Ficha de Leitura Isabel
Ficha de Leitura Isabel
Ficha de Leitura Isabel
Referencia. Bibliográfica: RUIZ, J.A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos.
6.ed. São Paulo: Atlas,2008.
O presente capitulo tem como objetivo ou ideia principal a perspectiva de dar aos calouros das
faculdades directrizes sobre a maneira como deverão se guiar para melhor aproveitamento do
curso que irão fazer.
Quem acaba de entrar para a faculdade percebe que muita coisa mudou especialmente na
responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de estudos.
Muitos calouros confessam que aprenderam muita coisa, mas que nunca aprenderam a estudar,
isto é, nunca aprenderam a aprender. Quem reconhece a própria carência já deu o passo mais
importante para se dispor a tomar o remédio adequado. Fazer um curso superior não é ouvir aulas
para conseguir adivinhar testes, mas instrumentar-se para o trabalho científico.
O aluno que fizer isso terá realizado um bom curso superior e quando estiver à frente de novos
problemas será capaz de fazer uma pesquisa séria e profunda. Existe uma curiosidade sobre o
método de estudar e aprender muito. Porem não se verifica o mesmo interesse em adotar e pôr em
prática esses métodos.
Não será fácil pô-lo em prática com perseverança. Pondo em prática facilitara a assimilação e a
retenção, desenvolverá a capacidade de análise e o poder de síntese, exercitar a mente.
É preciso descobrir tempo. Tempo para frequentar as aulas dos diversos cursos, e tempo para
estudos particulares. Se procurarmos, o tempo aparecerá. E lembremo-nos de que meia hora por
dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano.
Quem quer descobre tempo, cria tempo (pág. 22).
Entenda-se que não basta descobrir tempo: é necessário desenvolver técnicas para tornar qualquer
tempo produtivo. Por ora, entretanto, nossa preocupação consistirá mima revisão de nossa
jornada, com o propósito de descobrir ou de fazer aparecer qualquer porção de tempo que possa
ser reservada aos nossos planos de estudo. Quanto menos tempo tivermos, mais motivados
deveremos estar para aproveitá-lo ao máximo. Há alunos de períodos noturnos que trabalham oito
ou mais horas por dia, e que conseguem resultados, em seus estudos, bem maiores que alunos de
outros períodos que não trabalham ou que só trabalham em regime de meio expediente. Isso não
se explica pelo tempo disponível, mas pelo seu melhor aproveitamento. não raro o estudante se
esquece de considerar, como tempo para estudo, as horas que passa nas salas de aula, como se
não devesse cuidar do aproveitamento máximo de tempo tão precioso (pág. 23).
Devemos distinguir duas espécies de revisão, e planejar espaços para ambas em nosso programa
de horários reservados para o estudo. À primeira denominamos revisão imediata; essa é a revisão
que se faz da aula anterior, antes da aula subsequente, ou por ocasião da preparação dessa. (pág.
28).
1.7. Horário das revisões para provas e exames.
As provas e sabatinas são, exatamente, recursos pedagógicos utilizados não só para efeito de
avaliação dos alunos, mas para induzi-los a fazer revisões globalizadas periódicas. Pode, pois, o
acadêmico programar suas revisões globais para a época das provas e sabatinas. Há alunos que
vão acumulando matéria pouco elaborada e problemas não compreendidos nem durante a preparação
da aula, nem durante a aula, nem nas revisões imediatas, que, neste caso, não estariam totalmente
sendo feitas, e que deixam tudo para as vésperas das provas e sabatinas; isto é um erro de
consequências nefastas para a eficiência dos cursos e até para a saúde física dos desorganizados e
imprudentes, que se vêm na contingência de serem reprovados ou de intensificarem
extraordinariamente seus esforços de última hora, que trazem muitos prejuízos para a saúde e muito
poucos benefícios para o estudo (pág. 27).
Quem se preparou para as aulas, quem trabalhou em classe como adiante reveremos, quem fez
revisões imediatas e revisões periódicas globalizadas aproveitará muito bem o tempo de preparação
para os exames e as revisões de fim de curso, que são extraordinariamente vantajosas (pág. 27).
1.8. O grande tempo do estudante
O grande tempo de todo estudante são as aulas. aluno que, após um dia de trabalho, ao invés de ir
para sua casa, toma o rumo da faculdade, às vezes, mesmo sem tempo para uma refeição, e,
contrariamente a tudo que se poderia supor, não aproveita as aulas, é um incoerente. Nunca será
demasiadamente encarecida aos estudantes, especialmente aos principiantes dos cursos
universitários, a importância do tempo-aula. Na generalidade dos casos, é indispensável a
frequência às aulas, onde terá o aluno a orientação do professor. A causa principal da
aprendizagem é o aluno, é o próprio aprendiz. De fato, a aprendizagem, concebida como
resultado do processo da educação formal institucionalizada na escola, tem por agente principal o
próprio aluno (pág. 27).
Deve haver no enfermo e no aluno um princípio intrínseco, ativo, operante, capaz de produzir os
efeitos da aprendizagem. A ação do mestre tem caráter de causa eficiente auxiliar, coadjuvante
apenas. Quem aprende ou não é o aluno.
Há quem se ilude imaginando que aproveitaria melhor seu tempo ficando a estudar em casa ao
invés de ir às aulas. Isto pode ser até verdade em alguns casos, em alguns dias, quando já se está
orientado para determinados estudos. Mas tomando-se o curso como um todo, pensar que se
aproveita mais ficando em casa, sem orientação, sem a ajuda que as aulas prestam no complexo
fenômeno da aprendizagem metódica, é uma grande ilusão (pág. 28).
É preciso levar consigo material adequado ao trabalho do dia. Quem só leva o jornal ou alguma
revista ilustrada carrega consigo estímulos à distração própria e à dos companheiros. É preciso
levar os livros recomendados pelo professor, o texto que serviu para preparação da aula, bem
como o material para apontamentos. É muito importante guardar silêncio exterior para não
distrair os outros e silêncio interior para não distrair a si próprio. O silêncio interior consiste em
deixar fora da sala todo problema que nada tem a ver com a aula. É este silêncio interior que
permite concentração mais profunda e menos cansativa. O silêncio exterior cria o clima
necessário ao bom rendimento da aula. Não é fácil manter-se em ritmo de trabalho, de dedicação
e concentração diante de uma classe barulhenta e de alunos conversadores (pág. 29).
O silêncio exterior e o interior não devem ser entendidos como imposição externa, mas como
autodisciplina de alunos conscientes de sua necessidade. Neste clima e nesta atitude favorável ao
trabalho o aluno acompanha a exposição do mestre, participa ativamente dos debates, toma
apontamentos e, principalmente, não deixa sem esclarecimento nenhum ponto obscuro ou
duvidoso. É muito importante não levar dúvidas ou pontos obscuros para casa. Às vezes,
determinado assunto constitui ponto de particular interesse deste ou daquele aluno, mas não
interessa aos demais. Em casos semelhantes, o professor poderia ser procurado em particular,
dentro de sua disponibilidade de tempo, fora do horário de aula.
O trabalho em sala de aula é cansativo tanto para os alunos como para os professores, mas o peso
normal do trabalho ficará agravado, e chegará, por vezes, a se tomar insuportável se não houver
cordialidade. Trabalhar com aluno atento, empenhado, participante e cordial causa uma satisfação
íntima que, de certa forma, diminui ou compensa o peso do trabalho e os alunos beneficiar-se-ão,
porque um professor animado com sua classe produz muito mais; esse aspecto concorre também
para o crescimento da cordialidade. Caso haja problema entre o aluno e o professor, o problema
deve ser enfrentado com elegância e correção. Nem se deve fugir dele, nem se deve ultrapassar os
limites do comedimento. Em primeiro lugar, o representante da classe poderá abordar o professor
e dialogar com ele em particular, caso o problema seja de toda a classe. A segunda instância
poderá ser a exposição objetiva do problema ao coordenador do departamento, que deverá falar
com o professor e, eventualmente, com a classe. Em terceiro lugar, o assunto poderia chegar ao
diretor pedagógico, ao diretor administrativo, e assim por diante, até ao Ministério da Educação.
O que não se deve é levar o problema diretamente ao presidente ou aos diretores da faculdade.
Normalmente, o assunto ficará encerrado no primeiro contato com o professor. Da mesma forma
o professor deverá, em primeiro lugar, entender-se com o representante da classe ou com a classe
toda, em diálogo franco e comedido; sua segunda instância será o coordenador do departamento,
e assim por diante. A experiência ensina que um diálogo franco, honesto e comedido entre
professor e alunos, ou seu representante, não só resolve os problemas, mas estreita os laços de
respeito e de cordialidade mútuos (pág. 30).
1.10. Como aproveitar o tempo em reuniões
Logo no início do semestre, a classe deve distribuir-se em grupos de sete ou oito participantes,
aproximadamente, e é aconselhável que cada grupo escolha um coordenador. Incumbiria ao
coordenador entrar em contato com os professores quando for conveniente, tratar dos interesses
de seu grupo junto ao representante de classe, presidir e coordenar reuniões, organizar e distribuir
funções, anotar e cobrar a colaboração de cada integrante do grupo.
A primeira exigência para que um grupo funcione e atinja em suas reuniões os objetivos previstos
por esta estratégia de trabalho consiste exatamente na organização prévia do próprio grupo, que
deve reunir alunos que tenham facilidade de se comunicar e de se encontrar fora da escola
também.
Outras exigências ou normas necessárias ao bom andamento dos trabalhos dos grupos para que
haja bom aproveitamento do tempo consagrado a reuniões:
1.10.1. Ao receber um tema para trabalho, o grupo deve reunir-se o mais rapidamente
possível para programar suas reuniões e proceder a uma primeira distribuição de
tarefas preparatórias à primeira sessão de trabalho.
1.10.2. Todos deverão providenciar os textos pelos quais se responsabilizaram, e deverão
estudá-los conforme será explicado em nosso capítulo a respeito do "estudo pela
leitura trabalhada". Sempre que se tratar de pesquisa bibliográfica, como geralmente
acontece, o primeiro passo é providenciar a bibliografia, os livros e os textos.
1.10.3. Há uma ordem para que os participantes apresentem os textos pelos quais se
responsabilizaram e comuniquem brevemente seu conteúdo.
1.10.4. Não se deve alongar debates antes que se chegue ao final de uma primeira
apresentação de generalidades da leitura do texto básico.
1.10.5. De acordo com o nível do grupo ou de sua familiaridade com o assunto em pauta,
espera-se que os debates, ao final, ultrapassem o texto, ou seja, caminhem além do
texto numa reabordagem crítica de sua tese e de seus argumentos.
1.10.6. Nenhuma reunião de equipe funcionará se seus componentes não providenciarem o
material necessário, ou não comparecerem preparados para contribuir e participar
ativamente.