A Família
A Família
A Família
4º ANO
Curso de Direito
Nº 131199
INTRODUÇÃO
Este estudo faz parte da linha de pesquisa estudar a família num contexto tão
extenso e diversificado, e isso vem sendo apontado por vários estudiosos. A família
representa o espaço de socialização, de busca colectiva de estratégias de sobrevivência,
local para o exercício da cidadania, possibilidade para o desenvolvimento individual e
grupal dos seus membros, independentemente dos arranjos apresentados ou das novas
estruturas que vêm se formando.
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A FAMÍLIA
Descrição
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Família substituta é aquela nascida dos institutos jurídicos da guarda, tutela e
adopção. É uma situação excepcional, podendo ser a adopção, que é definitiva ou
guarda e tutela que são transitórias.
Alberto Eiguer, psicanalista francês, nos seus livros “Um Divã para a Família” e
"O Parentesco Fantasmático" estabelece alguns organizadores que orientam a escolha de
parceiro. Para ele, os casamentos e, por extensão, a família, se estruturam por
mecanismos inconscientes ligados às primeiras experiências de vinculação.
a) defensivo: quando o homem escolhe uma mulher que é o oposto ao pai e vice-versa;
b) regressivo: quando se identifica, no parceiro, um sucedâneo da figura parental de
identificação.
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O vínculo se estabelece a partir de uma ideia de poder, orgulho, omnipotência e
ambição. Por exemplo: o parceiro seria alguém que seja difícil, a fim de se comparar
com ele em força e em capacidade manipuladora. Há um jogo sadomasoquista na
relação. Exemplo: uma pessoa, muito fechada, tímida e insegura se sente atraída pelo
parceiro arrogante e sociável. É provável que uma das partes acabe desprezando a outra.
Alguns exemplos: a) um rapaz se casa com uma mulher que, de alguma forma,
representa a mãe dele; b) casais que procuram o significado de sua relação amorosa, de
interacção homem-mulher, baseados nas vivências satisfatórias em suas famílias de
origem.
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Estruturas familiares
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Quanto ao tipo de relações pessoais que se apresentam numa família, referimos
três tipos de relação. São elas, a de aliança (casal), a de filiação (pais e filhos) e a de
consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de pessoas que se vinculam
pelo casamento ou por uniões sexuais, que se geram os filhos.
Segundo alguns estudiosos como Atkinson e Murray, a família é um sistema social uno,
composto por um grupo de indivíduos, cada um com um papel atribuído, e embora
diferenciados, consubstanciam o funcionamento do sistema como um todo. O conceito
de família, ao ser abordado, evoca obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções,
como se têm vindo a verificar.
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interpretando o mundo exterior, ensinando os outros sobre equidade, formando alianças,
discutindo, negociando e ajustando mutuamente os comportamentos uns dos outros. Há
a salientar, relativamente aos papéis atribuídos que, será ideal que exista alguma
flexibilidade, assim como, a possibilidade de troca ocasional desses mesmos papéis,
aquando, por exemplo, um dos membros não possa desempenhar o seu.
Funções de família
Como os papéis, as funções estão igualmente implícitas nas famílias, como já foi
referido. As famílias como agregações sociais, ao longo dos tempos, assumem ou
renunciam funções de protecção e socialização dos seus membros, como resposta às
necessidades da sociedade pertencente. Nesta perspectiva, as funções da família regem-
se por dois objectivos, sendo um de nível interno, como a protecção psicossocial dos
membros, e o outro de nível externo, como a acomodação a uma cultura e sua
transmissão. A família deve então, responder às mudanças externas e internas de modo
a atender às novas circunstâncias sem, no entanto, perder a continuidade,
proporcionando sempre um esquema de referência para os seus membros. Existe,
consequentemente, uma dupla responsabilidade, isto é, a de dar resposta às necessidades
quer dos seus membros, quer da sociedade.
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A família tem, como função primordial, a de protecção, tendo, sobretudo,
potencialidades para dar apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos,
podendo formar uma barreira defensiva contra agressões externas. Reforçamos ainda
que, a família ajuda a manter a saúde física e mental do indivíduo, por constituir o maior
recurso natural para lidar com situações potenciadoras de stress associadas à vida na
comunidade.
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No direito romano clássico, a "família natural" cresce de importância, esta
família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família natural é o
agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família natural tem,
por base, o casamento e as relações jurídicas dele resultantes, entre os cônjuges, e pais e
filhos. Se, nesta época, predominava uma estrutura familiar patriarcal em que um vasto
leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do mesmo chefe, nos tempos medievais
(Idade Média), as pessoas começaram a estar ligadas por vínculos matrimoniais,
formando novas famílias. Dessas novas famílias, fazia, também, parte, a descendência
gerada, que, assim, tinha duas famílias: a paterna e a materna.
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A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as
mudanças religiosas, económicas e socioculturais do contexto em que se encontram
inseridas. Esta é um espaço sociocultural que pode ser continuamente renovado e
reconstruído; o conceito de próximo encontra-se realizado mais que em outro espaço
social qualquer, e pode ser visto como um espaço político de natureza criativa e
inspiradora sendo vital para qualquer circunstância a transmissão de valores socialmente
aceites.
Assim, a família deverá ser encarada como um todo que integra contextos mais
vastos como a comunidade em que se insere. De encontro a esta afirmação, a família é
um sistema de membros interdependentes que possuem dois atributos: comunidade
dentro da família e interacção com outros membros.
Família real
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CONCLUSÃO
Deste modo dizer que a família é um grupo social que tem origem no casamento,
é uma união legal com direitos e obrigações económicas, religiosas, sexuais e de outro
tipo. Mas também está associada a sentimentos como o amor, o afecto, o respeito ou o
temor. A família é necessária para a reprodução social de um grupo humano, pois
garante a sobrevivência e a continuidade biológica e social do próprio grupo.
A família em questão pode ser considerada como uma unidade que envolve as
economias individuais e que pratica uma economia moral ou cultural colectiva com base
nas relações de parentesco.
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BIBLIOGRAFIA
Referências
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1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de
Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 755.
2. DIAS, Wagner Inácio Freitas. Estatuto da Criança e do Adolescente. In: Flávia
Cristina (org.). Exame da OAB. Salvador: JusPODIVM, 2013, página 357
3. ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. Rio de Janeiro: Forense, 1977. II
vol. n. 282.
4. O Globo Visitado em 20.11.2008.
5. Jornal O Globo, 19.11.2008, pg. 36
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