Revisão Pele
Revisão Pele
Revisão Pele
Figura 11.1 Corte esquemático da pele. (Fonte: Porto & Porto, 2014).
Epiderme
Sensores da Pele
SEMIOTÉCNICA DA PELE E ANÁLISE
DOS ELEMENTOS
C) Cianose (Cor azulada da pele e das mucosas. Ocorre quando a hemoglobina reduzida
alcança no sangue valores > 5mg/mL).
Cianose generalizada: Toda a pele, embora predomine em algumas regiões.
Cianose localizada ou segmentar: Apenas em segmentos corporais. Significa sempre
obstrução de uma veia que drena uma região.
Graus: leve, moderada ou intensa.
Tipos de Cianose
Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo
normal o consumo de oxigênio nos capilares (ex: redução de O2 em grandes
altitudes; hipoventilação pulmonar - atelectasia e pneumotórax; curto-circuito
(shunt) venoarterial - cardiopatia congênita) .
Cianose periférica: consequência da perda exagerada de oxigênio no nível da rede
capilar (ex: em casos de estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do
calibre dos vasos da microcirculação).
Cianose mista: associação de mecanismos da cianose central e periférica (ex:
cianose da insuficiência cardíaca congestiva grave).
Cianose por alteração da hemoglobina: alterações bioquímicas da hemoglobina (ex:
ação medicamentosa - sulfas, nitritos, antimaláricos ou intoxicações exógenas).
Figura 11.2 Cianose tipo central em criança com cardiopatia congênita (tetralogia de
Fallot). A. Face. B. Extremidades inferiores, vendo-se também hipocratismo e unhas em
“vidro de relógio”.
d) Icterícia
Coloração amarelada da pele, mucosas visíveis e esclerótica e é resultante do
acúmulo de bilirrubina no sangue.
Obs: A icterícia deve ser distinguida de outras condições em que a pele mas não as mucosas
pode distinguir coloração amarelada.
1. Umidade
A apreciação da umidade começa à inspeção, mas o método adequado é a palpação
com as polpas digitais e com a palma da mão. (sensação tátil).
◗ Umidade normal.
◗ Pele seca: encontrada em pessoas idosas, em algumas dermatopatias crônicas, no
mixedema, na avitaminose A, na intoxicação pela atropina, na insuficiência renal
crônica e na desidratação.
◗ Umidade aumentada ou pele sudorenta: pode ser observada em alguns indivíduos
normais ou pode estar associada a febre, ansiedade, hiperidrose primária,
hipertireoidismo e doenças neoplásicas.
Mulheres na menopausa: a sudorese) costuma estar associada às ondas de calor.
2. Textura
Trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. A textura da pele é
avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea.
◗ Textura normal
◗ Pele lisa ou fina: observada nas pessoas idosas, no hipertireoidismo e em áreas
recentemente edemaciadas
◗ Pele áspera: observada nos indivíduos expostos às intempéries e que trabalham
em atividades rudes, tais como lavradores, pescadores, garis e foguistas, e em
algumas afecções como mixedema e dermatopatias crônicas
◗ Pele enrugada: que se nota nas pessoas idosas, após emagrecimento rápido, ou
quando se elimina o edema.
3. Espessura
Avaliação: faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea usando o polegar e o
indicador.
Cuidado para não englobar o tecido celular subcutâneo (pinça-se apenas a epiderme
e a derme).
Realizar em várias e diferentes regiões (antebraço, tórax e abdome).
Pele de espessura normal.
Pele atrófica: acompanha-se de certa translucidez que permite ver a rede venosa
superficial. É observada nos idosos, nos prematuros e em algumas dermatoses
Pele hipertrófica ou espessa: é vista nos indivíduos que trabalham expostos ao sol.
A esclerodermia é uma colagenose que tem no espessamento do tegumento cutâneo.
4. Temperatura
Temperatura corporal X temperatura da pele.
Para avaliação da temperatura da pele usa-se a palpação com a face dorsal das mãos
ou dos dedos, comparando-se com o lado homólogo cada segmento examinado.
A temperatura da pele varia entre amplos limites.
Nas extremidades essas variações são mais acentuadas.
É muito influenciada pela temperatura do meio ambiente, emoção, ingestão de
alimentos, sono e outros fatores.
5. Elasticidade e Mobilidade
Análise e interpretação simultânea:
Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando
tracionado; mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos
profundos subjacentes.
Avaliação: pinça-se uma prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo, em
seguida, certa tração, ao fim da qual se solta a pele.
Manobra para pesquisa da mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a
superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo
a deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula
mamária etc.).
Elasticidade normal.
Elasticidade aumentada ou hiperelasticidade: lembra as características da borracha.
Ao se efetuar uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais que a pele
normal.
Elasticidade diminuída ou hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de a pele, ao ser
tracionada, voltar vagarosamente à posição primitiva, ou seja, a prega cutânea, feita
para executar a manobra, vai se desfazendo lentamente, enquanto nas pessoas com
elasticidade normal a prega se desfaz prontamente.
A diminuição da elasticidade é observada nas pessoas idosas, nos pacientes
desnutridos, no abdome das multíparas e, principalmente, na desidratação.
7. Sensibilidade
Sensibilidade Dolorosa:
Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de
dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é pesquisada
tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da
sensibilidade dolorosa na hanseníase.
Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves
despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome
isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias periféricas.
8. Lesões Elementares
B . P á p ula v e r r u c o s a.
C . P á p ula e m c o rt e e s q u e m á tic o m o s t r a n d o in filt r a d o c elula r na
derme
Tubérculos. São elevações sólidas, circunscritas, de diâmetro maior que 1,0 cm,
situadas na derme. A consistência pode ser mole ou firme. A pele circunjacente tem
cor normal ou pode estar eritematosa, acastanhada ou amarelada (Figura 11.16);
geralmente evoluem formando cicatriz. São observadas na sífilis, tuberculose,
hanseníase, esporotricose, sarcoidose e tumores.
Nódulos, nodosidade e goma. São formações sólidas localizadas na hipoderme,
mais perceptíveis pela palpação do que pela inspeção (Figura 11.17). Quando de
pequeno tamanho – grão de ervilha, por exemplo – são os nódulos. Se mais
volumosas, são as nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem ao
amolecimento e ulceração com eliminação de substância semissólida. Os limites
dessas lesões em geral são imprecisos, e a consistência pode ser firme, elástica ou
mole. Ora estão isoladas, ora agrupadas ou mesmo coalescentes. Podem ser
dolorosas ou não. A pele circundante estará normal, eritematosa ou arroxeada. São
muitas as dermatoses que se traduzem por nódulo ou nodosidade; exemplos:
furúnculo, eritema nodoso, hanseníase, cistos, epiteliomas, sífilis, bouba,
cisticercose. As gomas aparecem na sífilis, na tuberculose e nas micoses profundas.
Vegetações. São lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couveflor, de
consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. Muitas dermatoses
se evidenciam por vegetações: verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose, blastomicose,
condiloma acuminado, tuberculose, granuloma venéreo, neoplasias (Figura 11.18) e
dermatites medicamentosas. Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão
apresenta consistência endurecida e recebe o nome de verrucosidade; exemplos:
verrugas vulgares, cromomicose.
4. Coleções líquidas
As coleções líquidas incluem vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma.
Vesícula. É uma elevação circunscrita da pele que contém líquido em seu interior
(Figura 11.19). Seu diâmetro não ultrapassa 1,0 cm. Diferença fundamental entre
pápula e vesícula: a primeira é uma lesão sólida, e a segunda é constituída por uma
coleção líquida. Às vezes, para se dirimir dúvida puncionase a lesão. O encontro de
substância líquida caracteriza a existência de vesícula. É observada na varicela, no
herpeszóster, nas queimaduras, no eczema e nas tinhas (micoses superficiais).
Bolha. Também é uma elevação da pele contendo uma substância líquida em seu
interior. Diferenciase da vesícula pelo tamanho. A bolha tem diâmetro maior que
1,0 cm. É encontrada nas queimaduras, no pênfigo foliáceo, em algumas
piodermites e em alergias medicamentosas (Figura 11.19). As bolhas podem ter
conteúdo claro, turvo amarelado (bolha purulenta) ou vermelhoescuro (bolha
hemorrágica). Pústula. É uma vesícula de conteúdo purulento. Surge na varicela, no
herpeszóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa (Figura 11.19).
Úlcera ou ulceração. É a perda delimitada das estruturas que constituem a pele e que
chega a atingir a derme. Tal fato a diferencia da escoriação. Outra diferença entre
essas duas lesões é que a ulceração deixa cicatriz. Exemplos: úlcera crônica, lesões
malignas da pele, leishmaniose (Figura 11.28).
Fissuras ou rágades. São perdas de substância linear, superficial ou profunda, e não
determinada pela interveniência de qualquer instrumento cortante. Comprometem a
epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras cutâneas
ou ao redor de orifícios naturais (Figura 11.29).
Figura 11.29 Fissura e queratose. A. Queratodermia plantar em caso de psoríase. B. Corte
esquemático de fissura mostrando perda linear na epiderme e derme superficial.