RESUMO A Revolucao Burguesa No Brasil de
RESUMO A Revolucao Burguesa No Brasil de
RESUMO A Revolucao Burguesa No Brasil de
Florestan Fernandes
RESUMO
Contexto Histórico
O livro começa a ser escrito em 1966, como resposta ao golpe militar, mas é
publicado em 1974. Florestan Fernandes é socialista militante.
Capítulo 7
1. O Modelo Autocrático-Burguês de Transformação Capitalista
Florestan esclarece, incialmente, que sua intenção é explicar o processo de
transformação capitalista nos países periféricos, ressaltando que não se pode repetir nesse
caso o mesmo modelo utilizado na interpretação das revoluções burguesas nos países
centrais. A revolução burguesa no Brasil não segue seu curso “clássico”, ou liberal-
democrático. Aqui, ela tem início com a abolição da escravidão e a proclamação da
República. Com efeito, a competição entre os países capitalistas centrais no século XIX
acirrou a busca por novos mercados consumidores, o que fez com que voltassem a atenção
às antigas colônias. Desse modo, o fim da escravidão era uma reforma estrutural
necessária do ponto de vista econômico. O autor vai sustentar, entretanto, que essa
mudança econômica não foi acompanhada de uma mudança política significativa no
sentido da criação de uma classe burguesa autônoma e nacional. Por conseguinte, o
fortalecimento da burguesia no Brasil, embora tenha implicado uma rápida
industrialização do país, manteve a subjugação pelos países capitalistas centrais.
Florestan desmente, então, a tese de que os países em desenvolvimento estão em
um estágio menos avançado do capitalismo e que, assim que se criarem as condições
necessárias, a história repetir-se-á e esses tornar-se-ão tão desenvolvidos quanto as nações
hegemônicas. Demonstra, assim, que é do interesse das nações desenvolvidas manter a
relação de dominação dos países periféricos. Ao mesmo tempo, porém, precisam permitir
o fortalecimento da burguesia nesses locais para conterem as ameaças dos regimes
socialistas.
Nesse contexto, a dominação burguesa demonstra suas características
autocráticas, voltadas apenas a sua própria manutenção, não importando que isso
implique uma ditadura de classe. A burguesia nos países periféricos detém o poder
econômico e político e controla o Estado, de modo que é impraticável usar o espaço
político e a ordem legal instituída para evidenciar as contradições de classe. Ademais, ela
não está só lutando para manter privilégios de classe, mas também pela sobrevivência do
capitalismo em nível global. Segundo Florestan, tal fato acrescenta um elemento político
ao comportamento de classe da burguesia nos países periféricos que é sui generis e
explica o crescente afastamento entre a utopia burguesa e a realidade criada por sua
dominação.
O autor deixa transparecer que esses são os ingredientes que permitirão a junção
de uma república parlamentar com o fascismo, tal como se observa nas ditaduras sul-
americanas.