Notas de Aula CV 2023

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RETAS E PLANOS

Neste capítulo faremos o estudo da reta e do plano, suas relações métricas e diferentes
posicionamentos, utilizando os conceitos e resultados do Cálculo Vetorial introduzidos no
capítulo anterior.

3.1 - O PLANO

Basicamente, um plano fica determinado em três situações:


1a) conhecendo-se três pontos não colineares;

2a) conhecendo-se um ponto e dois vetores não colineares;

3a) conhecendo-se um ponto e um vetor perpendicular ao plano.

Em cada caso, vejamos suas equações.

3.1.1 - Plano determinado por três pontos

Da geometria euclidiana sabemos que três pontos P1,


P2 e P3 , não colineares, determinam um plano . Por outro P1

lado, três pontos não colineares P1, P2 e P3 determinam os P2


P3
vetores P1 P2 e P1 P3 , não colineares, logo L. I..

Um ponto qualquer P pertence ao plano se, e Q

somente se, o vetor P1P pertence ao plano gerado pelos P2


P1 P3
vetores P1 P2 e P1 P3 . Na figura ao lado, o ponto P pertence
P
ao plano determinado pelos pontos P1, P2 e P3, pois P1P

pode ser expresso como combinação linear de P1 P2 e P1 P3 .


O ponto Q não pertence ao plano .
Assim, um ponto P qualquer pertence ao plano determinado pelos pontos P1, P2 e P3,
se P1 P for combinação linear dos vetores não paralelos P1 P2 e P1 P3 , isto é,

P1 P p P1 P2 q P1 P3 , com p, q .

Como P1 P OP OP1 , onde O é a origem de um sistema de eixos coordenados


ortogonais, obtemos a equação vetorial do plano determinado pelos pontos P1 ,P2 e P3

OP OP1 p P1 P2 q P1 P3 (1)

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Se P1 = ( x1 , y1 , z1 ), P2 = ( x2 , y2 , z2 ), P3 = ( x3 , y3 , z3 ) e P = ( x , y , z ), então
podemos reescrever a equação (1) da seguinte maneira:

x i y j zk x1 i y1 j z1 k p [( x 2 x1 ) i ( y 2 y1 ) j ( z 2 z 1 ) k ]

q[ i ( y3 y1 ) j ( z 3 z1 ) k ]
ou
xi y j zk x 1 p ( x 2 x1 ) q ( x 3 x1 ) i y1 p( y 2 y1 ) q( y 3 y 1 ) j

[ z 1 p( z 2 z 1 ) q( z 3 z 1 )] k
3
Como { i , j , k } é base do , vem

x x1 p ( x 2 x1 ) q ( x 3 x1 )
y y1 p( y 2 y1 ) q( y 3 y1 ) (2)
z z1 p( z 2 z 1 ) q( z 3 z 1 )

Estas são as equações paramétricas do plano . Os escalares p e q das equações (1) e (2)
chamam-se parâmetros do ponto P. As equações (1) e (2) mostram que a cada ponto P do plano
corresponde um par de parâmetros p, q , e a cada par de números reais p, q corresponde
um único ponto P .
Usando o produto misto podemos também chegar a outro tipo de equação para o plano
determinado pelos pontos P1, P2 e P3. Um ponto P se, e somente se, os vetores

P1 P , P1 P2 , P1 P3 são L. D., isto é, se, e somente se,

P1 P , P1 P2 , P1 P3 0 (3)

Em coordenadas:
x x1 y y1 z z1
x 2 x1 y 2 y1 z 2 z1 0 (4)
x 3 x1 y 3 y 1 z 3 z 1

Calculando o determinante acima, e fazendo


a ( y 2 y 1 )( z 3 z1 ) ( y3 y 1 )( z 2 z1 ) ;
b ( x3 x1 )( z 2 z1 ) (x2 x1 )( z 3 z1 )
c (x2 x1 )( y 3 y 1 ) ( x 3 x1 )( y 2 y 1 )
d (ax1 by1 cz 1 )
obtém-se
ax + by + cz + d = 0 (5)
que é a equação cartesiana do plano .

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Observações: 1) As equações paramétricas e vetorial do plano determinado pelos
pontos P1 , P2 e P3 teriam um aspecto diferente se considerássemos os vetores

P2 P1 , P2 P3 e P2 P . A equação vetorial ficaria

OP OP2 p ' P2 P1 q ' P2 P3 (I)

onde consideramos os parâmetros p’ e q’ . As equações paramétricas ficariam:

x x2 p ' ( x1 x 2 ) q'( x 3 x 2 )
y y2 p' ( y 1 y 2 ) q'( y 3 y 2 ) ( II )
z z2 p' ( z 1 z 2 ) q'( z 3 z 2 )

As equações (1) e (I) ou (2) e (II), representam o mesmo plano determinado pelos pontos
P1 , P2 e P3 , apesar do aspecto diferente. A equação cartesiana do plano determinado por três
pontos é sempre a mesma, qualquer que seja a ordem adotada para se considerar os pontos

P1 , P2 e P3 . Analogamente se considerássemos P3 P1 , P3 P2 e P3 P .

2) Se em vez dos pontos P1 , P2 e P3 tivéssemos tomado outros pontos do plano , por


exemplo, A, B e C, chegaríamos a equação do mesmo plano, mas usando coordenadas diferentes.
Se um ponto M satisfaz (ou não) as equações obtidas de P1 , P2 e P3 , então M satisfaz (ou não)
as equações obtidas de A, B e C (apenas os parâmetros mudam em cada caso).
3) Para se obter um ponto de um plano dado por equações paramétricas, basta atribuir
valores arbitrários aos parâmetros p e q, e calcular suas coordenadas x, y e z. Se o plano for dado
por equação cartesiana, um ponto arbitrário do plano pode ser obtido atribuindo-se valores
arbitrários a duas das variáveis e calculando-se o valor da terceira variável na equação dada.

Exemplo:
1) Obtenha as equações paramétricas e cartesiana do plano que contém pontos
P1 = ( 1, 1, 2), P2 = (1, 2, 1) e P3 = (1, 4, 3). Verifique se os pontos A ( 1, 3, 0 ) B = (1, 1, 2)
pertencem a esse plano. Obtenha um ponto C do plano, distinto dos pontos dados.

Solução: Fixando P1, obtemos os vetores P1 P2 2 i j 3 k e P1 P3 2 i 3 j 5 k do

plano. Assim, as equações paramétricas do plano ficam:


x = 1 + 2p +2q; y = 1 + p + 3q e z = 2 + 3p + 5q, p, q .
Vejamos se o ponto A = ( 1,3,0) , isto é, se existem escalares p e q tais que
1 1 2 p 2q 2 p 2q 0
3 1 p 3q p 3q 2
0 2 3 p 5q 3 p 5q 2

70
Resolvendo o sistema obtemos p = 1 e q = 1. Logo existem parâmetros p e q que
correspondem ao ponto A, isto é, A . Vejamos se o ponto B (1, 1, 2) :

1 1 2 p 2q 2 p 2q 2
1 1 p 3q p 3q 0
2 2 3 p 5q 3 p 5q 0

Temos um sistema é impossível. Logo não existem parâmetros p, q que


correspondem ao ponto B, isto é, B ·. Para obtermos um ponto C distinto dos já citados,
devemos escolher um par de parâmetros diferentes. Note que, ao ponto P1 correspondem os
parâmetros p = 0 e q = 0. Ao ponto P2, correspondem p = 1 e q = 0, e ao ponto P3, os
parâmetros p = 0, q = 1. Tomando p = 2 e q = 3, as equações paramétricas de nos fornecem o
ponto C = (9,12, 19) .

A equação cartesiana do plano é dada por

P1 P , P1 P2 , P1 P3 0.

Como P1 P ( x 1 ) i ( y 1) j ( z 2 ) k , P1 P2 2i j 3 k e P1 P3 2i 3 j 5k ,

vem que:
x 1 y 1 z 2
2 1 3 0 x y z 2 0.
2 3 5

Vejamos se os pontos A = ( 1, 3, 0) e B = (1, 1, 2) estão em . Para que os pontos A e


B pertençam ao plano, suas coordenadas devem satisfazer a equação do plano. Então:
1+3 0 2=0 0 = 0 A .
1+1+2 2=0 2 = 0 , absurdo! B ·.
Para obtermos outro ponto de , diferente de A e B, vamos atribuir, a duas variáveis,
valores arbitrários, porém distintos dos valores já assumidos nos outros pontos. Por exemplo, se
x = 0 e y = 0, vem da equação cartesiana z = 2 e, portanto, D = (0, 0, 2) .

3.1.2 - Plano determinado por um ponto e dois vetores


Este caso é análogo ao 3.1.1. Um ponto P0 e dois
v

vetores u e v não colineares sempre determinam um plano P

. Um ponto P(x, y, z) qualquer pertence ao plano se, e P0

somente se, o vetor P0 P for combinação linear de u e v , u

71
isto é, se os vetores P0 P , u e v são coplanares. Portanto, a equação vetorial do plano será:

OP OP 0 pu qv (1’)

Se P0 ( x0 , y 0 , z 0 ), u u1 i u2 j u3 k e v v1 i v 2 j v 3 k obtemos as equações

paramétricas do plano que contém vetores u e v e passa pelo ponto P0 .

x x0 pu1 q v1
y y0 pu2 q v2 (2’)
z z0 pu3 qv3

Usando o produto misto, podemos expressar o fato do ponto P pertencer ao plano , ou

seja, os vetores P0 P , u , v são L. D. e portanto

P0 P, u, v 0 (3’)

Considerando as coordenadas de P0 , u , v , então temos que:

x x0 y y0 z z0
u1 u2 u3 0 (4’)
v1 v2 v3

Calculando o determinante obtemos a equação cartesiana do plano


ax + by + cz + d = 0 (5)
onde a u 2 v3 u3 v2 , b u 3 v1 u1 v3 , c u1 v2 u 2 v1 e d ( ax0 by0 cz 0 ) .
Exemplo:
1) Obtenha as equações cartesiana e paramétricas do plano que passa por A = (1, 2, 3) e é

paralelo aos vetores u i 3 j k e v 2i 2 j k .


Solução: Vamos determinar a equação cartesiana do plano . Para isto, temos que um

ponto P = (x, y, z) se, e somente se, AP , u e v forem L.D., isto é, se, e somente se,

x 1 y 2 z 3
AP , u , v 0 1 3 1 0 x 3y 8z 29 0
2 2 1

Vamos determinar agora às equações paramétricas de plano que passa pelo ponto

A = (1, 2, 3) e paralelo a u i 3 j k e v 2i 2j k Então, teremos:

x 1 p 2q
y 2 3p 2q
z 3 p q
72
3.1.3 - Plano que contém um ponto e é perpendicular a um vetor

Um vetor n 0 é perpendicular ou normal a um n

plano se, e somente se, n for perpendicular a todos os


vetores paralelos a . Sejam P0 ( x0 , y0 ,z0 ) um ponto do
P0
plano e n ai bj c k o vetor normal de . Um P

ponto P = (x, y, z) pertence ao plano se, e somente se, P0 P

for perpendicular a n , isto é ,


n P0 P 0 (6)

e esta é a equação normal do plano. Se P = (x0 , y0 , z0), P = (x, y, z) e n ai bj c k , então


a equação normal do plano será:

ai bj c k . x x0 i y y0 j z z0 k 0 ax + by + cz + d = 0

onde d ( ax0 by0 cz0 ). Observe que na equação cartesiana (5) os coeficientes de x, y e z

são, respectivamente, as coordenadas de um vetor normal do plano .

Exemplo:
1) Determine a equação normal do plano que passa pelo ponto A = (1, 2, 3) e é paralelo
ao plano 1: 3x - y + 2z + 5 = 0 .
Solução: Chamaremos de 1 o plano pedido e 2
n1 n2 n2
o plano dado. Como 1 é paralelo a 2 eles têm os
mesmos vetores normais. Assim o vetor normal de 1 será
A
n2 3i j 2 k . Seja P = (x, y, z) um ponto qualquer de 1 P 2

1. Como AP ( x 1) i ( y 2) j ( z 3) k , a equação
normal de 1 será

n 2 AP 0 3( x 1 ) ( y 2 ) 2( z 3 ) 0 3 x y 2 z 7 0.
Observações:
1. Dois planos 1 e 2 são perpendiculares ou n1 n2
ortogonais se seus vetores normais forem ortogonais, isto é,
1
n1 . n2 0 .
2

73
2. Para que dois planos 1 e 2 sejam paralelos é n1
necessário, mas não suficiente, que tenham vetores normais
n2
paralelos, isto é, n1 t n2 , t ou n1 n2 0

3.1.4 - Exercícios resolvidos

1) Determine um vetor unitário normal a um plano paralelo aos vetores u 2i j k e


v i 3k .
Solução: Seja plano dado. Se u e v são paralelos a u v
, então u v será perpendicular (normal) a . Portanto u
u v v
w é o vetor pedido. Então,
|| u v ||

i j k
u v 2 1 1 3i 5j k
1 0 3

donde, || u v || 9 25 1 35 . Então, um vetor unitário normal ao plano será

u v 1
w 3i 5j k
|| u v || 35

2) Escreva as equações paramétricas do plano 3x y + 2z + 6 = 0.


Solução: Determinemos três pontos quaisquer A, B e C do plano dado. Fazendo x = 0
e y = 0 na equação do plano, obtemos z = 3 e teremos o ponto A = (0, 0, 3). Da mesma
forma, se x = 0 e z = 0, então y = 6 e teremos o ponto B = (0, 6, 0). Se y = 0 e z = 0, então x = 2

e teremos o ponto C = ( 2, 0, 0). Fixando o ponto A teremos os vetores AB 6j 3k e

AC 2i 3 k do plano e, portanto suas equações paramétricas são: x = 2q; y = 6p e

z = 3 + 3p + 3q, p, q . Para verificarmos se as equações paramétricas estão corretas, basta


substituirmos estas equações paramétricas na equação cartesiana dada. Assim teremos:
6q 6p 6 + 6p + 6q + 6 = 0 ou 0 = 0. Poderíamos determinar de uma maneira mais simples,
as equações paramétricas do plano. Basta fazermos x = p e y = q e substituindo na equação
3 1
cartesiana dada, obtemos 3 p q 2z 6 0 z 3 p q . Assim as equações
2 2
3 1
paramétricas do plano : x = p, y = q e z 3 p q.
2 2

74
3) Seja um plano de equações paramétricas são x = 4 p + 2q, y = 2 + p e z = 3p q
Escreva a equação cartesiana do plano
Solução: As equações paramétricas de um plano contém várias informações úteis
x x0 p a1 qb1 , y y0 pa2 qb2 e z z0 p a3 qb3 . Por exemplo, um ponto P0 do plano é

dado pelos valores livres dos parâmetros p e q: P0 ( x0 , y 0 , z 0 ) . Dois vetores a e b , paralelos

ao plano, são dados pelos coeficientes dos parâmetros p e q. Então, temos a a1 i a2 j a3 k

e b b1 i b2 j b3 k . Para obtermos a equação cartesiana de um plano, precisamos conhecer


um de seus pontos e dois vetores desse plano. Neste caso, temos P0 ( 4 , 2 , 0 ) e os vetores

a i j 3k , b 2i k . Se P = (x, y, z) é um ponto qualquer do plano então


x 4 y 2 z
P0 P , a , b 0 1 1 3 0 x 5y 2z 6 0.
2 0 1

4) Determine a equação do plano que passa pelo ponto A = (1, 2, 0) e é perpendicular aos
planos 3x y 2z 3 = 0 e 2x + y 3z + 1 = 0 .
Solução: Chamemos de 1 o plano de equação 3 x y 2 z 3 0 e de
2:2x y 3 z 1 0 . Observe que eles admitem, respectivamente, como vetores normais
n1 3i j 2 k e n2 2 i j 3 k . Observe que n1 não é múltiplo de n 2 . Logo os planos

1 e 2 não são paralelos. Sejam plano desejado e n o seu vetor normal. Como o plano
deve ser perpendicular aos planos dados 1 e 2 então n é paralelo ao vetor n1 n 2 . Como
A e se P ( x , y ,z ) é um ponto qualquer do plano , então sua equação fica :
3 1 2
( n1 n 2 ) AP 0 2 1 3 0 x y z 3 0.
x 1 y 2 z

5) Determine a equação do plano que contém os pontos A = (1, 2, 3) e B = ( 2, 0, 6) e é


paralelo ao vetor v i 3j . v
Solução : Se A, B , então eles determinam o vetor
B
AB 3i 2 j 3 k do plano , não colinear com v . Seja A P
P = (x, y, z) um ponto qualquer do plano. Então os vetores AP ,

AB e v são L.D.. Portanto, teremos AP, AB, v 0.

Como AP ( x 1)i ( y 2) j ( z 3 ) k então,


x 1 y 2 z 3
3 2 3 0 9 x 3 y 11z 48 0
1 3 0

75
6) Determine o ângulo entre o vetor u ( 1, 1, 3 ) e um vetor normal ao plano cujas
equações paramétricas são x = 2 3p + 2q, y = 1 3p + q e z = 3 + p 2q .
Solução: Analisando as equações paramétricas do plano, concluímos que os vetores
v ( 3, 3, 1 ), w ( 2 , 1, 2 ) são paralelos ao plano dado e, portanto, seu vetor normal será

i j k
n v w 3 3 1 (5, 4,3)
2 1 2

O ângulo entre u e v w é dado por

|u . v w |
5 4 9
|cos u , v w | 0 u, v w 90 0
|| u || || v w|| 11 50

Logo os vetores u e n são perpendiculares entre si e o vetor u é paralelo ao plano dado .

7) Escreva as equações dos três planos coordenados:


Solução: Os planos coordenados são x0y, x0z e y0z. O z x=0
plano coordenado x0y, plano xy, contém a origem 0 = (0, 0, 0) y=0
e é perpendicular ao vetor k , se P = ( x, y, z) x0y , então O y
k OP 0 z 0 . O plano coordenado x0z, plano xz, contém z=0
x
a origem e é perpendicular ao vetor j . Se P = (x, y, z) é um ponto

do plano x0z, então j OP 0 ou y = 0. O plano coordenado y0z, plano yz, cujo vetor normal é
i tem equação é x = 0.

8) Escreva a equação do plano paralelo ao plano x0z, passando por P0 ( 1, 2 , 3 ) .

Solução: Seja o plano que passa por P0 e é paralelo a z

x0z . Note que o plano terá como vetor normal o vetor j e


P0 j
se P = ( x, y, z) , vem que j P0 P 0 . Como
P y
P0 P ( x 1) i ( y 2) j ( z 3 )k x
podemos concluir que a equação do plano será y 2 = 0 ou y = 2.

3.1.5 - Exercícios propostos

1) Escreva as equações paramétricas e cartesiana do plano determinado pelos pontos A = (3, 1, 2),

B = (4, 1, 1) e C = (2, 0, 2).

76
2) Ache a equação do plano que contém o ponto A=(2, 1, 1) e é ortogonal ao vetor

v i 2 j 3 k . Os pontos B = ( 1, 1, 0) e C = (0, 1, 1) pertencem a esse plano ? Justifique.

3) Escreva as equações paramétricas do plano que passa pelo ponto P0 ( 1, 2 , 2 ) e é paralelo


aos vetores u ( 2 , 1, 1 ) e v ( 1, 1, 2 ) . Obtenha outro ponto desse plano.
4) Escreva a forma normal e cartesiana do plano que contém os pontos A = (2, 1, 3) e B = (3, 1, 2) e

é paralelo ao vetor v 3i j 4k .

5) Seja o plano de equação 2x y 3z = 5. Determine o valor de m para que o ponto


P0 ( m , m 2 , 2 ) pertença ao plano. Este plano passa pela origem? Como deveria ser a equação
de um plano paralelo a esse, passando pela origem?

6) Obtenha um vetor unitário normal ao plano 3x y + z = 4. Escreva as equações paramétricas

desse plano.
7) Obtenha um vetor de comprimento 15, normal ao plano x = 2 3p q,y=1+p 2q e

z= p q. Escreva a equação cartesiana do plano dado.

8) O ponto A = (2, 1, 1) é o pé da perpendicular baixada da origem a um plano. Ache a


equação desse plano.

9) Encontre um vetor de comprimento 2/3 e que seja ortogonal ao plano que contém os
pontos M = (1, 0, 0), N = (0, 2, 0) e Q = (0, 0, 3) . Escreva a equação cartesiana desse plano.

10) Descreva e esboce o plano y = 3.

11) Escreva a equação do plano que contém o eixo 0z e um vetor na direção da bissetriz do
ângulo entre os vetores i e j . Esboce o plano.

12) Determine uma base ortonormal negativa { a , b , c } tal que a seja normal ao plano 2x 5y
+ 4z 3 = 0 e os vetores b e c sejam paralelos a esse plano.

13) Escreva as equações cartesiana e paramétricas do plano que passa pela origem e é paralelo ao

plano 5x + 2y 3z + 6 = 0 . O ponto B = (1, 0, 1) pertence a esse plano?


14) Determine as equações paramétricas e cartesiana do plano que contém os pontos

A = (7, 2, 3) e B = (5, 6, 4), e é paralelo ao eixo 0x. O ponto médio de AB pertence a esse
plano?

15) Determine a equação do plano que contém o ponto A = (1, 2, 4) e é paralelo ao plano x0z.

A origem pertence a esse plano? Esboce.

77
16) Dados os planos 2x + my + 3z 5 = 0 e nx 6y 6z = 0, determine os valores de m e n para

que sejam paralelos.

17) Calcule os valores de m para que os planos mx 2y + z = 0 e mx + y + z 1 = 0 sejam


perpendiculares.
18) Escreva a equação do plano que passa pelos pontos A = (1, 1, 2) e B = (3, 1, 1) e é

perpendicular ao plano x y + 3z 5 = 0.
19) Escreva a equação do plano que passa pelo ponto A = (1, 2, 3) e é perpendicular aos planos
2x y + 3z = 0 e x + 2y + z 1 = 0.
20) Obtenha a equação do plano que passa pelo ponto A = (2, 2, -1) e é paralelo aos eixos

coordenados 0y e 0z .

21) Quais pares, das equações abaixo, determinam planos paralelos ?


a) 4x 6y + 10z 14 = 0 e 6x 9y + 15z 14 = 0 c) 4x + 2y 4z = 0 e 2x 6z 4=0

b) x = 1 p + 2q , y = 3p q , z = 2 + 2p 2q d) x 3z + 2 = 0 e 2x 6z 4=0

x=4+p , y=1 +p q , z=1 q.


22) Quais pares, das equações abaixo, determinam planos perpendiculares ?

a) 3x + 9y 2z 5=0 e x y 3z 4=0 c) 3x 5y + z = 0 e x + 5z + 8 = 0
b) x 3y z 9=0 e 2x + y z+1=0

23) Para que valores de m e n os pares de equações abaixo determinam planos paralelos ?

a) 2x + my + 2z = 0 e 3x y+nz 2=0 b) mx + 3y 2z 1 = 0 e 2x 5y nz=0


24) Determine os valores de m e n para que os pares de equações abaixo representem planos

ortogonais :
a) 3x 5y + mz 3 = 0 e x + 3y + 2z 5=0 b) 2x + my + 3z = 1 e n x + y 3z = 6

c) 2x + 7y 3z = 0 e x + my + nz 1=0

25) Indique um vetor paralelo ao plano 3x + 2y z = 4.


26) Escreva a equação do plano que passa pelo eixo 0z e pelo ponto A = (4, 3, 1) . Esboce o

plano.

78
3.2 - A RETA

Basicamente, uma reta é determinada por um ponto e uma direção. Alguns casos
particulares dessa situação serão estudados separadamente.

3.2.1 - Reta determinada por um ponto e uma direção

Dado um vetor v a i b j c k e um ponto v


P0 ( x0 , y 0 , z 0 ) , existe uma única reta r que passa por r

P0 e tem a direção do vetor v . Um ponto P = ( x, y, P0


z)
pertence à reta r se, e somente se, o vetor P0 P for paralelo ao vetor v , isto é, se existir t

tal que P0 P t v . Como P0 P OP OP 0 , então:

OP OP 0 t v, t (7)

Esta é a equação vetorial da reta que passa pelo ponto P0 e é paralela ao vetor v . Em
coordenadas, a equação (7) fica :

xi yj zk x0 i y0 j z0 k t( a i bj ck )
xi yj zk ( x0 at ) i ( y 0 bt ) j ( z 0 ct ) k

Como i , j e k são linearmente independentes, concluímos que

x x0 at
y y0 bt (8)
z z0 ct

Estas são as equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto P0 ( x0 , y0 , z0 ) e tem a

direção do vetor v a i b j c k . O escalar t que aparece nas equações (7) e (8) chama-se

parâmetro do ponto P. O vetor v que dá a direção da reta chama-se vetor diretor da reta r. A
cada ponto P da reta r corresponde um valor do parâmetro t e a cada valor real do parâmetro t em
(7) ou (8) corresponde um ponto P da reta r .
Se v ai b j c k é o vetor diretor de uma reta r e é tal que a 0 , b 0 e c 0 , então
de (8) vem:
x x0 y y0 z z0
t ; t ; t
a b c
Portanto,
x x0 y y0 z z0
(9)
a b c

79
Estas são as equações simétricas da reta r que passa pelo ponto P0 ( x0 , y 0 , z 0 ) na

direção do vetor v ai bj ck .

Exemplos:

1) Escreva as equações vetorial, paramétricas e simétricas da reta que passa pelo ponto

P0 ( 1, 2 , 3 ) e é paralela ao vetor v 4 i 2 j 5 k . Verifique se os pontos A = (5, 0, -3) e


B = (-1, 3, 2) pertencem a essa reta. Obtenha outro ponto C da reta distinto dos anteriores.
Solução: Se P = (x, y, z) r, então as equações vetorial, paramétricas e simétricas da reta
r são, respectivamente :

OP OP0 t v , P0 (1, 2, 3); v 4 i 2 j 5 k ,

x 1 4t
x 1 y 2 z 3
y 2 2t e .
4 2 5
z 3 5t

Vejamos se o ponto A = (5, 0, 2) pertence à reta r. Substituindo suas coordenadas nas


equações paramétricas de r , obtemos :
5=1+4t t=1
0= 2 2t t=1
2= 3 5t t=1
Como ao ponto A corresponde o parâmetro t = 1 concluímos que A pertence a r. Vejamos
se o ponto B = ( 1, 3, 2) pertence à reta r . Substituindo suas coordenadas nas equações
paramétricas de r, temos :

1 1 4t t 1
2
3 2 2t t 1
2
2 3 5t t 1
5
Como não existe um valor do parâmetro t correspondendo ao ponto B, concluímos
que B r. Observe que o ponto P0 ( 1, 2 , 3 ) corresponde ao parâmetro t = 0. Para obter outro

ponto C em r, distinto dos pontos A e P0 , basta atribuir a t um valor distinto dos já usados.
Assim, para qualquer valor real de t, t 1et 0, teremos um ponto na reta. Tomemos, por
exemplo, t = 1. Então, das equações paramétricas da reta r, obtemos x = 3, y = 4 e z = 8 e
assim teremos o ponto C = ( 3, 4, 8) r.

80
3.2.1.1- Reta situada em um plano coordenado

Se a reta r estiver contida em um dos planos coordenados, por exemplo, x0y, cuja
equação é z = 0, qualquer ponto P0 r será do tipo P0 ( x0 , y 0 , 0 ) e todo vetor de r se escreverá

como v ai b j 0 k . Assim, as equações paramétricas de r ficarão:

x x0 a t
y y0 b t , .
z 0

Observe que neste caso não podemos obter as equações simétricas de r, mas sim uma
forma quase-simétrica, para a 0eb 0,
x x0 y y0
; z 0.
a b
Da expressão anterior tiramos:
b
y y0 (x x0 ) ; z 0
a
que é, no plano z = 0, a equação da reta que passa pelo ponto P0 ( x0 , y 0 , 0 ) e tem como

inclinação o número b . Além disso, da equação anterior, obtemos:


a
b b
y x y0 x0 , z 0
a a
b b
Fazendo m ,n y0 x0 , obtemos y= mx + n, com z = 0, que é a equação de uma reta no
a a
plano x0y. Equações análogas podem ser obtidas se r estivesse contida em um dos outros planos
coordenados x0z ou y0z .

3.2.2 - Reta determinada por dois pontos

Dois pontos P1 = (x1 , y1, z1), P2 = (x2 , y2, z2), com P1 P2 , determinam uma única reta,

a reta r que passa por um desses pontos e tem a direção do vetor v P1 P2 . Dessa forma,
recaímos na mesma situação de 3.2.1. Então um ponto P = (x, y, z) pertencerá à reta r
determinada pelos pontos P1 e P2 se, e somente se,

P1 P t P1 P2 ,
ou seja,
OP OP1 t P1 P2 , (7’)

que será a equação vetorial dessa reta.

81
Se v P1 P2 ( x 2 x1 ) i ( y 2 y1 ) j ( z 2 z 1 ) k , então

x x1 ( x2 x1 ) t
y y1 ( y2 y1 )t , (8’)
z z1 ( z2 z1 )t

serão as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos P1 e P2. Se x 2 x1 0, y2 y1 0 e


z2 z1 0 , teremos as equações simétricas da reta que passa por P1 e P2:
x x1 y y1 z z1
(9’)
x 2 x1 y 2 y1 z 2 z1
Para as equações (7’), (8’) e (9’) valem as mesmas considerações feitas sobre o parâmetro
t, referentes as equações (7), (8) e (9).

3.2.3 - Reta determinada por dois planos

Sejam 1 e 2 dois planos não paralelos e não coincidentes, cujas equações são,
respectivamente, a1 x b1 y c1 z d 1 0 e a 2 x b2 y c 2 z d 2 0 . Note que estes planos se
cortam segundo uma reta r, indicada por
a x b1 y c1 z d 1 0
r: 1
a 2 x b2 y c 2 z d 2 0

e cujas equações podem ser obtidas de duas maneiras.

1a) Para escrevermos as equações da reta r, precisamos de um de seus pontos e do seu


vetor diretor v . Sejam n1 a1 i b1 j c1 k e n 2 a 2 i b2 j c 2 k vetores normais aos planos

1 e 2, respectivamente. Como a reta r está contida nos planos 1 e 2 então v n1 e


v n 2 . Logo podemos considerar v n1 n 2 , (ou v paralelo a n1 n 2 ). Vamos determinar
um ponto da reta, isto é, um ponto P0 1 2 . Para isso, tomemos as equações de 1 e 2:

a 1 x b1 y c1 z d1 b1 y c1 z d1
a 2 x b2 y c 2 z d2 b2 y c 2 z d2
(I ) ( II )

Um ponto P0 pertencerá a reta r se satisfizer o sistema (I) acima. Por exemplo, fazendo
x = 0, obtemos o sistema (II), que resolvido nos dará o ponto P = (0, y, z) . A reta r 1 2

será a reta que passa pelo ponto P0 , na direção do vetor v n1 n 2 .


2a) As equações dos planos 1 e 2 formam um sistema de equações lineares, que
resolvido nos dará a reta
a1 x b1 y c1 z d1
r:
a 2 x b2 y c 2 z d2

82
Exemplo:

1) Escrever as equações paramétricas da reta dada pela interseção dos planos


x 2y z 1 0 e 2x y z 4 0
Solução: Conforme vimos acima, há duas maneiras de resolver esse problema. Usaremos
a 2a forma. Consideremos, então, o sistema:
x 2y z 1
2x y z 4
Usando escalonamento, temos:
1 2 1 1 1 2 1 1 1 2 1 1 1 0 3/ 5 7/5
2 1 1 4 0 5 1 6 0 1 1 6 0 1 1/ 5 6/5
5 5
3 7 1 6
Portanto, x z ; y z , . Tomando z como parâmetro, isto é, fazendo
5 5 5 5
z = t, obtemos as equações paramétricas de r,
7 3 6 1
x t; y t; z t, . (*)
5 5 5 5
3 1
A reta r é paralela ao vetor v i j k e passa pelo ponto P1 = (7/5, -6/5, 0).
5 5
2a maneira: Tomemos os vetores normais aos planos 1 e 2, respectivamente,

n1 i 2 j k e n2 2 i j k . Então

i j k
v n1 n2 1 2 1 3i j 5k
2 1 1

é um vetor diretor de r. Vamos determinar o ponto P0. Fazendo, por exemplo, y = 0, no sistema
acima e usando escalonamento, obtemos:
x z 1 1 1 1 1 1 1 1 0 5 x 5
`2x z 4 2 1 4 0 1 6 0 1 6 z 6.

Logo, P0 ( 5 ,0 ,6 ) e as equações paramétricas de r são: x = 5 – 3t, y = –t, z = 6 – 5t ,

.(**)
Note que chegamos às equações paramétricas distintas das já obtidas na resolução
anterior. As equações (**) expressam uma reta que passa pelo ponto P0 ( 5 ,0 ,6 ) , e tem a

direção do vetor u 3i j 5 k , enquanto as equações (*) expressam uma reta que passa

83
3 1
pelo ponto P1 ( 7 / 5 , 6 / 5 , 0 ) , com vetor diretor v i j k . Logo as retas
5 5
equacionadas em (*) e (**) tem a mesma direção. Além disso, se em (*) fizermos t = 6
obteremos o ponto (5, 0, 6), usado em (**) e, se em (**) fizermos t = 6/5 obteremos o ponto
(7/5, -6/5, 0), usado em (*). Logo (*) e (**) são duas expressões diferentes da mesma reta.

Observações:

1) Sejam r1 e r2 duas retas, com vetores diretores v1 e v2 , respectivamente. Então:

a) r1 e r2 serão perpendiculares se os seus vetores diretores forem ortogonais, isto é,

v1 v 2 0.

b) r1 e r2 serão paralelas se os seus vetores diretores forem paralelos, isto é, se v1 v2 0

ou v1 m v2 ,

3.2. 4 - Exercícios resolvidos


2y 3 2 z
1) Obter as equações paramétricas da reta dada por x 1 .
5 4
Solução: Recordemos que as equações simétricas de uma reta que passa por um ponto
x x0 y y0 z z0
P0 ( x0 , y 0 , z 0 ) e é paralela ao vetor v ai b j c k , são: .
a b c
As equações da reta dada não estão exatamente nessa forma, mas podemos reescrevê-las,
obtendo:
2( y 3/ 2 ) ( z 2) x 1 y 3/ 2 z 2
x 1
5 4 1 5/ 2 4

3 5
Logo, P0 ( 1, ,2) , v i j 4 k e as equações paramétricas da reta dada são:
2 2
3 5
x 1 t, y t , z 2 4t , .
2 2
2) Escreva as equações da reta que contém o ponto A = ( 2, 1, 0) e é perpendicular ao
plano 2x + 3y z=4.
Solução: Se a reta r é perpendicular ao plano , então r
n r
tem a direção do vetor normal de , que é n 2i 3j k.
Então, as equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto

A e tem vetor diretor n são: x 2 2t , y 1 3t , z t,

84
x 2 y 1
e as equações simétricas são z.
2 3

3) Escreva as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P0 = (1, 1, 1) e é paralela à reta
interseção dos planos 3x y + z = 0 e x + 2y z=0

Solução: Para escrever as equações de uma reta precisamos de um ponto P0 = (1, 1, 1) e do


vetor diretor dessa reta. Se a reta r é paralela à reta r1, interseção dos planos 1 e 2, então r

tem a mesma direção de r1. Sendo n1 3 i j k e n2 i 2 j k vetores normais 1 e 2,

respectivamente, a reta r terá como um vetor diretor

i j k
v n1 n 2 3 1 1 i 4j 7k
1 2 1

Então as equações paramétricas da reta r serão: x = 1 t, y = 1 + 4t, z = 1 + 7t, .

4) Escreva a equação da reta que passa pelo ponto A = (1, 3, 2) e é paralela à reta
x 3
( y 2 ); z 9 . O ponto M = ( 1, 1, 9) pertence a essa reta?
4
Solução: Chamemos de r a reta pedida e de r1 a reta dada. Como r é paralela a r1, então r

terá como vetor diretor v 4i j . Logo as equações paramétricas e simétricas de r,


x 1
respectivamente, são: x = 1 + 4 t, y = 3 t e z = 2, e ( y 3 ); z 2 . Vejamos
4
se M está em r: 1 = 1 + 4 t, 1 = 3 t, 9 = 2. absurdo! Logo o ponto M r.

5) Escreva as equações dos eixos coordenados.


Solução : Os eixos coordenados 0x , 0y e 0z passam pela origem 0 = (0, 0, 0) e tem como

vetores diretores, respectivamente, os vetores i , j e k . Suas equações paramétricas são:

Eixo OX Eixo OY Eixo OZ

, , ,

3.2.5 - Exercícios propostos

1) Escreva as equações paramétricas e simétricas da reta que passa pelo ponto A = (1, 2, 2) cujo
vetor diretor é v 3 i j k.
85
2) Escreva as equações da reta que passa pelos pontos P1 ( 1, 2 , 3 ) e P2 ( 5 , 0 , 6 ) Verifique se
os pontos P3 ( 9 , 2 , 9 ) e P4 ( 9 , 2 , 3 ) pertencem a essa reta.
3) Escreva as equações paramétricas e simétricas da reta cuja equação vetorial é
OP i 2 j 3 k t( i j k ),
5y 4
4) Obtenha as equações paramétricas da reta x 1 6z 9 .
2
5) Obtenha a reta x = 2 - s, y = 4, z = 3s na sua forma simétrica.
6) Determine as equações da reta que passa pelo ponto A = (1, 1, 2) e pelo ponto médio do
segmento BC , onde B = ( 1, 0, 1) e C = (5, 2, 1).
7) Obtenha, em cada caso, um vetor unitário paralelo à reta dada.
z
a) x = 1 2t , y = 5 + t, z = 2 + 4t b) x 1= ;y 3.
7
8) A reta r passa pelo ponto P0 ( 1, 2 , 5 ) e é paralela à reta que contém os pontos A = (3, 0, 1)
e B = ( 1 , 2, 1) . Escreva suas equações.
9) Determine as equações da reta que passa pela origem e é ortogonal às retas r1 : x t 2,
y 5t 3, z 6 t 5 e r2 : x 1 3s , y s , z 7 2s.
10) Obtenha as equações da reta dada pelos planos x + y + z = 0 e 2x + 3y z 4 = 0.
11) Escreva a equação da reta passa pelo ponto C = ( 1, 1, 0) e é paralela aos planos 3x + 3y + z
+1=0 e x+ y z=0.
12) Escreva a equação do plano que contém o ponto A = (2, 3, 0) e é perpendicular à reta
x 1 z
y 2; .
2 4
13) O plano contém o ponto Q = (2, 1, 2) e é perpendicular à reta que passa pela origem e por
Q . Escreva sua equação.

14) Decomponha o vetor v i 2 j k na soma dos vetores u e w tal que u seja paralelo à
x 2 y 1
reta z 1 e w seja perpendicular a essa reta.
2 3
15) Escreva as equações do plano que contém a reta x 1 8 ,y 5 6 ,z 1 2 e a reta
interseção dos planos x + y + z = 2 e 2x + 3y z = 4 .

16) Obtenha uma base ortonormal positiva { a , b , c } tal que a seja paralelo a u e b ortogonal
a v , onde u o vetor normal do plano 2x + y 3z + 2 = 0 e v um vetor paralelo à reta
1 y
x 4 ; z 4.
2
17) Determine as equações da reta r que passa pelo ponto A = (1, 2, 1) e é perpendicular ao vetor
v j k e paralela ao plano x + y 5 = 0.
18) Dê as equações da reta que contém o ponto M = (2, 1, 3) e é perpendicular ao plano
3x + y 2z = 9.

86
3.3 - POSIÇÕES RELATIVAS, INTERSEÇÕES, ÂNGULOS

Conhecidas as equações de retas e planos, analisaremos as posições relativas, as


interseções e os ângulos entre essas figuras geométricas. São quatro casos a serem considerados:
duas retas, dois planos, uma reta e um plano, três planos.

3.3.1 - Duas retas

Dadas duas retas r1 e r2 , uma das seguintes situações ocorre:

a) as retas r1 e r2 têm a mesma direção e pelo menos um ponto em comum. Neste caso, elas
são coincidentes. (Prove isto.)

b) as retas r1 e r2 têm a mesma direção e nenhum ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são
ditas paralelas e determinam um plano.

c) as retas r1 e r2 têm direções diferentes e um ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são ditas
concorrentes e também determinam um plano.

d) as retas r1 e r2 têm direções diferentes e nenhum ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são
ditas reversas, e não existe plano que as contenha simultaneamente. As figuras abaixo
ilustram cada caso.

r1
r1 r2 r2
coincidentes paralelas
r1 r1

r2 r2
concorrentes reversas
Em qualquer uma das situações descritas a posição relativa das retas r1 e r2 depende de

seus respectivos vetores diretores. Sejam v1 e v 2 os vetores diretores das retas r1 e r2 ,


respectivamente.

i) Se v1 v2 0 , então v1 e v2 serão L. D. e as retas r1 e r2 serão coincidentes ou


paralelas. Tomemos um ponto arbitrário P1 r1. Se P1 r2, então as retas r1 e r2 serão

coincidentes. Se P1 r2, as retas r1 e r2 serão paralelas.

87
ii) Se v1 v2 0 , então v1 e v2 serão L. I. e as retas r1 e r2 serão concorrentes ou
reversas. Tomemos pontos arbitrários P1 r 1 e P2 r2 .

a) Se P1 P2 , v1 , v 2 0 então r1 e r2 serão coplanares, logo concorrentes. Neste caso, as

retas r1 e r2 terão um ponto em comum, cuja obtenção descreveremos na seção 3.3.2.

b) Se P1 P2 , v1 , v 2 0 então r1 e r2 serão não coplanares, logo reversas.

3.3.2 - Interseção de duas retas


Dadas duas retas r1 e r2 de equações

x x1 a1 t x x2 a2 s
r1 : y y1 b1 t r2 : y y2 b2 s
z z1 c1 t z z2 c2 s

seus pontos comuns, caso existam, serão obtidos resolvendo o seguinte sistema de equações
x1 a1 t x2 a2 s a1 t a2 s x2 x1
: y1 b1 t y2 b2 s b1 t b2 s y2 y1
z1 c1 t z 2 c2 s c1 t c2 s z2 z1
cuja resolução nos leva a três possíveis situações:
1) sistema compatível e determinado, com solução única: {P0 ( x0 , y0 , z0 )} r1 r2 , isto é, r1 e r2
são concorrentes.
2) sistema compatível e indeterminado, com infinitas soluções. Então r1 e r2 , são coincidentes.
3) sistema incompatível (não há ponto comum). Então r1 r2 = . Neste caso, r1 e r2 são
paralelas ou reversas.

3.3.3 - Ângulo entre retas

O ângulo (orientado) entre duas retas r1 e r2 , denotado por ( r1 , r2 ) , é determinado por

seus vetores diretores v1 e v2 , respectivamente. Lembrando que se v é um vetor diretor de uma


reta então v também é vetor diretor dessa reta, tomamos
v 1 .v 2
( r1 , r2 ) ( v 1 ,v 2 ) arccos
v1 v2

Exemplos:

1) Determinar a posição relativa dos pares de retas abaixo, sua interseção (caso exista) e
seu ângulo. Se as retas forem coplanares escrever a equação do plano que as contém. Se as retas
forem reversas, escrever a equação do plano que contém uma delas e é paralelo à outra .

88
x 1 y 2 z 5
1) r1 : ; r2 : x 7 3t , y 2 2t , z 1 2t
2 3 4

Solução: Os vetores diretores das retas r1 e r2 são, r1


P2
respectivamente, v1 2 i 3 j 4 k e v 2 3 i 2 j 2 k . Ora,
P0
v1 v2 2 i 16 j 13 k 0. Então r1 e r2 têm direções P1 r2

diferentes, sendo concorrentes ou reversas. Tomemos os pontos P1 ( 1, 2 , 5 ) r1 ,

P2 ( 7 , 2, 1 ) r2 . Então P1 P2 6i 4 j 4 k . O produto misto entre P1 P2 ,v1 e v 2 é igual a

zero (Verifique!). Logo P1 P2 , v1 e v2 são coplanares e, portanto as retas r1 e r2 são

concorrentes. (coplanares e com direções diferentes). O ponto de interseção { P0 } r1 r2 é


obtido a partir da solução do sistema
1 2s 7 3t 2s 3t 6
2 3s 2 2t ou 3 s 2t 4
5 4s 1 2t 4 s 2t 4

que é compatível e determinado, com solução s = 0 e t = 2. Se fizermos s = 0 em r1 obtemos:

x=1, y= 2, z=5. Se fizermos t= 2 em r2 , obtemos x=1, y= 2, z=5. Logo

r1 r2 { P0 } ( 1, 2 , 5 ) , e o ângulo entre r1 r2 será:

6 6 8 8 8
cos ( v1 , v 2 ) ( r1 , r2 ) arc cos .
29 17 29 17 29 17

Note que as retas concorrentes r1 e r2 determinam o plano que passa pelo ponto P0 e é

paralelo aos vetores v1 e v2 . Se P = (x, y, z) é um ponto qualquer desse plano, então

x 1 y 2 z 5
P0 P , v1 , v 2 0 2 3 4 0 2 x 16 y 13 z 31 0.
3 2 2

é a equação do plano que contém as retas r1 e r2 .

x 2 y 1 z 3 x 1 y 2 z 3
2) r1 : ; r2 :
6 4 4 9 6 6

Solução: Os vetores diretores das retas r1 e r2 são, v1 6 i 4 j 4 k , v 2 9i 6 j 6k ,

respectivamente. Temos que v1 v2 0 . Então v1 é paralelo a v 2 e nesse caso as retas r1 e r2


serão paralelas ou coincidentes. Tomemos um ponto P1 ( 2, 1, 3 ) r1 e vejamos se P1 r2 :

89
2 1 1 2 3 3 1 1
1 , absurdo!
9 6 6 9 2
Logo, P1 r2 e portanto as retas r1 e r2 são paralelas, não havendo interseção entre elas.

Além disso, seu ângulo, ( r1 , r2 ) 0 0 . As retas r1 e r2 determinam um plano assim obtido:

considere os pontos P1 (2, 1, 3) e P2 (1, 2, 3) pertencentes às retas r1 e r2 , respectivamente.

O plano é aquele que contém P1 e é paralelo aos vetores P1P2 e v1 . Então, P ( x, y ,z )


se, e somente se,

P1 P , v1 , P1 P2 0 6x 20 y 11z 1 0.

3) r1 : x 2 2t , y 3t , z 1 4t ; r2 : x 3 s, y 1 4 s , z 2s

Solução: Os vetores diretores das retas r1 e r2 são, respectivamente,

v1 2i 3j 4 k e v2 i 4 j 2 k . Então v1 v2 22 i 11 k 0 e, portanto os vetores

v1 e v 2 são L.I.. Assim, as retas r1 e r2 não têm a mesma direção, isto é, elas serão
concorrentes ou reversas. Vejamos se elas se interceptam:
2 2t 3 s s 2t 5
3t 1 4s 4s 3t 1
1 4t 7 2s 2s 4t 6
Resolvendo o sistema, vemos que o sistema é incompatível. Logo, não existe ponto
comum entre r1 e r2 , isto é, as retas são reversas, e não existe plano que as contenham. Assim

r1 r2 = . Determinemos, agora, o ângulo entre as retas r1 e r2 :

2 12 8 2 2
cos ( v1 , v 2 ) ( r1 , r2 ) arc cos .
29 21 29 21 29 21

Vamos obter o plano que contém r1 e é paralelo a r2. Observe que o plano contém os
vetores diretores de r1 e r2 . Portanto, se P1 ( 2 , 0 , 1 ) r1 e P ( x, y, z ) , então

P1P , v1 , v2 0 2x - z+ 5 = 0.

que é a equação cartesiana do plano que contém a reta r1 e é paralelo à reta r2.

4) r1 : x 2 6t , y 1 4t , z 3 4t ; r2 : x 8 9 s , y 3 6 s , z 1 6s

Solução: Temos que os vetores diretores de r1 e r2 , são, respectivamente,

v1 6i 4j 4 k e v2 9i 6 j 6 k . Note que v1 v2 0 , donde concluímos que v1 é

90
paralelo a v 2 e, portanto r1 e r2 serão paralelas ou coincidentes. Seja P2 ( 8 , 3, 1 ) r2 e
vejamos P2 r1 : .
8 2 6t
3 1 4t t 1 P2 r1
1 3 4t

Logo P2 r1 e como as retas têm a mesma direção, elas serão coincidentes.

3.3. 4 - Dois planos

Dados dois planos 1 e 2 uma das seguintes situações ocorre:


a) 1 e 2 são coincidentes - seus vetores normais são paralelos e os planos têm um ponto comum.
b) 1 e 2 são paralelos - seus vetores normais são paralelos e os planos não têm ponto comum.
c) 1 e 2 são concorrentes - seus vetores normais não são paralelos e os planos se interceptam ao
longo de uma reta.
As figuras abaixo ilustram essas situações:

(a) (b) (c)


coincidentes paralelos concorrentes
A determinação da posição relativa de dois planos 1 e 2, depende de seus vetores
normais. Sejam n1 e n 2 vetores normais dos planos 1 e 2, respectivamente.
i) Se n1 n2 0 , então n1 e n 2 são paralelos e os planos 1 e 2 serão paralelos ou

coincidentes. Tomemos um ponto arbitrário P1 1. Se P1 2 então 1 e 2 serão paralelos.

Se P1 2, então os planos serão coincidentes, 1 2.

ii) Se n1 n2 0 , então n1 e n 2 não são paralelos e os planos 1 e 2 serão


concorrentes.

3.3.5 - Interseção de dois planos


Dados os planos de equações a1 x b1 y c1 z d1 e a2 x b2 y c2 z d2 , a
interseção entre eles é dada pela resolução do sistema
a1 x b1 y c1 z d1
a2 x b2 y c2 z d2

Temos três possibilidades na resolução deste sistema:

91
1) Sistema compatível e indeterminado, com grau de liberdade 1. Neste caso os planos serão
concorrentes e sua interseção será uma reta.
2) Sistema compatível e indeterminado, com grau de liberdade 2. Neste caso os planos serão
coincidentes.
3) Sistema incompatível. Neste caso os planos serão paralelos.

3.3. 6 - Ângulo entre planos


O ângulo (orientado) entre dois planos 1 e 2 é
n2 2 n1
determinado pelos seus respectivos vetores normais n1 e
n1 n2
n 2 . Aqui também observamos que n é um vetor

normal a um plano então n também é um vetor


1
normal a esse plano. Logo,

n1 n 2
( 1, 2 ) arc cos cos ( n1 , n 2 ) arc cos
n1 n2

Exemplos:

1) Determinar a posição relativa dos planos dados, sua interseção, caso exista, e seu ângulo.
1.1) 1: 2x + 3y + 3z - 5 = 0 e 2: 4x 6y 6z + 2 = 0

Solução: Sejam n1 2i 3j 3 k e n2 4i 6j 6 k os vetores normais dos planos

dados, respectivamente. Temos que n1 n2 0 . Assim n1 é paralelo a n 2 e, portanto os planos

dados podem ser paralelos ou coincidentes. Seja P2 ( 1 , 0, 0 ) e note que P2 1. Logo


2 2

1 é paralelo e 2 e ( 1 , 2 ) 0 0 . Observe que este problema também pode ser resolvido


através do sistema de duas equações e três incógnitas
2x 3y 3z 5
4x 6y 6z 2

2 3 3 5 1 3/ 2 3/ 2 5/ 2 1 3/ 2 3/ 2 5/ 2
4 6 6 2 4 6 6 2 0 0 0 8

Logo o sistema é incompatível, isto é, não possui solução e, portanto os planos 1 e 2 são
paralelos.

1.2) 2
1: 3x y + 3z 9=0 e 2: 2x 3
y + 2z = 6

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