Trading in The Zone - Atitude Mental Do Trader de Sucesso
Trading in The Zone - Atitude Mental Do Trader de Sucesso
Trading in The Zone - Atitude Mental Do Trader de Sucesso
Mark Douglas
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1 Edição: Outubro de 2013
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Esta obra n3o constitui qualquer tipo de recomendação de compra ou venda de nenhum ativo em particular. O livro
contém oplnldes e Idelas do autor, assim como a explicação prática e didática de alguns fundamentos teóricos e
científicos utilizados nos mercados financeiros. O autor e a editora rejeitam qualquer responsabilidade resultante,
direta ou hrdiretamente, da utilização do conteúdo deste livro dada a elevada quantidade de InterpretaçSes
possíveis dos casos c referências aqui mencionados.
Este livro é dedicado a todos os traders com quem tive o
prazer de trabalhar ao longo dos últimos dezoito anos enquanto
formador. Cada um deles tem a sua quota-parte de responsa-
bilidade nas abordagens e orientações que este livro fornece
aos que escolhem negociar nos mercados financeiros com uma
atitude mental de confiança, disciplina e consistência.
índice
Capítulo 1
0 caminho para o sucesso:
Análise fundamental, análise técnica ou análise mental? ......... ........... 21
No princípio: a análise fundamental...........................................................................22
A mudança para a análise técnica...............................................................................23
A mudança para a análise mental...............................................................................25
Capítulo 2
O fascínio (e os perigos) do trading........................................................ 37
O fascínio......................................................................................................................38
Os perigos.....................................................................................................................41
As salvaguardas............................................................................................................ 44
Problema: Relutância em criar regras...........................................................................47
Problema: Não assumir responsabilidade.................................................................... 48
Problema: Dependência de recompensas aleatórias....................................................50
Problema: Controlo externo vs controlo interno..........................................................51
Capítulo 3
Assumir responsabilidade....................................................................... 53
Moldar o ambiente mental.........................................................................................54
Reagir à perd...............................................................................................................59
Ganhadores e perdedores.
Subidas e correções....................................................................................................71
Capítulo 4
Consistência: um estado mental ................ .... ............ ...................... 79
Pensar sobre trading .................................................................................................... 81
Compreender verdadeiramente o risco ................. ..................................................... 83
Alinhar o ambiente mental......................................................................................... 87
Capítulo 5
A dinâmica da perceção .......................................... ..... ..................... 91
Fazer o debug do seu software mental ......................................... .............................. 93
Perceção e aprendizagem........................................................................................... 97
Perceção e risco..........................................................................................................102
O poder da associação ........................................................................................ ..,....103
Capítulo 6
A perspetiva do mercado...................................................................... 111
O princípio da incerteza...........................................................................................112
A característica mais elementar do mercado: Capacidade
de se comportar numa combinação quase infinita de formas................................118
Capítulo 7
A essência do trader, pensar em termos de probabilidades ............. 125
Paradoxo: Desfecho aleatório, resultados sustentados. ........................... . ..............126
O trading no momento.............................................................................................131
Gerir as expectativas................................................................................................138
Eliminar o risco emocional.......................................................................................145
Capítulo 8
Trabalhar com as suas convicções....................................................149
Definir o problema....................................................................................................150
Definir os termos......................................................................................................153
A caminho do estado mental adequado..................................................................159
Capítulo 9
A natureza das convicçõe................................................................. 161
As origens de uma convicção .................................................................................. 164
As convicções e o seu impacto nas nossas vidas......................................................167
Como as convicções moldam as nossas vidas..........................................................167
Convicções vs verdade.............................................................................................172
Capítulo 10
O impacto das convicções no trading.................................................. 175
As principais características de uma convicção........................................................178
Autoavaliação e trading............................................................................................192
Capítulo 11
Pensar como um trader .............. .............................................................................195
A fase mecânic............................................................................................................197
Observe-se a si mesmo...............................................................................................199
O papel da autodisciplina...........................................................................................203
Desenvolver a convicção da consistência .................................................................... 208
Exercício:....................................................................................................................213
Aprender a fazer trading como os casinos.................................................................213
Preparar o exercício....................................................................................................213
Nota final....................................................................................................................224
Nota à edição portuguesa
Por incrível que pareça, a atitude mental com que nos posicionamos
num trade, condiciona fortemente os ganhos potenciais que venhamos a
obter. O impulso é um dos maiores inimigos de um trader. Cada
momento de entrada deve ser planeado e executado, como se de uma
decisão de investimento real se tratasse. De igual forma, a decisão de
saída constitui um fator fulcral para o sucesso de qualquer investidor.
Por que razão é que a maioria das pessoas bem sucedidas noutras
profissões, falham estrondosamente como traders? Será que os traders
de sucesso já nascem como tal; é algo inato? Mark Douglas diz que não.
O que é necessário, diz, é adquirir a atitude mental de um trader. Parece
fácil, mas o facto é que esta atitude mental é muito diferente da forma
como as experiências da nossa vida nos ensinam a pensar e agir sobre o
mundo.
TOM HARTLE
Os traders que têm confiança nas suas operações, que têm a capa-
cidade de fazerem aquilo que tem de ser feito sem hesitação, são aqueles
que se tornam bem sucedidos. Deixam de temer o comportamento
errático do mercado. Aprendem a concentrar-se unicamente nos sinais
que os ajudam a identificar as oportunidades de obterem ganhos em vez
de se focarem nos que reforçam os seus medos.
(Nota: Até há não muito tempo atrás, a maioria dos traders eram
homens, mas hoje em dia há cada vez mais mulheres a juntarem-se a este
grupo. Num esforço para evitar confusão e uma redação deselegante, uso
a forma masculina ao longo do livro para me referir aos traders. Isto não
reflete qualquer preconceito da minha parte.)
MARK DOUGLAS
1. Para ganhar dinheiro como trader tenho de saber o que o mercado vai
fazer a seguir.
Concordo □ Discordo □
2. Às vezes dou por mim a pensar que tem de haver uma maneira de
negociar sem ter de sofrer uma perda.
Concordo □ Discordo □
3. Ganhar dinheiro como trader depende acima de tudo da análise.
Concordo □ Discordo □
4. As perdas são uma componente inevitável do trading.
Concordo □ Discordo □
5. Defino sempre o meu risco antes de abrir uma posição.
Concordo □ Discordo □
6. Na minha mente há sempre um custo associado a tentar descobrir o
que o mercado pode fazer a seguir.
Concordo □ Discordo □
7. Eu nem sequer me iria dar ao trabalho de abrir uma posição se
não tivesse a certeza de que seria bem sucedido.
Concordo □ Discordo □
10. Mesmo quando tenho um sinal claro para inverter a minha posição,
considero extremamente difícil fazê-lo.
Concordo □ Discordo □
11. Tenho períodos sustentados de sucesso que são normalmente
seguidos de descidas drásticas das minhas opções.
Concordo □ Discordo □
12. Quando comecei a negociar em bolsa descrevería a minha meto-
dologia de trading como aleatória, isto é, obter algum sucesso entre
muito sofrimento.
Concordo □ Discordo □
13. Frequentemente dou por mim a sentir que os mercados agem contra
mim.
Concordo □ Discordo □
14. Por muito que tente deixar andar, é muito difícil para mim esquecer
as perdas passadas.
Concordo □ Discordo □
16. O trabalho de um trader é identificar padrões no comportamento do
mercado que representem novas oportunidades e depois determinar
o risco de descobrir se esses padrões vão manter ou não o
comportamento passado.
Concordo □ Discordo □
17. Por vezes, não consigo deixar de sentir que sou uma vítima do
mercado.
Concordo □ Discordo □
18. Quando transaciono, normalmente foco um determinado período de
tempo.
Concordo □ Discordo □
19. Um trade bem sucedido exige um grau de flexibilidade mental muito
para além do alcance da maioria das pessoas.
Concordo □ Discordo □
20. Há alturas em que consigo sentir claramente o fluxo do mercado; no
entanto, frequentemente tenho dificuldade em agir com base nessa
Concordo □ Discordo □
21. Frequentemente, sei que estou numa posição lucrativa e que esse
movimento está no fim mas, mesmo assim, não tomo mais- -valias.
Concordo □ Discordo □
22. Independentemente de quanto dinheiro ganhe num trade, rara-
mente fico satisfeito e sinto que podia ter feito mais.
Concordo □ Discordo □
23. Quando abro uma posição, sinto que tenho uma atitude positiva.
Antecipo todo o dinheiro que posso ganhar com o trade.
Concordo □ Discordo □
24. A capacidade mais importante que um trader precisa para acumular
dinheiro ao longo do tempo é acreditar na sua própria consistência.
Concordo □ Discordo □
25. Se me concedessem a possibilidade de adquirir instantaneamente
uma competência de trading, que competência escolhería?
Sim □ Não □
27. Já alguma vez me senti compelido a abrir uma posição por ter
medo de perder uma oportunidade?
Concordo □ Discordo □
29. Já dei por mim a planear trades que nunca executo e a executar
trades que nunca planeei?
Sim □ Não □
30. Na minha opinião, por que razão é que a maioria dos traders ou
ganham pouco dinheiro ou não são capazes de manter o que
ganham?
O caminho para o
sucesso:
Análise fundamental,
análise técnica ou
análise mental?
No princípio: a análise fundamental
Pelo contrário, para os traders que não evoluíram para este grupo
Sei que isto não parece muito profundo, mas tem implicações pro-
fundas se considerarmos o que significa pensar de modo diferente.
Pode estar a pensar neste momento: Para além de ser difícil, é natural
Estou convencido de que não há um único trader a ler este livro que
não tenha aberto posições demasiado cedo ou demasiado tarde - antes
ou depois de o mercado ter gerado o sinal adequado. Que trader não
conseguiu assumir um prejuízo e, em resultado disso, o transformou
numa perda ainda maior; ou saiu de bons trades demasiado cedo; ou
passou por bons trades sem tomar mais-valias e depois os deixou
transformarem-se em perdas; ou moveu stop-loss do seu ponto de
entrada, só para ficar de fora esperando que o mercado invertesse a
tendência e iniciasse a trajetória em direção à sua posição? Estes são só
alguns dos muitos erros que os traders repetem na sua atividade.
Noventa e cinco por cento dos erros de trading que podemos cometer
- fazendo com que o dinheiro simplesmente se evapore diante dos nossos
olhos - tem origem nas atitudes que assumimos perante o erro, a perda
de dinheiro, a perda de uma oportunidade e a realização de um negócio
menos vantajoso financeiramente do que o esperado. Aquilo a que
chamo os quatro principais medos do trading.
Há ainda algo mais a dizer acerca do trading que é tão verdade como
a afirmação anterior: não temos que saber nada sobre nós mesmos ou
sobre os mercados para realizarmos um trade ganhador, tal como não
temos que saber a forma adequada de segurar uma raquete de tênis ou
um taco de golfe para conseguirmos uma boa jogada de vez em quando.
A primeira vez que joguei golfe, consegui fazer várias boas jogadas ao
longo do jogo embora não tivesse aprendido qualquer técnica particular.
Obviamente, para melhorara minha pontuação geral, precisei de
aprender a técnica.
O fascínio
(e os perigos) do
trading
E mChicago
janeiro de 1994 pediram-me para falar numa conferência em
sobre trading. Num dos almoços fiquei por acaso sentado ao
lado de um editor de uma das maiores editoras de livros sobre trading.
Estávamos a ter uma conversa animada sobre as razões por que tão
poucas pessoas tinham sucesso em trading, mesmo sendo muito
competentes noutras áreas. Num determinado momento, o editor
perguntou-me se uma possível explicação para esse fenômeno podia ser
por as pessoas se envolverem no trading pelas razões erradas.
0 fascínio
Eu tive de fazer uma pausa para pensar sobre o assunto. Concordo
que muitas das razões que motivam as pessoas a entrar no trading - a
ação, a euforia, o desejo de sucesso, uma certa vaidade nos ganhos ou a
autocomiseração nas perdas - criam constrangimentos que irão, em
última análise, prejudicar o desempenho de um trader e o seu sucesso
global. Mas a verdadeira atração subjacente ao trading é muito mais
elementar e universal. O trading é uma atividade que oferece às pessoas
uma liberdade criativa ilimitada, uma liberdade que é negada à maior
parte de nós durante a maior parte das nossas vidas.
É claro que o editor me perguntou que é que eu queria dizer com isto.
Eu expliquei que num ambiente de trading, somos nós que definimos
quase todas as regras. Isto significa que há muito poucas restrições ou
limites quanto ao modo que escolhemos para agirmos. Uma vez iniciada a
atividade de trading, as possibilidades são praticamente ilimitadas.
A liberdade é algo formidável. Todos nós ambicionamos, lutamos e
até imploramos por liberdade de forma inata. Mas isso não significa
termos os recursos psicológicos adequados para operarmos num
ambiente como o do trading, onde existe a possibilidade de causarmos
enormes danos a nós próprios. Quase todas as pessoas precisam de fazer
alguns ajustes mentais, independentemente do grau acadêmico,
inteligência ou do sucesso que tenham tido noutras atividades.
O tipo de ajustes de que estou a falar tem a ver com a criação de uma
estrutura mental interna que proporcione ao trader o maior grau de
equilíbrio possível entre a liberdade de ação e a possibilidade real de
sofrer danos financeiros e psicológicos em resultado direto dessa
Há alguma coisa dentro de nós que dirige a nossa atenção para certos
objetos ou tipos de experiências, em detrimento de outros. Mesmo os
bebês parecem saber o que querem e o que não querem. Quando os
adultos se deparam com uma expressão de personalidade de um bebê,
ficam normalmente surpreendidos. Partem do princípio que os bebês não
têm nada dentro deles que faça deles quem são. De que outro modo
poderiam os bebês exprimir a sua individualidade a não ser pelo que lhes
atrai ou repele? Chamo a esta orientação a força das nossas tendências
naturais.
Os perigos
É ao nível mais profundo do nosso ser que existe o potencial para o
conflito. A estrutura social em que nascemos pode ser ou não sensível a
estas necessidades e interesses gerados internamente. Por exemplo,
alguém que tenha nascido no seio de uma família de atletas de alta
competição, pode sentir um interesse entusiástico por música clássica ou
arte. Pode até ter capacidades atléticas naturais, mas não ter o mínimo
Os conflitos que resultam daquilo que nos dizem sobre o que deve-
mos ser e o sentimento que se repercute nos níveis mais profundos do
nosso ser não são de modo algum negligenciáveis. Eu diria que muitas
pessoas, se não a maioria, crescem num ambiente familiar e cultural em
que objetivamente sentem pouco apoio para se expressarem através das
formas para as quais se sentem naturalmente compelidos.
Não se trata apenas de falta de estímulo. Esta falta de apoio pode ser
tão profunda como a negação total de alguma forma particular de
expressão. Por exemplo, olhemos para uma situação comum: um bebé,
que pela primeira vez na sua vida repara nesta coisa em cima da mesa a
que chamamos jarra. Ele está curioso, o que significa que há uma força
interior que o empurra para experimentar esse objeto. Num certo
sentido, é como se esta força criasse um vácuo na sua mente que tem de
ser preenchido com o objeto do seu interesse.
Assim, concentra-se na jarra e, com uma intenção deliberada, gatinha
pelo vasto chão da sala em direção à mesa. Quando chega ao seu destino,
levanta a mão para se apoiar, põe-se de pé e agarrando- -se firmemente
à mesa, esforça-se por manter o equilíbrio. Estende então a outra mão
para tocar nesta coisa que nunca experimentou. Precisamente naquele
momento, ouve um grito do outro lado da sala: «NÃO! NÃO TOQUES
NISSO!
As salvaguardas
Para operar de forma eficaz num ambiente de trading, são precisas
regras e limites que orientem o nosso comportamento. É um dado
adquirido que existe o risco de causarmos danos avultados a nós próprios
Por outras palavras, a primeira razão que nos faz sentir atraídos para
o trading - a liberdade ilimitada para a expressão criativa - é a mesma
razão por que sentimos uma resistência natural à criação de regras e
limites para orientar o nosso comportamento. É como se tivéssemos
encontrado um estado utópico em que houvesse total liberdade e depois
alguém nos bate no ombro e diz: «Hei, tens que criar regras eter
disciplina para desfrutares dela.
Uma das principais razões por que tantas pessoas de sucesso fra-
cassam no trading é que o seu sucesso é, em parte, o resultado da sua
capacidade superior de manipular e controlar o ambiente à sua volta. Em
alguma medida, todos nós aprendemos ou desenvolvemos técnicas para
acomodar o ambiente externo ao nosso ambiente mental (interior). O
problema é que nenhuma destas técnicas funciona com o mercado. O
mercado não responde ao controlo e à manipulação (a menos que
sejamos traders de grande dimensão).
Assumir
Responsabilidade
E mbora as palavras assumir responsabilidade pareçam simples, o
conceito não é fácil de entender nem fácil de pôr em prática num
ambiente de trading. Todos somos confrontados com a necessidade
de assumir responsabilidade tantas vezes nas nossas vidas que é fácil
darmos como certo saber o seu significado.
Muito embora não nos possamos obrigar ou decidir entrar nessa zona
mental, podemos definir o tipo de condições mentais que são mais
conducentes a experimentá-la, desenvolvendo uma atitude ganhadora.
Defino uma atitude ganhadora como esperarmos um resultado positivo
pelos nossos esforços, com a aceitação de que os resultados que obte-
mos, sejam eles quais forem, são um reflexo perfeito do nível do nosso
desenvolvimento e do que aprendemos melhor.
É isto que os grandes atletas têm: uma atitude ganhadora que lhes
permite ultrapassar facilmente os erros e seguir em frente, em vez de
ficarem paralisados numa autocrítica negativa, desmotivados e frus-
trados. Não há muitas pessoas que cheguem a desenvolver uma atitude
ganhadora. A anomalia curiosa do trading é que se começarmos com um
trade ganhador, iremos automaticamente experimentar o tipo de atitude
mental que é um subproduto de uma atitude ganhadora, sem termos
desenvolvido a própria atitude em si. Sei que isto pode parecer um pouco
confuso, mas tem algumas implicações profundas.
Realizar alguns (ou mais) trades ganhadores não significa que nos
tornámos traders, embora seja esse o nosso sentimento, porque
entramos num estado mental que só as pessoas mais completas expe-
rimentam de forma regular. O facto é que achamos que não precisamos
da mais pequena perícia para abrir uma posição ganhadora e se é possível
abrir uma posição ganhadora sem a mais pequena perícia, é certamente
possível realizar outro e outro trade ganhador.
Das duas perspetivas anteriores, qual será mais provável ser assumida
pelo nosso trader principiante? A última, é claro. Só os melhores traders
adquiriram a perspetiva descrita no primeiro cenário. E, tal como indiquei
Como nota, sinto que é importante dizer que muitas das nossas
experiências passadas emocionalmente dolorosas resultaram da ação de
pais, professores e amigos bem intencionados, muitos dos quais só
estavam a fazer o que acreditavam, na altura, ser o melhor para nós. O
melhor exemplo é uma criança a brincar com um brinquedo perigoso. Se
lhe tirarmos o brinquedo, a criança irá gritar para exprimir a dor
emocional que sente e, se estivermos a lidar com uma criança muito nova
ou imatura, é muito provável que ela não oiça nada do que digamos
sobre as razões por que não pode brincar com aquele brinquedo.
Além disso, irá achar que o mercado está a agir contra si, mas apenas
no caso de esperar dele alguma coisa ou acreditar que lhe deve algo. Se
alguém ou alguma coisa está contra si e lhe causa dor, qual é a sua
reação? Sente-se compelido a lutar, mas está a lutar exatamente contra
quê? O mercado certamente não está a lutar contra si. Sim, o mercado
quer o seu dinheiro, mas também lhe dá a oportunidade de o ir buscar.
Embora possa parecer que está a lutar contra o mercado ou que o
mercado está a lutar contra si, a realidade é que está a lutar contra as
Mas agora ele vai ter uma atitude mais esperta. Vai fazer algum
esforço e aprender tudo o que pode sobre os mercados. É perfeita-
mente lógico pensar que se conseguiu ganhar não sabendo nada, con-
seguirá ganhos maiores quando souber alguma coisa. Mas há aqui um
grande problema do qual muito poucos traders têm consciência, até
muito depois de os estragos estarem feitos. Aprender sobre mercados é
bom e não causa em si nenhum problema. O que se pode revelar ruinoso
Imagine que tem uma posição aberta e que regista perdas num
momento em que o mercado está a fazer o máximo dos máximos ou o
máximo dos mínimos ou o mínimo dos máximos ou o mínimo dos
mínimos contra a sua posição e que se recusa reconhecer que está num
trade perdedor porque centra toda a sua atenção nos tics a seu favor. Em
Como se sente bem, não há razões para suspeitar que algo esteja
errado, mas à medida que o seu foco de atenção pende no sentido de
evitar a dor emocional, também vai criar, precisamente na mesma
proporção, as experiências que tenta evitar. Por outras palavras, quanto
mais tem a ganhar e não a perder, menos tolerância terá para qualquer
informação que possa indicar que não vai obter o que pretende. Quanto
mais informação consegue bloquear, menos irá conseguir aperceber-se
de uma oportunidade para agir na direção do que pretende.
Ganhadores e perdedores.
Subidas e correções
É preciso algum tempo para que a maioria dos traders desistam ou
descubram a verdadeira origem do seu sucesso. Entretanto, alguns
traders conseguem compreender o suficiente sobre o trading para entrar
naquilo a que normalmente se chama o ciclo de subidas e correções.
Porque é que alguém não iria querer ganhar? Na realidade, não é uma
questão de querer, porque todos os traders querem ganhar. Mas ganhar
gera alguns conflitos. Às vezes estes conflitos são tão poderosos que
descobrimos que o nosso comportamento está em conflito direto com
aquilo que queremos. Estes conflitos podem resultar de uma educação
religiosa, ética do trabalho ou certo tipos de traumas de infância.
Consistência:
um estado mental
Mas se é assim tão fácil, então porque razão é uma atividade tão
difícil de dominar? Porque é que tantos traders lutam contra uma con-
tradição óbvia: Se os traders sabem de experiência que fazer trading é
fácil e não exige esforço, então como é possível não conseguirem que
tudo o que aprenderam sobre os mercados funcione a seu favor? Por
outras palavras, como se explica o fosso entre o que sabem sobre trading
e os seus resultados efetivos ao longo do tempo?
No entanto, embora isto seja verdade para cada trader, o que não é
verdade ou percecionado de igual forma por cada trader é o que significa
estar errado, perder, deixar passar uma oportunidade ou fazer um
negócio menos vantajoso do que o esperado. Nem todos partilhamos das
mesmas convicções e atitudes e, por conseguinte, não partilhamos das
mesmas sensibilidades emocionais. Isto pode parecer óbvio, mas
asseguro-lhe que não é, Quando se tem medo, o desconforto emocional
que sentimos nesse momento é tão real e evidente que é natural
considerar que todos partilham da nossa realidade.
Tal como o meu cliente achou que a sua filha iria ter medo de cobras,
a maioria dos traders considera que os melhores traders, tal como eles
próprios, também têm medo de errar, de perder, de deixar passar uma
oportunidade e de fazer um negócio menos vantajoso do que o esperado.
Eles consideram que os melhores traders neutralizam de alguma forma
os seus medos com uma dose incomum de coragem, nervos de aço e
autocontrolo.
Significa isto que ele está condenado a ter medo de cobras para o
resto da sua vida? Só se quiser. É mesmo uma questão de vontade. É
certamente possível neutralizar o seu medo, mas tem que lutar por isso e
lutar por alguma coisa significa ter motivação suficiente. Muitos de nós
temos medos irracionais e simplesmente escolhemos viver com eles
porque não queremos ter o trabalho de os ultrapassar.
A dinâmica da
perceção
U m dos principais objetivos deste livro é ensinar a eliminar a ameaça
de sofrer emocionalmente com as informações do mercado. O
mercado não gera boas ou más informações. Da perspetiva do mer-
cado, tudo é simplesmente informação. Pode parecer que o mercado é
responsável pelos seus sentimentos num dado momento, mas não é
assim. É a sua própria estrutura mental que determina o modo como
interpreta a informação, como se sente e, em resultado disso, se está ou
não no estado mental mais conducente a entrar espontaneamente no
fluxo e aproveitar o que o mercado tem para oferecer.
Tudo o que existe fora dos nossos corpos - todas as plantas e formas
de vida; todos os fenômenos planetários, como as condições
meteorológicas, sismos e erupções vulcânicas; toda a matéria ativa e
Penso que tudo isto é evidente para a maioria das pessoas, mas há
neste contexto algumas implicações profundas menos evidentes e que
normalmente tomamos como certas. Primeiro que tudo, há uma relação
causa/efeito existente entre nós e tudo o que existe no ambiente
externo. Em resultado disso, os nossos encontros com forças exter-
nas criam aquilo a que vou chamar estruturas de energia dentro das
nossas mentes. As memórias, as características e, em última análise, as
convicções que adquirimos ao longo das nossas vidas existem no nosso
ambiente mental sob a forma de energia estruturada. Energia
estruturada é um conceito abstrato. Pode interrogar-se: «Como é que a
Tudo isto são bons exemplos de como a energia pode adquirir uma
aparência, forma ou estrutura. É claro que há muitos outros, mas tenho
mais um exemplo para ilustrar esta questão de forma mais clara. Ao nível
mais elementar, o que são os sonhos? Não lhe estou a perguntar o que
significam os sonhos ou qual a sua finalidade, mas sim, quais as suas
propriedades? Se partirmos do princípio de que os sonhos ocorrem
dentro dos limites do nosso cérebro, então não podem ser compostos
por átomos nem moléculas, porque não haveria espaço suficiente para
tudo o que existe e ocorre dentro dos nossos sonhos. As experiências dos
sonhos parecem ter as mesmas propriedades e dimensões do que
percecionamos quando estamos acordados e fazemos uso dos nossos
cinco sentidos. A única forma de isto ser possível é os sonhos serem uma
forma de energia estruturada, podendo esta assumir qualquer tamanho
ou dimensão, não ocupando, no entanto, espaço na realidade.
Mas tudo o que consegue ver quando olha para o gráfico agora já
existia nessa altura e, além disso, podia ser entendido. Qual é então a
diferença? A energia estruturada que está dentro de si agora - os
conhecimentos que adquiriu - funciona como uma força sobre os seus
olhos, que faz com que consiga distinguir a informação, fazendo inter-
pretações. Todas as oportunidades que agora vê já lá estavam antes, mas
Para ilustrar esta ideia e torná-la mais clara, vou dar-lhe outro
exemplo, que demonstra como a energia mental pode afetar o modo
como percecionamos e sentimos o ambiente de tal forma que na
realidade pode inverter a relação causa/efeito. Vejamos o exemplo de
um primeiro encontro de uma criança muito jovem com um cão.
Que tipo de efeito são os cães capazes de produzir? Bem, os cães têm
uma variedade de formas de expressão. Com variedade de formas de
expressão quero dizer que os cães podem comportar-se de diferentes
modos em relação aos humanos. Podem ser amigáveis, carinhosos,
protetores e pode ser divertido brincar com eles; ou podem ser hostis,
maus e perigosos, só para mencionar alguns dos muitos comportamentos
de que os cães são capazes.
Sei que podem parecer muitos conceitos num único exemplo, mas os
princípios envolvidos aplicam-se à dinâmica subjacente a toda a
aprendizagem.
Repare que usei a palavra outro para descrever o próximo cão com
que terá contacto. O que quero salientar é que qualquer cão pode fazer a
criança sentir medo, não só aquele que na realidade o atacou. Não fará
qualquer diferença se o próximo cão com que entre em contacto seja o
cão mais simpático do mundo, cuja natureza se expressa somente por
brincadeira. A criança terá medo na mesma e, além disso, o seu medo
pode rapidamente transformar-se em pânico, especialmente se o
segundo cão (vendo uma criança e querendo brincar) se tentar aproximar
dela.
Perceção e risco
Como vimos, a perceção do risco por parte de uma pessoa pode ser
O poder da associação
Por muito complexas que estas questões possam parecer à primeira
vista, pode-se responder à maioria delas com bastante facilidade. Tenho
a certeza de que já sabe a resposta: as nossas mentes têm uma
característica estrutural inerente que nos faz associar e ligar algo que
exista no ambiente externo que seja semelhante em qualidade,
características, propriedades ou traços a algo que já exista no nosso
ambiente mental interno sob a forma de uma memória. Por outras
palavras, no exemplo da criança com medo de cães, o segundo cão ou
qualquer outro cão que ela encontre mais tarde, não tem que ser o
mesmo que a atacou para que ela sinta dor emocional. Basta haver uma
semelhança suficiente para que a sua mente estabeleça imediatamente
uma ligação entre os dois.
Como os dois cães, o que está na mente da criança e o que está fora,
provocam exatamente o mesmo, é extremamente improvável que a
criança consiga distinguir no comportamento do segundo cão algo que
lhe sugira que este é de alguma forma diferente do que está na sua
mente. Assim, em vez de olhar para este novo encontro como uma
oportunidade para experimentar algo de novo sobre a natureza dos cães,
perceciona um cão agressivo e perigoso.
Sei que esta é uma ideia difícil, por isso vou dar outro exemplo para a
ilustrar. Imaginemos um cenário em que perdeu dinheiro nos seus dois
ou três últimos trades. Está a observar o mercado e as suas variáveis
indicam-lhe que existe uma oportunidade. Em vez de executar
imediatamente o trade, você hesita. O trade parece arriscado, tão
No capítulo 1, referi que muitos dos padrões mentais que fazem com
que os traders percam dinheiro e cometam erros são tão evidentes e
estão tão profundamente enraizados que dificilmente perceberiamos que
a razão por que não somos consistentemente bem sucedidos é a forma
como pensamos. Compreender, ganhar consciência, estar alerta e
aprender como contornar a propensão natural da mente para fazer
associações é um grande passo para conseguir essa consistência.
A perspectiva
do mercado
D e um modo geral, a perceção do risco por parte de um trader
depende do resultado dos seus dois ou três trades mais recentes,
embora os traders mais experientes não sofram o efeito
(deprimente ou eufórico) dos seus resultados mais recentes. Assim, a sua
perceção do risco de uma qualquer situação de trading não é afetada por
esta variável pessoal e psicológica. Há aqui uma distância psicológica
enorme que pode levá-lo a acreditar que os melhores traders têm
qualidades estruturais nas suas mentes que contribuem para esta
distância, mas posso assegurar-lhe que tal não é verdade.
O princípio da incerteza
Se existe alguma espécie de segredo sobre a natureza do trading, aqui
está: para ser verdadeiramente hábil, um trader tem de:
Isto acontece mesmo havendo mais sinais que indicam que o mercado
definiu de facto uma tendência na direção oposta à nossa posição. Um
mercado tendente é uma característica de comportamento do mercado,
mas esta distinção pode facilmente tornar-se invisível se estivermos a
operar com base no medo. A tendência e a oportunidade para abrir uma
posição na direção certa só se tornam evidentes depois de sairmos da
posição.
Além disso, há oportunidades que são invisíveis para nós porque não
aprendemos a distingui-las. Lembre-se da nossa discussão no capítulo 5
sobre o primeiro gráfico de preços para a qual olhou. Aquilo que ainda
não aprendemos é para nós invisível e permanece invisível até as nossas
mentes estarem abertas a um intercâmbio de energia.
O primeiro passo para fazer com que a sua mente e o mercado este-
jam em perfeita sincronia é compreender e aceitar completamente as
realidades psicológicas do trading. É neste passo que começa a maioria
das frustrações, desilusões e mistérios associados ao trading. Muito
poucas pessoas que decidem fazer trading jamais reservam algum tempo
ou despendem esforço para pensarem sobre o que significa ser um
trader. A maioria das pessoas que entram no trading pensam que ser um
trader é sinônimo de ser um bom analista de mercado.
Como referi, isto não pode estar mais longe da verdade. Uma boa
análise de mercado pode certamente contribuir para o sucesso ao
desempenhar um papel de apoio, mas não merece a atenção e a
importância que a maioria dos traders erradamente lhe atribui. Por detrás
dos padrões comportamentais do mercado nos quais é tão fácil
fixarmo-nos existem algumas características psicológicas muito próprias.
É a natureza destas características psicológicas que determina como
alguém precisa de ser para operar eficazmente no ambiente de mercado.
direção da força maior, ou dos traders que tiverem convicções mais fortes
quanto à direção que o preço vai tomar.
Gostaria agora que pensasse no que pode impedir que tudo possa
acontecer num dado momento no mercado, a não ser os limites impostos
pelos próprios supervisores. Não há nada que impeça o preço de uma
ação subir ou descer tanto quanto a vontade de um qualquer trader no
mundo, agindo ele, claro, nesse sentido. Assim, a amplitude do
comportamento do mercado só é limitada pelas convicções mais
extremas, para cima ou para baixo, de qualquer interveniente no
Mas também há muito que não sabemos e que nunca iremos saber a
menos que aprendamos a ler mentes. Por exemplo, sabemos quantos
traders estão a observar ou prestes a entrar? Sabemos quantos deles
querem comprar e quantos querem vender ou quantas ações querem
comprar ou vender? Então, e os que já abriram as suas posições ao longo
do dia? Quantos deles vão mudar de opinião e fechá- -las? Quanto tempo
ficarão fora do mercado? E quando regressarem ao mercado, qual será o
sentido das suas apostas?
A essência do trader:
pensar em termos de
probabilidades
O que significa exatamente pensar em termos de probabilidades e
porque isso é tão importante para o sucesso sustentado de um
trader? Se reparar bem na última frase, verificará que eu fiz os
ganhos sustentados depender de probabilidades. Parece uma
contradição: como é que alguém pode obter resultados sustentados de
um acontecimento com um desfecho incerto? Para responder a esta
questão, tudo o que temos de fazer é olhar para a indústria do jogo.
Estes 4,5 por cento podem não parecer muito. Mas suponhamos que
este jogo movimenta um total de 100 milhões de euros em todas as
mesas de blackjack ao longo de um ano. O casino terá um lucro de 4,5
milhões.
Como não têm que saber o que vai acontecer a seguir, não atribuem
qualquer significado especial a cada rodada individual, a cada volta da
roleta ou a cada lançamento de dados. Por outras palavras, não ficam
expectantes com o que vai acontecer, nem pressionam os seus egos para
terem de estar certos. Como resultado, é mais fácil concentrarem-se em
manter as probabilidades a seu favor e jogar sem erros, o que por sua vez
os torna menos suscetíveis de cometerem erros que podem sair caros.
Descontraem porque apenas se empenham em deixarem as suas
probabilidades esgotarem-se, sabendo que se os modelos forem bons e a
dimensão grande o suficiente, então irão sair vencedores no final.
O trading no momento
Os traders que aprenderam a pensar em termos de probabilidades
abordam os mercados praticamente da mesma maneira. No nível micro,
acreditam que cada trade e oportunidade são únicos. O que sabem sobre
a natureza do trading é que num dado momento, o mercado pode gerar
um gráfico exatamente igual ao que gerou em algum momento anterior e
as medidas geométricas e os cálculos matemáticos usados para
determinar cada oportunidade podem ser exatamente os mesmos; mas a
consistência do mercado num momento e no momento seguinte nunca é
a mesma.
Esta última frase pode parecer lógica, mesmo evidente, mas há aqui
um problema enorme que é tudo menos lógico ou evidente. Estar
consciente da incerteza e compreender a natureza das probabilidades
não é o mesmo que possuir a aptidão para trabalhar eficazmente do
ponto de vista probabilístico. Pode ser difícil pensar em termos de
probabilidades, porque as nossas mentes não processam naturalmente a
informação desta maneira. Muito pelo contrário, as nossas mentes
fazem-nos percecionar aquilo que conhecemos e aquilo que conhecemos
é parte do nosso passado, enquanto no mercado cada momento é novo e
único, embora possa haver semelhanças com algo que tenha ocorrido no
passado.
Depois de eu lhe ter chamado a atenção para isto, ele disse que esta
fora exatamente a atitude que teve quando fechou a posição. Disse que
tinha estado à espera deste trade durante semanas e quando o mercado
finalmente o permitiu, ele pensou que iria imediatamente inverter.
Respondí, lembrando-o que devia olhar para esta experiência como
reveladora do caminho para algo que ele tem de aprender. Um
pré-requisito para pensar em termos de probabilidades é aceitar o risco,
porque se assim não for, não iremos enfrentar a hipótese de não o
aceitar, se e quando ele se concretizar.
Por outro lado, porque pensa que os traders que não são bem
sucedidos são obcecados com a análise de mercado? Eles anseiam pela
sensação de certeza e segurança que a análise lhes parece dar. Embora
poucos o admitam, a verdade é que o trader comum quer acertar em
todos os trades. Tenta desesperadamente criar certezas onde ela
simplesmente não existe. A ironia é que se ele aceitasse completamente
o facto de que a certeza não existe, iria criar a certeza por que anseia: iria
ter a certeza de que a certeza não existe.
Gerir as expectativas
Os danos provocados pelas expectativas irrealistas derivam da forma
como afetam a nossa perceção da informação. As expectativas são
projeções mentais daquilo que, nalgum momento no futuro, vamos ver,
Quando abro uma posição, tudo o que espero é que aconteça algo.
Independentemente da qualidade do meu sistema, não espero nada mais
do que um movimento do mercado. No entanto, há algumas coisas que
dou por certas. Sei, que com base no comportamento passado do
mercado, as probabilidades de se movimentar na direção da minha
posição são boas ou aceitáveis, pelo menos em relação ao que estou
disposto a gastar para descobrir se o faz de facto.
Definir o problema
Ao seu nível mais elementar, o mercado não é mais do que uma série
de tics para cima e para baixo que formam modelos de comportamento.
A análise técnica define estes modelos como padrões. Um determinado
padrão é uma indicação de que existe uma maior probabilidade de o
mercado se movimentar numa direção do que noutra. No entanto, existe
um paradoxo importante porque um padrão implica consistência ou, pelo
menos, um resultado consistente. Mas a realidade é que cada padrão é
um acontecimento único. Podem parecer indicar exatamente o mesmo
em dois acontecimentos distintos, mas as semelhanças são somente
aparentes. A força elementar por detrás de cada padrão são os traders e
os traders que contribuem para a formação de um padrão são sempre
diferentes dos traders que contribuem para o seguinte, pelo que o
desfecho de cada padrão é aleatório. As nossas mentes têm uma
característica estrutural (o mecanismo de associação) que pode fazer com
que seja difícil lidar com este paradoxo.
Se não é o mercado que nos faz entrar num estado de espírito com
carga negativa, então o que é? A forma como definimos e interpretamos
os sinais que percecionamos. Então o que determina o que
percecionamos e o modo como definimos e interpretamos essa infor-
mação? Aquilo que acreditamos ou supomos ser verdade. As nossas
convicções a funcionar em conjunto com os mecanismos de associação e
com os mecanismos de proteção para evitar a dor emocional, funcionam
como uma força sobre os nossos cinco sentidos, fazendo com que
percecionemos, definamos e interpretemos os sinais de mercado de tal
forma que estejam em consonância com aquilo que esperamos. Aquilo
que esperamos corresponde àquilo que acreditamos ou pressupomos ser
verdade. As expectativas são convicções projetadas para um momento
futuro.
Como traders, não nos podemos dar ao luxo de cair na ilusão do: eu
sei o que esperar do mercado. Podemos saber exatamente qual o
potencial de uma oportunidade ou apenas como nos parece e podemos
saber exatamente quanto precisamos de arriscar para descobrir se essa
oportunidade se confirma ou não. Podemos saber que temos um plano
específico para encaixar mais-valias se um trade funcionar. Mas é tudo!
Se deixamos que o que pensamos saber se transfira para a nossa
interpretação do comportamento do mercado, arranjamos problemas.
Nesse caso, tudo o que é preciso para nos colocar uma carga negativa no
nosso estado mental, é: eu sei o que esperar do mercado assente nas
154 Trading - Atitude mental do trader de sucesso
convicções, nas memórias ou nas atitudes que nos fazem interpretar as
subidas e as descidas ou quaisquer outras informações do mercado como
tudo, menos como uma oportunidade para fazer algo em nosso benefício.
Definir os termos
Quais são os objetivos?
Em última análise, ganhar dinheiro é o objetivo de toda a gente. Mas
se o trading fosse somente uma questão de ganhar dinheiro, não seria
necessário ler este livro. Abrir uma posição ganhadora ou até uma série
delas não requer grande habilidade. Por outro lado, criar resultados
sustentados e ser capaz de manter os ganhos, isso sim, requer aptidões.
Ganhar dinheiro de forma consistente é um subproduto de adquirir e
dominar certas aptidões mentais. O grau com que compreende isto é o
mesmo que o fará deixar de se focar no dinheiro e passar a focar-se no
modo como consegue utilizar o trading como ferramenta para dominar
estas aptidões.
0 que é a objetividade?
Lembre-se que nada tem mais potencial para causar conflitos emo-
cionais do que expectativas não satisfeitas. A dor emocional é a resposta
universal quando o mundo externo se exprime de um modo que não
reflete aquilo que esperamos ou acreditamos ser verdade. Em resultado,
qualquer sinal do mercado que não corresponda às nossas expectativas é
automaticamente definido e interpretado como ameaçador. Essa
interpretação faz com que adotemos um estado mental defensivo, com
uma carga negativa, que nos leva a agir precisamente da forma que
estamos a tentar evitar.
Por outro lado, só tem de acreditar que tudo o que precisa de saber é
que:
1) As probabilidades jogam a seu favor antes de abrir uma posição;
2) Tem de saber quanto vai custar descobrir se o trade vai funcionar
ou não;
3) Não precisa de saber o que vai acontecer a seguir para ganhar
dinheiro num trade; e
4) Tudo pode acontecer.
Então, como é que o mercado lhe pode fazer mal? Que sinais poderia
o mercado gerar sobre si próprio que fizesse com que os seus
mecanismos de proteção para evitar a dor emocional fossem ativados e
excluíssem informação do seu conhecimento? Não consigo pensar em
nenhuma. Se acreditar que tudo pode acontecer e que não precisa de
A Natureza das
Convicções
Por outro lado, se perguntar quais as funções dos seus olhos, ouvidos,
nariz ou dentes, não teria problema em responder. As convicções são
componentes tão importantes da nossa constituição (em termos do
impacto que têm na qualidade das nossas vidas), que é uma das grandes
ironias da vida que sejam aquelas em que menos pensamos e que menos
compreendemos.
Seja qual for a origem das nossas convicções, uma vez existentes,
funcionam basicamente todas do mesmo modo. As convicções têm
caráter e formas particulares de desempenharem as suas tarefas, ao
contrário das diferentes partes dos nossos corpos. Por exemplo, se
compararmos os meus olhos com os seus, ou as minhas mãos com as
suas, ou os meus glóbulos vermelhos com os seus, podemos ver que não
são exatamente iguais, mas têm características em comum que os faz
funcionar de modo semelhante. Pela mesma razão, uma convicção de
De facto, a maioria das pessoas ficaria tão feliz que se iriam sentir
compelidas a partilhar essa felicidade e a nova descoberta com todas as
pessoas que conhecessem. Posso imaginá-lo a regressar ao emprego ou a
casa e, no momento em que encontra alguém, as primeiras palavras que
saem da sua boca são: «Não vais acreditar no que me aconteceu» e
embora queira desesperadamente que essas pessoas acreditem na sua
história, provavelmente não vão acreditar. Porquê? Porque a sua
convicção de que o dinheiro grátis não existe irá fazer com que
interpretem a sua história de um modo a negar a sua veracidade.
Convicções vs verdade
Nestes três exemplos, todos têm a sua versão individual. Se lhes
perguntar, cada um descrevería o que viveu do seu ponto de vista, como
se fosse a única versão verdadeira e válida da realidade. A contradição
entre estas três versões da verdade sugere-me uma importante questão
filosófica que precisa ser resolvida. Se as convicções limitam o nosso
conhecimento da informação gerada pelo ambiente físico, para que o que
percecionamos esteja em consonância com o que acreditamos, então
como é que sabemos o que é a verdade?
O impacto das
convicções no
trading
S e o ambiente externo se pode expressar numa combinação infinita de
formas, então não há de facto limites para a diversidade de
convicções que podemos adquirir. Esta é uma forma sofisticada de
dizer que há muito lá fora que aprender. Mas olhando para a natureza da
humanidade de um modo global, diria que não vivemos as nossas vidas
totalmente em consonância com esta afirmação. Se for verdade que é
possível acreditarmos em quase tudo, então porque discutimos e lutamos
uns com os outros? Porque não temos todos o direito de expressar as
nossas vidas de uma forma que reflita o que aprendemos a acreditar?
Numa dada altura, os meus pais disseram-me que o Pai Natal não
existia. É claro que a minha primeira reação foi de incredulidade. Não
acreditei. Mas acabei por me convencer. No entanto, o processo de
convencimento não destruiu a minha crença no Pai Natal nem fez com
que ele deixasse de existir; simplesmente retirou a energia da minha
convicção acerca da sua existência. A convicção foi transformada num
conceito inativo e não funcional sobre o modo como o mundo funciona.
Não tenho a certeza para onde foi toda aquela energia mas sei que uma
parte foi transferida para uma convicção de que o Pai Natal não existe.
Agora tenho duas versões contraditórias sobre a natureza do mundo que
existe no meu sistema mental: uma, que o Pai Natal existe; outra, que o
Pai Natal não existe. A diferença entre elas está na quantidade de energia
que contêm. A primeira não tem praticamente nenhuma energia; a
segunda tem energia. Assim, de um ponto de vista funcional, não há
contradição ou conflito.
Pode estar a olhar para esta pessoa (o seu chefe) e assentir com a
cabeça em sinal de concordância. Mas estará a sua mente de acordo?
Estará a sua mente silenciosa? É claro que nãol A sua opinião está
efetivamente a contrariar cada ponto de vista do seu chefe. Ou seja as
suas convicções ainda estão a exigir que se manifeste, mas não estão a
ser expressas para o exterior (para o ambiente) porque outras convicções
estão a agir como uma força contrária. No entanto, irão em breve
encontrar uma forma de sair, não é? Logo que sair desse cenário, irá
provavelmente encontrar uma forma de descarregar a sua
argumentação. Provavelmente irá descrever a situação a alguém que
Mas o que acontece quando uma ou mais das nossas convicções estão
em conflito com os nossos propósitos, objetivos, sonhos, vontades ou
desejos? As implicações desse conflito podem ter um efeito profundo no
trading. Como já aprendemos, as nossas convicções fazem-nos ver o
ambiente externo de forma diferente; indicam limites. A consciência
humana, por outro lado, parece ser maior do que a soma final de tudo
em que aprendemos a acreditar. Esta qualidade da consciência humana
de ser maior que dá-nos a capacidade para pensar em qualquer direção
que escolhamos, seja dentro ou fora dos limites impostos pelas nossas
convicções. Pensar fora dos limites chama-se normalmente pensamento
criativo. Quando escolhemos intencionalmente uma convicção,
questionando aquilo que conhecemos, e desejamos uma resposta,
abrimos as nossas mentes para receber uma ideia brilhante, uma
inspiração ou uma solução para o problema.
Tanto quanto sei, não existe nenhum consenso entre artistas, inventores
ou comunidades religiosas ou científicas quanto à origem exata da
informação gerada criativamente. No entanto, o que sei é que a
criatividade é aparentemente ilimitada e não tem fronteiras.
Ver outras crianças da sua idade (com quem se pode identificar cla-
ramente) a divertir-se brincando com cães pode fazer a criança decidir
que quer ser como as outras crianças e divertir-se com cães também. Se
for esse o caso, este encontro criativo inadvertido fez com que passasse a
desejar exprimir-se de um modo que anteriormente não acreditava ser
possível - interagindo com cães. De facto, antes, a ideia parecia tão
absurda que nem sequer lhe tinha ocorrido considerá-la. Agora, não só a
considera absurda, como a deseja.
Embora não seja muito comum, há pessoas que, por várias razões,
estão suficientemente motivadas para realizarem sozinhas o processo
acima descrito. No entanto, podem não estar conscientes da dinâmica
envolvida. As pessoas que conseguem superar um medo de infância desta
magnitude normalmente fazem-no casualmente ao longo de anos, sem
ter a certeza exatamente como o fizeram (a menos que procurem e
obtenham ajuda profissional competente). Mais tarde, em adultos, se
lhes perguntarem ou se acontecer depararem-se com uma situação que
lhes lembre o seu passado (por exemplo, observar uma criança que tem
horror a cães), normalmente caracterizam o processo por que passaram
como lembro-me quando tinha medo de cães, mas ultrapassei-o.
Por conseguinte, a criança fica com uma contradição ativa entre uma
convicção fraca de que nem todos os cães são perigosos o que lhe dá a
capacidade de percecionar a hipótese de brincar com um cão e uma
convicção forte de que todos os cães são perigosos, que ainda a faz sentir
medo cada vez que se encontra com um cão (talvez não o suficiente para
a fazer correr, porque algum desse medo será contrabalançado pela
outra convicção).
Autoavaliação e trading
O modo como esta característica se aplica ao trading é bastante
profundo. 0 ambiente de trading oferece-nos um palco de oportunidades
ilimitadas para acumular riqueza. Mas só porque o dinheiro está
disponível e nós percecionamos a possibilidade de o obter não significa
necessariamente que nós (como pessoas) tenhamos um sentido ilimitado
de autoavaliação. Ou seja, pode haver uma enorme discrepância entre a
quantidade de dinheiro que desejamos para nós, a quantidade que
percecionamos estar disponível e a quantidade que na realidade
acreditamos que valemos ou merecemos.
Pensar
como um
trader
S e me pedissem para condensar o trading na sua forma mais simples,
diria que é um jogo de reconhecimento de padrões numéricos.
Usamos a análise de mercado para identificar os padrões, definir o
risco e determinar quando tomar mais-valias. O trade ou funciona ou não
funciona. Em qualquer caso, continuamos para o trade seguinte. É tão
simples quanto isto, mas certamente não é fácil. De facto, o trading é
provavelmente o projeto mais difícil em que tentará ter sucesso. Não
porque exija grandes conhecimentos; muito pelo contrário! Mas porque
quanto mais pensa que sabe, menos sucesso terá. Fazer trading é difícil
porque temos de operar num estado em que não precisamos de saber,
muito embora a sua análise possa revelar- se por vezes perfeitamente
correta. Para operar num estado em que não tem que saber, tem que
gerir devidamente as suas expectativas. Para gerir devidamente as suas
expectativas, tem de reordenar o seu ambiente mental para que acredite
indubitavelmente nas cinco verdades fundamentais.
Quando tiver concluído esta primeira fase, pode depois avançar para a
fase subjetiva do trading. Nesta fase, usa o que já aprendeu sobre a
natureza do movimento do mercado para fazer o que pretende. Há muita
liberdade nesta fase, pelo que terá de aprender a monitorizar a sua
predisposição para cometer erros de trading que são o resultado dos
problemas de autoavaliação não resolvidos a que me referi no capítulo
A fase mecânica
A fase mecânica do trading está especificamente concebida para
construir o tipo de aptidões de trading (confiança, segurança e pen-
sarnento em probabilidades) que irão compeli-lo a criar resultados
sustentados. Defino resultados sustentados como uma curva de resul-
tados em crescimento regular mostrando perdas ligeiras, que são a
consequência natural de oportunidades identificadas no mercado que
não funcionaram.
Observe-se a si mesmo
O primeiro passo no processo de obtenção de consistência é começar
a reparar naquilo que pensa, diz e faz. Porquê? Porque tudo o que
pensamos, dizemos ou fazemos como traders contribui para alguma
convicção no nosso sistema mental e, por conseguinte, reforça-a. Como o
processo de se tornar consistente é de natureza psicológica, não é
surpresa ter que começar a prestar atenção aos seus vários processos
psicológicos.
Com uma convicção como esta, não há fonte de energia com carga
negativa capaz de gerar pensamentos autocríticos. No entanto, nós que
Se vai ser um vencedor consistente, não pode deixar que o erro ocorra
num contexto de carga negativa como é visto pela maioria das pessoas.
Tem que conseguir monitorizar-se a si mesmo de alguma forma, o que
será difícil de fazer se tiver tendência para experimentar dor emocional
quando comete um erro. Se isto ocorrer, tem duas opções:
O papel da autodisciplina
Chamo ao processo que acabei de descrever autodisciplina. Defino
autodisciplina como uma técnica mental para reorientar (o melhor que
pudermos) o nosso foco para aquilo que desejamos, quando esse objetivo
ou desejo está em conflito com algum outro fator-convicção - do nosso
ambiente mental.
Não conhecia outro modo para lidar com esta energia mental con-
flituosa a não ser reorientar a minha atenção consciente para aquilo que
tentava conseguir. Eu queria mesmo chegar aos oito quilômetros até ao
final do verão. Descobri que por vezes o meu desejo era mais forte do que
o conflito. Em resultado, conseguia calçar as minhas sapatilhas, sair
mesmo de casa e correr. No entanto, foram mais as vezes em que os
meus pensamentos contrários me deixaram parado. De facto, nas fases
iniciais, estimo que dois terços do tempo não consegui ultrapassar a
energia negativa.
Para quem possa estar interessado, não corro tanto agora porque há
cinco anos decidi voltar a jogar novamente hóquei. O hóquei é um
desporto extremamente exigente. Às vezes jogo quatro vezes por
semana. Tendo em conta a minha idade (mais de cinquenta) e o nível de
esforço que o desporto exige, normalmente preciso de um dia ou dois
para recuperar, o que não me deixa muito tempo para correr.
Lembre-se que tem de treinar especifica mente a sua mente para ser
objetiva e ficar concentrada no fluxo de oportunidades do momento
presente. As nossas mentes não estão naturalmente programadas para
pensar deste modo. Assim, para sermos observadores objetivos temos de
aprender a pensar do ponto de vista do mercado, onde há sempre forças
desconhecidas (traders) à espera de agir sobre o movimento dos preços.
Por conseguinte, da perspetiva do mercado, cada momento é
verdadeiramente único, embora o momento possa parecer, soar ou ser
sentido exatamente como algum outro momento passado registado no
seu banco de memórias.
Preparar o exercício
Escolha um mercado. Pode negociar em ações ou contratos de
futuros. Não importa qual, desde que tenha a liquidez necessária e
respeite os requisitos para transacionar pelo menos 300 ações ou 3
contratos de futuros por trade.
-Abrir uma posição. As variáveis que usa para definir a sua opor-
tunidade têm de ser muito precisas. O sistema tem de ser concebido de
modo a que não seja preciso tomar quaisquer decisões subjetivas ou
emitir opiniões sobre se a sua oportunidade existe ou não. Se o mercado
estiver alinhado de acordo com as variáveis rígidas do seu sistema, então
tem um trade; se não, não tem um trade. Ponto final! Nenhum outro
fator externo ou aleatório pode entrar na equação.
Em qualquer caso, seja qual for o sistema que escolher, tem de ser
absolutamente exato, não permitindo qualquer tomada de decisão
subjetiva. De novo, nenhuma variável externa ou aleatória pode entrar na
equação.
Se nunca se sabe até que ponto o mercado vai, então quando e como
tomar mais-valias? A questão é qual a sua capacidade para ler o mercado
e escolher os pontos em que é mais provável parar. Se não tem
objetivamente esta capacidade, o melhor a fazer é dividir a sua posição
em terças (ou quartas) partes e ir saindo regularmente da sua posição à
medida que o mercado se movimenta a seu favor. Se está a transacionar
contratos de futuros, isto significa que a sua posição mínima para um
trade é de pelo menos três (ou quatro) contratos. Para ações, a posição
mínima é qualquer número de ações que seja divisível por três (ou por
quatro).
Para ilustrar este ponto, imagine que está num trade ganhador; o
mercado fez um movimento bastante significativo na sua direção, mas
não tomou mais-valias porque pensou que iria ainda mais longe. No
entanto, em vez de ir mais longe, o mercado inverte aproximando-se do
seu ponto de entrada original. Entra em pânico e, em resultado, fecha a
posição porque não quer deixar aquilo que fora um trade ganhador
transformar-se num trade perdedor. Mas logo que sai, o mercado
recupera movendo-se na direção que lhe daria ganhos. Se tivesse retirado
uma parte dos ganhos fazendo um escalonamento, colocando-se numa
Sempre que faz algo que confirme uma das cinco verdades funda-
mentais, estará a retirar energia das convicções conflituosas e a acres-
centar energia à convicção nas probabilidades e na sua capacidade de
produzir resultados sustentados. No final, as suas novas convicções irão
Tente não calcular quanto tempo irá precisar para chegar ao final de pelo
menos uma amostra de vinte trades, seguindo o seu plano sem desvios ou
pensamentos que o distraiam ou o façam hesitar. Irá levar o tempo que for
preciso. Se quisesse ser um jogador de golfe profissional, não seria estranho
ter de bater 10.000 ou mais bolas até que a combinação precisa de
movimentos da tacada estivesse tão bem enraizada na sua memória
muscular que já não tivesse que pensar sobre eles conscientemente.
Quando está a dar tacadas em bolas de golfe, não está a jogar contra
ninguém ou a tentar vencer o grande torneio. Fá-lo porque acredita que a
aquisição de aptidões e a prática irão ajudá-lo a vencer. Aprender a ser um
ganhador consistente como trader é exatamente a mesma coisa.
Desejo-lhe muita prosperidade e... ia dizer «boa sorte», mas não precisa
de sorte se trabalhar para adquirir as aptidões adequadas.
Mark Douglas
são atributos e aptidões psicológicas específicas para o trading que são ex-
plorados neste livro e que os traders de maior sucesso aprendem e imple-
mentam tornando-se assim capazes de se controlarem a si próprios e às
suas emoções, elevando o poder da sua mente e a sua atitude à capacidade
mecânica de obterem resultados consistentes.
ESTE É UM DOS LIVROS QUE DEVEM SER LIDOS POR TODOS OS TRADERS.
E DEVEM FAZÊ-LO ATÉ ELE SE TORNAR PARTE DA SUA PERSONALIDADE.