Hanseníase: Maria Carolina Barbosa Costa
Hanseníase: Maria Carolina Barbosa Costa
Hanseníase: Maria Carolina Barbosa Costa
Hanseníase
1. Introdução
A hanseníase, conhecida popularmente como lepra, é uma doença
infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, acometendo principalmente os
nervos periféricos. Os bacilos multiplicam-se no sistema nervoso periférico (SNP),
podendo afetar praticamente todos os órgãos e sistemas em que existam macrófagos,
exceto o sistema nervoso central (SNC). Evolui de maneira crônica, podendo apresentar
períodos de agudização denominadas reações.
2. Epidemiologia
Em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 143 países reportaram
214.783 casos novos de hanseníase, o que representa uma taxa de detecção de 2,9 casos
por 100 mil habitantes. No Brasil, no mesmo ano, foram notificados 25.218 casos novos,
perfazendo uma taxa de detecção de 12,2/100 mil habitantes. Esses parâmetros
classificam o país como de alta carga para a doença, ocupando a segunda posição no
mundo quanto ao número de casos novos registrados.
3. Etiologia
O M. leprae é um bacilo álcool-ácido resistente, gram-positivo, de vida intracelular
obrigatória. O bacilo é parasita intracitoplasmático de macrófagos e apresenta tropismo
pelas células de Schwann. O microrganismo tem um ciclo evolutivo muito lento (11 a 16
dias). Sua viabilidade no meio ambiente varia de acordo com a temperatura e a
umidade.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 3
4. Transmissão
A transmissão ocorre pelo contato direto e prolongado com um paciente bacilífero.
O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase, sendo as vias
respiratórias a principal forma de eliminação do bacilo. A quantidade de bacilos
eliminados pelas vias respiratórias superiores do doente virchowiano é de 185.000
bacilos, durante 10 minutos de fala. A infectividade é elevada, embora sua
patogenicidade seja baixa.
5. Fisiopatologia
A inoculação do bacilo ocorre pela mucosa nasal e por soluções de continuidade na
pele. O M. leprae tem tropismo pelas células de Schwann que não tem capacidade
fagocítica profissional, sendo incapaz de destruir patógenos. Assim, o bacilo de Hansen
permanece protegido dos mecanismos de defesa do hospedeiro e ainda pode
multiplicar-se continuadamente. A resposta imunológica à bactéria promove a paralisia
periférica, apesar que, a permanência do bacilo nas células de Schwann pode
comprometer a função neural antes mesmo da resposta imune celular ser estimulada.
6. Classificação
Os sistemas de classificação costumam utilizar um ou mais dos seguintes critérios:
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 4
7. Clínica
Quando pensar em hanseníase?
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 5
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 6
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 7
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 8
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 9
8. Diagnóstico
O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história de evolução da lesão,
epidemiologia e no exame físico. Em algumas situações, a baciloscopia e a biópsia de
pele podem ser necessárias para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos
considerar as limitações desses exames, correlacionado seus resultados com os achados
clínicos.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 10
Diagnóstico diferencial
A hanseníase faz diagnóstico diferencial com outras doenças de pele e com outras
doenças neurológicas.
Pitiríase versicolor;
Eczemátide;
Tinha de corpo;
Vitiligo.
9. Tratamento
O tratamento específico da pessoa com hanseníase, indicado pelo Ministério da
Saúde, é a poliquimioterapia (PQT) padronizada pela OMS, devendo ser realizado nas
unidades de saúde. É administrada através de esquema-padrão, de acordo com a
classificação operacional do doente em Paucibular ou Multibacilar. A PQT é constituída
pelo conjunto dos seguintes medicamentos: Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, com
administração associada. Essa associação evita a resistência medicamentosa do bacilo
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 11
CRIANÇAS supervisionada.
Duração: 6 doses.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 12
Duração: 12 doses.
Critério de alta: o tratamento estará concluído com doze (12) doses supervisionadas
em até 18 meses. Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame
dermatológico, à avaliação neurológica simplificada e do grau de incapacidade física,
antes de receberem alta por cura.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 13
Figura 10: Fotos de um caso dimorfo antes e depois da reação hansênica tipo 1. As lesões
ficam mais definidas e “aparecem” lesões novas, que na verdade já existiam (subclínicas).
Fonte: Guia prático sobre a Hanseníase, MS, 2017.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 14
TIPO 2 - ERITEMA
TIPO 1 - REAÇÃO
ESTADOS REACIONAIS NODOSO HANSÊNICO
REVERSA
(ENH)
CLASSIFICAÇÃO
PAUCIBACILAR MULTIBACILAR
OPERACIONAL
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 15
Raro. É frequente.
Anemia.
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 16
Lenta. Rápida.
c. Fenômeno de Lucio
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 17
Referências bibliográficas
www.sanarflix.com.br
Resumo de Hanseníase 18
www.sanarflix.com.br