Perceção Dos Produtos de Moda em Cortiça - Identificação de Eixos de Posicionamento de Marcas
Perceção Dos Produtos de Moda em Cortiça - Identificação de Eixos de Posicionamento de Marcas
Perceção Dos Produtos de Moda em Cortiça - Identificação de Eixos de Posicionamento de Marcas
Dissertação
Mestrado em Gestão Comercial
Orientado por
Prof. Doutor Paulo Alexandre Botelho Rodrigues Pires
Coorientado por
Prof. Doutor Pedro José Ramos Moreira de Campos
2019
“You have to create new value at every step.”
Entre 2015-2018 trabalhou a part-time na empresa MADE – Majestic Academy of Dance and
Education, exercendo funções de apoio ao estudo do 3º ciclo do ensino básico e de definição de
estratégias de retenção dos consumidores deste serviço.
ii
Agradecimentos
Sou grata a todos os professores que contribuíram para a minha formação académica e pessoal,
especialmente ao Professor Doutor Paulo Botelho Pires, responsável pela orientação da minha
dissertação. Obrigada pelo tempo que me foi dedicado e por todas as partilhas de conhecimento.
Agradeço aos meus pais, que fizeram de tudo para tornar os momentos difíceis mais brandos e
não me deixaram ser vencida pelo cansaço.
Aos meus amigos e colegas de trabalho, que de alguma forma também foram meus
incentivadores.
A todos os que despenderam um pouco do seu tempo para contribuir com este estudo.
iii
Resumo
O desenvolvimento tecnológico dos últimos anos foi determinante para a evolução acentuada
da indústria da cortiça no mundo da moda. Avanços tais, contribuíram para a criação de produtos
e aplicações revolucionários, levando à expansão do mercado. Contudo, o avanço global torna
imperativo um ajuste rápido das empresas às novas realidades, demonstrando a sua capacidade
de adaptação e evidenciando as suas competências mais relevantes. Para tal, é fundamental
conhecer as tendências atuais e a imagem que as suas marcas e produtos ocupam na mente dos
consumidores.
A presente dissertação tem como objetivo identificar possíveis eixos de posicionamento por
atributo em marcas de produtos de moda em cortiça, tendo como base as características mais
valorizadas pelo público. Como objeto de estudo, foi criada uma marca fictícia a ser lançada no
mercado, a Corkfashion, sobre a qual foram fornecidas aos respondentes algumas informações,
de modo a avaliar quais os atributos da marca mais apreciados pelos mesmos.
A fim de cumprir os objetivos definidos, recorreu-se a dois tipos de metodologias: entrevista
exploratória e inquéritos por questionário. O foco foi eminentemente quantitativo, consistindo
a fase qualitativa como suporte à fase quantitativa. Pesquisas anteriores sobre o valor da marca
baseado no cliente (Customer-based Brand Equity, CBBE ou modelo de Keller) e posicionamento
da marca foram usadas como ponto de partida. O modelo CBBE de Keller foi utilizado como
quadro principal.
Obtiveram-se resultados para a totalidade da amostra deste estudo e procurou-se fazer o mesmo
exercício para um público-alvo selecionado dentro da mesma. Os resultados apontam “Portugal,
“sustentabilidade” e “ecologia” como eixos comuns ao público geral, assim como ao público
alvo, ocupando em ambos o nível de posicionamento mais forte. Adicionalmente, o público-
alvo atribui “património” “nacionalismo” e “elegância” ao mesmo nível de posicionamento.
No que respeita a sentimentos despertados pela marca, o “apoio à economia portuguesa” é
comum no primeiro nível de ambas as amostras. O público-alvo refere ainda “respeito pela
natureza” e “conforto” como diretrizes de relevância.
Estas descobertas e orientações podem tornar-se ferramentas úteis para o setor que, como prova
a literatura, carece de estudos junto do público. No entanto, estes resultados devem ser utilizados
tendo em conta as limitações de pesquisa. Limitações essas que representam por um lado um
desafio a quando da utilização da informação, e que por outro abrem caminho para futuras
pesquisas.
Palavras-chave: Valor da marca, posicionamento, perceção, cortiça
iv
Abstract
The technologic development in the past few years has been determinant for the sustained
expansion of cork industry in the fashion world. This progress allowed the creation of
revolutionary products and techniques which fuelled the market expansion, yet the global growth
represents a challenge for the companies, demanding continuous adjustment to new trends
where only the ones with the ability to adapt and use their skills-set as competitive advantage are
able to stand out. For such, it is essential for a company to be aware of the always evolving
market trends, as well as customer’s perception on their brand and products.
This essay intends to identify by attribute the possible positioning levels of a brand by using as
a starting-point the public’s most valued features on their cork products. The study subject is a
dummy created brand – Corkefashion – which will be used to evaluate the type of positioning to
be aimed at.
To fulfil the above objectives, exploratory interviews and surveys were used as a methodology
system. The focus was mostly quantitative, whereas a qualitative phase was used as a support.
Previous researches on customer-based brand equity (CBBE) and brand positioning were used
as base-ground. CBBE Keller’s model was used as main-frame evaluation process.
The obtained results cover the total sample of the study bearing a special focus on the target-
audience within. “Portugal”, “sustainability” and “ecology” are the common axis for the total sample
and target-audience, bearing a stronger positioning level. Still in a strong positioning level, the
target-audience elects “heritage”, “nationalism” and “elegancy” as attributes. When it comes to
feelings triggered by the brand, “support to the Portuguese economy” is the common denominator at
first level for both specimens. Target-audience adds “respect for the nature” and “comfort” as
attributes.
This findings and guidelines may render as useful tools within the sector, besides as shown by
the available literature on the subject, case studies are a necessity. The results must be considered
always bearing in mind the limitation of resources upon research. This represents a challenge by
narrowing the usage of information, and a path for development on future investigation.
v
Índice
Nota biográfica............................................................................................................................................ii
Agradecimentos ........................................................................................................................................ iii
Resumo ..................................................................................................................................................... iv
Abstract ...................................................................................................................................................... v
Índice .......................................................................................................................................................... vi
Índice de Figuras..................................................................................................................................... viii
Índice de Tabelas ...................................................................................................................................... ix
Introdução .................................................................................................................................................. 1
Objetivo....................................................................................................................................................... 2
Pertinência do tema ................................................................................................................................... 3
Metodologia ................................................................................................................................................ 4
Estrutura do trabalho ................................................................................................................................ 5
PARTE I – Fundamentação teórica e estado do conhecimento....................................................... 6
Capítulo 1 – Gestão da Marca ............................................................................................................. 6
1.1. 1. O conceito de Valor da Marca ....................................................................................... 6
1.1.2. Modelos de Valor da Marca ........................................................................................... 8
1.1.3. Posicionamento de marcas ........................................................................................... 19
1.1.4. O produto como um símbolo: posicionamento simbólico versus posicionamento
funcional 22
Capítulo 2 – A Cortiça ........................................................................................................................ 24
1.2.1. Matéria-prima e mercado .................................................................................................... 24
1.2.2. Propriedades da cortiça ....................................................................................................... 25
1.2.3. Cortiça e sustentabilidade.................................................................................................... 26
1.2.4. Cortiça e inovação ................................................................................................................ 27
1.2.5. Cortiça e identidade nacional.............................................................................................. 28
Parte II – Investigação Empírica .......................................................................................................... 30
2.1.1. Hipóteses de investigação ....................................................................................................... 30
2.1.2. Metodologia de investigação ............................................................................................ 33
Parte III – Resultados da Investigação ................................................................................................ 36
3.1.1. Resultados da investigação qualitativa ................................................................................... 36
vi
3.1.2. Resultados da Investigação Quantitativa .............................................................................. 38
3.1.2.1. Caracterização da amostra ............................................................................................... 38
3.1.2.2. Análise dos Resultados ..................................................................................................... 41
Parte IV – Conclusão .............................................................................................................................. 58
4.1.1. Conclusão.................................................................................................................................. 58
4.1.2. Limitações e sugestões de investigação ................................................................................. 59
4.1.3. Contributo dos resultados para as marcas ............................................................................ 59
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 61
ANEXOS.................................................................................................................................................. 66
Anexo A – Entrevista exploratória a pontos de venda de produtos de moda de cortiça ....... 66
Anexo B – Resultados da Investigação Qualitativa ....................................................................... 68
Anexo C - Questionário ao público ................................................................................................. 69
Anexo D – Outputs gráficos do SPSS para caracterização da amostra ..................................... 77
Anexo E – Análise estatística das varáveis ...................................................................................... 80
Anexo F – Análise de Consistência Interna.................................................................................... 83
Anexo G - Resultados questionário para identificação dos sentimentos provocados pela
marca ..................................................................................................................................................... 84
vii
Índice de Figuras
viii
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Algumas Interpretações de Brand Equity ......................................................................... 8
Tabela 2 - Medidas de Valor da Marca segundo Aaker ................................................................... 14
Tabela 3 - Valores da estatística descritiva para as habilitações literárias ..................................... 40
Tabela 4 - Valores da estatística descritiva para a região de residência ......................................... 41
Tabela 5 - Análise estatística da escala "A marca Corkfashion é..." - Bloco "Imagem", Modelo
de Keller .................................................................................................................................................... 44
Tabela 6 - Estatísticas do teste t-Student para Bloco "Imagem" – Primeiro nível de
posicionamento ........................................................................................................................................ 44
Tabela 7 - Estatísticas do teste t-Student para Bloco "Imagem" – Segundo nível de
posicionamento ........................................................................................................................................ 46
Tabela 8 - Estatísticas do teste t-Student para Bloco "Imagem" – Terceiro nível de
posicionamento ........................................................................................................................................ 47
Tabela 9 - Análise estatística da escala "A marca Corkfashion é..." - casos selecionados ......... 48
Tabela 10 - Testes de normalidade Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk ................................. 49
Tabela 11 - Estatísticas de teste do Teste de Wilcoxon – Primeiro nível de posicionamento .. 51
Tabela 12 - Estatísticas de teste para o Teste de Wilcoxon – Segundo nível de posicionamento
.................................................................................................................................................................... 53
Tabela 13 - Síntese dos resultados obtidos para os níveis de posicionamento ............................ 54
Tabela 14 - Resultados das hipóteses de investigação...................................................................... 55
Tabela 15 - Síntese dos resultados obtidos para os sentimentos provocados pela marca ......... 56
ix
Introdução
O mercado atual exige que o Marketing ocupe nas organizações um lugar de destaque, sendo um
instrumento fundamental, independentemente do seu ramo de atuação. Assim, o Marketing tem,
muitas vezes, um importante papel no sucesso financeiro das organizações (Kotler e Keller,
2012). No entanto, este sucesso depende em larga escala do conhecimento que as empresas
possuem acerca do perfil dos consumidores, tendo a capacidade de identificar como estes se
comportam e quais os atributos dos produtos e/ou serviços têm em conta na tomada de decisão.
Um dos maiores problemas que as empresas enfrentam é a qualidade da imagem que os seus
produtos projetam no público (Hanna et al., 2017). As perceções do consumidor são vitais para
os profissionais de marketing e muitas vezes definem o sucesso ou o fracasso dos produtos
inseridos no mercado. Os gestores de marketing e de publicidade procuram, portanto, estabelecer
apropriadas associações à marca na mente dos consumidores, por forma a diferenciar a mesma
das concorrentes (Keller e Lehmann, 2006); isto é feito através do posicionamento da marca. O
resultado final do posicionamento é a criação de uma proposta de valor focada no cliente (Kotler
e Keller, 2012). Em geral, uma marca bem posicionada deve apelar às necessidades específicas
de um segmento de clientes, pois este é o meio de criação de uma proposta de valor (Keller,
1993). Assim, o posicionamento de produtos, serviços e marcas tem de ser adaptado ao
segmento de mercado específico para o qual o produto é dirigido. Entre os maiores ativos de
uma empresa está a capacidade das marcas de adicionarem valor aos seus produtos e serviços.
Esse valor agregado é conhecido como brand equity (Aaker, 1991; Hanna et al., 2017; Kotler e
Keller, 2012).
No que concerne ao setor corticeiro, a matéria prima é a cortiça: um recurso natural, reciclável,
não tóxico e renovável, com excelentes características tecnológicas inovadoras, retirado da casca
do sobreiro (Mestre e Vogtlander, 2013). Considerada por muitos herança nacional portuguesa,
quase sinónimo de Portugal - segundo escreve Castro et al. (2015) – a cortiça é um recurso
inserido num setor autossuficiente, onde nada é desperdiçado e tudo é valorizado. Das suas
origens florestais, à sua extração e subsequente transformação industrial para o seu processo de
1
reciclagem otimizado, é utilizada 100% da matéria-prima e os resíduos de produção são
reutilizados para os aglomerados de cortiça (Mestre e Gil, 2011; Mestre e Vogtlander, 2013).
Segundo Mestre e Gil (2011) a década de 1990 representou um momento de crise para o sector
da cortiça, com o aparecimento de vedantes alternativos feitos de materiais sintéticos que eram,
portanto, economicamente mais vantajosos do que as rolhas de cortiça. Segundo os autores, esta
foi considerada a maior crise do sector no século XX e o momento de repensar a posição do
mercado da cortiça e as formas de abordagem e comunicação com este material de longa data.
Nos últimos anos os valores de sustentabilidade e a natureza ecoeficiente da cortiça começaram
a ser utilizados pelo setor para criar uma imagem inovadora da cortiça em consonância com os
valores do desenvolvimento sustentável. Nos anos 90, as grandes empresas de cortiça
começaram a concentrar-se mais na investigação e desenvolvimento e, consequentemente, na
pesquisa de novos materiais e novas aplicações deste recurso natural (Mestre e Gil, 2011).
A evolução verificada nos últimos anos permite criar algumas expectativas sobre a eventual
dinâmica futura. No entanto, na envolvente empresarial, entendida num sentido amplo e não
apenas restringida à dimensão económica, acentua-se a complexidade e incerteza que colocam
novos e mais difíceis desafios (Castro et al., 2015). A tendência recente de diversificação de
padrões e combinações de materiais pode ajudar a manter a posição de mercado, embora se deva
salientar que estas ações devem ser realizadas em articulação com estudos de mercado e
atividades de comunicação (Mestre e Gil, 2011).
Objetivo
O tema alvo de investigação relaciona-se com a perceção dos consumidores acerca dos produtos
de cortiça na indústria da moda, podendo ser traduzido da seguinte forma: “Avaliação da
perceção dos produtos de moda em cortiça para identificação de eixos de posicionamento de
marcas”.
O objetivo da investigação passa por identificar possíveis eixos de posicionamento por atributo
para marcas de produtos de moda em cortiça, na ótica do consumidor, através de recolha e
interpretação de dados relativos às imagens associadas a estes produtos que são mais valorizadas
pelo público.
2
Com base na revisão de literatura efetuada, a investigação será direcionada de forma a avaliar 4
diferentes eixos: (1) posicionamento pelas características técnicas; (2) posicionamento pela
ecologia/sustentabilidade; (3) posicionamento pela inovação/criatividade; e (4) posicionamento
pela questão tradicional/histórica. Esta investigação passa também por identificar se haverá um
eixo comum possível ou se terá de haver diferentes posicionamentos para públicos-alvo
desiguais.
Num segundo nível, com as escalas utilizadas, procura-se identificar quais são os sentimentos
aferidos pelo público relativamente a uma nova marca de produtos de moda em cortiça a inserir
no mercado.
Pertinência do tema
Nas últimas décadas, a Indústria de Cortiça Portuguesa investiu fortemente em investigação e
desenvolvimento. No entanto, o desenvolvimento de novos produtos e aplicações, assim como
a existência de uma gama razoável de patentes - mais de 700 a nível nacional – enfrenta, na
prática, dificuldades, pois as empresas do setor operam em mercados onde existem produtos
alternativos a preços competitivos e onde a ausência de endogeneização do conhecimento da
produção e economias de escala na fabricação desses produtos é limitada (Mestre e Gil, 2011).
3
al., 2015; Sierra-Perez et al., 2015; Silva et al., 2005; Soares et al., 2011), bem como do produto
final rolha (Crouvisier-Urion et al., 2018; Demertzi et al., 2015; González-Hernández et al., 2014;
Lagorce-Tachon et al., 2014; Oliveira et al., 2015; Sierra-Perez et al., 2015). Estes estudos e outros
avaliam a sustentabilidade da cortiça, fornecendo avaliações detalhadas do impacto ambiental
dos ciclos de vida dos produtos, comparando os produtos de cortiça com os produtos não
renováveis mais comuns utilizados nos edifícios.
Não obstante o exposto, persiste uma escassez de estudos que relacionem o consumidor com
os produtos de cortiça. Assim, o presente estudo diferencia-se dos demais existentes,
concentrando-se nas perceções e estratégias de posicionamento de marcas de produtos de moda
em cortiça, o que constitui um objeto de estudo diferente.
Como resultado final, este estudo contribui para a literatura acerca do valor da marca e do
posicionamento no mercado de marcas de produtos de cortiça. Os resultados permitem obter
uma perspetiva alargada acerca de como os produtos de moda em cortiça são percecionados.
Por outro lado, a utilidade deste estudo prende-se com a oportunidade de gerar maior valor
acrescentado para os produtos de cortiça e fortalecer a notoriedade e reconhecimento da cortiça
e dos seus produtos, pela divulgação de informação relevante para as empresas do setor, que
lhes permite definir as suas políticas de marketing tendo em conta o que é valorizado nos produtos
de cortiça e os eixos de posicionamento propostos.
Metodologia
Para alcançar os objetivos definidos, serão aplicadas duas metodologias sequenciais. A primeira
fase consiste numa abordagem exploratória de carácter qualitativo cujo objetivo passa por
compreender de que forma os responsáveis pela gestão de lojas e marcas de produtos de moda
feitos em cortiça veem as tendências do mercado. Por outro lado, é possível a recolha de
informação relativa aos atributos dos produtos que procuram realçar e, mais importante, quais
4
os que os consumidores mais valorizam. Desta forma obtém-se as bases para formulação de
eixos de posicionamento a incluir no questionário.
As hipóteses do estudo foram testadas com base numa metodologia de pesquisa quantitativa,
com recurso à elaboração de um questionário distribuído online. As respostas obtidas no
questionário foram analisadas com recurso ao software IBM SPSS Statistics 24. Foram efetuados
testes paramétricos e não-paramétricos (teste t-Student e Wilcoxon, respetivamente), que
possibilitaram o estudo da validade das hipóteses de investigação.
Estrutura do trabalho
Esta exposição foi dividida em quatro pontos centrais.
Após uma breve introdução ao tema, segue-se a Parte I, destinada à fundamentação teórica. Esta
parte é subdividida em dois capítulos: (I) Gestão da Marca; (II) A Cortiça. Ambos revelam ser
igualmente necessários para um adequado enquadramento teórico do estudo em questão. No
primeiro capítulo exploram-se os conceitos de Capital Marca, assim como os modelos de
medição desse valor. Adicionalmente faz-se uma reflexão acerca do Posicionamento de Marcas.
O segundo capítulo, é respeitante ao mercado corticeiro e às propriedades da matéria-prima
deste setor, apresentando-se aqueles que são os eixos de posicionamento identificados para este
estudo.
Servindo a revisão literária como ponto de partida, é sugerido, na Parte II, um conjunto de
hipóteses de investigação. Nesta etapa procura-se apresentar todo o estudo empírico.
Na parte III são expostos os resultados obtidos no que respeita à investigação qualitativa e
quantitativa. Posteriormente, apresenta-se uma discussão dos resultados à luz do corpo teórico
existente e a implicação destes resultados para as marcas de produtos de moda em cortiça.
Por fim, serão retiradas e debatidas as principais conclusões desta investigação, assim como as
limitações encontradas e sugestões para pesquisas futuras.
5
PARTE I – Fundamentação teórica e estado do conhecimento
O poder de uma marca e o seu valor para uma empresa reside nos consumidores, pois “é por
meio da sua aprendizagem e das suas experiências com a marca que eles acabam por pensar e
agir de forma a que a empresa possa aproveitar os benefícios do Capital Marca” (Keller, 2001).
Deste modo, embora os profissionais do Marketing tenham a responsabilidade de criar e
implementar programas de marketing mais eficientes, o sucesso dos seus esforços depende, em
última análise, da forma como os consumidores respondem. Esta resposta, por sua vez, depende
do conhecimento da marca que tenha sido criado nas suas mentes (Keller, 2001).
O conceito de Brand Equity, também designado por Valor da Marca ou Capital Marca, tem sido
central nas investigações de marketing, pois todas as organizações têm como objetivo criar marcas
fortes (Keller, 2001). De acordo com Keller (1993), houve duas grandes motivações para estudar
o património da marca. A primeira é a financeira, que tem como propósito a avaliação do valor
de uma marca, mais precisamente para fins contáveis (avaliação de ativos) ou para fins de fusão,
aquisição ou desinvestimento. A segunda prende-se com a maior eficácia das campanhas de
marketing, tendo em consideração que os profissionais de marketing precisam de uma
compreensão mais completa do comportamento do consumidor. Este conhecimento serve de
base à melhoria das decisões estratégicas sobre a definição do mercado-alvo e o posicionamento
do produto, bem como à determinação tática do marketing-mix.
As definições de Brand Equity são várias (tabela 1). Segundo Aaker (1991), por Brand Equity
entende-se o conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, nomeadamente o nome e o
6
símbolo, adicionados ou subtraídos ao valor proporcionado pelo produto ou serviço de uma
empresa e/ou dos seus consumidores. No que concerne aos ativos considerados pelo autor, o
mesmo destaca cinco dimensões – notoriedade da marca, associações à marca, lealdade,
qualidade percebida e outros ativos. Para Aaker (1991) a Brand Equity gera valor para os
consumidores, pois desenvolve uma maior confiança no processo de decisão de compra, facilita
o processamento da informação e aumenta as garantias quanto à qualidade dos produtos, o que
pode gerar maior satisfação. Do lado das empresas, menciona o autor, permite uma maior
eficiência e eficácia dos programas de marketing, maior lealdade à marca (que permite obter um
preço prémio e maiores margens), alavancagem comercial e manutenção de vantagem
competitiva frente aos concorrentes.
Uma outra definição é a de Keller (1993), que apresenta o Valor da Marca como os efeitos
diferenciais que o conhecimento da marca tem na resposta do consumidor à comercialização da
mesma. No mesmo sentido, surge a definição de Kotler e Keller (2012) que descrevem a Brand
Equity como o valor agregado dotado de produtos e serviços, devendo refletir-se na forma como
os consumidores pensam, sentem e atuam em relação à marca, bem como nos preços,
participação no mercado e lucratividade da mesma.
As definições de Aaker e Keller são abordagens baseadas no cliente, uma vez que veem o Valor
da Marca da perspetiva do consumidor – seja um indivíduo ou uma organização – e reconhecem
que o poder de uma marca reside no que os clientes veem, ouvem, aprendem, pensam e sentem
relativamente à marca ao longo do tempo (Aaker, 1991; Kotler e Keller, 2012). Keller (2001)
acrescenta que as marcas fortes estabeleceram associações fortes, favoráveis e únicas com os
consumidores – Brand Equity baseado no consumidor (CBBE).
Por seu turno, Simon e Sullivan (1993) definem Brand Equity com base no cash flow futuro,
relacionando o conceito com o valor contabilístico e financeiro da marca, isto é, apoiando-se no
valor financeiro da empresa no mercado – motivação financeira. Não obstante, o uso mais
comum do termo brand equity refere-se ao conjunto de atributos relacionados com a perceção
dos consumidores, e não com o valor económico das marcas (Aaker, 1991; Keller, 1993), de
modo que esta é a perspetiva adotada na presente dissertação.
7
O subcapítulo que se segue, apresenta os modelos de criação de valor de valor de Keller (1993)
e de Aaker (1991), bem como dois modelos comerciais: o BrandAsset Valuator e o Modelo de
Equidade BrandZ.
Tem-se verificado um crescente interesse pelas ferramentas adequadas para medir o valor das
marcas, visto que a maioria dos altos executivos reconhece que os ativos intangíveis – e as marcas
em particular – desempenham um papel relevante no sucesso financeiro a longo prazo. O
objetivo do processo de avaliação da marca é determinar o valor económico (monetário) de uma
marca, sendo realizado para determinar o seu nível de valor – Brand Equity. (Salinas, 2009)
Embora a grande maioria das abordagens para a determinação do valor da marca se baseie na
perceção do consumidor e atitudes comportamentais quantificáveis, cada abordagem difere no
tipo de escala, definições de índices utilizados e bases de comparação. Deste modo, far-se-á,
neste subcapítulo, referência a alguns modelos de criação de valor, entre os quais o Modelo da
8
Pirâmide Ressonância da Marca (Keller, 2001), o Modelo de Equidade (Aaker, 1991), o Modelo
Brand Asset Valuator, da Agência de publicidade Young & Rubicam e o Modelo
BrandDynamics. É de reforçar que cada qual tem diferentes componentes, havendo entre eles
divergências e convergências.
O Modelo Brand DynamicsTM, criado pela Millward Brown Optimor (MBO)1, é um modelo
comercial apoiado no conceito de construção da marca e no seu valor para o consumidor. Visa,
principalmente, fornecer Brand Equity aos clientes da Kantar Millward Brown, considerando que
as condições do mercado são mutáveis e visando o aumento do retorno dos investimentos
(Brown, 2017).
O BrandDynamics TM, utiliza a Brand Dynamics Pyramid (figura 1), que é uma representação gráfica
da força da relação do consumidor com a marca. Metodologicamente, é atribuída a cada relação
entre a pessoa entrevistada e a marca um nível da pirâmide, com base nas suas respostas a um
conjunto de perguntas. Assim, a partir de uma pesquisa de mensuração das atitudes do
consumidor, constrói-se uma representação gráfica da situação da marca, a qual se denomina
“Pirâmide da Marca” e cujo objetivo máximo é a fidelidade à mesma.
São, assim, ilustrados os blocos de construção da ligação de uma marca com os seus clientes. A
pirâmide é construída sobre a base presence – ou consciência/notoriedade da marca -, e culmina
em bonding a qual mede o vínculo emocional. Esta ligação existe quando um cliente acredita que
uma marca oferece mais vantagens do que a concorrência (Brown, 2012). Posto isto, as etapas
que integram o processo de fidelidade, de acordo com o modelo em questão são, da base para o
topo, a presença, a relevância, a performance, a vantagem e a ligação.
1
Millward Brown Optimor (MBO) é uma divisão da Millward Brown1, empresa de pesquisa de mercado,
propriedade do WPP Group. Esta divisão, fundada em 2005, desenvolveu um modelo de avaliação de marcas em
que a perceção do consumidor é um componente essencial do valor da marca (Brown, 2012).
9
Figura 1 - BrandDynamicsTM Pyramid
Um consumidor que se posicione na base, mostra um certo grau de familiaridade com a marca,
mas não é necessariamente leal à mesma. Em adição, este tipo de consumidor nem sempre
considera a marca durante o processo de compra (Salinas, 2009), ainda que tenha ligações
racionais e emocionais à mesma (Kotler e Keller, 2012). No patamar relevance (relevância) situam-
se os clientes que podem comprar os produtos da marca e para quem a promessa da marca é
relevante, isto é, a perceção destes consumidores acerca do potencial da marca de satisfazer as
suas necessidades é a de que a mesma lhes pode ser útil (visão utilitária). A performance é medida
com atributos específicos de categoria e refere-se ao desempenho do produto (Salinas, 2009).
Deste modo, os consumidores que aqui se posicionam, comparam a proposta de valor da marca
com as demais e percebem-na como aceitável ou como tendo um valor superior. Ainda assim,
embora muitas marcas possam ter um desempenho aceitável do produto, para que estas tenham
valor agregado, os consumidores têm de perceber uma vantagem diferencial e positiva
(emocional ou racional) em relação a outras marcas da categoria (Kotler e Keller, 2012; Salinas,
2009). O estágio advanced é para marcas percecionadas como tendo a vantagem competitiva
supramencionada: um determinado fator-chave, resultado da diferenciação através das
características. Por último, no topo da pirâmide (bonding ou ligação) existe uma ligação direta com
o conceito de fidelidade (Kotler e Keller, 2012). Os consumidores que sentem que a marca é a
única que oferece vantagens importantes na categoria, geram uma conexão mais forte com a
marca e são altamente suscetíveis de serem leais à mesma, sendo a marca classificada como a
10
única capaz de oferecer vantagens e atender às necessidades e desejos. Neste estágio há um apego
racional e emocional à marca que leva à exclusão da maioria das outras marcas (Kotler e Keller,
2012).
O Grupo Y&R (Young & Rubicam) criou o BrandAsset R Valuator (BAV R) 3. Este instrumento
permite às marcas o desenvolvimento estratégico e criativo tendo em consideração a marca, o
uso, as vendas e o valor para o acionista (Y&R, 2017a).
Segundo a Y&R (s.d.), e de acordo com o BAVR, existem quatro componentes principais/pilares
do património da marca. Ao construir uma marca: a diferenciação vem em primeiro lugar; depois
a relevância; segue-se a estima; e, finalmente, o conhecimento. (Y&R, s.d.).
A diferenciação, como o próprio nome indica, mede a força do destaque da marca, isto é, a
capacidade da marca captar a atenção num determinado ambiente cultural (Y&R, 2017b).
Segundo Kotler e Keller (2012), é o grau em que uma marca é vista como diferente de outras e
2 O Grupo Y&R (Young & Rubicam) atua na área da consultoria estratégica global, especialista em estratégias
corporativas de marcas e de marketing, através do estudo das perceções do consumidor. A BrandZ ™ é a maior
plataforma global de brand equity, englobando uma base de dados de mais de 100.000 marcas em 45 países. É o único
ranking de avaliação de marcas que mede a contribuição da marca que é validada nas vendas do mercado – marca
como valor financeiro. Além de identificar os pontos fortes e fracos de uma marca, a BrandZ justifica-os e identifica
tendências mundiais e marcas de alto potencial em mercados de rápido crescimento (em
http://www.millwardbrown.com/brandz/brandz).
3 O BAVR é um dos mais extensos programas de pesquisa em branding já realizados e um dos maiores e mais
importantes estudos empíricos do mundo sobre as perceções da marca do consumidor. Até à data, mais de 100 mil
consumidores em 32 países foram entrevistados. Informações sobre mais de 13.000 marcas foram coletadas
fornecendo até 56 diferentes escalas e dimensões da perceção do consumidor (em
http://ruby.fgcu.edu/courses/tdugas/ids3332/acrobat/bav.pdf ).
11
o seu impulso e liderança percebidos. Representa, assim, a perceção por parte do consumidor
da capacidade de inovação de uma marca.
A estima, por sua vez, mensura as perceções de qualidade e lealdade ou o quão bem a marca é
considerada e respeitada pelos consumidores, permitindo avaliar se a marca é considerada a
melhor na sua classe. A estima é uma combinação entre a qualidade percebida e a popularidade
da marca (Y&R, 2017b).
O BAVR mede, assim, duas grandes dimensões: (1) a Brand Strenght, que se refere ao potencial de
crescimento atual e futuro da marca; (2) Brand Stature que se relaciona com o poder da marca
("BAV Model," 2016). Neste modelo, a relevância, em conjunto com a diferenciação, informa acerca
da Brand Strenght, enquanto que a junção da estima com o conhecimento representa aquilo a que os
autores denominaram Brand Stature. Como resultado final, gera-se informação a respeito da
“saúde da marca”. Este modelo representa as marcas numa Power Grid dividida em quatro
quadrantes, permitindo definir um processo estratégico. No eixo vertical assinala-se a força da
marca - relevância e diferenciação -, enquanto que no eixo horizontal, surge a estatura da marca
- estima e conhecimento (figura 2).
12
Figura 2 - Quadro Power Grid do Modelo BAVR
A definição de Brand Equity apresentada por Aaker (1991), reflete o conceito de que a marca gera
valor não só para os consumidores, mas também para as empresas que produzem os bens e
serviços. À semelhança de Keller (1993, 2001), Aaker (1991, 1996) define Brand Equity como um
conceito multidimensional, assente em 5 dimensões: lealdade, notoriedade da marca, qualidade
percebida, associações à marca e outros ativos. Segundo Christodoulides e de Chernatony (2010),
as primeiras 4 dimensões representam as perceções do consumidor, e a última não é relevante
no âmbito do CBBE.
A lealdade é, neste modelo, uma dimensão central da Brand Equity, pois traduz-se numa fonte de
lucro (Aaker, 1991). Por seu turno, a notoriedade é a fonte de valor que retrata a capacidade que
um potencial comprador tem em reconhecer ou recordar determinada marca como integrante
de uma categoria de produtos (Aaker, 1991). Para o autor, a notoriedade pode influenciar a
perceção e as atitudes do consumidor no momento da escolha, já que resulta da familiaridade
que este tem para com a marca, fruto de um conjunto de experiências ao longo do tempo.
13
Por fim, na dimensão de “outros ativos” da empresa incluem-se as patentes, marcas registadas,
relações exclusivas com canais de distribuição e outros demais relevantes para a empresa.
Aaker (1996) desenvolveu, posteriormente, um segundo modelo denominado Brand Equity Ten
Model, composto por dez medidas do valor da marca, agrupadas em cinco categorias: lealdade,
qualidade percebida, associações/diferenciação, notoriedade e comportamento de mercado
(tabela 2). As primeiras quatro são representativas do valor da marca e a informação é obtida
diretamente dos consumidores, enquanto que a última categoria inclui dois conjuntos de medidas
de comportamento de mercado, cuja informação é obtida justamente do mesmo.
O autor realça a importância destas dimensões para a medição da Brand Equity, salientando que
a mesma depende ainda de outros fatores, como o contexto e a categoria de produto.
14
Para Keller (1993), o conhecimento da marca engloba a consciência da marca/notoriedade e a
imagem da mesma. O autor considera importante compreender o conteúdo e a estrutura do
conhecimento da marca, uma vez que este influencia o que aflui à mente quando um consumidor
pensa na mesma, como em respostas à sua atividade de marketing. Deste modo, este modelo foca-
se no conhecimento da marca (brand knowledge) – medido através da rede de associações na
memória do consumidor –, na consciência/notoriedade da marca (brand awareness) e na imagem
da marca (brand image).
15
As associações podem variar, inclusive, em termos da sua força, favorabilidade e unicidade. Para
que o brand equity seja elevado, os três tipos de associações à marca devem estar presentes.
Assim, Keller (1993) refere que o Valor da Marca será tanto maior quanto mais familiarizado o
consumidor estiver com a marca e possuindo na memória associações favoráveis, fortes e únicas.
No mesmo sentido, conforme a força das associações aumenta, cresce a probabilidade de que
elas estejam acessíveis e a facilidade com que sejam recordadas. A favorabilidade relaciona-se
com as crenças que os atributos e benefícios da marca irão satisfazer as necessidades e desejos
do consumidor, enquanto que a unicidade se prende com diferenciação relativamente às marcas
concorrentes.
Recordação da
Consciência da marca
marca Reconhecimento
da marca
Preço
Conhecimento da marca
Não Embalagem
relacionados
Atributos com o produto User imagery
Relacionados
com o produto Usage imagery
Associações à Funcionais
marca
Favorabilidade Benefícios Experimentais
Imagem da das associaçõs
marca Força das Atitudes Simbólicos
associações
Exclusividade
das associações
Para medir o Brand Equity, Kevin Lane Keller criou o modelo Brand Equity Pyramid (figuras 4 e
5), apresentado com o objetivo de responder às questões relativas à construção de uma marca
forte. De acordo com o modelo (Keller, 2001), são necessários quatro níveis sequenciais para a
construção de uma marca forte, compostos por seis blocos de construção de marca: saliência,
performance, imagem, avaliação, sentimentos e ressonância.
16
O primeiro nível é a identidade da marca, isto é, uma marca tem que ter notoriedade (ser
reconhecida pelos clientes) e ao mesmo tempo assegurar que as perceções dos consumidores
são as adequadas, originando a imagem que a marca quer transmitir. Para que isto seja possível,
é necessário saber como é que os consumidores veem a marca e, através da segmentação,
perceber as diferenças entre os diversos segmentos e, entre estes, quais são os mais atrativos.
Neste primeiro nível, o objetivo é criar “saliência da marca”.
A primeira dimensão – desempenho – define o quão bem o produto satisfaz as necessidades dos
clientes em 5 categorias: (1) características e atributos primários; (2) fiabilidade, durabilidade e
operacionalidade; (3) eficácia, eficiência e empatia do serviço; (4) estilo e design; (5) preço.
17
Por fim, o quarto e último nível é a relação com a marca. Neste último nível, alcança-se a
ressonância da marca – o nível mais difícil e o mais desejável – que se entende como um vínculo
psicológico profundo dos clientes em relação à marca e que se traduz em:
18
Em resumo, para este autor o Valor da Marca deve ser entendido como um conceito
multidimensional, que depende das estruturas de conhecimento que estão presentes na mente
dos consumidores (conhecimento da marca) e ainda das ações implementadas pela empresa para
maximizar esse conhecimento.
O conceito de posicionamento aparece nos dicionários de marketing como uma técnica que visa criar
uma imagem de um produto na mente dos consumidores, ao colocar estrategicamente um
produto no mercado em relação aos seus concorrentes (Khan, 2006; Yadin, 2002), destacando-
se os atributos exclusivos e os mais diferenciados que se deseja que o consumidor recorde ao
considerar o produto ou marca (Yadin, 2002).
O posicionamento foi introduzido por Jack Trout e Al Ries, quando escreveram uma série de
artigos publicados na revista científica Advertising Age (Trout e Ries, 1972a, 1972b, 1972c). A
necessidade de introduzir este conceito adveio da explosão dos media, de produtos – inclusive me
too products – e de publicidade, que conduziram a um problema de comunicação na sociedade,
sociedade esta onde cada vez se envia mais e se recebe menos (Trout e Ries, 2000). Segundo
Trout e Ries (2000), como mecanismo de defesa contra o volume de comunicações, a mente
rejeita grande parte das informações que recebe, aceitando apenas aquelas que correspondem ao
seu estado de espírito atual e ao conhecimento ou experiência prévia. Assim, toma-se o
posicionamento da marca como “o ato de desenhar as ofertas e a imagem da empresa de modo
a ocupar um lugar na mente do target” (Kotler e Keller, 2012).
19
das atividades e programas de marketing, ou seja, o que a marca deve e não deve fazer (Keller e
Lehmann, 2006). No entanto, para posicionar uma marca, os gestores de marketing devem
conhecer o comportamento de compra do consumidor, o qual é influenciado por fatores
culturais, sociais, pessoais e psicológicos (Kotler e Keller, 2012). Deste modo, pode concluir-se
que as perceções acerca de um mesmo produto podem variar consideravelmente de indivíduo
para indivíduo (Fuchs e Diamantopoulos, 2010; Kotler e Keller, 2012). É, então, legítimo
concluir que a perceção é altamente subjetiva e, portanto, passível a ser distorcida (Hanna et al.,
2017), acabando por ser mais importante do que a realidade, uma vez que é ela que influencia o
comportamento de compra (Kotler e Keller, 2012; Trout e Ries, 2000). Assim, a perceção dos
consumidores é muito importante para os profissionais do marketing, pois, muitas vezes, intervém
no sucesso ou fracasso dos produtos introduzidos no mercado (Hanna et al., 2017).
Aaker e Shansby (1982) referem seis estratégias de posicionamento: (1) por atributo; (2) por
preço/qualidade; (3) com respeito ao uso/aplicação; (4) pelo utilizador do produto; (5)
associando à classe de produto; (6) com referência à concorrência. A decisão de selecionar a
estratégia de posicionamento mais eficaz constitui um desafio principal para os profissionais de
marketing, já que é central para as perceções e escolhas dos consumidores (Aaker e Shansby, 1982;
Pham e Muthukrishnan, 2002). Deve considerar-se que uma marca bem posicionada apela a
necessidades particulares de um segmento de clientes, uma vez que é deste modo que é criada
uma proposta de valor (Keller, 1993).
20
que diferencia o posicionamento pretendido do real – aquele que é realmente comunicado
(Blankson e Kalafatis, 2007). Com base no posicionamento real, conforme transmitido no
anúncio (bem como no boca-a-boca e nas experiências anteriores), os consumidores formam as
suas próprias perceções da marca e posicionam-na nas suas mentes; este é o posicionamento
percebido, que indica o complexo conjunto de perceções ou crenças, pensamentos, sentimentos
e impressões que os consumidores detêm da marca em relação às marcas concorrentes (Trout e
Ries, 2000). Assim, para posicionar uma marca, os gestores de marketing e publicidade procuram
estabelecer associações-chave às marcas na mente do segmento de consumidores, para
diferenciar essas marcas das concorrentes e estabelecer , na medida do possível, superioridade
competitiva (Keller e Lehmann, 2006; Keller et al., 2002).
Estabelecer uma posição é um processo de longo prazo que requer um investimento massivo,
especialmente em publicidade (Bhat e Reddy, 1998). Se a estratégia é eficaz, o posicionamento
tem o potencial de construir marcas poderosas; caso contrário, se o posicionamento é feito
incorretamente, pode resultar num desastre para a marca (Trout e Ries, 2000). Assim,
selecionando-se eixos de posicionamento que não são percebidos como relevantes e importantes
pelos consumidores e/ou não diferenciam suficientemente a marca dos seus concorrentes, corre-
-se o risco de prejudicar o posicionamento percebido de um produto, levando à diminuição das
vendas. Problemas semelhantes podem ser enfrentados se o posicionamento pretendido for bem
escolhido, mas a sua execução, isto é, o posicionamento real, não resultar num posicionamento
percebido como eficaz pelos consumidores (Fuchs e Diamantopoulos, 2010).
21
1.1.4. O produto como um símbolo: posicionamento simbólico versus
posicionamento funcional
Vários são os autores que referem que as atitudes dos consumidores são inerentemente
bidimensionais, uma vez que adquirem bens e serviços e realizam comportamentos de consumo
por duas motivações básicas: (1) gratificação afetiva/sensações (hedónica) e (2) razões
instrumentais e utilitárias relacionadas às "expectativas de consequências", tendo em conta
características funcionais (Batra e Ahtola, 1991; Bhat e Reddy, 1998; E. Voss et al., 2003).
Park et al. (1986) argumentou, ainda que sem o testar empiricamente, que as marcas deveriam
ser posicionadas para apelar a um dos tipos de necessidades, mas não a ambas, pois, segundo o
autor, uma marca que se posiciona como funcional e, ao mesmo tempo, simbólica, pode levar a
que os consumidores não a relacionem claramente com as suas necessidades funcionais ou
simbólicas. Outra justificação é aumentar o número de marcas concorrentes e dificultar a gestão
da imagem da marca. Não obstante, esta opinião vai contra os resultados do estudo empírico de
Bhat e Reddy (1998), que revelam ser possível que as marcas tenham significados funcionais e
simbólicos para os consumidores, pois os consumidores não encontram objeção em aceitar
marcas que tenham um apelo hedónico e utilitário. O sucesso de várias marcas que se
posicionaram em ambos, bem como a imagem que eles transmitem, oferece evidências adicionais
de que tal estratégia funciona. No entanto, transmitir várias associações pode ser bastante
complicado, pois, se as associações que representam os diferentes conceitos da marca não
22
estiverem em concordância, pode resultar em confusão mental e na perceção da marca como
não funcional nem simbólica, e, portanto, sem utilidade para o consumidor (Bhat e Reddy, 1998).
23
Capítulo 2 – A Cortiça
As aplicações da cortiça são conhecidas desde a Antiguidade, principalmente por ser um material
flutuante e vedante, cujo mercado teve uma grande expansão a partir do século XX (Gil, 2000).
Segundo Gil (2005) (cfr. Vieira, 2017) a agradável e invulgar textura da cortiça, bem como a sua
tonalidade e características físicas e químicas, despertam o interesse da indústria, verificando-se
crescentes novas aplicações desta matéria-prima.
A cortiça é cada vez mais procurada, não só no setor vinícola - pelo fabrico de rolhas - mas
também na área da construção e da arquitetura, para pavimentação, revestimentos e isolamentos
(Mestre e Gil, 2011), sendo estas as principais áreas onde este material natural é aplicado. A
versatilidade desta matéria-prima também desperta o interesse por parte de engenheiros, designers
e decoradores. Existe uma recente e crescente tendência para uso de novas combinações de
materiais e de padrões, constituindo uma oportunidade para a cortiça assegurar a sua posição no
mercado atual (Mestre e Gil, 2011). O sobreiro não só é um poderoso recurso para a economia
portuguesa, como também traz benefícios ao solo, ao ar e à biodiversidade. Num tempo em que
já não é possível ignorar os problemas ambientais, é de aplaudir o recurso a materiais ecológicos,
recicláveis e biodegradáveis em áreas como o design (Amaro, 2009).
Por definição, a cortiça é o revestimento do tronco e ramos do sobreiro (Quercus Suber L.).
Macroscopicamente, “é um material leve, elástico e praticamente impermeável a líquidos e gases,
isolante térmico e elétrico e absorvente acústico e vibratório, sendo também inócuo e
praticamente imputrescível” (Gil, 2000). Apresenta ainda um coeficiente de Poisson quase zero,
ou seja, uma ótima capacidade de ser comprimido sem expansão lateral, havendo uma posterior
recuperação da forma inicial.
24
região 81% das empresas do setor, traduzidas num total de 670, em que 81% das mesmas
apresenta um resultado líquido positivo – dados de 2015 (APCOR, 2015).
Ainda assim, a cortiça tem conquistado as mais exigentes indústrias - como é o caso das
indústrias automóvel, dos transportes de última geração, da aeronáutica e da aeroespacial, com
soluções de alta eficiência e versatilidade em resposta a elevados requisitos técnicos exigidos
(Amorim, 2014). Durante a produção de rolhas, uma percentagem considerável de cortiça é
descartada (Silva et al., 2005). Uma vez que esta matéria-prima possui uma ampla gama de
utilizações, o desperdício é granulado e empregado numa variedade de aplicações. Na figura 6
apresentam-se diversas aplicações desta matéria-prima.
25
gases; (3) ótima resistência ao fogo e a altas temperaturas; (4) elevada resistência ao atrito; (5)
excelente elasticidade e compressibilidade; (6) boa resiliência; (7) altamente leve e flutuante; (8)
hipoalergénica; (7) confortável; (8) suave ao toque (Silva et al., 2005).
Por outro lado, é hoje mundialmente aceite pela comunidade científica que a emissão de gases
com efeito estufa são responsáveis pelo fenómeno do aquecimento global. Ora, por ser uma
árvore de grande longevidade, o sobreiro promove, como nenhuma outra, o armazenamento de
carbono durante períodos muito longos (Bugalho et al., 2011; J. P. Pereira et al., 2008).
Na temática das preocupações ambientais o design tem-se destacado, passando a ser uma questão
intrínseca nas suas abordagens. Muito mais do que uma tendência, esta é uma necessidade
(Amaro, 2009). Portanto, sendo a cortiça uma matéria-prima vegetal renovável e reciclável, é um
material promissor nas mais diversas áreas, respondendo a novas necessidades tendenciais
(Mestre e Gil, 2011).
26
Figura 6 - Aplicações da cortiça
Campo de
Aplicação
Construção Fins
Vedantes Artefatos Desporto Ambiente Aeroespacial Outros
Civil Industriais
Palmilhas
e sapatos
Produtos
decorativos
Mobília
Yadin (2002) define inovação – no contexto de negócio e marketing – como a conceção, criação
e desenvolvimento de novos produtos e serviços em mercados competitivos. As características
da cortiça natural proporcionam oportunidades inovadoras e criativas a serem exploradas,
através de métodos de produção tecnologicamente avançados, contribuindo para a introdução
de novos segmentos de mercado diferenciados e de grande valor acrescentado.
27
O interesse em ecomateriais tem crescido recentemente devido à estratégia de expansão do design
de produto sustentável, que visa substituir materiais não renováveis por materiais naturais ou
renováveis (Sierra-Pérez et al., 2016). Esta estratégia visa diminuir os impactos ambientais de
produtos durante sua extração, transformação, uso e fim de vida. Um ecomaterial com grande
potencial de aplicação é a cortiça (H. Pereira, 2007).
Sierra-Pérez et al. (2016) concluem, num estudo realizado junto de designers, que o mercado mais
inovador na introdução de cortiça é o sector de mobiliário e decoração de casas. Os produtos
neste setor incluem louças, candeeiros, redes e sofás. Por outro lado, os têxteis de cortiça também
representam um mercado interessante, sendo usados em casos de produtos de tecnologia,
revestimentos, calçados e bolsas. A grande maioria das empresas que fabricam estes produtos
estão localizadas em Portugal, o que mostra a importância que Portugal atribui a este material
natural.
Sendo uma matéria-prima versátil que adota diferentes processos de transformação tecnológica,
tem atraído interesses no que concerne ao crescimento do design de produtos sustentáveis, que
visam substituir materiais não renováveis (Sierra-Pérez et al., 2016). Contudo, se por um lado o
atual mercado corticeiro carece de estratégias de desenvolvimento de produto (Mestre e Gil,
2011), por outro é orientado para aplicações tradicionais, como as já mencionadas.
A cortiça é considerada herança nacional portuguesa, sendo para muitos uma espécie de entidade
mítica, quase sinónimo de Portugal (Castro et al., 2015). O montado de sobro é património
nacional legalmente protegido desde a Idade Média, algo particularmente vincado no reinado de
D. Dinis, quando são publicadas as cartas de criação das coutadas que visavam proteger o
sobreiro, dando mais-valias a quem protegesse estas árvores (Bicho, 2003; Gil, 2000). Desde essa
28
época, o sobreiro foi alvo de diversas legislações em diversos reinados incidindo desde a
exploração ao comércio da cortiça (Bicho, 2003; Gil, 2000).
Amorim (2014) expõe alguns importantes acontecimentos, mais recentes, para relacionar a
cortiça com a identidade nacional. Em primeiro lugar, em 2007, a moeda comemorativa da
Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia foi cunhada com um sobreiro e, em
2008, os Correios de Portugal e a Assembleia da República Portuguesa lançaram um selo em
papel de cortiça autoadesivo. Em adição, o sobreiro foi oficialmente instituído pela Assembleia
da República Portuguesa – e por unanimidade – “Árvore Nacional”, em 2011.
Sob outra perspetiva, a atividade corticeira, bem como as atividades complementares que esta
indústria desencadeia, é geradora de emprego em diversas zonas do país (Bicho, 2003). Cerca de
34% da área mundial de montados localiza-se em Portugal (APCOR, 2015). À vista disto, em
2011 havia em Portugal mais de 9 mil empresas transformadoras de cortiça, dando trabalho a
cerca de 15 mil trabalhadores, estimando-se que cerca de 100.000 pessoas, direta ou
indiretamente, dependem da produção de cortiça (Mestre e Gil, 2011).
Por todos os aspetos anunciados, a cortiça pode ser considerada por muitos um fator de
identidade nacional.
29
Parte II – Investigação Empírica
Após a revisão da literatura, a qual enquadrou teoricamente esta dissertação, segue-se a
investigação empírica. Nesta parte apresentam-se as hipóteses de investigação, a metodologia
utilizada para a sua validação e as respetivas etapas. É primeiramente realizada uma entrevista
exploratória, cujo principal benefício é, através do contacto direto, perceber como é que os
vendedores de produtos de moda em cortiça percecionam os seus clientes e os atributos que
creem, pelo contacto direto com os mesmos, que valorizam na matéria-prima e nos produtos
transformados. Numa segunda fase segue-se uma metodologia quantitativa, cuja recolha de
dados é feita por meio de um questionário. Posteriormente à caracterização da amostra, são
apresentados os resultados da investigação e, finalmente, são discutidos os resultados obtidos, e
comparam-se os resultados da investigação qualitativa com a quantitativa.
30
H1.1: Sustentabilidade assume o primeiro nível de posicionamento
Devido às suas boas propriedades físicas, as novas ideias geradas para aplicações e mercados são
muito diversas. Assim, este eixo engloba o público que perceciona os produtos de moda em
31
cortiça como sendo um recurso natural com excelentes características tecnológicas inovadoras
que está já a ser aplicado como alternativa a outros materiais. Desta forma, para se testar se os
portugueses percecionam este recurso como único e diferenciador com valor agregado, que alia
a criatividade à elegância, tem-se as seguintes hipóteses:
Como refere Hartmann et al. (2005) persiste uma certa controvérsia acerca de qual o tipo de
estratégia de persuasão verde mais eficaz. Na opinião de Park et al. (1986) as marcas deveriam
ser posicionadas para apelar a um dos dois tipos de necessidades – ou funcional ou simbólica –
mas nunca a ambas, pois pode levar a que os consumidores não relacionem claramente a marca
com as suas necessidades funcionais ou simbólicas. Em contraposição, Pickett et al. (1995),
citado por Keller e Lehmann (2006), referem que uma marca verde com um posicionamento
exclusivamente funcional pode ser insuficiente para que os clientes percecionem os benefícios
da marca, assumindo processos de decisão racionais e capacidade limitada para a diferenciação
da marca. Por outro lado, uma posição verde puramente emocional pode levar a efeitos de
atitude mais fracos. Assim, de acordo com Keller e Lehmann (2006), a estratégia de marca mais
eficaz será um posicionamento verde, centrado na criação de benefícios emocionais sustentados
por informações acerca dos atributos funcionais ambientalmente amigáveis dos produtos.
Seguindo a mesma lógia, Hartmann et al. (2005) propõe um conjunto de opções estratégicas para
o posicionamento de marcas verdes, que se baseiam em atributos funcionais da marca e
benefícios emocionais. Surge, assim, a seguinte hipótese de investigação:
H5: As marcas de produtos de moda em cortiça podem ser posicionadas, ao mesmo tempo, como
simbólicas e funcionais.
32
2.1.2. Metodologia de investigação
O estudo em questão é do tipo quantitativo e qualitativo e são usados dados recolhidos através
de questionários e entrevistas, respetivamente, caracterizados como primários (Malhotra, 2007).
Posteriormente, faz-se a análise dos resultados e a apresentação das conclusões retiradas. É
utilizado o software IBM – Statistical Package for the Social Science (SPSS®), que é provavelmente o
software de manipulação e análise de dados mais utilizado nas ciências sociais e humanas
(Marôco, 2014).
33
Inclui-se no questionário, sempre que possível, pelo menos três itens para cada constructo da
escala utilizada, no sentido de se obter estimativas de confiança mais elevadas (Hair et al., 2010).
As escalas de Likert de 7 pontos são, em princípio, uma boa opção. Estas escalas requerem que
os inquiridos indiquem o seu grau de concordância ou discordância em relação a um conjunto
de afirmações relacionadas com um determinado constructo, em que 1 representa a categoria
“Discordo Totalmente” e 7 a categoria “Concordo Totalmente”. A opção por esta escala deveu-
se ao facto de alguns autores (Finstad, 2010; Preston e Colman, 2000) defenderem a sua
superioridade, pois consideram que a escala de 5 pontos oferece poucas alternativas de resposta,
resultando numa baixa diferenciação na captação das opiniões.
O questionário deste estudo procura medir as fontes de valor das marcas de produtos de moda
em cortiça e averiguar quais os atributos que são percecionados pelas pessoas, procurando
perceber se as características técnicas, a sustentabilidade, o fator inovação e o sentimento
nacionalista integram essa perceção. Como objeto de estudo, foi criada uma marca fictícia a ser
lançada no mercado, a Corkfashion, sobre os produtos da qual foram fornecidas algumas
informações textuais e fotográficas, de modo a avaliar as imagens valorizadas pelo público
relativamente aos mesmos. Na ausência de publicidade e experiências com a marca, prevê-se
uma comparação com as marcas já existentes. Este questionário é elaborado, na medida do
possível, consoante as premissas anteriormente estudadas. São, assim, adaptadas as medidas dos
Blocos de Construção da Marca propostas por Keller (Keller, 2001), tendo sido devidamente
ajustadas ao propósito desta investigação. Deve reconhecer-se que os Blocos de Construção da
Marca, nos dois níveis inferiores da pirâmide - saliência, desempenho e imagem da marca -, são
tipicamente mais idiossincráticos e exclusivos de uma categoria de produto e serviço do que os
outros. Consequentemente, exigiram alguma personalização que ultrapassou a versão genérica
de perguntas.
a) Primeira parte: focada nos blocos de construção da marca de Keller (2001), englobando
escalas que permitem medir a saliência, performance, imagens, avaliação e ressonância
de uma nova marca que entrasse no mercado.
34
b) Segunda parte: composta por um grupo de questões para caracterização da amostra, com
o objetivo de recolher informação sobre as variáveis socioeconómicas e demográficas
dos inquiridos.
São incluídas variáreis quantitativas e qualitativas ordinais e nominais. A análise dos dados inicia-
se com uma análise descritiva, seguida da verificação consistência interna. Posteriormente são
feitas comparações de médias para a validação das hipóteses em estudo, aplicando-se testes
paramétricos (t-Student) e não-paramétricos (Wilcoxon).
35
Parte III – Resultados da Investigação
A opção por entrevistas semiestruturadas adveio da intenção de incorporar elementos fixos, mas
com a flexibilidade de incluir outros elementos ou temas de interesse (Bardin, 2009). O guião
das entrevistas – elaborado para assegurar as mesmas linhas básicas para cada entrevistado,
mantendo-se o foco e o objetivo das mesmas (Patton, 2002) –, apresenta-se anexado (anexo A).
As opiniões dos entrevistados divergem quanto à compra pela racionalidade vs. afetividade.
Ainda assim, apontam a ecologia, o design, a originalidade, as características da matéria-prima
(leveza, qualidade e resistência) e o ser português como os aspetos mais valorizados pelos
consumidores. Mais do que um entrevistado refere que uma fatia mais residual de pessoas
36
compra por se encaixar com o seu estilo de vida mais ecológico, vegan, sendo um fenómeno
percecionado como estando em crescimento.
Concentrando-se nos atributos que creem estar associados aos produtos, bem como nos
obstáculos à sua compra, os entrevistados revelam persuadir os clientes com argumentos que se
se reportam às singularidades dos produtos, ao que os distingue relativamente a outros. Focam-
se na reputação dos produtos portugueses, na defesa dos produtos nacionais (quando o cliente
é português), na qualidade da matéria-prima (resistente, leve, impermeável, de fácil limpeza,
durável, térmica), na ecologia e sustentabilidade. Reforçam, assim, a componente vegan, ser
biodegradável, 100% natural, ecológico, reutilizável.
As compras não são, no geral, programadas, havendo algumas exceções para o público
português. Assim, o cliente fica interessado em entrar na loja quando reconhece a matéria-prima
37
dos artigos, sendo devido à exposição dos produtos em loja que decidem que artigo adquirir.
Normalmente o cliente é o consumidor e a compra é repetida.
Para que estes produtos se tornem mais conhecidos, propõem medidas como um maior
investimento em marketing e publicidade. As opiniões divergem no que concerne à forma de
divulgação dos produtos: uns defendem que se deve proceder à massificação dos produtos;
outros apoiam a estratégia de fugir à divulgação massiva e estar mais presente no estilo de vida
mais exclusivo, na comunicação para o público certo.
Verificou-se que todos acreditam que o facto de as rolhas serem usadas em tantos e bons vinhos
vem valorizar os artigos produzidos com o mesmo material e incrementar às suas propriedades
a excelência e unicidade. Servem-se, inclusive, das propriedades das rolhas para comprovar como
o material que constitui os produtos que comercializam é respirável, duradouro e resistente, pois
as rolhas de cortiça selam os melhores vinhos durante muitos anos.
38
Do total de 158 inquéritos recolhidos que passaram por um processo de validação, resultaram
em 152 respostas (aproximadamente 96,2%).
O inquérito elaborado para este estudo tinha como população-alvo conhecedores da existência
da cortiça como matéria-prima, pelo que a primeira questão da Escala Saliência (“Que produtos
feitos de cortiça consegue enunciar?”) foi usada como filtro. Aqui o número de questionários
válidos para o estudo foi reduzido a 154, pois cinco dos inquiridos não enumeraram nenhum
produto de cortiça e missing values neste constructo não poderiam ser considerados.
Constatou-se ainda que apenas dois dos inquiridos residem nas Regiões Autónomas da Madeira
e dos Açores. Uma vez que todos os restantes respondentes habitam nas Regiões Norte ou
Centro, por forma a se obter resultados mais fiáveis, restringiu-se a amostra às duas últimas
zonas do país supraditas.
Para identificação de outliers, foram ainda realizados gráficos boxplot para as variáveis idade e nº
de membros do agregado familiar (variáveis quantitativas de resposta aberta), não tendo sido
detetado nenhum valor a eliminar.
Verifica-se que 78,3% dos respondentes são do sexo feminino e 21,1% do sexo masculino,
registando-se, portanto, uma distribuição pouco equilibrada entre homens e mulheres. Em
adição, 1 inquirido (0,7%) identifica o seu género sexual como “outro”. Quanto à idade, constata-
se que nos encontramos na presença de uma amostra relativamente jovem, em que cerca de
88,8% dos inquiridos têm idade inferior ou igual a 40, podendo observar-se que a média de
idades se encontra nos 28,5 anos, com um desvio padrão de 9,33. O inquirido mais novo tem 18
anos e o mais velho 59.
No que se refere às habilitações académicas, 79% da amostra tem um curso a nível superior, 2%
tem o 3º ciclo do ensino básico, 15,8% tem o ensino secundário e 3,3% concluiu um curso
tecnológico/profissional/outro.
Relativamente à ocupação profissional, 36,2% dos inquiridos estão empregados, 38,2% são
estudantes, 17,1% são trabalhadores-estudantes e 5,9% estão desempregados ou à procura do
39
primeiro emprego. Os restantes inquiridos encontram-se desempregados ou noutra situação não
identificada.
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem válida acumulativa
Válido 3.º ciclo do ensino básico (9 anos de
3 2,0 2,0 2,0
escolaridade concluídos)
Ensino Secundário 24 15,8 15,8 17,8
Curso tecnológico/profissional/outro 5 3,3 3,3 21,1
Licenciatura 53 34,9 34,9 55,9
Pós-graduação 10 6,6 6,6 62,5
Mestrado 53 34,9 34,9 97,4
Doutoramento 4 2,6 2,6 100,0
Total 152 100,0 100,0
No que se refere à dimensão dos agregados familiares, quase 29% da amostra é composta por 1
ou 2 elementos e cerca de 62% é composta por 3 a 4 elementos.
Quanto às regiões de residência dos respondentes, a informação foi recolhida para cada um dos
distritos. Sem embargo, optou-se por reclassificar esta variável, com base nas regiões NUTSII,
do INE, por se entender que permitia facilitar a análise. Assim, a Região Norte engloba os
distritos Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Bragança, a Região Centro engloba Coimbra,
Castelo Branco, Leiria, Viseu, Aveiro e Guarda e a Região Sul engloba Lisboa, Setúbal,
Portalegre, Évora, Beja e Faro. Na amostra deste estudo, 67,1% dos inquiridos reside na Região
Norte e 32,9% na Região Centro.
40
Tabela 4 - Valores da estatística descritiva para a região de residência
Frequên Percentage Percentagem Percentagem
cia m válida acumulativa
Válido Região Norte 102 67,1 67,1 67,1
Região 50 32,9 32,9 100,0
Centro
Total 152 100,0 100,0
Numa primeira fase de análise de resultados, cada variável deve ser tratada individualmente
(Pestana e Gageiro, 2014). As estatísticas descritivas de cada uma destas variáveis pertencentes
aos constructos saliência, performance, imagem, avaliação, sentimentos e ressonância
encontram-se contidas no anexo E.
Por forma a testar a consistência interna das escalas de medida, e antes de se dar início à análise
de resultados, é verificada a medida de confiabilidade de consistência interna de cada escala do
questionário, através do Alfa de Cronbach. Esta é uma medida amplamente usada para este tipo
de avaliação e define-se como a correlação que se espera obter entre a escala usada e outras
escalas hipotéticas do mesmo universo, com igual número de itens que meçam a mesma
característica (Malhotra, 2007; Pestana e Gageiro, 2014). Mensura-se, assim, a proporção da
variabilidade das respostas, que resulta de diferenças nos inquiridos (Pestana e Gageiro, 2014).
De acordo com os mesmo autores, este coeficiente varia entre 0 e 1 e é considerado como
“razoável” quando apresenta valores superiores a 0,7, “bom” a partir de 0,8 e “excelente” a partir
de 0,9. Valores inferiores a 0,6 indicam, geralmente, confiabilidade de consistência interna
insatisfatória (Malhotra, 2007).
41
i. Identificação de níveis de posicionamento da marca
T-Student
O teste t-Student trata-se de um teste paramétrico que permite testar hipóteses sobre médias de
variáveis (Pestana e Gageiro, 2014). Para amostras de dimensão <30, a aplicação do teste T exige
que o grupo ou grupos sob análise apresentem uma distribuição normal. É possível verificar se
esta exigência é cumprida através do teste de aderência Kolmonov-Smirnov. Uma vez que a
amostra deste estudo é de n= 152, considera-se, através da extensão do teorema do limite central,
que as variáveis em análise seguem uma distribuição normal. Este teorema refere que à medida
que se aumenta o tamanho da amostra, a distribuição de amostragem da média aproxima-se da
forma da distribuição normal, qualquer que seja a forma de distribuição da população (Marôco,
2014). Passou-se, então, à aplicação do teste t-Student para amostras emparelhadas.
O teste T para duas amostras emparelhadas utiliza-se quando se pretende comparar duas
populações, de onde foram extraídas duas amostras emparelhadas, relativamente a uma variável
dependente quantitativa (Malhotra, 2007) sob as seguintes hipóteses bilaterais: H0: μd=0 vs. H1:
μd≠0, onde di=(X1i-X2i). Para se usar este teste deve ainda haver correlação entre os dois
grupos em análise; caso contrário, o emparelhamento não é útil, devendo recorrer-se ao teste T
para amostras independentes (Malhotra, 2007; Pestana e Gageiro, 2014).
Este teste tem como pressuposto apenas a condição de que a variável dependente apresenta
distribuição normal nas duas populações, não sendo necessário assegurar a homocedasticidade
das variâncias (Malhotra, 2007). Nos casos em que a variável não tem distribuição normal,
podemos optar por uma solução não paramétrica ou, se amostra for confortavelmente grande
(n>30), é possível aplicar, alternativamente, o Teorema do Limite Central.
As alternativas não paramétricas para comparar dois grupos emparelhados são o teste de
Wilcoxon e o teste do Sinal. Com base nos dados recolhidos por questionário, é possível
assegurar uma amostra de dados superior a 30, justificando a não realização do teste à
normalidade das variáveis em estudo.
42
Um outro teste alternativo para aferir diferenças entre diversas situações e para duas ou mais
variáveis é o ANOVA (Pestana e Gageiro, 2014). Para testar se as médias populacionais –
estimadas a partir de k≥2 amostras aleatórias – diferem significativamente entre si (ou de igual
modo se as k amostras provêm, ou não, de uma mesma população), pode aplicar-se a ANOVA
a 1 fator permite (Marôco, 2014). Se na ANOVA for rejeitada a hipótese nula, conclui-se que
existe pelo menos uma média populacional que é significativamente diferente das restantes.
Porém, o teste ANOVA não sugere qual ou quais os pares de médias diferem entre si, de forma
que este teste é pouco relevante para a finalidade do presente estudo.
As hipóteses apresentadas para o teste t-Student são as seguintes: H0: μ1=μ2 vs. H1: μ1≠μ2
(teste bilateral) em que μ1 e μ2 representam as médias populacionais (Marôco, 2014). A hipótese
nula é rejeitada se p-value < α, para um nível de significância de 5% (α).
Para se identificar os níveis de posicionamento, foi usada a escala “A marca Corkfashion é…”,
para a qual os respondentes indicaram o seu nível de concordância/discordância com várias
imagens/perceções, numa escala de 1 a 7 (figura 7). Relembra-se que a Corkfashion é uma marca
fictícia. São enumeradas imagens diretamente relacionadas com atributos funcionais (como
resistência leveza e impermeabilidade) e com atributos emocionais (como Portugal,
sustentabilidade e inovação). Estas imagens foram adaptadas das entrevistas realizadas
previamente, tendo sido identificadas pelos comercializadores como os atributos mais
valorizados pelos clientes.
Figura 7 - Escala "A marca Corkfashion é..." - Bloco "Imagem" do Modelo de Keller
43
Pelas imagens associadas a esta hipotética nova marca a inserir no mercado, serão determinados
os eixos de posicionamento mais fortes associados à mesma. Para tal, são feitos testes T com as
variáveis com média igual ou superior a 5, sendo elas: Portugal, sustentabilidade, ecologia,
nacionalismo, património, leveza, criatividade, biodiversidade, inovação, impermeabilidade e
resistência (tabela 5).
Tabela 5 - Análise estatística da escala "A marca Corkfashion é..." - Bloco "Imagem", Modelo de Keller
Erro
N Mínimo Máximo Média
Desvio
A marca CorkFashion é Portugal 152 1 7 5,85 1,149
A marca CorkFashion é sustentabilidade 152 2 7 5,76 1,155
A marca CorkFashion é ecologia 152 2 7 5,75 1,152
A marca CorkFashion é nacionalismo 152 1 7 5,38 1,390
A marca CorkFashion é património 152 1 7 5,38 1,316
A marca CorkFashion é leveza 152 2 7 5,26 1,221
A marca CorkFashion é criatividade 152 1 7 5,21 1,459
A marca CorkFashion é biodiversidade 152 1 7 5,16 1,388
A marca CorkFashion é suavidade 152 1 7 5,14 1,258
A marca CorkFashion é inovação 152 1 7 5,11 1,426
A marca CorkFashion é impermeabilidade 152 1 7 5,07 1,295
A marca CorkFashion é resistência 152 1 7 5,07 1,264
A marca CorkFashion é tradição 152 1 7 4,90 1,508
A marca CorkFashion é elegância 152 1 7 4,72 1,497
N válido (de lista) 152
44
Aplicando o teste t-Student para amostras emparelhadas, associando-se a imagem com
médiamais alta – Portugal – com as três médias mais altas imediatamente seguintes, obteve-se
os resultados revelados na tabela 6. Das quatro variáveis em análise, “nacionalismo” é a que
apresenta média mais baixa (<5,5, numa escala de 1 a 7). Esta tabela denota que os inquiridos
associam mais as marcas de produtos de cortiça a “Portugal”, “ecologia” e “sustentabilidade”.
Todos os pares, dois a dois, apresentam valores semelhantes nas distribuições dos desvios
padrões e das medidas de estabilidade das médias.
A correlação (medida do grau de associação linear entre duas variáveis) entre as imagens dos 3
pares é apresentada na tabela 5. As hipóteses deste teste são:
Num teste t, os testes unilaterais são apropriados quando se pode afirmar com certeza (mesmo
antes de recolher dados), que ou não haverá diferença entre as médias, ou a diferença é no
sentido que se especifica. Caso contrário, devem usar-se testes bilaterais.
O primeiro par apresenta o maior desvio entre os canais (média=0,467). A estatística de teste
refere-se às hipóteses:
No caso de amostras emparelhadas, a unidade em estudo não é a observação, mas sim o par de
observações. Não se pretende saber se existe diferenças entre a média das observações do grupo
45
1 e a média das observações do grupo 2, mas sim saber se a média das diferenças entre os
elementos de cada par é significativa. O teste-T deste par 1 tem associado um nível de
significância igual a 0,000 (<0,05) o que leva à rejeição de H0. Logo, há diferenças estaticamente
significativas entre as duas médias. Conclui-se que estas duas imagens não estão no mesmo nível
de posicionamento.
Quanto aos pares 2 e 3 a conclusão é oposta, pois sig. bilateral > α=0,05. Isto revela que as
diferenças (0,99 e 0,86) não são estatisticamente significativas. Não se rejeita a hipótese nula, ou
seja, há evidências de que a média de “Portugal”, “ecologia” e “sustentabilidade” são iguais.
46
Aplicando o mesmo raciocínio, a conclusão é díspar para os pares 2, 3, 4 e 5, onde os p-value
bilaterais >0,05. Não é rejeitada a hipótese nula, ou seja, há evidência de que as médias de
“nacionalismo”, “biodiversidade”, “criatividade”, “leveza” e “património” são iguais. Face a esta
igualdade de médias, obtém-se o segundo nível de posicionamento: nacionalismo; património;
leveza; criatividade; biodiversidade.
Teste de Wilcoxon
Após a identificação dos níveis de posicionamento com base nos dados recolhidos para n=152
(a totalidade da amostra deste estudo), procurou-se fazer o mesmo exercício, desta vez para,
47
dentro da amostra total, um público-alvo. O público-alvo selecionado tem salário mensal do
agregado familiar igual ou superior a 800€/mês e classificou as escalas de medida de performance
(questão 4 do questionário) e imagem (questão 5 do questionário) com um valor igual ou superior
a 6, numa escala de 1 a 7. Foram assim selecionados os casos, em SPSS, com código que se
segue:
Salário_líquido_mensal_do_seu_agregado_familiar >= 3 &
A_CorkFashion_satisfaria_as_necessidades_básicas_da_categoria_d >= 6 & Esta_marca_possuiria_características_especiais
>= 6 & Eu_gostaria_de_pessoas_que_usassem_os_produtos_desta_marca >= 6 &
Esta_marca_seria_facilmente_inserida_no_mercado >= 6 & Esta_marca_seria_elegante >= 6 &
Gostaria_da_aparência_e_outros_aspetos_do_design_desta_marca >= 6 &
Esta_seria_uma_marca_que_eu_poderia_usar_em_variadas_situações >= 6
Como resultado, obteve-se uma amostra de n= 14, cujos descritivos das variáveis de
posicionamento são apresentados na tabela 9.
Tabela 9 - Análise estatística da escala "A marca Corkfashion é..." - casos selecionados
Estatística Descritiva
N Mínimo Máximo Média Erro Desvio
A marca CorkFashion é Portugal 14 5 7 6,64 ,633
A marca CorkFashion é sustentabilidade 14 4 7 6,43 ,938
A marca CorkFashion é património 14 6 7 6,36 ,497
A marca CorkFashion é ecologia 14 4 7 6,36 ,929
A marca CorkFashion é nacionalismo 14 4 7 6,29 ,914
A marca CorkFashion é elegância 14 5 7 6,21 ,579
A marca CorkFashion é resistência 14 5 7 6,14 ,663
A marca CorkFashion é criatividade 14 4 7 6,14 1,027
A marca CorkFashion é leveza 14 4 7 5,93 1,072
A marca CorkFashion é suavidade 14 3 7 5,86 1,099
A marca CorkFashion é biodiversidade 14 4 7 5,79 1,311
A marca CorkFashion é impermeabilidade 14 3 7 5,79 1,188
A marca CorkFashion é inovação 14 4 7 5,64 1,277
A marca CorkFashion é tradição 14 3 7 5,57 1,089
N válido (de lista) 14
Pela análise dos dados, é possível concluir que todas as imagens têm média classificatória
superior a 5,7 pontos, na escala de 7 pontos aplicada. A imagem à qual esta amostra mais associa
os produtos de moda feitos em cortiça é “Portugal” (média=6,64), seguindo-se
“sustentabilidade”, “património” e “ecologia”.
48
Num primeiro momento, é possível concluir que a amostra obtida pelos casos selecionados é de
n=14 < 30, sendo aconselhável verificar a normalidade. Para testar o ajustamento das variáveis
em estudo a uma distribuição normal, surgem as seguintes hipóteses:
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Como referido anteriormente, os testes não paramétricos são, geralmente, uma boa e mais
potente alternativa aos testes paramétricos quando os pressupostos não se verificam,
nomeadamente a normalidade e a (grande) dimensão da amostra. A não verificação dos
49
pressupostos do teste t-Student torna menos recomendável a utilização da alternativa
paramétrica.
O Teste de Wilcoxon é preferido ao Teste dos Sinais já que usa mais informação contida nos
dados tendo muito mais potência do que o Teste dos Sinais para detetar uma diferença
significativa (Pestana e Gageiro, 2014). O segundo só compara os sinais das diferenças entre os
pares de variáveis sem ter em consideração a magnitude das diferenças (Malhotra, 2007; Pestana
e Gageiro, 2014).
i. Teste do Sinal : Di = Yi-Xi
ii. Teste de Wilcoxon : |Di| = |Yi-Xi|
Assim, neste teste são apresentados por ordem crescente, sendo atribuída a ordem 1 à menor, a
ordem 2 à seguinte e assim sucessivamente. As diferenças nulas, caso existam, são suprimidas
(Pestana e Gageiro, 2014). Por outro lado, segundo os mesmos autores, na situação de haver
diferenças iguais em valor absoluto, é atribuída a cada uma delas a média das ordens que lhes
caberiam caso os valores fossem distintos. Neste teste os pares com maiores diferenças têm
maior peso.
As hipóteses apresentadas para o teste de Wilcoxon são as seguintes: H0: E(X)=E(Y) vs. H1:
E(X)≠E(Y) (teste bilateral) em que E(X) e E(Y) representam as médias populacionais (Marôco,
2014). Em H0 testa-se se em média X é igual a Y; em H1 afirma-se que em média X é diferente
de Y. A hipótese nula é rejeitada se p-value < α, para um nível de confiança de 95% (α=0,05).
50
A. Primeiro nível de posicionamento
51
entende-se que a pontuação dada, na escala de Likert, de sustentabilidade<Portugal; os ranks
positivos indicam que sustentabilidade >Portugal; e os empates assinalam a igualdade.
É, assim, possível concluir que há mais casos em que “Portugal” teve pontuação superior a
“sustentabilidade” do que o inverso, pois existem mais ranks negativos do que positivos
(consequentemente, z é também negativo= -1,134), mas as duas imagens tiveram em dez
respondentes a mesma classificação (10 empates). Este é, dos pares em análise, o que teve mais
empates nas respostas.
Analisando-se a estatística de teste, como sig. bilateral= 0,257 >α= 0,05, não se rejeita a hipótese
nula, para um nível de significância de 5%. Conclui-se que há igualde estatisticamente
significativa entre a média de “Portugal” e de “sustentabilidade”.
Para os restantes pares, “Portugal” apresenta sempre mais respostas com pontuação superior (nº
de ranks negativos>nº ranks positivos). À exceção do par resistência-Portugal (em que o p-
value=0,035) todos têm sig.>0,05, não rejeitando a hipótese de igualde de médias. Para
resistência-Portugal, rejeita-se a hipótese, havendo evidência de diferenças estatisticamente
significativas entre as médias das imagens “resistência” e “Portugal”, pelo que não se podem
incluir no mesmo nível.
Para o segundo nível de posicionamento tem-se seis pares em análise. Combinou-se a imagem
“resistência” com as restantes de média inferior (tabela 12).
Para o primeiro par, a estatística de teste refere-se à hipótese H0: E(resistência)=E(leveza) vs. H1:
E(Resistência)≠E(Leveza). Como p-value bilateral =0,334 > α=0,05, não se rejeita a hipótese nula. Há,
portanto, evidência de que a média de “leveza” é estatisticamente igual à de “resistência”. A
conclusão é análoga para os restantes pares. Desta forma obtém-se o segundo e último nível de
posicionamento que engloba: resistência; leveza; suavidade; biodiversidade; impermeabilidade;
inovação; tradição.
52
Tabela 12 - Estatísticas de teste para o Teste de Wilcoxon – Segundo nível de posicionamento
Ranks Estatística de testea
Soma de
N Rank Médio Z Sig. (bilateral)
Classificações
Leveza - Resistência Classificações Negativas 3a 3,67 11,00
Classificações Positivas 2b 2,00 4,00
-,966b ,334
Empates 9c
Total 14
Biodiversidade - Resistência Classificações Negativas 5g 6,20 31,00
Classificações Positivas 4h 3,50 14,00
-1,040b ,298
Empates 5i
Total 14
Suavidade - Resistência Classificações Negativas 2d 1,50 3,00
Classificações Positivas 0e ,00 ,00
-1,342b ,180
Empates 12f
Total 14
Impermeabilidade – Classificações Negativas 3j 3,00 9,00
Resistência Classificações Positivas 1k 1,00 1,00
-1,512b ,131
Empates 10l
Total 14
Tradição - Resistência Classificações Negativas 7p 5,93 41,50
Classificações Positivas 3q 4,50 13,50
-1,512b ,131
Empates 4r
Total 14
Inovação - Resistência Classificações Negativas 5m 4,60 23,00
Classificações Positivas 2n 2,50 5,00
-1,552b ,121
Empates 7o
Total 14
a. leveza < resistência f. suavidade = resistência k. impermeabilidade > resistência a. Teste de Classificações
b. leveza > resistência g. biodiversidade < resistência l. impermeabilidade = resistência Assinadas por Wilcoxon
c. leveza = resistência h. biodiversidade > resistência m. inovação < resistência b. Com base em postos
d. suavidade < resistência i. biodiversidade = resistência n. inovação > resistência positivos.
e. suavidade > resistência j. impermeabilidade < resistência
Com base nas perceções dos inquiridos sobre a hipotética nova marca de produtos de moda
feitos de cortiça, e por forma a uniformizar a informação, apresenta-se a tabela 13. Conclui-se:
53
c) Os eixos de posicionamento percebidos como importantes e relevantes quer para o
público em geral, quer para o público-alvo são: “Portugal”, “sustentabilidade” e
“ecologia”, ocupando em ambas o primeiro nível. O público-alvo selecionado,
acrescenta ao primeiro nível de eixos de posicionamento os seguintes: “património”,
“nacionalismo” e “elegância”. Aceitando-se estas perceções como realidade, este é o
posicionamento que as atividades e programas de marketing das marcas de produtos de
moda em cortiça criou na mente do público.
Níveis de Posicionamento
Público geral Público-alvo
Portugal
Sustentabilidade
Portugal Ecologia
Primeiro nível Sustentabilidade Primeiro nível Património
Ecologia Nacionalismo
Elegância
Criatividade
Resistência
Nacionalismo Leveza
Património Suavidade
Segundo nível Leveza Segundo nível Biodiversidade
Criatividade Impermeabilidade
Biodiversidade Inovação
Tradição
Suavidade
Inovação
Terceiro nível
Impermeabilidade
Resistência
54
Confrontando-se diretamente estes resultados com as hipóteses de investigação anteriormente
formuladas, obtém-se as seguintes conclusões:
Validação
Público geral Público-alvo
Descrição das hipóteses
(total da amostra (casos selecionados
n=152) n=14)
H1.1: Sustentabilidade assume o primeiro
Aceite Aceite
nível de posicionamento
H1.2: Ecologia assume o primeiro nível de
H1 Aceite Aceite
posicionamento
H1.3: Biodiversidade assume o primeiro nível
Rejeitada Rejeitada
de posicionamento
H2.1: Resistência assume o primeiro nível de
posicionamento Rejeitada Rejeitada
H2.2: Leveza assume o primeiro nível de
Rejeitada Rejeitada
posicionamento
H2
H2.3: Suavidade assume o primeiro nível de
posicionamento Rejeitada Rejeitada
H2.4: Impermeabilidade assume o primeiro
Rejeitada Rejeitada
nível de posicionamento
H3.1: Nacionalismo assume o primeiro nível
Rejeitada Aceite
de posicionamento
H3.2: Tradição assume o primeiro nível de
Rejeitada Rejeitada
posicionamento
H3
H3.3: Portugal assume o primeiro nível de
Aceite Aceite
posicionamento
H3.4: Património assume o primeiro nível de
Rejeitada Aceite
posicionamento
H4.1: Inovação assume o primeiro nível de
Rejeitada Rejeitada
posicionamento
H4.2: Criatividade assume o primeiro nível de
H4 Rejeitada Aceite
posicionamento
H4.3: Elegância assume o primeiro nível de
Rejeitada Aceite
posicionamento
H5: As marcas de produtos de moda de
H5 cortiça podem ser posicionadas, ao mesmo Aceite* Aceite*
nível, como simbólicas e funcionais.
*O nível de posicionamento mais forte engloba apenas imagem simbólicas.
Os níveis seguintes já incluem imagens simbólicas e funcionais.
Fonte: Elaboração própria
A mesma análise é executada para identificação dos sentimentos provocados pela marca, ou seja,
é feita uma comparação de médias entre os sentimentos que a marca desperta, quer para n=152
55
quer para o mesmo público-alvo anteriormente selecionado (n=14). Foi usada a escala “No que
toca a sentimentos, a marca Corkfashion dá-lhe a sensação de…”. São considerados para a análise
os sentimentos de média igual ou superior a 5, numa escala de Likert de 7 pontos e,
posteriormente, pelos testes de comparação de médias, os mesmos são organizados por ordem
decrescente de importância. O detalhe da análise pode ser consultado no anexo G do
documento. Os resultados obtidos apresentam-se sintetizados no seguinte na tabela seguinte:
Tabela 15 - Síntese dos resultados obtidos para os sentimentos provocados pela marca
Com base nas nos sentimentos que esta nova marca despertada no público, conclui-se:
a) Para o público em geral, apenas três dos sentimentos enumerados são relevantes (média
>5): “apoio à economia portuguesa”, “respeito pela natureza” e “conforto”; por seu
turno, considerando-se o público-alvo, somente o sentimento “pertença a um grupo” é
desconsiderado (média=4,57).
b) Foram encontrados três níveis de sentimentos despertados pela marca para um público
geral e apenas dois níveis para o público-alvo selecionado neste estudo.
c) O “apoio à economia portuguesa” é o sentimento comum no primeiro nível de ambas
as amostras. O público-alvo selecionado, acrescenta aqui “respeito pela natureza” e
“conforto”. Assim, estes são os sentimentos despertados pelas atividades e programas
de marketing das marcas de produtos de moda em cortiça.
56
d) O “respeito pela natureza” é o sentimento que ocupa o segundo nível para o público em
geral; já para o público-alvo, o segundo nível inclui sentimentos como “respeito
próprio”, “aprovação social” e “diversão” e “segurança”
a) No terceiro nível o público geral inclui “conforto”.
57
Parte IV – Conclusão
4.1.1. Conclusão
Num mercado como o atual, fragmentado e repleto de ofertas, mesmo marcas fortes enfrentam
dificuldades em criar vantagens diferenciais relativamente aos seus concorrentes. Para superar
este problema, os gestores de marketing e publicidade procuram estabelecer associações à marca
apropriadas na mente dos consumidores, através do posicionamento da marca.
58
4.1.2. Limitações e sugestões de investigação
Com relação às limitações deste estudo, o questionário revelou-se bastante extenso, dificultando
a obtenção de uma amostra maior. Recomenda-se que os futuros estudos nesta área
simplifiquem os itens de questões, ainda que os resultados obtidos para a medida de
confiabilidade da consistência interna sejam satisfatórios.
No que respeita à recolha de dados, para além da amostra ser reduzida para o tipo de análise
pretendida, possui uma limitação geográfica, pois as Regiões Norte e Centro foram as únicas
consideradas. Portanto, devido às diferenças culturais existentes no país, a sua influência no
comportamento do consumidor e a importância do comportamento do consumidor no tópico
analisado, os resultados não podem ser estendidos nem em todo o país nem no mundo. O
mesmo estudo poderia ser testado noutros países ou noutros setores, ou com outros produtos
do mesmo setor e país. O alargamento do estudo a um público estrangeiro turista em Portugal,
traria também bom contributo, visto que este público, como revelado na investigação qualitativa,
é o maior gerador de lucro para as marcas de produtos de moda em cortiça.
Em adição, 88,8% dos inquiridos têm idade inferior ou igual a 40, pelo que se verifica também
uma limitação etária. Uma maior e mais diversificada amostra poderá evidenciar outras relações
entre as variáveis em estudo e tornar os resultados mais robustos.
Não obstante as limitações enumeradas (que por si abrem porta a novas pesquisas) os resultados
obtidos são satisfatórios e dão linhas de orientação importantes para futuras investigações.
59
utilizados pelo setor para criar uma imagem inovadora desta matéria-prima, em consonância com
os valores do desenvolvimento sustentável. Os números demostram a vitalidade e importância
da fileira da cortiça na economia portuguesa, sendo o maior produtor mundial e líder
internacional no setor. Este é um mercado importantíssimo para Portugal, gerador de lucro e
reconhecimento a nível mundial. Todavia, persiste uma ausência de literatura e estudos que
relacionem as marcas com os consumidores e com o valor das marcas.
Dado que estabelecer a posição de uma marca é um processo de longo prazo e que obriga a um
grande investimento – especialmente em publicidade - as marcas que escolhem um
posicionamento incorreto (por exemplo, com a seleção dimensões de posicionamento que não
são relevantes e importantes para os consumidores), arriscam-se a prejudicar o posicionamento
percebido de um produto, levando, de forma consequente, à diminuição das vendas.
60
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65
ANEXOS
O objetivo destas entrevistas é reunir informação acerca dos consumidores de produtos de moda
de cortiça. Concretamente, pretende-se tirar conclusões acerca do target para este tipo de
produtos.
Questões:
1. Quais os produtos de cortiça mais vendidos? Ou que tipos de produtos de cortiça são
mais procurados?
2. A procura dos produtos de cortiça é espontânea (quando os clientes vão à loja já sabem
o que querem) ou é devido à presença dos produtos de cortiça na loja que decidem
comprá-los (apenas quando estão na loja e veem os produtos de cortiça ficam
interessados pelos mesmos)?
4. Segundo o que vai apurando, quais as características dos produtos de cortiça mais
valorizados pelos clientes?
(serem diferentes, ser moda, ser português, ser ecológico, encaixar no estilo de vida, serem
leves, estética, constituírem um souvenir, etc.)
5. Na sua opinião, quais são os principais entraves à compra de produtos de cortiça? (por
exemplo o preço)
66
11. Acha que os produtos de cortiça são muito ou pouco conhecidos?
14. Acha que estes produtos podem ser considerados produtos de luxo? Porquê?
16. Acha que o aspeto marca tem importância na decisão dos clientes?
17. Existe alguma época do ano, em particular, em que estes produtos sejam mais vendidos?
18. Acha que o facto de as rolhas das garrafas serem de cortiça pode desvalorizar os outros
produtos?
67
Anexo B – Resultados da Investigação Qualitativa
Compra pela
Aspetos afetivos Utilidade Utilidade Aspetos afetivos Aspetos afetivos
utilidade/afetividade
Ecológico; Vegan; propriedades naturais da cortiça:
qualidade (da matéria prima Ecológico; Resistente; Resistente; Leve; leve; térmica; resistente à água/chuvas; artigo único; leve; amigo do
Argumentos para persuadir
da confeção e do design) Impermeável; Fácil de limpar. Duradouro; Português completamente natural; ecológica; ambiente; lavável; nacional
hipoalergénica
Compra única/repetida repetida repetida repetida repetida repetida
depende da altura do ano e
Um/vários produtos Depende do cliente Vários produtos Vários produtos Vários produtos
do cliente
Valor médio das compras não responde 100 euros 60/70 euros 60-100 euros 30-50
Produtos são muito/pouco Muito (nível nacional) Muito (nível nacional)
Pouco Pouco Cada vez mais conhecidos
conhecidos Pouco (estrangeiros) Pouco (estrangeiros)
68
Anexo C - Questionário ao público
Fabiana Sousa
*Obrigatório
69
3. Já ouviu falar em alguma(s) destas marcas? Em caso afirmativo, assinale qual/quais. *
Marcar tudo o que for aplicável.
Rutz
Artelusa
Montado
Najha
Jocork
Pelcor
SantiCORK
Cork for me
Nunca ouvi falar de nenhuma das marcas enumeradas
Com a qualidade da matéria-prima e da mão-de-obra portuguesa, esta será uma marca que colocará
ao seu dispor peças delicadas, sofisticadas e amigas do ambiente, fabricadas pelos nossos artesãos
em cortiça 100% natural, reciclável e biodegradável.
Percorra a galeria abaixo e veja alguns dos vários produtos desta marca que poderia adquirir.
CorkFashion
70
4. Relativamente à performance da marca CorkFashion, exprima o seu grau de
concordância/discordância perante as seguintes afirmações: *
NOTA: Entenda-se "MARCAS DA MESMA CATEGORIA DE PRODUTO" como "MARCAS QUE
COMERCIALIZAM CALÇADO E ACESSÓRIOS DE MODA", de cortiça ou qualquer outra matéria-
prima.
Marcar apenas uma oval por linha.
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discirdo
A CorkFashion
satisfaria as
necessidades
básicas da
categoria de
produto.
Esta marca
possuiria
características
especiais.
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
Eu gostaria de
pessoas que
usassem os
produtos desta
marca.
Esta marca seria
facilmente
inserida no
mercado.
Esta marca seria
elegante.
Gostaria da
aparência e
outros aspetos
do design desta
marca.
Esta seria uma
marca que eu
poderia usar em
variadas
situações.
71
6. Exprima o seu grau de concordância/discordância ao completar a frase: A marca
CorkFashion é... *
Marcar apenas uma oval por linha.
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
elegância
inovação
tradição
nacionalismo
sustentabilidade
ecologia
resistência
biodiversidade
Portugal
criatividade
património
leveza
suavidade
impermeabilidade
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
Creio que os
produtos da
marca
CorkFashion
teriam qualidade.
A Corkfashion
ofereceria um
bom valor.
Os seus
fabricantes
seriam
inovadores.
Creio que
gostaria desta
marca.
Eu admiraria
esta marca. Eu
respeitaria esta
marca. Esta
marca seria
única.
Esta marca
ofereceria
vantagens que
outras marcas
da mesma
categoria de
produto não
podem oferecer.
72
8. No que toca a sentimentos, a marca CorkFashion dá-lhe a sensação de... *
Marcar apenas uma oval por linha.
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
diversão
segurança
aprovação social
respeito próprio
respeito pela
natureza
pertença a um
grupo
conforto
apoio à
economia
portuguesa
4- Não
1- 7-
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
e não estivesse
disponível, faria
pouca diferença
para mim se eu
tivesse que usar
outra marca.
eu seria leal à
mesma.
eu comprá-la-ia
sempre que
pudesse.
eu compraria o
máximo de
produtos que
pudesse.
sentiria que era
a única marca da
categoria da qual
necessitava.
seria a que eu
preferiria
usar/comprar.
73
10. Ainda com a marca CorkFashion em mente, indique o seu grau de
concordância/discordância perante as seguintes afirmações: *
Marcar apenas uma oval por linha.
4- Não
1- 7
2- 3- Discordo concordo 5- Concordo 6-
Discordo Concordo
totalmente Discordo parcialmente nem parcialmente Concordo totalmente
discordo
Esta marca seria
especial para
mim.
Esta marca seria
mais do que um
produto para
mim.
Identificar-me-ia
com pessoas
que usassem
esta marca.
Esta marca seria
usada por
pessoas como
eu.
Eu iria gostar de
falar sobre esta
marca com os
outros
Estaria
interessado em
aprender mais
sobre esta
marca
Teria orgulho em
que os outros
soubessem que
eu usava esta
marca.
Teria gosto em
visitar o site
desta marca.
Dados sociodemográficos
11. Sexo *
Marcar apenas uma oval.
Masculino
Feminino
Outro
12. Idade *
Indique a sua idade em anos e de forma
numérica
74
13. Habilitações literárias *
Marcar apenas uma oval.
Outra:
Outra:
75
17. Distrito de residência *
Marcar apenas uma oval.
Aveiro
Beja
Braga
Bragança
Castelo Branco
Coimbra
Évora
Faro
Guarda
Leiria
Lisboa
Portalegre
Porto
Região Autónoma da Madeira
Região Autónoma dos Açores
Santarém
Setúbal
Viana do Castelo
Vila Real
Viseu
76
Anexo D – Outputs gráficos do SPSS para caracterização da amostra
77
Gráfico 4 – Caracterização da amostra por ocupação profissional
78
Gráfico 6 – Caracterização da amostra por nível salarial do agregado familiar
79
Anexo E – Análise estatística das varáveis
Erro
Bloco Saliência N Mínimo Máximo Média Desvio
Que produtos feitos de cortiça consegue enunciar? 152 1 1 1,00 ,000
Que marcas de produtos de moda feitos em cortiça consegue 152 0 6 ,52 1,366
enunciar?
N válido (de lista) 152
Erro
Bloco Performance N Mínimo Máximo Média Desvio
A CorkFashion satisfaria as necessidades básicas da categoria 152 1 7 5,62 1,233
de produto.
Esta marca possuiria características 152 1 7 5,29 1,290
especiais.
N válido (de lista) 152
Erro
Bloco Imagem N Mínimo Máximo Média Desvio
A marca CorkFashion é Portugal 152 1 7 5,85 1,149
Gostaria da aparência e outros aspetos do design desta marca 152 1 7 5,09 1,487
80
Esta marca seria elegante 152 1 7 5,03 1,456
Esta seria uma marca que eu poderia usar em variadas 152 1 7 4,88 1,635
situações
A marca CorkFashion é elegância 152 1 7 4,72 1,497
Eu gostaria de pessoas que usassem os produtos desta marca 152 1 7 4,70 1,331
Erro
Bloco Avaliação N Mínimo Máximo Média Desvio
Creio que os produtos da marca CorkFashion teriam qualidade 152 4 7 5,51 ,942
Esta marca ofereceria vantagens que outras marcas da mesma 152 1 7 4,18 1,242
categoria
Esta marca seria única 152 1 7 3,84 1,494
Erro
Bloco Sentimentos N Mínimo Máximo Média Desvio
Sentimento apoio à economia portuguesa 152 1 7 5,91 1,112
81
Erro
Bloco Ressonância N Mínimo Máximo Média Desvio
Se esta marca existisse...e não estivesse disponível faria pouca 152 1 7 5,13 1,278
importância
Teria gosto em visitar o site desta marca 152 1 7 4,79 1,398
Estaria interessado em aprender mais sobre esta marca 152 1 7 4,57 1,454
Eu iria gostar de falar sobre esta marca com os outros 152 0 7 4,24 1,518
Teria orgulho em que os outros soubessem que eu usava esta 152 1 7 3,80 1,608
marca
Esta marca seria usada por pessoas como eu 152 1 7 3,78 1,479
Se esta marca existisse...eu comprá-la-ia sempre que pudesse 152 1 7 3,72 1,579
Identificar-me-ia com pessoas que usassem esta marca 152 1 7 3,70 1,573
Esta marca seria mais do que um produto para mim 152 1 7 3,62 1,539
82
Anexo F – Análise de Consistência Interna
Bloco Performance
Alfa de Cronbach N de itens
Performance ,602 2
Bloco Imagem
Alfa de Cronbach N de itens
Imagem ,936 19
Bloco Avaliação
Alfa de Cronbach N de itens
Qualidade ,641 2
Credibilidade ,877 4
Superioridade ,819 2
Bloco Sentimentos
Alfa de Cronbach N de itens
Sentimentos ,874 8
Bloco Ressonância
Alfa de Cronbach N de itens
Lealdade ,806 6
Ligação ,914 2
Pertença a um grupo ,855 2
Compromisso ,915 4
83
Anexo G - Resultados questionário para identificação dos sentimentos
provocados pela marca
84
Outputs para n=14
Estatística Descritiva
N Mínimo Máximo Média Erro Desvio
Apoio à economia portuguesa 14 5 7 6,43 ,646
Conforto 14 5 7 6,14 ,535
Respeito pela natureza 14 4 7 6,07 ,997
Respeito próprio 14 4 7 5,36 ,929
Aprovação social 14 4 6 5,29 ,726
Diversão 14 4 6 5,21 ,802
Segurança 14 4 7 5,07 ,917
Pertença a um grupo 14 2 6 4,57 1,222
N válido (de lista) 14
Testes de Normalidade
Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk
Estatística df Sig. Estatística df Sig.
Sentimento respeito próprio ,256 14 ,014 ,874 14 ,049
Sentimento segurança ,245 14 ,022 ,874 14 ,048
Sentimento diversão ,265 14 ,009 ,798 14 ,005
Sentimento aprovação social ,266 14 ,008 ,796 14 ,005
Sentimento apoio à economia portuguesa ,312 14 ,001 ,758 14 ,002
Sentimento respeito pela natureza ,329 14 ,000 ,754 14 ,001
Sentimento conforto ,391 14 ,000 ,713 14 ,001
a. Correlação de Significância de Lilliefors
85
a. conforto < apoio à economia portuguesa f. respeito pela natureza = apoio à economia a. Teste de Classificações
b. conforto > apoio à economia portuguesa portuguesa Assinadas por Wilcoxon
b. Com base em postos
c. conforto = apoio à economia portuguesa g. respeito próprio < apoio à economia portuguesa
positivos.
d. respeito pela natureza < apoio à economia h. respeito próprio > apoio à economia portuguesa
portuguesa i. respeito próprio = apoio à economia portuguesa
e. respeito pela natureza > apoio à economia
portuguesa
86