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PANDEMIA DA COVID-19
RESUMO
INTRODUÇÃO
Os auxílios que surgiram tinham valores baixos, não garantiam o sustento básico
a todos que precisavam e as pessoas foram em busca de soluções individuais. Apesar de
muito mencionado o Lockdown nunca existiu, as medidas restritivas que eram super
permissivas pouco duraram, as taxas de transmissibilidade e óbitos aumentavam e as
restrições diminuíam. Caímos na falsa dicotomia saúde X economia! Como se fosse
possível salvar a economia acumulando corpos... É uma colocação forte, mas
infelizmente esse é o termo porque em abril de 2021 o Brasil registrou 4.249 óbitos em
24 horas. É dolorido lidar com essa realidade, alguns naturalizam com a imposição de
um “novo normal”, outros realizam negações mais explicitas questionando as
informações acerca dos óbitos e da transmissibilidade do vírus, enquanto outros tentam
elaborar o a realidade e entender que:
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Segundo o Portal covid.saúde do Ministério da Saúde, atualizado em 21/07/2021, no Brasil foram
18.206.173 casos confirmados de Covid-19, com 545.604 óbitos. Total acumulado desde o início da
pandemia em fevereiro de 2020. Link: https://covid.saude.gov.br.
O essencial é pensar a sociedade e a educação em seu devir. Só assim seria
possível fixar alternativas históricas tendo como base a emancipação de todos
no sentido de se tornarem sujeitos refletidos da história, aptos a interromper a
barbárie e realizar o conteúdo positivo, emancipatório, do movimento de
ilustração da razão. (ADORNO, 1995, p.12)
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Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) sobre
suspensão de aulas presenciais no ano de 2020 foi revelado que estiveram fechadas: 98,4 % das federais;
97,5% das municipais; 85,9% das estaduais e 70,9% das particulares.
https://download.inep.gov.br/censo_escolar/resultados/2020/apresentacao_pesquisa_covid19_censo_escol
ar_2020.pdf
Crítica é a lente utilizada como referencial teórico metodológico através dos
pensamentos de Theodoro Adorno.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A situação da Covid-19 foi declarada pandemia em 11 de março de 2020, cinco
dias depois os estudantes e profissionais da educação no Brasil deixavam as escolas
para mais um final de semana e não retornaram por longos meses, outros por mais de
um ano e ainda existem aqueles que não tem previsão de retorno mesmo que já
tenhamos concluído o primeiro semestre de 2021. De fato, são muitos dias sem a
presença física nas escolas e a uma oferta de educação emergencial que não se
assemelha com Educação à distância que é referendada. Inclusive a legislação precisou
ser modificada e tudo se iniciou com a Portaria, Nº 343 de 17 de março de 2020.
A precarização da educação pública está evidenciada na pandemia, as condições
de funcionamento foram/estão péssimas e o subsídio aos estudantes e professores
reforçam o descaso com a educação. E “[...]o professor se converte lenta, mas
inexoravelmente, em vendedor de conhecimento, despertando até compaixão por não
conseguir aproveitar melhor seus conhecimentos em benefício de sua situação
material.” (ADORNO, 1995 p.105). Os “Resultados do Questionário Resposta
Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil” realizado no Censo 2020 apontam que
a maioria das atividades estavam voltadas para a tecnologia.
Esses dados já revelam que uma parcela significativa de nossa população não
possui acesso à internet em seus domicílios. Mas quem é esse 1/5 da população?
“Vivem nesses domicílios cerca de 42 milhões de pessoas, entre as quais, 7 milhões são
de estudantes, 95% matriculados em escolas públicas e 71% cursando o ensino
fundamental” (COLEMAX, 2020. p.16). Ou seja, se olharmos com cuidado para esses
dados entenderemos quem são esses números, quem são essas pessoas, quais são os
estudantes que mais precisam se subsídios para garantir a educação que lhes é direito.
Como medidas paliativas em meio a falta de uma política de nação para com
educação, vemos existiu uma busca pelos estudantes e que o percentual que não
procurou informações sobre a participação dos estudantes é extremamente baixa.
Gráfico 3- Percentual de escolas por forma de monitoramento da participação
(frequência) dos alunos nas atividades de ensino não presenciais- Brasil 2020
A realidade foi muito diferente do que se desejava e do que poderia ter sido feito
com investimentos em políticas educacionais mesmo diante desse cenário. Os
equipamentos e o acesso a internet ficaram como responsabilidade individual e a forma
como utilizá-los é outra questão que merece atenção porque não houve formação para
atuar dessa forma e boa parte dos profissionais não realizou treinamento de nenhum
tipo. Assim que todos foram surpreendidos com a pandemia tudo foi novidade e
improviso, mas com o passar dos dias e dos meses isso deixou de ser compreensível. E
a utilização de meios digitais para práticas comuns no ensino presencial não é a
indicação porque é apenas: “A velha, mas ainda forte, educação bancária (FREIRE,
2004) agora tem um ar moderno apenas”. (SOARES, 2020. p.9)
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Segundo dados do Censo Escolar de 2020 as matrículas da educação especial estão distribuidas por
esferas administrativas da seguinte maneira: 702.534 na rede municipal, 401.536 matrículas na rede
estadual, 6.434 na rede federal e 198.396 na rede privada.
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/resumo_tecnico_censo
_escolar_2020.pdf
Existe uma diferença muito significativa entre a utilização de plataformas, sites e
redes sociais já existentes para algo desenvolvido pelas secretarias de educação, o que
mais uma vez reforça que as escolas precisaram agir sem o suporte necessário nesse
contexto pandêmico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação que vem sendo ofertada aos estudantes da rede pública de ensino ao
longo da pandemia tem sido muito aquém do que deveria ser e “É nesta disputa de
oportunidades que não podemos deixar de marcar quanta potência há no espaço escolar”
(CUNHA, SCRIVANO e VIEIRA. 2020 p.134). Ao logo desse artigo apontamos que nem o
básico (equipamento e internet) foram questões centrais de políticas públicas, que as
escolas foram subservientes as determinações quando é fundamental que os:
[...] professores tenham uma luz quanto ao que eles próprios fazem, em vez
de se manterem desprovidos de conceitos em relação à sua atividade. As
limitações objetivas que, bem sei, se abatem sobre muitos, não são
invariáveis. Auto-reflexão e o esforço crítico são dotados por isso de uma
possibilidade real, a qual seria precisamente o contrário daquela dedicação
férrea pela qual a maioria se decidiu. (ADORNO, 1995, p. 69)
A consciência crítica sobre a realidade da educação é a única possibilidade de
mudança e diante de uma pandemia não havia solução simplória que pudesse solucionar
os desafios impostos pela realidade, se é que havia alguma possibilidade de manutenção
do ano letivo sem que os estudantes tivessem prejuízos. O que aconteceu com a
educação pública brasileira ao longo de 2020 aponta para uma perda muito grande de
oportunidades de aprendizagem tendo em vista que não foram construídas políticas que
garantissem a oferta de uma educação de qualidade, dessa forma além de todas as
preocupações oriundas em função da COVID-19, os estudantes e profissionais da
educação tiveram que resolver, ou ao menos tentar, questões com equipamentos em
internet o que podemos considerar trivial em tempos de atividades não presenciais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS