A Teoria Do Desenvolvimento Humano de Jean Piaget
A Teoria Do Desenvolvimento Humano de Jean Piaget
A Teoria Do Desenvolvimento Humano de Jean Piaget
Pesquisar como alguém incorpora um novo conhecimento, como o constrói foi o pontapé
inicial de sua “teoria”. Postula que ao se deparar com algo novo, o indivíduo tenta remetê-lo a
qualquer coisa com que já tenha tido contato, que já conheça. Imaginemos que nossa cabeça
fosse um gavetão de arquivos, com várias pastas suspensas (que antigo, isto nem é mais
usado!) onde categorizamos tudo aquilo que sabemos. Assim que temos contato com algo
novo, é como se abríssemos este gavetão para procurarmos algo similar, parecido, nas pastas
suspensas (categorias) que já possuímos, mas não encontramos nada similar. A esta primeira
estranheza do novo, Piaget nomeou assimilação, isto é, reconhecer alguma coisa como
diferente do que eu já conheço. A partir deste reconhecimento, do contato com a novidade, da
experimentação, o indivíduo refina seus conhecimentos e incorpora uma nova informação, o
que proporciona a criação de um novo conceito, nova categoria, o surgimento de uma nova
pasta suspensa em nosso gavetão (ou a criação de uma subpasta). A esta nova partição criada,
organizada, sistematizada Piaget chama de esquema. Incorporado novo esquema mental,
assume-se a acomodação, que define um conhecimento aprendido, incorporado, introjetado.
Vejamos um exemplo:
Uma criança de dois anos e meio conhece diferentes cachorros: pretos, marrons, brancos,
de pequeno, médio e grande portes, manchados, lisos, de pelo curto, de focinhos gelados,
rabos grandes, etc. Já tem criado em seu gavetão o esquema mental “cachorro”. Numa
determinada situação esta criança se depara com um cavalo. Abre seu gavetão mental e
procura algo similar. O que tem de mais parecido é o “cachorro”. Neste momento chama o
cavalo de “cachorro gigante, ou mamãe cachorro que comeu demais”, entre outras hipóteses.
O que importa é que ela tentará “ligar” o cavalo aos animais que já conhece. Como seu
repertório é pequeno, precisará lançá-lo ao conhecido: o cachorro. A intervenção de alguém
mais experiente é essencial: é ele quem possibilitará novo olhar para este pseudo-cachorro,
com perguntas que permitam desafios, problemas para a criança:
– Este animal é mesmo um cachorro? Perceba seu focinho. É igual ao do cachorro? E seu
corpo, já tinha visto um cachorro deste tamanho? E as unhas? O rabo é do mesmo tamanho?
Etc.
Enfim, questionamentos simples farão com que a criança perceba que este já não se trata
de um cachorro, que ele não se enquadra neste esquema mental. Isto representa assimilação.
Toda esta seqüência acontecida, do olhar algo novo a apreendê-lo, é o definido como
processo de equilibração, para Piaget. Recapitulando:
PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR
(o recém-nascido e o lactente - 0 a 2 anos)
● Período de percepção, sensação e movimento.
● É regido pela inteligência prática.
PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
(a primeira infância - 2 a 7 anos)
● Função simbólica – linguagem – comunicação
● Egocentrismo (reconhece, assume, percebe o seu ponto de vista)
● Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação – finalismo
● Jogo simbólico = faz de conta, imaginário
● Animismo – características humanas a seres inanimados
● Realismo – materializar suas fantasias
● Artificialismo – explicar fenômenos da natureza através de atitudes
humanas