Relações Amorosas No Local de Trabalho
Relações Amorosas No Local de Trabalho
Relações Amorosas No Local de Trabalho
João Barros
Orientador:
Abril 2012
AGRADECIMENTOS
Por fim, quero agradecer aos meus amigos mais próximos e à minha família pelo
I
RESUMO
As relações amorosas no trabalho é uma situação cada vez mais comum nos dias
que correm. Estas podem ter vários tipos de interpretação, podendo ser vistas, tanto
podem resultar se as duas partes envolvidas souberem separar a parte emocional com a
parte profissional. Deste modo, e de acordo com os resultados obtidos através do estudo
empírico, podemos compreender que para uma boa gestão deste género de relações é
necessária uma autorregulação por parte dos colaboradores envolvidos, para que a
gestão dos momentos íntimos e de trabalho seja bem regulada para não prejudicar a
II
ABSTRACT
environment, resulting positively if the two parts manage to separate the emotional part
from the professional part. Thereby, and accordingly with the results obtained from the
empirical research, we can conclude that for a positive management of love relations, a
personal time and work time has to be consistent not to affect the organization or the
people in it.
III
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................... II
Introdução .............................................................................................................. 1
Amostra ........................................................................................................... 19
Resultados ....................................................................................................... 21
Discussões .............................................................................................................. 32
Bibliografia ............................................................................................................ 35
IV
Anexos …………………………………………………………………………. 38
Anexo I – Entrevista
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE QUADROS
entrevistas………………………………………………………………………………21
V
INTRODUÇÃO
aprenderem umas com as outras. Esta proximidade pode levar a atração e romance
importância no meio laboral, passando mais tempo no trabalho do que em casa. Com
isto, as relações com os colegas de trabalho mostram-se cada vez mais relevantes na
vida deles levando a que os “simples colega de trabalho” se tornem mais que isso.
De acordo com Maniero (1986) o romance no local de trabalho pode ser definido
como alguma forma de uma relação íntima entre dois colaboradores da mesma empresa,
que tanto podem ser expressas através de sentimentos românticos, como namoro.
níveis de confiança devem ser enormes para que esteja preparado para qualquer situação
que posso surgir. Segundo Pierce (1996) e Powell e Folley (1998) “os colaboradores
que se vejam envolvidos numa relação amorosa no seu local de trabalho têm que estar
preparados para tudo”. Um colaborador que esteja bem preparado para ter uma relação,
apresenta-se mais confiante, mais seguro e mais determinado para o futuro, controlando
melhor os seus sentimentos. No entanto, diversos problemas podem advir das relações
objetivos com que dois colegas de trabalho se aproximam e da diferença entre os seus
níveis hierárquicos.
1
Desta forma, aos romances nas organizações pode-se associar cinco riscos
principais (Pierce e Aguinis, 2005). Estes podem ser utilizados politicamente contra as
com Powell, Aguinis e Adams (2000) “existem riscos mais comuns que «assombram»
que tentar perceber as reações que, tanto a organização como os restantes colaboradores
dos colegas, em que, na grande maioria dos casos apoiarão um romance entre dois
empregados, desde que a relação seja discreta (embora seja bastante complicado mantê-
la em segredo), que não entre em conflito com a cultura empresarial e que não haja
chefe-subordinado são alvas de maiores críticas por partes dos restantes colegas de
trabalho, pois essa proximidade com um superior pode levar a que o colaborador
2
clientes, leva a que as dificuldades de trabalho aumentem, pois ambos têm um objetivo
em comum.
ao assédio sexual. Este tipo de comportamento surge, nalgumas situações, por vingança
de quem se sentiu mais lesado com a separação, mas, muitas vezes, são as próprias
empresas que têm que responder pelos comportamentos dos seus funcionários, por
que sejam persistentes nas suas tentativas de iniciar, ou manter um romance, então o
tem como objetivo analisar a forma como as relações amorosas são vistas dentro das
envolvidos encaram estas situações, a forma como lidam com elas, como conseguem
Este tópico é relevante por se tratar de um tema atual, que tem impacto para o
bom funcionamento de uma organização, mas que, ao mesmo tempo, ainda não é bem
visto por alguns superiores nas empresas. Assim, tem interesse em ser estudada para
3
perceber os efeitos que traz para os indivíduos e para as empresas. Por outro lado,
consideramos que este trabalho permitirá ver de uma forma diferente as relações
melhores processos que se deve optar para que estas tenham um impacto positivo.
Objetivos específicos
Esta tese vai permitir abordar alguns temas específicos, sendo eles:
Descrever a forma como estas relações amorosas podem ser encarada pelos
colegas de trabalho.
4
REVISÃO DE LITERATURA
positivo como negativo (Clarke, 2006). Relativamente aos pontos positivos, Pierce e
Aguinis (2003), verifica-se que ‘trabalhadores envolvidos têm mais energia para
trabalhar, levando a que o seu foco de atenção passe a ser o trabalho, significando
aumento de produtividade’. Estas relações fazem com que o trabalho se torne menos
torna-se mais fácil. Assim, verifica-se que o romance no trabalho tem um efeito positivo
Apesar destes pontos positivos, existem alguns pontos negativos nos romances
no meio laboral, podendo levar a uma baixa produtividade por parte do casal e dos seus
extremos, pode levar ao assédio sexual. Para tentar evitar que estas situações possam
acontecer, os Gestores de Recursos Humanos (GRH) têm que estar mais empenhados na
sua tarefa para não deixar as situações chegarem a casos mais complicados de resolver.
trabalho como um problema que pode ser resolvido, para não trazer consequências
negativas para a empresa. Para isto, é importante que as organizações, na maioria das
vezes, acabem por conseguir lidar com as consequências dessas relações, criando
5
métodos que sirvam para gerir e controlar este tipo de situações no ambiente de
trabalho, de maneira a que o trabalho flua sem problemas, sem haver mau ambiente
outros problemas que surjam ao longo de uma relação amorosa. O facto de as empresas
não terem políticas definidas para lidar com estas situações, leva a que estas se
Humanos deverão ter “ mais empenho e pró atividade, aquando do surgimento de casos
e o ambiente dentro desta funcionar de forma natural e sem criar problemas aos que nela
Concluindo, pode dizer-se que o local de trabalho pode até ser o cenário ideal
para o desenvolvimento de interesses, tanto a nível romântico como sexual, isto devido
à constante exposição e, portanto, os indivíduos podem avaliar-se uns aos outros numa
lugar mais comum para satisfazer o futuro parceiro. Contudo, as relações amorosas no
trabalho devem servir como foco de atenção para os Gestores de Recursos Humanos
para evitar situações de conflito e de mau ambiente organizacional. Assim, para uma
6
Relações amorosas no trabalho
romance no local de trabalho deve ser mais que isso, centra-se nos gestores e nos
colegas de trabalho não envolvidos, logo têm uma maior perceção dos problemas que as
romances amorosos têm vindo a ser uma parte integrante da vida no trabalho e, de
acordo com Fisher (1994) “de uma maneira geral, não são o problema central que as
empresas podem enfrentar”. Esta situação acaba por se tornar favorável para os jovens,
deixando estes numa posição mais confiante para a não omissão em caso de
envolvimento.
Apesar disto, a maioria das empresas não têm nenhuma política em relação aos
afirma que ‘é necessária a intervenção dos recursos humanos para este tipo de
situações’. Acrescentando ainda, que “para uma boa intervenção por parte dos gestores
que surjam”.
Para autores como Quinn (1977), Foley e Powell (1999), os romances no local
de trabalho são definidos como “um relacionamento mutuamente desejado, que incluía
atração física entre dois membros da mesma organização”. Ainda mais longe vai Pierce,
7
Byrne, e Aguinis, (1996) afirmando que “os romances local de trabalho são
caracterizados pelo desejo de estar com a outra pessoa, sentindo sentimentos de atração
emocional e física, o que pode levar a uma partilha de informações pessoais, cuidados e
respeito mútuos, sendo também bastante provável comportamento sexual, tais como,
dos níveis de energia e de autoestima. Assim, para que um romance no local de trabalho
De qualquer modo, de acordo com Charles A., Pierce e Herman Aguinis (2009),
os romances de trabalho e o assédio sexual estão presentes nas organizações nos dias de
hoje, podendo ser estes, por norma, de dois tipos: dois funcionários envolvidos
Assim, indivíduos que já tiveram ou que estão envolvidos numa relação amorosa
no meio laboral têm uma nova perspetiva sobre como geri-la. Este pode servir de guia
8
Neste contexto, Powell e Foley (1998) destacam três tipos de romance no
trabalho, sendo eles: o romance entre pares, romance hierárquico e romance que
partilharem ideias em comum diversas vezes dentro da empresa. Para além desta
como lugares públicos, ginásios, restaurantes, fazendo com que a proximidade seja
diferentes áreas da organização. Ainda, há outras questões que para Powell (2001)
podem ser inadequadas, pois o empregado pode perder demasiado tempo com o seu
O segundo tipo de romance no trabalho diz respeito aos romances por hierarquia,
(subordinado) dentro da mesma organização. Pierce, Aguinis e Adams (2000) vêm esta
hierarquia das relações amorosas, muitas vezes, como inadequadas e injustas, pois pode
haver aproveitamento por parte do superior hierárquico, que utiliza essa superioridade
para tentar manipular o seu subordinado. Este tipo de situação ainda se agrava mais
inferior a qualquer empregado comum que nela trabalhe. Assim sendo, as relações
9
específicos e privilegiados, entre outros. Mesmo assim, o que para as pessoas
envolvidas se pode tornar positivo, para os restantes colegas de trabalho este tipo de
empresa, não tendo acesso a algumas das regalias do trabalhador envolvido, causando
estão envolvidos num romance no trabalho, mas que são casados. Este último ponto é
trabalho, sendo casadas, leva a que os seus colegas de trabalho, na maioria das vezes, a
discriminem dentro da empresa, levando a que esta não se sinta bem no seu trabalho,
muitas vezes, levando mesmo, a que se demita do seu cargo. Para além disto, há um
problema ainda mais grave que é a imagem da própria empresa. Quando este tipo de
casos acontece, normalmente, espalham-se para fora da empresa, o que leva a que a
reputação da empresa seja denegrida, pois este tipo de situações pode ser controlado,
adotando medidas claras e concretas para que os funcionários tenham os seus limites
organização, sendo a comunicação a “chave” para o sucesso deste tipo de relações, logo,
se a comunicação não for feita de maneira correta, pode levar a situações de tensão
dentro da empresa, prejudicando a sua eficácia nos resultados obtidos. Neste sentido, os
pouco positiva.
10
Concluindo, uma boa comunicação dentro do meio organizacional e uma boa
empresa.
Desempenho do colaborador
que trabalham na mesma empresa, depende muito das atitudes dos próprios
profissionais. Os dois intervenientes têm que ser maduros para distinguir o que é
trabalho resultam num possível relacionamento, pois a exposição que estão um com o
outro é constante. Assim sendo, Maniero (1986) afirma “(…) parece que o local de
interação. Essa proximidade pode conduzir a atracão e romance, que, por sua vez pode
11
Para isto, é necessária uma avaliação justa por parte dos gestores, em casos de
esperar que os empregados envolvidos num relacionamento amorosos irão estar mais
atentos à forma como são avaliados, para perceber se está a ser injustiçado
estejam envolvidos numa relação amorosa não acham justo ser submetido a ação
disciplinar diferente, até porque, Foley e Powell (1999) afirmam que “pode ter
conflitos de interesses”.
De acordo com Karl (2000) as perceções de justiça estão sobre a ação por partes
este tipo de casos. No entanto, uma forte ação disciplinar será justa, se ambas as partes
estivem a regredir o seu desempenho ou quando o romance está visível a todos os que
relacionamento amoroso no trabalho pode ser bastante útil, tanto para os funcionários
de trabalho.
até casos de colaborador-superior. Apesar disto, os gestores das empresas têm que estar
em constante alerta para evitar que estas situações tomem contornos mais complicados.
12
situações prejudiciais para o ambiente de trabalho na organização. Na verdade, os
gestores de recursos humanos têm de estar atentos aos romances amorosos que surjam
no local de trabalho. Contudo, não podem intervir, salvo casos excepcionais, como o
Se a gestão não for bem-feita pode levar a alguns riscos. Pode ameaçar a
colegas de trabalho, pois trabalhar para um melhor desempenho pode levar a situações
profissional. Hierarquicamente, este tipo de relações podem ter um efeito negativo sobre
o moral dos colegas de trabalho. Assim, se outro colega se aperceber que existe um
subordinado envolvido seja preferencial. Pierce e Aguinis (2005) afirmam mesmo que
“as relações entre um empregado e um superior, caso tenha contornos negativos, pode
que mostram que os relacionamentos amorosos podem ter contornos positivos, sendo
Neste sentido, o romance no meio laboral pode ter uma força muito positiva,
As duas partes envolvidas ganham uma enorme energia psicológica, resultando numa
13
maior autorrealização, servindo para levantar a moral dos outros colegas de trabalho,
envolvidas num caso amoroso podem servir para tentar melhorar a convivência na
empresa, tentando que as pessoas façam um melhor trabalho em equipa, sejam mais
afirma mesmo que “os colegas de trabalho podem trabalhar mais e ser mais produtivos
trabalhos em curso. Segundo a teoria de Maniero (1989) “as ligações nos locais de
amorosos na organização.
Outras formas de motivação podem ser geradas por outros fatores, que podem
ter contornos positivos ou negativos. Neste sentido, podemos dizer que a motivação é
confiança, os funcionários devem perceber que os outros colegas têm que ter
14
Para além da confiança, a solidariedade interpessoal refere-se à proximidade
com melhor performance. Contudo, os romances no local de trabalho podem ter fatores
produtividade pode tornar-se mais fraca. Assim, os romances laborais podem despertar
mas, esta tolerância é, provavelmente uma posição pré-definida de grande parte das
Contudo, este tipo de gestão pode, implicitamente, concordar que o romance, mesmo no
participantes nas relações amorosas devem manter o respeito e facilitar o trabalho dos
15
que devem fazer, quando se apercebem que dois funcionários estão envolvidos num
norma, gestores de recursos humanos) tem que saber que dois funcionários envolvidos
num romance são, muitas vezes, as últimas pessoas a saber qualquer tipo de assunto
sobre o romance. No entanto, essas relações são difíceis de manter em segredo de outros
colegas de trabalho, pois o seu contacto começa a ser mais frequente do que era antes do
relacionamento.
Para as organizações uma relação amorosa pode ter potenciais danos que exigem
uma posição pró-ativa por parte do empregador, tendo que ter orientações e políticas
específicas bem definidas, isto para que o Gestor de Recursos Humanos não tenha
quaisquer dificuldades em lidar com situações comuns a esta. Pierce e Aguinis (2009)
dizem mesmo que “o papel do gestor na empresa não passa só por negócios, mas
dentro da organização. Para que os efeitos não sejam negativos deve evitar-se
pois senão for devidamente controlada, pode tornar-se um problema sério para a
organização. Contudo, segundo Chantal Gautier (2007), podem haver boas formas de
16
Implementação de sistemas de apoio para ajudar a resolver problemas entre os
trabalhadores, de modo a saber lidar com as consequências de um romance no
ambiente de trabalho.
para compreender os mecanismos dos romances no trabalho, como para evitar qualquer
problema, sem perturbações para a empresa e para as pessoas que nela trabalham.
Assédio Sexual
O assédio sexual no trabalho é como uma conduta abusiva que se manifesta por
colega ser assediado por outro colega, um superior é assediado pelo subordinado e um
reservado aos homens, não é fácil para uma mulher chegar e fazer-se respeitar. Algumas
permitem que se desenvolvam este tipo de situações no seu meio. Por vezes, o assédio é
qualidades sociais).
17
O segundo tipo de assédio sexual trata-se de um caso muito mais raro, no
entanto, é possível ocorrer. Situações como ações ou omissões, como o não entregar de
situações comuns nesses casos. Se, por acaso, essa pessoa reclama ao seu superior, pode
ser acusada e responsabilizada por não saber comandar ou não estar à altura do cargo
em questão.
O terceiro, e último caso de assédio sexual é o caso que acontece com maior
poder pode ser uma maneira do superior se sentir mais seguro no cargo que
desempenha.
grandes empresas, no entanto, este género de situações são inevitáveis, mas que podem
18
ESTUDO EMPÍRICO
Amostra
O estudo foi realizado através de entrevista e foi feito a pessoas que trabalham
quarenta e cinco anos. No que respeita o estado civil o estudo foi feito a quatro pessoas
de uma pessoa, que tem o 9º ano completo, todos os outros entrevistados têm o 12º ano
19
Tabela 1.
Instrumentos e Procedimento
através da gravação áudio, numa sala privada. Dada a especificidade do tópico, o nível
de detalhe da informação gerada pelos entrevistados é reduzido. Uma vez que em três
20
Quadro 1. Temas subjacentes à elaboração do guião de entrevista
Resultados
21
2: perspetivas sobre os casos amorosos que já observaram;
uma situação normal, comum, mas algo complexa. São exemplo disso: “é uma situação
normal, que surge constantemente (…) ” (E1); “ (…) é normal, é uma situação comum
(…) ” (E2); “ (…) são muito comuns nos dias que correm” (E3); “Penso que seja uma
coisa usual (…)” (E4); “ (…) é bastante frequente” (E6); “É um tema bastante
complexo” (E8); “ (…) é um tema um bocado complexo (…) ” (E10); “ (…) uma
relação amorosa no trabalho é uma situação cada vez mais normal (…) ” (E12); “ (…)
pessoas passam umas com as outras pode perfeitamente criar condições para existir esse
tipo de envolvimento. Daí que acho que seja uma situação normal.” (E15).
dadas pelos entrevistados sobre o tema em questão, sendo elas: “ (…) tem que haver
conciliação entre trabalho e os momentos para estarem juntos (…) ” (E1); “ (…) é
preciso que não haja mais ninguém envolvido no caso, por exemplo haver alguma das
pessoas que seja casada.” (E2); “ (…) podem ser positivas para a motivação do
trabalhador, pois este, quando envolvido numa relação tem tendência para ir mais
contente para o local de trabalho (…) o pior é se a relação termina (…) ” (E3); “ (…) «o
22
vezes por serem «excitantes e proibidas». Uma fonte de adrenalina!” (E5); “Há que
separar as duas coisas, caso contrário não irá resultar.” (E9); “ (…) se souberem separar
as coisas e ver que dentro do local de trabalho é apenas é apenas um colega de trabalho,
aí as coisas até podem correr bem e nada afetar o estabelecimento onde trabalham, mas
afetando na mesma a relação deles porque acabam por passar muito tempo juntos e nem
oportunidade têm para sentir falta um do outro (…) ” (E10); “algo muito complexo e
que mistura dois mundos que normalmente estão separados, o mundo profissional e o
pessoal.” (E11); as pessoas têm que saber separar os assuntos profissionais com a vida
privada.” (E14).
considerarem ser uma situação normal, são da opinião que a própria pessoa envolvida
tem que saber separar as duas vertentes: a pessoal e a profissional. Isto mostra-nos que a
pessoa tem que ter uma atitude de autorregulação quando inicia uma relação amorosa no
local de trabalho, de forma a separar as duas vertentes e o seu trabalho ser feito de
própria organização.
organizacional
dificuldade nas observações feitas, havendo mesmo alguns destes que nunca
23
Apesar disto, existem alguns exemplos das observações feitas por outros
do entrevistado.
conduzir ao isolamento
negativas.
Consequências Positivas
ainda continuam juntas, tendo como exemplo disso “A nível pessoal teve influência
Consequências Negativas
à própria gestão da relação por parte do envolvido, não conseguindo separar a parte
eles: “A nível organizacional não correu muito bem, porque, lá está, juntou a parte
emocional com a parte profissional e prejudicou a parte profissional por causa disso
(…) ” (E4); “ (…) no início da relação, a nível organizacional e pessoal foi complicado,
pois existe sempre uma componente pessoal associada a cada passo efetuado (…) por
outro lado, é também complicado quando ambas as partes não estão de acordo com algo
que acontece no trabalho, pois, por vezes esse desacordo é “transportado” de certa
24
maneira para um campo pessoal (…)” (E7); “O que conheci não sabiam separar a sua
“Foi uma situação complicada, pois uma das pessoas em questão era casada e
quando se soube da situação não foi muito agradável para ambas as partes.” (E13).
De acordo com o que foi observado, ainda surge uma terceira consequência
negativa, que diz respeito às pessoas envolvidas se isolarem dos restantes colegas. Este
ponto está bastante ligado com o primeiro, visto que também está ligado ao facto de os
contudo este último não se trata de um descontrolo de emoções, mas um isolamento dos
restantes colegas de trabalho, podendo ter contornos negativos a nível pessoal. Temos
como exemplo disso, o E15 que afirma “(…) a nível pessoal se passa de algum
desconforto inicial, dado que são colegas, para uma total abertura para o que está a
acontecer, acrescendo ainda que numa das situações as pessoas acabaram por se isolar
com elas próprias e acabou por ser prejudicial para o relacionamento com os outros
(…)”.
positivas e negativas.
Consequências Positivas
25
As consequências positivas a nível organizacional são possíveis se a relação for
estável e as pessoas conseguir conciliar o trabalho com a parte pessoal, podendo levar a
Consequências Negativas
pessoal foi complicado, pois existe sempre uma componente pessoal associada a cada
passo efetuado (…) ” (E7); “ (…) A nível organizacional, o que registei foi algum
Após ter sido feita uma análise ao que os entrevistados observaram, vamos agora
relação ao companheiro envolvido e a nível organizacional. Para cada uma delas vamos
Consequências Positivas
irem trabalhar mais motivados e com mais entusiamo, sendo exemplo disso: “A nível
26
pessoal, teve a influência esperada de um caso com uma pessoa com quem acabei por
ficar mais envolvida do que aquilo que queria e estava à espera (…) fez com que na
verdade, fosse trabalhar bastante mais entusiasmada só pelo facto de poder partilhar
aquelas horas com ele e podermos trabalhar juntos (…) ” (E5);“Trouxe-me mais
para a sua vida pessoal. Assim, temos como exemplos: “Para a minha vida pessoal foi
positivo (…) ” (E1); “ (…) Influência pessoal foi que casei e constitui família, por isso,
foi positivo (…)” (E2); “ (…) A nível pessoal (…) correu bem. Conheci-o no local de
trabalho, namoramos, casamos, correu tudo bem até agora (…) ” (E4); “ Creio que no
curto, pois partilhamos muitos ideais e pensamentos (…) Ainda a nível pessoal, posso
também acrescentar que cresci enquanto pessoa, pois recebi alguns conselhos sobre o
Consequências Negativas
pontos, sendo eles: a diferença hierárquica na empresa, “Ao início foi mau em todos os
aspetos, porque para os meus colegas tinha sido incluída no serviço por «cunha». Todos
os meus colegas tinham medo de se expressar, com medo que eu contasse alguma coisa
ao «chefe», ou então que era beneficiada (…) ” (E9) e o facto do entrevistado envolvido
ser casado, levando a que, “A nível pessoal foi bastante complicado, pois como era
27
3.2. Impacto pessoal no companheiro envolvido: favorável se os envolvidos
Consequências Positivas
que afirma “Para a pessoa com quem estive envolvida penso que diretamente no
trabalho eu era mais uma pessoa com quem gostava de trabalhar e trabalhava «bem»,
com maior disponibilidade para considerar sugestões em termos técnicos (…) Existe
Consequências Negativas
primeiro diz respeito à relação entre duas pessoas com níveis hierárquicos diferentes
dentro da empresa, tendo como exemplos “Não foi fácil, porque de certa forma era
como se tivesse entre a «espada e a parede», entre a namorada e o pai (…)” (E9) e “O
relacionamento foi entre mim (empregada de loja) e o gerente de loja (…) A questão é
que quando nos começamos a envolver, descobri que a pessoa com quem me estava a
envolver era casada e já tinha um filho (…) Ele ficou devastado porque estava mesmo a
ficar apaixonado, andou muito tempo em baixo, acabou por não se separar da mulher,
mas mesmo assim o casamento também andava em baixo (…) (E10). O entrevistado 10,
mostra que, não foi só o nível hierárquico que teve influência na relação, mas também,
pelo facto da pessoa envolvida ser casada. O segundo está diretamente relacionado com
uma das pessoas envolvidas não querer ter nenhum relacionamento sério com a outra
pessoa envolvida, levando a que esta o tentasse prejudicar dentro da empresa. Isto é
percetível pelo exemplo de um dos entrevistados que afirma: “Para a pessoa que esteve
28
envolvida comigo, numa fase inicial, não foi fácil, pois ela queria algo mais sério e
quando percebeu que não era isso que eu queria foi um pouco complicado. Tentou
de produtividade
Consequências Positivas
entrevistados têm pontos de vista semelhantes, apontando como principal motivo para
que este tipo de relações corram de forma positiva, saber separar a parte emocional com
a profissional. Deste modo, as relações podem fluir sem perturbações para a empresa.
São exemplos disto: “Para a organização não teve impacto, pois soubemos sempre
separar a nossa relação com o trabalho, (…) tendo a pessoa com quem estou envolvido a
trabalhar no mesmo local de trabalho que eu, a minha motivação para ir trabalhar é
maior.” (E1); “As consequências foram positivas (…) sempre soubemos separar
trabalho de vida pessoal. Conseguimos conciliar as duas partes (…) ” (E2); “ (…)
relação aos meus colegas/amigos, alguns sabiam do que se passava e eram os primeiros
a «darem uma mãozinha» de modo a tornar tudo mais discreto e a permitir uma pausa
mais alargada.” (E5); “ (…) não houve consequências para a organização porque não
Consequências Negativas
mais complexas, como quando os níveis hierárquicos são diferentes, quando leva a
29
despedimentos, fazendo com que a produtividade seja mais baixa, a motivação para
trabalhar seja menor, afetando o local de trabalho e, por consequência, o ambiente das
relações amorosas no meio laboral podem levar a situações mais complicadas. São
exemplo disso: “A influência que teve, tanto em relação aos colegas como para a
organização, foi negativa (…)” (E3); “Houve uma baixa de produtividade de ambas as
partes (…) pois o meu companheiro estava em constante contacto comigo (…) ” (E6); “
Creio que possa ter trazido algum desconforto para alguns membros da gerência,
motivados por possíveis “desavenças” entre ambos que possam trazer implicações
negativas para a empresa” (E7); “Em certos casos penso que possa ter causado um certo
desconforto tendo em conta a proximidade e romantismo que a maior parte das vezes
não fazemos por esconder (…) ” (E8); “ (…) foi a pior fase da loja alguma vez vista, as
vendas desceram muito, a produtividade da loja começou a diminuir (…) o próprio local
de trabalho foi bastante afetado (…) ” (E10); “As únicas consequências que trouxe a
nível profissional foi o facto de me ter despedido (…) Esta situação não foi positiva,
relação amorosa no trabalho, afirmando muitos deles ser uma situação normal, que não
é controlada, sendo exemplos disso: “ Sim (…) repetiria (…) uma situação normal (…)
” (E1); “Sim, voltava a repetir (…) ” (E2); “ Sim, repetia. Porque é natural (…) ” (E3);
30
“ Claro que voltava a repetir (…) Porque acho que é totalmente natural que este tipo de
negativa que teve no passado. Para provar isto, veremos alguns exemplos: “ Não.
Porque não pondero voltar a ter um outro relacionamento (…) ” (E7); “ Não. Porque na
altura não soube diferenciar as duas situações (…) ” (E9); “ (…) ainda estou com a
pessoa com quem me relacionei (…) ” (E12); “ (…) neste momento ainda mantenho um
3.3. Impacto
Organizacional: favorável se
houver acordo das partes
profissional e pessoal,
desfavorável se não se
conciliar as duas partes,
levando a baixas de
produtividade
31
DISCUSSÃO
literatura.
temática relações amorosas no trabalho são da opinião que para estas relações
resultarem, é necessário uma boa gestão de tempo, por parte dos colaboradores
envolvidos, de maneira a que seja feita uma autorregulação ao longo de toda a relação,
profissional.
permite um maior controlo das emoções no trabalho e uma maior perceção de tempo,
fazendo com que a relação possa ter contornos positivos, tanto para a sua vida pessoal
A parte empírica acrescenta uma noção de tempo e autorregulação por parte das
pessoas, fazendo com que as RLT possam funcionar de forma positiva. Esta ideia veio
acrescentar à literatura que nem todas as relações necessitam de intervenção por parte
normal e comum, mas ao mesmo tempo muito complexo. Apesar de ser normal, há que
haver uma boa gestão das emoções e não misturá-las com o ambiente profissional.
32
Deste modo, existem algumas soluções para que as relações surjam e fluam da
melhor forma, sendo elas: a primeira é a pessoa ter a certeza do que quer, pensar
primeiro o que se pretende da relação e assegurar que o romance é para ser a longo
prazo, e, para isso, é necessário haver disposição para enfrentar os obstáculos que
relacionamento sólido.
e nunca por causa do poder, querendo envolver-se com o colega pela razão certa. Estes
tipos de situações podem ser difíceis quando uma das partes se apercebe que foi usada,
carreira da pessoa envolvida, analisando como era a sua vida antes e, como será depois
do relacionamento amoroso com um colega. Isto para que se perceba se vale a pena o
risco ou se o melhor será seguir caminhos alternativos, caso conclua que a sua carreira
33
Por último, uma quinta regra, que está relacionada com a importância de
amoroso devem procurar alternativas, para que os problemas sejam evitados. De forma
a evitar esses mesmos problemas, os colaboradores envolvidos têm que definir bem se a
relação, realmente, é séria ou não passa de uma aventura, evitando situações de falta de
34
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37
ANEXOS
Neste ponto estão colocados os anexos referentes a esta dissertação, e que foram
referidos no texto.
38
ANEXO I - ENTREVISTA
SEXO:
IDADE:
ESTADO CIVIL:
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS:
PROFISSÃO:
Porquê?
39
ANEXO II - RESPOSTAS À ENTREVISTAS
Entrevista 1
SEXO: masculino
IDADE: 35
PROFISSÃO: empresário
1. Este tema é uma situação natural, que surge constantemente. Acho que todas as
pessoas estão livres para se envolverem em relações amorosas, claro que tem
que haver a conciliação entre trabalho e os momentos para estarem juntos, mas
desde que consigam ser conscientes e não levem os problemas extratrabalho
para o próprio local de trabalho, não tem qualquer tipo de problema.
2. Sim.
2.1.A nível pessoal teve influência positiva porque estão juntos e até agora não
teve qualquer influência na sua maneira de trabalhar, a produtividade
contínua igual e o empenho também.
3. Sim e ainda estou.
3.1. Para a minha vida pessoal foi positivo, mudou no sentido em que
conheci essa pessoa no meu local de trabalho e até hoje continuamos juntos.
3.3. Para a organização não teve impacto, pois soubemos sempre separar a
nossa relação com o trabalho. No entanto, até certo ponto, pode ter sido positivo
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para a empresa, pois, falando por mim, tendo a pessoa com quem estou envolvido a
trabalhar no mesmo local de trabalho que eu, a minha motivação para ir trabalhar é
maior.
4. Sim. Para além de ser uma situação normal, a minha situação está a correr
bem, por isso, voltando atrás repetiria, não penso no futuro, porque estou bem com a
pessoa em questão, contudo, como disse inicialmente são situações que não se
controlam.
Entrevista 2
SEXO: masculino
IDADE: 42
1. Acho que é normal, é uma situação comum, desde que as pessoas se respeitem
mutuamente. Para isso é preciso que não haja mais ninguém envolvido no caso,
por exemplo haver alguma das pessoas que seja casada.
2. Já. Diretamente não, mas pelo que contam no hospital.
3. Sim.
3.1. A única influência pessoal foi que casei e constitui família, por isso, foi
positivo, claro.
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3.3. As consequências foram positivas, pois todos os meus colegas de
trabalho me apoiaram. Além disso, sempre soubemos separar trabalho de vida
pessoal. Conseguimos sempre conciliar as duas partes, sem que nos prejudicássemos
a nós e a empresa.
4. Sim, voltava a repetir, porque como desta vez correu bem, podia correr bem
novamente. Não só por ter corrido bem, mas porque é uma coisa tão natural que pode
acontecer a qualquer pessoa.
Entrevista 3
SEXO: masculino
IDADE: 26
1. As relações amorosas no local de trabalho são muito comuns nos dias que
correm. Eu acho que podem ser positivas para a motivação do trabalhador, pois
este, quando envolvido numa relação tem tendência para ir mais contente para o
local de trabalho, mostra mais vontade de trabalhar. O pior é se a relação
termina, pode ser complicado conseguir gerir uma forma para se estar no local
de trabalho e ao mesmo tempo conviver com a pessoa com quem se esteve
envolvido.
2. Sim.
2.1. É uma situação que acontece com bastantes colegas meus, pois o
tempo que se passa no trabalho é maior do que o tempo que se está em casa.
Nunca vi alguma perturbação, tanto a nível pessoal como organizacional.
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3. Sim.
3.1. A mim, pessoalmente não teve qualquer influência, nem positiva, nem
negativa, pois a minha intenção era estar com a pessoa, mas sem envolver qualquer
tipo proximidade que levasse a uma relação, pois não tinha intenção de me envolver
com ninguém a serio naquela fase da minha vida.
3.2. Para a pessoa que esteve envolvida comigo, numa fase inicial, não foi
fácil, pois ela queria algo mais sério e quando percebeu que não era isso que eu
queria foi um pouco complicado. Tentou prejudicar-me algumas vezes dentro da
empresa, dizendo ao meu chefe a alguns colegas que o meu trabalho não estava a ser
feito da mesma maneira, entre outro tipo de situações somente para me prejudicar.
3.3. A influência que teve, tanto em relação aos colegas como para a
organização, foi negativa, mas só numa fase muito inicial. Com o passar do tempo
os meus colegas de trabalho começaram a perceber que eu não tinha tido culpa de
não querer estar com a pessoa e, a partir daí o trabalho começou a funcionar de
forma mais normal, acabando mesmo por ser ultrapassada a situação.
4. Sim, repetia. Porque é uma coisa natural e apesar de não ter corrido muito
bem a última em que estive envolvido, são situações que não são controláveis, por
isso, a qualquer altura pode estar-se novamente envolvido.
Entrevista 4
Sexo: Feminino
Idade: 37 Anos
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1. Penso que seja uma coisa usual, de facto. Muitas das vezes pode não ser
benéfico porque se mistura a relação com o trabalho e, em termos profissionais,
pode não ser muito benéfico para a empresa, mas é uma situação que
normalmente acontece porque as pessoas relacionam-se e passam mais tempo no
trabalho, do que propriamente em casa, e também fora de casa com os amigos e
é uma coisa que, naturalmente, muitas das vezes, acontece. Na minha opinião, é
que para as entidades patronais pode não ser muito positivo, porque se mistura,
de facto, o emocional com o profissional, mas a minha opinião é positiva, pelo
menos comigo foi.
2.1. A nível organizacional não correu muito bem, porque, lá está, juntou a parte
emocional com a parte profissional e prejudicou a parte profissional por causa
disso, tanto que acabou, inclusive, que ter que sair da empresa para defender
uma situação com a pessoa com quem estava envolvido. A nível pessoal, depois
correu bem, até ter corrido.
3.1. Tanto a nível pessoal como organizacional correu bem. Conheci-o no local de
trabalho, namoramos, casamos, correu tudo bem, como correu até agora. A mim,
neste caso, correu bem profissionalmente, nada influenciou e, pessoalmente,
também está tudo a correr lindamente, ou seja, conhecemo-nos lá, relacionamo-
nos com muita frequência de estarmos juntos muito tempo, começou a crescer a
relação e até hoje continuamos juntos.
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3.2. Dentro da empresa, não interferiu nada, porque nós mantivemos a relação fora
do local de trabalho, ou seja, nunca manifestamos nada dentro da empresa e
enquanto lá estivemos, e claro, conversamos, íamos juntos e estávamos juntos
muitas das vezes, mas a relação, propriamente dita, só era cá fora, nunca houve
nada que desse a entender lá dentro. Claro, as pessoas sabiam, mas nós não
fazíamos nada que fosse demonstrado lá dentro.
4. Bem, é assim, na altura achei que correu bem e, realmente, quando conseguimos
rentabilizar as idas para o trabalho, íamos juntos, correu tudo bem. Agora, se me
perguntarem se é produtivo, se é bom haver relações no local de trabalho, eu
sinceramente, acho que é melhor separar as “águas”, e sinceramente, acho que
não é bom, quer dizer, as coisas acontecem, uma pessoa não consegue
influenciar e controlar as emoções, mas eu, na minha opinião, sinceramente,
acho que é uma coisa que deve estar separada a situação sentimental com a
situação profissional, porque se há uma junção das duas há sempre conflitos, dá
sempre situações que, quer da entidade patronal, quer das próprias pessoas
envolvidas podem não resultar nas melhores condições.
Entrevista 5
SEXO: Feminino
IDADE: 26
PROFISSÃO: Enfermeira
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1. É um tema que não é novo, no entanto, sempre atual. A verdade é que passamos
a maior parte do nosso dia no local de trabalho. Quando saímos e queremos
relaxar, logo depois de um turno “difícil” acabamos por sair com as mesmas
pessoas com quem estivemos nas oito horas anteriores.
Partilhamos muito tempo e situações “traumáticas” e similares o que faz
com que haja uma proximidade maior. Por outro lado, existe a componente da
fantasia, e da vontade fazer aquilo que na verdade sabemos que não é próprio.
“O fruto proibido é o mais apetecido”. As relações amorosas no trabalho
começam muitas vezes por serem “excitantes e proibidas”. Uma fonte de
adrenalina!
2. Observação direta, nem por isso, mas existe muitas histórias, muitos
relatos na primeira pessoa.
3. Sim.
3.2. Para a pessoa com quem estive envolvida penso que diretamente no
trabalho eu era mais uma pessoa com quem gostava de trabalhar e trabalhava “bem”,
com maior disponibilidade para considerar sugestões em termos técnicos. Existe
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reconhecimento, empatia e confiança elevada a outro nível. Tudo fluiu com mais
facilidade. Existe uma enorme sintonia.
3.3. Não me parece que tenha trazido consequências. Era uma coisa nossa.
Continuamos competentes a fazer o nosso trabalho e a sermos profissionais. De
realçar, que não trabalhava diretamente com ele, pois nem todos os dias estávamos a
trabalhar no mesmo espaço. No entanto, se ele podia, pedia a minha colaboração,
mesmo não sendo eu a enfermeira distribuída naquele posto. Este facto não trouxe
consequências uma vez que todos nos ajudamos imenso. Em relação aos meus
colegas/ amigos, alguns sabiam do que se passava e eram os primeiros a “darem
uma mãozinha” de modo a tornar tudo mais discreto e a permitir uma pausa mais
alargada.
Entrevista 6
SEXO: Feminino
IDADE: 21
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PROFISSÃO: Assistente Administrativa
1. Penso que será um bom tema a explorar, visto que é bastante frequente.
Aqui também se pode fazer ‘uma ponte’ para o tema assédio moral, que
muitas vezes acontece com essa pessoa da relação no local de trabalho devido à
sua relação amorosa, ou até mesmo de outros tipos.
2. Sim.
2.1. Nenhuma relevante, pois são relações já de algum tempo, em que a relação
em si já não é novidade, e as pessoas consegue manter o seu
profissionalismo e até a sua imparcialidade. Até porque, quando é uma
relação mais séria, tem que se dar conhecimento aos Recursos Humanos para
não serem afetadas as questões de ética profissional.
3. Sim.
3.1.A nível pessoal foi bom porque estava em constante contacto. Por outro lado
não por causa desse contacto constante. Não é saudável.
3.2. Para a outra pessoa era maravilhoso, pois estava sempre em constante
controlo da situação.
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Entrevista 7
SEXO: Masculino
IDADE: 31
1. A minha primeira reação à pergunta e baseada naquilo que ouço da maioria das
pessoas é “nem pensar”. Quando pergunto porquê, a resposta é quase sempre a
mesma: 24 horas junto com a mesma pessoa não resultam para mim. Também
sempre pensei que pudesse ser um problema para mim. Actualmente, tenho uma
relação amorosa no trabalho e mudei completamente a minha forma de pensar.
Gosto imenso de trabalhar “ ao lado” da minha namorada (em breve minha
esposa) e de poder partilhar e desabafar com ela os assuntos de trabalho, uma
vez que está por dentro desses mesmos assuntos. É uma sensação óptima saber
“que está ali “ a dois passos de distância” para o que quer que seja.
2.1. Esses meus dois colegas de trabalho ocupam cargos diferentes, com
diferentes tipos de responsabilidade. Creio que no início da relação, a nível
organizacional e pessoal foi complicado, pois existe sempre uma componente pessoal
associada a cada passo efetuado. É necessário, um certo período de adaptação à nova
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realidade. É sempre complicado termos que nos abster de certos comentários, certas
atitudes que nos rodeiam e que envolvem o parceiro. Por outro lado, é também
complicado quando ambas as partes não estão de acordo com algo que acontece no
trabalho, pois por vezes esse desacordo é “transportado” de certa maneira para um
campo pessoal, podendo originar problemas na relação. Depois desse período de
habituação, creio que tudo estabilizou.
3.1. Creio que no início da relação, foi necessário um período de adaptação de ambas
as partes, embora curto, pois partilhamos muitos ideais e pensamentos. Ajustes
relacionados com o facto de estarmos juntos dentro e fora da empresa, o nosso
relacionamento dentro da empresa, uma vez que para além de namorados, temos
também que manter uma postura profissional. Já tivemos algumas discussões
relacionadas com trabalho que, de certa forma, afetou o âmbito pessoal mas
foram situações esporádicas e sempre as resolvemos de forma rápida. Ainda a
nível pessoal, posso também acrescentar que cresci enquanto pessoa, pois recebi
alguns conselhos sobre o meu cargo que considero úteis e valiosos.
3.3. Creio que possa ter trazido algum desconforto para alguns membros da
gerência, motivados por possíveis “desavenças” entre ambos que possam trazer
implicações negativas para a empresa. Para alguns colegas, creio que a nossa
proximidade e a forma como abordamos a nossa relação no local de trabalho
possa ter gerado alguma confusão.
De forma geral, creio que todos gostaram de saber que estamos felizes.
4. Não.
Entrevista 8
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SEXO: Feminino
IDADE: 24
3.1. Ao princípio não foi fácil coordenar as coisas uma vez que estávamos
sempre juntos. No entanto a emoção de estarmos tão perto e ao mesmo tempo não
podermos agir como namorados também causa um ânimo positivo para nós. Já
tivemos as nossas discussões por causa de coisas de trabalho mas, em geral,
conseguimos sempre dar a volta e tentar nos abstrair desses temas para que
possamos aproveitar o tempo quando estamos juntos fora do âmbito da empresa.
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3.3. Em certos casos penso que possa ter causado um certo desconforto tendo
em conta a proximidade e romantismo que a maior parte das vezes não fazemos por
esconder. Mas, no geral, penso que todos gostaram de saber que estamos felizes.
4. Sim. Porque se corresse tão bem como correu desta vez, iria encontrar o
homem da minha vida.
Entrevista 9
SEXO: Feminino
IDADE: 24 anos
1. Não sou contra, no entanto, se acontecer, há que ter uma postura adulta e
madura para lidar com a situação. Há que saber separar as duas coisas, caso
contrário não irá resultar.
2. Não.
3. Sim, indiretamente: fui trabalhar para o serviço onde o chefe era o pai do meu
namorado.
3.1. Ao início foi mau em todos os aspetos, porque para os meus colegas
tinha sido incluída no serviço com ‘cunha’. Todos os meus colegas tinham medo de
se expressar, com medo que eu contasse alguma coisa ao “chefe”, ou então achavam
que era beneficiada. Mais tarde isso desapareceu, os meus colegas compreenderam
que estavam errados e apareceram outros tipos de sentimentos. O facto de não
concordar com o que o “chefe” fazia ou dizia, começou a deixar-me sentimentos de
raiva, com os quais não conseguia lidar, quando era altura de estar com ele como
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“pai do namorado”. Como tal, desabafava com o meu melhor amigo (namorado), em
vão, porque defendia sempre o seu pai, obviamente.
3.2. Não foi fácil, porque de certa forma era como se estivesse entre a
“espada e a parede”, entre a namorada e o pai. No entanto, ele ultrapassou isso
melhor, do que, trabalhava no serviço com o “chefe”.
3.3. Não veio acrescentar nada em especial. Hoje em dia sou mais uma
colega e técnica, e não a “nora” do chefe.
Entrevista 10
SEXO: Feminino
IDADE: 18
PROFISSÃO: lojista
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podem surgir discussões, entre muitas outras coisas. E mais tarde se algo corre
mal e terminam, o ambiente no trabalho vai ficar como se diz tradicionalmente
“de cortar à faca”, ou decidem um deles demitir-se, ou aprendem a lidar com a
situação e separam a vida pessoal da profissão, ou como última hipótese, as
coisas vão andar mal, a produtividade no sítio onde trabalham vai baixar, vão
andar a evitar-se e os colegas de trabalho precisam de comunicar entre eles para
um bom funcionamento de um estabelecimento. Se as pessoas souberem gerir
bem o facto de terem o namorado/a no mesmo sítio a trabalhar, ou seja, se
souberem separar as coisas e ver que dentro do local de trabalho é apenas um
colega de trabalho, aí as coisas até podem correr bem e em nada afetar o
estabelecimento onde trabalham, mas afetando na mesma a relação deles porque
acabam por passar muito tempo juntos e nem oportunidade têm para sentir falta
um do outro, mas o que é certo é que das coisas mais difíceis para certos seres
humanos é pôr o coração de lado e separar as coisas, porque por mais que
queiram é algo que não controlam. É claro que uma pessoa não tem culpa se
entretanto se apaixonar por um colega de trabalho mas há que gerir bem a
situação e não prejudicar nenhum dos lados envolventes. Cada pessoa sabe de si
mas na minha opinião, de facto, uma relação amorosa no trabalho não é
saudável. Tanto pode correr tudo bem como correr tudo mal e perderem o
emprego e terminar a relação, tudo depende de como as pessoas gerem os
sentimentos e separam as coisas na sua vida.
2. Não.
3. Sim.
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situação mais séria e que se ia tornar complicada, pela situação em si. A partir daqui
começaram os problemas, acabei por me despedir e recomeçar a minha vida noutro
lugar. Ele ficou devastado porque estava mesmo a ficar apaixonado, andou muito tempo
em baixo, acabou por não se separar da mulher mas mesmo assim o casamento também
andava em baixo, foi a pior fase da loja alguma vez vista, as vendas desceram muito, a
produtividade da loja começou a diminuir, isto porque estando ele em baixo com este
relacionamento, mesmo sem intenção, começou a falhar com os seus objetivos de
venda, começou a desleixar-se e correu mesmo o risco de deixar de ser gerente. Tempos
mais tarde conseguiu recompor-se e hoje em dia ainda se mantém gerente dessa mesma
loja, mas foi uma fase complicada nesse estabelecimento. Com isto, conclui que, o fim
deste relacionamento amoroso no trabalho, o próprio local de trabalho foi bastante
afetado, ou seja, este tipo de relações acabam sempre por afetar o local de trabalho e
afetar a vida pessoal das pessoas envolvidas. Apesar disto, quando se está consciente
das responsabilidades e se quer mesmo seguir com uma relação para a frente tem que
haver uma grande responsabilidade de ambas as partes e estarem conscientes das
consequências que daí podem resultar.
4. Sinceramente, não sei, pois a primeira vez que me envolvi não correu da melhor
forma, mas claro que é uma situação que, estando a trabalhar pode acontecer a
qualquer momento, pois os sentimentos não se controlam, principalmente no
local de trabalho, em que se está em constante contacto com as pessoas.
Entrevista 11
SEXO: Masculino
IDADE: 23
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HABILITAÇÕES LITERÁRIAS: Licenciado em Gestão e Administração
de Empresas
PROFISSÃO: Empresário
1. Acho que se trata de algo muito complexo e que mistura dois mundos que
normalmente estão separados, o mundo profissional e o pessoal. Sou da opinião
que a maioria das pessoas tem já intrinsecamente uma certa dificuldade em gerir
relações interpessoais do forro íntimo, sendo que quando conjugadas com o
forro profissional as dificuldades acrescem.
2. Não.
3. Sim.
3.2. Acredito que para a pessoa com quem estive envolvido se tivesse
passado o mesmo. A salientar que quando surgiram dificuldades no relacionamento
isto também se veio a refletir no exercício profissional. Como as posições
hierárquicas na empresa eram diferentes começaram-se a criar também uma serie de
situações em que se notavam atitudes de boicote e abuso de poder muito
possivelmente pelo facto de existir ali uma relação extra profissional.
4. Claro que voltava a repetir. E acho que é totalmente lógico que este tipo de
situações venham a acontecer cada vez mais nos dias que correm pois, aos
trabalhadores é-lhes cada vez mais exigido que passem tempo no local trabalho e
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isto torna cada vez mais provável que se desenvolvam relações íntimas entre
pessoas que trabalhem no mesmo local. Porque acho que é totalmente natural que
este tipo de situações ocorra em empresas com recursos humanos pois é inerente
ao ser humano estabelecer este tipo de relacionamentos íntimos.
Entrevista 12
SEXO: Masculino
IDADE: 27
3.3. Eu penso que não teve grande influência, apesar de se fazerem alguns
comentários mas é na brincadeira.
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4. É uma pergunta difícil porque ainda estou com a pessoa com que me relacionei,
prefiro não pensar nisso de momento, mas nunca se sabe o dia de amanhã.
Entrevista 13
SEXO: masculino
IDADE: 45
1. Penso que é uma situação um bocado complicada, pois pode trazer uma série de
problemas. No entanto, depende da situação em que se encontra, se a pessoa for
casada deve mesmo evitar relacionar-se, pois pode ter influência negativa na sua
vida pessoal e mesmo profissional devido as conversas que podem ser tidas
pelos restantes colegas de trabalho. Se uma pessoa for solteira, acho que não
haverá problema, mas claro que, se tem que ter cuidado para evitar confusões
dentro da organização.
2. Sim.
2.1.Foi uma situação complicada, pois uma das pessoas em questão era casada e
quando se soube da situação não foi muito agradável para ambas as partes.
3. Sim.
3.1. A nível pessoal foi bastante complicado, pois como era casado, quando a
“bolha rebentou” a separação foi inevitável. Para além disso, na altura saí do
trabalho onde estava, pois não fiquei bem com a situação e tive que ir para o
estrangeiro durante algum tempo.
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3.2. A pessoa envolvida não tinha qualquer tipo de relação sem ser comigo,
por isso, sofreu quando eu fui embora de Portugal.
4. Sinceramente é uma pergunta que não sei responder em concreto. Se, por
um lado foi uma situação complicada na altura, possivelmente hoje em dia foi útil,
pelo menos, no que respeita a envolvimentos amorosos no trabalho, pois quando me
começo a envolver com alguém já não tenho a preocupação de saber que há mais
uma pessoa por trás. Contudo, ter uma relação mais séria seria complicado por tudo
o que já experienciei.
Entrevista 14
SEXO: Feminino
IDADE:32
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2.1.O que eu conheci não sabiam separar a sua situação e misturavam a vida
pessoal com a vida profissional, o que é muito mau.
3.
Entrevista 15
SEXO: masculino
IDADE: 36
60
1. As relações amorosas no trabalho são situações perfeitamente possíveis de
acontecer, a proximidade e o tempo que as pessoas passam umas com as outras
pode perfeitamente criar condições para existir esse tipo de envolvimento. Daí
que acho que seja uma situação normal.
2. Sim
2.1 Só posso falar da parte visível, onde a nível pessoal se passa de algum
desconforto inicial, dado que são colegas, para uma total abertura para o que está
a acontecer, acrescento ainda que numa das situações as pessoas acabaram por
se isolar com elas próprias o que acabou por ser prejudicial para o
relacionamento com os outros. A nível organizacional, o que registei foi algum
protecionismo na hora da tensão dentro da Empresa.
3. Sim
3.1. No meu caso a influência foi grande. Digamos que não foi um “caso”…
o envolvimento assumiu proporções de casamento e tudo. Contudo, pessoalmente
naquela altura teve de tomar opções, ou seja, com o evoluir do relacionamento tive
de acabar por abandonar a Empresa onde trabalhávamos os dois em prol da relação.
4. Não sei, porque estas são situações que não podemos prever a priori.
61
62
ANEXO III - ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
Entrevista 1
Entrevista 2
63
este diz que voltava a repetir a situação, não só por considerar ser uma coisa comum,
como também pela experiência positiva que viveu no seu caso.
Entrevista 3
Entrevista 4
64
maior empenho no trabalho, mais motivação para ir trabalhar e vontade de participar nas
atividades.
Entrevista 5
65
e trabalhava «bem» …”. Quanto à organização não teve qualquer influência, pois
sempre conseguiram separar a parte emocional com a parte profissional.
Entrevista 6
Entrevista 7
66
nem pensar”, pois dia após dia, em constante contacto era uma coisa que muito
dificilmente resultava, devido à possível saturação da relação. Após uma experiência,
que ainda continua, mudou a sua maneira de pensar, ficando com uma impressão
positiva do assunto, afirmando que “… É uma sensação ótima saber que está ali a dois
passos de distância para o que quer que seja.”.
Entrevista 8
67
havendo possibilidade de manter uma relação no trabalho se houver responsabilidade de
ambas as partes.
Entrevista 9
68
defendia sempre o pai (chefe) quando surgiam casos para tal. A nível organizacional
não teve consequências de maior, como a entrevistada afirma “… não veio acrescentar
nada em especial…”.
Na pergunta 4, a entrevistada afirma que não voltava a repetir pelo simples facto
de “… na altura não soube diferenciar as duas situações…”, acha que não se deve
misturar trabalho com a vida pessoal.
Entrevista 10
Na entrevista 10, a entrevista começa por dizer que podia ser visto como
positivo, mas há que saber conciliar as duas vertentes, senão, pode ser prejudicial para a
empresa e para a produtividade das pessoas envolvidas. Contudo, “Se as pessoas
souberem gerir bem o facto de terem um namorado/a no mesmo sítio a trabalhar, ou
seja, se souberem separar as coisas e ver que dentro do local de trabalho é apenas um
colega de trabalho, aí as coisas até podem correr bem e em nada afetar o
estabelecimento onde trabalham, mas afetando na mesma a relação deles porque acabam
por passar muito tempo juntos e nem oportunidade têm para sentir falta um do outro…”.
De qualquer modo, a entrevistada diz que a relação amorosa no trabalho “não é
saudável”, mas depende da forma como as pessoas as gerem.
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Entrevista 11
No que se refere à pergunta 2, o entrevistado diz que na sua vida pessoal não
teve grande interferência, pois soube controlar bem a situação, apesar da comunicação
entre eles passou a ser feita de uma forma mais informal e, até mais pessoal. Já para o
parceiro envolvido foi mais difícil, tendo uma influência não muito positiva, devido ao
facto de não conseguir separar as duas partes (intima e profissional). Tendo um estatuto
hierárquico superior, utilizou isso para tentar criar situações desconfortáveis, como o
abuso do poder. De acordo com a parte empresarial teve, tanto situações benéficas como
prejudiciais, pois enquanto a relação durou a produtividade estava a ser feita a bom
ritmo, contudo, quando a relação se começou a deteriorar, a produtividade também
tendeu a baixar.
Entrevista 12
70
Entrevista 13
Entrevista 14
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A experiência da entrevista em observar casos de relações amorosas no
trabalho não teve uma posição favorável para as pessoas envolvidas e para os restantes
membros da empresa, pois não souberam separar a parte intima com a parte
profissional. Apesar do caso observado, a entrevistada acabou por se envolver numa
relação amorosa no seu local de trabalho, que, no entanto, correu bem, não houve
consequências negativas para a organização, nem em relação aos restantes colegas de
trabalho, afirmando mesmo que “… saibamos separar as situações”.
Entrevista 15
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Em jeito de conclusão, podemos verificar que as relações amorosas no
trabalho surgem constantemente, no entanto, devem ser bem geridas dentro da
organização, para não trazer consequências de maior para a empresa.
Anexo IV
Ent. 1 (…) uma situação normal (…) conciliação entre trabalho e momentos para estarem juntos
(…)
Ent. 3 (…) são coisas comuns nos dias que correm (…)
Ent. 4 (…) penso que seja uma coisa usual (…) é uma coisa que, naturalmente, muitas das vezes,
acontece (…)
Ent. 5 (…) partilhamos muito tempo e situações similares o que faz com que haja uma
proximidade maior (…)
Ent. 6 (…) é bastante frequente (…)
Ent. 7 (…) é uma sensação ótima saber ‘que está ali a dois passos de distância’ para o que quer
que seja (…)
Ent. 8 (…) tema bastante complexo (…)
Ent. 9 (…) há que saber separar as duas coisas, caso contrário não irá resultar (…)
Ent. 10 (…) é um tema complexo de analisar (…) pode afetar a produtividade no local de trabalho
(…) não é saudável
Ent. 11 (…) algo muito complexo (…) maioria das pessoas têm já intrinsecamente uma certa
dificuldade em gerir relações interpessoais do forro intimo (…)
Ent. 12 (…) uma relação amorosa no trabalho é uma situação cada vez mais normal (…)
Ent. 13 (…) penso que é uma situação um bocado complicada (…) no entanto depende da situação
em que a pessoa se encontra (…)
Ent. 14 (…) as pessoas têm que saber separar os assuntos profissionais com a vida privada
73
Ent. 15 (…) são situações perfeitamente possíveis de acontecer (…) acho que seja uma situação
normal
Questão 2 Já alguma vez observou algum colega de trabalho que tenha estado envolvido num
romance amoroso no próprio local de trabalho?
Ent. 1 (…) influência positiva porque estão juntos (…)
Ent. 2
Ent. 3 (…) nunca vi alguma perturbação, tanto a nível pessoal como organizacional
Ent. 4 A nível organizacional não correu muito bem, porque, lá está, juntou a parte emocional
com a parte profissional (…)
Ent. 5
Ent. 6 (…) as pessoas conseguiram manter o seu profissionalismo e até a sua imparcialidade (…)
Ent. 7 (…) creio que no inicio da relação, a nível organizacional e pessoal foi complicado (…)
Depois desse período de habituação, creio que tudo estabilizou.
Ent. 8 (…) no caso deles não afetou a nível pessoal, a nível organizacional ficaram um pouco
mais limitados tendo em conta as diferenças de cargos (…)
Ent.9
Ent. 10
Ent. 11
Ent. 12 Sim, conheço (…) a nível pessoal: penso que lhe fez bem (…) a nível organizacional: eu
julgo que a sua produtividade aumentou
Ent. 13 Foi uma situação complicada, pois uma das pessoas em questão era casada (…)
Ent. 14 O que eu conheci não sabiam separar a sua situação e misturavam a vida pessoal com a
vida profissional (…)
Ent. 15 Só posso falar da parte visível, onde a nível pessoal se passa de algum desconforto inicial
(…) a nível organizacional, o que registei foi algum protecionismo na hora da tensão dentro da
empresa
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Questão 3 Já esteve envolvido nalgum relacionamento amoroso no local de trabalho?
Ent. 1 (…) vida pessoal foi positivo (…) soubemos separar a nossa relação com o trabalho (…)
a minha motivação para ir trabalhar é maior
Ent. 2 (…) influência pessoal foi que casei e constitui família (…) sempre soubéramos separar
trabalho de vida pessoal (…)
Ent. 3 (…) pessoalmente não teve qualquer influência (…) para a pessoa que esteve envolvida
comigo, numa fase inicial não foi fácil (…) a influencia que teve tanto em relação aos colegas
como para a organização foi negativa, mas só numa fase inicial (…)
Ent. 4 Tanto a nível pessoal como organizacional correu bem (...)
Ent. 5 (…) na verdade, ia trabalhar bastante mais entusiasmada (…) continuamos competentes
a fazer o nosso trabalho e a sermos profissionais (…)
Ent. 6 A nível pessoal foi bom (…) Não é saudável (…) Houve uma baixa produtividade de
ambas as partes (…)
Ent. 7 (…) Creio que no início da relação, foi necessário um período de adaptação de ambas as
partes (…)
Ent. 8 Ao princípio não foi fácil (…) mas, em geral conseguimos dar a volta e tentar-nos
abstrair (…)
Ent. 9 Ao início foi mau (…) porque para os meus colegas tinha sido incluída no serviço com
‘cunha’ (…) achavam que era beneficiada (…) mais tarde, isso desapareceu, os meus colegas
compreenderam que estavam errados (…)
Ent. 10 (…) o próprio local de trabalho foi bastante afetado, ou seja, este tipo de relações
acabam sempre por afetar o local de trabalho e afetar a vida pessoal das pessoas envolvidas
Ent. 11 A nível pessoal influenciou radicalmente a forma como agia com a pessoa com a qual
mantinha uma relação (…) a comunicação passou de formal e profissional a um tom bem mais
pessoal (…) tanto para a organização como para as pessoas não houve consequências (…)
Ent. 12 Trouxe-me mais motivação e alegria
Ent. 13 a nível pessoal foi bastante complicado, pois como era casado, quando a ‘bolha
rebentou’ a separação foi inevitável (…) as únicas consequências que trouxe a nível profissional
foi o facto de me ter despedido (…)
Ent. 14 Sim, sabíamos separar as situações (…) a nível pessoal não influenciou muito porque do
portão para dentro eramos colegas e fora do portão eramos marido e mulher
Ent. 15 No meu caso a influência foi grande (…) naquela altura tive que tomar opções (…) tive
de acabar por abandonar a empresa onde trabalhávamos os dois em prol da relação (…) Para a
organização (…) não houve consequências de maior
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Questão 4 Depois da (s) sua (s) num “relacionamento no local de trabalho” voltava a repetir?
Ent. 1 Sim. (…) uma situação normal (…)
Ent. 2 Sim, voltava a repetir (…) porque é uma coisa tão natural que pode acontecer a qualquer
pessoa
Ent. 3 Sim, repetia. Porque é uma coisa natural (…) são situações que não são controláveis (…)
Ent. 4 (…) na altura correu bem (…) mas o melhor é separar as ‘águas’ (…)
Ent. 5 Voltava a repetir se voltasse a existir algum tipo de interesse/química, se as coisas se
proporcionassem (…) depende de nos sentirmos cativados pela pessoa (…)
Ent. 6 Sim (…) Porque as pessoas não são todas iguais (…)
Ent. 7 Não. Porque não pondero voltar a ter um outro relacionamento (…)
Ent. 8 Sim
Ent. 9 Não. Porque na altura não soube diferenciar as duas situações (…)
Ent. 10 Sinceramente, não sei, pois a primeira vez que me envolvi não correu da melhor forma,
mas claro que é uma situação que, estando a trabalhar pode acontecer a qualquer momento (…)
Ent. 11 Claro que voltava a repetir (…) acho que é totalmente natural (…)
Ent. 12 É uma pergunta difícil porque ainda estou com a pessoa que me relacionei (…)
Ent. 13 Sinceramente é uma pergunta que não sei responder em concreto (…)
Ent. 14 Não sei, neste momento ainda mantenho um relacionamento (…) No futuro, nunca se
sabe
Ent. 15 Não sei, porque estas são situações que não podemos prever a priori
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