Petição Inicial Trabalho
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RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
1 - PRELIMINARMENTE
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custear as despesas do presente processo sem prejuízo do seu próprio sustento e de
sua família, (parágrafo 2º do art. 1º da Lei nº 5.478/68). Junta também, DECLARAÇÃO
DE HIPOSSUFICIÊNCIA, ora anexa.
2 - DO CONTRATO DE TRABALHO
3 - DO CONTROLE DA JORNADA
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a) Tempo de Direção nas viagens empreendidas;
b) Inspeções nas condições do veículo e da carga;
c) Tempo dispendido aguardando liberação do veículo e
documentos fiscais/notas na Reclamada;
d) Tempo dispendido “puxando fila” e/ou nas operações de
carga ou descarga do veículo no destinatário;
e) Tempo dispendido em barreiras fiscais, de Fiscalização da
mercadoria transportada, dentre outras atribuições.
f) tempo em espera a bordo do caminhão
...
V - JORNADA DE TRABALHO e TEMPO DE DIREÇÃO
controlados de maneira fidedigna pelo empregador, que
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poderá valer-se de anotação em diário de bordo, papeleta ou
ficha de trabalho externo, nos termos do § 3º do art. 74 da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, ou de meios
eletrônicos idôneos instalados nos veículos, a critério do
empregador. "
...
V - se empregados:
b) ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira
fidedigna mediante anotação em diário de bordo, papeleta
ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos
instalados nos veículos, a critério do empregador;"
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"Súmula 338, do TST: JORNADA DE TRABALHO.
REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as
Orientações Jurisprudenciais n.º 234 e 306, da SBDI-1) –
Res. 129/2005, DJ 20, 22 de 25.04.2005 I – É ônus do
empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da
CLT. A não apresentação injustificada dos controles de
frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada
de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
(ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ
21.11/2003).
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Assim, após a Reclamada trazer as cópias dos holerites, a
mesma deverá remunerar a diferença devida, em conformidade à jornada acima e
considerando como horas extraordinárias todo o excedente à oitava hora normal diária
ou à 44ª hora semanal, acrescidas das sobretaxas previstas nas normas coletivas (50%
para as duas primeiras horas e 100% para as demais), sendo ainda que os feriados
trabalhados deverão ser pagos de forma dobrada, consoante previsão do art. 9º, da Lei
605/49.
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do art. 235-C, § 3º, da CLT, o que enseja o direito ao recebimento diário suplementar de
duas horas extras, com o adicional estabelecido nas normas coletivas da categoria.
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empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e
alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras
parcelas salariais."
5 - DO INTERVALO INTERJORNADA
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O TST já sedimentou entendimento de que a violação aos
artigos 66 da CLT, enseja o pagamento de horas extras, inclusive com o respectivo
adicional, através da OJ 355, da SDI-1, do C. TST:
6 - DO DANO EXISTENCIAL
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Explica o autor que não se trata de dano patrimonial, nem
moral, pois ele independe de prejuízo financeiro e não está relacionado com dor e
sofrimento. Diz respeito a valores naturais do ser humano (entre eles, o convívio social)
- e, conforme o doutrinador, "dele decorre a frustração de uma projeção que impede a
valorização pessoal (com perda de qualidade de vida e, por conseguinte, modificação
in pejus da personalidade), impõe a reprogramação e obriga um relacionar-se de modo
diferente no contexto social".
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Em alguns casos, dependendo da função realizada, a limitação
de jornada também se direciona à proteção dos cidadãos genericamente considerados.
É o caso da limitação de jornada dos motoristas, os quais, por estafa e fadiga, sujeitam-
se naturalmente a um maior risco de sofrer acidentes. Certamente que, numa escala de
vulnerabilidade, os caminhões (veículo dirigido pelo reclamante) apresentam-se como
poderosas armas contra os veículos de pequeno porte, motocicletas, bicicletas e
pedestres.
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A jornada excessiva afasta o trabalhador do convívio
social, desestrutura sua família, acarreta doenças e, por outro lado, presta-se a um
aumento tresloucado de lucro que raramente é repassado ao empregado.
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Condutas como essas não podem respaldadas pelo Judiciário,
haja vista a existência de cláusulas impeditivas de retrocessos sociais, exemplo dos
dispositivos insertos no art. 1º da CF/88.
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Os problemas advindos do trabalho extraordinário habitual vão
além da mera inadimplência das parcelas relativas ao elastecimento da jornada, pois
impõem ao empregado o sacrifício do desfrute de sua própria existência. Tal
circunstância é característica nos casos de labor em sobrejornada além dos limites
legais, bem como nos caso de acúmulo de funções e de alcance de metas rigorosas
que envolvem o cotidiano do trabalhador mesmo fora do local de trabalho e após o
término do expediente formal e, ainda, nos casos em que o trabalho enseja a exaustão
física e/ou psicológica do trabalhador, de modo que não tenha condições de desfrutar
do seu tempo livre.
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fundamentais). (TRT DA 4ª R, 1ª T, Proc. 0001137-
93.2010.5.04.0013 (RO), Rel. Des. JOSÉ FELIPE LEDUR,
Participam: IRIS LIMA DE MORAES E JOSÉ CESÁRIO
FIGUEIREDO TEIXEIRA, Data do Julgamento: 16/05/2012)."
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indenização por dano existencial. (TRIBUNAL REGIONAL
DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO. TRT: 28161-2012-028-09-
00-6 (RO). DESEMBARGADORA RELATORA. Documento
assinado com certificado digital por Ana Carolina Zaina -
08/10/2013. Confira a autenticidade no sítio
www.trt9.jus.br/processoeletronico.)"
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relações. Com efeito, a lesão decorrente da conduta patronal
ilícita que impede o empregado de usufruir, ainda que
parcialmente, das diversas formas de relações sociais fora
do ambiente de trabalho (familiares, atividades recreativas e
extralaborais), ou seja que obstrua a integração do
trabalhador à sociedade, ao frustrar o projeto de vida do
indivíduo, viola o direito da personalidade do trabalhador e
constitui o chamado dano existencial. 4. Na hipótese dos
autos, a reclamada deixou de conceder férias à reclamante
por dez anos. A negligência por parte da reclamada, ante o
reiterado descumprimento do dever contratual, ao não
conceder férias por dez anos, violou o patrimônio jurídico
personalíssimo, por atentar contra a saúde física, mental e a
vida privada da reclamante. Assim, face à conclusão do
Tribunal de origem de que é indevido o pagamento de
indenização, resulta violado o art. 5º, X, da Carta Magna.
(TST - RR - 727-76.2011.5.24.0002; Ministro Hugo Carlos
Scheuermann; 1ª Turma; DEJT 28/06/2013).
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para o dano, a remuneração do empregado, o tempo de duração da situação que
expôs o empregado ao dano, entre outras que o julgador entender relevantes.
Por força do art. 133 da CF/88, art. 20, §3º do CPC, dos art.
389, 402 e 404 do CC, do princípio da integral reparação, e considerando a hierarquia
das normas e o disposto no art. 769 e art. 8º, parágrafo único da CLT, REQUER
honorários advocatícios no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor a ser pago
pelo autor, uma vez preenchidos os requisitos legais para sua concessão.
8 - DOS PEDIDOS
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Legal, determinar a juntada pela Reclamada dos controles fidedignos de jornada
laboral,
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f) Comprovada a jornada exaustiva que o Reclamante é submetido, requer Indenização
pelo Dano Existencial, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
h) Onde couber, que haja incidência de juros de mora até a data do efetivo pagamento
(art. 39, §1º, da Lei 8.177/91, art. 883, da CLT e Súmula nº 200, do C. TST) e correção
monetária, devendo os valores serem apurados em regular liquidação de sentença;
j) rotesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem
exceção, em especial pelo depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confissão,
oitiva de testemunhas, expedição de ofícios, e outras que se fizerem necessárias
durante o processo.
Termos em que,
Pede deferimento.
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MONIZE CAMPOS BOCALON
OAB/SP 399.852
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