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A família na pós-modernidade___________________________________ 11
Reprodução Assistida___________________________________________ 14
Módulo 3 - Gravidez____________________________________________ 18
A família grávida_______________________________________________ 22
Gravidez na adolescência________________________________________ 24
Ansiedade na gravidez__________________________________________ 26
Estresse na gravidez____________________________________________ 27
Depressão na gravidez__________________________________________ 28
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Atuação do psicólogo na gravidez_________________________________ 29
Luto perinatal__________________________________________________ 31
Módulo 4 – Parto_______________________________________________ 34
Humanização do parto__________________________________________ 39
Violência obstétrica_____________________________________________ 40
Plano de parto_________________________________________________ 41
Módulo 5 – Puerpério___________________________________________ 44
Depressão pós-parto____________________________________________ 46
Psicose puerperal_______________________________________________ 48
Sexualidade na gravidez_________________________________________ 51
Sexualidade no puerpério_______________________________________ 52
Epigenética____________________________________________________ 54
Vínculo materno_______________________________________________ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS______________________________ 57
Sobre a Autora_________________________________________________ 63
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Módulo 1 - Introdução a Psicologia Perinatal
O que é a Psicologia Perinatal?
A psicologia perinatal é uma área de atuação e produção de conhe-
cimento ainda muito nova no Brasil e em fase de expansão, por esse mo-
tivo ainda é possível encontrar profissionais que utilizam nomenclaturas
diferentes para a mesma função, sendo elas:
- Psicologia Obstétrica;
- Psicologia da Maternidade;
- Psicologia da Parentalidade.
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Na década de 80, a Profª. Ma. Fátima Ferreira Bortoletti começa a
utilizar o termo Psicologia Obstétrica e a realizar os primeiros cursos nes-
sa área para psicólogos. Ela é autora de várias publicações neste tema e do
livro “Psicologia na Prática Obstétrica – Uma abordagem interdisciplinar”
que reúne especialistas de diversas áreas envolvidas no atendimento do
ciclo gravídico puerperal.
Vale citar ainda a Profª. Drª Alessandra Arrais e a Profª. Drª. Rafa-
ela Schiavo como autoras de diversas publicações de estudos científicos
mais recentes na área perinatalidade e da parentalidade.
- Clínicas de psicologia
- Hospitais e maternidades
- Empresas
- Escolas
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O período perinatal é um período potencial de risco, pesqui-
sas apontam que mais de 50% das mulheres tem alguma alteração emo-
cional significativa nessa fase portanto, há uma alta demanda e ao mesmo
tempo uma escassez de profissionais capacitados nesta área de atuação.
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Dados estatísticos relevantes do período perinatal
Uma pesquisa realizada por Almeida, Nunes, Camey e Schmidt, em
2007, com 712 gestantes de 18 unidades básicas de saúde no sul do Bra-
sil, para determinar a prevalência de prováveis transtornos psiquiátricos
durante a gravidez e os fatores sociodemográficos associados apresentou
os seguintes resultados:
Sentir-se ansiosa ou preocupada sem uma boa razão foi o item mais
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frequente entre as gestantes da amostra, mantendo ao longo da gestação
porcentagens acima de 80%. Os fatores associados de proteção (que dimi-
nuem a probabilidade de apresentar sintomas) foram maior escolarida-
de, gestação planejada e continuidade da gestação. Sofrer ou ter sofrido
violência psicológica foi fator de risco (que aumenta a probabilidade de
apresentar sintomas) ao longo da gravidez.
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Módulo 2 - Planejamento familiar
O que é planejamento familiar?
A Constituição Federal Brasileira em seu Art. 226 § 7° diz que: fun-
dado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo
ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas.
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atribuições são:
A família na pós-modernidade
A instituição familiar vem se modificando ao longo do tempo e o
modelo hierárquico, onde o homem é a autoridade e o provedor e a mu-
lher fica responsável pelos cuidados domésticos e dos filhos deixou de ser
o único formato possível dando lugar para uma extensa gama de possibi-
lidades.
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Carnut e Faquim (2017) apresentam as diferenças entre a família
nuclear tradicional e os novos tipos de família na contemporaneidade
Domicílio com dois adultos Domicílio com mais de dois adultos (incluin-
do múltiplos cônjuges, habitação comunal,
famílias extensas, multigeracionais)
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casais adiam a parentalidade para aproveitar situações de vida ou oportu-
nidade que não seriam viáveis se tivessem filhos. (Ribeiro, 2004)
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frequência tais como:
Reprodução Assistida
As técnicas de Reprodução Assistida trazem esperança ao desejo de
constituir uma família, mas também podem ser fonte de sofrimento e
frustrações, elas possibilitam, um novo olhar sobre a capacidade de re-
produzir-se, relacionar-se e dar continuidade à cadeia de gerações (Ri-
beiro, 2004),
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Técnica Característica
“Se Deus não me permitiu ter filhos será que devo insistir?”
“Até que ponto devo interferir num processo que deveria ser natural?”
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Atuação do psicólogo no âmbito da reprodução huma-
na.
Ao atuar no atendimento de pacientes que lidam com a infertilida-
de e buscam tratamentos de reprodução humana o psicólogo precisa:
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• Identificar pressões familiares e sociais que podem estar interfe-
rindo nas decisões.
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Módulo 3 - Gravidez
Fatos sobre a gravidez
Conforme a perspectiva de Piaget (1970) somos seres biopsicosso-
ciais, isso significa dizer que a formação de um indivíduo se dá pela com-
binação de aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Para Skinner (1999)
o comportamento humano é produto de 3 tipos de variação e seleção:
filogênese (genética), ontogênese (história de vida) e cultural. Isso quer
dizer que cada indivíduo é único e possui sua própria subjetividade.
Desta forma não existe “a mulher grávida” existe “cada mulher grá-
vida” cada uma dentro de seus contextos e histórias de vida. Existem
inúmeras possibilidades e cenários para a ocorrência de uma gravidez
conforme quadro abaixo:
Direta Intermediada
(sexo) (reprodução assistida)
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Nesse sentido a gravidez pode ser tanto um período feliz, de realiza-
ção de um sonho, de boas experiências, expectativas e simbolismos como
um período de crise, caracterizado por vivências complexas e difíceis.
Para a autora o termo crise deve ser utilizado para períodos mais
dramáticos e o termo transição existencial para os períodos que, como
as crises, também são passagens de uma situação para a outra, mas que
acontecem de modo mais suave. Assim, toda crise é uma transição, mas
nem toda transição resulta em crise.
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-parto e a maior parte das mulheres com depressão pós-parto já apresen-
tavam sintomas na gravidez que não foram tratados.
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Os referidos sintomas trazem incômodos e aumentam significati-
vamente os níveis ansiedade, uma mulher não precisa necessariamente
estar rejeitando a gravidez para não gostar de estar grávida.
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e adiar as mudanças que ocorrem com a chegada do bebê. Autores como
Maldonado (1985) e Colman e Colman (1994) definem como o período
onde os níveis de ansiedade voltam a aumentar com a proximidade do
parto e da adaptação a nova rotina.
A família grávida
Ao atuar na perinatalidade o psicólogo pode oferecer apoio/escuta
não só a mulher grávida, mas a toda família que irá se transformar com a
chegada do bebê, avós, avôs, irmãos mais velhos e principalmente o pai.
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Ainda existem poucos estudos acerca das alterações emocionais que
podem ocorrer na figura paterna durante a gravidez e a chegada de um
filho, mas já se sabe que as mudanças físicas e comportamentais sofridas
pela gestante associada as mudanças na rotina da família podem ter di-
ferentes impactos na figura paterna e levá-lo ao desenvolvimento da Sín-
drome de Couvade.
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atual.
Gravidez na adolescência
A Organização Mundial de Saúde define a adolescência como o sen-
do o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos com-
pletos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera
a adolescência, a faixa etária dos 12 até os 18 anos de idade completos,
sendo referência, desde 1990, para criação de leis e programas que asse-
guram os direitos desta população.
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De acordo com Costa (2011) a gestação nos anos iniciais da vida re-
produtiva está relacionada a fatores de natureza objetiva e subjetiva tais
como o desconhecimento dos métodos contraceptivos, a dificuldade de
acesso do adolescente a tais métodos, a dificuldade das meninas em nego-
ciar o uso do preservativo, ingenuidade, violência, submissão, desejo de
estabelecer uma relação estável como parceiro, forte desejo pela mater-
nidade, com expectativa de mudança social e de obtenção de autonomia
através da maternidade.
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Ansiedade na gravidez
A ansiedade é um estado emocional transitório ou, dependendo do
nível, uma condição inerente ao ser humano que faz parte do desenvol-
vimento e pode estar presente em todos os períodos do ciclo vital. Ela é
útil para a sobrevivência e proteção do indivíduo, mas, quando sentida
em alta frequência e intensidade deixa de ser um fator de proteção e pre-
judica a qualidade de vida.
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e do parto é chamado de tocofobia. A tocofobia é considerada um trans-
torno de ansiedade e seus principais sintomas são: ataques de pânico,
pesadelos, irritabilidade, sentimento de culpa, impaciência, alteração do
sono e do apetite. Ela pode ser dividida em:
Estresse na gravidez
Enquanto a ansiedade é uma reação emocional o estresse é o conjun-
to de respostas físicas para reagir frente a algo que o despertou. Quando
o organismo é exposto frequentemente a fatores estressores o corpo passa
a trabalhar com maior gasto de energia e apresenta respostas fisiológicas,
psicológicas e comportamentais para se ajustar às solicitações internas e/
ou externas do organismo. (Rodrigues e Schiavo, 2011)
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dividida em três partes: alerta, resistência e exaustão. (Selye, 1959)
Depressão na gravidez
A depressão é o transtorno mental de maior prevalência durante
a gravidez e seus efeitos possuem diversas consequências para a saúde
materna e fetal tais como o baixo peso ao nascer, diminuição do escore do
Apgar, prematuridade, diminuição da circunferência cefálica; desenvolvi-
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mento deficiente no primeiro ano de vida e ideação suicida pela mãe com
tentativas de autoextermínio. Sua ocorrência durante o pré-natal ainda é
pouco estudada, uma vez que a maioria das investigações sobre a depres-
são materna centram-se na período pós-parto. (De Jesus Silva, 2016)
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Bortoletti (2007) afirma a importância do PNP, que tem como obje-
tivo acolher a gestante e o casal, principalmente escutando-os e permitin-
do a troca de experiências, pois é esperado que os participantes possam
compartilhar e expressar suas culpas, dúvidas, medos, anseios e angústias
inerentes a este período. Trata-se de um modelo de intervenção preven-
tivo que consiste em propiciar suporte emocional, informacional e instru-
cional por meio de atendimentos psicoeducativos com grupos de gestan-
tes e seus familiares durante o ciclo gravídico-puerperal.
• 6º encontro: Feminilidade
• 7º encontro: Amamentação
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parar para a maternidade/paternidade, facilitar a relação do casal diante
dos novos desafios, promover a participação ativa do pai, facilitar a vin-
culação mãe-bebê, estimular uma postura ativa da gestante, preparação
emocional para o parto, prevenir problemas de saúde mental pós-parto,
psicoeducação e orientação para a família e rede de apoio.
Luto perinatal
O luto decorrente de óbito de feto ou de recém-nascido é denomi-
nado por Iaconelli (2007) como luto perinatal. As intercorrências no ciclo
gravídico puerperal se contrapõem com a concepção social de maternida-
de, é a morte onde se espera alegria, nascimento e vida.
Gesteira et. al. (2006) definem luto como uma reação normal e es-
perada quando um vínculo é rompido e sua função é proporcionar a re-
construção de recursos e viabilizar um processo de adaptação às mudan-
ças ocorridas em consequência das perdas. A perda de um filho implica
num tipo particular de luto, pois solicita adaptações, não só individuais,
mas também na relação conjugal, no sistema familiar e na sociedade.
A elaboração do luto pela morte de uma criança que não nasceu tem
uma dinâmica diferente pois não houve a construção de vínculos afetivos
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e de recordações da convivência. Este tipo de luto merece uma atenção
especial visto que é uma perda não plenamente reconhecida, que não é
abertamente apresentada e muito menos socialmente aceita. (Muza et.
al.,2013)
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tenso sofrimento, tristeza, lembranças intrusivas recorrentes, isolamento,
distração, sentimento de vazio e busca de sentido para o ocorrido.
• Individualizar os casos.
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Módulo 4 – Parto
Parto e suas mudanças ao longo da história
A experiência do parto é envolvida por significados culturais que
foram se modificando ao longo do tempo e da história da humanidade,
particularmente da mulher. O evento da gravidez, parto e nascimento,
em que as pessoas estavam ligadas por fortes vínculos humanos e supor-
tes sociais, com a introdução e evolução dos avanços tecnológicos e cien-
tíficos na área da saúde e a medicalização do corpo da mulher, passa de
evento familiar para evento hospitalar, conduzido por meios tecnológicos
e cirúrgicos, com o objetivo de controlar as complicações e situações de
risco para o binômio mãe-filho. (Souza, Gaíva e Modes, 2011)
Tipos de parto
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Para além de todos os benefícios do parto normal vale ressaltar que
nem sempre ele é possível e a realização de uma cesárea pode ser decisiva
para garantir a segurança da mãe e do bebê.
A epidemia de cesáreas
A transferência do ambiente de nascimento melhorou os indicado-
res de saúde no Brasil, sobretudo na diminuição das taxas de mortalidade
materna e neonatal nos últimos trinta anos. Em condições ideais, a cesa-
riana é segura e contribui para a redução da morbimortalidade materna
e perinatal, portanto tem seu valor na obstetrícia moderna. Entretanto, a
consequência negativa foi o aumento no número de intervenções no nas-
cimento sem razões médicas que as justificassem. Nesse sentido, a Orga-
nização Mundial de Saúde afirma que taxas superiores ao intervalo de 10
a 15% não contribuem para a redução da mortalidade materna, perinatal
ou neonatal. (Gomes et. al., 2018)
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1. Fatores socioculturais: medo da dor durante o trabalho de parto,
preocupação com a anatomia e a fisiologia da vagina e do períneo, crença
popular de que o parto vaginal é mais arriscado para o bebê.
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casos em que há maior comprometimento da musculatura do útero, au-
mentando o risco de sua ruptura no trabalho de parto.
Humanização do parto
O parto humanizado não pode ser entendido como um tipo de par-
to, a humanização tem a ver com deixar a natureza fazer o seu trabalho,
realizando o mínimo de intervenções possíveis e deixando que a mulher
assuma o seu protagonismo. Cabe aos profissionais envolvidos assumir
uma postura respeitosa quanto aos desejos e necessidades da mãe e do
bebê, levando em conta sempre a sua saúde e bem-estar.
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Um maior conforto e apoio emocional nesse momento propiciam
uma experiência positiva do parto favorecendo a recuperação e dimi-
nuindo as chances de complicações tanto físicas quanto emocionais.
Violência obstétrica
De acordo com Maldonado (1985), se a gravidez é considerada um
período de vulnerabilidade, o parto deve ser visto como um momento
crítico que marca o início de uma série de mudanças significativas e envol-
ve diversos níveis de simbolização. Dependendo da forma como acontece,
do preparo da mãe e da equipe médica, do envolvimento ou não da fa-
mília, dos riscos existentes e de uma série de outros fatores, o parto pode
ser um evento feliz ou traumático.
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Uma vivência negativa no parto dependendo da agressão sofrida e
da sua intensidade pode desencadear quadros graves de ansiedade, fo-
bias, compulsão alimentar, distúrbios do sono, estresse pós-traumático e
depressão pós-parto.
Plano de parto
O Plano de Parto é um documento escrito, de caráter legal, onde
as gestantes expressam antecipadamente suas preferências e expectativas
referentes ao cuidado que gostariam de receber durante o trabalho de
parto e parto, considerando seus valores, desejos e necessidades pessoais,
de modo a evitar intervenções indesejadas. (Medeiros et. al., 2019)
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É fundamental conversar com antecedência com a equipe respon-
sável pelo parto, em especial o obstetra, a fim de alinhar as expectativas
com o que é possível de ser atendido por aquele profissional. O parto pela
sua natureza é um evento impossível de se prever onde tudo pode mudar
de uma hora para outra portanto, deve haver flexibilidade por parte de
todos os envolvidos.
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momento.
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Módulo 5 – Puerpério
Puerpério físico x puerpério psicológico
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Conforme Cantilino et. al. (2010) no puerpério, ocorrem bruscas
mudanças nos níveis dos hormônios e além das alterações biológicas, a
transição para a maternidade é marcada por mudanças psicológicas e so-
ciais. No puerpério há necessidade de reorganização social e adaptação
a um novo papel, a mulher tem um súbito aumento de responsabilidade
por se tornar referência de uma pessoa indefesa, sofre privação de sono
e isolamento social. Além disso, é preciso reestruturação da sexualidade,
da imagem corporal e da identidade feminina.
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instrumental, mas afetivo, fornecendo encorajamento para a que a mu-
lher se sinta autorizada em sua função materna. De acordo com Campos
e Féres-Carneiro (2021) outras formas de prevenir o baby blues são ter
acompanhamento psicológico, ter padrões regulares de sono e praticar
atividade física durante a gravidez e o pós-parto.
Depressão pós-parto
A Depressão pós-parto é a mais frequente complicação emocional
materna, em geral o quadro inicia-se entre duas semanas até três me-
ses após o parto, e os sintomas são os mesmos de um quadro depressivo
comum sendo eles:, humor deprimido, perda de prazer e interesse nas
atividades, alteração de peso e/ou apetite, alteração de sono, agitação ou
retardo psicomotor, sensação de fadiga, sentimento de inutilidade ou cul-
pa, dificuldade para concentrar-se ou tomar decisões e até pensamentos
de morte ou suicídio.
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Tipo Fatores de risco Fatores de proteção
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Diante do exposto uma triagem para mulheres que têm esses fa-
tores de risco é essencial para evitar a instalação dessa depressão. Esta
detecção deve ser feita no início de pós-parto ou então nas consultas pré-
-natais anteriores. Isto permite um tratamento adequado para as mães,
para a relação mãe-recém-nascido e, mais tarde, para o equilíbrio psico-
lógico da criança. Portanto, o impacto na vida dos envolvidos requer um
trabalho não só remediativo, mas também preventivo, a fim de evitar este
grave transtorno.
Psicose puerperal
A psicose pós parto é o quadro mais grave do período perinatal. É
um transtorno raro com prevalência de 0,1% a 0,2%, sendo que mulheres
com transtorno bipolar tem mais chance de evoluir para uma psicose. Os
sintomas iniciais são euforia, humor irritável, agitação e insônia, logo em
seguida aparecem delírios, ideias persecutórias, alucinações, comporta-
mento desorganizado, desorientação, confusão mental, perplexidade e
despersonalização. (Cantilino et. al., 2010)
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O tratamento é o mesmo recomendado para transtornos psicóticos
agudos que inclui medicação e na maioria das vezes internação. Confor-
me Cantilino et. al. (2010) cerca de 20% tem remissão completa do qua-
dro após tratamento adequado e não apresentam recorrência. Estudos
sugerem que há recorrência de novo episódio de psicose pós-parto em
18% a 37% das mulheres e que pode haver episódio subsequente, fora do
pós-parto, de algum transtorno psicótico ou afetivo em 38% a 81% das
mulheres.
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Pós-Parto de Edimburgo – EDPS (Anexo 6). A EPDS foi adaptada e vali-
dada em diversos países, incluindo o Brasil. É uma escala autoaplicável,
constando de dez itens, divididos em quatro graduações (0 a 3), a escala
mede a presença e intensidade de sintomas depressivos nos últimos sete
dias. O instrumento deve ser aplicado entre 45 dias e 6 meses após o par-
to, sua aplicação é rápida e simples, podendo ser utilizada por profissio-
nais da área de saúde não-médicos, ou seja, não é privativo do psicólogo.
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Módulo 6 - Sexualidade no período perinatal
Sexualidade na gravidez
A gravidez é um período de adaptações em todos os sentidos: físico,
emocional, existencial e também sexual, não apenas para a mulher, mas
também para o seu parceiro. As principais queixas relacionadas a sexu-
alidade nesse período são a diminuição do desejo, interesse e atividade
sexual.
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terações do esquema corporal está diretamente relacionada com as alte-
rações da sexualidade, como ela olha para o seu corpo grávido e com a
atitude do homem em relação as mudanças corporais da sua parceira. A
sensação de ser fecunda e estar desabrochando como mulher pode es-
timular orgulho pelo corpo grávido principalmente quando é elogiado
pelo parceiro. Em outros casos a sensação pode ser oposta, e as alterações
no corpo são vistas como deformações, a mulher se sente feia e incapaz de
atrair alguém. Nesses casos pode haver retração sexual, ciúme e suspeita
de infidelidade, o que pode se tornar real quando o homem dissocia ma-
ternidade de sexualidade.
Sexualidade no puerpério
No que se refere as questões fisiológicas do pós-parto, o déficit de
estrogênio e progesterona, associado ao aumento da prolactina, causam
a redução do desejo sexual e da lubrificação vaginal, o que justifica a in-
satisfação de mulheres em relação à resposta sexual neste período. Mas
além da necessidade de o corpo voltar ao funcionamento normal depois
da gravidez a desmotivação sexual no puerpério também está relacionada
com todas as mudanças psicológicas, sociais e emocionais, com os cuida-
dos com o recém-nascido, com a perda de intimidade do casal, com as
mudanças na imagem corporal, com a dessexualização da mãe, de forma
que as atividades sexuais não combinam com as funções dessa nova mu-
lher.
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A dispareunia é um dos aspectos de maior incidência na retomada
das atividades sexuais. Além disso há também a preocupação com o pe-
ríodo necessário para o aparelho genital se recuperar do parto, princi-
palmente nos casos de episiotomia e laceração. Vale ressaltar que não há
diferença na função sexual entre mulheres que realizaram parto normal
ou cesárea.
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Módulo 7 - Os primeiros mil dias (da gestação até os 2
anos do bebê)
A importância dos primeiros mil dias de vida
Os primeiros mil dias do bebê compreendem desde a concepção até
os dois anos de idade, sendo 270 dias de gravidez mais 365 dias do pri-
meiro ano mais 365 dias do segundo ano. Esse período faz parte da pri-
meira infância e estudos recentes da neurociência indicam ser o momento
mais crítico para a saúde, o crescimento e o desenvolvimento emocional e
neurológico do ser humano.
Epigenética
De acordo com o Centro de Desenvolvimento Infantil da Universi-
dade de Harvard, a epigenética é uma área emergente de pesquisa cien-
tífica que mostra como as influências ambientais – na primeira infância
– podem afetar a expressão dos nossos genes. Assim, foram refutadas as
antigas ideias de que os genes são “imutáveis” ou de que apenas eles de-
terminam o desenvolvimento. Não existe mais o debate natureza x cria-
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ção – agora, quase sempre ambas estão juntas!
Os cérebros das crianças nos primeiros anos de vida são muito sensí-
veis a alterações epigenéticas o que torna essencial fornecer experiências
de apoio e carinho nessa fase da vida. Cuidar da saúde mental materna
na gravidez e no puerpério pode – literalmente - ter um impacto positivo
na química em torno dos genes das crianças.
Vínculo materno
O vínculo se inicia na gestação, à medida que o bebê cresce para
além de todas as mudanças físicas notáveis existe uma mãe, e uma família,
se preparando para assumirem novos papéis e se conectarem com esse
novo integrante. Ao contrário do que se espera esse vínculo não é auto-
mático/natural, é algo a ser construído e desenvolvido diariamente.
O processo é único para cada mulher, uma vez que nem toda grávida
esta plena e feliz, nem toda gravidez foi planejada ou desejada. E mesmo
quando tudo acontece dentro do esperado, existem sentimentos ambiva-
lentes diante da espera por um bebê: amor, medo, alegria, insegurança.
O feto entra em contato com as emoções da mãe continuamente durante
a gestação, daí a importância de cuidar da saúde mental para fortalecer o
vínculo e criar uma experiência intrauterina positiva para esse bebê.
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presença materna, de tal modo que uma criança não chega a se desen-
volver satisfatoriamente sem estabelecer um vínculo com a mãe ou quem
cumprir a função materna.
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t&pid=S1413-389X2018000400014&lng=pt&nrm=iso
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