coletas do mês de julho de
2007.
89
Resultados
FIGURA 19: Gel de poliacrilamida 10%, corado pela FIGURA 20: Autoradiografias de produto de PCR
prata, mostrando os produtos da reação hibridizado com sonda específica de kDNA
de PCR-RFLP. Canaleta 1: Padrão de de L. chagasi. Amostras:
massa molecular 50pb 2: cepa PH8 de L. 1,6,17,19,22,47,48,51,52,70,62,64,84,79,8
amazonensis, 3: cepa M2903 de L. 2,88 . Cepas controles: PH8 de L.
braziliensis, 4: cepa PP75 de L. chagasi. amazonensis, M2903 de L. braziliensis,
Canaletas 5 a 9 amostras: amostras P75 de L. chagasi.
positivas para Leishmania chagasi.
90
Resultados
QUADRO 8
Amostras de flebotomíneos positivas para infecção por Leishmania sp, segundo local e data de captura,
tipo de amostra e técnicas utilizadas para estudo da infecção natural
Nº da Data da Exemplar Flagelados no
Local Espécie PCR-RFLP Hibridização
amostras Coleta es Intestino
91
Resultados
A maior parte das infecções naturais encontradas foi por L. chagasi. Para
L. longipalpis, a principal vetora desta espécie, a taxa de positividade foi de 19%.
A infecção por L. chagasi também foi encontrada em espécies de flebotomíneos
que não são consideradas vetoras da mesma: L. whitmani apresentou de 3,8%
de positividade e L. termitophila 33,3%. Para essa espécie de flebotomíneo
foram coletados apenas três espécimes sendo um deles positivo para L.
chagasi.
Para o Complexo cortellezzi as taxas foram de 3,2% para L. braziliensis e
3,2% Leishmania sp. A espécie L. intermedia foi capturada em pequeno número,
sete, apresentado 14,3% de positividade para Leishmania sp. O quadro 9
apresenta estes resultados em detalhes.
QUADRO 9
Taxas de Positividade para Leishmania por espécie de flebotomíneo e tipo de amostra.
Número de Número de
Espécie de Taxa de Infecção
Espécies espécimes espécimes/grupos
Leishmania Natural
coletados infectados
L. whitmani 181 7 L. chagasi 3,8%
L.longipalpis 21 4 L. chagasi 19%
Complexo cortellezzi 31 1 L. braziliensis 3,2%
Complexo cortellezzi 31 1 Leishmania sp. 3,2%
L.intermedia 7 1 Leishmania sp. 14,3%
L.termitophila 3 1 L. chagasi 33,3%
92
Resultados
93
Resultados
QUADRO 10
Distribuição de freqüências das características das residências presentes nos lotes
trabalhados na Regional Nordeste de Belo Horizonte/MG, no período de julho de 2006 a junho
de 2007
N°° de lotes Porcentagem de lotes que
Característica das casas
(n=14) apresentou a característica
Tipo de parede
Tijolo sem reboco 4 28,6%
Tijolo com reboco 10 71,4%
Tipo de teto
Laje 5 35,7%
Telha 3 21,4%
Laje e telha 6 42,9%
Tipo de piso
Cerâmica, ardósia, porcelanato, ladrilho 3 20,0%
Cimento queimado 3 24,0%
Misto 8 56,0%
Presença de mofo
Sim 5 35,7%
Não 9 64,3%
Presença de infiltração
Sim 4 28,6%
Não 10 71,4%
Presença de rachaduras
Sim 7 50,0%
Não 7 50,0%
Presença de buracos
Sim 5 35,7%
Não 9 64,3%
Rede de esgoto
Sim 13 92,9%
Não (esgoto a céu aberto) 1 7,1%
Tipo de esgoto (1)
Ligado à rede da prefeitura 8 72,7%
Ligado à fossa 2 18,2%
Ligado ao córrego 1 9,1%
Presença de banheiro nas casas
Sim 14 100,00%
Não 0 100,00%
Tipo de Banheiro das casas
Completo 14 100,00%
Incompleto 0 100,00%
94
Resultados
QUADRO 11
Distribuição de freqüências das características dos peridomicílios dos lotes trabalhados na
Regional Nordeste de Belo Horizonte/MG, no período de julho de 2006 a junho de 2007
Características do peridomicílio dos N°° de lotes que apresentaram a % de lotes que apresentaram a
característica característica
lotes estudados
Presença de árvores
Sim 12 85,7%
Não 2 14,3%
Presença de plantas em vasos
Sim 11 78,6%
Não 3 21,4%
Presença de Horta
Sim 5 35,7%
Não 9 64,3%
Presença de madeira empilhada
Sim 13 92,9%
Não 1 7,1%
Presença de entulhos
Sim 12 85,7%
Não 2 14,3%
Presença de lixo doméstico não
acondicionado
Sim 3 21,4%
Não 11 78,6%
Presença de montes de folhas
Sim 8 57,1%
Não 6 42,9%
Presença de esterco
Sim 5 35,7%
Não 9 64,3%
Presença de esgoto a céu aberto
Sim 1 7,1%
Não 13 92,9%
Presença de águas pluviais
Sim 3 21,4%
Não 11 78,6%
Presença de gaiolas de passarinho
Sim 6 42,9%
Não 8 57,1%
Destino do lixo
Recolhido pelo serviço municipal 13 92,9%
Colocam na caçamba 1 7,1%
Localização da casa
Urbana 13 92,90%
Área Verde 1 7,10%
QUADRO 12
Animais domésticos presentes nos lotes estudados na Regional Nordeste
do Município de Belo Horizonte, no período de julho de 2006 a junho de
2007
Animais de N°° de lotes que Porcentagem de lotes que Quantidade
apresentam a apresentaram a média de
criação/ característica animais por lote
característica
estimação
Cão 11 78,57% 2,0
Gato 1 7,14% 0,21
Pássaros 6 42,85% 1,92
Galinhas 6 42,85% 10,0
95
Resultados
16
12
10
0
Árvores Plantas em Horta Madeira Entulhos Montes de Presença de Criação de Criação de Criação de Criação de
vasos empilhada folhas águas cães pássaros galinhas gatos
pluviais
GRÁFICO 7: Características presentes nos quintais dos lotes de estudo que possivelmente favorecem a
ocorrência de flebotomíneos.
96
Resultados
A B
C D
A B
C D
97
Resultados
A B
C D
B
C
98
Resultados
A B
C D
FIGURA 25: Lote 5, A: Aspecto geral do quintal, com casa ao fundo. Notar
presença de árvores e locais sombreados. B: Grande
quantidade de vasos de plantas. C: Grande variedade e
quantidade de materiais acumulados. D: Criação de galinhas.
A B
C D
A B
C D
A B
C D
A B
C D
C D
A B
C D
101
Resultados
A B
C D
A B
C D
FIGURA 32: Lote 15, A: Cão criado no lote. B: Pequena mata no entorno. C:
Plantas em local sombreado. D: Aspecto geral do quintal, notar
grande acúmulo de materiais.
102
Resultados
A
B
C D
103
Resultados
QUADO 13
Características dos lotes do estudo e do entorno analisado via imagens de satélite
Condições Análise de imagens via satélite –
Condições propícias
Número do propícias a GoogleMaps pontos e áreas verdes
Higiene dos quintais ao desenvolvimento
lote outros problemas (retângulo de 110.000 m2 com o ponto de
de flebotomíneos
urbanos estudo ao centro)
1 Inadequado Sim Sim Lotes arborizados no entorno.
2 Regular Não Sim Lotes arborizados no entorno.
3 Inadequado Sim Sim Área verde no entorno.
4 Inadequado Sim Sim Lotes arborizados no entorno.
5 Inadequado Sim Sim Lotes arborizados no entorno.
6 Adequado Não Não Lotes arborizados no entorno.
7 Adequado Sim Não Lotes arborizados no entorno.
Lotes arborizados no entorno e pequena
8 Regular Sim Não
área verde.
Não foi realizada pesquisa Lotes arborizados no entorno e pequena
9
de caracterização área verde.
10 Regular Sim Sim Lotes arborizados no entorno.
Entorno de áreas verdes, com áreas
11 Regular Sim -
descampadas próximas.
Não foi realizada pesquisa Entorno de áreas verdes, com áreas
12 - -
de caracterização descampadas próximas.
Apenas o preenchimento
13 Sim - Lotes arborizados no entorno.
da ficha foi realizado
Lotes arborizados no entorno e extensa
14 Adequado Não Sim
área verde.
Lotes arborizados no entorno e extensa
15 Inadequado Sim Sim
área verde.
16 Inadequado Sim Sim Lotes arborizados no entorno.
Através do quadro 12, fica claro que na maioria dos lotes estudados
registraram-se condições de cuidado sanitário inadequadas com os quintais.
Apenas três lotes estavam em condições sanitárias adequadas, ou seja,
não foram identificadas situações que favorecem a ocorrência de flebotomíneos,
ou outros problemas urbanos relacionados à saúde humana ou ambiental. Para
todos os lotes foram averiguados espaços arborizados ou áreas verdes no
entorno. Tal fato explica a ocorrência destes insetos mesmo em locais onde
aparentemente não há condições para seu desenvolvimento.
Considerando-se a ocorrência de flebotomíneos durante o período de
estudo, foi encontrada diferença estatisticamente significativa entre os ambientes
de áreas verdes e o urbano, conforme já apresentado (tabela 5). Considerando-
se os lotes da área urbana, apenas para o lote 14 verificou-se diferença
estatisticamente significativa em relação a alguns dos demais (tabela 8).
Infelizmente os proprietários da fazenda CA não quiseram participar desta etapa
da pesquisa e os moradores do lote 14 não autorizaram a caracterização
104
Resultados
TABELA 8
Ocorrência mensal de flebotomíneos, considerando o total de espécimes, em lotes de área urbana da
regional Nordeste do município de Belo Horizonte, no período de junho de 2006 a julho de 2007
Total de espécimes de flebotomíneos capturados, mensalmente, por lotes na área urbana
Meses de
estudo Lote Lote Lote Lote Lote Lote Lote
Lote 1* Lote 4* Lote 5* Lote 6 Lote 7 Lote 14** Lote 15
2* 3* 8* 9* 10* 13* 16*
Julho 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 3 0 0
Agosto 6 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 0 0
Setembro 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 4 2 0 0
Outubro 1 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0
Novembro 0 0 2 0 0 0 7 0 0 0 0 3 1 4
Dezembro 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 6 2 5
Janeiro 0 0 0 1 0 1 3 1 1 0 1 2 1 0
Fevereiro 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 2 0 0
Março 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 0 3 1 0
Abril 1 1 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 1
Maio 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Junho 0 0 0 0 2 0 1 0 0 0 0 1 0 0
**apresentou diferença estatisticamente significativa em relação aos lotes marcados com*
(p-valor<0,05).
105
Resultados
Porcentagem de casos de LV
Porcentagem de Casos de LV
60% 120%
50% 96% 97%
50% 100% 84%
40% 80%
30%
30% 60%
20% 40%
10% 10% 16%
10% 20% 4% 3%
0% 0%
0%
0%
A/AI FA/FAI A/AI FA/FAI A/AI FA/FAI
Abaixo 701 a 751 a 801 a 851 a Acima
de 700 750 800 850 900 de 901 Vegetação Vilas e Cursos d'água a
Faixas Hipsométricas (metros) aglomerados céu aberto
GRÁFICO 8: Ocorrência de Casos de LV por faixa GRÁFICO 9: Ocorrência de Casos de LVA considerando
hipsométrica na Regional Nordeste do os parâmetros: vegetação, vilas e
Município de Belo Horizonte, no período aglomerados e cursos d’água a céu
de julho de 2006 a junho de 2007 aberto, na Regional Nordeste do Município
de Belo Horizonte, no período de julho de
2006 a junho de 2007.
A/AI: área/área de influência
FA/FAI: fora da área/fora da área de
influência
106
Resultados
Leishmaniose canina
Porcentagem de casos de
60%
leishmaniose canina
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Abaixo 701 a 751 a 801 a 851 a Acima
de 700 750 800 850 900 de 901
Até 1 caso 1 a 2 casos 2 a 3 casos
120%
100% 98% 97%
100%
100% 98% 99%
96% 97%
80% 83%
60%
40%
20%
17%0% 0% 3%
4% 2% 2% 3% 1%
0%
A/AI FA/FAI A/AI FA/FAI A/AI FA/FAI
107
Resultados
108
Resultados
109
Resultados
Flebotomíneos vetores
60%
Porcentagem de ocorrência das
50%
40%
classes de estudo
30%
20%
10%
0%
Abaixo de 700 701 a 750 751 a 800 801 a 850 851 a 900 Até 960
Faixas Hipsométricas
Abaixo de 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 Acima de 41
GRÁFICO 12: Ocorrência média de flebotomíneos vetores de leishmanioses, por faixa hipsométrica
na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte, no período de julho de 2006 a
junho de 2007.
100%
das clases de estudo
80%
60%
40%
40%
20% 29% 31%
25%
9%
0%
Abaixo de 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 Acima de 41
Classes de Médias de Ocorrência de Flebotomíneos
110
Resultados
60%
40%
20%
5%
5% 2% 2% 0% 0% 3% 2% 4% 9%
0%
A/AI FA/FAI A/AI FA/FAI
Abaixo de 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 Acima de 41
GRÁFICO 14: Ocorrência média de flebotomíneos vetores de leishmaniose considerando os parâmetros: áreas
de vilas e aglomerados urbanos e cursos d’água a céu aberto, Regional Nordeste do Município
de Belo Horizonte, no período de julho de 2006 a junho de 2007.
A/AI: área/área de influência
FA/FAI: fora da área/fora da área de influência
111
Resultados
112
Resultados
113
Resultados
Porcentagem de casos de
100% 100%
80% 80%
60% 60%
LV
40% 40%
20% 20%
0% 0%
Abaixo 11 a 20 21 a 30 31 a 40 Acima Até 1 1a2 2a3
de 10 de 41
Classes de médias de ocorrência de casos de
Classes de médias de ocorrência de vetores
leishmaniose canina
GRÁFICO 15: Ocorrência de casos de LV humana GRÁFICO 16: Ocorrência de casos de LV humana
em relação às classes de ocorrência em relação às classes de
média de flebotomíneos vetores de ocorrência média de casos de
leishmanioses na Regional Nordeste leishmaniose canina na Regional
do Município de Belo Horizonte, no Nordeste do Município de Belo
período de julho de 2006 a junho de Horizonte, no período de julho de
2007. 2006 a junho de 2007.
114
Resultados
115
Resultados
Porcentagem de ocorrência
de leishmaniose canina
80%
60%
40%
20%
0%
Abaixo de 10 11 a 20 21 a 30 31 a 40 Acima de 41
116
DISCUSSÃO
...as circunstâncias adversas
perdem a amargura, pela
esperança que o sonho acende ao
longe...
Cecília Meireles
Discussão
6. Discussão
118
Discussão
2008).
A prefeitura de Belo Horizonte realiza intenso trabalho de controle de LV,
conforme ações preconizadas pelo Ministério da Saúde. Entre os anos de 2005 e
2007, cerca de 140.000 amostras de sangue canino foram analisadas para
leishmanioses, 10.000 cães sorologicamente positivos foram eutanasiados, e
cerca de 160.000 casas foram borrifadas, em cada ano (PBH, 2008).
Desta forma, torna-se clara a necessidade de se mudar o olhar sobre a
ocorrência deste agravo, especialmente nas áreas urbanas, onde a doença
apresenta características ainda desconhecidas.
Uma vez que as condições de vida de determinada população acometida
por algum agravo, que apresenta vetores invertebrados, são determinantes para a
compreensão da ocorrência do agravo, a análise ambiental dos locais de
ocorrência pode ser uma ferramenta fundamental, talvez não para o controle, mas
para que se possa começar a entender o perfil do agravo, no caso as
leishmanioses no meio urbano. Ressaltamos que os fatores ambientais, tais
como: água, umidade do ar, vegetação e as formas de ocupação do espaço pelo
homem são condicionantes da ocorrência dos vetores de doenças (OPAS, 2008A).
Os estudos de caracterização de fauna flebotomínica se devem,
principalmente, à importância desses dípteros como vetores de leishmanioses
(MARCONDES, 2001). Em nosso país, apesar dos diversos trabalhos realizados,
ainda há muito para se conhecer sobre as espécies, sua distribuição geográfica,
sendo que descrições de novas espécies não são eventos raros (ANDRADE-
FILHO et al., 2007; GALATI et al., 2007; PINTO & DOS SANTOS, 2007). Ainda
que, na cidade de Belo Horizonte, vários trabalhos tenham sido desenvolvidos
sobre leishmanioses, incluindo aqueles que permitiram caracterizar sua fauna
flebotomínica, não há, todavia, nenhum trabalho sistemático que tenha avaliado
as oscilações da fauna e a eficácia das ações de controle sobre a população de
vetores.
Tratando-se de doenças metaxênicas, a dinâmica populacional dos vetores
possui especial importância, à medida que representa um dos principais fatores
que determina o grau de contato entre infectantes e susceptíveis.
119
Discussão
120
Discussão
121
Discussão
mata presentes no ambiente urbano, apesar desta espécie também ser capturada
em bairros totalmente urbanizados (XIMENES et al., 2007).
O perfil de ocorrência descrito para L. whitmani confirma estudos que a
descrevem como uma espécie com alta capacidade de adaptação a diferentes
condições ambientais, tanto de variações climáticas, como de vegetação (SOUZA
et al., 2002; TEODORO et al., 2003). Conforme descrito por alguns autores, esta
espécie apresenta padrão de periurbanização, já reconhecido (LEONARDO &
REBÊLO, 2004), mas pesquisas recentes apontam para sua urbanização
(SOUZA, 2005; CARVALHO, 2006; TEODORO et al., 2003B).
Em nosso trabalho, considerando o ambiente urbano, L. whitmani
correspondeu a 14,7 % dos espécimes coletados na Regional Nordeste, valor
similar ao encontrado por SOUZA (2005) que foi de 16,7%. Em ambos os
estudos, L. whitmani foi a segunda espécie mais capturada, o que foi também
observado por CARVALHO (2006) em Santa Luzia. SOUZA (2005) relata que
L.whitmani foi encontrada em oito das nove Regionais de Belo Horizonte, e que o
número de espécimes coletados no intra e no peridomicílio, não apresentou
diferença estatisticamente significativa, o que aponta para a domiciliação da
mesma.
L. whitmani apresenta importância crescente enquanto espécie vetora de L.
braziliensis. Em 1985, DEANE & GRIMALDI apenas citaram esta espécie que
apresentou infecção por promastigotas em alguns focos de LTA, sem maiores
considerações. Atualmente, ela é considerada uma das principais vetoras de L.
braziliensis em diversas partes do Brasil, sendo sua prevalência em localidades
de ocorrência de LTA freqüentemente mencionada (LOIOLA et al., 2007; RANGEL
& LAINSON, 2003).
A adaptabilidade de L. whitmani, bem como sua capacidade vetorial, tem
sido foco de discussão de diversos trabalhos. PETERSON & SHAW (2003),
utilizando modelos complexos de análises de nichos ecológicos, vão além, e
apontam que, a adaptabilidade de L. whitmani para sobreviver em ambientes
modificados é tão grande, que ela pode torna-se capaz de sobreviver às
mudanças climáticas atuais do planeta.
122
Discussão
123
Discussão
124
Discussão
125
Discussão
126
Discussão
127
Discussão
de PCR, que tinham como alvo regiões do gene do miniexon. A taxa para infecção
por tripanossomatídeos, utilizando o método de dissecação foi de apenas 1,24%.
A infecção natural de L. whitmani por L. braziliensis já foi verificada na
região metropolitana de Belo Horizonte, em estudo utilizando reações de PCR
genérica e espécie específicas (CARVALHO, 2006).
Um exemplar dos três coletados de L. termithopila apresentou infecção por
L. chagasi, o que originou a elevada taxa de 33,3% de infecção natural. Esse
resultado deve ser analisado com cuidado, devido ao pequeno número de insetos
coletados. O encontro de L. termithopila infectada por L. chagasi é um relato
inédito na literatura.
PITA-PEREIRA et al., (2005) registraram uma taxa de infecção de 15, 6%
para L. intermedia por L. braziliensis no Município do Rio de Janeiro.
Neste estudo, um exemplar de L. intermedia foi encontrado infectado por
Leishmania sp., mas não foi possível a identificação específica do parasito.
Para a amostra do complexo cortellezzi infectadas por Leishmania sp
sabemos que não se trata de nenhuma das espécies do subgênero Leishmania,
uma vez que esta amostra foi negativa para a hibridização com sonda específica
para esse subgênero. Supomos que ambas as infecções encontradas para este
complexo sejam por L. braziliensis, devido fato de termos encontrado uma
amostra positiva para L. braziliensis. Este é o primeiro relato da infecção de
fêmeas do complexo cortellezzi pela espécie L. braziliensis, e demonstra a
presença e circulação deste parasito na região de estudo.
Os espécimes do complexo cortellezzi infectados foram coletados na
fazenda SL, área verde (rural). Nesta mesma área, no mesmo período de estudo,
foram coletados 16 espécimes de pequenos mamíferos, entre roedores e
carnívoros, positivos para a infecção por L. braziliensis (MELO, 2008). Maiores
estudos sobre o comportamento das espécies do complexo cortellezzi são
necessários, para que se possa inferir sobre sua possível participação no ciclo de
transmissão de L. braziliensis.
CARVALHO (2006) e SARAIVA (dados não publicados) relataram a
infecção natural das espécies L. cortellezzi e L. sallesi por L. chagasi, no estado
128
Discussão
de Minas Gerais.
As técnicas de biologia molecular contribuem significativamente para a
correta identificação das espécies de Leishmania que ocorrem nos vetores, pois
reações de PCR, cujo alvo são seqüências de DNA de Leishmania, são
específicas e sensíveis. O uso destas técnicas em estudos de infecção natural é
crescente, e alguns autores já propõe padronizações de metodologias para serem
utilizadas com esta finalidade (PAIVA et al., 2007). As reações de PCR que
identificam parasitos do gênero Leishmania, além de serem mais sensíveis e
específicas que as técnicas de dissecação e procura dos flagelados ao
microscópio óptico, permitem a diferenciação entre os complexos ou grupos de
flagelados que os flebotomíneos podem albergar em seu intestino, muito mais
rapidamente (PAIVA et al., 2007).
PEREZ et al., (2007) em estudo com metodologia semelhante a nossa,
utilizando dissecação, observação ao microscópio, e reação de PCR gênero
específica, seguida de uma reação de RFLP espécie específica, caracterizou a
infecção de Lutzomyia peruensis Shannon, 1929, por Leishmania (Viannia)
peruviana. Estes autores ressaltam a praticidade e rapidez dos métodos
moleculares neste tipo de estudo, uma vez que em poucos dias pode-se ter os
resultados de identificação específica do parasito.
129
Discussão
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Discussão
133
Discussão
134
Discussão
135
Discussão
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Discussão
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Discussão
foram provenientes apenas das áreas verdes (Fazendas SL e CA) e do lote 14.
Não podemos fazer nenhuma afirmação sobre este fato, mas inferimos que as
condições ambientais presentes propiciam uma maior densidade de espécimes,
tanto de vetores quanto de reservatórios, e a circulação dos parasitos.
Em estudo de caso controle, realizado na região metropolitana de Belo
Horizonte, OLIVEIRA et al., (2006) utilizando metodologia semelhante a nossa,
para a caracterização ambiental das residências de pessoas que tiveram LV,
comparando-as com residências de vizinhos que não apresentavam testes
sorológicos positivos para LV, demonstraram que a ocorrência de determinadas
características são mais comuns nas casas com casos de LV. As características
que foram relacionadas ao risco de infecção para a doença foram: presença de
animais, matéria orgânica em decomposição, sombra e umidade nos quintais.
Estes autores também relataram que a freqüência de limpeza dos quintais e
a localização da residência em áreas de urbanização em condições de pobreza,
são fatores importantes para o risco de infecção.
TEODORO et al., (2003) confirmam o exposto acima e relatam que a
limpeza da matéria orgânica, a poda de árvores evitando sombreamento
excessivo e a drenagem de áreas alagadas, auxiliam na diminuição da densidade
populacional de flebotomíneos.
MORENO (2002) em estudo sobre a epidemiologia das infecções
assintomáticas por L. chagasi na comunidade de General Carneiro, município de
Sabará, descreve fatores de risco para este tipo de infecção. A autora utilizou
quatro critérios diagnósticos para os pacientes participantes, de acordo com os
resultados das técnicas utilizadas no diagnóstico, separando os pacientes em
grupos. Os fatores de risco que foram identificados em mais de um dos grupos
foram: o morador encontrar-se fora de casa entre 18 e 22 horas, presença de
matéria orgânica no quintal, criação de pássaros e lixo doméstico não recolhido
pelo serviço municipal, ou não enterrado, ou não dispensado.
Na Bahia, a LV espalhou-se rapidamente para áreas costeiras e para a
periferia das grandes cidades, em locais em que as condições ecológicas eram
consideradas inadequadas ao desenvolvimento do vetor. O que pode ser
138
Discussão
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Discussão
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Discussão
141
Discussão
biogeográficos analisados.
Estes dados reforçam o perfil de urbanização da leishmaniose visceral,
uma vez que, a mesma está ocorrendo em locais onde as condições
classicamente relacionadas a ela não estão presentes, e demonstram a alta
correlação espacial entre os casos humanos e caninos (ALVAR et al., 2006;
AHLUWALIA et al., 2003), mas, há relatos da correlação entre áreas de vilas e
favelas e áreas de vegetação com a presença de leishmanioses no Brasil, como
descrito por WERNECK & MAGUIRE (2002) para a cidade de Teresina e por
XIMENES et al., (2006) para a cidade de Natal.
Quanto à ocorrência de flebotomíneos vetores, todas as faixas de médias
de ocorrência, apresentaram predominância fora das áreas de vilas e favelas e
das áreas de influência de cursos de d’água a céu aberto. Considerando as áreas
de vegetação, vimos que os valores de ocorrência das classes nas mesmas foram
mais expressivos, sendo que para a classe de maior média (acima de 41
flebotomíneos) 40% das ocorrências estiveram relacionadas a áreas de mata
(áreas verdes).
Como apontado por KING (2004) e referendado por SOUZA (2005), em
estudos de tal natureza é importante considerar não apenas as áreas verdes de
maior extensão (parques, restos de vegetação, e propriedades rurais), mas
também a vegetação presente nos quintais. THOMSON et al ,(1999) utilizaram a
caracterização dos tipos de solos e de espécies de plantas na construção de
mapa de risco para ocorrência de Kalazar no Sudão, e observaram que os
flebotomíneos vetores estavam associados a duas espécies vegetais da região.
Em nosso estudo a análise de geoprocessamento levou em conta
apenas as áreas verdes de maior extensão da Regional, mas a caracterização
fotográfica e a análise do entorno através de imagens de satélite (GoogleMaps)
reforçam o estabelecido por KING (2004). Conforme já descrito, a maioria dos
lotes de estudo apresentou arborização, ou lotes arborizados no entorno, o que
pode favorecer a ocorrência de flebotomíneos.
O mapa de densidade média de casos caninos mostra que, a partir das
médias geradas, houve a probabilidade de ocorrência de casos em toda a
142
Discussão
143
Discussão
144
Discussão
145
Considerações finais
7. Considerações finais
146
Considerações finais
147
Conclusões
“Não sou nada. Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada. À parte
isso, tenho em mim todos os sonhos
do mundo.”
Fernando Pessoa
Conclusões
8. Conclusões
148
Conclusões
149
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Adendos
10. Adendos
Identificação: Codificação
(não preencher)
1. Identificação (ID) ___ ___ ___ 1. ___ ___ ___
Nome:_______________________________________________________
2. Endereço: Bairro: ____________________________________ 2. ___
______________________________________________________________
Caracterização do domicilio
3. Número de casas no lote: __ __ 3 __ __
4. Tipo de Paredes:
165
Adendos
1- Mofo 5. ____
2- Rachaduras
3- Buracos
4- Infiltração
1. Laje
2. Telha
0. Sim
1. Não
a. Lavabo 9a ___
b. Vaso 9b ___
c. Chuveiro 9c ___
166
Adendos
0. Sim
1. Náo
12 Assinalar a presença de :
167
Adendos
a. Canil
b. Galinheiro 14b ____
14c ____
c. Depósito
d. Chiqueiro 14d ____
14f ____
f. Paiol
14g ____
g. Viveiro
14h ____
h. Outros
168
Adendos
podres, esterco)
e. Outros . Descrever:_______________________________________
em frente á casa
169
Adendos
Autorizo:
______________________________________
Chefe da Família
____________________________________________________________________________
Projeto de Pesquisa: Estudo da Fauna Flebotomínica e de sua Infecção Natural por Leishmania
sp. na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte – Minas Gerais / Brasil
Pesquisadores responsáveis: Maria Norma Melo, Lara Saraiva.
Laboratório de Biologia de Leishmania Instituto de Ciências Biológicas. Departamento de
Parasitologia 4º andar , bloco L4, sala: 244. Avenida Antônio Carlos 6627, Pampulha – Belo
Horizonte/MG CEP: 31270-901
Telefone: 3499-2969/3499-2850
170
Anexos
11. Anexos
171
Anexos
172