Apostila Nutrição e Dietética LL
Apostila Nutrição e Dietética LL
Apostila Nutrição e Dietética LL
Curso de Nutrição
APOSTILA
NUTRIÇÃO HUMANA E
DIETÉTICA
Planejamento Dietético
Uma dieta adequada deve ser planejada a partir da estimativa do Gasto Energético Total (GET), que
vai determinar o Valor Energético Total (VET) que a dieta deve disponibilizar.
A partir do VET deve-se distribuir a contribuição dos macronutrientes que fornecem energia
(proteínas, lipídios e carboidratos). A distribuição utilizada é a recomendada pela FAO (Joint
FAO/WHO Expert Consultation Technical Report Series 916-Diet, nutrition and the prevention of
chronic diseases) e pela FNB (Food and Nutrition Board) do Institute of Medicine da National
Academy of Science.
As DRIs também estabelecem quantidades de carboidratos, fibras, proteínas e lipídios (Quadro 1).
Os valores de carboidratos foram estabelecidos de acordo com a quantidade mínima de glicose
utilizada para função cerebral (130g/dia), apesar de a quantidade ingerida geralmente ficar acima.
As quantidades mínimas de fibras dietéticas totais também são estabelecidas nesse documento.
Com relação à distribuição de macronutrientes no valor energético total da dieta (Quadro 2), as
DRIs utilizam o conceito de AMDR (Acceptable Macronutrient Distribution Range). Pode ser definido
como os limites percentuais de ingestão de proteínas, lipídios e carboidratos associados ao
atendimento às necessidades nutricionais e a redução no risco de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT). A AMDR deve ser considerada como uma distribuição energética “aceitável”,
e não como um parâmetro de adequação.
Quadro 3. Distribuição energética para proteínas, lipídios e carboidratos. Technical Report Series
n 916 (FAO/OMS, 2003).
RECOMENDAÇÕES CARACTERÍSTICAS
Quadro 4. Interim Summary of Conclusions and Dietary Recommendations on Total Fat & Fatty Acids
The Joint FAO/WHO Expert Consultation on Fats and Fatty Acids in Human Nutrition (FAO/OMS,
2008).
RECOMENDAÇÕES CARACTERÍSTICAS
Gordura Total (AMDR) 20 a 35% do VET (mínimo de 15%)
Ácidos Graxos Saturados < 10% do VET
Ácidos Graxos Poli-insaturados (AGPI) 6 a 11%
AGPI do tipo ômega 6 2,5 a 9% do VET
AGPI linoleico 2 a 3% do VET
AGPI do tipo ômega 3 0,5 a 2% do VET
AGPI alfa-linolênico > 0,5 % do VET
AGPI EPA + DHA 0,25 a 2g por dia
Ácidos graxos monoinsaturados Por diferença
Ácidos graxos TRANS < 1% do VET
COLESTEROL Não referido
3. PLANEJAMENTO DIETÉTICO
A alimentação pode ser entendida como a forma pela qual os indivíduos viabilizam o consumo de
sua dieta, constituída de alimentos provenientes do meio ambiente. Para uma nutrição adequada,
os indivíduos necessitam de uma variedade de alimentos a fim de compor, sua alimentação de
forma equilibrada, e necessitam de orientações e planejamento que considere suas características
biopsicossociais, isto é, dados pessoais e demográficos (gênero, idade, escolaridade, renda, tipo de
trabalho, nível de atividade física), hábitos e práticas alimentares, frequência e local de refeições,
disponibilidade de alimentos, além do estado nutricional (antropométrico, bioquímico e clínico) e
também das atitudes alimentares e dos aspectos emocionais e sociais relacionados às escolhas.
A partir das características do indivíduo devem-se propor as refeições por horário, discriminando
nome dos alimentos e/ou preparações, indicando a composição da refeição, a forma de consumo
e de preparo, medidas usuais e quantidades em gramas ou mililitros, além de recomendar escolhas
alimentares por grupos de alimentos, equivalentes em energia, densidade energética e alimentos-
fonte. Além disso, indicar locais de compra, seleção, armazenamento e orientar formas de preparo
para obtenção de melhor aproveitamento do valor nutritivo.
A PIRÂMIDE ALIMENTAR (Figura 1) adaptada para a população brasileira foi desenvolvida com o
objetivo de transformar e reunir os conhecimentos científicos sobre a ingestão alimentar em um
instrumento que facilitasse a seleção e o consumo de todos os grupos de alimentos. Para tanto,
foram utilizados alimentos habituais e tradicionais da população brasileira, sugerindo inclusões e
modificações a partir do guia alimentar americano proposto em 1992 (PHILIPPI et al., 1999). Após
várias modificações, os alimentos atualmente estão distribuídos em oito grupos de alimentos e em
quatro níveis, de acordo com o nutriente que mais se destacam na sua composição. Para cada grupo
são estabelecidos valores energéticos, fixados em função da dieta e das quantidades dos alimentos,
permitindo estabelecer os equivalentes em energia (kcal). Os valores para gramas, quilocalorias
(kcal) e medidas usuais estão aproximados para facilitar o entendimento das orientações.
As porções são estabelecidas com base nas medidas usuais, ou seja, a quantidade de alimento em
sua forma de consumo, expressa em medidas como xícaras, fatias, colheres de sopa ou unidades (1
fatia de mamão, 4 unidades de biscoitos). A adoção da medida usual de consumo permite um
melhor entendimento, por parte do indivíduo, da quantidade do alimento, uma vez que está
presente na sua prática alimentar diária.
Para o planejamento de uma dieta adequada, com base nos grupos de alimentos, deve-se
considerar DIETA o consumo de alimentos nas 24h a fim de atender às necessidades nutricionais de
indivíduos. Os grupos de alimentos devem ser distribuídos ao longo do dia e os alimentos de um
grupo não podem ser substituídos por de outros grupos, pois, todos são importantes e necessários,
e nenhum deve ser excluído substituído.
Quadro 6. Valor energético e número de porções por grupo de alimentos da Pirâmide Alimentar no
exemplo da dieta de 2000 kcal.
(kcal) (kcal)
Legumes e verduras 15 3 45
Frutas 70 3 210
Feijões 55 1 55
Óleos e gorduras 73 1 73
Total - - 1943
Uma dieta adequada deve ser baseada principalmente em alimentos naturais e ao utilizar alimentos
industrializados, não incluídos nos grupos de alimentos, é importante realizar uma avaliação
cuidadosa, assim como as preparações culinárias (alimentos mistos), sendo alocados nos diferentes
grupos de acordo com a presença do nutriente principal ou desmembrados em seus diferentes
alimentos e respectivas frações.
Tendo em vista que o consumo deve ser controlado por porções, é necessário conhecer a
quantidade correspondente para cada grupo alimentar para se evitar o excesso. Para a melhor
utilização da pirâmide algumas preparações culinárias devem ser divididas em seus ingredientes e
classificadas em diferentes grupos alimentares.
COMO AVALIAR “ALIMENTOS MISTOS”
Lasanha à bolonhesa: considerar a massa da lasanha no grupo do arroz, pão, massa, batata,
mandioca; o queijo no grupo do leite, queijo, iogurte; a carne no grupo das carnes e ovos, o molho
de tomate no grupo das verduras e legumes.
Pizza de calabresa: considerar a massa da pizza no grupo do arroz, pão, massa, batata, mandioca; o
queijo no grupo do leite, queijo, iogurte e a calabresa no grupo das carnes.
Cachorro-quente: considerar o pão no grupo do arroz, pão, massa, batata, mandioca; a maionese
no grupo dos óleos e gorduras e a salsicha no grupo das carnes e ovos.
Bolo de festa: considerar a massa no grupo do arroz, pão, massa, batata, mandioca; margarina no
grupo dos óleos e gorduras; ovos no grupo das carnes e ovos e o recheio ou cobertura no grupo dos
açúcares e doces.
Em todas as refeições do dia deve-se fazer uso moderado dos grupos de óleos e gorduras e açúcares
e doces (escolher entre um doce e uma bebida adoçada por dia). Para elaborar dietas de diferentes
valores energéticos a partir dos grupos da pirâmide, devem-se estimar as necessidades energéticas
do indivíduo e adaptar o número de porções para cada grupo alimentar (Quadro 7). No
planejamento dietético, os grupos de alimentos permitem uma dieta variada, com substituições
energéticas e nutritivas a partir da lista de alimentos (Anexo 1).
Os percentuais apresentados para as diferentes refeições podem variar, assim como as porções, em
função do planejamento dietético. A fixação dos grupos e respectivas porções servem de
orientação, mas podem ser diferentes de acordo com a proposta do planejamento para cada
indivíduo ou o grupo alvo: lactentes, pré-escolares, escolares, adolescentes, adultos e idoso.
Quadro 7. Número de porções por grupos alimentares, segundo o valor energético aproximado das
dietas de 1600 kcal, 1800 kcal, 2000 kcal, 2400 kcal e 3000 kcal.
Grupos da Energia 1600 1.800 2000 2.400 3.000
Pirâmide
kcal kcal kcal kcal kcal
Verduras e legumes 15 2½ 3 3 4 5
Frutas 70 2½ 3 3 4 5
Feijões e 55 1 1 1 1½ 2
oleaginosas
Óleos e gorduras 73 1 1 1 1½ 2
Entende-se por refeição a composição dos alimentos e preparações culinárias distribuídas ao longo
das 24h. A alimentação deve ser composta por 4 a 6 refeições, distribuídas em três refeições
principais (café da manhã, almoço e jantar), com participação de 20 a 35% das recomendações
diárias de energia, e em três lanches intermediários (lanches da manhã, tarde e noite), com 5 a 15%
das recomendações.
Ao compor a refeição principal, pode-se considerar a participação de uma preparação básica, como
por exemplo, arroz ou massa (ou outro alimento do grupo do arroz) e outro alimento do grupo dos
feijões (feijão, lentilha, grão de bico ou soja).
• Carne, peixe, frango ou ovos em suas diferentes formas de preparo (cozido, assado, grelhado
e outras).
Para o planejamento da dieta, deve-se levar em consideração o seguinte esquema de refeições, com
os grupos alimentares que podem variar conforme o padrão alimentar:
▪ Café da manhã: alimentos do grupo do arroz, grupo do leite e grupo das frutas;
▪ Almoço e Jantar: alimentos do grupo do arroz, grupo das verduras e legumes, grupo das
frutas, grupo dos feijões e oleaginosas e grupo das carnes e ovos;
▪ Lanches e outras refeições intermediárias: alimentos do grupo do arroz, grupo do leite ou
grupo das frutas.
As porções estipuladas para cada grupo devem ser posteriormente subdivididas entre as refeições,
respeitando-se o hábito alimentar do indivíduo (Quadro 8).
Quadro 8. Número de porções dos grupos alimentares, por refeição em uma dieta de aproximadamente
2000 kcal.
(kcal)
Verduras e Legumes 15 3 - - 2 - 1 - 45
Frutas 70 3 1 1 1 - - 210
Feijões e 55 1 - - 1 - - - 55
oleaginosas
Óleos e gorduras 73 1 1/3 - 1/3 - 1/3 - 73
CM: café da manhã; LM: lanche da manhã; A: almoço; LT: lanche da tarde; J: jantar; LN: lanche da noite.
As porções estipuladas para cada grupo devem ser posteriormente subdivididas entre as refeições
podem ser planejadas de forma fracionadas, principalmente os grupos de óleos e gorduras e
açúcares e doces, conforme sugestões a seguir.
ÓLEOS E AZEITE
Medida Usual Quantidade Peso Fração kcal
(mL) (g)
MARGARINA
AÇÚCAR
Para auxiliar na seleção dos alimentos pode-se utilizar a abordagem de escolhas alimentares
inteligentes (Quadro 9), que implica na seleção mais adequada baseada no conhecimento e na
preservação sobre o valor nutritivo dos alimentos. Visa também escolher alimentos e/ou
preparações a fim de diminuir o consumo de gorduras e açúcares, aumentando o consumo de frutas,
legumes, verduras, grãos integrais, leite, queijo e iogurte desnatados. Além disso, visa o estímulo
ao consumo dos alimentos regionais e locais, pois além da valorização cultural, provavelmente serão
consumidos alimentos com melhor valor nutritivo e mais saborosos, além de reduzir o consumo de
alimentos industrializados prontos para o consumo, que geralmente contém mais gordura
(principalmente trans e saturada), sódio e açúcares.
Arroz, pão, massa, batata, mandioca: Preferir alimentos e preparações culinárias da sua região;
alimentos com grãos integrais (pães, biscoitos, arroz, massas); preparar o arroz com pouco óleo
e pouco sal, evitar temperos prontos; uso de molhos não gordurosos, como o de tomate e ervas
para acompanhamento de massas; pizza com legumes e pouco queijo; lanches com pão integral
e alimentos do grupo das verduras e legumes; preparações cozidas ou assadas, evitando frituras,
massas folhadas e croissant, bolos confeitados e tortas salgadas. Incluir grãos integrais como
aveia, quinoa, farinhas para o preparo de massas, de pães, bolos e salgados.
Frutas: Consumir frutas regionais e da época; variar os tipos de frutas; preferir sucos naturais
sem açúcar; consumir frutas quando possível com casca e bagaço.
Legumes e Verduras: Variar preparações cruas e cozidas, com casca; cozinhar os alimentos com
pouca água ou no vapor; preparar molhos naturais utilizando tomate, cebola, pimentão, ervas
e temperos frescos. Utilizar folhas verde-escuras.
Leite, queijo e iogurte: Preferir leite e iogurtes desnatados; queijos magros.
Carnes e ovos: Preferir cortes magros; retirar a gordura aparente e a pele das aves; consumir
peixes pelo menos 1 vez por semana; preferir ovos cozidos aos fritos, utilizar carnes assadas e
grelhadas e evitar os alimentos embutidos e processados (hambúrguer, salsicha, linguiça).
Feijões e oleaginosas: Consumir 1 parte de feijão para 2 de arroz; evitar colocar carnes gordas
e muito óleo e sal ou temperos prontos no feijão; consumir as nozes, castanhas com moderação.
Óleos e gorduras: Preferir azeites e óleos vegetais às gorduras animais.
Açúcares e doces: Usar pouco açúcar nas preparações culinárias e evitar adoçar bebidas como
sucos, vitaminas, café e chá.
No planejamento de dietas é importante associar os nutrientes aos grupos de alimentos que são
considerados fontes. Os grupos de alimentos são organizados com o princípio da equivalência
energética e nutritiva, isto é, podem ser substituídos sem alterar a composição e o valor nutricional.
Existem diferentes instrumentos utilizados para registro e avaliação do consumo alimentar e uma
preocupação importante é a qualidade da informação. Em geral, os alimentos são registrados em
valores de medidas usuais (medidas como são reconhecidas) e a avaliação do alimento é realizada
em medidas de peso (g). Tabelas de conversão são essenciais para determinar a equivalência de
peso do alimento em relação a sua medida usual.
OBS: Adotar a tabela adaptada pelas professoras Dra Kátia Andrade e Dra Rita de Cássia de Aquino,
e digitado por alunas do Curso de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul e da USJT. A publicação
foi reformatada como manual com o objetivo de facilitar a consulta da medida usual, e seu
respectivo peso, durante o atendimento nutricional, permitindo o cálculo e a avaliação da dieta
referida pelo paciente.
Para avaliar uma dieta, é importante conhecer a quantidade de energia (quilocalorias) em relação
ao peso dos alimentos (kcal/ por grama) relacionado a sua porção usual, denominado densidade
energética. Um alimento cuja densidade energética é alta fornece uma quantidade maior de energia
em uma menor porção, enquanto um alimento com densidade energética baixa fornece a mesma
quantidade em uma porção maior. Para aumentar a sensação de saciedade, é recomendado
escolher alimentos de menor densidade energética.
A gordura é o nutriente com maior densidade energética, fornecendo 9 kcal/g, isto é, mais que o
dobro de proteínas e carboidratos (4 kcal/g), e alimentos com quantidades maiores de gorduras
apresentam maior densidade. Se a quantidade de gordura de um alimento for reduzida, é possível
consumir uma porção maior com a mesma quantidade de energia.
DENSIDADE ENÉRGETICA
energia (kcal)
CÁLCIO Fósforo
NUTRIENTE ANÁLISE
PROTEÍNAS NORMO OU HIPERPROTEICA
LIPÍDIOS NORMOLIPÍDICA
CARBOIDRATOS NORMOGLICÍDICA
VET NORMOCALÓRICA (+/- 5%)
Do ponto de vista prático e considerando-se as principais características dos alimentos e grupos que
devem compor uma dieta, devem ser considerados os “10 PASSOS PARA O PLANEJAMENTO DA
DIETA”.
PASSO 1
INFORMAÇÕES E DADOS
✓ Ouvir o indivíduo para quem será planejada a dieta;
✓ Obter dados sobre: refeições, horários, composição de cada refeição, preferências, aversões,
intolerâncias e outras informações relacionadas aos hábitos alimentares;
✓ Considerar a inserção socioeconômica, disponibilidade de alimentos e condições de
aquisição e preparo;
✓ Realizar ajustes conforme a identificação de hábitos alimentares inadequados.
PASSO 2
DETERMINAÇÃO DO VALOR ENERGÉTICO TOTAL (VET)
✓ Estimar as necessidades energéticas segundo sexo, idade, peso, estatura e nível de atividade
física.
PASSO 3
PASSO 5
PASSO 6
✓ O Café da Manhã deve ser composto basicamente por: leite, iogurte, queijo, pães integrais,
cereais e/ou outras fontes de carboidratos e frutas;
✓ O Almoço e o Jantar devem ser compostos por: preparação básica (cereais-arroz e
leguminosas-feijão e carnes), acompanhamento (verduras e legumes), salada (verduras e
legumes cozidos ou crus e fria), bebida (não obrigatória, água ou suco s/açúcar), sobremesa
(fruta);
✓ Os lanches e outras refeições intermediárias são facultativos, devendo ser compostas por
pequenas porções de alimentos como leite, iogurte, queijo, pão, cereais ou frutas ou outro
grupo, conforme o planejamento e a distribuição programada)
PASSO 7
✓ A dieta deve ser planejada observando-se a maior variedade de cores, pois quanto mais
colorida mais saudável é a dieta. A consistência deve ser variada, sendo que os alimentos
devem ter crocância, consistência, maciez compatíveis com cada grupo de alimento;
✓ O sabor é um atributo importante respeitando-se as preferências, estimulando a diminuição
do sal e açúcar. Devem ser estimulados o uso de ervas, temperos para conferir e melhorar o
sabor dos alimentos;
✓ A temperatura dos alimentos deve ser observada para planejar sopas, caldos, sorvetes e
preparações culinárias que demandem cocção em forno ou resfriamento em freezer. As
temperaturas adequadas são imprescindíveis para uma boa aceitação do cardápio.
PASSO 8
✓ Ajustar o consumo da energia ao nível da atividade física para atingir e manter o Peso
adequado;
✓ Consumir uma grande variedade de alimentos para garantir a adequação de nutrientes;
✓ Considerar as necessidades de nutrientes específicos para cada fase da vida e selecionar os
alimentos fonte destes nutrientes para compor a dieta;
✓ Consumir mais frutas, verduras e legumes, no mínimo 5 porções/dia;
✓ Consumir menos gordura total (até 30% do VET) e gordura de origem animal (AG saturados)
e colesterol (até 300 mg/dia);
✓ Consumir proteínas para atender às necessidades;
✓ Aumentar o consumo de carboidrato total, principalmente polissacarídeos e fibras
alimentares;
✓ Consumir água fluoretada diariamente;
✓ Manter a ingestão adequada de Fe e Ca, consumindo alimentos-fontes;
✓ Consumir açúcar (até 10% do VET), sal (até 6 g/dia) e álcool com moderação;
✓ Consumir café (3 a 4 xícaras pequenas/dia).
PASSO 9
PASSO 10
DADOS PESSOAIS
Nome:
Sexo: Idade:
Atividade(s):
CARACTERÍSTICAS DA DIETA
VET:
Refeições:
Consistência:
Temperatura:
Outras:
DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA
VET: ____________________ kcal
PLANEJADO OBTIDO
% kcal g % kcal g
PTN
LIP
CHO
VET
REFEIÇÕES
CAFÉ DA MANHÃ
LANCHA DA MANHÃ
ALMOÇO
LANCHA DA TARDE
JANTAR
LANCHA DA NOITE
GRUPOS ALIMENTARES POR PORÇÕES
ENERGIA/
PORÇÃO
porções
nº. de
GRUPO CM LM A LT J LN TOTAL
(kcal)
Arroz 150
Hortaliças 15
Frutas 70
Leite 120
Carnes 190
Feijões 55
Óleos 73
Açúcares 110
TOTAL (kcal)
5. Guia Alimentar da População Brasileira
O Modelo de Perfil Nutricional (MPN) (OPAS, 2016) faz parte do Plano de Ação para Prevenção da
Obesidade em Crianças e Adolescentes aprovado pelos estados membros, incluindo o Brasil. O
documento tem como objetivo de servir como instrumento para classificar alimentos e bebidas que
contenham uma quantidade excessiva de açúcares livres, sal, gorduras saturadas e ácidos graxos
trans. O MPN deverá ser utilizado como instrumento no planejamento e na implementação de
estratégias regulamentadoras que incluem: restrição da promoção e publicidade de alimentos e
bebidas não saudáveis para crianças; regulamentação da alimentação escolar (programas de
alimentação e venda de alimentos e bebidas nas escolas); uso de rótulos de advertência na parte
frontal das embalagens; definição de políticas de tributação para limitar o consumo de alimentos
não saudáveis; avaliação de subsídios agrícolas; seleção de alimentos a serem fornecidos a grupos
vulneráveis por programas sociais.
Caso não haja informação sobre açúcares livres no rótulo do alimento, é preciso calcular sua
quantidade. Existem vários algoritmos para cálculo dos açúcares livres (ou, às vezes, dos açúcares
adicionados) com resultados confiáveis. O grupo de consultores especialistas considerou esses
algoritmos apropriados, porém desenvolveu um método mais simples para calcular a quantidade
de açúcares livres em um produto alimentício com base nas informações fornecidas sobre a
quantidade total de açúcares (Quadro 14).
Quadro 14. Método para cálculo de açúcares livres com base na quantidade de açúcares totais
declarada na embalagem de alimentos e bebidas
Conhecer o valor nutritivo dos alimentos é essencial no direcionamento de ações que buscam a
segurança alimentar e nutricional. A elaboração de tabelas de composição nutricional e centesimal
de alimentos permite o uso destas informações para avaliação de ingestão de nutrientes, além de
colaborar em programas de promoção de educação nutricional, auxiliar no controle de qualidade
dos alimentos, disponibilizar a informação nutricional em rótulos, direcionar a elaboração de
políticas públicas de saúde, permitindo assim a elaboração de guias alimentares para uma
alimentação saudável.
Devem ser verificadas nos programas e aplicativos as tabelas de composição nutricional utilizadas,
o número de alimentos, o uso de medidas usuais, a disponibilidade de fotos de porções, a
possibilidade de inserir no banco de dados de alimentos e medidas, além da disponibilidade de
métodos de avaliação nutricional (parâmetros e indicadores nutricionais, pontos de corte, padrões
bioquímicos), bem como a possibilidade de obtenção de relatórios, além do custo de programa e
suas atualizações.
Trata-se de uma tabela de compilação de dados de outras tabelas de composição nutricional, além
de informações de alimentos industrializados, baseadas na leitura e interpretação de rótulos, fichas
técnicas e informações de serviços ao consumidor. A tabela elaborada para uso do Ministério da
Saúde em 2001 e impressa pela primeira vez em parceria com a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA), Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e Departamentos de
Nutrição da Universidade de Brasília e da Faculdade de Saúde Pública da USP. Foi utilizada para
cálculo das informações nutricionais com finalidade de rotulagem obrigatória.
A nova versão atualizada e revisada apresenta informações de 3.014 itens e 33 nutrientes. Vale
ressaltar que utiliza como fonte de informações que não apresentam informações completas de
todos os nutrientes propostos, sendo assim a sigla “nd” indica que a informação dos nutrientes não
está disponível e podem resultar em subestimativa da ingestão dos nutrientes não disponíveis.
Trata-se da primeira tabela da América Latina a ser disponibilizada na Internet (on line), pode ser
acessada pelo link (http://www.intranet.fcf.usp.br/tabela/index.asp) e é constantemente
atualizada. Adota padrões internacionais (INFOODS/LATINFOODS) no que se refere aos métodos
analíticos, identificação de alimentos e nutrientes; apresenta os alimentos de maneira detalhada
(nome científico, parte do alimento, processamento, grau de maturação, etc.) e os dados por 100g
e por medidas usuais. As informações são encontradas por meio do sistema de busca por alimento,
que contabiliza 1800 dados de composição centesimal, fibra alimentar, amido resistente, vitamina
A e carotenoides, ácidos graxos e colesterol. Os dados de fibra alimentar foram obtidos por método
enzímico-gravimétrico; há informações sobre carboidratos totais e "disponíveis"; os dados sobre
energia são apresentados em quilocaloria (kcal) e quilojoule (kJ) calculado sobre o teor de
carboidratos "disponíveis", ou seja, não inclui a fibra alimentar.
A tabela da USDA é constantemente atualizada, está disponível na internet (on line) e representa
uma excelente fonte de informações complementares às tabelas nacionais. Pode ser acessada pelo
link (http://ndb.nal.usda.gov/ndb/search).
NUTWIN
É o programa de apoio à Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a versão atual
foi compatibilizada para o uso e disponibilizada gratuitamente para download. O programa
possibilita o cálculo de dietas, avaliação antropométrica e adequação pela RDA de 1989. Permite
inserir dados de alimentos e receitas.
DIETPRO
Idealizado pela Profa Dra Sonia Tucunduva Phillipi, pesquisadora da Universidade de São Paulo,
permite avaliar e analisar o estilo de vida, dados clínicos, avaliação dietética, clínica e bioquímica.
Tem cadastrado apenas as tabelas da Dra Sonia Tucunduva Phillipi e TACO. É possível emitir
relatórios das avaliações e evolução. É um programa pago e é possível visualizar a versão
demonstrativa.
DIETWIN
O DIETWIN realiza cadastro dos pacientes e avaliação nutricional. O programa permite realizar
avaliação nutricional e emite relatórios da consulta e evolução. É possível inserir dados de
alimentos, receitas e cardápio. É um programa pago e é possível visualizar a versão demonstrativa.
AVANUTRI
NUTRABEM (aplicativo)
O NUTRABEM é um aplicativo brasileiro de controle alimentar e foi desenvolvido por pesquisadores
da Universidade Federal de São Paulo em parceria com uma empresa de consultoria em alimentação
e nutrição. É um aplicativo disponível gratuitamente para download na App Store e na Android
Market. As informações registradas pelos usuários podem ser exportadas por e-mail e podem ser
utilizadas pelos nutricionistas como registro alimentar.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, K; AQUINO, RC. Manual de medidas usuais – adaptado da “Tabela de medidas referidas
para alimentos consumidos no Brasil – IBGE, POF 2008/2009”. São Paulo, SP, 2011.
INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Dietary Reference Intake for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty
acids, cholesterol, protein and amino acids. Food and Nutrition Board. Washington, DC: National
Academy Press; 2002.
PHILIPPI ST. Pirâmide dos Alimentos. Fundamentos básicos da nutrição. Barueri, SP: Manole; 2008.
PHILIPPI ST; AQUINO, R.C. Dietética: Princípios para o planejamento de uma alimentação saudável.
Barueri, SP: Manole; 2015.
TACO. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 4ed. revisada e ampliada. Campinas, SP:
UNICAMP, 2011. Disponível em
http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.
1 porção = 15 kcal
1 porção = 70 kcal
Alimentos Peso (g) Medidas usuais de consumo
1 porção = 55 kcal
Leite integral longa vida 3,5% gordura-padrão 200,0 1 copo de requeijão (*)
1 porção = 73 kcal
Philippi S T. Pirâmide dos Alimentos: Fundamentos Básicos da Nutrição. Ed. Manole; São Paulo: 2008.
Apêndice 2. Planejamento dietético para adulto
AI 25 - - - - - - -
51
2. AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE MACRONUTRIENTES - EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 1
Calcule o valor energético total das dietas abaixo e classifique quanto à distribuição
52
3. PLANEJAMENTO DIETÉTICO - EXERCÍCIOS
Exercícios
FONTE
BOA-FONTE
EXCELENTE-FONTE
53
Exercício 1 – Densidade Energética
a. Descreva os dez passos para uma alimentação saudável, presentes no guia alimentar.
b. Como o guia alimentar pode ser utilizado para orientação nutricional.
54
4. OS 10 PASSOS PARA O PLANEJAMENTO DA DIETA
55
5. Guia Alimentar da População Brasileira
Faça seu registro alimentar de 1 dia e avalie de acordo com as recomendações do guia alimentar da
população brasileira (2014).
Classifique os alimentos abaixo de acordo com seu processamento, conforme proposto no Guia
Alimentar da População Brasileira de 2014.
Alimentos Classificação
Leite desnatado UHT
Queijo Provolone
Ovo
56
6. USO DE TABELAS DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS E PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO
Exercício 1
Faça um registro alimentar de 3 dias e calcule, com o auxílio de um programa de nutrição (versão
demonstrativa). Faça uma análise crítica do programa a partir dos relatórios obtidos.
Exercício 2
Faça um registro alimentar de 3 dias e inclua os dados no aplicativo Nutrabem e uma análise crítica
sobre o aplicativo.
57