Livro - de Olho Na Cultura
Livro - de Olho Na Cultura
Livro - de Olho Na Cultura
De olho na Cultura 1
Ministro da Cultura
Gilberto Gil
Coordenador e consultor
Jocélio Teles dos Santos
Paula Cristina da Silva Barreto
Editoração
Bete Capinan
Capa
Nildão e Renato da Silveira
D278
De olho na cultura: pontos de vista afro-brasileiros / Ana Lúcia
Silva Souza [et al...]. _Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais;
Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2005.
196p.
ISBN: 85-88070-030
CDD - 305.896081
DE OLHO NA CULTURA!
PONTOS DE VISTA AFRO-BRASILEIROS
Introdução 9
Capítulo 1
A criação dos mundos pela cultura 11
Capítulo 2
Cultura e formação de identidades 25
Capítulo 3
Representações do homem e da mulher 37
Capítulo 4
Culturas e religiões 51
Capítulo 5
De olho na infância e o esporte em jogo 67
Capítulo 6
Memórias corporais afro-brasileiras 83
Capítulo 7
Nossa língua afro-brasileira 103
Capítulo 8
Modalidades culturais de linguagem 121
Capítulo 9
Arte afro-brasileira: memória cultural 139
Capítulo 10
Negro em cena 167
Bibliografia 185
De olho na Cultura 13
14 De olho na Cultura
De olho na Cultura 15
16 De olho na Cultura
De olho na Cultura 17
18 De olho na Cultura
De olho na Cultura 19
Pesquisando a cultura:
Você encontra a imagem da capa da obra Tintin au Congo no
site da Fundação Tintin/ Moulinsart que não autorizam a publica-
ção da imagem pois os sucessores dos direitos não desejam a as-
sociação da imagem com o colonialismo.
Entre em http://www.tintin.be/
Pesquise no ícone Les aventures de Tintin a seção Les álbuns
Você pode também procurar a versão brasileira, publicada
em 1970, pela Editora Record, com o título Tintin na África.
20 De olho na Cultura
De olho na Cultura 21
A ótica e a memória
A memória funda as percepções sobre o mundo. Essas percep-
ções podem ser construídas, mas também desconstruídas.Um
nome de rua, de uma escola, de um teatro é também uma memó-
ria preservada.
22 De olho na Cultura
Dicas culturais:
O decreto 3.551 de 2000, assinado pelo presidente da Repú-
blica, normatizou o registro dos bens imateriais culturais do
Brasil para que eles sejam protegidos e não corram o risco
de desaparecer. O registro é renovado de dez em dez anos,
com o objetivo de verificar se o bem cultural foi modificado
pelo povo ou continua com os mesmos parâmetros de quan-
do recebeu a certificação. Entidades ligadas ao culto afro-
baiano começaram a campanha pelo registro do acarajé como
patrimônio cultural do Brasil, para ter a receita, os ritos de
preparação e tradição preservados. Em 01/12/2004, o Insti-
tuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
tombou o bolinho feito com feijão fradinho e azeite de dendê
como “bem imaterial”, em reunião extraordinária na Igreja
de Santa Teresa, em Salvador.
O trabalho das baianas de acarajé também foi reconhecido
como profissão pelo Iphan. O registro do ofício não reco-
nhece apenas o acarajé, mas todos os saberes e fazeres tradi-
cionais aplicados na produção e comercialização das chama-
das comidas da Bahia feitas com azeite de dendê.
De olho na Cultura 23
24 De olho na Cultura
De olho na Cultura 25
De olho na Cultura 27
28 De olho na Cultura
De olho na Cultura 29
30 De olho na Cultura
2
CARNEIRO, Sueli. “Negros de pele clara”. Correio
Braziliense: Coluna Opinião - 29/05/2004
De olho na Cultura 31
Construindo saberes:
1 Os textos que você vai ler agora retomam aspectos iden-
titários apontados ao longo deste capítulo. Destaque al-
guns deles.
2 O texto C fala sobre 400 comunidades remanescentes de
quilombos existentes no Maranhão. Pesquise sobre ou-
tras, identificadas na atualidade. Utilize livros, sites ou
contate entidades afins.
32 De olho na Cultura
Texto B
Givânia nasceu em 1967, em Conceição das Criou-
las, no sertão de Pernambuco (...). Faz parte da his-
tória familiar de seis mulheres, seis crioulas que ali
iniciaram suas atividades há mais de 200 anos (...)
Só aos poucos Givânia foi reconstituindo a história
de sua própria terra natal. Na escola, ninguém fala-
va; em casa, também não, mas desde que começou a
participar das Comunidades Eclesiais de Base ela,
como muitos outros, fazia a mesma indagação; todo
mundo tem sua história e nós não temos?
Givânia foi uma das poucas mulheres que pôde sair
de Conceição das Crioulas para estudar e continuar 3
CD Terra de Preto - compositor Paulinho Akomabu -
os estudos até se formar em curso superior de Le- Bloco Afro Akomabu, Pérolas Negras.Vol I - Cen-
tras.4 tro de Cultura Negra do Maranhão
4
Quilombos no Brasil – Fundação Cultural Palmares,
revista Palmares n. 5, ano 2000, nov. p. 7)
De olho na Cultura 33
34 De olho na Cultura
Continuando a refletir:
A linguagem, como uma produção social, longe de ser neu-
5
tra, veicula, às vezes sem que se perceba, preconceitos, dependen- Amkoullel, o menino fula, Amadou Hampâté Bâ,
tradução Xina Smith de Vasconcelos. São Paulo: Pa-
do das formas particulares de emprego de uma palavra em deter- las Athena: Casa das Áfricas, 2003. p. 174-175.
De olho na Cultura 35
A - Verbetes
Negro
Além de designar a cor, raça ou etnia diz também:
Sujo, encardido, preto: muito triste; lúgubre. per-
verso, nefando;
Branco
Claro, translúcido. Diz-se de indivíduo de pele cla-
ra. Fig. Sem mácula, inocente, puro, cândido, ingê-
nuo: a cor branca. Homem de pele clara. Bras. Se-
nhor, patrão.
Preto
Que tem a mais sombria de todas as cores; da cor
do ébano, do carvão. Diz-se de diversas coisas que
apresentam cor escura, sombria; negro: sujo,
encardido. Diz-se do indivíduo negro. Bras. Difícil,
perigoso;6
36 De olho na Cultura
De olho na Cultura 37
De olho na Cultura 39
Construindo saberes:
Leia as biografias a seguir. Elas são de importantes mulhe-
res da cultura afro-brasileira. Discuta a respeito dos pontos em
comum entre elas.
40 De olho na Cultura
Mãe Andresa
Andresa Maria de Sousa Ramos nasceu em 1850 e faleceu
em 1954. Foi uma das mais famosas mães-de-santo no Maranhão.
Durante quatro décadas, ela foi responsável pela tradicional Casa
das Minas, um dos terreiros mais antigos do Brasil. Com sua garra
e fé, no período em que a polícia preconceituosamente perseguia
os terreiros, abriu a Casa das Minas para o público externo e toca-
va os tambores, durante as cerimônias religiosas, com liberdade.
Mãe Aninha
Eugênia Anna dos Santos.Vinda de uma família de africa-
nos, nasceu em 1869 e faleceu em 1938. Em 1910, auxiliada por
Joaquim Vieira da Silva, Obasanya, fundou o Terreiro Centro Cruz
De olho na Cultura 41
Lélia Gonzáles
Lélia Gonzáles nasceu em Minas Gerais, em 1935. Tempos
depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde faleceu em 1994. Foi
uma grande liderança do movimento negro brasileiro contemporâ-
neo e na organização de mulheres negras Nzinga. Sua preocupação
com a condição da mulher e do homem negros foi além do territó-
rio brasileiro, uma vez que ela teve a oportunidade de abordar esse
tema em outros países. Lecionou Cultura Popular na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, escreveu o livro Lugar do
Negro e vários artigos publicados dentro e fora do Brasil.
42 De olho na Cultura
Construindo saberes:
1 Depois de ler o poema a seguir, Mulata Exportação, de
Elisa Lucinda, procure o significado e a origem do termo
mulata (o).
2 Faça uma pesquisa sobre o que permanece e o que mudou
na imagem da mulher negra em nossa sociedade. Consulte
jornais, revistas, sites de organizações de mulheres negras.
3 Certamente você já ouviu as frases abaixo:
Homem que é homem não chora.
Lugar de mulher é na cozinha.
Meninos e meninas podem desenvolver competências
para a liderança de equipe.
A mulata é sempre mais fogosa.
a Dentre as frases em destaque, apenas uma não reflete
discriminação pautada no sexo. Que relações podem
ser estabelecidas entre essa frase e as demais?
b Verifique em sua comunidade de que maneira estas
frases refletem ou não a realidade em que você vive.
c Que outras frases preconceituosas você conhece?
Onde as viu ou ouviu? Em que situações?
d Desenvolva, em grupo, frases que valorizem as rela-
ções de igualdade entre homens e mulheres.
De olho na Cultura 43
44 De olho na Cultura
Continuando a refletir:
O texto a seguir, em que se relata parte desse cotidiano, foi
escrito por Allan Santos da Rosa, jovem escritor e pesquisador da
literatura de cordel. Deste romance versado apresenta-se um tre-
cho de uma bela história que continua falando de vida e de sonho.
1) Comente como são apresentadas, no texto, as ima-
gens masculina e feminina.
2) Identifique no texto referências culturais que mar-
cam a relação entre o corpo e o ritmo das persona-
gens, associando-as à identidade afro-brasileira.
3) Depois de reler o texto, pesquise em jornais e revis-
tas materiais que façam alusão à imagem do homem
e da mulher na atual sociedade. Elabore um texto
argumentativo sobre as questões encontradas.
De olho na Cultura 45
Zagaia
Uma família sonhando
Do Norte de Minas partiu
Mãe, filho e irmãzinhas
Gamelas ocas do Brasil
Descendentes de escravos
Na estrada que se abriu
Afunhanhada de fome
Periferia paulista
Vil masmorra disfarçada
Diamba, bola, cachaça
Opções da molecada
Vielas, bares e sambas
Na vida mil bofetadas
46 De olho na Cultura
De olho na Cultura 47
48 De olho na Cultura
Linguagem — representações
de feminino e de masculino
Luís Gama, importante figura política do Brasil de meados do
século XIX, escritor, republicano, abolicionista, advogado, reve-
la sua origem e se orgulha dessa origem ao descrever sua mãe.
Nota-se que a valorização da identidade negra tem um cunho
afetivo, o reconhecimento de suas raízes africanas.
De olho na Cultura 49
De olho na Cultura 53
A Rainha de Sabá
Junto aos símbolos cristãos também encontramos os símbolos da
religiosidade judaica.
Davi reinara quarenta anos em Israel, sete anos em Hebrom
e trinta e três em Jerusalém. Ana, segundo interpretações que cir-
culam na literatura cristã, ao morrer, transmitiu o trono ao filho
Salomão, que promoveu a construção de um palácio na Floresta
do Líbano (próximo à região de onde, 480 anos antes, os israelitas
haviam sido expulsos).
A rainha de Sabá, ou Makeda para os etíopes, soube da fama
que Salomão tinha alcançado, graças ao nome do Senhor, e foi a
Jerusalém para colocá-lo à prova com perguntas difíceis. Coman-
dou uma caravana com 797 camelos carregados de especiarias,
pedras preciosas e quilos de ouro e cedro. Salomão, que se apaixo-
nou por sua beleza negra, disse:
— Gostaria que da nossa união viessem descendentes.
E então, à beira do Nilo, um dos quatro rios vindos do Para-
íso terrestre, Sabá, a esposa de Salomão, deu à luz um filho chama-
do Menelique. Foi ele que assegurou a dinastia salomônica de Aksum,
a terra dos deuses e das árvores perfumadas, de onde descendem os
judeus negros que vivem na região atualmente chamada Etiópia.
Dicas culturais:
Falashas: judeus que vivem na Etiópia. Pela Bíblia falasha, seri-
am descendentes do rei Salomão com a rainha de Sabá. Eles resguar-
dam um judaísmo muito antigo onde não existe a figura do rabino.
54 De olho na Cultura
Ampliando o saber:
Diáspora é um termo de origem grega que significa disper-
são. Seu uso esteve primeiramente relacionado à experiência dos
judeus que, sem pátria, se espalharam pelo mundo sem perder a
identidade cultural. Depois se estendeu para o caso dos armênios
e dos africanos. A Diáspora africana ocasionada pelo tráfico pode
ser atualizada nas formas culturais transnacionais que geram sen-
timentos de unidade por uma identidade em comum.
O antigo Estado etíope cristão caracterizou-se por uma re-
sistência secular ao Islã. Durante o reinado de Hailé Selassié hou-
ve o incentivo ao uso do amárico, por exemplo, como língua ofi-
cial imperial, o que fortaleceu a tradicional Igreja Ortodoxa, se-
guidora de uma tradição cristã de um ramo muito antigo. No en-
tanto, o movimento rastafari (nome em homenagem ao impera-
dor etíope Rãs Tafari) formula um sistema filosófico e religioso
próprio. Foram adotadas as cores da bandeira da Etiópia, verme-
lho, preto e verde, e, como marca principal do movimento, os
De olho na Cultura 55
Dica cultural:
Durante todo o mês de janeiro de 2005, aconteceram as ce-
lebrações dos 60 anos de nascimento de Bob Marley. Uma intensa
programação ocorreu na Etiópia, reunindo mais de 200 mil fãs. O
evento foi apoiado pelo governo e pela igreja etíope, Unicef e
União Africana
Rita Marley, viúva do cantor, pretende transladar os restos
mortais do esposo para a cidade de Shashemene, onde várias cen-
tenas de rastafaris vivem desde que ganharam as terras do último
imperador etíope, Hailé Selassié.
No argumento de Rita, a Etiópia é o local de descanso espi-
ritual de Bob.
Brilho de Maráfrica
Bloco Afro Akomabu, criado em março de 1984. Escrete (MA, poeta e compositor)1
Akomabu, na língua fon falada na República do Benin,
significa a cultura não deve morrer. O reggae é um som jamaicano
Balança o Equador Latino-americano
Jimmy Cliff, Bob Marley
Negritude encantou
No som da Jamaica, São Luís gegê-nagô (...)
56 De olho na Cultura
Mouros negros
As relações sociais entre os mundos africano e árabe são milenares.
Sob o aspecto religioso, a expansão islâmica iniciada pelo norte,
levando a palavra de Maomé, pretendeu atingir o mais extremo
do Bilad-es-Sudan, o país dos negros. As Jihads, guerras santas,
conquistavam cidades e, ao longo do tempo, as crenças sofriam
adaptações africanas. A conversão ao islamismo muitas vezes foi
trocada por proteção.
Dicas culturais:
Mussá, governante do império Mandinga, entre 1312 e 1337,
realizava legendárias peregrinações a Meca propagando o poderio
e o sucesso comercial e intelectual de seus domínios.
Para o Brasil também vieram africanos islamizados. Os mais
conhecidos são os que viveram escravizados na Bahia, os malês,
que se insurgiram contra a escravização através de uma ação coor-
denada no ano de 1835. Existem também registros de africanos
marcados pelos preceitos do islamismo em Pernambuco, Alagoas
e Rio de Janeiro. Letrados pela prática de leitura do Alcorão, eles
se distinguiam pela altivez e insubmissão, inclusive no aspecto re-
ligioso.
O sistema econômico de escravizar gente fez surgir especi-
alistas na compra e também na venda da vida humana transfor-
De olho na Cultura 57
58 De olho na Cultura
Tecendo afro-religiosidades
no Brasil
Os orixás são divindades do panteão ioruba. Essa es-
Candomblé era o nome dado às manifestações dos cultos de ori- trutura religiosa se organiza em torno do oráculo de
gem africana na Bahia, sobretudo, a partir do século XIX. As ceri- Ifá, sistema de adivinhação que contém 256 odus (con-
tos míticos) reveladores dos segredos que revitalizam
mônias de mesmo gênero recebiam o nome de Xangô no Recife, a força da natureza.
macumba no Rio de Janeiro, Tambor-de-mina, no Maranhão e No panteão Fon, grupo étnico da região do Benin, as
Batuque, em Porto Alegre. divindades são chamadas de voduns.
De olho na Cultura 59
60 De olho na Cultura
De olho na Cultura 61
62 De olho na Cultura
A população afro-brasileira
e suas religiosidades
As pessoas negras podem ter as mais diversas religiões. Podem che-
gar ao sacerdócio como ialorixás, babalaôs, babalorixás, humbonos,
humbondos (denominação jeje), mametos, tatetos, tatas (denomi-
nação congo-angola), mas também padres, rabinos, pastores, mon-
ges. Ou podem ter a identidade principal numa religião e se interes-
sar ou ter simpatia por preceitos de outra(s). No entanto, a religio-
sidade caracterizada como afro-brasileira é identificada imediata-
mente, em nossa sociedade, com o candomblé ou com a umbanda.
Vale ressaltar que, da mesma forma que o cotidiano da população
negra foi atingido por uma série de sinais negativos, a vida religio-
sa também foi alvo de muita condenação e perseguição.
De olho na Cultura 63
64 De olho na Cultura
*
As origens aqui direcionadas são apontadas pelas pró-
prias comunidades. Seriam memórias que fundam uma
específica identidade.
1
Quem informa o dado é o pesquisador Vagner Gon-
çalves da Silva
De olho na Cultura 65
66 De olho na Cultura
De olho na Cultura 67
De olho na Cultura 69
70 De olho na Cultura
Pesquisando a cultura:
A cooperativa Abayomi confecciona bonequinhas que utili-
zam o repertório afro-brasileiro, utilizando o mínimo de ferramen-
tas. Com apenas sobras de panos, não utilizam nem cola, nem cos-
tura. A sede da produção fica no Rio de Janeiro. Você conhece
outras iniciativas similares? Convide representantes do projeto para
uma entrevista. Aproveite a oportunidade e pesquise materiais para
você criar um exemplar de brinquedo. Que estilo teria a sua criação?
De olho na Cultura 71
72 De olho na Cultura
De olho na Cultura 73
Barra-manteiga
Na fuça da nega
Minha mãe mandou bater nessa daqui
1, 2, 3
Escravos de jó
Jogavam caxangá
Tira, põe, deixa ficar
Guerreiros, com guerreiros
Fazem zig, zig, zag
74 De olho na Cultura
De olho na Cultura 75
76 De olho na Cultura
De olho na Cultura 77
78 De olho na Cultura
Pesquisando a cultura
A prática da capoeira foi proibida no território nacional logo
após a assinatura da Abolição, perdurando como ilegalidade até 1932.
Pesquise sobre alguns dos motivos envolvidos nessa decisão.
De olho na Cultura 79
80 De olho na Cultura
De olho na Cultura 81
De olho na Cultura 83
De olho na Cultura 85
Geografia da memória
É possível percorrer espaços, gentes, vozes, imagens, épocas etc,
para realizar um mapeamento ou geografia da nossa memória an-
cestral afro-brasileira? Para isso, pare, sinta, ouça e reflita a
respeito.Faça isso por meio das histórias contadas por quem con-
vive com você, pelas festas, músicas, danças e fotografias.
Enquanto na África destaca-se a figura masculina como con-
tadora de histórias, no Brasil, de modo geral, destaca-se a mulher
negra como guardiã da memória: ela é quem conta histórias para
dormir, para educar, para trabalhar, para reverenciar a memória
dos ancestrais e para festejar. Podemos identificar alguns desses
aspectos nos textos a seguir:
Texto A
Vovó Brandina
Caxinguelê - Lepê Correia
Tá aí, vovó Brandina
Meus filhos, meus pais, teus netos
Tá aí, negra velha minha,
Bisavó, dos meus poemas
Mãe do parir deste canto
88 De olho na Cultura
Aganjú
Xangô
Alapalá, alapalá Caxinguelê - Lepê Correia (Edição do autor, 1993).
Alapalá
Xangô
Aganjú
Alapalá egum
Espírito elevado ao céu
Machado alado
Asas do anjo de aganjú
Alapalá egum
De olho na Cultura 89
90 De olho na Cultura
Olodumaré
Vou-me embora dessa terra...
– Olodumaré...
Para outra terra eu vou...
– Olodumaré...
Sei que aqui eu sou querido...
– Olodumaré...
Mas não sei se lá eu sou...
– Olodumaré...
O que eu tenho pra levar...
– Olodumaré...
É a saudade desse chão...
– Olodumaré...
Minha força, meu batuque...
– Olodumaré...
Heranças da minha Nação...
Ainda me lembro
do terror da agonia,
como um louco eu corria
para poder escapar.
E num porão
De um navio, dia e noite,
Fome e sede e o açoite
Conheci, posso contar.
Que o destino
Quase sempre foi a morte,
De olho na Cultura 91
Ampliando saberes:
Em grupo, faça um levantamento da memória da sua Cida-
de ou Estado sobre a presença da população negra.
a) busque elementos (fotos, quadros, ilustrações, histórias,
cantigas antigas, reportagens, vídeos, sites etc) que evi-
denciem a cultura negra em sua região;
b) procure e identifique a presença feminina negra na me-
mória da sua Cidade/Estado (no campo político, educa-
cional, histórico, artístico, religioso, cultural etc);
c) pesquise e colete cantigas antigas que retratem as tradi-
ções e os costumes da população negra;
d) Com base na música Olodumaré e nas reflexões realizadas,
diga qual a importância da oralidade, da musicalidade e
dos gestos corporais para a memória afro-brasileira.
92 De olho na Cultura
De olho na Cultura 93
94 De olho na Cultura
Roda de compreensão:
Pense em outras manifestações religiosas e culturais em que os
gestos corporais constituam aspecto fundamental. Talvez em seu
curso ou entidade haja pessoas de várias regiões que podem tro-
car idéias sobre isso.
Identifique, através de pesquisa, um ponto do território bra-
sileiro onde a presença negra seja pouco conhecida e divulgada
oficialmente. Procure conhecer a realidade do norte ao sul do país
no que se refere às manifestações religiosas e/ou culturais negras
ou com forte influência negra e perceba como a tradição oral e os
gestos corporais estão intimamente imbricados.
Busque compreender como as relações entre corporalidade
e oralidade foram e são uma forma inteligente que comunidades
negras utilizaram para manter seus conhecimentos, sua cultura e
sua ancestralidade. Procure obter mais informações sobre o tema.
Você pode utilizar como ponto de partida para sua pesquisa:
De olho na Cultura 95
Cultura carnavalesca
Para compreender a importância da cultura negra no carnaval,
desenvolva a pesquisa a seguir:
96 De olho na Cultura
De olho na Cultura 97
98 De olho na Cultura
De olho na Cultura 99
Ampliando saberes
Esse texto é um misto de Rap (ritmo e poesia) e Repente
(qualquer improviso ou verso improvisado). Ambas as formas se
constróem com base na oralidade, no canto improvisado em for-
ma de desafio, no ritmo e na corporalidade. Observe a expressão
corporal dos rappers, dos repentistas e improvisadores, em geral.
Construindo saberes
1. O que foi a Revolta dos Malês? Por que o título Levante de
Sabres? Faça uma pesquisa para obter maiores informa-
ções sobre as principais revoltas ou insurreições dos/as
escravos/as no Brasil. Destaque a participação feminina
nesses movimentos.
2. Após a pesquisa, procure comentar a importância dessas
revoltas para a identidade e a resistência negra, no Brasil.
3. Qual a origem do termo malê? O que significa? O que
essa revolta tem a ver com o islamismo e Allah?
4. Procure informações sobre alguns nomes citados no tex-
to, tais como Luiza Mahim, Babba Almami e Dandará.
5. O que quer dizer “Um sonho tão belo foi sub-traído”?
6. Procure o significado de patuá e Alufás.
Nota lingüística
A ortografia das palavras em línguas bantu dispensa a representa-
ção da tonalidade, fenômeno característico dessas línguas. Essa
tonalidade é marcada pelos tons baixo (por exemplo /à/), alto (/
á/), montante (/ã/), descendente (/â/). Exemplo: Kílómbò.
Utilizam-se o alfabeto africano para grafar alguns nomes.
Os nomes de povos ou grupos culturais são precedidos de prefi-
xos classificadores: mu, indicando o singular e ba indicando o plu-
ral. Exemplos: mukongo (mu-kongo), indivíduo que pertence à etnia
Kongo; plural bakongo (ba-kongo). Mas, na literatura etnográfica,
costuma-se dispensar os prefixos classificadores, anotando ape-
nas os radicais dos nomes dos povos. Por exemplo: os lunda; os
kongo; os mbundu; os jaga, etc.
Às vezes, faz-se confusão entre o nome dos povos e suas
respectivas línguas que sempre conservam o mesmo radical com
prefixo classificador diferente. Por exemplo: povo bakongo, lín-
gua Kikongo; povo mbundu, língua Kalunda; povo ovimbundu,
língua umbundu.
Bantu, que hoje designa uma área geográfica contígua e um
complexo cultural específico dentro da África negra, é uma pala-
vra herdada dos estudos lingüísticos ocidentais. Os estudiosos das
Ampliando repertórios
O estudo do texto Dinha Mira, do historiador e compositor mineiro
Salloma Salomão, oferecerá subsídios para desvendarmos algumas
marcas presentes na língua portuguesa por influência africana.
Dinha Mira
(Salloma Salomão)
Fui na cacimba tirar água
Fui tirar água pra beber
Tinha um espelho dentro d’água
E o espelho quis me prender
Ô Dinha, eu vi na cacimba quimera
Eu vi nas quimera mandinga
Vi tudo o que os eguns de Guiné
Ô Dinha Mira se toda beleza é nquizila
Se toda tristeza é quebranto
Me diga onde vou me esconder
Tecendo interpretações:
1 Identifique no texto as seguintes marcas:
a) colocação dos pronomes átonos em início de frase;
b) utilização dos artigos no plural,com o substantivo no
singular;
Antropologia e Lingüística
Já o comportamento dos lingüistas em relação ao
influxo de línguas africanas no português do Brasil
é o “lavar as mãos”, como Pilatos. Em outros ter-
mos, alegando a falta de documentos lingüísticos do
tempo da escravidão, prefere-se dar por encerrado esse
assunto (...). Ou, então, atribuir a responsabilidade
dessa tarefa aos africanistas que lidam com o concei-
to de religião, a partir da conclusão não menos ab-
surda de que os falares africanos foram resguarda-
dos nos terreiros, confinados ao uso exclusivamente
de natureza litúrgica, sem que tivessem participado
do processo de configuração do perfil da língua por-
tuguesa do Brasil, o que também não é verdadeiro.
Por outro lado, esse distanciamento das línguas afri-
canas, que se reflete na sua ausência dos currículos
universitários, tem um motivo não confessado, ou
seja, não admitir que línguas de tradição oral pudes-
sem influir em uma língua de reconhecido prestígio
literário como a portuguesa. Conseqüentemente, se-
gundo essa apreciação, os fatos que podem denunci-
Pai João
autor/a desconhecido/a
Lundu [dança de origem africana]
Quando Iô tava na minha terá
Iô chamava capitão,
Chega na terá de baranco.
Iô mi chama – Pai João.
De olho na língua:
1. Amplie seu universo de compreensão, investigue um pou-
co mais sobre o tema territorialidade e sobre a importân-
cia dos vários quilombos que existiram e existem até hoje
em todas as regiões do nosso país.Visite sites que tratam
do tema quilombos. Elabore um texto dissertativo sobre a
relação territorialidade-quilombo e reforma agrária.
2. Leia o texto a seguir, denominado Carreira. Consulte tex-
tos e dicionários especializados, tais como o Novo dicioná-
rio banto do Brasil (Pallas, 2003) de Nei Lopes “Das Lín-
guas Africanas ao Português do Brasileiro” (Afro-Ásia,
CEAO, nº 14, 1983) e “Notícia de uma Pesquisa em Áfri-
ca” (Afro-Ásia, CEAO, nº 1, 1965), da pesquisadora Yeda
Pessoa de Castro. Procure identificar as influências estu-
dadas até o momento, outras que você conheça ou tenha
percebido em seu exercício de leitura.
2
CD Batuques do Sudeste. Documentos Sonoros Brasi-
leiros – Acervo Cachuera! , Coleção Itaú Cultural, SP.
Texto A
A letra de rap a seguir é da primeira canção de sucesso do
Aliado G, do grupo Face da Morte — criado em 1995 e originário
de Hortolândia, distrito de Campinas/SP.
Texto B
A banda afro Axé Dudu, que significa Força Negra em ioruba,
tem se configurado como símbolo de resistência negra no Pará,
disseminando os valores ancestrais e sendo instrumento de de-
núncia do racismo, por intermédio da cultura. Originou-se como
um bloco afro, denunciando nas ruas de Belém, durante o carna-
val, por meio da música, da poesia e da dança, o racismo, contri-
buindo, assim, para a organização da população negra no Estado.
Força Negra
Banda Afro Axé Dudu, a Olórún (1987)
No toque do afoxé
Bantus, nagôs, gegês
Mãe África espalhada
No mundo de Xangô (...)
Axé Dudu, é força negra (...)
Xangô que teus filhos dancem (...)
Contra as injustiças do Brasil (...).
Texto C
Magnu Sousa e Maurílio de Oliveira, conhecedores da reali-
dade da periferia, compositores e integrantes do Samba da Vela e
do grupo de samba de raiz Quinteto em Branco e Preto, têm contribu-
ído para disseminar a diversidade da cultura afro-brasileira, por
meio de suas canções.
Para reflexão:
Encontramos hoje informações em sites, revistas, etc. so-
bre diversos estilos musicais e manifestações artísticas,
tais como reggae, forró, xote, axé music, brega, repente,
hip hop, samba, pagode. As opiniões se dividem: é co-
mum ouvirmos uma série de argumentos contra ou a fa-
vor emitidos por de pessoas que têm preferência pelos
mais diversos estilos musicais. Porém, no palco, nas pis-
tas de dança, nas ruas, essas linguagens expressam signi-
ficados, desejos e uma identidade cultural, revelando-se
como expressão, registro de um modo de pensar e agir
no mundo.
De olho na história:
O escritor modernista Mário de Andrade escreveu
uma obra que se tornou famosa no Brasil:
Macunaíma. Leia o livro e assista ao filme de mesmo
nome, uma adaptação da obra de Mário de Andrade.
Como é retratada a imagem negra no livro? Há di-
ferenças em relação ao filme?
eu sou jovem, Bombear, v.t.d (1) espionar. (2) Seguir alguém buscan-
do ocasião para lhe falar. (3) Observar com atenção (BH).
eu não sou bobo,
Bombeiro [1], s.f. Espião ou explorador de campo ini-
num aceito preconceito, migo. Do quimbundo pombo, espião.
risqu’ esse termo do seu conceito. Bombeiro [2], s.m. (1) vendedor ambulante. (2) O prá-
Andréia Lisboa de Sousa tico em trilhas e encruzilhadas nos campos gerias mi-
neiros e baianos (BH). Do quimbundo pombo, mensa-
geiro.
3
Várzea do Gouvêa, Cunha-SP, 18/7/93. Documentos
Sonoros Brasileiros – Acervo Cachuera!
4
Fazenda São José, Santa Isabel do Rio Preto-RJ (6/
6/98). Documentos Sonoros Brasileiros-Acervo Cachuera!
5
Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos – Vol. V – 1969
Construindo saberes
Este é um excelente momento para estabelecer um diá-
logo artístico entre você e seus colegas de sala. Selecione
e traga para o grupo um objeto que tenha um significado
especial para você.
Socialize o significado simbólico e afetivo desse objeto.
Estampa negra
A gravura, como arte, firma-se no século XX e sua particularidade
é a possibilidade da reprodução da imagem ser considerada como
uma obra original. Um trabalho de gravura divide-se em quatro
etapas igualmente importantes: a gravação, momento em que se
cava o suporte para configurar a imagem; a entintagem, momento
em que se passa tinta no suporte já gravado; a impressão, quando
se transfere a imagem para o papel; e a finalização, quando a im-
pressão é numerada e assinada. Uma gravura é considerada origi-
nal quando assinada e numerada pelo artista, dentro dos padrões
estabelecidos internacionalmente.
A impressão da imagem é feita diretamente da matriz pelo
artista ou por impressor especializado, mas sob a orientação do
primeiro. Quando considera terminada a produção, o artista tira a
primeira prova, que é chamada de PA. (prova do artista).
Sugestão de atividades
1 Fazendo Arte - Máscaras
Reúna elementos que possam simbolizar o reino animal,
vegetal e mineral e produza uma máscara que homena-
geie a arte da África.
Você vai precisar de: Tiras de jornal e/ou papel pardo/
1 bexiga/-cola branca/ uma bacia ou recipiente similar/
1 caneta piloto ou similar/ tinta guache ou acrílica de
cores diversas e pincéis.
1- Construindo saberes
Procure em jornais e revistas reportagens e artigos que
se refiram à população afro-brasileira e/ou que sejam es-
critos por jornalistas negros. Converse sobre os textos
com seus colegas. Faça um mapeamento dos temas e do
da abordagem político das matérias.
Escolha uma notícia, reportagem ou artigo, dentre tudo
o que foi recolhido, e elabore uma análise crítica do as-
sunto abordado.
Junte-se aos seus colegas para montar uma revista ou um
jornal mural com os resultados das investigações e refle-
xões.
Capítulo 1
1. ANDRADE, Rosa Maria T & Fonseca. Eduardo F. Aprovados: cursinho pré-
vestibular e população negra. São Paulo: Selo Negro Edições, 2002.
2. CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru: Edusc, 1999
3. HERNANDES, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporâ-
nea. São Paulo: Selo Negro Edições, 2005.
4. HERGÉ. Tintin na África, Rio de Janeiro: Record, 1970.
5. LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro
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6. SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990
7. SANTOS, Joel Rufino dos. “Negro Brasileiro Negro” in Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional nº 25, 1997
8. SILVA, Vagner Gonçalves da.(org.) Artes do Corpo. Coleção Memória Afro-
brasileira, vol 2, São Paulo: Selo Negro Edições, 2004
9. Secretaria de Educação Fundamental Uma história do povo Kalungal-Mec; SEF,
2001
10. SILVÉRIO, Valter Roberto. “Sons negros com ruídos brancos” In Racismo
no Brasil. São Paulo: Peirópolis; Abong, 2002
Site:
http://www.palmares.gov.br
CD
Terra de Preto (compositor Paulinho Akomabu) Bloco Afro Akomabu
Pérolas Negras Vol. I - Centro de Cultura Negra do Maranhão
Capítulo 3
1. LUCINDA, Elisa, O Semelhante, 2. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1996
2. NALU Faria e NOBRE Miriam. O que é ser mulher? O que é ser homem?
Subsídios para uma discussão das relações de gênero. In: Gênero e Educação.
Caderno para Professores. São Paulo: Secretaria Municipal de Educação,
2003
3. ROSA, Allan Santos Da. Zagaia. São Paulo, mímeo, 2002
4. TEODORO, Helena. Mulher Negra, luta e fé. Casa de Cultura da Mulher
Negra de Santos, Revista Eparrei, São Paulo, ano 1, nº 2, 2002.
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http://noticias.uol.com.br/saude/ultnot
Sites:
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Vídeos
Pastinha: Uma vida pela capoeira
Capoeiragem na Bahia
Capítulo 6
1. ANDRADE, Elaine Nunes de (org.). Rap e Educação, Rap é Educação. São
Paulo: Selo Negro Edições, 1999.
2. CORREIA, Lepê. Caxinguelê. Edição do Autor, 1993.
3. MACEDO, A. & Faustino, O. Luana, a menina que viu o Brasil neném. SP:
FTD, 2000.
4. MARTINS, Leda Maria. “A Oralitura da Memória”. In: Fonseca, Maria N.
S. Brasil Afro-Brasileiro, Autêntica, 2001.
CD’s
“Mestre Waldemar e Mestre Canjiquinha”, produção de Reinaldo Santos
Suassuna e Cida Galvão, Estúdio da Boca do Rio, 1986. Salvador/BA.
Geraldo Artur Camilo, Batuques do Sudeste. Documentos Sonoros Brasilei-
ros, Acervo Cachuera!, S/D
Gilberto Gil, Refavela, 1994
Antonio Nóbrega. Madeira que cupim não rói - Na pancada do Ganzá II, 1997.
Salloma Salomão, Memórias Sonoras da Noite, São Paulo, Aruanda Mundi,
2003.
Thaíd, Nelson Triumpho e Chico César. Desafio do Rap Embolada, CD
Assim caminha a Humanidade (Thaíde e DJ Hum), São Paulo, Trama, 2000.
Vídeo:
“Pastinha, uma vida pela capoeira” de Antônio Carlos Muricy, NTSC/Color,
1999. Apoio: Funarte
Capítulo 7
1. CASTRO, Yeda P. Das Línguas Africanas ao Português do Brasileiro, Afro-Ásia,
CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da
Bahia), SA, n° 14,1983.
2. __________. Notícia de uma Pesquisa em África, Afro-Ásia, CEAO (Cen-
tro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia), SA, nº 1,
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CD’s
Documentos Sonoros Brasileiros – Acervo Cachuera! Batuques do Sudeste,
Coleção Itaú Cultural/SP, s/d.
Aliado G (grupo Face da Morte), Bomba H, CD Espaço Rap, São Paulo, RDS
Fonográfica, 2001.
Banda Afro Axé Dudu, A Olórún, CD Força Negra, s/d.
Capítulo 8
1. BRAZ, Júlio Emílio. Lendas negras. São Paulo: FDT, 2001.
2. MACRUZ, Fernanda. M., FAZZI, José .L, DAYRELL, Juarez. et al. Jogos de
Cintura. Petrópolis: Vozes, 2002.
3. PRANDI, Reginaldo. Mitologias dos Orixás, São Paulo: Companhia das Le-
tras, 2001.
Vídeo
KIRIKU E A FEITICEIRA, origem França e Bélgica. Direção Michel
Ocelot, 1998.
CD
A Quatro Vozes, Visagem, Cd Felicidade Guerreira, Pôr do Som, 2001
Catálogos
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Revelado- catálogo de Exposição da Pinacoteca do Estado de São Paulo
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Capítulo 10
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2. COELHO,Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1988.
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http://www.arquivocabecasfalantes.hpg.ig.com.br/
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http://www.portalafro.com.br/entidades/falapreta6/abdias.htm
Capítulo 5
Figura 1 = foto de boneca
Figura 2 Pretinha (foto Folha de São Paulo) http://esporte.uol.com.br/
olimpiadas/brasileiros/futebol/pretinha.jhtm (sendo substituída)
Capítulo 9
Pesquisa iconográfica: Adriana Afessel
Figura 1 (escultura par de crianças)
Legenda: Par de Ibeji
Século XIX
Madeira Policromada, búzios , tecidos e contas. Museu Afro Brasil/DIM/
DPH/DPH/SMC-SP-Comodato Emanoel Araujo © Imagem digital
Figura 2 (máscara com formato de cabeça)
Legenda: Máscara Egbo Ekoi
Utilizada para fins de regulamentação e controle da ordem social. Ekoi (Nigéria/
Camarões)
Madeira fibra natural e pele de antílope, 50 x 18 x 24 cm. Museu Afro Brasil/
DIM/DPH/DPH/SMC-SP-Comodato Emanoel Araujo © Imagem digital
Figura 3 (pintura moderna mostrando pessoas lado à lado)