DISSERTACÃO - Tratamento Terciário de Esgoto Doméstico
DISSERTACÃO - Tratamento Terciário de Esgoto Doméstico
DISSERTACÃO - Tratamento Terciário de Esgoto Doméstico
CENTRO TECNOLÓGICO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
VITÓRIA
2004
JOSÉ VENÂNCIO DOS SANTOS NETO
VITÓRIA
2004
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
CDU: 628
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO TECNOLÓGICO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL
____________________________________
Prof. Dr. Ricardo Franci Gonçalves
Orientador – DEA/UFES
____________________________________
Prof. Dr. Ricardo Franci Gonçalves
Orientador – DEA/UFES
____________________________________
Prof. Dr. Ricardo Franci Gonçalves
Orientador – DEA/UFES
momentos decisivos.
Os resultados em escala piloto indicam uma boa aptidão dos filtros de areia na
remoção de turbidez, mesmo sem a adição de coagulante, e sob taxas de filtração
de até 10 m³/m².h. Turbidez no efluente abaixo de 5 UNT foi obtida pelos três filtros
consistentemente. A durações de corrida estimadas são de aproximadamente 18
horas para os três filtros, sob a taxa de filtração de 10 m³/m².h. A adição de cloreto
férrico em dosagens de 5 e 10 mg/L não contribuiu significativamente na remoção de
turbidez, provocando uma redução nos tempos de filtração.
Para a remoção de fósforo, doses de cloreto férrico variando entre 20 e 190 mg/L
foram aplicadas. A adição de cloreto férrico nessas dosagens causou efeitos
indesejáveis na turbidez do efluente dos filtros. Os resultados indicam que a
remoção de fósforo nos níveis desejados, só é alcançada com doses Fe+3:P de 5,8,
5,7 e 4,4, para os filtros FT1, FT2 e FT3, respectivamente.
ABSTRACT
Jar test experiments had been lead in order to select the chemical product to be used
in the tests in pilot scale. Four commercial products had been tested: aluminum
sulphate, ferric chloride, polyaluminum chloride and an organic coagulant. Ferric
chloride was selected because it produced effluent with the expected quality, with
lower index of sludge production.
The pilot scale experiments had been conducted in filters installed at ETE UFES,
located in the campus of the Federal University of Espírito Santo, in Vitoria (ES -
Brazil). Three descending filters with sand bed were constructed, differentiated for
the height of the filter layer: 0,6 m, 1,0 m and 1,4 m.
The results in pilot scale indicate a good ability of the sand filters in the removal of
turbidity, even without the addition of coagulant, and under taxes of filtration up to 10
m³/m².h. Turbidity in the effluent below 5 NTU was gotten by the three filters
consistently. The projected runtimes are approximately of 18 hours for the three
filters, under the tax of filtration of 10 m³/m².h. The ferric chloride addition in dosages
of 5 and 10 mg/L did not contribute significantly in the removal of turbidity, causing a
reduction in the filtration times.
For the phosphorus removal, doses of ferric chloride varying between 20 and 190
mg/L had been applied. The ferric chloride addition in these dosages caused an
undesirable effect in the turbidity on the effluent one of the filters. The results indicate
that the removal of phosphorus in the desired levels, are only reached with Fe+3:P
doses of 5,8, 5,7 and 4,4, for filters FT1, FT2 and FT3, respectively.
LISTA DE TABELAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Tabela 3.1. – Principais características relativas ao uso de sistemas com reator UASB
seguido de pós-tratamento aeróbio. 20
Tabela 3.2. – Principais substâncias que podem ser encontradas no esgoto tratado e
seus efeitos. 22
Tabela 3.3 – Principais processos empregados na remoção de sólidos do esgoto 24
Tabela 3.4. – Tecnologias para remoção de fósforo – resumo dos processos 26
Tabela 3.5 – Principais tipos de classificação de filtros de meio granular 28
Tabela 3.6. - Principais variáveis envolvidas no projeto de filtros 30
Tabela 3.7 – Efeito da velocidade de aproximação e do diâmetro efetivo dos grãos na
eficiência da filtração 33
Tabela 3.8 – Mecanismos atuantes ao longo de um filtro de meio granular, que
contribuem para a remoção de materiais suspensos 35
Tabela 3.9 – Métodos mais empregados para lavagem de filtros granulares 41
Tabela 3.10 - Taxas de ar e água utilizadas na lavagem de filtros de camada única de
areia ou antracito 43
Tabela 3.11 – Contribuições per capita de P por atividade na França e nos EUA 44
Tabela 3.12 – Fatores que afetam a escolha do produto químico para remoção de
fósforo 46
Tabela 3.13 – Precipitados formados durante a precipitação química do fosfato 47
Tabela 3.14. – Resumo das principais reações requeridas para determinar as
quantidades de lodo produzidas durante a precipitação de fósforo usando cal,
alumínio e fósforo 50
Tabela 3.15 – Estimativa da quantidade de lodo produzida em sistema de
precipitação química utilizando cloreto férrico como coagulante 51
Tabela 3.16 – Performance dos filtros com dose de Fe3+/P = 2,5 53
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 4.1 - Características médias do esgoto afluente à ETE UFES 56
Tabela 4.2 – Características principais do efluente secundário da ETE UFES 57
Tabela 4.3 – Características principais dos produtos testados no Teste de Jarros 57
Tabela 4.4 – Fatores de conversão das dosagens dos coagulantes à base de ferro e
dos à base de alumínio 58
Tabela 4.5 – Faixa ótima de Ph de atuação dos produtos 61
Tabela 4.6 – Características principais do leito filtrante 66
Tabela 4.7 – Protocolo de lavagem dos filtros terciários 69
Tabela 4.8 – Etapas do monitoramento dos filtros terciários em escala piloto 70
Tabela 4.9 – Métodos analíticos empregados nas etapas da pesquisa 73
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 5.1 – Resultados obtidos nos ensaios preliminares de teste de jarros 77
Tabela 5.2 – Valores de turbidez e fósforo no teste de jarros 78
Tabela 5.3 – Remoção de DQO e SST no teste de jarros 79
Tabela 5.4 – Remoção de coliformes termotolerantes no teste de jarros 80
Tabela 5.5 – Índice Volumétrico do lodo produzido nos ensaios de teste de jarros 81
Tabela 5.6 – Cálculo da Superfície Específica do material filtrante 83
Tabela 5.7 – Valores calculados da porosidade (ε) para os três filtros 84
Tabela 5.8 – Valores do coeficiente de esfericidade, fator de forma e porosidade
típica de grãos de areia 85
Tabela 5.9 – Perda de carga experimental e teórica para o meio filtrante limpo 86
Tabela 5.10 – Remoção de turbidez nos filtros, sem adição de coagulante 87
Tabela 5.11 – Estocagem relativa de sólidos no leito (kgSST/m³ leito) para uma perda
de carga determinada (sem adição de coagulante) 93
Tabela 5.12 – Valores de k1 e k2 (filtração sem adição de coagulante) 95
Tabela 5.13 – Desempenho dos filtros na remoção de turbidez (com dosagem de
cloreto férrico) 97
Tabela 5.14 – Estocagem relativa de sólidos no leito (kgSST/m³ leito) para uma perda
de carga determinada (com adição de coagulante) 98
Tabela 5.15 – Valores de k1 e k2 (filtração com adição prévia de coagulante) 99
Tabela 5.16 – Tempos previstos (h) para atingir um incremento de perda de carga
determinada e respectiva estocagem de sólidos para as condições avaliadas 101
Tabela 5.17 – Valores de Ptotal para o tempo T1 (colapso do FT3) 102
Tabela 5.18 – Sólidos suspensos totais (mg/L) sob baixas dosagens de cloreto férrico 107
Tabela 5.19 – Sólidos suspensos totais sob dosagens de cloreto férrico maiores 108
Tabela 5.20 – Valores de DQO nos ensaios com doses de CF maiores 110
Tabela 5.21 – Características do lodo de lavagem dos filtros (filtração sem FeCl3) 113
LISTA DE FIGURAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 3.1 – Eficiência de um filtro na eliminação de partículas em função do
tamanho das partículas em suspensão 31
Figura 3.2 – Tamanho e distribuição das partículas nas diversas fases do
tratamento 32
Figura 3.3 – Remoção de partículas suspensas em um meio granular 36
Figura 3.4. Efeito da velocidade na perda de carga 39
Figura 3.5 – Aumento da perda de carga com o funcionamento do filtro 40
Figura 3.6 – Curva típica de ferro versus fósforo solúvel residual 48
Figura 3.7 – Diagramas de equilíbrio de solubilidade para fosfatos de é, Ca e Al 49
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 4.1 – Aparelho utilizado nos ensaios de teste de jarros 59
Figura 4.2 – Gradiente de velocidade versus velocidade do agitador para o aparelho
e béckers utilizados 60
Figura 4.3 – Ensaios de teste de jarros 62
Figura 4.4 – Filtros terciários em escala piloto 63
Figura 4.5 – Câmara de mistura rápida 64
Figura 4.6 – Esquema da câmara de mistura rápida 65
Figura 4.7 – Esquema dos filtros terciários pilotos 66
Figura 4.8 – Esquema de funcionamento dos filtros em escala piloto 68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 5.1 – Sulfato de Alumínio em função do Ph e turbidez 74
Figura 5.2. – Cloreto férrico em função do Ph e turbidez 75
Figura 5.3 - TE Hiperplus em função do Ph e turbidez 76
Figura 5.4 – TANFLOC em função do Ph e turbidez 76
Figura 5.5 – Curva granulométrica do meio filtrante selecionado 82
Figura 5.6 – Esquema da composição do leito filtrante 84
Figura 5.7 – Turbidez x tempo de filtração para a taxa de filtração de 6 m/h 87
Figura 5.8 – Turbidez x tempo de filtração para a taxa de filtração de 8 m/h 88
Figura 5.9 – Turbidez x tempo de filtração para a taxa de filtração de 10 m/h 88
Figura 5.10 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga
para o FT1, sem adição de coagulante 90
Figura 5.11 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga
para o FT2, sem adição de coagulante 91
Figura 5.12 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga
para o FT3, sem adição de coagulante 92
Figura 5.13 – Exemplo de ajuste da curva teórica aos dados experimentais 94
Figura 5.14 – FT1: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga
determinada 95
Figura 5.15 – FT2: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga
determinada 96
Figura 5.16 – FT3: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga
determinada 96
Figura 5.17 – Curva típica do tempo de filtração para atingir uma perda de carga
específica, com adição de 5 mgCF/L 100
Figura 5.18 – Curva típica do tempo de filtração para atingir uma perda de carga
específica, com adição de 10 mgCF/L 100
Figura 5.19 – FT1: dose Fe+3:P x concentração de P efluente 104
Figura 5.20 – FT2: dose Fe+3:P x concentração de P efluente 104
Figura 5.21 – FT3: dose Fe+3:P x concentração de P efluente 105
Figura 5.22 – FT1: Sólidos suspensos totais versus dose de cloreto férrico 109
Figura 5.23 – DQO efluente versus dose de cloreto férrico aplicada 111
Figura 5.24 – DQO afluente versus efluente para o FT2 111
Figura 5.25 – DQO afluente versus SST afluente 112
Figura 5.26 – DQO efluente versus SST efluente 112
LISTA DE ABREVIATURAS
CF Cloreto Férrico
CD Coeficiente de desuniformidade
Ce Coeficiente de esfericidade
d10 Diâmetro efetivo da areia – é definido como o diâmetro abaixo do qual está 10 %
do material, em peso
d60 Diâmetro abaixo do qual está 60 % do material, em peso
Dmg Diâmetro médio dos grãos do leito filtrante
D Dose de coagulante
ε0 Porosidade do meio filtrante limpo
g Aceleração da gravidade
(hi)t Perda de carga incremental no leito filtrante no tempo “t”
H0 Perda de carga inicial
Hd Perda de carga devido ao depósito de sólidos ao longo do leito
HS Perda de carga devido à retenção de partículas na camada superficial do leito
Hf Perda de carga no leito filtrante limpo
KK Coeficiente de Kozeny
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
2 OBJETIVOS...................................................................................................................... 18
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 18
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 19
3.1 ASSOCIAÇÃO ANAERÓBIO-AERÓBIO PARA O TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS ........ 19
3.2 OPÇÕES DE PÓS-TRATAMENTO DO EFLUENTE DE REATORES UASB .................................... 20
3.3 NECESSIDADE DE TRATAMENTO TERCIÁRIO ........................................................................ 21
3.4 OPÇÕES TECNOLÓGICAS PARA O TRATAMENTO TERCIÁRIO DE ESGOTOS ............................. 23
3.4.1 Tecnologias para remoção de sólidos ............................................................................ 23
3.4.2 Tecnologias para remoção de fósforo ............................................................................ 25
3.5 FILTRAÇÃO TERCIÁRIA DE ESGOTOS .................................................................................... 27
3.5.1 Tipos de Filtros ............................................................................................................... 28
3.5.2 Principais variáveis em um sistema de filtração ............................................................29
3.5.3 Remoção de impurezas durante a filtração ....................................................................34
3.5.4 Cinética da filtração ....................................................................................................... 36
3.5.4.1 Teoria da remoção de partículas durante a filtração .............................................................................. 36
3.5.4.2 Perda de carga no leito filtrante ............................................................................................................. 37
3.5.5 Lavagem dos filtros......................................................................................................... 41
3.6 FÓSFORO EM ÁGUAS RESIDUÁRIAS ..................................................................................... 43
3.6.1 Remoção de fósforo de águas residuárias ......................................................................45
3.6.2 Fundamentos da desfosfatação físico-química ...............................................................47
3.7 PRODUÇÃO E GERENCIAMENTO DO LODO FÍSICO-QUÍMICO NO TRATAMENTO TERCIÁRIO .... 50
3.8 APLICAÇÃO PRÁTICA DA ASSOCIAÇÃO DE PRECIPITAÇÃO QUÍMICA E FILTRAÇÃO PARA
REMOÇÃO DE SÓLIDOS E FÓSFORO EM ÁGUAS RESIDUÁRIAS ...................................................... 52
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Essa pesquisa tem por objetivo estudar a filtração terciária precedida de uma
etapa de coagulação – floculação, para remoção de turbidez e fósforo do
efluente de uma Estação de Tratamento de Esgoto associando reator UASB e
Biofiltros Aerados Submersos (BFs).
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Tabela 3.1. – Principais características relativas ao uso de sistemas com reator UASB
seguido de pós-tratamento aeróbio.
Qualidade esperada do Custo de Demanda de
Produção de lodo
Sistema efluente (mg/L) implantação área
(L lodo / hab.dia)
DBO5 SST (R$ / hab) (m² / hab)
1 < 20 < 30 0,08 a 0,11 80 a 110 0,03 a 0,10
2 < 30 < 30 0,10 a 0,12 60 a 90 0,03 a 0,10
3 < 30 < 30 0,10 a 0,12 70 a 120 0,03 a 0,10
4 < 30 < 30 0,10 a 0,12 65 a 100 0,02 a 0,08
5 < 30 < 40 0,08 a 0,10 60 a 90 0,20 a 0,30
6 < 40 < 20 0,13 a 0,16 60 a 80 0,03 a 0,10
FONTE: Adaptado de Chernicharo et al. (2001)
1 – UASB + Lodos Ativados
2 – UASB + Filtro Biológico de Alta Taxa
3 – UASB + Filtro Aerado Submerso ou Biodisco
4 – UASB + Biofiltro aerado submerso
21
A Tabela 3.2 apresenta uma relação das principais substâncias que podem ser
encontradas no esgoto tratado e seus efeitos.
Tabela 3.2. – Principais substâncias que podem ser encontradas no esgoto tratado e seus
efeitos.
Constituinte Efeito Concentração crítica (mg/L)
Podem causar depósitos de lodo ou Variável
Sólidos suspensos
interferir na turbidez do corpo receptor
Orgânicos Podem causar consumo de oxigênio Variável
biodegradáveis
Compostos Tóxicos aos humanos; carcinogênicos; Variável de acordo com o
orgânicos voláteis formam oxidantes fotoquímicos contaminante
Nutrientes
Aumenta a demanda por cloro; pode ser Qualquer quantidade
convertido a nitratos e, neste processo,
consumir oxigênio; com o fósforo, pode
Amônia
levar ao crescimento de organismos
aquáticos indesejáveis;
Tóxico aos peixes Variável (depende do pH)
Estimula o crescimento de algas; 0,3 (corpos d’água lênticos)
Nitrato Pode causar a metahemoglobina em 45 (como NO3 - EPA)
crianças (bebê azul)
0,015 (corpos d’água
Estimula o crescimento de algas;
lênticos)
Fosfato Interfere nos processos de coagulação;
0,2 – 0,4
Interfere no abrandamento de águas
0,3
Outros inorgânicos
Cálcio e Aumenta a dureza e os sólidos
magnésio dissolvidos totais
Confere gosto salgado; 250
Cloretos Interfere em processos industriais e na 75 – 200
agricultura
Sulfato Ação catártica 600 – 1000
Outros orgânicos
Causam espuma e podem interferir com 1,0 – 3,0
Surfactantes
a coagulação
Fonte: adaptado de Tchobanoglous (1991)
23
Processo Descrição
Coagulação / Floculação Adição de produtos químicos p/ desestabilização da matéria
coloidal e suspensa e posterior agregação. A separação das
partículas é feita através de filtração, sedimentação ou
flotação
Filtração em meio granular Remoção das partículas em meio poroso
Sedimentação Separação gravitacional do material particulado, flocos
químicos, e precipitados da solução
Flotação Agregação das partículas em bolhas de ar, fazendo-as
flutuar até a superfície do líquido, onde são removidas
Micropeneiras Passagem do esgoto de dentro para fora de um tambor de
tela rotativo, onde as partículas ficam retidas
Processos de membrana Sólidos, suspensos ou dissolvidos, são separados do líquido
através de uma membrana semipermeável
26
27
À medida que em que ocorre a remoção de sólidos ao longo do filtro, o leito se torna
cada vez mais sujo, restringindo a passagem do líquido, o que causa o acréscimo da
perda de carga hidráulica a montante do filtro, e um aumento da velocidade da água
por entre os poros. O término de uma corrida de filtração pode ocorrer, portanto,
devido a dois motivos: alcance da carga hidráulica total disponível (perda de carga
limite), ou transpasse de sólidos para o efluente do filtro (turbidez limite).
A carga hidráulica disponível ideal para uma certa taxa de filtração seria aquela para
a qual o final da carreira de filtração ocorresse simultaneamente com a perda de
28
Critério Classificação
Lentos
Taxa de filtração
Rápidos (ou de alta taxa)
Ascendentes
Direção do fluxo Descendentes
Bi-direcionais
Camada simples
Tipo de leito filtrante Camada dupla
Múltiplas camadas
Por gravidade
Pressão exercida
Por pressão
Perda de carga constante e velocidade de
aproximação variável
Perda de carga constante e velocidade de
aproximação constante
Método de controle da vazão
Perda de carga variável e velocidade de
aproximação constante
Perda de carga variável e velocidade de
aproximação variável
Este trabalho irá dedicar maior atenção aos filtros de gravidade, de fluxo
descendente e camada simples, operados com perda de carga variável e velocidade
de aproximação constante, os quais foram utilizados para este estudo.
filtrado, tais como concentração e tamanho das partículas, resistência dos flocos,
formato das partículas, etc.
Infelizmente não existe uma configuração ótima de meio para todos os tipos de
filtros, a partir do momento que a eficiência e o custo do filtro são funções de: (1) a
concentração e as características físico-químicas dos sólidos suspensos
(distribuição dos tamanhos das partículas, características da superfície, índice
orgânico/inorgânico); (2) as características do meio filtrante e dos produtos
auxiliares; (3) Características dos sólidos dissolvidos do esgoto a ser filtrado; (4)
Regime hidráulico do esgoto a ser tratado.
Variável Importância
6. Características do afluente
e. propriedades do fluido
100
90
eficiência de eliminação %
80
70
60
50
40
30
20
0,01 0,1 1 10 100
d em microns
Figura 3.1 – Eficiência de um filtro na eliminação de partículas
em função do tamanho das partículas em suspensão
Fonte: Ives (1979)
Figura 3.2 – Tamanho e distribuição das partículas nas diversas fases do tratamento
Fonte: Jimenez et al. (2000)
A resistência dos flocos está relacionada com o tipo de tratamento empregado e com
o modo de operação. Efluentes de sistemas de tratamento biológico de mesmo tipo
podem apresentar flocos com resistências diferentes, de acordo com o tempo de
residência celular empregado. Em geral, tempos de residência celular maiores
produzem flocos mais resistentes, entretanto, caso sejam demasiadamente longos,
podem causar um efeito adverso.
A Tabela 3.7 apresenta os resultados obtidos por Cikurel et al. (1996), os quais
estudaram a filtração, em escala piloto, do efluente produzido por um sistema de
lodos ativados em Jerusalém. Os autores concluem que os efeitos do diâmetro
efetivo dos grãos do leito filtrante se mostraram mais evidentes sob a taxa de
filtração de 10 m/h, e que não afetaram significativamente sob as taxas de 15 e 20
m/h.
O tamanho dos grãos do meio filtrante afeta tanto o tempo para ocorrência do
transpasse de sólidos, quanto para o alcance da perda de carga limite. Quanto maior
o diâmetro dos grãos, é esperado que estes tempos sejam maiores, entretanto um
efluente de qualidade pior pode ocorrer. A situação ideal é aquela em que o
transpasse ocorra ao mesmo tempo em que a perda de carga limite. Porém, na
prática, o tempo para ocorrência do transpasse de sólidos é geralmente superior, a
fim de garantir a qualidade do efluente.
Segundo Boller e Kavanaugh (1995), o tamanho dos grãos do meio exerce uma forte
influência na densidade dos depósitos de sólidos no leito filtrante, com uma evolução
da perda de carga relativamente mais rápida nos leitos de grãos maiores, devido a
uma menor densidade relativa dos depósitos que ocorrem em poros maiores.
A uniformidade dos grãos é analisada por meio da relação entre o d60 (60 % de
material que passa) e o d10, gerando um coeficiente conhecido como CD (coeficiente
de desuniformidade). Esse parâmetro está relacionado com a penetração de
impurezas ao longo do leito.
34
O formato dos grãos afeta principalmente a porosidade que, por sua vez, está
fortemente relacionada com a taxa de evolução da perda de carga. Segundo Di
Bernardo (1993), leitos compostos por grãos de forma angular geralmente têm
melhor desempenho na remoção de partículas, entretanto o tempo para alcance da
perda de carga limite é de 20 a 30% maior que nos leitos compostos por grãos
esféricos. A forma dos grãos é geralmente definida pelo coeficiente de
desuniformidade, “Ce”, ou pelo fator de forma, “Φ”.
Tabela 3.8 – Mecanismos atuantes ao longo de um filtro de meio granular, que contribuem
para a remoção de materiais suspensos
Mecanismo Descrição
1. Ação física de coar
a. Mecânica Partículas maiores que os poros do meio filtrante são removidas
mecanicamente
b. Ação hidrodinâmica Partículas menores que os poros são retidas ao longo do filtro
devido à ação hidrodinâmica
2. Sedimentação Partículas sedimentam no meio filtrante ao longo do filtro
3. Impacto inercial Partículas pesadas não seguem as linhas de corrente
4. Interceptação Muitas partículas que se movem ao longo das linhas de corrente
são removidas quando entram em contato com a superfície do
meio filtrante
5. Adesão Partículas floculentas aderem ao meio filtrante à medida em que
passam por ele. Devido à força da água, algum material é
arrastado antes que a partícula esteja firmemente aderida, e
levado para camadas mais profundas do leito. À medida que o
leito se torna mais “colmatado”, a força de arraste aumenta até
um ponto em que nenhuma remoção adicional pode ser obtida.
Algum material pode alcançar a base do filtro, resultando em
turbidez no efluente.
6. Adsorção química
a. Formação de pontes
b. Interação química Desde que uma partícula tenha entrado em contato com a
superfície do meio filtrante ou com outras partículas, algum
7. Adsorção física destes mecanismos, ou ambos, podem ser responsáveis por
a. Forças eletrostáticas sua captura
b. Forças eletrocinéticas
c. Forças de van der Waals
8. Floculação Grandes partículas agregam partículas menores, formando
partículas ainda maiores. Essas partículas são então removidas
por um ou mais dos mecanismos de remoção acima (1 a 5)
9. Crescimento biológico Crescimento biológico ao longo do filtro irá reduzir o volume de
poros e pode aumentar a remoção de partículas, com algum dos
mecanismos de remoção (1 a 5)
Fonte: Tchobanoglous (1991)
36
Segundo Tchobanoglous (1991), a ação física de coar tem sido identificada como o
principal mecanismo que atua na remoção de sólidos suspensos durante a filtração
de efluente secundário decantado dos processos de tratamento biológicos. Outros
mecanismos provavelmente também atuam, entretanto seus efeitos são pequenos e,
na maioria das vezes, mascarados pela ação de coar.
∂C ∂σ
.v + = 0 (1)
∂x ∞ ∂t
onde:
∂σ
= F (V1, V2, V3, ...)
∂t
dC dσ
− v∞ = (2)
dx dt
Quando a água ou qualquer outro fluido passa através de um meio poroso, ocorre
uma perda de energia devida à resistência imposta pela fricção na superfície dos
grãos. A perda de carga dependerá de diversas variáveis, tais como, a porosidade, o
formato das partículas, o tamanho e a disposição do meio granular, e o tipo de fluxo
(laminar, de transição, ou turbulento).
38
Muitos modelos têm sido desenvolvidos a fim de predizer a perda de carga através
de um meio poroso, como função dos parâmetros físicos relevantes. Dentre as
equações mais utilizadas para quantificar a perda de carga em um leito filtrante
limpo, está a de Carman-Kozeny, válida para condições de regime laminar de
escoamento:
2
Hf K K . μ . V∞ . (1 − ε 0 ) 2 ⎛ 6 ⎞
= .⎜ ⎟ (3)
Lf g . ρa . ε 0 3 ⎜C . D ⎟
⎝ e g ⎠
onde:
Ives (1979) cita três componentes da perda de carga em uma filtração de leito
profundo: a perda de carga inicial H0, a perda de carga devido ao depósito de sólidos
ao longo do leito Hd, e a perda de carga devido à retenção de partículas na camada
superficial do leito HS. A Figura 3.5 ilustra as três componentes da perda de carga.
40
HS
H
Hd
H0
Segundo O’Melia e Ali (apud MONTGOMERY, 1985), sob condições de baixa vazão
e relativamente alto fluxo de sólidos, a formação de uma crosta de sólidos no topo
do meio filtrante pode ocorrer, igualmente se o tamanho das partículas é
consideravelmente menor que o tamanho dos poros. Sob essas condições, pode se
esperar que a perda de carga aumente drasticamente, exibindo um comportamento
da forma exponencial, tal qual demonstrado por Ives (1979):
onde:
Uma outra forma de se prever a evolução da perda de carga é assumir que esta é
função apenas da quantidade de sólidos retidos ao longo do leito, conforme proposto
por Baumann e Huang (apud TCHOBANOGLOUS, 1991), representada pela
seguinte equação:
onde:
Segundo Richter (1991), é suficiente uma velocidade de lavagem que provoque uma
expansão de 10 a 20%. Isso, para os filtros descendentes comuns, significa uma
velocidade de lavagem da ordem de 30 a 36 m/h e, para filtros ascendentes, de 48 a
60 m/h.
Na lavagem com água em sentido ascensional, com auxílio de jato superficial, são
instalados torniquetes hidráulicos, ou tubulações fixas e providas de orifícios,
situadas acima do topo do meio filtrante. A lavagem superficial é mantida por um
período de 2 a 4 minutos. Encerrada a lavagem superficial, inicia-se a lavagem com
água em sentido ascensional, a fim de produzir uma expansão no leito de 20 a 30%,
a qual é mantida por um período de 7 a 10 minutos.
Tabela 3.10 - Taxas de ar e água utilizadas na lavagem de filtros de camada única de areia
ou antracito
Segundo von Sperling (1996), a origem do fósforo nas águas residuárias pode ser
natural, proveniente da dissolução de compostos do solo ou decomposição da
matéria orgânica, ou antropogênica, proveniente de despejos domésticos ou
industriais, detergentes, excrementos de animais, ou fertilizantes.
Tabela 3.11 – Contribuições per capita de P por atividade na França e nos EUA
Atividade França (g P / hab / dia) EUA (g P / hab / dia)
Dejeções humanas 1,5 0,60
Água de distribuição 0,1 -
Águas de lavagem 0,3 0,15
Detergentes 2,3 0,40
Contribuição total 3,9 1,15
Tabela 3.12 – Fatores que afetam a escolha do produto químico para remoção de fósforo
Fator Influência
1) Concentração de fósforo no afluente Consumo de produto químico
2) Concentração de sólidos no afluente Quantidade de lodo gerado
Consumo de produto químico
3) Alcalinidade Eficiência do processo
Consumo de produto químico
4) Custos do produto Custos de operação do sistema
5) Suprimento do produto Viabilidade da operação do sistema
6) Facilidades no manuseio do lodo gerado Custos de instalação e operação
Possibilidades de reuso
7) Tipo de disposição final Toxicidade à biota
pH final do efluente
Custos c/ unidades p/ correção do pH
8) Compatibilidade com outros processos de Turbidez efluente (p/ desinfecção)
tratamento Toxicidade do lodo gerado
pH do efluente
Fonte: adaptado de Tchobanoglous (1991)
Os três principais metais utilizados para precipitar o fósforo são o cálcio, o alumínio e
o ferro. Cálcio, utilizado como cal, é menos empregado devido às dificuldades de
manuseio e à alta produção de lodo (COOPER et al., 1994). Seu pH ótimo de
coagulação, igual a 11, torna-o também indesejável para utilização antes ou durante
o tratamento biológico. O alumínio é um coagulante muito eficiente, entretanto tem
sido levantadas suspeitas sobre uma possível ligação com o Mal de Alzheimer.
Apesar dos sais de ferro não serem os coagulantes mais eficientes, eles são
relativamente baratos (CLARK et al., 1997).
A Figura 3.6 apresenta uma curva típica de dosagem de ferro versus o fósforo
solúvel residual, onde são identificadas duas regiões: uma estequiométrica, onde a
remoção de fósforo é proporcional à dosagem aplicada, e uma região de equilíbrio,
onde é necessário um incremento maior de dosagem para remover uma
determinada quantidade de fósforo.
Tabela 3.14. – Resumo das principais reações requeridas para determinar as quantidades
de lodo produzidas durante a precipitação de fósforo usando cal, alumínio e fósforo
Reação Espécie química no lodo
Cal:
1. 5Ca + 2 + 3PO4 – 3 + OH - ⇔ Ca5 (PO4)3(OH) Ca5(PO4)3(OH)
2. Mg + 2 + 2OH - ⇔ Mg(OH)2 Mg(OH)2
3. Ca + 2 + CO3 = ⇔ CaCO3 CaCO3
Alumínio:
1. CaO + H2O ⇔ Ca(OH)2
2. Al + 3 + PO4 – 3 ⇔ AlPO4 AlPO4
3. Al + 3 + 3OH - ⇔ Al(OH)3 Al(OH)3
Ferro Fe(III):
1. CaO + H2O ⇔ Ca(OH)2
2. Fe + 3 + PO4 – 3 ⇔ FePO4 FePO4
3. Fe + 3 + 3OH - ⇔ Fe(OH)3 Fe(OH)3
Fonte: Tchobanoglous (1991)
ocorre em faixas de pH mais amplas e para valores mais elevados de pH, o que
geralmente torna seu uso mais conveniente para o tratamento biológico de esgotos
(SANTOS e CAMPOS, 2003).
Diversos autores citam que o volume de água utilizado para lavagem dos filtros não
deve ser superior a 5 % do volume de esgoto filtrado durante a corrida de filtração, a
fim de tornar o sistema economicamente viável. O teor de sólidos no lodo de
lavagem irá variar de acordo com a quantidade de sólidos retidos no filtro durante a
corrida e com a eficiência do processo de lavagem.
biológico (64%). O fim da corrida de filtração foi sempre determinado pela perda de
carga limite. Diferenças significativas nas características da filtração dos três tipos de
efluentes secundários foram detectadas.
SST. De acordo com Tebbutt (1971), o aumento da taxa de filtração parece não
reduzir a remoção de SST.
4 MATERIAL E MÉTODOS
- Teste de jarros:
Filtração sem adição de produtos químicos para avaliar a eficiência dos filtros
na remoção de turbidez, e a evolução da perda de carga com a retenção de
sólidos;
O esgoto a ser tratado chega até a estação através de uma bomba submersível
marca Flyght, instalada no poço da elevatória da CESAN, a qual recalca a água
residuária até a estação elevatória situada dentro da área da ETE UFES. Ao chegar
na elevatória, o esgoto bruto passa por um sistema de gradeamento, a fim de
remover sólidos grosseiros. Uma outra bomba submersível recalca o esgoto até o
topo do reator UASB, onde ocorre o tratamento a nível primário. O tempo de
detenção do esgoto no reator UASB é de 8 horas.
Coliformes
DBO
Parâmetro SST (mg/L) DQO (mg/L) termotolerantes
(mg/L)
(NMP/100 mL)
Média 27 29 85 3,64E+06
n 97 40 87 39
Desvio Padrão 16,7 17,4 33 -
Os testes foram conduzidos com quatro produtos comerciais, quais sejam: um coagulante
inorgânico pré-polimerizado à base de cloreto de polialumínio, marca PANFLOC, produzido
pela Pan-Americana S.A. Indústrias Químicas; um polímero orgânico-catiônico de baixo peso
molecular, de origem essencialmente vegetal, denominado TANFLOC, produzido pela
indústria TANAC S.A.; um Sulfato de Alumínio, marca F-666, líquido, e; um Cloreto Férrico,
38 % de teor mínimo de FeCl3, ambos produzidos por Indústrias Químicas Cataguases Ltda.
As características principais dos produtos testados encontram-se listadas na Tabela 4.3, a
seguir:
Tabela 4.4 – Fatores de conversão das dosagens dos coagulantes à base de ferro e dos à
base de alumínio
Cloreto Férrico
Dose do produto comercial Dose de FeCl3 (mg/L) – Dose de Fe+3 (mg/L) –
(mg/L) multiplica por: multiplica por:
1 0,38 0,13072
Sulfato de Alumínio
Dose do produto comercial Dose de Al2O3 (mg/L) – Dose de Al+3 (mg/L) –
(mg/L) multiplica por: multiplica por:
1 0,075 0,03975
TE Hyperplus
Dose do produto comercial Dose de Al2O3 (mg/L) – Dose de Al+3 (mg/L) –
(mg/L) multiplica por: multiplica por:
1 0,23 0,1219
- 30 minutos de sedimentação.
Produto Faixa de pH
Cloreto férrico 5,0 – 8,0
Sulfato de Alumínio 6,5 – 7,5
TANFLOC 7,0 – 8,0
TE Hyperplus 6,5 – 7,5
Com o lodo de fundo, era realizado teste para determinação do Índice Volumétrico
de Lodo (IVL), conforme descrito por von Sperling (1997). Os resultados obtidos nos
ensaios de teste de jarros foram analisados através de gráficos de média, e testes
estatísticos como BOXPLOT, DUNCAN e ANOVA.
A Figura 4.3 apresenta algumas fotos relativas aos ensaios de Teste de Jarros.
62
A unidade de tratamento em escala piloto foi concebida de modo que, com base nos
dados obtidos em escala de bancada (teste de jarros), fossem realizados os
experimentos de filtração terciária utilizando efluente secundário da ETE UFES,
simulando situações práticas.
instalada após a saída da bomba, que promovia o retorno do líquido excedente para
dentro dos biofiltros. O efluente dos BFs era encaminhado até a câmara de mistura
rápida, instalada no topo dos filtros terciários “pilotos”. Nessa câmara ocorria a
adição do coagulante, proveniente de uma bomba peristáltica marca ISMATECH,
modelo VP-ANTR.TEIL, a qual succionava o produto de uma bombona instalada
junto aos biofiltros aerados submersos.
Após passar pela unidade de mistura rápida, o efluente dos BFs era então
conduzido aos filtros terciários, em fluxo descendente, com vazão uniformemente
distribuída entre os três. O efluente dos filtros terciários era conduzido até o
reservatório final da ETE UFES, onde era diluído com o efluente produzido pelos
outros BFs secundários e encaminhado à destinação final.
65
• Filtros terciários
PERDA DE
ALTURA DO
FILTRO COMPOSIÇÃO CARGA
LEITO
DISPONÍVEL
FT1 Areia, 0,6 m 1,02 m
diâmetro efetivo = 1,7mm;
FT2 Coef. de desuniformidade (CD) = 1,24 1,0 m 1,42 m
Porosidade = 0,4;
FT3 Coef. de esfericidade (Ce) = 0,81 1,4 m 1,82 m
Os filtros foram concebidos para reproduzir filtração rápida descendente, com perda
de carga variável e velocidade de aproximação constante. Ao longo da altura dos
filtros foram instalados piezômetros a cada 30 cm, para verificação da perda de
carga nas diferentes camadas do leito. Foram instaladas também torneiras para
coleta de efluente em diferentes alturas. No fundo dos filtros foram dispostas
tubulações para suprimento de água e ar utilizados durante a lavagem.
A saída de efluente dos filtros foi feita em tubos de PVC de diâmetro nominal 50 mm,
instalados logo abaixo da tela de sustentação do leito filtrante. A fim de manter o
leito filtrante sempre submerso, a tubulação de saída de efluente de cada filtro foi
elevada a 15 cm acima do leito, antes de ser encaminhada ao reservatório final.
Efluente BF FeCl3
Afluente
Efluente
Descarte da
lavagem
Água p/
lavagem
Compressor de ar
O efluente do biofiltro aerado submerso era injetado nos filtros a uma taxa de
filtração de 6 m³/m².h durante 10 horas e, após este período, iniciava-se o
procedimento de lavagem. O efluente produzido, armazenado em uma caixa d’água
instalada junto aos mesmos, dotada de uma bomba submersível, era introduzido no
fundo dos filtros a uma taxa de 25 m³/m².h, ao mesmo tempo em que era injetada
vazão de ar, a uma taxa de 200 m³/m².h, suprido por um compressor marca
SCHULZ, com auxílio de um rotâmetro.
Taxa de retrolavagem
Fase Tempo (minutos)
Água (m³/m².h) Ar (m³/m².h)
1ª) Ar e água
25 200 8
simultaneamente
Na terceira etapa, foi avaliada a eficiência dos filtros na remoção de fósforo total do
efluente produzido pelos BFs. Nessa etapa, a taxa de filtração aplicada foi de
10 m³/m².h, e as dosagens de cloreto férrico variaram de 20 a 190 mg/L (dosagem
do produto comercial). A Tabela 4.8 apresenta um resumo das três etapas de
monitoramento dos filtros em escala piloto.
Dosagens de cloreto
Taxas de filtração
Etapa Objetivo principal férrico aplicadas
aplicadas (m³/m².h)
(mgCF/L)
Remoção de
1ª 6, 8 e 10 -
Turbidez
Remoção de
2ª 6, 8 e 10 5 e 10
Turbidez
Remoção de
3ª 10 20 a 190
Fósforo
71
A perda de carga era medida também de 1 em 1 hora, com o auxílio de uma trena
metálica, através dos piezômetros instalados ao longo dos filtros. A perda de carga
total foi considerada como sendo a altura de líquido acima do leito filtrante, medida a
partir do nível de saída do efluente (15 cm acima do leito).
Quando a perda de carga limite de cada filtro era atingida, anotava-se o tempo de
filtração, coletava-se as amostras e, em seguida, desviava-se a vazão afluente,
através de mangueiras instaladas junto aos filtros, as quais conduziam o líquido ao
reservatório final. O monitoramento era finalizado quando os três filtros atingiam a
perda de carga limite, situação em que desligava-se as bombas e o misturador.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma primeira bateria de testes de jarros foi realizada objetivando a seleção de uma
faixa ótima de dosagem com base na remoção de turbidez do efluente secundário.
Quando necessário, o pH da mistura foi corrigido a fim de mantê-lo dentro da faixa
ótima de coagulação considerada para cada produto. As dosagens citadas referem-
se ao produto comercial. Os fatores de conversão para as dosagens em Al2O3,
FeCl3, Al+3 e Fe+3 encontram-se apresentados no item 4.2.
pH Turb
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Com a utilização de cloreto férrico como coagulante, observa-se na Figura 5.2 que
as dosagens entre 105 e 184 mg/L (produto) foram capazes de produzir efluente
com turbidez inferior a 5 UNT, sendo, portanto, a faixa selecionada para os ensaios
definitivos.
pH Turb
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Dose C.F. (produto) (mg/L)
pH T u rb
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
D o s e T E H IP E R (p ro d u to ) (m g /L )
pH Turb
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Dose TANFLOC (mg/L)
A Tabela 5.1 apresenta um resumo dos resultados obtidos nos ensaios preliminares
de teste de jarros.
A partir dos dados obtidos nesta fase, novos testes de jarros foram realizados, com
intervalo de dosagem ajustado à faixa adotada para cada coagulante, e foram
analisados diversos parâmetros, com o intuito de observar a eficiência dos diversos
produtos testados na remoção destes.
A Tabela 5.2 apresenta os resultados obtidos dos parâmetros turbidez e fósforo total,
para os quatro produtos e suas respectivas faixas de dosagem. Nesta etapa não foi
necessário o ajuste do pH para mantê-lo em torno da neutralidade, em nenhuma das
campanhas realizadas, pois foram observadas alterações mínimas no pH da mistura.
78
Outros parâmetros tais como DQO e SST (Tabela 5.3), coliformes termotolerantes
(Tabela 5.4) e IVL (Índice Volumétrico de Lodo) (Tabela 5.5) também foram
analisados, a fim de possibilitar uma melhor avaliação do desempenho de cada
produto.
SST
Tanfloc SG Cloreto Férrico TE Hiperplus Sulfato de Alumínio
Conc. Desv. Conc. Desv. Conc. Desv. Conc. Desv
Média n Média n Média n Média n
(mg/L) Pad. (mg/L) Pad. (mg/L) Pad. (mg/L) Pad.
0 20,2 7 8,3 0 20,2 7 8,3 0 20,2 7 8,3 0 20,2 7 8,3
40 10,2 7 2,9 20 11,0 6 5,0 43 5,6 7 3,8 133 11,1 7 4,4
50 7,0 7 4,4 30 9,0 6 6,5 65 7,3 7 8,2 200 4,9 7 5,1
60 5,1 7 3,5 40 7,2 7 5,2 87 5,4 7 2,9 267 6,7 7 3,6
70 4,4 7 3,9 50 9,8 7 5,4 109 5,9 7 2,3 333 4,3 7 4,2
80 5,9 7 3,1 60 7,3 7 4,9 130 4,5 7 3,1 400 5,8 7 3,5
90 7,9 6 3,4 70 7,3 7 4,0 174 3,2 6 2,0 533 6,3 7 2,7
80
Os resultados obtidos para SST indicam uma boa aptidão dos quatro produtos
testados na remoção deste parâmetro, sendo que o TE Hiperplus obteve a melhor
performance, alcançando facilmente níveis inferiores a 6 mgSST/L no efluente.
Todos os produtos foram capazes de produzir efluentes com concentrações abaixo
de 10 mgSST/L, mesmo com dosagens reduzidas.
Outro parâmetro importante avaliado foi o IVL (Índice Volumétrico de Lodo), o qual
possibilita analisar o volume de lodo gerado com a aplicação dos produtos químicos.
Os resultados apontam para uma maior produção de lodo quando da utilização dos
produtos à base de alumínio. O IVL é definido como o volume ocupado por 1 g de
81
Tabela 5.5 – Índice Volumétrico do lodo produzido nos ensaios de teste de jarros
IVL (mL / g)
C urva Granulométrica
100
90
80
Percentagem que passa
70
60
50
40
d60 = 2,1 mm
30
20 d10 = 1,7 mm
10
0
100 10 1 0,1 0,01
D iâmetro em mm
onde:
A Tabela 5.6 apresenta o cálculo da Superfície Específica, a partir dos dados obtidos
da curva granulométrica apresentada na Figura 5.5.
1º) Encheu-se os filtros com água limpa, em sentido ascendente, com a torneira
localizada logo acima do topo da camada filtrante aberta;
3º) O volume de vazios (VV) do meio filtrante foi considerado igual ao volume de
água coletado;
84
4º) O volume total (VT) é o volume do cilindro ocupado pelo meio filtrante, com
diâmetro de 0,2 m, e alturas de 0,6 m, 1,0 m e 1,4 mm para os filtros FT1, FT2 e
FT3, respectivamente.
Leito de areia:
VT FT1 = 18,85 litros
VT FT2 = 31,42 litros
VT FT3 = 43,98 litros
ε = VV / VT (7)
A porosidade encontrada foi de 0,4 para os três filtros. Este valor está de acordo
com o valor típico de porosidade apresentado por Di Bernardo (1993), para leitos
filtrantes compostos por grãos de formato agudo, conforme apresentado na Tabela
5.8 a seguir.
85
Forma do grão Ce φ ε
2
Hf K K . μ . V∞ . (1 − ε 0 ) 2 ⎛ 6 ⎞
= .⎜ ⎟
Lf g . ρa . ε 0 3 ⎜C . D ⎟
⎝ e g ⎠
adotando
KK = 4;
μ = 0,001005 (N.s/m²);
ρa = 998,2 (kg/m²);
g = 9,8 (m/s²);
Ce = 0,81;
ε 0 = 0,4;
Dg = 0,0017 (m);
86
Tabela 5.9 – Perda de carga experimental e teórica para o meio filtrante limpo
Pode-se observar que os valores calculados para a perda de carga no leito limpo de
acordo com a equação de Carman-Kozeny [equação (3)] foram bastante
semelhantes aos valores observados em campo, principalmente para o filtro de
menor espessura de leito e sob as taxas de filtração menores. Para a taxa de
filtração de 10 m³/m².h, foi observado um valor real superior ao valor teórico,
podendo indicar uma influência maior da perda de carga nas tubulações adjacentes
ao filtro, ou dos “efeitos de parede” dos filtros.
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
12,0 14,0 9,6
considerado (h)
Média 32,4 6,6 4,9 4,5 16,0 5,1 3,9 3,6 15,9 4,8 3,7 3,0
Desvio padrão 14,5 0,9 1,0 1,0 7,3 1,7 1,5 1,5 5,4 2,5 2,0 1,2
Mínimo 18,7 5,8 3,3 3,0 10,8 3,8 2,7 2,5 10,4 3,0 2,5 1,9
Máximo 72,8 8,4 7,4 7,2 35,9 10,0 7,4 7,2 26,2 11,5 9,3 6,2
n 12 11 11 11 15 14 14 14 11 10 10 10
6 m 3/m 2.h
BF F T1 F T2 F T3
40
35
30
Turbidez (UNT)
25
20
15
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 1 1 2 13 14 1 5
Tem po de filtra çã o (h)
8 m 3/m 2.h
BF F T1 F T2 F T3
40
35
30
Turbidez (UNT)
25
20
15
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Tem po de filtração (h)
1 0 m 3 /m 2 .h
BF F T1 F T2 F T3
40
35
30
Turbidez (UNT)
25
20
15
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Te m p o d e filtra çã o (h)
Com exceção da condição sob taxa de 6 m³/m².h, quando a turbidez afluente esteve
acima do normal, os três filtros foram capazes de produzir consistentemente
efluentes com turbidez abaixo de 5 UNT.
teórico real
180
160
P DC inc rem . (c m )
140
120
100
80
R² = 0,9682
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Estocagem (kgSST/m³.leito)
F T 1 - t a xa 8 m 3 / m 2 . h - s e m c o a g u la n t e
t e ó r ic o re a l
180
160
140 R ² = 0 ,9 7 7 0
PDC increm. (cm)
120
100
80
60
40
20
0
0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0 3 ,5 4 ,0 4 ,5
E s t o c a g e m ( k g S S T / m ³ . le it o )
F T1 - ta xa 1 0 m 3 /m 2 .h - se m co a g ula nte
te ó rico re a l
180
160
140
P D C increm. (cm)
120
100
80
60 R² = 0 ,9 8 9 5
40
20
0
0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0 3 ,5 4 ,0 4 ,5
Figura 5.10 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga para o FT1,
sem adição de coagulante
91
teóric o real
180
160
PDC increm . (c m )
140
120
100
80 R² = 0,9692
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
teóric o real
180
160
PDC inc rem . (cm )
140
120
100
80 R ² = 0 ,9 7 7 8
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
teórico real
180
160
PDC increm . (c m )
140
120
100
80 R² = 0,9798
60
40
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Figura 5.11 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga para o FT2,
sem adição de coagulante
92
teóric o real
180
160
F T 3 - t a xa 8 m 3 / m 2 . h - s e m c o a g u la n t e
t e ó r ic o re a l
180
160
140
PDC increm. (cm)
120
100
80
60 R ² = 0 ,8 7 7 4
40
20
0
0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0 3 ,5 4 ,0 4 ,5
E s t o c a g e m ( k g S S T / m ³ . le it o )
F T 3 - ta xa 1 0 m 3 /m 2 .h - s e m c o a g u la n te
te ó r ic o re a l
180
160
PDC increm. (cm)
140
120
100
80
60 R ² = 0 ,9 5 4 0
40
20
0
0 ,0 0 ,5 1 ,0 1 ,5 2 ,0 2 ,5 3 ,0 3 ,5 4 ,0 4 ,5
E s to c a g e m ( k g S S T /m ³ .le ito )
Figura 5.12 – Estocagem relativa de sólidos versus evolução da perda de carga para o FT3,
sem adição de coagulante
93
Tabela 5.11 – Estocagem relativa de sólidos no leito (kgSST/m³ leito) para uma perda de
carga determinada (sem adição de coagulante)
FT1 FT2 FT3
Taxa de filtração PDC PDC PDC PDC PDC PDC PDC PDC PDC
1m 2m 3m 1m 2m 3m 1m 2m 3m
6 m³/m².h 2,6 3,7 4,6 1,9 2,8 3,6 1,6 2,9 4,0
8 m³/m².h 3,7 4,9 6,5 2,7 3,8 4,7 2,6 4,4 6,0
10 m³/m².h 3,1 5,0 6,7 2,4 4,1 5,6 2,5 4,7 6,9
A fim de complementar esta análise, foram efetuados estudos para prever a duração
da corrida de filtração em função da taxa de evolução da perda de carga com o
tempo.
A partir dos resultados obtidos, foram traçadas curvas de perda de carga versus
duração da corrida para os três filtros, nas taxas de filtração avaliadas. Com base
94
Através da curva teórica, foram obtidos os valores dos coeficientes k1 e k2 para cada
condição testada. A Figura 5.13 apresenta a curva ajustada aos dados
experimentais obtidos para o filtro FT2, sob a taxa de filtração de 10 m³/m².h. As
demais curvas estão apresentadas no Anexo C.
teórico real
180
160
140
P D C increm. (cm)
120
100
80 R² = 0,9816
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12 1314 1516 17
Com os valores obtidos de k1 e k2, pode-se prever o tempo de filtração ocorrido para
se atingir um incremento de perda de carga determinado, de acordo com a taxa de
filtração aplicada. As Figuras 5.14, 5.15 e 5.16 mostram essa relação para
incrementos de perda de carga de 1, 2 e 3 metros.
FT1
25
Tempo de filtração (h)
20
15
10
5
0
4 6 8 10 12
Figura 5.14 – FT1: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga determinada
96
FT2
20
15
10
0
4 6 8 10 12
Figura 5.15 – FT2: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga determinada
FT3
25
Tempo de filtração (h)
20
15
10
0
4 6 8 10 12
Figura 5.16 – FT3: tempo de filtração para se atingir uma perda de carga determinada
97
Ives (1979) cita que as durações de corrida num sistema de filtração não devem ser
inferiores a 12 horas, sendo desejável uma duração de 24 horas, a fim de facilitar a
operacionalidade do sistema.
A seguir são apresentados os resultados obtidos para a filtração terciária com adição
prévia de cloreto férrico, nas dosagens de 5 e 10 mg/L (produto comercial). A Tabela
5.13 apresenta o desempenho dos filtros na remoção de turbidez.
Tabela 5.13 – Desempenho dos filtros na remoção de turbidez (c/ dosagem de cloreto
férrico)
Dose de coagulante: 5 mg/L
Taxa de filtração
6 m3/m2.h 8 m3/m2.h 10 m3/m2.h
(m/h)
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
13,7 13,6 7,4
considerado (h)
Média 50,0 15,0 10,4 9,8 21,2 6,5 4,7 4,1 20,6 6,9 5,1 4,3
Desvio padrão 15,4 7,5 4,1 4,1 5,3 1,3 0,8 0,8 3,3 0,6 0,7 0,4
Mínimo 34,3 7,0 5,6 5,5 13,1 4,9 3,5 3,3 16,4 5,8 4,3 3,8
Máximo 77,6 30,5 17,7 16,7 31,7 8,5 5,9 5,5 25,9 7,5 5,9 4,9
n 13 12 12 12 11 10 10 9 8 7 7 7
Dose de coagulante: 10 mg/L
Taxa de filtração
6 m3/m2.h 8 m3/m2.h 10 m3/m2.h
(m/h)
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
12,2 8,8 6,5
considerado (h)
Média 20,8 6,2 5,4 5,3 22,8 5,0 4,0 3,7 21,5 5,5 3,5 2,9
Desvio padrão 4,4 0,9 0,7 0,6 5,1 0,9 0,5 0,5 2,6 0,7 0,4 0,4
Mínimo 14,7 5,0 4,6 4,5 16,9 4,0 3,4 3,2 19,4 4,6 2,9 2,3
Máximo 31,4 8,1 6,9 6,8 30,3 6,4 4,8 4,7 25,7 6,7 3,9 3,4
n 13 12 12 12 9 8 8 8 7 6 6 6
A turbidez média do efluente foi sempre menor ou igual a 5 UNT, exceto para o FT1,
que apresentou freqüentemente efluente com turbidez média de 6 UNT, e na
condição com dosagem de 5 mgCF/L, quando a turbidez média afluente aos filtros
terciários esteve bastante acima do normal daquela produzida pelos biofiltros
aerados submersos da ETE UFES.
Nesta etapa, a mesma análise realizada para a filtração sem adição prévia de
coagulante foi feita, a fim de prever a evolução da perda de carga em função da
estocagem relativa de sólidos no leito. A Tabela 5.14 apresenta a previsão da
estocagem de sólidos para as perdas de carga de 1, 2 e 3 metros, com base no
modelo adotado [(hi)t = a (q)tb].
Tabela 5.14 – Estocagem relativa de sólidos no leito (kgSST/m³ leito) para uma perda de
carga determinada (com adição de coagulante)
Taxa de Dose de
filtração coagulante PDC 1m PDC 2m PDC 3m
(m³/m².h) (mgCF/L)
6 5 1,9 3,5 4,9
10 1,7 2,9 4,1
FT1 8 5 3,4 6,4 9,3
10 1,1 2,0 2,9
10 5 2,7 5,0 7,1
10 3,1 4,3 5,1
6 5 1,6 2,7 3,8
10 1,1 2,1 3,0
FT2 8 5 2,2 4,0 5,7
10 1,7 3,6 5,4
10 5 1,8 3,5 5,0
10 2,3 3,4 4,3
6 5 1,2 2,4 3,6
10 0,9 2,0 3,2
FT3 8 5 1,9 5,0 8,6
10 0,7 1,8 3,2
10 5 1,8 3,4 5,1
10 2,9 6,8 11,1
99
FT2 - 5 mgCF/L
25
Tempo de filtração (h) 20
15
10
0
4 6 8 10 12
FT2 - 10 mgCF/L
20
Tempo de filtração (h)
15
10
0
4 6 8 10 12
A Tabela 5.16 apresenta os tempos previstos para se atingir uma perda de carga
incremental de 1, 2 e 3 metros e a estocagem relativa de sólidos esperada para as
condições avaliadas, com base nos modelos propostos.
Tabela 5.16 – Tempos previstos (h) para atingir um incremento de perda de carga
determinada e respectiva estocagem de sólidos para as condições avaliadas
Para os testes realizados em escala piloto, foi avaliada a filtração com taxa de
10 m³/m².h e dosagens de cloreto férrico variando de 20 a 190 mgCF/L (dosagem do
produto comercial). Os resultados obtidos para amostras compostas relativas ao
tempo T1, de colapso do filtro FT3 (perda de carga limite), estão demonstrados na
Tabela 5.17.
Amostra
Os filtros FT2 e FT3 chegaram a alcançar nível desejado de fósforo no efluente, com
dose Fe+3:P de 2,54, inferior à obtida na etapa de testes de jarros (2,98 Fe+3:P),
103
entretanto este nível não foi mantido nas dosagens superiores. O filtro FT1 somente
foi capaz de produzir efluente com a concentração desejada com dose de 3,73
Fe+3:P, também sem manter este nível nas doses superiores.
dP
= −k .P (8)
dD
onde:
PD = P0 .e − k .D (9)
onde
PD = concentração de Ptotal efluente, para uma dose “D” de cloreto férrico aplicada;
k = constante;
Os ajustes da curva teórica dada pela equação (9) aos dados experimentais estão
apresentados nas Figuras 5.19, 5.20 e 5.21.
104
P (FT1) Pteor
10
9
Concentração efluente (m P/L)
8
7
6 R² = 0,4972
5
4
3
2
1
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
dose Fe:P
P (FT2) Pteor
10
9
Concentração efluente (m P/L)
8
7
6 R² = 0,5207
5
4
3
2
1
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
dos e Fe:P
P (FT3) Pteor
10
9
8
P total efluente (m /L)
7
6 R² = 0,6648
5
4
3
2
1
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
dose Fe:P
FT1 ⇒ k = 0,16
FT2 ⇒ k = 0,15
FT3 ⇒ k = 0,22
Para os ensaios realizados sem a adição de cloreto férrico ou com adição de doses
baixas (5 mgCF/L e 10 mgCF/L), sob taxas de filtração de 6, 8 e 10 m³/m².h, quando
o objetivo principal foi a remoção de turbidez, os filtros obtiveram bom desempenho
na remoção de SST, conforme apresentado na Tabela 5.18.
107
Tabela 5.18 – Sólidos suspensos totais (mg/L) sob baixas dosagens de cloreto férrico
Sem coagulante
Taxa de filtração
6 m3/m2.h 8 m3/m2.h 10 m3/m2.h
(m/h)
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
12,0 14,0 9,6
considerado (h)
Média 36,1 13,0 6,2 2,5 32,0 12,4 7,4 2,3 28,1 10,2 4,8 1,7
Desvio padrão 11,9 2,6 1,5 1,0 7,1 3,9 1,7 0,9 7,4 2,7 0,7 0,7
Mínimo 18,0 9,0 4,0 1,0 21,0 8,0 5,0 1,0 18,0 6,0 4,0 1,0
Máximo 55,0 17,0 9,0 5,0 48,0 20,0 10,0 4,0 38,0 14,0 6,0 3,0
n 12 11 11 11 15 14 14 13 10 9 9 9
Dose de coagulante: 5 mg/L
Taxa de filtração
6 m3/m2.h 8 m3/m2.h 10 m3/m2.h
(m/h)
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
13,7 13,6 7,4
considerado (h)
Média 28,2 9,0 5,5 4,3 30,3 11,0 7,7 3,6 30,8 14,3 9,4 4,7
Desvio padrão 9,8 3,0 2,7 1,9 13,5 4,8 5,7 1,3 4,8 2,7 2,4 1,0
Mínimo 16,0 3,0 2,0 2,0 14,0 4,0 2,0 2,0 24,0 10,0 7,0 3,0
Máximo 55,0 14,0 13,0 8,0 50,0 18,0 17,0 5,0 37,0 17,0 13,0 6,0
n 16 15 15 12 13 12 12 10 8 7 7 7
Dose de coagulante: 10 mg/L
Taxa de filtração
6 m3/m2.h 8 m3/m2.h 10 m3/m2.h
(m/h)
Amostra BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
Tempo de filtração
12,2 8,8 6,5
considerado (h)
Média 21,8 6,2 3,2 2,5 23,1 7,4 4,1 5,1 34,5 11,1 7,9 2,2
Desvio padrão 8,3 4,7 2,0 1,4 7,4 4,0 1,7 2,2 12,4 4,8 8,3 1,2
Mínimo 10,0 1,0 1,0 1,0 12,0 2,0 2,0 1,0 24,0 4,0 2,0 1,0
Máximo 35,0 17,0 9,0 5,0 32,0 14,0 6,0 7,0 57,0 19,0 29,0 4,0
n 15 14 14 12 11 10 10 8 10 9 9 6
de 1,40 m, onde a concentração média de SST no efluente atingiu, para o pior caso,
5 mg/L.
Tabela 5.19 – Sólidos suspensos totais sob dosagens de cloreto férrico maiores
FT1
130
120
A eficiência dos filtros na remoção de DQO foi avaliada somente na segunda etapa
dos ensaios em escala piloto, quando foi realizada filtração sob a taxa de 10
m³/m².h, com adição de diversas dosagens de cloreto férrico, objetivando
principalmente a remoção de fósforo. Os resultados obtidos, relativos ao tempo T1,
são apresentados na Tabela 5.20.
FT2
70
FT2
70
DQO efluente (mg/L)
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Os resultados demonstram que foi possível obter-se uma remoção adicional de DQO
do efluente através do sistema proposto. Não houve boa correlação entre a
concentração de DQO e a de SST de entrada, conforme apresentado na Figura
5.25, o mesmo ocorrendo para o efluente dos filtros (Figura 5.26).
BF
100
90
80
DQO afluente (mg/L)
70
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
FT2
70
DQO efluente (mg/L)
60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Tabela 5.21 – Características do lodo de lavagem dos filtros (filtração sem coagulante)
A análise da tabela acima permite verificar que há uma tendência de maior consumo
de água de lavagem quanto menor a espessura do leito filtrante, ocasionado,
principalmente, pelos tempos de filtração mais elevados proporcionados pelo filtro
FT3, quando comparado aos demais.
114
6 CONCLUSÕES
sendo que os maiores valores foram obtidos com os filtros de menor espessura
de leito, indicando uma retenção de sólidos nas camadas superficiais do filtro.
7. A adição de cloreto férrico em dosagens maiores (20 mg/L e acima), sob taxa de
10 m³/m².h, para remoção de fósforo, causou efeitos indesejáveis na turbidez e
concentração de SST do filtrado, bem como significativas reduções nas durações
das corridas de filtração. De acordo com a curva teórica ajustada aos dados
experimentais, para alcançar uma concentração de fósforo total no efluente
abaixo de 2 mg/L, seriam necessárias doses Fe+3:P de 5,8, 5,7 e 4,4, para os
filtros FT1, FT2 e FT3, respectivamente. Estes valores são muito superiores aos
normalmente encontrados na literatura, que são entre 1 e 3 (Fe+3:P).
7 RECOMENDAÇÕES
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COOPER, P. et al., Process options for phosphorus and nitrogen removal from
wastewater, J. IWEM, 1994.
EPA, Chemical aids manual for wastewater treatment facilities. USEPA, USA,
1979.
ANEXOS
121
Fósforo Total
Dose Data da Campanha Desvio
amostra Média Mínimo Máximo n
(mg/L) 22/04/02 08/05/02 Padrão
BF 0 5,42 6,15 5,79 0,52 5,42 6,15 2
40 7,44 6,40 6,92 0,73 6,40 7,44 2
50 7,39 6,48 6,94 0,64 6,48 7,39 2
60 7,38 6,40 6,89 0,69 6,40 7,38 2
TANFLOC
70 7,69 6,51 7,10 0,84 6,51 7,69 2
80 7,25 6,54 6,89 0,51 6,54 7,25 2
90 9,02 6,27 7,64 1,94 6,27 9,02 2
53 4,26 3,73 4,00 0,37 3,73 4,26 2
79 3,26 2,99 3,12 0,19 2,99 3,26 2
CLORETO 105 2,00 2,20 2,10 0,14 2,00 2,20 2
FÉRRICO 132 1,17 1,21 1,19 0,03 1,17 1,21 2
158 0,77 0,55 0,66 0,16 0,55 0,77 2
184 0,43 0,52 0,48 0,06 0,43 0,52 2
43 5,94 5,02 5,48 0,65 5,02 5,94 2
65 5,49 4,03 4,76 1,03 4,03 5,49 2
TE 87 4,88 3,44 4,16 1,02 3,44 4,88 2
HYPERPLUS 109 3,80 2,64 3,22 0,82 2,64 3,80 2
130 3,78 1,92 2,85 1,32 1,92 3,78 2
174 2,05 1,09 1,57 0,67 1,09 2,05 2
133 3,20 1,71 2,45 1,05 1,71 3,20 2
200 1,53 0,60 1,07 0,66 0,60 1,53 2
SULFATO DE 267 0,77 0,31 0,54 0,33 0,31 0,77 2
ALUMÍNIO 333 0,32 0,23 0,27 0,06 0,23 0,32 2
400 0,16 0,13 0,15 0,02 0,13 0,16 2
533 0,16 0,13 0,15 0,02 0,13 0,16 2
122
ANEXO A – Resultados dos ensaios de teste de jarros
DQO TOTAL
123
ANEXO A – Resultados dos ensaios de teste de jarros
TURBIDEZ
124
ANEXO A – Resultados dos ensaios de teste de jarros
SST
Dose Data da Campanha Desvio
Amostra Média Mínimo Máximo n
(mg/L) 19/03/02 26/03/02 09/04/02 16/04/02 22/04/02 01/05/02 08/05/02 padrão
BF 0 14,00 26,00 27,20 20,00 12,40 35,20 16,00 21,54 8,29 12,40 35,20 7
40 5,00 10,00 11,20 13,20 13,60 10,00 11,60 10,66 2,86 5,00 13,60 7
50 0,89 8,00 7,60 8,80 15,38 9,60 11,20 8,78 4,37 0,89 15,38 7
60 0,60 4,80 6,00 10,80 8,72 5,60 10,00 6,65 3,52 0,60 10,80 7
TANFLOC
70 0,20 6,40 8,40 9,60 11,60 3,20 8,40 6,83 3,93 0,20 11,60 7
80 1,00 9,60 8,40 9,60 8,80 6,80 5,60 7,11 3,07 1,00 9,60 7
90 2,94 7,60 13,20 10,40 9,60 8,00 8,62 3,43 2,94 13,20 6
53 5,40 20,00 9,20 14,00 7,20 14,80 12,80 11,91 5,01 5,40 20,00 7
79 1,20 12,40 16,00 13,20 5,20 20,00 14,80 11,83 6,48 1,20 20,00 7
CLORETO 105 1,60 15,60 8,00 12,00 3,60 14,00 8,00 8,97 5,22 1,60 15,60 7
FÉRRICO 132 3,20 18,80 11,20 14,40 5,60 10,80 14,40 11,20 5,38 3,20 18,80 7
158 1,50 15,20 8,00 6,40 6,00 13,60 12,00 8,96 4,86 1,50 15,20 7
184 2,00 13,60 8,00 10,40 4,40 9,60 11,20 8,46 4,03 2,00 13,60 7
43 0,25 11,60 9,20 10,80 9,60 7,20 8,80 8,21 3,78 0,25 11,60 7
65 1,25 12,80 6,80 8,80 6,40 26,80 6,40 9,89 8,21 1,25 26,80 7
TE 87 1,00 8,00 8,80 6,00 8,40 4,40 8,40 6,43 2,88 1,00 8,80 7
HYPERPLUS 109 2,00 8,40 8,00 7,60 4,80 6,40 8,00 6,46 2,33 2,00 8,40 7
130 0,40 4,40 8,80 6,80 9,60 5,20 7,60 6,11 3,12 0,40 9,60 7
174 1,20 5,20 6,40 4,40 1,60 4,00 3,80 2,04 1,20 6,40 6
133 4,20 14,40 9,20 18,40 12,00 13,60 12,40 12,03 4,44 4,20 18,40 7
200 1,00 12,80 12,40 6,80 6,40 0,80 11,60 7,40 5,13 0,80 12,80 7
SULFATO DE 267 1,60 12,00 10,40 5,60 10,00 6,00 9,20 7,83 3,60 1,60 12,00 7
ALUMÍNIO 333 0,20 8,00 4,80 12,40 7,60 3,60 10,40 6,71 4,17 0,20 12,40 7
400 3,00 11,20 4,80 9,20 6,00 2,40 10,00 6,66 3,50 2,40 11,20 7
533 3,60 8,80 8,80 3,60 6,00 6,00 10,40 6,74 2,67 3,60 10,40 7
125
ANEXO A – Resultados dos ensaios de teste de jarros
Coliformes Termotolerantes
Dose Data da Campanha
Amostra Média Mínimo Máximo n
(mg/L) 19/03/02 26/03/02 09/04/02 16/04/02 22/04/02
BF 0 7,00E+05 1,70E+07 1,70E+06 1,30E+05 3,00E+05 9,54E+05 1,30E+05 1,70E+07 5
40 5,00E+05 9,00E+05 2,40E+05 3,00E+04 8,00E+05 3,04E+05 3,00E+04 9,00E+05 5
50 1,10E+05 1,60E+06 5,00E+05 1,30E+05 1,70E+05 2,87E+05 1,10E+05 1,60E+06 5
60 8,00E+04 5,00E+05 2,40E+05 1,70E+05 1,30E+05 1,84E+05 8,00E+04 5,00E+05 5
TANFLOC
70 2,00E+04 1,70E+05 2,30E+04 8,00E+05 1,10E+05 9,28E+04 2,00E+04 8,00E+05 5
80 2.00E+04 2,40E+05 3,00E+04 3,50E+05 1,30E+05 1,35E+05 3,00E+04 3,50E+05 5
90 2.00E+04 1,70E+05 3,50E+05 9,00E+04 1,75E+05 9,00E+04 3,50E+05 4
53 2.00E+04 1,60E+06 3,00E+05 1,30E+07 3,00E+05 1,17E+06 3,00E+05 1,30E+07 5
79 3,00E+05 1,60E+06 5,00E+05 5,00E+06 1,10E+05 6,67E+05 1,10E+05 5,00E+06 5
CLORETO 105 2.00E+04 9,00E+05 8,00E+04 8,00E+04 1,70E+05 1,77E+05 8,00E+04 9,00E+05 5
FÉRRICO 132 2,20E+05 1,60E+06 1,10E+06 8,00E+04 8,00E+04 3,01E+05 8,00E+04 1,60E+06 5
158 3,00E+05 1,60E+06 2,30E+05 8,00E+03 2,20E+05 1,81E+05 8,00E+03 1,60E+06 5
184 2.00E+04 1,60E+06 2,30E+05 <2,00E+03 1,70E+05 3,97E+05 1,70E+05 1,60E+06 5
43 2.00E+04 9,00E+05 5,00E+04 9,00E+05 1,30E+05 2,69E+05 5,00E+04 9,00E+05 5
65 2.00E+04 3,00E+04 1,70E+04 8,00E+04 7,00E+04 4,11E+04 1,70E+04 8,00E+04 5
87 2.00E+04 3,00E+04 1,70E+04 8,00E+04 5,00E+04 3,78E+04 1,70E+04 8,00E+04 5
TE HYPERPLUS
109 2.00E+04 5,00E+04 1,10E+04 2,30E+04 5,00E+04 2,82E+04 1,10E+04 5,00E+04 5
130 2.00E+04 7,00E+04 5,00E+03 7,00E+03 1,70E+04 1,43E+04 5,00E+03 7,00E+04 5
174 2.00E+04 5,00E+04 1,30E+04 2,30E+03 1,14E+04 2,30E+03 5,00E+04 4
133 3,00E+05 1,60E+06 3,00E+05 3,50E+05 2,30E+04 2,59E+05 2,30E+04 1,60E+06 5
200 4,00E+04 1,10E+05 2,40E+05 1,10E+04 3,00E+04 5,11E+04 1,10E+04 2,40E+05 5
SULFATO DE 267 2.00E+04 5,00E+04 5,00E+04 2,30E+04 2,20E+04 3,35E+04 2,20E+04 5,00E+04 5
ALUMÍNIO 333 2.00E+04 2,30E+03 1,70E+04 9,00E+03 7,00E+03 7,04E+03 2,30E+03 1,70E+04 5
400 2.00E+04 4,00E+02 1,30E+04 8,00E+03 3,00E+03 3,34E+03 4,00E+02 1,30E+04 5
533 2.00E+04 8,00E+03 3,00E+03 3,00E+03 5,00E+03 4,36E+03 3,00E+03 8,00E+03 5
126
ANEXO A – Resultados dos ensaios de teste de jarros
127
128
Desvio padrão 14,5 0,9 1,0 1,0 11,9 2,6 1,5 1,0
Mínimo 18,7 5,8 3,3 3,0 18,0 9,0 4,0 1,0
Máximo 72,8 8,4 7,4 7,2 55,0 17,0 9,0 5,0
n 12 11 11 11 12 11 11 11
129
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
130
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
131
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
132
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
133
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
134
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
135
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
136
ANEXO B – Resultados das campanhas nos filtros em escala piloto com baixas doses de coagulante
137
138
FT1 - taxa 6 m3/m2.h - sem coagulante FT1 - taxa 6 m3/m2.h - 5 mgCF/L FT1 - taxa 6 m3/m2.h - 10 mgCF/L
FT1 - taxa 8 m3/m2.h - sem coagulante FT1 - taxa 8 m3/m2.h - 5 mgCF/L FT1 - taxa 8 m3/m2.h - 10 mgCF/L
140
PDC increm. (cm)
139
ANEXO C – Ajuste da curva teórica de evolução da perda de carga aos dados experimentais
FT1 - taxa 10 m3/m2.h - sem coagulante FT1 - taxa 10 m3/m2.h - 5 mgCF/L FT1 - taxa 10 m3/m2.h - 10 mgCF/L
140
140 140
140
ANEXO C – Ajuste da curva teórica de evolução da perda de carga aos dados experimentais
FT2 - taxa 8 m3/m2.h - sem coagulante FT2 - taxa 8 m3/m2.h - 5 mgC F/L FT2 - taxa 8 m3/m2.h - 10 mgCF/L
140
PDC increm. (cm)
80 80 80
60 60 60
40 40 40
20 20 20
0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011 12131415 1617 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 1314 1516 17
141
ANEXO C – Ajuste da curva teórica de evolução da perda de carga aos dados experimentais
FT3 - taxa 6 m3/m2.h - sem coagulante FT3 - taxa 6 m3/m2.h - 5 mgCF/L FT3 - taxa 6 m3/m2.h - 10 mgCF/L
FT3 - taxa 8 m3/m2.h - sem coagulante FT3 - taxa 8 m3/m2.h - 5 mgC F/L FT3 - taxa 8 m3/m2.h - 10 mgCF/L
180 180
180
160 160
160
140 140
PDC increm. (cm)
120 120
120
100 100
100
80 80
80
60 60 60
40 40 40
20 20 20
0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
142
ANEXO C – Ajuste da curva teórica de evolução da perda de carga aos dados experimentais
FT3 - taxa 10 m3/m2.h - sem coagulante FT3 - taxa 10 m3/m2.h - 5 mgCF/L FT3 - taxa 10 m3/m2.h - 10 mgCF/L
140 140
143
144
145
ANEXO D – Resultados da 2ª etapa das campanhas com os filtros em escala piloto (remoção de fósforo)
146
ANEXO D – Resultados da 2ª etapa das campanhas com os filtros em escala piloto (remoção de fósforo)
SST (mg/L)
Dose Coag.
(mg/L) T1 T2 T3
BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 BF1 FT1
20 26 9 17 25 40 17 10 23 16
30 46 40 26 32 48 19 38 28 18
40 49 55 48 42 85 61 48 59
50 49 55 39 34 38 79 56 37 55
60 44 37 41 47 54 52 43 36 53
70 46 40 36 29 51 44 54 49 64
80 21 48 42 39 20 53 49 18 49
90 9 27 42 23 16 31 30 10 29
100 19 47 27 34 20 51 44 46 52
110 43 87 90 89 61 100 97 44 82
130 32 58 46 61 16 59 40 37 57
140 28 67 34 70 28 95 42 37 84
160 60 93 95 100 67 140 102 52 118
180 67 92 94 119 67 123 97 57 83
147
148
Turbidez (UNT)
Turbidez (UNT)
30 30
Turbidez (UNT)
30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
Turbidez (UNT)
Turbidez (UNT)
30 30 30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
Tempo de filtração (h) Tempo de filtração (h) Tempo de filtração (h)
149
APÊNDICE E – Gráficos de turbidez versus tempo de filtração sob as diversas doses de coagulante testadas
Turbidez (UNT)
Turbidez (UNT)
30 30
Turbidez (UNT)
30
25 25
25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
30
Turbidez (UNT)
30
Turbidez (UNT)
30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
150
APÊNDICE E – Gráficos de turbidez versus tempo de filtração sob as diversas doses de coagulante testadas
BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3 BF1 FT1 FT2 FT3
40 40 40
35 35 35
Turbidez (UNT)
Turbidez (UNT)
30
Turbidez (UNT)
30 30
25 25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0
0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
0 2 4 6 8 10 12
Tempo de filtração (h) Tempo de filtração (h) Tempo de filtração (h)
(18 0 m gC F /L )
BF1 F T1 F T2 F T3
40
35
30
Turbidez (UNT)
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8 10 12
Te m p o d e filtra çã o (h)
151
152
25 25
20 20 20
15 15 15
10 10 10
5 5 5
0 0 0
4 6 8 10 12 4 6 8 10 12 4 6 8 10 12
153