Gestalt PDF
Gestalt PDF
Gestalt PDF
SERGE GINGER
ANNE GINGER
A GESTALT E A PSICANÁLISE
MANHUAÇU
2023
CAMILA SOUZA TEIXEIRA
A GESTALT E A PSICANÁLISE
MANHUAÇU
2023
RESUMO
Fritz Perls (1893–1970) foi o criador da Gestalt. Fez análise por seis anos,
estudou e se formou em teoria psicanalítica e teve mais vinte e três anos de pratica
psicanalítica. Mesmo nesse contexto, Perls não teve uma psicanálise ortodoxa, e
acabou sendo influenciado por muita gente.
Perls de fato acabou por criticar uma ideia caricatural da psicanálise criada por
ele com o objetivo de obter reconhecimento para sua inovação. Como lembra Wallon,
“só nos afirmamos nos opondo”. Isso nos faz perceber que para se afirmar uma
identidade, recorre-se a dar ênfase às diferenças e ao reforço das fronteiras.
Como observação a essas divergências, Carl G. Jung (1875–1961) diz que “as
diferenças teóricas remetem, em última análise, às diferenças entre as
personalidades: cada um escolhe um modelo que corresponde à sua estrutura
psíquica”. Cada um seguia o modelo mais adequado a sua psique.
São várias as críticas de Fritz sobre as teorias de Freud. Alguns exemplos que
podemos citar:
Diante destas diferenças, podemos observar que toda teoria tem um peso, e
suas normas também. O psicanalista é neutro, o gestaltista compartilha seus
sentimentos pessoais e ponto de vista.
Com muitas regras, por muito a psicanálise pode se parecer normativa, propondo
objetivos de socialização e adaptação. Diferente da Gestalt, que é mais liberal, que
não cria expectativas no cliente, sem normas.
A psicanálise é restrita a uma camada social, pois nem todos podem ter acesso
ao tratamento, por razões financeiras e/ou por falta de uma boa verbalização. Já na
Gestalt, além de se utilizar de linguagem mais espontânea, o uso da terapia em grupo
a torna mais acessível as classes sociais mais baixas, e o terapeuta da Gestalt pode
atender muitas pessoas durante a sua carreira, enquanto na psicanálise mais clássica
não isso não acontece, limitando o profissional a um número restrito de pacientes.
Para Freud, as resistências devem ser contidas por uma resistência, ou seja, a
resistência tenta impedir com que o sujeito faça a transferência de forma verbal e livre,
onde suas demandas virão à luz para uma possível análise do terapeuta. O recalque,
a resistência, o benefício secundário da doença, a resistência ao inconsciente e ao
superego.
A Gestalt leva em consideração a resistência, mas com definição diferente, é
vista como um muro que não precisa ser derrubado, mas uma força criadora na
abordagem de um mundo difícil.
Uma revisão na obra de Freud foi proposta por Fritz, mas Freud não considerava
a Gestalt uma abordagem psicanalítica.