Relatório Carbono e Sua Propriedades

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EXPERIMENTO 3

CARBONO E SEUS COMPOSTOS

Relatório apresentado à professora Rosenira Serpa em


cumprimento das atividades práticas da disciplina
Inorgânica Descritiva CET038. Elaborado pelas
discentes Bruna Rafaela dos Santos e Josciane Teles.

ILHÉUS
Abril/2019
1. Introdução
O carbono é um não metal tetravalente pertencente ao grupo 14 da tabela periódica,
apresentando massa atômica 12 e número atômico 6. É o 17° elemento mais abundante em
peso na crosta terrestre. Dentro do seu grupo o carbono é o elemento que mais se destaca, pois
é um constituinte essencial de toda matéria viva.

Dento da química orgânica o carbono apresenta um papel central, mas ele também forma
muitos compostos binários com os metais e os não metais e uma enorme gama de compostos
organometálicos. Os compostos inorgânicos de carbono são produzidos em larga escala. Por
possuir uma grande afinidade com os elementos altamente eletronegativos, tais como
oxigênio e flúor, o carbono forma compostos importantes com estes. Como exemplo temos o
CO2 que é essencial para a vida das plantas, e os compostos de carbono e flúor que são usados
amplamente em diversos produtos de consumo, na indústria e no laboratório. (Atkins, 2003)

O carbono se apresenta em grandes quantidades, combinado com outros elementos e


compostos, principalmente como carvão, petróleo e rochas calcárias, tais como calcita CaCO3,
Magnesita MgCO3 e dolomita [MgCO3 . CaCO3]. O carbono também pode ser encontrado na
sua forma nativa. São exploradas grandes quantidades de grafite, e quantidades muito
pequenas de diamante também são obtidas por mineração. O dióxido e o monóxido de
carbono são muito importantes industrialmente. Mesmo ocorrendo em pequenas quantidades
na atmosfera o CO2 é extremamente importante considerando o seu papel central no ciclo do
carbono, como a fotossíntese e a respiração. O CO é um combustível importante que forma
compostos do grupo das carbonilas metálicas (Lee, 1999).

Os compostos de carbono quando aquecidos na ausência de ar formam uma massa negra


chamada de amorfo (carvão). Os carvões diferem um do outro pelas suas propriedades em
função da substância a partir da qual foram obtidos e pelo método de obtenção. Os mais
importantes são: carvão coque, carvão de madeira, carvão animal e negro de fumo. O carvão
ativado apresenta a capacidade de adsorver substâncias. Ele possui uma área superficial muito
alta que em alguns casos excede a 1000 m2g-1, devido ao tamanho pequeno das partículas.
Sendo assim, o carvão ativo é um adsorvente muito eficiente para moléculas, incluindo os
poluentes orgânicos da água, gases nocivos no ar e impurezas de misturas reacionais (Atkins,
2003).

O carvão ativado é fabricado aquecendo ou oxidando quimicamente a serragem ou a turfa


(Lee, 1999). Também pode ser obtido a partir de resíduos agroindustriais e de plantas da
agricultura, principalmente os que contem celulose, pois apresentam uma potencial adsorção
de diversos poluentes.

2. Objetivo

Analisar os compostos de carbono e estudar algumas de suas propriedades.

3. Materiais e Reagente

Béquer Permanganato de Potássio (KMnO) 0,1mol


Bastão de Vidro Carvão Ativado
Proveta Carbonato de Cálcio (CaCO3)
Espátula Ácido Clorídrico concentrado (HCl)
Fósforo Bicarbonato de Cálcio (NaHCO3)
Tubo de Ensaio Carbonato de Sódio Anidro (Na2CO3)
Capela de Exaustão Carbonato de Sódio hidratado (Na2CO3)
Funil / Papel de Filtro Água destilada
Papel indicador de pH Álcool Etílico
Kitassato Hidróxido de Amônio (NH4OH) 0,1mol
Cadinho Azul Bromotimol

4. Procedimento

4.1. Propriedades adsorventes: Carvão Ativo

Para analisar as propriedades adsorventes do carvão ativado montou-se um sistema de


filtração simples. Primeiramente adicionou-se carvão ativado a uma solução de permanganato
de potássio 0,1 mol L-1, filtrou-se a solução. Após a filtração observou-se se a solução de
KMnO4 foi descorada pelo carvão ativado. Para analisar a presença de K + colocou-se um
algodão umedecido com o filtrado em um cadinho e realizou-se o teste de chama, observando
a sua cor.
4.2. Obtenção do Dióxido de carbono

Para obtenção do dióxido de carbono foi montado o seguinte esquema, acoplou-se um funil
contendo HCl concentrado a um kitassato que continha pedaços de carbonato de cálcio
(CaCO3). A medida que o ácido clorídrico caia dentro do kitassato o carbonato de cálcio era
decomposto formando CO2. O dióxido de carbono formado passava por uma mangueira e era
transferido para um tubo de ensaio que continha uma solução de amônia.

4.3. Carbonato: Hidrólise e Estabilidade Térmica

a) Foram enumerados dois tubos de ensaio, no tubo 1 adicionou-se 3 mL de uma solução de


bicarbonato de sódio (NaHCO3) e tubo 2 adicionou-se 3 mL de uma solução de carbonato de
sódio (Na2CO3). Em seguida fez-se a leitura do pH das soluções.

b) Foram enumerados três tubos de ensaio, adicionou-se algumas miligramas de carbonato de


sódio hidratado no tubo 1, carbonato de sódio anidro no tubo 2 e bicarbonato de sódio no tubo
c) Os tubos foram aquecidos, e identificou-se os produtos da decomposição térmica. Após
esfriar as amostras, dissolveu-se os resíduos em água destilada, e comprovou-se o pH das
soluções.

5. Resultados e Discussão

5.1. Resultados obtidos para a observação das propriedades adsorventes do carvão ativo

Ao misturar a solução de permanganato de potássio (KMnO 4) com o carvão ativado e fazer a


filtração foi observado que houve uma mudança de coloração da solução, o que indica que o
KMnO4 é descorado na presença do carvão ativo. Isso ocorre devido a grande capacidade de
adsorção do carvão, pois o carvão ativado apresenta uma alta área de superfície o que o torna
um adsorvente muito eficiente para moléculas.

KMnO4(aq)  K+(aq) + MnO4-(s)

A conclusão deste procedimento seria fazer o teste de chamas com o filtrado para indicar a
presença do íon K+. Contudo não foi possível realizar o teste de chamas, pois, o algodão que
deveria ser levemente umedecido e depois aquecido em um cadinho foi completamente
encharcado da solução filtrada o que não permitiu ser incendiado. A fim de ainda tentar
realizar o teste de chamas, o cadinho com o algodão molhado foi colocado na estufa com
intenção de secar a água, porém mesmo no final da aula o algodão não havia secado o
suficiente para que se incendiasse. Caso o teste de chamas fosse realizado esperava-se
observar uma chama levemente violeta que indicaria a presença do íon K+.

5.2. Resultado obtidos para obtenção de dióxido de Carbono

O dióxido de carbono gasoso seria obtido pela adição do ácido clorídrico diluído ao carbonato
de cálcio pela reação:

CaCO3(s) + 2HCl(l)  CaCl2(aq) + CO2(g) + H2O(l)

No sistema para a obtenção de CO2 no laboratório o ácido clorídrico diluído HCl foi
despejado num recipiente contendo carbonato de cálcio CaCO3 para reagir. A reação liberou
CO2 que foi levado por um tubo que estava ligado a uma proveta contendo solução diluída de
amônio NH4OH na coloração azul. Esta coloração se deve ao fato do hidróxido de amônio ter
sido misturado com azul bromotimol, que é um indicador de ácido-base que em soluções
básicas exibe uma coloração azul e em soluções ácidas exibe uma coloração amarelada. O
dióxido de carbono é, segundo a literatura, um óxido fraco de Lewis, portanto o CO 2 gasoso
produzido ao entrar em contado com o hidróxido de amônio deveria ter aumentado o caráter
ácido da solução denotado pela mudança da coloração para amarelo, todavia isso não ocorreu.

A solução de hidróxido de amônio estava diluída a 0,1 mol L -1, e deveria apresentar um pH
pouco básico, em torno de 8, para que o CO2 conseguisse baixar o pH para ácido. Contudo
antes do procedimento foi medido o caráter básico desta solução que apresentou um pH 10,
muito elevado para que o CO2 conseguisse baixar o suficiente para que o indicador de ácido-
base mudasse a cor da solução para amarelo. Não podemos afirmar que o CO 2 ao entrar em
contato com o hidróxido de amônio não baixou seu pH pois este não foi medido após a
realização do experimento, só podemos afirmar que a solução não ficou ácida pois não houve
mudança de cor.
5.3. Resultados obtidos para experimentos de carbonatos: Hidrólise e estabilidade
térmica

Teste de pH das soluções aquosas de carbonato de sódio e bicarbonato de sódio: As soluções


aquosas de um sal podem mudar seu pH dependendo da forma que foram obtidas. A hidrólise
salina é uma dessas formas, que é a interação dos íons de um sal com os íons da água
formando substância ácidas e/ou base fracas.

A medição do pH de bicarbonato de sódio deu 8, a sua solução aquosa se dá pela formula


química:

NaHCO3(s) + H2O(l)  H2CO3(aq) + NaOH(aq)

O que explicaria o seu pH quase neutro, porém um pouco mais para o lado básico, uma vez
que o ácido carbônico H2CO3 é um ácido fraco, e o hidróxido de sódio é uma base forte.

A medição do pH do carbonato de sódio de 11, e o preparo da sua solução aquosa se dá pela


fórmula química:

Na2O(s) + H2O(l)  2NaOH(aq)

Diferente do bicarbonato que deu m pH quase neutro, esta solução aquosa é bem básica já que
em meio aquoso forma o hidróxido de sódio que é uma base forte bem conhecida.

Aquecimento de carbonato de sódio hidratado Na2CO3: A reação de queima deste sal liberou
gás carbônico e água gasosa, denotados pela presença de fumaça e tubo de ensaio que ficou
embaçado pelo “vapor”.
Na2CO3*10H2O(s)  CO2(g) + Na2O(s) + 10H2O(g)

Como é observado pela reação, o resíduo formado na queima foi o óxido de sódio, que é
comumente utilizado na produção de hidróxido de sódio, uma base forte. Isso pôde ser
constatado no experimento quando foi adicionado água ao resíduo e o seu pH testado que deu
13, esta reação pode ser observada pela reação:

Na2O(s) + H2O(l)  2NaOH(aq)

De acordo com a literatura, as temperaturas de decomposição de compostos termicamente


instáveis (tais como os carbonatos) aumentam com o raio do cátion. É fato conhecido que o
raio do cátion Na+ é bem pequeno, e os resultados do experimento seguiu o que a literatura
afirma. O que é importante discorrer sobre essa observação, é que se em diferentes
carbonatos, o ânion CO32- não muda, logo sua temperatura de decomposição é constante,
consequentemente a variação na estabilidade do carbonato é correlacionada ao cátion, mais
precisamente ao seu raio que é o que varia ao descer as famílias por exemplo.

Aquecimento de carbonato de sódio anidro Na2CO3: A reação de queima deste sal liberou gás
carbônico e água gasosa, denotados pela presença de fumaça.

Na2CO3  CO2(g) + Na2O(s)

Como é observado pela reação, o resíduo formado na queima foi o óxido de sódio, que é
comumente utilizado na produção de hidróxido de sódio, uma base forte. Isso pôde ser
constatado no experimento quando foi adicionado água ao resíduo e o seu pH testado que deu
12, esta reação pode ser observada pela reação:

Na2O(s) + H2O(l)  2NaOH(aq)

A partir da reação do resíduo com a água o processo é basicamente igual ao do aquecimento


com o carbonato de sódio hidratado, formando a mesma solução básica com o pH quase
idêntico.

Aquecimento do bicarbonato de sódio NHCO3: Ao levarmos o bicarbonato de sódio ao bico


de Bunsen, foi possível observar a liberação de gás, a queima deste sal pode ser melhor
observada ela reação:

2NaHCO3(s)  Na2O(s) + CO2(g) + H2O(g)


Através da equação química podemos observar que a o aquecimento do bicarbonato de sódio
resulta da formação de um outro carbonato. O bicarbonato se decompõe a temperatura
relativamente baixas, contudo o que foi formado não se decompôs. Neste caso, como estamos
vendo somente sobre carbonatos acabamos considerando mais somente a entalpia de reação,
pois a entropia vai ser constante. Todavia, se observamos toda a energia que foi fornecida
para decompor o bicarbonato de sódio, que ao invés de se decompor em um óxido e o dióxido
de carbono, acabou se decompondo em mais um carbonato, como se fosse uma decomposição
incompleta. Portanto, precisaria de mais energia fornecida para outra decomposição, neste
caso a do carbonato de sódio (Na2CO3) formado. Isto aumentaria a entropia desta reação que
iria se sobrepor a entalpia da reação o que termodinamicamente tornou esta segunda
decomposição proibitiva. Pode se pressupor que o carbonato formado na queima do
bicarbonato de sódio não se decompôs pois não houve energia o suficiente que compensasse
isso, logo a temperatura correta para tal não pôde ser alcançada no bico de Bunsen.

Após a queima do bicarbonato, ao resíduo formado foi adicionado água, e uma leve
efervescência foi observada. Neste caso no carbonato de sódio Na2CO3, temos então a reação

Na2CO3(s) + H2O(l)  2NaOH(aq) + CO2(g)

Foi testado o pH desta solução que deu 11, e a partir disto já era possível afirmar que havia
sido formado uma solução básica que pode ser observada pela equação acima. Foi formado
hidróxido de sódio. Quanto ao CO2 formado, sabendo que a reação de carbonatos e
bicarbonatos em meio aquoso é uma outra forma de obtenção de dióxido de carbono,
podemos pressupor que foi o que ocorreu nesta situação, afinal a água só foi adicionada ao
tubo depois do seu resfriamento.

6. Conclusão

Através deste experimento foi possível conhecer diversos compostos inorgânicos do carbono.
Com base nos experimentos e através de seus resultados, foi possível observar alguns destes
compostos do carbono, como carbonatos e carvão e analisar suas propriedades que
conhecíamos somente através da literatura e evidenciar as inúmeras aplicações que o carbono
tem para química tanto na indústria com o uso do dióxido de carbono e os carvões, quanto
para a bioinorgânica, como o uso do bicarbonato de sódio para o trato de azias.
7. Referências bibliográficas

Lee, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Tradução da 5ª ed. inglesa. Editora Edgard
Blücher Ltda. pp. 24, 217, 360-370. 1999.

ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o


meio ambiente. 5ºed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

Produção de carvão ativado a partir de resíduos vegetais. Disponível em:<


https://online.unisc.br/seer/index.php/jovenspesquisadores/article/download/3600/2675>

Artigo Decomposição Térmica do Bicarbonato de Sódio - do Processo Solvay ao Diagrama


Tipo Ellingham. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=4675.

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