Tratamento P Cinomose Botfmvz
Tratamento P Cinomose Botfmvz
Tratamento P Cinomose Botfmvz
BOTUCATU – SP
2011
2
COMISSÃO EXAMINADORA
Dedicatória
Dedico esta pesquisa a todos os cães que participaram e a todos os outros que
sofrem com a cinomose.
Dedico esta pesquisa ao meu orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos Paes que foi
o grande idealizador do estudo e que sonhou ao meu lado em fazer um
trabalho como este, me apoiando e guiando frente as dificuldades.
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Agradecimentos
Agradeço a Deus pela oportunidade de enriquecer meus conhecimentos
nesta inestimável universidade.
Agradeço a minha mãe Sandra da Cunha Henriques pelo apoio que
recebi desde o início quando cheguei em Botucatu, pelos valores que me
ensinou, pelo amor e dedicação, além de toda compreensão pela minha
ausência. Obrigada por toda ajuda que me deu nesse período, permitindo
terminar mais uma fase da minha vida.
Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Carlos Paes não só pela orientação
profissional, mas também por se tornar um grande amigo, que me apoiou em
todos os momentos que precisei aqui em Botucatu.
Agradeço ao meu namorado Leonardo Simões Pinho pelo apoio, carinho
e compreensão pelos momentos de ausência. Obrigada por estar do meu lado
neste momento tão importante para mim, pela sua dedicação no término da
tese e por me trazer momentos de alegria e paz, quando parecia ser tão difícil,
e que foram fundamentais na reta final.
Agradeço aos “Pretos”, “Loiro” e “Marrom”, Nina, Holly, Lut, Skol e
Johnnie a companhia para escrever a tese e por serem a minha inspiração do
dia-a-dia.
Agradeço a todos os cães e proprietários que colaboraram com a
pesquisa e foram de fundamental importância para a conclusão de mais uma
fase da minha vida.
Agradeço a todas as pessoas que desejaram que o trabalho não
atingisse os seus objetivos e que dificultaram sua realização, pois estas
dificuldades me fizeram uma pessoa mais forte para as tormentas da vida.
Agradeço a toda minha família por estarem sempre por perto nos
momentos mais importantes da minha vida, pelos ensinamentos e amor que
sempre recebi. Obrigada pela compreensão pela minha ausência nos
momentos que também são importantes para vocês.
Agradeço às minhas amigas eternas, Danielle, Mírian e Cheryl pelo
apoio que recebi durante todo esse período, pelos maravilhosos e
inesquecíveis momentos de diversão e pelo apoio nas horas tristes. Obrigada
7
pela compreensão pela minha ausência nos momentos que foram importantes
e eu não pude estar lá.
Agradeço às minhas amigas Leila e Marília por estarem sempre
presentes na minha vida de forma tão agradável, pelos momentos de diversão
e desabafo.
Agradeço às residentes e amigas, Anna Paula e Isabella por
transformarem os momentos de tensão e trabalho em momentos tão alegres e
divertidos; foi maravilhoso conhecer e trabalhar com vocês. Espero que nossa
amizade continue por muito tempo.
Agradeço à Profa. Regina Kiomi Takahira, Lívia e residentes do
Laboratório Clínico Veterinário da UNESP – Botucatu, pela realização dos
exames complementares da pesquisa, trabalhos científicos e pela boa
convivência.
Agradeço à Profa. Jane Megid por disponibilizar o Laboratório de
Biologia Molecular da Disciplina de Enfermidades Infecciosas dos Animais da
UNESP – Botucatu para a realização das reações de PCR. Agradeço ao Clóvis
pelo auxílio e dedicação para a realização destas técnicas que foram
fundamentais na execução da pesquisa.
Aos professores, Hélio Langoni, Márcio Garcia Ribeiro, Jane Megid,
Rafael Modolo, Paulo Francisco Domingues, Cassiano Victória, agradeço pelos
ensinamentos, por me receberem no Departamento e por me apoiarem nessa
pesquisa.
Agradeço a todos os pós-graduandos do Departamento pela
colaboração e auxílio na realização da pesquisa.
Agradeço a todos os residentes da Disciplina de Enfermidades
Infecciosas dos Animais que colaboraram com o desenvolvimento da pesquisa.
Agradeço aos funcionários Adilson e Roberto por toda ajuda que
ofereceram para melhor execução da pesquisa; sem vocês não teria
conseguido concluir o experimento.
Aos residentes da Disciplina de Zoonoses e ao Prof. Dr. Hélio Langoni,
obrigada pela ajuda e orientação no diagnóstico de toxoplasmose.
Aos funcionários do Departamento de Higiene Veterinária e Saúde
Pública e da FMVZ – UNESP – Botucatu, obrigada pela inestimável ajuda.
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Epígrafe
Nosso Mundo – Barão Vermelho
Compositor: Maurício Barros e Guto Goffi
Se eu ainda soubesse
Como mudar o mundo
Se eu ainda pudesse
Saber um pouco de tudo
Eu voltaria atrás do tempo
Eu não te deixaria
Presa no passado
E arrumaria um jeito
Pra você estar ao meu lado de novo
Eu voltaria no tempo
...Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus
inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo
olhos não me enxerguem e nem pensamentos eles possam ter, para me
fazerem mal...
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Descrição da sequência de nucleotídeos iniciadores
utilizados na reação de RT-PCR e hn-PCR no diagnóstico
da cinomose em cães. Botucatu, SP, 2011......................... 77
Tabela 2 - Frequência de cães machos e fêmeas com cinomose
incluídos nos respectivos grupos experimentais. Botucatu,
SP, 2011.............................................................................. 79
Tabela 3 - Média, desvio padrão, mediana das idades em meses dos
cães com cinomose incluídos na pesquisa, divididos nos
diferentes grupos. Botucatu, SP, 2011................................ 80
Tabela 4 - Média, desvio padrão e mediana dos dias de evolução
dos sinais clínicos neurológicos dos cães com cinomose
nos diferentes grupos. Botucatu, SP, 2011......................... 81
Tabela 5 - Frequência dos sinais oculares em cães com cinomose
nos diferentes grupos experimentais. Botucatu, SP, 2011.. 82
Tabela 6 - Frequência dos sinais respiratórios em cães com
cinomose nos diferentes grupos experimentais. Botucatu, 83
SP, 2011..............................................................................
Tabela 7 - Frequência dos sinais gastroentéricos em cães com
cinomose nos diferentes grupos experimentais. Botucatu,
SP, 2011.............................................................................. 84
Tabela 8 - Frequência dos sinais neurológicos nos cães com
cinomose incluídos na pesquisa nos diferentes grupos
experimentais. Botucatu, SP, 2011..................................... 85
Tabela 9 - Frequência da vacinação dos cães com cinomose
incluídos na pesquisa, segundo o grupo experimental.
Botucatu, SP, 2011.............................................................. 88
Tabela 10 - Média, desvio padrão, mediana do tempo de tratamento
dos cães com cinomose para cada grupo experimental.
Botucatu, SP, 2011.............................................................. 90
Tabela 11 - Avaliação do tratamento experimental segundo a
sobrevida dos cães com cinomose nos diferentes grupos.
Botucatu, SP, 2011.............................................................. 91
Tabela 12 - Avaliação do tratamento experimental através da
sobrevida dos cães com cinomose incluídos nos grupos 1,
2 e 3. Botucatu, SP, 2011.................................................... 92
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação gráfica da avaliação do tratamento
experimental segundo a sobrevida dos cães com cinomose
nos diferentes grupos. Botucatu, SP, 2011............................. 92
% - porcentagem
ºC – graus Celsius
< - menor que
> - maior que
μL – microlitro
mg – miligramas
mL - mililitros
dL - decilitro
® - marca registrada
α – alfa
β - beta
A+ - amostra positiva
A- - amostra negativa
ALT – alanina-aminotransferase
ATP – adenosina trifosfato
C+ - controle positivo
C- - controle negativo
CPK – creatinina fosfo-quinase
CDV – vírus da cinomose (Canine Distemper Virus)
COX – cicloxigenase
CSD – depressão cortical difusa
cDNA – cópias de DNA
DDT – Dicloro-Difenil-Tricloroetano
DL 50 – dose letal 50
DMSO – Dimetil Sulfóxido
DMSO2 – dimetil sulfone
DMS – dimetil sulfide
dNTP – desoxirribonucleotídeos fosfatados
DUSP – fosfatase de especificidade dupla
EDTA – ácido etilenodiaminotetracético
20
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................... 1
ABSTRACT............................................................................................... 2
INTRODUÇÃO.......................................................................................... 3
REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 6
1 CINOMOSE…................................................................. 7
2 RT-PCR........................................................................... 25
3 TRATAMENTO DE CÃES COM CINOMOSE E
PROFILAXIA................................................................... 27
4 RIBAVIRINA.................................................................... 31
5 APLICAÇÕES DA RIBAVIRINA NA MEDICINA
VETERINÁRIA................................................................. 43
6 PREDNISONA................................................................. 44
7 DIMETIL-SULFÓXIDO (DMSO)...................................... 54
OBJETIVOS.............................................................................................. 62
MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................ 64
1 ANIMAIS…………………………….................................. 65
1.1 Critérios de inclusão………………………………… 65
1.2 Critérios de exclusão……………………………….. 66
2 GRUPOS EXPERIMENTAIS.......................................... 66
3 FÁRMACOS EXPERIMENTAIS...................................... 67
4 AMBIENTE E ALIMENTAÇÃO DOS CÃES.................... 68
RESUMO
O estudo objetivou identificar efeitos do tratamento com ribavirina,
prednisona e DMSO na cinomose; identificar a presença viral no sangue,
medula óssea e líquor antes e após o tratamento, os efeitos colaterais dos
fármacos experimentais e associações. Foram utilizados 60 cães apresentando
sinais neurológicos da cinomose com evolução de dez dias. Animais foram
internados para tratamento de suporte; avaliados diariamente e submetidos ao
hemograma e dosagens bioquímicas. Os grupos 1 e 2 foram tratados com
ribavirina associada ao DMSO; os grupos 3 e 4 foram tratados com DMSO e
prednisona e os grupos 5 e 6 foram tratados com ribavirina e prednisona,
ribavirina, prednisona e DMSO. Os animais foram anestesiados e colhidos
líquor, medula óssea e sangue, antes e após o tratamento e realizada a RT-
PCR das amostras; as negativas foram analisadas pela técnica de hn-PCR. O
vírus foi encontrado em 95% das amostras de sangue, 90% de medula óssea e
53,3% de líquor pré-tratamento. O efeito adverso da ribavirina quando
associada com a prednisona foi anemia. A prednisona na dose
imunossupressora causou aumento da dosagem de proteína e diminuição da
celularidade liquórica, leucocitose. Já a dose antinflamatória causou diminuição
de proteína no líquor. Baseado nos índices de sobrevida e melhora clínica, o
tratamento mais efetivo foi o G2 (80%); seguido do G1, G5 e G3 (70%); o G6
(60%); o G4 com o pior índice (30%). Pós-tratamento, a frequência viral foi
97,7% no sangue, 86,4% na medula óssea e 27,3% no líquor.
Introdução
28
A cinomose é uma doença viral antiga que afeta cães e outros carnívoros
em todo o mundo. Mesmo com uso de estratégias vacinais, ela ainda é uma
doença importante na população canina, apresentando a maior taxa de
mortalidade depois da raiva (SUMMERS & APPEL, 1994).
É uma enfermidade infectocontagiosa, causada por RNA vírus da ordem
Mononegavirales, família Paramyxovirus, subfamília Paramyxovirinae, gênero
Morbillivirus. Possui três formas de apresentação clínica: aguda, subaguda e
crônica, com manifestações gastroentéricas, respiratórias e neurológicas. São
descritas basicamente três formas de encefalite causada pelo vírus da
cinomose: encefalite dos cães jovens, encefalite em cães adultos e encefalite
do cão velho (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
Embora a vacinação contra a cinomose venha sendo utilizada amplamente
por várias décadas, a doença ainda é prevalente e surtos foram recentemente
relatados em vários países como Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Finlândia
e Alemanha (JÓZWIK & FRYMUS, 2005; VANDEVELDE & ZURBRIGGEN,
2005). No Brasil, alguns relatos clínico-patológicos e sorológicos indicam a
elevada ocorrência da infecção na população canina (HEADLEY & GRAÇA,
2000; SILVA et al., 2004). Alguns fatores como a contaminação do ambiente e
em animais portadores, o aparecimento de novas cepas e o desenvolvimento
de infecção e doença mesmo em animais vacinados têm contribuído para a
manutenção do caráter enzoótico da enfermidade com ocorrência ocasional de
surtos (BÖHM et al., 2004).
A ribavirina vem sendo considerada como fármaco no tratamento da
cinomose, após o referido trabalho de Elia et al. (2008), que testou a mesma
frente o vírus da cinomose “in vitro”. Segundo os autores a ribavirina causa
mutações no vírus da cinomose e estas levam a um erro catastrófico no RNA
do genoma viral.
Os corticoesteróides são utilizados na cinomose por causa da
imunopatologia das lesões neuronais e para reduzir o edema cerebral
causados pelo vírus, mantendo a terapia com doses antinflamatórias (TIPOLD
et al., 1992; GREENE, 2006).
Os glicocorticóides ainda são considerados como um dos mais potentes
antinflamatórios, podendo ser utilizados no tratamento de doenças nas quais
estejam envolvidos mecanismos imunes e inflamatórios (CROXTALL et al.,
2002; LONGUI, 2007).
A solubilização de nucleotídeos em solventes orgânicos é importante para
a entrada de drogas nucleotídeas em membranas celulares. Pelos estudos de
West et al. (1994), a base guanosina é hidrofóbica e sua interação com DMSO
pode torná-la permeável a substância lipofílicas, indicando que este pode servir
como veículo de transporte de drogas nucleotídeas por membranas celulares .
O presente estudo tem como objetivo criar novos protocolos de tratamento
para a referida enfermidade utilizando-se dos fármacos supracitados. Com a
característica de doença re-emergente o tratamento da cinomose deve ser
considerado em novas pesquisas e o atual estudo refere-se ao tratamento de
cães com encefalite, a forma mais agressiva da enfermidade, naturalmente
infectados com o vírus da cinomose.
29
Revisão de Literatura
30
1. Cinomose
numa explosão respiratória dos mesmos que liberam ROS. Esses radicais
podem ser responsáveis pela destruição de oligodendrócitos e compartimentos
de mielina. Quimicamente a produção de ROS no sistema xantina/xantina-
oxidase, destrói seletivamente culturas de oligodendrócitos (VANDEVELDE,
2004; VANDEVELDE & ZURBRIGGEN, 2005).
Evidências experimentais apontam que o vírus induz alterações nas
funções de macrófagos, que estão em grande número nas lesões de cinomose
e possuem papel importante na patogenia da enfermidade. A fagocitose,
dependente ou independente de receptores Fc, assim como a habilidade de
liberar ROS e a atividade procoagulante dos macrófagos também são alteradas
após a infecção. Considerando a relação entre o sistema de coagulação e
funções inflamatórias, essas observações mostram que a infecção pelo vírus
da cinomose pode desencadear um potencial destrutivo dos macrófagos e,
além disso, suportar a hipótese de que a desmielinização “espectadora” ocorra
na cinomose crônica (VANDEVELDE & ZURBRIGGEN, 1995).
Os cães clinicamente acometidos encontram-se com as seguintes
características: falta de vacinação ou doses incompletas, vacinas
inapropriadas, colostro da mãe com títulos inadequados de anticorpos ou a
falta do mesmo, imunossupressão e história de exposição a cães infectados
(GREENE, 2006).
Após período de incubação de seis dias ou mais, surge a primeira fase
clínica da doença, que corresponde ao pico febril e à localização nos órgãos
linfóides, culminando com hipertermia até 41ºC, anorexia, congestão
conjuntival discreta e corrimento seroso ocular e nasal, sendo que geralmente
esta fase passa despercebida ao proprietário. Após 2 a 3 dias, se houver
progressão do vírus por falta de anticorpos, haverá disseminação viral para as
células epiteliais e o segundo pico febril, com sinais característicos (CORRÊA
& CORRÊA, 1992).
Poderão ocorrer sinais clínicos digestórios, respiratórios ou neurológicos
isoladamente, conjuntamente ou alternadamente. Ocasionalmente surgem
sinais neurológicos após 1 a 2 semanas do início dos sinais sistêmicos
(CORRÊA & CORRÊA, 1992; GREENE, 2006; AMUDE et al., 2007). As
alterações neurológicas podem ter início após 3 a 4 meses, ao final dos sinais
sistêmicos (AMUDE, 2008). De acordo com Tipold et al. (1992) o envolvimento
sistêmico acontece em um terço dos casos com alterações neurológicas, e a
mioclonia é encontrada em apenas metade desses. Ao contrário, Amude
(2005) encontrou 40% dos cães com apresentação neurológica sem mioclonias
e sem apresentação sistêmica, no momento do atendimento hospitalar, em
encefalites causadas pelo vírus da cinomose.
Os principais sinais oculares e no sistema respiratório são rinite,
conjuntivite, descarga nasocular serosa e mucopurulenta, pneumonia
intersticial no início e posterior evolução para broncopneumonia devido à
infecção secundária, caracterizada por tosse úmida e produtiva, além de
crepitações na auscultação (CORRÊA & CORRÊA, 1992; GREENE, 2006).
No sistema gastrintestinal há ocorrência de vômitos intermitentes, anorexia,
diarréia pastosa a líquida, escura, com ou sem presença de sangue, podendo
levar a sinais de desidratação nos animais (CORRÊA & CORRÊA, 1992;
GREENE, 2006).
Podem ser observadas pústulas na pele do abdomen e, em alguns casos,
hiperqueratose dos coxins digitais (GREENE, 2006).
38
proteína de fusão (F), hemaglutinina (H) e proteína grande (L) (AMUDE et al.,
2010b).
A escolha do iniciador (“primer”) gene-específico requer cuidado e
conhecimento sobre a replicação dos Paramyxovirus. Genes distais (L, H e F)
são os últimos a serem transcritos durante a replicação e genes das proteínas
do núcleo (N e P) possuem maior frequência na transcrição. O gene-alvo para
a amplificação na RT-PCR deve ser preferencialmente do núcleo para evitar ou
minimizar os resultados falso-negativos (AMUDE et al., 2010b).
O sequenciamento dos genes amplificados pela RT-PCR pode levar a
classificação das cepas virais do vírus da cinomose e na diferenciação das
cepas selvagens ou vacinais (HEADLEY et al., 2009; SCHATZBERG et al.,
2009).
A maior vantagem da PCR em tempo real é a habilidade de quantificar
partículas virais em amostras clínicas, ao contrário da RT-PCR convencional
que é uma análise qualitativa. Alta carga viral foi demonstrada em tecidos
linfóides, como tonsilas, baço, linfonodos mesentéricos; vísceras e urina. No
SNC, no lobo frontal foi encontrada alta concentração viral, sugerindo ser a
área mais sensível para diagnóstico (ELIA et al., 2008).
As amostras de sangue periférico, swab conjuntival, secreção nasal, urina,
líquor, e swab vaginal, tecido pulmonar, estomacal, intestinal e urinário, podem
ser utilizadas para o diagnóstico de cinomose pela técnica RT-PCR. Entretanto,
o swab conjuntival é o mais apropriado para o diagnóstico “in vivo” da
cinomose (KIM et al., 2006).
Shin et al. (2004) levantaram a hipótese de utilização do nested PCR para
diagnóstico da cinomose. A efetividade da técnica foi demonstrada em
amostras de sangue, urina, swab nasal e saliva. Sendo um método ideal para
detecção do vírus da cinomose em amostras clínicas, apresentou alta
sensibilidade e consistência no desempenho laboratorial. Comparativamente à
RT-PCR, mostrou positividade em todas as amostras testadas (JÓZWIK &
FRYMUS, 2005).
Segundo Józwik & Frymus (2005), o resultado de ambos RT-PCR e reação
de imunofluorescência direta foram positivos em animais poucos dias após a
vacinação, e confirmou que ambos os métodos podem levar ao diagnóstico
falso-positivo de cinomose em cães vacinados com vacina de vírus vivo
modificado. Portanto, o tempo mínimo entre vacinação e o exame em cães
doentes deve ser de seis semanas para excluir o resultado falso-positivo. Em
seus resultados sugerem que a sensibilidade do teste de imunofluorescência é
50% menor que o nested PCR. Contudo, RT-PCR combinado com o nested
PCR mostrou-se o mais específico e sensível método para diagnóstico ante-
mortem da cinomose, especialmente nas formas subagudas e crônicas,
quando o vírus não se encontra mais em epitélios e a reação de
imunofluorescência foi negativa.
3. Tratamento de cães com cinomose e Profilaxia
4. Ribavirina
A ribavirina foi aprovada pela U.S. Food and Drug Administration para o
tratamento pediátrico da infecção pelo vírus sincicial respiratório e sua
combinação com alfa-interferon para infecção crônica pelo vírus da hepatite C.
Recentemente, benefícios terapêuticos do antiviral tem sido avaliados para o
tratamento de síndrome respiratória severa aguda e infecção do vírus da
varíola, em casos de bioterrorismo (WU et al., 2005).
A ribavirina é usada rotineiramente no tratamento de hepatite C crônica
associada com o interferon-alfa (IFN-α). O mecanismo pelo qual a ribavirina
contribui junto com o IFN-α na terapia da hepatite C crônica não é muito bem
entendido. No entanto, sugere-se que a ação como antiviral, decorra de
mutações no RNA, por mecanismos indiretos como aumentar a imunidade
mediada por células T frente aos agentes virais, ou por inibição da enzima
iosina monofosfato desidrogenase - IMPDH (VOLLMER et al., 2004).
Atualmente a terapia antiviral em pacientes com hepatite C tem sobrevida
de aproximadamente de 55% (SUNG, et al., 2011).
A ribavirina é fármaco antiviral, análogo à guanosina, inibidor da replicação
in vitro de alguns RNA e DNA-vírus, incluindo Herpesvirus, Poxvirus, Influenza
vírus, Parainfluenza vírus, Reovirus, Togavirus, Paramyxovirus e Tumor RNA-
vírus. “In vivo”, o espectro antiviral é restrito, com ação contra Herpesvirus,
Influenza virus, Parainfluenza, Paramyxovirus do Sarampo e Adenovirus
(HAYDEN & DOUGLAS, 1990).
Até o momento, a ribavirina é o único antiviral aprovado e comercializado
disponível para Arenavirus. Demonstrou reduzir o número de óbitos quando
administrada no início da infecção pelo Vírus da Febre de Lassa (CHARREL et
al., 2011). Enria et al. (1987) demonstraram a ação da ribavirina frente a Febre
Hemorrágica da Argentina, provando a sua eficácia em casos com poucos dias
de sinais clínicos.
No estudo realizado por Cashman et al. (2011), a dose de 25 mg/Kg de
ribavirina por via intraperitoneal em cobaias demonstrou atividade antiviral pela
redução da viremia e por prolongar a sobrevida frente ao Vírus da Febre de
Lassa.
Nenhum antiviral está disponível em dias atuais para o tratamento
específico de doenças causadas por Hantavírus. O único antiviral que mostrou
alguma atividade “in vitro” e com possibilidade para o uso “in vivo” foi a
ribavirina. A eficácia do fármaco depende da fase da infecção e a severidade
da doença ao se iniciar o tratamento (CHARREL et al., 2011).
A Organização Mundial da Saúde (WHO) recomenda atualmente o uso da
ribavirina como terapêutico para a Febre Hemorrágica da Crimeia-Congo,
também descrita como efetiva contra este vírus “in vitro”, embora esta eficácia
seja controversa. Bodur et al. (2011) administrou a ribavirina por via oral na
dose de 4 g/dia, durante 4 dias, seguido de 2,4 g/dia por mais 6 dias, não
havendo eficácia no tratamento desta doença.
A WHO recomenda a dose de 30 mg/Kg como dose inicial, a seguir 15
mg/Kg, a cada 6 horas por 4 dias, e após 7,5 mg/Kg a cada 8 horas por 6 dias
para tratamento da Febre Hemorrágica da Crimeia-Congo (ELALDI et al.,
2009).
Elaldi et al. (2009) verificaram que a ribavirina não foi capaz de melhorar os
quadros de Febre Hemorrágica da Crimeia-Congo. Encontraram neste estudo
toxicidade da ribavirina em pessoas que tinham comprometimento renal e
48
6. Prednisona
hipotálamo e em outras áreas cerebrais foi descrita ação similar, porém com
supressão da sinapse glutamatérgica excitatória (LOPES et al., 2008).
O ácido araquidônico serve como precursor para prostaglandinas,
leucotrienos, tromboxanos, endocanabióides, mediadores e reguladores da
inflamação e neurotransmissores. No sistema nervoso a resposta inflamatória,
pela liberação de ácido araquidônico, passa a ser pela liberação de
neurotransmissores, neuromoduladores e neuropeptídeos (LOPES et al.,
2008).
A prostaglandina E2 demonstra atividade glutamatérgica na sipnase do
hipocampo que é revelada pelo aumento na frequência de correntes
excitatórias pós-sinápticas. Esse aumento da transmissão excitatória sináptica
leva a efeitos neurotóxicos, sugerindo que o metabolismo oxidativo de
endocanabióides pela COX2 pode contribuir para neurodegeneração induzida
pela inflamação. Os glicocorticóides inibem a oxidação dos endocanabióides
pela COX2, servindo como neuroprotetores, reduzindo a neurotoxicidade
durante a inflamação ou após a ativação de circuitos neuronais excitatórios
(LOPES et al., 2008).
Os efeitos neuroprotetores da metilprednisolona tem sido atribuídos a
captura de radicais livres quando administrados em altas doses (CROXTALL et
al., 2002).
Segundo Fitch & Van De Beek (2008) a terapia com esteróides é
recomendada na redução da ativação inflamatória nas doenças infecciosas do
SNC.
Alguns trabalhos relatam que em enfermidades autoimunes do SNC, em
modelos experimentais humanos e animais, os glicocorticóides não foram
eficazes (SORRELLS & SAPOLSKY, 2007).
Os glicocorticóides sintéticos, como a dexametasona, mostraram pouca
capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica. Porém, são carreados
por globulinas e demonstraram afinidade pelo receptor glicocorticóide ao
contrário do receptor mineralocorticóide, como acontece com o cortisol. Desta
forma é possível explicar as diferenças no mecanismo de ação entre
glicocorticóides endógenos e sintéticos em processos inflamatórios do SNC
(SORRELLS & SAPOLSKY, 2007).
A integridade da barreira hematoencefálica é alterada em várias desordens
neurológicas. As estratégias terapêuticas de várias enfermidades incluem o
tratamento com o glicocorticóide, mas a base molecular de como os
glicocorticóides regulam a permeabilidade da barreira hematoencefálica ainda
não é totalmente entendida (FÖRSTER et al., 2005).
No estudo de Förster et al. (2005) foi desenvolvido um sistema de cultura
celular que representasse a barreira hematoencefálica “in vitro”, onde o gene
“occludin” (proteínas de junção intercelular) endógeno pode ser induzido pelos
glicocorticóides “in vitro”, sem a necessidade de cultivo em outros tipos
celulares, com a formação da barreira principal. A hidrocortisona foi escolhida
para induzir significantemente as propriedades da barreira e pelas alterações
encontradas na morfologia. Calcula-se que 50% destes fármacos sejam
capazes de atravessar a monocamada.
Os mecanismos moleculares no fechamento da barreira pelos
glicocorticóides foram elucidados por Förster et al. (2005). Foi observado que
os glicocorticóides podem atuar diretamente na transcrição pela interação
específica na sequência de DNA do gene “occludin”. Neste mesmo estudo, os
60
Objetivos
68
1. Gerais
2. Específicos
Material e Métodos
70
1. Animais
2. Grupos Experimentais
1
Ribavirina: Ribavirin® Laboratório Blau
2 ®
DMSO: Dimetil Sulfóxido P.A. Laboratório Vetec Química Fina
73
DMSO diluído foi administrado de forma lenta e o acesso venoso foi trocado a
cada três dias.
3 ®
Combur Test - Roche
4
Kit Bioquímico - Doles®
5 ®
CELM SB 190
76
5.3 Hemograma:
6
CELM CC 510®
7 ®
CELM HB 520
78
8 ®
Labtest
9
Bioclin®
10
Agulha de biópsia de medula óssea Modelo Komyiashiki - Japan
79
6.3 RT-PCR:
7. Análise estatística:
Resultados
83
Fêmeas Machos
Grupo n % n %
G1 5 50 5 50
G2 4 40 6 60
G3 6 60 4 40
G4 3 30 7 70
G5 4 40 6 60
G6 5 50 5 50
Total 27 45 33 55
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6
n: número de animais
%: porcentagem
TABELA 3 – Média, desvio padrão, mediana das idades em meses dos cães
com cinomose incluídos na pesquisa, divididos nos diferentes grupos.
Botucatu, SP, 2011.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6
P25: percentil 25
P75: percentil 75
TABELA 4 – Média, desvio padrão e mediana dos dias de evolução dos sinais
clínicos neurológicos dos cães com cinomose nos diferentes grupos. Botucatu,
SP, 2011.
Grupo n % n %
G1 5 50,0 5 50,0
G2 5 50,0 5 50,0
G3 4 40,0 6 60,0
G4 4 40,0 6 60,0
G5 1 10,0 9 90,0
G6 3 30,0 7 70,0
Grupo n % n %
G1 7 70,0 3 30,0
G2 6 60,0 4 40,0
G3 6 60,0 4 40,0
G4 6 60,0 4 40,0
G5 4 40,0 6 60,0
G6 6 60,0 4 40,0
Grupo n % n %
G1 7 70,0 3 30,0
G2 6 60,0 4 40,0
G3 7 70,0 3 30,0
G4 7 70,0 3 30,0
G5 6 60,0 4 40,0
G6 4 40,0 6 60,0
Após a tabulação dos dados de sinais clínicos foi possível verificar que os
animais incluídos no estudo além de apresentarem sinais neurológicos, tiveram
alta frequência em sinais oculares, menor em sinais respiratórios e, por último,
sinais gastroentéricos. No G5 foi possível verificar alto índice de sinais oculares
e respiratórios e no G6 de sinais oculares e gastroentéricos. Os outros grupos
apresentaram distribuição homogênea dos sinais sistêmicos.
Além dos sinais sistêmicos, também foi avaliada a frequência dos sinais
neurológicos em todos os animais e nos diferentes grupos experimentais
(Tabela 8).
88
Frequência (%)
Sinais neurológicos
G1 G2 G3 G4 G5 G6 Total
Alteração dos reflexos 20,0 20,0 30,0 10,0 0,0 0,0 13,3
medulares
Estatística: Qui-quadrado.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6
%: porcentagem.
Os sinais neurológicos mais encontrados nos animais incluídos na
pesquisa foram as alterações de nervos cranianos (78,3%), seguidos de
89
Grupo n % n % n % n %
G1 5 50 0 0 4 40 1 10
G2 6 60 2 20 2 20 0 0
G3 6 60 1 10 3 30 0 0
G4 6 60 1 10 1 10 2 20
G5 5 50 1 10 4 40 0 0
G6 5 50 1 10 4 40 0 0
Total 33 55 6 10 18 30 3 5
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6
n: número de animais
%: porcentagem
SV: sem vacinação; VI: vacinação incompleta; VSO: vacinação sem orientação do médico
veterinário; SHV: sem histórico de vacinação.
na mesma residência e 28,3% tinham contato com outros animais sem sinais
clínicos.
Dos 60 cães incluídos na pesquisa, 34 (56,7%) não tinham acesso à rua e
26 (43,3%) acessavam a rua com frequência, sozinhos ou acompanhados pelo
proprietário.
Grupo n % n % n %
5
Número de animais
4
óbito
sobrevida
3
melhora
0
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Grupos Experimentais
Grupo n % n % n %
Grupo n % n % n %
orientação e 25% não foram vacinados. Dos animais que morreram, 75% não
foram vacinados e 25% receberam a vacinação sem orientação do médico
veterinário. 50% dos animais que sobreviveram, ou não receberam vacinação,
ou tinham vacinação incompleta (Tabela 15).
No G6 apenas um animal recebeu vacinação incompleta. Dos animais não
vacinados 60% morreram e 20% ou melhoraram ou sobreviveram. Os animais
que receberam vacinação sem orientação tiveram 75% de melhora clínica e
25% de óbitos (Tabela 15).
Os resultados apresentados na tabela 15 não foram significativos
estatisticamente, desta forma, não houve diferença do histórico vacinal frente à
evolução clínica da doença, e não houve interferência no tratamento
experimental.
98
TABELA 15 - Avaliação da sobrevida dos cães com cinomose em cada grupo experimental frente ao histórico de vacinação.
Botucatu, SP, 2011.
Estatística: Teste G de Willians.
Row %: valor percentual na linha.
Histórico G1 G2 G3 G4 G5 G6
Vacinação Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M
SV 1 1 3 1 3 2 1 3 2 4 1 1 0 1 4 3 1 1
Row % 20,0 20,0 60,0 16,7 50,0 33,3 16,7 50,0 33,3 66,7 16,7 16,7 0,0 20,0 80,0 60,0 20,0 20,0
Col % 33,3 100,0 50,0 50,0 75,0 50,0 33,3 75,0 66,7 57,1 50,0 100,0 0,0 50,0 80,0 75,0 50,0 25,0
VI 0 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0
Row % 0,0 0,0 0,0 50,0 0,0 50,0 0,0 0,0 100,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0
Col % 0,0 0,0 0,0 50,0 0,0 25,0 0,0 0,0 33,3 0,0 50,0 0,0 0,0 50,0 0,0 0,0 50,0 0,0
VSO 1 0 3 0 1 1 2 1 0 1 0 0 3 0 1 1 0 3
Row% 50,0 0,0 75,0 0,0 50,0 50,0 66,7 33,3 0,0 100,0 0,0 0,0 75,0 0,0 25,0 25,0 0,0 75,0
Col% 33,3 0,0 50,0 0,0 25,0 25,0 66,7 25,0 0,0 14,3 0,0 0,0 100,0 0,0 20,0 25,0 0,0 75,0
SHV 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0
Row % 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Col % 33,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 28,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Total 3 1 6 2 4 4 3 4 3 7 2 1 3 2 5 4 2 4
Row % 30,0 10,0 60,0 20,0 40,0 40,0 30,0 40,0 30,0 70,0 20,0 10,0 30,0 20,0 50,0 40,0 20,0 40,0
Col % 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
P25: percentil 25
P75: percentil 75
TABELA 17 – Média, desvio padrão e mediana da idade dos cães com cinomose nos grupos experimentais frente à evolução
clínica. Botucatu, SP, 2011.
Grupo Evolução Média Desvio Mínimo P25 Mediana P75 Máximo Valor de
clínica padrão p
Óbito 18,7 15,1 8,0 8,0 12,0 36,0 36,0
G1 Sobrevida 24,0 0,0 24,0 24,0 24,0 24,0 24,0 0,2902
Melhora 36,0 15,2 24,0 24,0 30,0 48,0 60,0
Óbito 26,0 31,1 4,0 4,0 26,0 48,0 48,0
G2 Sobrevida 35,5 22,6 10,0 17,0 36,0 54,0 60,0 0,4917
Melhora 69,0 63,0 12,0 24,0 54,0 114,0 156,0
Óbito 38,0 28,4 6,0 6,0 48,0 60,0 60,0
G3 Sobrevida 54,0 6,9 48,0 48,0 54,0 60,0 60,0 0,1000
Melhora 8,0 3,6 5,0 5,0 7,0 12,0 12,0
Óbito 34,7 23,1 9,0 18,0 24,0 60,0 72,0
G4 Sobrevida 30,0 8,5 24,0 24,0 30,0 36,0 36,0 0,2795
Melhora 7,0 0,0 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0
Óbito 14,0 9,2 6,0 6,0 12,0 24,0 24,0
G5 Sobrevida 33,0 38,2 6,0 6,0 33,0 60,0 60,0 0,9442
Melhora 18,4 23,5 3,0 8,0 9,0 12,0 60,0
Óbito 6,3 1,3 5,0 5,5 6,0 7,0 8,0
G6 Sobrevida 8,5 4,9 5,0 5,0 8,5 12,0 12,0 0,1170
Melhora 27,3 24,0 7,0 9,5 21,0 45,0 60,0
Estatística: Kruskall-Wallis.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
101
TABELA 19 – Frequência dos sinais oculares em relação à sobrevida dos cães com cinomose em cada grupo experimental.
Botucatu, SP, 2011.
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Sobrevida
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Óbito 0,0 3,0 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 5,0 1,0 2,0 1,0 3,0
% 0,0 100,0 50,0 50,0 33,3 66,7 28,6 71,4 33,3 66,7 25,0 75,0
Sobrevida 1,0 0,0 1,0 3,0 1,0 3,0 2,0 0,0 0,0 2,0 1,0 1,0
% 100,0 0,0 25,0 75,0 25,0 75,0 100,0 0,0 0,0 100,0 50,0 50,0
Melhora 4,0 2,0 3,0 1,0 2,0 1,0 0,0 1,0 0,0 5,0 1,0 3,0
% 66,7 33,3 75,0 25,0 66,7 33,3 0,0 100,0 0,0 100,0 25,0 75,0
Total 5,0 5,0 5,0 5,0 4,0 6,0 4,0 6,0 1,0 9,0 3,0 7,0
% 50,0 50,0 50,0 50,0 40,0 60,0 40,0 60,0 10,0 90,0 30,0 70,0
TABELA 21 - Frequência dos sinais gastroentéricos em relação à sobrevida dos cães com cinomose nos grupos
experimentais. Botucatu, SP, 2011.
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Sobrevida
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Óbito 3,0 0,0 2,0 0,0 3,0 0,0 4,0 3,0 2,0 1,0 2,0 2,0
% 100,0 0,0 100,0 0,0 100,0 0,0 57,1 42,9 66,7 33,3 50,0 50,0
Sobrevida 0,0 1,0 3,0 1,0 3,0 1,0 2,0 0,0 2,0 0,0 0,0 2,0
% 0,0 100,0 75,0 25,0 75,0 25,0 100,0 0,0 66,7 0,0 0,0 50,0
Melhora 4,0 2,0 1,0 3,0 1,0 2,0 1,0 0,0 2,0 3,0 2,0 2,0
% 66,7 33,3 25,0 75,0 33,3 66,7 100,0 0,0 40,0 60,0 50,0 50,0
Total 7,0 3,0 6,0 4,0 7,0 3,0 7,0 3,0 6,0 4,0 4,0 6,0
% 70,0 30,0 60,0 40,0 70,0 30,0 70,0 30,0 60,0 40,0 40,0 60,0
TABELA 23 - Frequência dos sinais respiratórios em relação à sobrevida dos cães com cinomose nos grupos experimentais.
Botucatu, SP, 2011.
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Sobrevida
Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem Com
Óbito 2,0 1,0 0,0 2,0 2,0 1,0 4,0 3,0 1,0 2,0 2,0 2,0
% 66,7 33,3 0,0 100,0 66,7 33,3 57,1 42,9 33,3 66,7 50,0 50,0
Sobrevida 0,0 1,0 2,0 2,0 2,0 2,0 1,0 1,0 0,0 2,0 1,0 1,0
% 0,0 100,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 0,0 100,0 50,0 50,0
Melhora 5,0 1,0 4,0 0,0 2,0 1,0 1,0 0,0 3,0 2,0 3,0 1,0
% 83,3 16,7 100,0 0,0 66,7 33,3 100,0 0,0 60,0 40,0 75,0 25,0
Total 7,0 3,0 6,0 4,0 6,0 4,0 6,0 4,0 4,0 6,0 6,0 4,0
% 70,0 30,0 60,0 40,0 60,0 40,0 60,0 40,0 40,0 60,0 60,0 40,0
Pode-se verificar que os animais que morreram tinham mais sinais que os
animais que os sobreviventes ou que apresentaram melhora clínica. É
importante ressaltar que o mínimo da soma dos sinais neurológicos nos
animais que morreram e que sobreviveram foi de apenas um sinal, enquanto
que os animais que melhoraram apresentaram no mínimo dois sinais
neurológicos. O mesmo ocorre com o máximo da soma dos sinais, onde os
animais que melhoraram e que morreram apresentaram o máximo de 10 sinais
neurológicos. Desta forma, verificou-se que a quantidade de sinais
neurológicos não interferiu de forma determinante no desfecho da doença,
independente do tratamento realizado.
108
TABELA 25 – Média, desvio padrão, mediana e percentis da soma dos sinais neurológicos nos cães com cinomose em cada
grupo experimental em relação à evolução clínica. Botucatu, SP, 2011.
Grupo Evolução n Média Desvio Mínimo P25 Mediana P75 Máximo Valor de
clínica padrão p
Óbito 3 5,33 2,52 3,00 3,00 5,00 8,00 8,00
G1 Sobrevida 1 5,00 0,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 0,4563
Melhora 6 3,83 1,17 3,00 3,00 3,50 4,00 6,00
Óbito 2 5,50 3,54 3,00 3,00 5,50 8,00 8,00
G2 Sobrevida 4 5,00 2,45 2,00 3,00 5,50 7,00 7,00 0,8734
Melhora 4 4,50 1,29 3,00 3,50 4,50 5,50 6,00
Óbito 3 6,67 0,58 6,00 6,00 7,00 7,00 7,00
G3 Sobrevida 4 3,75 1,71 2,00 2,50 3,50 5,00 6,00 0,0513
Melhora 3 7,67 2,52 5,00 5,00 8,00 10,00 10,00
Óbito 7 5,43 7,62 1,00 4,00 5,00 7,00 10,00
G4 Sobrevida 2 4,00 2,00 3,00 3,00 4,00 5,00 5,00 0,6120
Melhora 1 3,00 0,00 3,00 3,00 3,00 3,00 3,00
Óbito 3 5,67 1,15 5,00 5,00 5,00 7,00 7,00
G5 Sobrevida 2 1,50 0,71 1,00 1,00 1,50 2,00 2,00 0,0167
Melhora 5 3,20 0,45 3,00 3,00 3,00 3,00 4,00
Óbito 4 3,75 2,22 1,00 2,00 4,00 5,50 6,00
G6 Sobrevida 2 1,50 0,71 1,00 1,00 1,50 2,00 2,00 0,3148
Melhora 4 3,00 0,82 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Estatística: ANOVA (Análise de variância), valores significativos p ≥ 0,05.
n: número de animais; G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
P25: percentil 25; P75: percentil 75.
109
6
Número de sinais neurológicos
4 óbito
sobrevida
3 melhora clínica
0
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Grupos Experimentais
Estatística: Krsukall-Wallis
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
TABELA 27 – Frequência da soma de sinais neurológicos nos cães com cinomose em relação à evolução clínica nos
diferentes grupos experimentais. Botucatu, SP, 2011.
Soma G1 G2 G3 G4 G5 G6
dos
Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M Ø S M
sinais
1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 1,0 1,0 0,0
% 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 50,0 50,0 0,0
2 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 1,0
% 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 50,0 50,0
3 1,0 0,0 3,0 1,0 0,0 1,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,0 0,0 4,0 1,0 0,0 2,0
% 25,0 0,0 75,0 50,0 0,0 50,0 0,0 100,0 0,0 0,0 50,0 50,0 0,0 0,0 100,0 33,3 0,0 66,7
4 0,0 0,0 2,0 0,0 1,0 1,0 0,0 1,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0
% 0,0 0,0 100,0 0,0 50,0 50,0 0,0 100,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0
5 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 2,0 1,0 0,0 2,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0
% 50,0 50,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 66,7 33,3 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0
6 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 1,0 1,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0
% 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 50,0 50,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0
7 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 0,0 2,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
% 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
8 1,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
% 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
10 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
% 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Total 3,0 1,0 6,0 2,0 4,0 4,0 3,0 4,0 3,0 7,0 2,0 1,0 3,0 2,0 5,0 4,0 2,0 4,0
% 30,0 10,0 60,0 20,0 40,0 40,0 30,0 40,0 30,0 70,0 20,0 10,0 30,0 20,0 50,0 40,0 20,0 40,0
Estatística: Kruskall-Wallis
Ø: óbito; S: sobrevida; M: melhora clínica.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
113
quatro sinais. Apesar de tratado com antiviral este foi o segundo grupo com
maior letalidade, com resultado similar aos dos outros grupos.
Os sinais neurológicos foram avaliados separadamente e são
apresentados na tabela 28, relacionando-se à evolução clínica, que foi
agrupada em sobrevida e melhora clínica, bem como o percentual de óbito,
para cada sinal.
Dos 22 (36,7%) animais morreram, 20 (90,9%) animais apresentaram
alterações de nervos cranianos, que foi o sinal neurológico relacionado ao
maior número de óbitos. Estes resultados não apresentaram valor significativo
na análise estatística, porém pode-se verificar que alguns sinais foram
importantes para a evolução clínica (Tabela 28).
Total 22 38
Estatística: Qui-quadrado
n: número de animais. %: porcentagem em relação ao número de óbitos.
3. Exames complementares:
3.1 Hemograma:
6.500.000
6.000.000
5.500.000
Número de hemácias/dL
5.000.000
G1
G2
4.500.000
G3
G4
4.000.000
G5
3.500.000 G6
3.000.000
2.500.000
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
alta, do que nos grupos 1 e 5, onde foram utilizados os mesmos fármacos sem
a associação do DMSO.
Os dados da mediana da dosagem de hemoglobina em todos os
momentos podem ser observados na figura 4.
15
14
13
12
Hemoglobina (g/dL)
G1
11
G2
G3
10
G4
9 G5
G6
8
6
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
45
40
Volume Globular (%)
35 G1
G2
G3
30 G4
G5
G6
25
20
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
13000
11000
G1
Leucócitos/μL
G2
9000
G3
G4
7000 G5
G6
5000
3000
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
700
600
500
G1
Linfócitos/μL
G2
400
G3
G4
300
G5
200 G6
100
0
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
4
Número de animais
3 G1
G2
G3
2 G4
G5
G6
1
0
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
42
Dosagem de uréia (mg/dL)
37
G1
32
G2
G5
27 G6
22
17
1 5 10 15
Dias de Tratamento
1
Dosagem de creatinina (mg/dL)
0,9
G1
0,8
G2
G5
0,7 G6
0,6
0,5
1 5 10 15
Dias de Tratamento
300
250
200
Dosagem de FA (UI/L)
G1
150
G2
G5
100 G6
50
0
1 5 10 15
Dias de Tratamento
6
Dosagem de GGT (UI/L)
G1
5
G2
G5
4 G6
2
1 5 10 15
Dias de Tratamento
8
Dosagem de proteína total sérica (g/dL)
7
G1
G2
6 G5
G6
4
1 5 10 15
Dias de Tratamento
3,4
Dosagem de albumina sérica (g/dL)
G1
2,7 G2
G5
G6
2
1 5 10 15
Dias de Tratamento
4,8
G1
G2
G5
3,4 G6
2
1 5 10 15
Dias de Tratamento
cães, porém não mostra significância clínica, já que alguns animais que
sobreviveram apresentavam condições clínicas gerais ruins e podem
influenciar estes resultados por outros fatores, como sépse associada a
quadros graves de pneumonia e não por lesões renais causadas pelos
fármacos experimentais.
As dosagens de glicose são facilmente alteradas pela alimentação ou
administração de fluidos adicionados de glicose. Esta dosagem apresentou
resultado significativo estatisticamente no primeiro dia quando o animal chegou
ao Hospital Veterinário.
No primeiro dia, todos os animais foram anestesiados e para tal fez-se
necessário a fluidoterapia para acompanhar o procedimento como acesso
venoso, além disso, adicionava-se glicose para favorecer a diurese e
eliminação dos fármacos anestésicos. Essa adição de glicose pode causar
maior eliminação da mesma pela urina, interferindo nos resultados do exame
de urina tipo I. Estes valores significativos das medianas em escores podem
estar relacionados com essa administração intravenosa de glicose, não
apresentando valor significativo clinicamente.
Nos momentos 5 e 10 de tratamento não houve resultado significativo
estatística e clinicamente, pois que todas as medianas de dosagem de glicose
foram zero.
No décimo quinto dia de tratamento, não houve resultado estatístico
significativo, mas os animais do grupo 2 apresentaram uma mediana de duas
cruzes para a dosagem de glicose na urina.
No último dia de tratamento os animais eram anestesiados novamente para
colheita de líquor, portanto novamente houve interferência da adição de glicose
na fluidoterapia. Essa eventual discrepância pode estar relacionada com a
dificuldade de colher o material dos animais nos respectivos grupos
experimentais e a anestesia permitia melhor manejo destes.
Não foi encontrado acetona nas amostras de urina dos animais incluídos
na pesquisa, em nenhum momento de colheita de material.
A dosagem de urobilinogênio também foi normal em todos os animais e em
todos os momentos de colheita de material.
A presença de bilirrubina também foi analisada e nos dois primeiros
momentos de colheita de material (1º e 5º dias) não houve resultados
significantes, tanto estatisticamente quanto clinicamente.
No entanto, no décimo dia de tratamento dos animais do G1 foi possível
detectar a presença de traços de bilirrubina na urina na maior parte deles,
inclusive com resultado significativo estatisticamente (Tabela 30).
50
Dosagem de proteínas (mg/dL)
45
G1
40
G2
35 G3
G4
30
G5
25 G6
20 G6
G5
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
Estatística: Kruskal-Wallis
G1 0 0 0b 0 1
144
G2 0 0 0b 0 1
G3 0 0 1a 1 3
G4 0 0 0b 1 1
G5 0 0 0b 0 0
G6 0 0 0b 0 0
Estatística: Kruskal-Wallis
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
G1 0,0 0,0 12,7 58,0 31,4 80,5 84,2 88,0 165,6 99,0
G2 0,0 0,0 1,8 61,0 28,5 86,5 76,6 94,0 254,4 97,0
G3 0,3 9,0 1,8 16,0 5,9 65,0 19,7 86,0 179,3 98,0
G4 0,9 8,0 1,4 28,0 8,9 56,0 11,8 79,0 1228,5 100,0
G5 0,0 0,0 1,6 35,0 4,2 67,5 12,4 89,0 29,1 97,0
G6 0,0 0,0 0,7 32,0 3,1 69,0 5,1 78,0 34,3 90,0
G1 4,2 49,0 4,7 61,0 22,5 93,0 49,0 98,0 68,8 99,0
G2 2,0 73,0 2,8 83,5 8,6 95,0 29,9 99,0 43,8 100,0
G3 1,0 20,0 4,2 36,0 13,0 79,0 55,0 93,0 81,2 99,0
149
G4 0,7 25,0 0,7 25,0 1,7 36,0 5,0 88,0 5,0 88,0
G5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 33,5 2,0 67,3 5,5 91,0
G6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 12,0 3,4 80,0 5,8 86,0
32
28
Valor absoluto de linfócitos
24
20 G1
16 G2
12 G3
G4
8
G5
4
G6
0 G6
G5
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
Estatística: Kruskal-Wallis
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
G1 0,0 0,0 1,0 10,0 5,5 17,5 14,4 19,0 37,3 34,0
G2 0,0 0,0 0,5 3,0 1,1 6,0 7,5 15,0 11,9 26,0
G3 1,0 2,0 1,7 10,0 3,2 19,0 4,2 84,0 18,2 91,0
G4 0,0 0,0 1,6 16,0 2,8 20,5 9,8 55,0 1667,2 82,0
G5 0,0 0,0 0,4 3,0 0,8 13,5 2,3 36,0 7,6 69,0
G6 0,0 0,0 0,56 15,0 1,2 22,0 4,0 39,0 10,9 100,0
G1 0,0 0,0 0,2 1,0 0,7 6,0 8,5 23,0 36,0 36,0
G2 0,0 0,0 0,1 0,5 0,2 4,0 1,5 7,0 3,6 10,0
G3 0,8 1,0 0,8 2,0 2,3 18,0 5,5 37,0 6,3 52,0
G4 0,1 6,0 0,1 6,0 1,2 45,0 9,0 60,0 9,0 60,0
G5 0,0 0,0 0,2 7,0 0,4 22,0 24,5 41,2 114,6 78,0
G6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 14,0 3,6 36,0 5,4 77,0
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
Com a tabulação dos dados foi possível identificar que os valores máximos
do número de células mononucleares diminuíram em todos os grupos, exceto
no G5 que apresentou um aumento. As medianas dos valores absolutos
também apresentaram diminuição dessas células em todos os grupos.
Além das células mononucleares e os linfócitos, foram encontradas outras
células, com menor importância para o estudo. Estes resultados não
mostraram significância estatística, e estas células não ultrapassaram os 10%
da celularidade liquórica. Apenas o G4 apresentou valores altos deste tipo
celular que somado aos outros resultados pode-se afirmar que houve
contaminação pelo sangue periférico.
Após o tratamento, o G6 foi o grupo que apresentou a menor mediana,
enquanto que os grupos 1 e 5 apresentaram aumento desses valores absolutos
e relativos. O G3 e G5 mostraram valores absolutos máximos muito altos, o
que pode representar uma contaminação da amostra por sangue periférico.
Os outros grupos tiveram suas medianas com valores mais baixos
associados à diminuição da celularidade após o tratamento, como havia sido
descrito anteriormente. Esses resultados não demonstraram importância clínica
ao estudo.
4. Biologia Molecular:
Estatística: Qui-quadrado.
153
n: número de amostras.
%: porcentagem.
Estatística: Qui-quadrado.
n: número de amostras.
%: porcentagem.
O grupo com maior positividade na RT-PCR no líquor foi o G1, sendo que
os outros grupos (2, 3, 5 e 6) apresentaram mais amostras negativas do que
positivas, demonstrando que o vírus após o período de 15 dias não estava
mais livre no líquor. Como houve diminuição da celularidade pelo controle do
processo inflamatório, principalmente nos grupos 4, 5 e 6, menores seriam as
chances de detectar vírus nesta amostra (Figura 19).
155
1 Líquor
15 Medula óssea
Sangue
Dias de Tratamento
Estatística: Qui-quadrado.
Sangue e Medula
óssea
Líquor
O grupo com maior número de hn-PCR foi G1, onde das 35 amostras,
77,1% foram positivas, sendo o grupo que mais apresentou positividade na hn-
PCR. Este resultado pode estar relacionado com o tempo de armazenamento
das amostras, já que foi o primeiro grupo a ser estudado.
No entanto, o G6 foi o segundo grupo com mais amostras negativas na RT-
PCR que foram verificadas pela hn-PCR. Este grupo teve o menor tempo de
armazenamento, porém a taxa de positividade foi menor em relação ao G1.
Estes resultados não apresentaram significância estatística, mas
demonstraram a importância da realização da hn-PCR para confirmação do
resultado.
A realização da hn-PCR também foi avaliada frente à amostra utilizada
para a reação. Estes dados apresentaram significância estatística pela
necessidade de realização dessa reação em muitas amostras de líquor em
relação ao sangue periférico e medula óssea (Tabela 45).
A amostra com maior número de hn-PCR foi o líquor e 67,4% foi negativo
nesta reação, demonstrando que não é a amostra mais indicada para o
diagnóstico molecular da cinomose. As amostras de sangue e medula óssea
apresentaram mais positividade e menor necessidade de realização da hn-
PCR.
A medula óssea foi a melhor amostra, pois foi a que menos necessitou de
hn-PCR e apresentou grande quantidade de resultados positivos na reação.
Estes dados apresentaram resultado significativo estatisticamente não só
quando trabalhados independente do grupo experimental, mas também nos
diferentes grupos (Tabela 46).
Das 35 amostras do G1 que foram realizadas hn-PCR, 18 eram de líquor,
11 de sangue e seis de medula óssea. O G1 apresentou 27 (77,1%) das
amostras positivas na hn-PCR e 22,9% negativas. Das amostras negativas,
sete foram de líquor e uma de medula óssea e 100% das amostras de sangue
deste grupo foram positivas. Das amostras de medula óssea 83,3% foram
positivas (Tabela 46).
No G2 foram realizadas 29 reações de hn-PCR, sendo que 15 (51,7%)
foram negativas e 14 (48,3%) positivas. Das amostras negativas 12 foram de
líquor e três de medula óssea. Novamente 100% das amostras de sangue
foram positivas. Neste grupo, as amostras de medula óssea apresentaram
57,1% de positividade (Tabela 46).
No G3 foram realizadas 28 reações de hn-PCR, sendo que 16 de líquor,
seis de medula e seis de sangue. Dessas 28 amostras, 15 (53,6%) foram
negativas e 13 (46,4%) foram positivas. Assim como no G2, das amostras de
líquor, 75% foram negativas e das amostras de sangue e medula, 83,3% e
66,7%, respectivamente foram positivas (Tabela 46).
Das 25 amostras que foram processadas pela técnica de hn-PCR no G4,
11 foram de líquor, sete de medula óssea e sete de sangue periférico. Neste
grupo 100% das medulas foram positivas e apenas 27,3% das amostras de
líquor. Das amostras negativas, oito foram de líquor e três de sangue (Tabela
46).
No G5 foram realizadas 29 reações de hn-PCR, sendo que 16 foram de
líquor, sete de medula óssea e seis de sangue periférico. Dessas 29 amostras,
16 (55,2%) foram positivas e 13 (44,8%) foram negativas. Da mesma forma
159
que aconteceu na maioria dos grupos, 62,5% das amostras de líquor foram
negativas e 57,1% das de medulas e 100% das amostras de sangue também
foram positivas, respectivamente (Tabela 46).
160
TABELA 46 – Relação dos resultados da hn-PCR para detecção do vírus da cinomose em cada tipo de amostra de cães nos
diferentes grupos experimentais. Botucatu, SP, 2011.
Estatística: Qui-quadrado.
%: porcentagem.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
90
80
% de resultados positivos
70
60
G1
50
G2
40
G3
30
G4
20
G5
10
G6
0 G6
G5
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
Estatística: Qui-quadrado.
%: porcentagem.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
Discussão
Para compor os grupos experimentais, não houve distinção de sexo e raça
entre os animais selecionados e o atual estudo apresentou 45% de fêmeas e
55% de machos. Na pesquisa realizada por Sonne (2008) a autora encontrou
59,26% de machos e 40,74% de fêmeas infectadas com o vírus da cinomose.
Os resultados de Headley & Graça (2000) demonstraram que não há diferença
de susceptibilidade à infecção pelo vírus da cinomose entre machos e fêmeas.
Da mesma forma, Corrêa & Corrêa (1992) afirmam que a enfermidade não tem
predileção por sexo ou raça. No entanto, alguns autores afirmam que raças
braquiocefálias apresentam menor prevalência da doença, de mortalidade e de
sequelas comparadas com as raças dolicocefálicas (HEADLEY & GRAÇA,
2000; GREENE, 2006).
Os animais incluídos na pesquisa não apresentaram diferença estatística
conforme a raça, mas a frequência encontrada foi de 75% de cães sem raça
definida, 10% de cães da raça Poodle e 3,3% das raças Border Collie e
Pinscher e esses dados não demonstram susceptibilidade racial. Já na
pesquisa realizada por Sonne (2008), a frequência de cães sem raça definida
foi de 44,44%, seguida de animais da raça Poodle com 11,11%, apresentando
dados semelhantes a atual pesquisa. Portanto, a frequência não indica
predisposição racial, mas sim o número de animais atendidos e um casual
índice elevado de Poodles.
Headley e Graça (2000) encontraram 63% dos casos de encefalite pela
cinomose em animais com menos de 18 meses, sugerindo que a maior taxa de
mortalidade nesta forma aconteça ao redor de um ano de idade. Concordando
com esses dados, Silva et al. (2007) encontraram uma taxa de 49,5% dos
casos com alterações neurológicas em animais com menos de um ano de
idade, 48% dos animais com estes sinais estavam na faixa etária de um a nove
anos de idade e 2,5% possuíam mais de 10 anos.
Na pesquisa realizada por Sonne (2008), dos 40 animais incluídos 78,5%
apresentavam idade de dois a seis meses e em 11,1% dos animais a faixa
etária situou-se entre sete meses e um ano de idade.
Nos animais do presente estudo a idade variou de três meses a 13 anos,
no entanto as medianas das idades variaram de sete a 48 meses de idade,
concordando com os dados dos autores acima. Sendo que os animais dos
grupos 5 e 6 foram mais jovens com mediana de 10 e sete meses
166
estudo de Silva et al. (2007) apresentou um índice de 25% dos animais com
ataxia.
A alteração de consciência foi encontrada em 21,7% dos animais incluídos
no estudo, enquanto que Amude (2005) encontrou uma taxa de 25%, no
entanto esse tipo de alteração neurológica é considerado principalmente nos
casos de eutanásia, como foram os animais incluídos na pesquisa do referido
autor. Assim como ocorreu com andar compulsivo e opistótono que foram
encontrados em 25% dos casos da sua pesquisa, enquanto que no atual
estudo foram incluídos 13,3% de animais com andar compulsivo e 8,3% com
opistótono.
O sinal neurológico de balançar a cabeça teve frequência de 12,5% no
estudo de Amude (2005), enquanto que nesta pesquisa foi de 28,3%. Com
relação ao estrabismo vestibular que foi separado na pesquisa de Amude
(2005), na atual pesquisa foi incluído junto às alterações de nervos cranianos
que ficaram com 78,3%. As alterações comportamentais tiveram frequência de
6,7% no atual estudo, enquanto que Amude (2005) encontrou 12,5% delas.
Não houve referência com relação ao choro noturno, no entanto pode ter sido
considerado como alteração de comportamento, porém nesta pesquisa este
sinal foi encontrado em 13,3% dos animais.
Amude (2005) encontrou 12,5% de animais que apresentavam mioclonias,
enquanto que na atual pesquisa observou-se uma frequência em 45% dos
animais. No estudo de Silva et al. (2007) os dados de animais com mioclonias
foram mais semelhantes com 38,4% dos casos. Andar em círculos e
pressionamento da cabeça contra objetos também foram encontrados nos
animais da pesquisa de Amude (2005), porém com uma frequência de 12,5% e
neste estudo foi encontrado em 8,3% e 3,3%, respectivamente.
As vacinas produzidas com as amostras do vírus da cinomose, isoladas
de cães naturalmente infectados, como Snyder Hill, Rockborn, Onderstepoort,
adequadamente atenuadas em culturas de células, são eficientes em induzir o
estado de imunidade dos animais vacinados, protegendo-os contra infecção
natural (BIAZZONO et al., 2001).
Na pesquisa de Amude (2005) os oito cães incluídos no estudo só
apresentavam sinais neurológicos, sendo que quatro animais tinham recebido
170
pelo menos três doses da vacina contra a cinomose com vírus atenuado, dois
não eram vacinados e outros dois tinham histórico vacinal.
Na atual pesquisa não foram incluídos animais que apresentavam
histórico vacinal correto, ou seja, quando filhotes com mais de três doses de
vacina de vírus vivo atenuado com orientação do médico veterinário ou adultos
que recebessem anualmente uma dose. Os animais foram caracterizados de
quatro formas: sem vacinação (55%), vacinação incompleta (10%), vacinação
sem orientação veterinária (30%) e sem histórico de vacinação (5%). Este
último item, em alguns momentos também influenciou a não escolha dos
animais para o estudo, já que como o histórico não era conhecido, o animal
poderia ter recebido a vacinação.
Mais de 50% das infecções pelo vírus da cinomose são subclínicas ou
com sinais clínicos moderados (SILVA et al., 2007), ou seja, a taxa de infecção
é maior do que o número dos animais que manifestam a enfermidade,
estimando-se em até 75% de cães susceptíveis que eliminam o vírus sem
qualquer sinal clínico da doença (CORRÊA & CORRÊA, 1992; GEBARA et al.,
2004). Acima de 30% dos cães exibem sinais de envolvimento neurológico
durante ou após a infecção sistêmica pelo vírus da cinomose (RUDD et al.,
2006).
A transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas que contêm
o vírus, pelas secreções respiratórias, fezes e urina (CORRÊA & CORRÊA,
1992).
Neste estudo foi avaliada a frequência dos animais que entraram em
contato direto com outro animal doente e apenas 16,7% deles tinham tido esse
contato, sendo que 55% dos animais não tinham outros contactantes em casa,
porém 43,3% de todos os cães incluídos na pesquisa tinham acesso à rua,
tanto sozinhos quanto com os proprietários. Desta forma, mesmo que a maior
parte dos animais não tivesse entrado em contato direto com outros doentes, a
infecção provavelmente aconteceu por meio do proprietário (indiretamente),
pelo contato com animais não vacinados que podem ter a infecção sem
apresentar sinais clínicos ou mesmo por contato direto com animais doentes
nas ruas. Nos animais da pesquisa, o principal motivo da infecção ocorreu por
falta de um histórico vacinal correto.
171
No estudo de Elia et al. (2008) foi observado que a relação entre efeito
da droga e o tempo de exposição mostrou que a atividade antiviral em altas
concentrações ocorre no período de 24 horas. Entretanto, em baixas
concentrações a eficácia da droga foi obtida após 48 horas de exposição.
Porém, este estudo refere à eficácia da ribavirina frente ao vírus da cinomose
“in vitro”. Mangia (2008) analisou a eficácia da ribavirina em cães naturalmente
infectados com o vírus da cinomose e concluiu que a melhora dos sinais na
maior parte dos animais estudados ocorreu a partir do sétimo dia de
administração da droga. Por isso, no atual estudo não foram incluídos animais
que morreram com menos de cinco dias de tratamento, pois se deduziu que
poderia não haver ainda ação da ribavirina sobre o vírus da cinomose. No
entanto, como nos grupos controle não havia droga experimental para ser
testada, foram incluídos os animais que não morreram no período de três dias
de tratamento, ou seja, animais que morreram com até dois dias de tratamento
não entraram na pesquisa.
A atual pesquisa revelou que mesmo com a inclusão de mais dois
grupos tratados com a ribavirina e dois grupos controle a média de dias de
sobrevida dos animais tratados com o antiviral foi maior do que dos animais
que entraram no grupo não tratado. Este dado sugere-se que a ribavirina
aumentou o tempo de vida dos animais naturalmente infectados com o vírus da
cinomose apresentando encefalite.
A terapia antiviral na SSPE (encefalite causada pelo vírus do sarampo em
humanos) tem como objetivo diminuir a progressão da doença ou estabilização
temporal de progressão da doença, prolongar a sobrevida, ou, menos
provávelmente obter a melhora clínica. O benefício esperado é mais do que a
taxa de 5% de remissão descrita na literatura (GUTIERREZ et al., 2010).
A ribavirina foi aprovada pela U.S. Food and Drug Administration para o
tratamento pediátrico da infecção pelo vírus sincicial respiratório e sua
combinação com alfa-interferon para infecção crônica pelo vírus da Hepatite C
(WU et al., 2005). Hoje na terapia antiviral com ribavirina os pacientes com
hepatite C tem uma sobrevida de 55% (SUNG et al., 2011).
No atual estudo o tratamento experimental foi avaliado segundo a melhora
clínica e a sobrevida dos animais nos diferentes grupos, onde foi encontrada
uma taxa de 60 a 70% entre os que sobreviveram ou apresentaram melhora
clínica, que em relação ao tratamento usado em humanos apresentou
melhores resultados, com exceção do G4 com 70% de óbitos.
A sobrevida e melhora clínica do estudo foi melhor do que se espera da
droga em humanos. Dos 60 animais incluídos no experimento, apenas 38,3%
apresentaram melhora clínica, quando se soma os dados dos animais que
172
HEADLEY & GRAÇA, 2000; MORO et al., 2003; GEBARA et al., 2004).
Concordando com os dados da literatura, os animais do presente estudo
apresentaram no histórico, sinal sistêmico seguido ou concomitante com a
doença encefálica. No entanto, não existem dados na literatura com relação a
sobrevida dos animais em relação ao sinal clínico sistêmico, quando associado
com sinais neurológicos.
A presente pesquisa verificou-se que animais com apresentação clínica da
associação de sinais oculares com neurológicos tiveram maior índice de óbitos
(72,7%) e os animais que não apresentaram sinais oculares tiveram maior
índice de sobrevida e melhora clínica. Quando compara-se esses dados nos
diferentes grupos experimentais, nota-se que quando não foi usada a
prednisona a maior porcentagem de melhora clínica foi dos animais que não
apresentavam sinais oculares e nos grupos 4, 5 e 6 os animais que
melhoraram tinham sinais oculares.
Com relação a presença de sinais grastroentéricos nos animais estudados,
notou-se que houve êxito no índice de melhora clínica dos animais na presença
destes sinais, este fato ocorreu principalmente nos grupos 2, 3, 5 e 6.
Já a presença de sinais respiratórios não intervieram na sobrevida dos
animais estudados quando analisados na chegada ao Hospital Veterinário, pois
50% dos animais que morreram apresentavam sinais respiratórios. Quando
este sinal foi estudado nos diferentes grupos experimentais, os resultados
demonstraram que não influenciaram na sobrevida dos animais nos diferentes
tipos de tratamento experimental, já que os grupos controle apresentaram as
mesmas características nas taxas de óbito e melhora clínica que os grupos
experimentais. A presença deste sinal foi importante durante o período de
internamento, pois que animais que apresentavam decúbito ficaram mais
predispostos a desenvolverem sinais respiratórios mesmo com o uso de
antimicrobianos, favorecendo a morte destes cães mesmo com o uso do
antiviral. Em alguns casos, o desenvolvimento de pneumonia durante o período
de internamento foi uma complicação da própria enfermidade que levou ao
óbito dos animais.
A encefalomielite da cinomose normalmente é uma doença neurológica
multifocal e os sinais clínicos refletem a difusão do vírus e a disseminação de
lesões no SNC (SHELL, 1990; KOUTINAS et al., 2002). Algumas vezes os
sinais neurológicos da cinomose sugerem uma localização restrita de lesões no
SNC (TIPOLD et al., 1992; KOUTINAS et al., 2002).
Na pesquisa de Sonne (2008) foram analisados os encéfalos de 54 cães e
foram encontradas lesões microscópicas em 29 deles. Nos animais analisados
a encefalopatia foi classificada em 79,0% como aguda, 13,8% como subaguda
e 6,9% como crônica. Em dois animais não se observou alterações
microscópicas no cérebro e cerebelo, porém o antígeno viral foi visualizado por
teste imunoistoquímico.
Estes autores demonstram a importância do estudo das lesões encefálicas
em cães com cinomose. Na atual pesquisa os sinais neurológicos foram
avaliados conforme o local da lesão que eles refletem, assim quanto maior a
quantidade de sinais neurológicos, maior a área do SNC acometida e mais
difusa é a distribuição viral. Os dados encontrados nos animais estudados
mostraram que os que morreram tinham mais sinais neurológicos que os
animais que sobreviveram ou apresentaram melhora clínica. Os resultados
obtidos demonstraram que os animais que melhoraram apresentavam menos
175
necessário o estudo destes animais por período mais longo, avaliando a função
renal após cessar a administração da droga, o que não ocorreu na presente
pesquisa.
Com relação à função hepática, no décimo dia de tratamento dos animais
do G1 foi possível detectar a presença de traços de bilirrubina na urina na
maior parte deles.
A ribavirina administrada sistemicamente, em altas doses, pode causar
efeitos indesejáveis, como anemia por hemólise extravascular e aumento de
bilirrubina no soro, os quais são reversíveis quando cessada a administração
da droga (BEAN, 1992; TAKAHASHI et al., 1998; HOSOYA et al., 2001).
Assim, pode-se sugerir que a presença de bilirrubina possa ser consequência
da hemólise causada pela ribavirina e não necessariamente por uma lesão
hepática. Da mesma forma aconteceu no décimo quinto dia de tratamento, um
aumento da quantidade de bilirrubina na urina em todos os grupos, sendo que
o G5 foi o que apresentou a maior dosagem de bilirrubina na urina.
Outra hipótese para estes achados seriam indícios de uma sobrecarga do
sistema hepatobiliar destes cães, na dose e intervalo entre doses da ribavirina
utilizada na pesquisa. No entanto, nenhuma das amostras de urina apresentou
positividade para a presença de sais biliares na urina nos grupos experimentais
e em nenhum dos momentos, o que diminui as chances que seja uma
alteração no sistema hepatobiliar.
Pelo sedimento urinário foi possível detectar a presença de cistite, mesmo
que branda nos animais dos grupos 5 e 6, já que foram encontrados leucócitos,
hemácias e bactérias. No primeiro momento de colheita de material a presença
de cistite pode estar relacionada com o caráter imunossupressor da
enfermidade.
Segundo Moro & Vasconcelos (1998) a causa da linfopenia em animais
infectados pelo vírus da cinomose ocorre provavelmente devido a habilidade do
vírus em se replicar e destruir os tecidos linfóides. A replicação viral causa
extenso período de imunossupressão, durante o qual podem ocorrer infecções
oportunistas que agravam o quadro clínico.
Além da imunossupressão causada pelo vírus, os animais destes grupos
são os mais jovens, o que pode estar relacionado também pela imaturidade do
sistema imune. Provavelmente por este motivo, estes animais apresentaram
alterações de infecção e inflamação da vesícula urinária todo o período de
tratamento.
A análise do líquor é um dos melhores métodos de diagnóstico das
afecções do encéfalo e da medula espinhal. O exame do líquor está indicado
em todo paciente com doença neurológica, na qual não há diagnóstico óbvio,
incluindo casos com suspeita de afecção intracraniana (PELLEGRINO et al.,
2003). No presente estudo e de Mangia (2008), o processo inflamatório no
SNC foi confirmado pelo exame do líquor dos cães com encefalite pela
cinomose, antes e após o tratamento experimental.
Segundo Gama et al. (2005), as características físico-químicas do líquor
tais como coloração, aspecto, densidade, pH e glicose, não foram capazes de
contribuir para indicar qualquer anormalidade liquórica nas diferentes fases da
cinomose. Por outro lado, o componente protéico e a celularidade mostraram
alterações importantes na presença de sinais neurológicos, porém na ausência
destes não adicionam informações capazes de levar a detecção precoce de
lesões do SNC em colaboração ao diagnóstico da referida enfermidade. De
183
Conclusões
1. Gerais:
x O melhor tratamento foi o G2; seguido do G1, sendo que deste grupo
seis animais apresentaram melhora clínica; depois G5, sendo que deste
grupo cinco animais apresentaram melhora e G3 com três animais que
apresentaram melhora clínica. Os outros grupos de tratamento
apresentaram baixos índices de sobrevida e melhora não sendo
suficiente para estabelecimento do protocolo de tratamento.
190
2. Específicos:
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206
the animals presented positive results in at least one of the 2 tests. The adverse
result of ribavirin and its association with prednisone was characterized by
haemolytic anemia, confirmed by the evaluation of bilirrubin occurrence only in
the urine of dogs treated with ribavirin. Prednisone’s immunosuppressive dose
led to the increase of protein dosage and leukocytes blood count, while CSF’s
cellularity decreased. The anti-inflammatory dose led to the blood protein
concentration’s decrease.
INTRODUÇÃO
A cinomose é uma doença viral muito antiga que afeta cães e outros
carnívoros em todo o mundo. Entretanto, mesmo com uso de estratégias
vacinais, ela ainda é uma doença importante na população canina,
apresentando a maior taxa de mortalidade depois da raiva (Summers & Appel
1994).
MATERIAL E MÉTODOS
9
Ribavirina: Ribavirin® Laboratório Blau
10 ®
DMSO: Dimetil Sulfóxido P.A. Laboratório Vetec Química Fina
214
Nos animais dos grupos 3 e 4 foi colhido apenas sangue para hemogramas de
acompanhamento nos dias 1°, 7° e 15°, já que foram utilizadas drogas conhecidas. E
não foram realizados exames bioquímicos pelos mesmos motivos. Além disso, este
grupo foi formado com o objetivo de terem seus resultados comparados com os
resultados da RT-PCR dos grupos experimentais.
O exame de urina do tipo I foi realizado nos animais dos grupos 1, 2, 5 e 6 nos
dias 1°, 5°, 10° e 15° de tratamento com o antiviral com objetivo de identificar
possíveis efeitos colaterais das drogas experimentais utilizadas.
controle negativo que era composto apenas por 200 μL de água livre de
nucleases. As reações foram realizadas em baterias de 10 amostras por vez. O
controle positivo foi utilizado amostras de urina sabidamente positivas e para
realização da extração utilizou-se a mesma diluição em água livre de
nucleases.
Análise estatística:
RESULTADOS
Como pior resultado frente à sobrevida dos animais, o grupo 4 teve o pior
desempenho com 70% dos animais vindo ao óbito e apenas um animal
apresentou melhora clínica. Em compensação, os grupos tratados com
ribavirina (1, 2, 5 e 6) tiveram os melhores resultados de quando observamos
as taxas de melhora clínica.
contagem de leucócitos mais alta em relação aos outros grupos, sendo esta
uma resposta esperada pelo uso de glicocorticóides.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A ribavirina foi aprovada pela U.S. Food and Drug Administration para o
tratamento pediátrico da infecção pelo vírus sincicial respiratório e sua
combinação com alfa-interferon para infecção crônica pelo vírus da Hepatite C
(Wu et al. 2005). Hoje a terapia antiviral com ribavirina em pacientes com
hepatite C tem uma sobrevivência de 55% (Sung et al. 2011).
Quando é feita a avaliação da sobrevida junto com a melhora clínica dos animais,
verificou-se que 70% dos animais tratados com o antiviral apresentaram melhora
clínica ou sobrevida, no entanto nos grupos controle essa taxa chegou a 50%. Através
do atual estudo podemos identificar que clinicamente a ribavirina favoreceu a
sobrevida ou a melhora dos animais tratados, assim como foi descrito por Mangia
(2008).
O G4 apenas tratado com prednisona foi o que apresentou maior queda desses
valores de mediana, porém foi o grupo com menor número de animais com
melhora clínica. O G5 também teve esse tipo de apresentação dos seus
valores da contagem de células e recebeu a mesma dose de prednisona,
porém também recebeu a ribavirina, e neste grupo houve o segundo índice de
melhora clínica.
A partir destes dados foi possível verificar que a prednisona na sua dose
imunossupressora levou ao aumento da dosagem de proteínas e uma
diminuição da contagem de células nucleadas no líquor. Sugere que a
prednisona faça uma imunomodulação nessa dose em cães e não uma potente
ação antinflamatória.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MEDGHALCHI, M.; TUCKERMANN, J.; SAKLATVALA, J.; CLARK, A. R.
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KISHIOKA, T.; IIDA, C.; FUJII, K.; NAGAE, R.; ONISHI, Y.; ICHI, I.; KOJO, S.
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impacts thymocyte apoptosis and adaptive immune responses. The American
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WU, J. Z.; LARSON, G.; WALKER, H.; SHIM, J. H.; HONG, Z. Phosphorylation
of ribavirin and viramidine by adenosine kinase and cytosolic 5´-Nucleotidase II:
implications for ribavirin metabolism in erythrocytes. Antimicrobial Agents and
Chemotherapy, v. 49, n. 6, p. 2164-2171, 2005.
CVD-NPS F1 5’-3’
CVD-NPS R1 5’-3’
CVD-NPS R2 5’-3’
(AMARAL, 2007).
225
5
Número de animais
4
óbito
3 sobrevida
melhora
2
0
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Grupos Experimentais
6.500.000
6.000.000
5.000.000 G1
G2
4.500.000
G3
4.000.000 G4
3.500.000 G5
G6
3.000.000
2.500.000
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
14
13
Hemoglobina (g/dL)
12 G1
11 G2
10 G3
G4
9
G5
8
G6
7
6
1 4 7 10 12 15
Dias de Tratamento
35 G3
30 G4
25 G5
G6 G6
20 G5
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
Estatística: Kruskal-Wallis
50
40
G1
30
G2
20 G3
10 G4
G5
0 G6
G5 G6
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
Estatística: Kruskal-Wallis
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
228
21
Autor para correspondência. Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, FMVZ,
UNESP/Botucatu. End: Rubião Júnior, s/n – Botucatu, SP. CEP: 18.618-000, Caixa Postal: 560. E-mail:
simangia@hotmail.com
22
Departamento de Clínica Veterinária, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail: liviafm@gmail.com
23
Departamento de Clínica Veterinária, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail: takahira@fmvz.unesp.br
24
Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail:
rgmotta@fmvz.unesp.br
25
Departamento de Clínica Veterinária, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail: soteloedu@gmail.com
26
Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail:
jane@fmvz.unesp.br
27
Grupo de pesquisa em parasitologia, Laboratório de Análises Clínicas e Parasitologia, Departamento de
Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA. E-mail: aristeusilva@gmail.com
28
Departamento de Higiene Veterinária e Saúde Pública, FMVZ, UNESP/Botucatu. E-mail:
paesacmi@fmvz.unesp.br
229
INTRODUÇÃO
A cinomose é uma doença viral muito antiga que afeta cães e outros
carnívoros em todo o mundo. Entretanto, mesmo com uso de estratégias
vacinais, ela ainda é uma doença importante na população canina,
apresentando a maior taxa de mortalidade depois da raiva (Summers & Appel
1994).
MATERIAL E MÉTODOS
29 ®
Ribavirina: Ribavirin Laboratório Blau
234
30 ®
DMSO: Dimetil Sulfóxido P.A. Laboratório Vetec Química Fina
235
Análise estatística:
RESULTADOS
Como pior resultado frente à sobrevida dos animais, o grupo 4 teve o pior
desempenho com 70% dos animais vindo ao óbito e apenas um animal
apresentou melhora clínica. Em compensação, os grupos tratados com
ribavirina (1, 2, 5 e 6) tiveram os melhores resultados de quando observamos
as taxas de melhora clínica.
Dos 60 animais incluídos no experimento, apenas 23 (38,3%)
apresentaram melhora clínica, sendo um resultado semelhante ao número de
óbitos (36,7%). Quando somamos os dados dos animais que receberam o
antiviral, verificamos que 12 (30%) animais vieram ao óbito e 19 (47,5%)
apresentaram melhora clínica evidente no período de internação.
positivas. Então, foram realizadas 178 reações da hn-PCR e 102 (57,3%) foram
positivas. Assim, das 308 amostras analisadas, 232 (75,32%) foram positivas.
O grupo que mais precisou fazer a hn-PCR foi G1, onde das 35 amostras,
77,1% foram positivas, sendo o grupo que mais apresentou positividade na hn-
PCR.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
No atual estudo foram realizadas 308 reações da RT-PCR, sendo que 130
(42,2%) foram positivas. Foram realizadas 178 reações da hn-PCR e 102
(57,3%) foram positivas. Assim, das 308 amostras analisadas, 232 (75,32%)
foram positivas.
Kim et al. (2006) afirmam que amostras incluindo sangue periférico, swab
conjuntival, secreção nasal, urina, líquor, e swab de vagina, tecidos
pulmonares, estomacais, intestinais e urinário podem ser utilizados para o
diagnóstico de cinomose pela técnica RT-PCR. Entretanto, o swab conjuntival é
o mais apropriado para o diagnóstico precoce da cinomose.
Amaral (2007) e outros autores (Frisk et al., 1999, Shin et al. 2004)
observaram que a associação de colheita de diferentes amostras biológicas por
animal aumentou o número de resultados positivos. Como foi realizado na atual
pesquisa, onde se encontrou positividade em todos os animais antes e após o
tratamento experimental. Além disso, nos animais do atual estudo, seria
indicado o uso do sangue e medula óssea como melhores amostras para o
diagnóstico da referida enfermidade.
REFERÊNCIAS
ELIA, G.; BELLOLI, C.; CIRONE, F.; LUCENTE, M. S.; CARUSO, M.;
MARTELLA, V.; DECARO, N.; BUONAVOGLIA, C.; ORMAS, P. In vitro efficacy
of ribavirin against canine distemper virus. Antiviral Research, v. 77, p. 108-13,
2008.
KISHIOKA, T.; IIDA, C.; FUJII, K.; NAGAE, R.; ONISHI, Y.; ICHI, I.; KOJO, S.
Effect of dimethyl sulphoxide on oxidative stress, activation of mitogen actived
protein kinase and necrosis caused by thioacetamide in the rat liver. European
Journal of Pharmacology, v. 564, p. 190-195, 2007.
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SATO, H.; MASUDA, M.; MIURA, R.; YONEDA, M.; KAI, C. Morbillivirus
nucleoprotein possesses a novel nuclear localization signal and a CRM1-
independent nuclear export signal. Virology, v. 352, p. 121-130, 2006.
SHIN, Y. J.; CHO, K. O.; CHO, H. S.; KANG, S. K.; KIM, H. J.; KIM, Y. H.;
PARK, H. S.; PARK, N. Y. Comparison of one-step RT-PCR and nested PCR
for the detection of canine distemper virus in clinical samples. Australian
Veterinary Journal, v. 82, n. 1-2, p. 83-86, 2004.
CVD-NPS F1 5’-3’
CVD-NPS R1 5’-3’
CVD-NPS R2 5’-3’
(AMARAL, 2007).
n % n % n %
5
Número de animais
4
óbito
3 sobrevida
melhora
2
0
G1 G2 G3 G4 G5 G6
Grupos Experimentais
100
80
60
40 Sangue
20 Medula óssea
0 Líquor
1 Líquor
Medula
15 Sangue óssea
Dias de Tratamento
Estatística: Qui-quadrado.
90
% de resultados positivos 80
70
60 G1
50
G2
40
30 G3
20 G4
10 G5
0 G6
G5 G6
G4
1 G3
G2
15 G1
Dias de Tratamento
Estatística: Qui-quadrado.
%: porcentagem.
G1: grupo 1; G2: grupo 2; G3: grupo 3; G4: grupo 4; G5: grupo 5; G6: grupo 6.
NORMAS DA REVISTA
Apresentação de manuscritos
corrido e não deve ser formatado em duas colunas, com as legendas das figuras e
os Quadros no final (logo após as REFER�NCIAS). As Figuras (inclusive
gráficos) devem ter seus arquivos fornecidos separados do texto. Quando
incluídos no texto do trabalho, devem ser introduzidos através da ferramenta
"Inserir" do Word; pois imagens copiadas e coladas perdem as informações do
programa onde foram geradas, resultando, sempre, em má qualidade;
b) a redação dos trabalhos deve ser concisa, com a linguagem, tanto quanto
possível, no passado e impessoal; no texto, os sinais de chamada para notas de
rodapé serão números arábicos colocados em sobrescrito após a palavra ou frase
que motivou a nota. Essa numeração será contínua por todo o trabalho; as notas
serão lançadas ao pé da página em que estiver o respectivo sinal de chamada.
Todos os Quadros e todas as Figuras serão mencionados no texto. Estas
remissões serão feitas pelos respectivos números e, sempre que possível, na
ordem crescente destes. ABSTRACT e RESUMO serão escritos corridamente
em um só parágrafo e não deverão conter citações bibliográficas.
e) citações bibliográficas serão feitas pelo sistema "autor e ano"; trabalhos de até
tr�s autores serão citados pelos nomes dos tr�s, e com mais de tr�s, pelo nome
do primeiro, seguido de "et al.", mais o ano; se dois trabalhos não se distinguirem
por esses elementos, a diferenciação será feita através do acréscimo de letras
minúsculas ao ano, em ambos. Trabalhos não consultados na íntegra pelo(s)
autor(es), devem ser diferenciados, colocando-se no final da respectiva
refer�ncia, "(Resumo)" ou "(Apud Fulano e o ano.)"; a refer�ncia do
trabalho que serviu de fonte, será incluída na lista uma só vez. A menção de
comunicação pessoal e de dados não publicados é feita no texto somente com
citação de Nome e Ano, colocando-se na lista das Refer�ncias dados adicionais,
como a Instituição de origem do(s) autor(es). Nas citações de trabalhos colocados
entre par�nteses, não se usará vírgula entre o nome do autor e o ano, nem
ponto-e-vírgula após cada ano; a separação entre trabalhos, nesse caso, se fará
apenas por vírgulas, exememplo: (Christian & Tryphonas 1971, Priester & Haves
1974, Lemos et al. 2004, Krametter-Froetcher et. al. 2007);
Anexo 1
FICHA CLÍNICA
Anamnese / Hitórico:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________
3. Andar:
( ) Padrão normal de locomoção;
( ) Déficits dificilmente observados durante a locomoção em linha reta, mas
confirmados após a realização de manobras especiais;
( ) Déficits facilmente observados durante a locomoção em linha reta e exarcebados
durante a realização de manobras especiais;
( ) Apresenta postura anormal mesmo quando parado;
( ) Quedas espontâneas durante a locomoção;
( ) Decúbito permanente;
( ) Ataxia.
5. Reações posturais:
Ø = Ausente P = presente
Anterior Posterior
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
Paresia
Hipermetria
Hipometria
252
Espasticidade
Falcidez
Membros Anteriores
Esq. Dir.
Propriocepção
Tônus do pescoço
Sensibilidade Superficial
Profunda
Reflexo biceptal (face anglo-medial do cotovelo)
Reflexo triciptal (olecrano)
Reflexo carpo-radial
Reflexo flexor
Membros Posteriores
Esq. Dir.
Propriocepção
Propulsão extensora
Sensibilidade Superficial
Profunda
Reflexo patelar
Reflexo gastrocnêmio
Reflexo tibial cranial
Reflexo flexor
5. Cauda e ânus:
N = normal; Ø = ausente; P = presente; D = diminuído; A =
- ALT - Creatinina
- FA - Urinálise
- GGT
- Albumina
- Bilirrubinas