Trabalho Contestação Cally

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EXCELENTISSÍMO (A) SENHOR JUIZ DA COMARCA DE FRUTAL MINAS

GERAIS

Nos autos da ação de número [inserir número], movida por [nome do autor], em
face de [nome da primeira requerida] e [nome da segunda requerida], por meio
da presente contestação, as requeridas apresentam suas defesas, nos termos
que seguem.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, as requeridas se opõem à concessão da gratuidade da justiça


requerida pelo autor, tendo em vista que não foram apresentados elementos
suficientes para comprovar a alegada impossibilidade de arcar com às custas
processuais e honorários advocatícios. Requer, assim, a apresentação de
documentos que comprovem a situação econômica do autor.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

As requeridas se opõem à inversão do ônus da prova requerida pelo autor,


tendo em vista que não foi demonstrada a sua condição de hipossuficiente,
bem como não há elementos que indiquem que as provas solicitadas não
podem ser produzidas pelo autor. Portanto, não há motivos para a inversão do
ônus da prova.

DO MÉRITO

As requeridas negam a existência de qualquer defeito no produto adquirido


pelo autor. Além disso, esclarecem que, caso haja qualquer defeito, o mesmo
não decorreu de falha na fabricação, mas sim de mau uso ou manutenção
inadequada do produto pelo autor.

Ademais, as requeridas esclarecem que, após o contato do autor relatando o


ocorrido, a assistência técnica foi acionada para avaliar o produto. No entanto,
o autor não forneceu todas as informações necessárias para que a análise
pudesse ser realizada, o que acabou inviabilizando a identificação das causas
do suposto defeito.

Dessa forma, diante da ausência de qualquer responsabilidade das requeridas,


requer-se a improcedência da ação e a condenação do autor ao pagamento
das custas processuais e honorários advocatícios.

DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

Sobre a alegação de responsabilidade solidária das rés, conforme exposto no


documento supracitado. Embora seja verdade que a relação entre as partes é
de consumo, a aplicação da responsabilidade solidária não é automática e
deve ser analisada com base nas circunstâncias específicas do caso em
questão.

O artigo 18 do CDC mencionado pelas requerentes estabelece que os


fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
valor.

No entanto, essa responsabilidade solidária somente é aplicável quando os


fornecedores atuam conjuntamente para causar o dano, o que não é o caso
aqui.

Ademais, o artigo 264 do CDC citado pelas requerentes trata da solidariedade


em relação a obrigações em que há mais de um credor ou devedor. Esse artigo
não se aplica ao caso em questão, que se refere à responsabilidade por vícios
de produtos.

Desta forma, requeiro que a responsabilidade solidária não seja aplicada no


presente caso, e que as rés sejam responsabilizadas apenas na medida em
que tenham contribuído para o dano alegado.

DA BOA – FÉ OBJETIVA

No que tange à boa-fé objetiva, cumpre destacar que a requerida ALAN


ELETRO agiu de acordo com as normas e regulamentos de segurança
aplicáveis aos seus produtos e não tinha conhecimento do vício oculto presente
no televisor adquirido pelo autor. Ademais, a requerida agiu de forma
transparente e colaborativa, fornecendo ao autor todas as informações
necessárias sobre o produto e realizando a reparação do televisor dentro do
prazo estipulado em lei.

No que se refere ao vício do produto, é importante destacar que a


responsabilidade das rés é limitada ao prazo de 30 dias para sanar o vício. No
presente caso, a requerida ALAN ELETRO cumpriu o prazo legal para realizar
o reparo do televisor do autor, não havendo motivo para a restituição do valor
pago pelo produto. Além disso, não há evidências de que a requerida LG tenha
agido de má-fé ao produzir o televisor, uma vez que não há registros de outros
casos semelhantes envolvendo produtos da mesma marca.

Sendo assim, não há razão para imputar qualquer responsabilidade solidária às


requeridas, visto que não houve violação da boa-fé objetiva nem
descumprimento do prazo legal para sanar o vício do produto. Diante disso,
requer-se o julgamento improcedente da demanda.

DO DANO MORAL E MATERIAL

Alegação infundada de dano moral: não há qualquer comprovação de que o


consumidor tenha sofrido danos de ordem psicológica, tampouco há uma
descrição precisa do que teria causado esse dano. Além disso, o texto afirma
que a "perda de tempo útil" é um abuso, o que não tem sustentação legal ou
teórica.

Culpa exclusiva do consumidor: ao adquirir um produto com defeito, o


consumidor tem a obrigação de buscar a solução do problema junto à
assistência técnica, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor. Se
a empresa não solucionou o problema no prazo previsto, o consumidor poderia
ter optado por outras medidas legais, como a troca do produto ou o
ressarcimento do valor pago. Assim, não há como atribuir a culpa
exclusivamente às empresas requeridas.

Exagero na alegação de danos materiais: embora seja verdade que o produto


adquirido apresentou defeito, isso não significa que o consumidor tenha sofrido
prejuízos financeiros. A petição não apresenta quaisquer informações sobre
valores envolvidos, despesas extras ou outros detalhes que justifiquem a
indenização por danos materiais.

Ressalta – se que embora a inicial faz referência a vários dispositivos legais,


como a Constituição Federal, o Código Civil e o Código de Defesa do
Consumidor, mas não apresenta uma análise detalhada de cada um desses
dispositivos e nem como eles se aplicam ao caso em questão.

Em resumo, a contestação deve ser fundamentada em argumentos sólidos e


apoiados em leis e jurisprudência, o qual não é o caso em questão.

DO PEDIDO

Por fim, requer-se a Vossa Excelência que seja julgada improcedente a


presente ação, condenando-se o autor ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios.

Termos em que, pede deferimento.

Frutal, 25 de abril de 2023.


Callyana Cristina Barbosa de Oliveira e Oliveira
OAB : XXXXXX
Gabriela Mendonça
OAB XXXXX

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