Dissertação Fernanda Libanio 23.12.2022 - Corrigido
Dissertação Fernanda Libanio 23.12.2022 - Corrigido
Dissertação Fernanda Libanio 23.12.2022 - Corrigido
CAMPUS DE PARANAVAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA
PARANAVAÍ, PR
2022
FERNANDA CAROLINA LIBANIO
PARANAVAÍ, PR
2022
Libanio, Fernanda Carolina
L694p Políticas públicas de educação especial na perspectiva inclusiva: um estudo
sobre a implementação na Rede Municipal de Ensino de Campo Mourão /
Fernanda Carolina Libanio. Paranavaí, 2022.
140 f. + Produto educacional
CDD 371.9
23. ed.
Ficha catalográfica elaborada por Leociléa Aparecida Vieira – CRB 9/1174.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ 3
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA
E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO INCLUSIVA – PROFEI
TERMO DE APROVAÇÃO
Membros da Banca:
Profª. Drª. Celma Regina Borghi Rodriguero (UEM, Maringá Membro Externo)
Profª. Drª. Noemi Nascimento Ansay (UNESPAR, Curitiba II- Membro Interno)
Dedico esse trabalho à minha família e aos
profissionais da área da educação, que
lutam diariamente para oferecer um trabalho
que busque o desenvolvimento das
potencialidades do aluno com ou sem
deficiência.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
The present research had as its object of study the National Policy on Special
Education in the Perspective of Inclusive Education and its implementation in the
municipality of Campo Mourão. Documents referring to special education policies,
normative documents at national, state and municipal levels that were part of the
sample of the investigated universe were analyzed. This is qualitative research,
whose objective is to verify how the National Policy on Special Education in the
Perspective of Inclusive Education and the inclusive public policies of the state of
Paraná are being implemented in municipal schools of Basic Education/Initial Years
of the municipality of Campo Mourão, their existing actions and referrals. The
research method is historical and dialectical materialism, since the theoretical
discussion is based on a historical and dialectical process of reality, which considers
the contradictions present in our current mode of production. It brings theoretical
support in the Cultural-Historical Theory, as this theoretical approach is based on
Marxian principles and is consistent with the purpose of the research. The
methodological procedures used were theoretical and studies, field research through
semi-structured interviews with professionals from the Department of Education, that
is, with the Municipal Special Education Coordination, Secretary of Education,
Elementary School Coordination / Early Years and Pedagogue of the
Multiprofessional Team of Campo Mourão, carried out in person. It is possible to say
that the historical trajectory of Public Policies on Special Education in the Inclusive
Perspective made it possible for students with disabilities to have access to Basic
Education, but it does not bring with it the latent concern regarding scientific
knowledge. The data collected in the field research through the categories of
analysis, namely, the inclusion of students in the Municipality of Campo Mourão; on
Multifunctional Resource Rooms – SRM and the functional organization of
Specialized Educational Assistance – AEE/SRM, show that legal referrals are in
place, however, when analyzing the data, we identify students who are the target
audience of Special Education in special classes, which contradicts the statements in
favor of inclusion and demonstrate actions guided even in the period of integration,
that is, they remain in the same school with their peers, but in separate spaces. We
consider, then, that the process of inclusion in the school context is underway in the
municipality, that its advances are considerable, but there is still a long way to go.
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL: ASPECTOS HISTÓRICOS, POLÍTICOS E
CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL ...................................... 24
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL .................................. 24
2.2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................. 30
2.3 ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE O ESTADO DO PARANÁ ......................... 50
2.3.1 Histórico sobre a Educação Especial no Estado do Paraná ..................... 51
2.3.2 A política da Educação Inclusiva no Estado do Paraná ............................ 53
2.4 CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL PARA EDUCAÇÃO
DE EDUCANDOS COM OU SEM DEFICIÊNCIA ...................................................... 66
3 TRAJETÓRIA DA PESQUISA NO MUNÍCIPIO DE CAMPO MOURÃO .............. 78
3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA 78
3.1.1 Caraterização do município pesquisado .................................................... 82
3.1.2 Caracterização da Educação Especial do município de Campo Mourão 83
3.1.3 Sujeitos participantes da pesquisa ............................................................. 87
3.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA COLETA DE DADOS DO MUNICÍPIO DE
CAMPO MOURÃO .................................................................................................... 87
4 A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO MUNICÍPIO DE CAMPO
MOURÃO .................................................................................................................. 96
4.1 CATEGORIAS E ANÁLISES DOS DADOS DO MUNICÍPIO DE CAMPO
MOURÃO .................................................................................................................. 96
5 PRODUTO EDUCACIONAL ............................................................................... 113
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 115
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 120
APÊNDICES ........................................................................................................... 131
APÊNDICE A – TERMO DE CIÊNCIA DO RESPONSÁVEL PELO CAMPO DE
ESTUDO ................................................................................................................. 132
APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – CEP
................................................................................................................................ 134
APÊNDICE C – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA UTILIZADA
COM OS PROFISSIONAIS DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO (SECED) - PARA
COLETA DE DADOS .............................................................................................. 139
LISTA DE GRÁFICOS
DI Deficiência Intelectual
EE Educação Especial
EI Educação Inclusiva
IE Inclusão Educacional
PR Paraná
PNE Plano Nacional de Educação
SD Síndrome de Down
1 INTRODUÇÃO
Base da Educação (1996, 2013). Também traz os marcos históricos e legais, tais
como: Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008), Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência (ONU) – Ratificada pelo Decreto nº 6.949/2009, Diretrizes Operacionais
para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica – Modalidade
Educação Especial Resolução nº 4 CNE/CEB (BRASIL, 2009), entre outros
documentos que norteiam a EE na perspectiva inclusiva.
Tais documentos estabelecem um paradigma educacional fundamentado na
concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis e que avança em relação à ideia de equidade ao contextualizar as
circunstâncias históricas pelo movimento mundial de luta pela EI (BRASIL, 2008). A
seção é composta também por um panorama das políticas governamentais que
versam sobre a EI no estado do Paraná.
Nesta seção, discute-se também sobre as contribuições da Teoria Histórico-
Cultural (THC) para a EE. Ampara-se em autores, como: Góes (2002), Barroco
(2007, 2012, 2016), Garcia (2015, 2018, 2019, 2021), Saviani (2000, 2011), Libâneo
(2012), Vigotski (1997, 2000, 2011, 2019), dentre outros.
Na terceira Seção, constam os procedimentos metodológicos utilizados
durante a realização da pesquisa. Para o levantamento de dados, foram elaboradas
entrevistas semiestruturadas sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE)
e seu atendimento complementar ou suplementar. As mesmas foram realizadas com
a Secretária da Educação, Coordenação da EE e a Coordenação do Ensino
Fundamental/Séries Iniciais do respectivo município e outros profissionais que
atuavam neste setor.
A quarta seção compõe-se de análises dos dados coletados por meio de
entrevistas semiestruturadas com Equipe da Secretária da Educação do município
de Campo Mourão. A quinta seção constitui a elaboração do Produto Educacional,
na qual será feita a composição do material didático. Finalizamos com as
considerações finais, na qual retomo o objeto, problema e objetivos da pesquisa, a
fim de considerar os aspectos evidenciados na análise dos dados.
24
1 Nesta pesquisa, os termos utilizados foram pessoas, educandos com deficiências, alunos com
necessidades educacionais especiais ou público-alvo da Educação Especial (PAEE).
25
2 [...] Tratarão a organização como sistema, como uma realidade constituída por pessoas mas que
não se reduz à mera soma das pessoas que a constituem, ou seja, que é superior a elas e
independente delas, podendo por isso estabelecer regras e relações “impositivas”, a serem
respeitadas e obedecidas (NOGUEIRA, 2003, p. 149).
26
3 [...] na época do Império, foram criadas as seguintes instituições: o Imperial Instituto dos Meninos
Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857,
atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do
século XX, é fundado o Instituto Pestalozzi – 1926, instituição especializada no atendimento às
pessoas com deficiência mental. Em 1932, Helena Antipoff fundou a Sociedade Pestalozzi,
especialista no atendimento de deficientes intelectuais e, em 1935, o Instituto Pestalozzi, como órgão
da Secretaria de Educação. Em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às
pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff (BRASIL, 2008, p. 06).
29
A década de 1990 foi marcada por uma reforma educacional nos países em
desenvolvimento, sendo esta reforma orientada pelo consenso da universalização
como política que organiza a educação básica (GARCIA, 2008). Bondezan (2012)
afirma que a necessidade da universalização da escola e a inclusão escolar passou
a ser defendida como uma educação de qualidade para todos, com ou sem
deficiência. É nesse sentido que ela prega a necessidade de reestruturação do
sistema educacional para prover uma educação de qualidade para todos.
Com base nestes períodos, na sequência, propomo-nos a explicitar quais são
as iniciativas governamentais referentes à EE, bem como às políticas nacionais da
década de 1975 aos dias atuais e os desafios da EE inclusiva.
4 Destacamos a definição do PAEE, [...] considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas
barreiras, podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos
com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado
em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes, além de apresentar grande atividade, envolvimento na aprendizagem e
realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008b).
31
opinião, expressão e religião em seu Art. I: “[...] Todos os seres nascem livres e
iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em
relação uns aos outros com espírito de fraternidade” (ONU, 1948, p. 02).
A EE no Brasil passou por mudanças significativas nas últimas décadas, seja
pela implantação, permanência e possibilidades de ensino e aprendizagem no
contexto escolar: as “[...] mudanças na forma das escolas atuarem e se organizarem
na proposta da efetivação da educação inclusiva têm sido asseguradas em diversos
documentos normativos desde a década de 1960 até os dias atuais” (GARCIA,
2015, p. 71).
Em 1975, Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes recorre à ação
nacional e internacional para assegurar às pessoas com deficiência o direito inerente
de respeito por sua dignidade humana. Independente da origem, natureza e
gravidade de suas deficiências, “[...] têm os mesmos direitos fundamentais que seus
concidadãos da mesma idade, o que implica, antes de tudo, o direito de desfrutar de
uma vida decente, tão normal e plena quanto possível” (UNESCO, 1975).
Mazzotta (2005) explica que as políticas de EE, até 1990, refletiam o sentido
assistencial e terapêutico. Foi com a intensificação dos movimentos sociais de luta
contra todas as formas de discriminação às pessoas com deficiência que emerge,
em nível mundial, a defesa de uma sociedade inclusiva. Apresentamos, a seguir, o
modo como as políticas vêm se efetivando no Brasil, bem como a organização dos
documentos normativos da década de 1990 até os dias atuais.
A Constituição Federativa do Brasil promulgada em 1988 faz considerações
sobre a EE, dentre elas, a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e
sua integração na comunidade. Em seu Art. 5, dispõe que: “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]” (BRASIL, 1988, p. 14). Neste
viés, o Art. 205 estabelece que:
Tal citação nos provoca a refletir: o ensino será limitado em satisfazer apenas
as necessidades básicas do sujeito? Libâneo (2012) afirma que “Tão boas intenções
parecem, à primeira vista, compatíveis com uma desejada visão democrática da
escola para todos e até com uma visão renovada das políticas educativas [...]”
(LIBÂNEO, 2012, p. 18).
No entanto, esses conceitos necessitam ser examinados com base nas
políticas globais definidas pelos organismos internacionais para os países pobres,
como: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); Banco Mundial (BIRD); Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO); e Fundo das
34
5Atualmente o termo “portador” não é mais considerado um conceito adequado para nos referirmos à
pessoa com deficiência. Contudo, manteremos o termo em citações diretas e indiretas e na redação
das legislações que ainda não sofreram alterações.
6 “Entende-se por necessidades educacionais especiais aquelas definidas pelos problemas de
aprendizagem apresentados pelo aluno, em caráter temporário ou permanente [...]” (PARANÁ, 2003,
p. 19).
35
Por meio desta Declaração, um apelo é dirigido aos governantes para que
adotem como lei ou como política o princípio da EI. Este apelo se estende aos
governos da comunidade internacional para que todos defendam a perspectiva da
escolaridade inclusiva e apoiem o desenvolvimento da educação de alunos com
necessidades educacionais especiais, como parte integrante de todos os programas
educativos (UNESCO, 1994). Podemos observar que estas declarações têm
ampliado o espaço de discussão sobre a EI, influenciando e fornecendo orientações
e subsídios para a formulação das políticas públicas em âmbito nacional.
Logo após a aprovação da Declaração de Salamanca, no Brasil, foi
promulgada a LDBN nº 9.394/96, que modifica a conformação da Educação Básica,
garantindo nova forma de atendimento à EE. A lei apresenta a EE como modalidade
da educação escolar e determina políticas públicas para a EE, assegurando aos
educandos professores especializados para atendimentos e para a promoção da
integração desses alunos, preferencialmente, na rede regular de ensino (BRASIL,
1996). Em seu Art. 59, estabelece que os sistemas de ensino têm responsabilidade
de assegurar aos educandos portadores de necessidades especiais:
No entanto, tal documento tem que ser analisado com cautela, pois como
afirma Galuch e Sforni (2011), dentre os quatro pilares de aprendizagem anunciados
no Relatório Jacques Delors, a maior ênfase remete-se ao “aprender a aprender” e o
“aprender a viver juntos”. Para as autoras, o que parece ser um avanço, à medida
que busca incluir novas aprendizagens, rompe com as práticas consideradas
tradicionais. Desta forma:
No Brasil, foi a partir dos anos 2000 que o EE passou a receber tratamento
diferenciado com relação à legislação e política educacional. A Organização das
Nações Unidas (ONU) aprovou em 2006 na Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, a obrigatoriedade de um sistema de EI em todos os níveis
de ensino. Vejamos:
indicadores sobre a EE. Com relação aos dados da EE, o Censo Escolar registra
uma evolução nas matrículas:
Destaca-se ainda o Art. 28, o qual dispõe que é obrigação do Poder Público
assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
7 Entende-se por demanda os alunos que são o público-alvo da Educação Especial conforme
orientações da PNEEPEI, ou seja, alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/ superdotação (BRASIL, 2008).
54
Laplane, Caiado e Kassar (2016) tecem críticas no que diz respeito ao atual
cenário da educação em nosso país, que embora esteja em decurso de uma política
nacional inclusiva, que promove a matrícula de alunos com deficiência nas classes
comuns, as instituições com atuação exclusiva na EE ainda têm recebido recursos
58
a família.
- Articula e subsidia os Núcleos Regionais de Educação quanto
INSTRUÇÃO Nº aos encaminhamentos referentes à elaboração, execução e
003/2015 - acompanhamento do Projeto Político-Pedagógico (denominação
SUED/SEED utilizada na rede pública estadual), Proposta Pedagógica
(denominação utilizada na rede municipal e particular) e
Regimento Escolar.
- O Plano de Atendimento Educacional Especializado deve estar
INSTRUÇÃO N° contemplado no Projeto Político-Pedagógico da escola.
07/2016 – - A elaboração do Plano de Atendimento Educacional
SUED/SEED Especializado deve envolver o professor da SRM, professores
das diferentes disciplinas, mediado pela equipe pedagógica e
quando necessário por profissionais que acompanham o
desenvolvimento do estudante (profissionais externos à
Instituição de Ensino).
- Ação pedagógica: Deve partir das potencialidades,
possibilidades, capacidades e necessidades e problemas de
aprendizagem especifica de cada estudante.
- O trabalho pedagógico será realizado em três eixos: Eixo1:
Atendimento individual ou em pequenos grupos; Eixo 2: Trabalho
colaborativo com professores da classe comum; Eixo 3: Trabalho
colaborativo com a família ou responsável.
INSTRUÇÃO N° - O Plano de Atendimento Educacional Especializado deverá
09/2018 – contemplar: a identificação das habilidades e necessidades
SUED/SEED educacionais específicas dos estudantes; a definição e a
organização das estratégias, serviços e recursos pedagógicos e
de acessibilidade; o tipo de atendimento conforme as
necessidades educacionais específicas dos estudantes; o
cronograma do atendimento e a carga horária, individual ou em
pequenos grupos.
- O professor da SRM deve estabalecer a articulação com os
professores da sala de aula comum e com demais profissionais
da escola.
- O profissional da SRM deve desenvolver atividades próprias do
AEE, de acordo com as necessidades educacionais específicas
dos estudantes: ensino da Comunicação Aumentativa e
Alternativa (CAA); ensino da informática acessível e do uso dos
recursos de Tecnologia Assistiva (TA); promoção de atividades
para o desenvolvimento das funções mentais superiores com
vistas ao acesso ao currículo do ano de matricula do estudante.
Fonte: Síntese organizada pela autora, com base nas Instrução n° 016/2011, Instrução nº 003/2015
Instrução n.º 07/2016 e Instrução n° 09/2018 do Estado do Paraná.
9Não há uma única padronização na forma de grafar o nome desse autor. Mas, neste trabalho,
adotaremos a grafia Vigotski, porém, respeitaremos outras grafias no caso de citações.
69
razão, é preciso criar formas culturais singulares, que permitam mobilizar as forças
compensatórias e explorar caminhos alternativos de desenvolvimento.
10Tradução: “[...] antes a calcular e a medir do que a experimentar, observar, analisar, diferenciar e
generalizar, descrever e definir qualitativamente” (VIGOTSKI, 1997, p. 11).
74
11 Tradução: [...] A defectologia está lutando agora por uma tese básica, uma tese que tem como
defesa a única garantia de sua existência como ciência, precisamente pela tese que diz: a criança
cujo desenvolvimento está complicado por um defeito não é simplesmente menos desenvolvida que
seus pares normais, mas se desenvolve de outro modo (VIGOTSKI, 1997, p. 12).
12 Vigotski em seus estudos fala principalmente da criança cega e da criança surda, referida por ele
como surda-muda (termo que manteremos apenas em citações diretas), no entanto, quando
abordarmos a questão dos caminhos alternativos, estenderemos a todo PAEE definido pela PEEPEIN
(BRASIL, 2008).
75
que faz com que a educação seja percebida de outro modo, ou seja,
podem ser observados dois planos distintos de desenvolvimento no
comportamento: o natural e o cultural (VIGOTSKI, 2011, p. 866).
13 A coleta de dados foi efetivada mediante autorização dos sujeitos participantes da pesquisa, após
leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, segundo orientações do CEP
(APÊNDICE A).
79
14 Os indicadores têm o papel de acompanhar o plano, isso exige que eles sejam estáveis de modo
que alterações em seus valores decorram de mudanças na própria realidade e não nos métodos do
indicador. Os indicadores também devem ser bem desenhados, de modo que possam ser estáveis ao
longo da vigência do plano, possibilitando análises sobre a melhora ou não das condições
educacionais com o passar dos anos (BRASIL, 2016).
86
17 Nestas salas são atentidos alunos 0 a 5 anos de idade que apresentem dificuldades de
aprendizagem.
91
Fonte: MEC/INEP.
Nota: A soma das parcelas pode divergir do total do Estado em razão de que um aluno pode estar
matriculado em mais de uma modalidade de ensino, conforme a Sinopse Estatística da Educação
Básica, divulgada pela fonte (INEP).
19 O acompanhamento médico, faz parte de uma das etapas do projeto desenvolvido pelo município.
104
necessário, é
encaminhada
para o
Neuropediatra
que participa
do projeto que
o município
desenvolve.
Qual a formação O professor deve O professor O professor O professor
necessária dos ter formação deve ter deve ter deve ter
professores para inicial que o formação formação inicial formação
atuação nas salas habilite para o inicial que o que o habilite específica para
de AEE/SRM? exercício da habilite para para o exercício a EE.
docência e o exercício da docência e
formação da docência formação
específica para a e formação específica para
EE. específica a EE.
para a EE.
Há Há articulação, É para ter, Nós orientamos Sim,
articulação/trabalh porque nosso mas, não para que tenha orientamos
o colaborativo objetivo é posso te o trabalho para que tenha
entre o Professor articular as garantir se colaborativo. Em a articulação.
do AEE/SRM e ações entre o acontece, algumas turmas,
Professor da sala professor do porque na existe certa
comum? AEE, professor verdade esse articulação entre
de SRM e a trabalho os professores
família, todos colaborativo da SRM e os do
buscando deveria ser ensino regular,
mimizar as uma mas, na maioria
situações de cobrança da das vezes, tal
aprendizagem orientação articulação geral
em que muitas pedagógica, um certo conflito
vezes mas, a para aceitação
encontramos intrução da colaboração
essa criança. prevê e todas do professor de
as formações AEE no ensino
que são regular.
fornecidas
pela SECED,
orientamos
para que
ocorra. Mas,
o que é
observado
ocorre muito
pouco.
Há Além da Orientamos Sim Orientamos
articulação/trabalh articulação entre para que para que
o colaborativo esses aconteça aconteça essa
entre a família ou profissionais que essa articulação.
responsável, com atendem a articulação.
o professor do criança e com a
AEE/SRM e do família, a
ensino regular? SECED presta
assesoramento
105
para os
familiares,
quando a família
recebe um
diagnóstico ela
passa pela
Equipe da
Secretaria, mais
espeficificament
e os psicológos.
Buscamos esta
articulação com
os pais
juntamente com
a escola.
Quais escolas Não são em Não são em Não são em Não são em
que atendem o todas as escolas todas as todas as escolas todas as
AEE/SRM que atendem o escolas que que atendem o escolas que
contemplam toda AEE/SRM, mas atendem o AEE/SRM, mas atendem o
a rede municipal? todos os alunos AEE/SRM, todos os alunos AEE/SRM,
que necessitem mas, todos que necessitem mas, todos os
AEE são os alunos AEE são alunos que
atendidos. que atendidos. necessitem
Mesmo que necessitem AEE são
estudem em AEE são atendidos.
uma escola atendidos.
municipal e No ano de
frequente SRM 2021,
em outra escola estamos em
do município. funcionament
o com 21
salas SRM e
2 Sala de
Recursos
AH/SD.
Legenda: O (*-) significa que não foi respondido pelo setor.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, com base nos dados obtidos durante a pesquisa em 2021.
rampas, e
pedagógicas,
como:
materiais
didáticos e
pedagógicos
acessíveis e
recursos de
tecnologia
assistiva (TA).
Neste sentido, segundo o autor, a educação é uma prática social que busca
realizar nos sujeitos a humanização plena. Todavia, toda educação se dá em meio a
relações sociais, numa sociedade em que essas relações se dão entre grupos
sociais antagônicos, em relações de exploração de uns sobre outros, a educação só
pode ser crítica, pois a humanização plena implica a transformação dessas relações.
113
5 PRODUTO EDUCACIONAL
Esta seção visa explicar sobre o produto educacional propriamente dito. Sua
elaboração teve como base a pesquisa realizada no município de Campo Mourão. O
produto educacional é intitulado: “Refletindo sobre as políticas públicas da Educação
Especial na perspectiva inclusiva”.
O Mestrado Profissional configura-se em uma modalidade de pós-graduação
stricto sensu, seus objetivos são representados por especificidades conforme o Art.
4. da Portaria normativa n.º 17, de 28 de dezembro de 2009, do Ministério da
Educação, Cultura e Esporte (MEC):
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
busca por melhores condições de trabalho para que a educação para todos possa
ser efetivada.
120
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. 9. reimpr. São Paulo: Atlas,
2007.
______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
UNESCO. Organização das Nações Unidas (ONU). Declaração dos Direitos das
Pessoas Deficientes. Resolução aprovada pela Assembléia Geral da ONU, em 9 de
dezembro de 1975.
______. Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos: plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, 1990. Disponível em:
<http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/Declaracao_Jomtien.pdf >. Acesso em:
18 jan. de 2021.
VIVAS, F.; FALCÃO, M. STF forma maioria a favor de manter suspenso decreto
do governo sobre educação especial. G1-TV Globo. Brasília, 2020. Seção
Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2020/12/18/stf-forma-maioria-
afavor-de-manter-suspenso-decreto-do-governo-sobre-educacaoespecial.ghtml>.
Acesso em: 26 jan. de 2021.
130
APÊNDICES
132
___________________________________
Nome do representante/Responsável (Carimbo)
134
Prezado(a) Colaborador(a),
CEP UNESPAR
Universidade Estadual do Paraná.
137
TERMO 1
________________________________
Assinatura ou impressão datiloscópica
138
TERMO 2
DATA__/__/__.
____________________________________
Assinatura do Pesquisador
139
Local: ______________________________________________________
Nome: ______________________________________________________
Data:___/___/____