TCC - DCL (25-11)

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIAS

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DAMIÃO CÉSAR LUPEIA

PRODUÇÃO DE METANOL A PARTIR DE CO2 DE


COMBUSTÃO DA REFINARIA DE LUANDA

Luanda
2019
DAMIÃO CÉSAR LUPEIA

PRODUÇÃO DE METANOL A PARTIR DE CO2 DE COMBUSTÃO DA


REFINARIA DA LUANDA

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao


curso de Engenharia Química, do Departamento de
Engenharias e Tecnologias (DET), do Instituto
Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências
(ISPTEC), como requisito parcial à obtenção do
grau de licenciado (a) em Engenharia Química.

Orientadora: Prof. Msc. Kátia Gabriel


Co-orientador: Prof. Dr. Chivanga Barros

Luanda
2019
A ficha catalográfica é desenvolvida em conjunto com as
bibliotecárias (dirigir-se à biblioteca), depois da impressão da versão
final

Fonte: Century Gothic


Tamanho da fonte: 9

Felipe, José Pedro.

Empreendedorismo: transformando ideias em negócios / José Pedro Felipe. Luanda: Silgraf; 2010; 92 pág.;
il.;

Orientadores: Prof. Dr. Chivanga Barros (ISPTEC)


Prof. Dr. Benevides Pessela (ISPTEC)

Co-Orientador: Prof. Dr. Fernando Pessoa (UFRJ)

Monografia - Instituto Superior Politécnico de Tecnologia e Ciência.


DET – Departamento de Engenharia e Tecnologias; Luanda / Talatona – Rua Lateral Via S10, 2016.

1.Biodigestores. 2. Biogás. 3. Lixo Orgânico.FOLHA DE APROVAÇÃO


(A Folha deI.Departamento
Aprovaçãode Engenharia
final será e Tecnologias / Curso de Engenharia Química.
fornecida pela Coordenação após a
defesa)

Não é paginada
Às memórias
Dedicatória – É um espaço reservado
à dedicatórias. O autor do projeto
deve dedicar seu trabalho.
Tamanho: 12, Negrito, Centralizado
Não é paginada
Não é paginada
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS

Agradecemos pela sabedoria dos professores em conduzir o trabalho, sempre nos


motivando, nos incentivando em pesquisar cada vez mais, para fazermos um excelente
trabalho.

Agradecemos à Departamento de Engenharia e Tecnologia por ceder o espaço para a


Não é paginada
realização das actividades.

seus estudos.
embasamentos feitos para
citação, apresentando os
Neste espaço o autor faz uma

Normas ABNT.
nas Epígrafe - É opcional

Não é paginada
EPÍGRAFE

“Ser feliz .”

Fernando Pessoa
RESUMO

Obrigatório nos projectos, monografias, dissertações e teses, constitui-se de uma seqüência


Não é paginada
de frases concisas e objetivas, não ultrapassando 500 palavras (mínimo 150 palavras e
máximo 500), seguido, logo abaixo, das palavras-chave, ou descritores. É redigido em
parágrafo único, e com entrelinhamento simples.

Palavras-chave: Ex: Biodíesel; etanol; biocombustíveis.


ABSTRACT
e traduzido para o inglês.
se do mesmo resumo transcrito
Estrangeira- Abstract – Trata-
Resumo em Língua
Resumo em Inglês.

Key-words: Aqui o autor deverá eleger três palavras-chave que digam respeito ao tema
abordado.

Não é paginada
LISTA DE FIGURAS
Fonte: Arial ou Times New Roman
Aproximadamente 1 (Geradas automaticamente)
Espaços “enters”

Figura 1 Exemplo do título e referência de uma Figura 23


LISTA DE TABELAS Adicionar uma lista de Tabela
Aproximadamente 1 gerado automaticamente

Espaços “enters”

Não é numerada
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EUA Estados Unidos da América


HFCS High Fructose Corn Syrup
LISTA DE SÍMBOLOS
Aproximadamente 1
Espaços “enters”

Γ Coeficiente de atenuação da função da onda do elétron no óxido


λ Parâmetro de ajuste para modulação do comprimento do canal
σ Efeito DIBL
θ Parâmetro de entrada para ajuste de mobilidade
SUMÁRIO:
Fonte: Arial ou Times New Roman
SUMÁRIO Tamanho: 12
Espaço entre Linhas: 1,5
SUMÁRIO (OBRIGATÓRIO)

Aproximadamente 1
Espaço “enter”
1. 15
1.1 16
1.1.1 18
1.1.2 18
1.2 19
1.3 19
2. Erro! Indicador não definido.
2.1 22
2.1.1 Erro! Indicador não definido.
2.1.2 25
2.1.3 Erro! Indicador não definido.
2.2 Erro! Indicador não definido.
2.3 Erro! Indicador não definido.
3. Erro! Indicador não definido.
3.1 47
3.2 47
3.3 49
5.6.1 Modelos termodinâmicos do processo 28
5.6.1 Operações unitárias processo 28
5.6.1 Diagrama do processo 28
5.6.1 Caracterização das etapas de extração 28
5.6.1 Integração energética 28
5.6.1 Avaliação económica 28
5.6.1
Nãoetc etc.
é paginada 28
4. 50
5. 53
REFERÊNCIAS 31
Livros – Apenas um autor 31
Publicidade 31
LIVROS – Até três autores 31
LIVROS – mais de três autores 31
LIVROS – Autor desconhceido 31
Referências Bibliográficas de Sites (LINKS da Internet) 32
Artigo de Revista 32
Teses; Dissertações e Trabalhos de Conclusão de Curso 32
Artigo de Jornal 32
Entidade Coletiva (Empresas, Associações, Órgãos Governamentais etc) 33
ANEXOs 34
ANEXO A 34
ANEXO B 35

Sem recuo, a subordinação dos itens deve ser destacada por diferenças tipográficas, como
negrito, letras maiúsculas e outros).

Recomendamos a utilização do “índice automático”.


A numeração das páginas é contada a partir da capa, porém, os números deverão
aparecer apenas a partir da primeira página da introdução.
A numeração é colocada no canto superior direito da página.

Não é paginada
16

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Desde a revolução industrial, os combustíveis fósseis são utilizados como fonte de energia,
contribuindo para o aumento da concentração de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera.
Por outro lado, sabe-se que a intensidade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) é
responsável por alterações climáticas. O CO2 é um dos seis gases responsáveis pelo efeito
estufa, participando em cerca de 54% e com taxa de crescimento de cerca de 0,4% ao ano
desde 1980, exigindo atenção especial das autoridades responsáveis. Os outros gases
presentes em menor quantidade, mas não menos prejudiciais, são: metano (CH4), óxido
nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), hidrofluorcarbonos (HFCs) e
perfluorcarbonos (PFCs). (Gaspar, 2007)

A concentração de CO2 na atmosfera tem crescido a cada ano que passa, tendo alcançado
actualmente 408 ppm no ano de 2018. E essa elevação acarreta um aumento da temperatura
global, ocasionando mudanças climáticas e gerando impacto em todos os continentes e
oceanos, tais como, derretimento de geleiras glaciais, mudança da distribuição geográfica,
sazonalidade e padrão de migração de espécies de animais de água doce ou marinha.
Também, podemos citar o aumento da mortalidade humana relacionada com o calor e uma
diminuição da mesma relacionada com o frio em algumas regiões. (IPCC, 2014).

Com o intuito de diminuir a emissão dos GEE’s no contexto do desenvolvimento


sustentável, em 2015, foi aprovado pelos 195 países (dos qual Angola faz parte)
constituintes da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do
Clima), o Acordo de Paris. O compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da
temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Com a
crescente preocupação ambiental, inúmeras formas de evitar a libertação de CO2 têm sido
estudadas. Actualmente, as tecnologias CCS (captura e armazenamento de CO2) e o CCU
(captura e uso do CO2) têm sido desenvolvidas como formas de capturar as emissões de
CO2 de fontes como usinas de energia e processos industriais, para evitar a libertação desse
gás na atmosfera e encontrar um uso viável para esse gás. O destino final do CO2 capturado
é que define a diferença entre esses dois processos, no CCS o CO2 capturado é transferido e
17

armazenado em larga escala, enquanto no CCU o CO2 capturado é convertido,


desenvolvendo metódos melhores e processos químicos mais eficientes para o uso ou
conversão. (CUÉLLAR-FRANCA, 2015).

Desta forma, utilizar CO2 e convertê-lo em combustíveis e produtos químicos, chamado


processo de captura e reciclagem de carbono (CCR), é uma opção activa usada em grande
parte do mundo para converter produtos utilizáveis em produtos valiosos e é usada para
mitigar as emissões de CO2 mais preferíveis comparado com a opção CCS. Durante os
últimos anos, a conversão de CO2 em produtos químicos de valor agregado (ou seja, etanol,
metanol e ácido fórmico) usando diferentes maneiras recebeu uma grande atenção dos
pesquisadores, pois pode ser vista como uma solução para reduzir o aquecimento global,
crise energética (isto é, esgotamento de combustíveis fósseis) e problemas de
armazenamento de energia.

No presente trabalho, foi escolhida a produção do metanol a partir do CO2. O metanol é


uma fonte de energia renovável que pode ser produzida a partir de qualquer matéria-prima
que contenha carbono (principalmente CO2), além de ser uma fonte limpa de energia que
pode ser utilizada como combustível de transporte. Em geral, para que um combustível
atenda à demanda do mercado, ele deve ser material sustentável, limpo e capaz de ser
sintetizado a partir dos recursos disponíveis. Actualmente, de facto, a maioria das empresas
de produção em todo o mundo utiliza o metanol como matéria-prima para produzir
diferentes produtos. O metanol também é usado na produção de solventes como o ácido
acético, que representa 10% da demanda global. (Al-Saydeh, Zaidi, 2018).
18

1.2 Objectivos Gerais e específicos

1.2.1 Objectivo Geral

O presente trabalho tem como objectivo geral propor uma unidade de produção de Metanol,
usando o CO2 de combustão da refinaria de Luanda.

1.2.2 Objectivos específicos

Para a realização do projecto em questão foram selecionados os seguintes objectivos


específicos:

i. consolidar um amplo acervo bibliográfico do o estado de arte sobre os processos de


captura e conversão do CO2 em Metanol;
ii. determinar os processos de captura e conversão a serem usados;
iii. selecionar a fonte dos reagentes a serem utilizados no processo de conversão do
CO2 em metanol;
iv. elaborar um diagrama de blocos;
v. elaborar o fluxograma do processo de produção do Metanol;
vi. definir a capacidade nominal do processo;
vii. aplicar os conceitos fundamentais de engenharia Química para a elaboração dos
balanços de massa e de energia;
viii. selecionar e dimensionar os equipamentos mais adequados para os processos de
captura e conversão do CO2 em Metanol, com base nos balanços executados;
ix. elaborar um estudo de viabilidade económica do processo;
19

1.3 Hipóteses relacionadas

A combustão dos combutíveis fósseis tem sido a principal fonte de obtenção de dióxido de
carbono em Angola, o que implica uma grande quantidade de gases poluentes a serem
libertados na atmosfera, causando a poluição constante da mesma. Para o projecto em
questão o foco é a captura directa do CO2 em um dos locais de escape, e posterior
conversão para metanol, de modos a reduzir o impacto ambiental e aumentar a oferta de
metanol no mercado nacional angolano.

Dessa forma, surgem questionamentos do tipo:

De que forma podemos obter o dióxido de carbono e como produzir o metanol, tendo
em conta a redução da poluição ambiental, com os meios disponíveis e ao menor custo
possível?

Considerando os avanços tecnológicos, os processos de captura e conversão do CO2 podem


ser realizados de forma simplificada e economicamente viável sendo que para a captura
sugere-se o uso de equipamentos absorvedores com solventes e para a conversão o
mecanismo proposto é a hidrogenação do CO2 por catálise heterogénea. Uma vez que o
combustível produzido é livre de outros gases, a sua queima é considerada limpa,
garantindo assim a proteção do meio ambiente.

Será que a quantidade de CO2 gerada na refinaria de Luanda é suficiente que


justifique um investimento em uma unidade industrial de produção de metanol a
partir do CO2?

1.4 Justificativa

Actualmente, a demanda por energia está aumentando rapidamente devido ao crescimento


económico mundial. Para atender a essa demanda crescente, é necessária uma quantidade
abundante de combustível fóssil (petróleo, carvão e gás natural). A combustão de
combustíveis fósseis é frequentemente considerada uma das principais ameaças ao meio
ambiente, devido à libertação de CO2 na atmosfera. O CO2, considerado como principal gás
de efeito estufa (GEE) é trocado periodicamente na superfície da terra, oceano e atmosfera,
onde diversas criaturas, incluindo animais, plantas e microorganismos, absorvem e
produzem diariamente. (Al-Saydeh, Zaidi, 2018).
20

A questão da poluição produzida pela indústria do petróleo de modo geral constitui um


grande problema, tornando um desafio para a gestão dessas empresas que precisam se
posionar efectiva e eficazmente perante a questão dos impactos ambientais causados pelo
petróleo desde a sua exploração até ao refino.

Os principais poluentes atmosféricos emitidos pelas refinarias de petróleo são basicamente:


CO, CO2, hidrocarbonetos, SOx, NOx e materiais particulados. Estes poluentes são
libertados das unidades de fornos e caldeiras, assim como nas unidades de processos. Todos
esses poluentes são nocivos a vida humana e a todos os seres vivos do nosso ecossistema.
Os principais danos causados pelos gases libertados pelas refinarias de petróleo ao meio
ambiente são:

 As mudanças climáticas elevando a temperatura global actravés do efeito estufa


ocasionando e aumento da desertificação;
 As chuvas ácidas em decorrência da dissolução dos gases, principalmente o CO2
ocasionando modificações irreversíveis no solo;
 A diminuição do ozônio na estratosfera em função dos hidrocarbonetos halogenados
e os NOx, aumentando assim, a quantidade de raios ultravioleta que chegam a terra;
 Alteração da visibilidade, pois, altas concentrações de NO2 absorvem a luz azul e
esta absorção pode causar uma coloração amarelada nas grandes cidades;

Também é possível destacar os danos causados à saúde humana:

 Irritação nos olhos devido à exposição a oxidantes fotoquímicos ocorrendo


principalmente nas áreas industriais;
 Doenças no sistema cardiovascula, causados pelo CO e pelo chumbo (Pb);
 Doenças no sistema respiratório tais como bronquites, enfisemas pulmonares e em
casos mais gravem câncer de pulmão, que são causadas pela troca gasosa e
exposição directa aos contaminantes atmosféricos.

Levando em consideração o facto de que Angola tem dados passos significativos no


processo de refino de petróleo com o projecto de construção de mais duas refinarias,
nomeadamente as refinarias de Cabinda e a refinaria do Soyo com capacidade de
processamento de 60 mil bpd e 100 mil bpd respectivamente, é importante pensar e
desenvolver técnicas que visem mitigar os efeitos secundários responsáveis pela poluição
21

ambiental, de forma técnica e economicamente viável. Daí a proposta de implementação de


uma unidade de produção de metanol a partir dos CO 2 libertado nesse processo, tomando a
refinaria de Luanda como modelo sendo que é a única em actividade de momento.

O metanol produzido é um importante solvente industrial, utilizado em larga escala na


indústria de plásticos, na extração de produtos animais e vegetais, e como solvente em
reações de importância farmacológica, como no preparo de colesterol, vitaminas e
hormônios. Também é útil nas sínteses orgânicas de diversos intermediários químicos,
como formaldeído, cloreto de metila, ácido acético, mono, di e trimetilamina, metilaminas,
metacrilatos de metila, dimetil ftalato, salicilatos de metila, fibras de poliéster e metil
mercaptano. (Saito, 1998).

O metanol também é usado no processo de transesterificação de triglicerídeos, para


produzir biodiesel, rota muito utilizada pelos países europeus, em especial na Alemanha. É
actualmente usado como combustível em algumas categorias de monopostos dos EUA (ex:
Champ Car, IRL, Dragster). Além disso, o metanol é considerado uma fonte de energia
alternativa por estocar e transportar energia do hidrogénio, que por sua vez, pode ser
derivado de fontes energéticas não-fósseis, como energia solar, hidrelétrica, etc (Saito,
1998).

Com base nas constatações ateriores pode se afirmar que a implementação de uma unidade
de produção de metanol a partir do dióxido de carbono é benéfica quer do ponto de vista
ambiental bem como do ponto de vista económico.
22

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo é apresentada a revisão bibliográfica do trabalho, onde são tratados os


principais assuntos de importância para a execução e compreensão do trabalho proposto.

2.1 Contextualização

O CO2 é um gás do efeito estufa que absorve e emite radiação infravermelha, sendo vital
para o controle da temperatura terrestre. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas criado pela ONU, mais conhecido pelo seu acrônimo IPCC
(Intergovernamental Panel for Climate Change), o dióxido de carbono recebe mais atenção
que os outros gases do efeito estufa (CH4, N2O e halo carbonetos), pois tem maior
contribuição para o aquecimento global do que todos os outros gases combinados. Além
disso, possui uma vida atmosférica mais longa. Após um pulso de CO2 emitido na
atmosfera, 40 % ainda permanecerá na Terra em 100 anos, 20 % após 1000 anos e 10 %
após 10.000 anos. Esta longa vida atmosférica faz com que uma boa parcela do CO2
emitido seja considerada praticamente irreversível sob uma perspectiva humana de tempo, a
não ser que a remoção directa de CO2 seja implementada (IPCC, 2014).
A Terra possui uma elevada capacidade de estabilização do CO2 emitido. Cerca de 30% são
absorvidos e acondicionados nos corpos d’água na forma de ácido carbónico, bicarbonatos
e carbonatos (NOAA, 2017).
A maior parte encontra-se na atmosfera, participando do ciclo do carbono, porém com ciclo
mais lento do que no ambiente marinho. Apesar de tal capacidade auto regulatória, a
velocidade de adição de CO2 na atmosfera acontece a uma taxa muito superior à sua
retirada, gerando acúmulo. A participação no ciclo do carbono faz com que pequenas
variações do CO2 sejam observadas ao longo das estações do ano, atingindo níveis
máximos durante o inverno e outono; e mínimo durante primavera e verão onde a atividade
fotossintética é mais intensa.
Apesar das inúmeras fontes naturais de CO2, as emissões de origem antropogénica são as
principais responsáveis pelo acúmulo atmosférico. A queima de carvão mineral e
combustíveis derivados do petróleo, seguidos de queimadas e desmatamentos, representam
as principais fontes dessas emissões. A atividade humana emite cerca de 29 bilhões de
23

toneladas por ano, enquanto os vulcões emitem de 0,2 a 0,3 bilhões de toneladas por ano.
Dados de consumo de combustíveis e análise de isótopos de carbono ajudam a identificar e
rastrear a sua origem (NOAA, 2014). O gráfico abaixo mostra o crescimento anual da
concentração em ppm de CO2 na atmosfera.
Figura 1 Crescimento mensal da concentração de CO2 na atmosfera, 2019.

Fonte: (Climate central, 2019).

O aquecimento global como resposta da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) é


avaliado como um dos mais graves problemas ambientais do século XXI, tendo em vista as
mudanças climáticas desencadeadas pela elevação de suas concentrações atmosféricas (gás
carbónico, metano e óxido nitroso).

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou uma
retrospectiva de dez anos de seu Relatório de Emissões (Emission Gap Report, em inglês) -
uma publicação influente que compara os níveis de emissão de gases de efeito estufa para
evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
À primeira vista, as notícias parecem sombrias. O mundo parece ter passado a última
década fazendo exatamente o oposto do que deveria. Apesar dos avisos nos relatórios
anuais, as emissões de gases de efeito estufa cresceram a uma média de 1,6% ao ano entre
2008 e 2017. De facto, essas emissões são agora quase exatamente o que os primeiros
relatórios projetavam para 2020 se o mundo não alterasse seus modelos de crescimento
insustentáveis e poluentes.
Com as políticas actuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de
24

3,5 °C neste século, em comparação com os níveis pré-industriais. Isso está muito além dos
objetivos do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C, ou
pelo menos bem abaixo de 2°C. Se este mundo mais quente se concretizar, todas as
previsões de impactos climáticos catastróficos se tornarão realidade mais cedo do que se
esperava. Elevação do nível dos mares, eventos climáticos extremos e danos incalculáveis
às pessoas, prosperidade e natureza. (PNUMA, 2019)
Com base nessas afirmações fizeram-se estudos que relacionam o aumento da temperatura
global com a concentração de CO2 na atmosfera, e os resultados são apresentados no
gráfico abaixo:
Figura 2 Relação entre a concentração de CO2 e a temperatura global.

Fonte: (Climate central, 2018).

Da mesma maneira que o CO2 emitido num passado distante contribui com as mudanças
climáticas que estamos vivenciando, as emissões agora lançadas determinarão a qualidade
da vida no planeta em um futuro não tão distante e, definitivamente, será vivenciado pelas
próximas gerações.
Para amenizar os efeitos do aquecimento global, algumas estratégias devem ser tomadas
para mitigar o CO2 da atmosfera. Deve-se investir na integração energética, modernizando
plantas e processos por tecnologias menos poluidoras e mais eficientes através de energia
limpa e renovável, ser capaz de capturar e armazenar o CO2 inevitavelmente produzido
transformá-lo em produtos de alto valor agregado, economicamente viáveis, para que assim
possa atrair investimentos. Como vemos resumidamente na figura 3:
25

Figura 3 Estratégias de mitigação de CO2.

Fonte: (Carvalho, 2018).

2.2 O Processo de refinação de Petróleo e a Emissão de GEE

O Petróleo é um mineral natural que pode ser encontrado no estado gasoso, líquido e/ou
sólido com uma composição química de hidrocarbonetos complexos localizado
predominamente no interior da crusta terrestre. O petróleo tem características físicas
específicas como: Cor escura, cheiro característico, densidade inferior a da água,
inflamável, volátil.

No seu estado bruto, o petróleo tem pouquíssimas aplicações, servindo quase que somente
como óleo combustível. Para que o potencial energético do petróleo seja aproveitado ao
máximo, ele deve ser submetido a uma série de processos, a fim de se desdobrar nos seus
diversos derivados.

O refino do petróleo consiste na série de beneficiamentos pelos quais passa o mineral bruto,
para a obtenção desses derivados, estes sim, produtos de grande interesse comercial. Esses
beneficiamentos englobam etapas físicas, e químicas de separação, que originam as grandes
frações de destilação. Estas frações são então processadas através de outra série de etapas
de separação e conversão que fornecem os derivados finais do petróleo. Refinar petróleo é,
26

portanto, separar as frações desejadas, processá-las elhes dar acabamento, de modo a se


obterem produtos vendáveis. (MARIANO, 2001).

2.2.1 Refinarias

Refinarias de petróleo são um complexo sistema de operações múltiplas; as operações que


são usadas em uma dada refinaria dependem das propriedades do petróleo que será
refinado, assim como dos produtos desejados. Por essas razões, as refinarias podem ser
muito diferentes. Além de o petróleo ser uma mistura extremamente complexa de diversos
compostos, não existem dois petróleos idênticos. Sendo assim, suas diferenças vão
influenciar de forma decisiva os rendimentos e a qualidade das frações que serão obtidas de
cada petróleo.

O principal objetivo dos processos de refinação é a obtenção da maior quantidade possível


de derivados de alto valor comercial, ao menor custo operacional possível, com máxima
qualidade, minimizando-se ao máximo a geração dos produtos de pequenos valores de
mercado e poluentes.

Ilustração 1: Refinaria de Luanda.

Fonte: Voz de Angola (2018).

As características do petróleo têm grande influência sobre a escolha das técnicas que serão
adotadas para a sua refinação, e de um modo geral são elas que irão determinar quais serão
os produtos que melhor poderão ser obtidos de um dado petróleo. Deste modo, pode-se
concluir que nem todos os derivados podem ser produzidos com qualidade e de forma
economicamente viável a partir de qualquer tipo de petróleo. Também não existe uma
técnica única de refino que seja aplicável a qualquer tipo de óleo bruto. (MARIANO, 2001)
27

Além disso, é preciso que determinada refinaria atenda à demanda de seu mercado, tanto
qualitativa quanto quantitativamente, e que opere de modo a processar a gama de tipos de
petróleo que lhe servem de matéria-prima da forma mais econômica e racional possível. A
fim de que esses requisitos possam ser atendidos, surgem os diversos arranjos das várias
unidades de processamento que podem compor uma refinaria. Esse encadeamento de
unidades dentro uma refinaria é o que se denomina Esquema de Refino. Os Esquemas de
Refino variam significativamente de uma refinaria para outra, não apenas pelas razões
acima, mas também pelo fato de que mesmo os mercados de uma dada região estão sempre
modificando-se com passar do tempo. Além disso, os avanços na tecnologia dos processos
propiciam o surgimento de novas técnicas de refino de alta eficiência e rentabilidade, que
ocupam o espaço dos processos mais antigos, de menores eficiências e maiores custos
operacionais, que assim sendo, entram em obsolescência. Além desses fatores, actualmente
também existem as crescentes exigências ambientais por parte dos governos, sob a forma
de legislações e regulamentações, e por parte dos próprios mercados, que demandam cada
vez mais, produtos oriundos de processos ditos “limpos”, e que, desta forma, forçam a
indústria do refino de petróleo a implementar melhorias contínuas. Se observados nos
contextos de médios e longos prazos, os processos de refino não podem ser considerados
estáticos, mas sim dinâmicos na sua constante evolução. (MARIANO, 2001)

De um modo geral, uma refinaria, ao ser planejada e construída, pode se destinar a dois
objetivos básicos:

- produção de produtos energéticos (combustíveis e gases em geral);

- produção de produtos não-energéticos (parafinas, lubrificantes, etc.) e petroquímicos.

O primeiro objetivo constitui a maior parte dos casos, pois a demanda por combustíveis é
deveras maior do que a demanda por outros produtos. Nesse caso, a produção destina-se à
obtenção de GLP, gasolina, Diesel, querosene e óleo combustível, entre outros.

O segundo grupo, não tão expressivo, é constituído de um grupo minoritário, onde o


principal objetivo é a maximização da produção de frações básicas lubrificantes, parafinas e
matérias-primas para a indústria petroquímica. Estes produtos possuem valores agregados
muito superiores ao dos combustíveis, o que confere aos refinadores altas rentabilidades,
28

embora os investimentos envolvidos sejam também muito mais altos do que os necessários
para o caso anterior. (MARIANO, 2001)

As refinarias modernas têm desenvolvido sistemas mais complexos e integrados nos quais
os hidrocarbonetos não são apenas destilados, mas também convertidos e misturados em
amplos arranjos de produtos que incluem combustíveis de transporte, insumos
petroquímicos, óleos combustíveis, lubrificantes, asfaltos, entre outros. A estrutura global
da indústria do refino tem mudado nos últimos anos devido à demanda crescente de
derivados leves e oferta crescente de petróleos mais pesados, como é o caso de Angola. Isso
conduz a refinarias mais complexas com capacidades crescentes de conversão, o que resulta
em aumento do consumo específico de energia e, também, em produção de derivados de
maior valor agregado.

Em todas as refinarias, incluindo as pequenas e menos complexas, o petróleo passa


primeiramente pelo processo de destilação, que é seguido por processos de conversão em
refinarias mais complexas. Os mais importantes processos de destilação são: destilação
atmosférica e destilação a vácuo. Diferentes processos de conversão estão disponíveis
usando processos catalíticos ou térmicos. Por exemplo, na unidade de reforma catalítica
(URC) a nafta pesada, produzida na unidade de destilação atmosférica (UDA), é convertida
para gasolina. Por outro lado, o gasóleo da unidade de destilação a vácuo (UDV) é
convertido em frações mais leves na unidade de craqueamento catalítico fluidizado
(UCCF).

Na unidade de coqueamento retardado (UCR), o resíduo da torre de vácuo é convertido


termicamente em produtos de maior valor agregado, com destaque para aqueles que fazem
parte da composição do óleo diesel. Processos mais recentes, tais como hidrocraqueamento
catalítico (HCC), são usados para produzir mais produtos leves a partir de resíduos pesados.
(BABICH; MOULIJN, 2003).

Finalmente, todos os produtos podem ser tratados para melhorar a qualidade do produto
como, por exemplo, remoção de enxofre através dos processos de hidrotratamento (HDT).
Processos auxiliares são usados para fornecer insumos à operação de outros processos,
como a geração de hidrogênio, ou para recuperar subprodutos como o enxofre.
29

Actualmente, as refinarias respondem às novas necessidades da sociedade com relação às


especificações de qualidade dos produtos, actualizando as tecnologias existentes e
desenvolvendo continuamente tecnologias avançadas. Alterações nos processos de refino
são feitas em resposta a forças motrizes externas, tendo em conta as limitações inerentes da
refinaria conforme ilustrado na Figura 4. Restrições ambientais sobre a qualidade dos
combustíveis de transporte e as emissões produzidas a partir da própria refinaria são
actualmente as questões mais importantes e, também, as mais custosas a serem atendidas
(BABICH; MOULIJN, 2003).

Figura 4 Factores externos e internos de influência em refinarias modernas.

Fonte: Adaptado de Babich e Moulijn (2003).

Gary, Handwerk e Kaiser (2007) esclarecem que não existe uma configuração padrão de
refinaria e, desta forma, cada refinaria é única. As primeiras refinarias eram simples e
pequenas e suas unidades de destilação operavam em batelada com poucos tipos de
petróleo. Actualmente, as refinarias são instalações complexas e altamente integradas que
podem ter até 15 a 20 unidades de processo, operando com elenco diversificado de
petróleos e com capacidade de até 1 milhão de bpd de petróleo, conforme ilustrado na
Figura 5.
30

Figura 5 Configuração típica de uma refinaria.

Fonte: Adaptado de Speight (2011).

Não é nenhuma surpresa que o refino de petróleo tenha se tornado mais complexo nos
últimos vinte anos quando surgiram novos desafios para a indústria de refino, tais como:
introdução de recursos não convencionais e matérias-primas de baixa qualidade;
volatilidade de preço do petróleo; criação de regulamentos ambientais que exigem 44
processos mais limpos de produção; e fabricação de produtos de alto desempenho como,
por exemplo, combustíveis veiculares “ultra-limpos” e matérias-primas petroquímicas. Para
enfrentar esses desafios é imperativo que as refinarias alcem suas operações para novos
níveis de desempenho.
A simples extensão do desempenho actual de forma incremental não será suficiente para
atender a maioria dos objetivos futuros. O refino de petróleo no século XXI vai continuar a
ser moldado por fatores como a consolidação de empresas de petróleo, mudanças
dramáticas na demanda de mercado, personalização de produtos e uma diminuição na
qualidade das cargas de petróleo. Na verdade, a direção futura da indústria de refino será
determinada por: 1- Aumento dos custos operacionais e investimentos devido a rigorosas
normas ambientais para produtos e instalações.
31

2- Aceleração da globalização, resultando em cenários de maiores preços internacionais de


petróleo. O efeito desses fatores é susceptível de reduzir ainda mais as margens de lucro do
refino e as companhias de petróleo em todo o mundo vão precisar fazer mudanças
significativas na sua operação e estrutura para serem competitivas em nível mundial.
(SPEIGHT, 2011).

2.2.2 Estudo de Caso: Refinaria de Luanda

Instalada em uma área de cerca de 170 hectares, a refinaria de Luanda possui as seguintes
características técnicas:
 Capacidade de Refinação Instalada: 65.000 bbl/dia
 Capacidade de Refinação Actual: 55.000 bbl/dia
 Capacidade energética instalada: 12MGW
 Demanda energética: 5MGW
 4 Salas de Controlo
 9 (Nove) Unidades de processamento.
As unidades de processamento são apresentadas na tabela abaixo ilustrada:
Tabela 1 Descrição das unidades de processamento da refinaria de Luanda.

Fonte: Refinaria de Luanda (2017)

1. Unidades de Destilação Atmosférica (Toppings)


U-150: A finalidade da unidade é a destilação de Petróleo Bruto, separando em
fracções mais simples que poderão ser tratadas em unidades processuais a jusante,
passando a constituir componentes de produtos comerciais. A unidade tem uma
capacidade nominal de cerca de 4670 t/d.
U-650: A unidade tem uma capacidade nominal de cerca de 2800 t/d.
32

U-600: A unidade tem uma capacidade nominal de cerca de 1400 t/d.

Ilustração 2: Destilação Atmosférica.

Fonte: Coelho (2012)

2. Unidade de Recuperação e Tratamento de Gases


U-550: A unidade de recuperação de gases é a unidade que permite separar e recuperar as
fracções mais leves da nafta proveniente das destilações atmosféricas designadamente o
LPG. A nafta é fraccionada em nafta leve e nafta pesada. A Unidade tem uma capacidade
nominal de cerca de 1400 t/d.

3. Unidade de Vácuo
U-100: A finalidade da unidade é a destilação do Resíduo Atmosférico, proveniente da UN-
600, para produção de Asfaltos comerciais. A Unidade tem uma capacidade de cerca de 482
t/d.
33

Ilustração 3: destilação a vácuo.

Fonte: O País (2019)

4. Unidades Catalíticas
U-250 (Hidrodessulfuração de Nafta): A Unidade de hidrodessulfurização
também conhecida como HDS tem como finalidade a eliminação de compostos
sulfurados através de um processo catalítico utilizando o hidrogénio que reage com
os átomos de enxofre formando sulfureto de hidrogénio (H₂S). A remoção destes
compostos tem como finalidade possibilitar o tratamento do produto nas unidades
subsequentes. A unidade tem uma capacidade nominal de cerca de 600 t/d.
U-200 (Par-isom): A finalidade da Unidade é a Isomerização da Gasolina Leve
Dessulfurada, aumentando o Índice de Octanas para ser utilizada nos Blending's de
Gasolina, juntamente com a Gasolina Platformada da (U-700). A unidade tem uma
capacidade nominal de cerca de 206 t/d.
U-700 (Reformação Catalítica) Platforming: A finalidade da unidade é aumentar
o índice de octano da nafta estabilizada para utilização como combustível para
motores. A unidade tem uma capacidade nominal de cerca de 280 t/d

5. Unidade Merox Querosene


U-850 (Lavagem do Querosene com Soda caustica): o objectivo e de adequar a
produção de kerosene dos toppings às especificações do JET A1.

6. Utilidades
U-300 (Caldeiras): Produção de vapor para o processo.
34

Para análise e posterior tratamento de dados, foi tomado como referência o Óleo
Combustível proveniente da unidade de Destilação Atmosférica, condirando que todo o
óleo é queimado nas fornalhas para aquecer a carga (petróleo).

2.2.3 Óleo Combustível

O óleo combustível derivado de petróleo (em língua inglesa Fuel Oil, como é tratado em
muitas empresas petrolíferas e seus clientes industriais), também chamado óleo
combustível pesado ou óleo combustível residual, é a parte remanescente da destilação das
frações do petróleo, designadas de modo geral como frações pesadas, obtidas em vários
processos de refino. A composição bastante complexa dos óleos combustíveis depende não
só do petróleo que os originou, como também do tipo de processo e misturas que sofreram
nas refinarias, de modo que se pode atender as várias exigências do mercado consumidor
numa ampla faixa de viscosidade.

Os óleos combustíveis são actualmente os principais energéticos utilizados em processos


térmicos industriais. Largamente utilizados na indústria moderna para aquecimento de
fornos e caldeiras, ou em motores de combustão interna para geração de calor, os óleos
combustíveis subdividem-se em diversos tipos, de acordo com sua origem e características.
É conveniente que o óleo seja mantido aquecido no tanque para favorecer o seu
escoamento. Dependendo do uso ao qual se destina, deve passar por um sistema de filtração
para a remoção de sedimentos orgânicos e inorgânicos. A seguir, ele é novamente aquecido
para reduzir sua viscosidade ao valor requerido pelo queimador, favorecendo a nebulização.
A nebulização é a ruptura mecânica do líquido gerando pequenas gotículas de diâmetro da
ordem de 0,5 μm, quanto menor o tamanho da gotícula, maior a facilidade de vaporização
do produto o que é necessário para uma boa queima. (Farah, 2012).

2.3 Captura e Armazenamento do CO2

Processos de remoção de CO2 de uma corrente de gás, baseado em processos químicos ou


físicos, vêm sendo aplicados em escala industrial por mais de 50 anos. Estes processos
surgiram motivados pela necessidade de tratar gás natural até as especificações exigidas
pelo mercado, com baixo teor de gases como o CO2 e o H2S, ou pela necessidade de
35

condicionar gás de síntese oriundo da gaseificação de carvão mineral utilizado em outros


processos químicos (RACKLEY, 2008).

Actualmente, as principais rotas de captura de CO2 podem ser classificadas nas seguintes
categorias:

• Pós-combustão: remover o CO2 diluído em gases exaustos de combustão;

• Oxicombustão: queima do combustível com ambiente enriquecido de oxigênio, gerando


uma corrente concentrada de CO2;

• Pré-combustão: separação do CO2 de um gás antes da combustão (normalmente, gás de


síntese);

• Chemical looping: reações de redução e oxidação em etapas.

No processo de pós-combustão, que é o método proposto, o CO2 é removido de uma


mistura composta maioritariamente de N2, mas as impurezas presentes nos gases de
combustão (SOx, NOx, oxigênio e particulados) também precisam ser levadas em
consideração. O CO2 está presente em baixas concentrações e a baixa pressão, o que
determina grande volume de gás a ser tratado. A necessidade de tratamento de um volume
maior de gases leva à utilização de equipamentos maiores, a um maior custo da unidade de
captura e a um maior consumo de energia. (OLAJIRE, 2010).

A pós-combustão é hoje a maior aposta para aplicações em larga escala da captura de


carbono. Dentre os possíveis processos de captura por pós-combustão, a absorção química é
a que se encontra no mais alto nível de maturidade, tanto tecnológico quanto de mercado, e
é o processo de captura mais adequado às tecnologias de carvão pulverizado (PC) e ciclo
combinado (NGCC). Para a realização do presente trabalho foi escolhida a captura do CO2
mediante ao processo de absorção Química.

2.3.1 Absorção Química

A absorção é o processo físico-químico em que um soluto, nesse caso, o CO2, é levado à


outra fase em que se encontra o solvente. Quando esse processo ocorre devido a um
conjunto de reações químicas, diz-se que é uma absorção Química. Os processos de captura
36

por absorção se baseiam em duas etapas genéricas: a absorção do CO2 no solvente,


promovendo a separação da corrente gasosa original; e a dessorção, que é o processo
inverso em que o solvente é regenerado e o CO2 é libertado, formando uma corrente
purificada. De forma geral, os solventes químicos apresentam alta capacidade de absorção
para concentrações e pressões relativamente baixas. Porém, a capacidade de absorção se
estabiliza em pressões acima de 8 bar (KANNICHE et al., 2010).

A absorção química envolve a reacção do CO2 com um solvente químico para formar um
composto intermediário com fracas ligações que pode ser regenerado com a aplicação da
produção de calor do solvente original e de uma corrente de CO2. A selectividade dessa
forma de separação é relativamente elevada. Além disso, poderia ser produzida uma
corrente relativamente pura em CO2. Estes factores tornam a absorção química adequada
para a captura de CO2 dos gases de combustão industrial. (Wang, M., Lawal et al., 2011)

2.3.2 Solventes Químicos – Aminas

O solvente químico ideal para absorver CO2 deverá possuir:

 elevada reactividade relativamente ao CO2 - o que permitiria reduzir os requisitos


para a absorção e / ou reduzir o caudal de circulação de solvente;

 requisitos de regeneração a baixo custo – baseado num baixo calor de reacção com
CO2;

 elevada capacidade de absorção - o que influência directamente os requisitos do


caudal de circulação de solvente;

 elevada estabilidade térmica e degradação reduzida do solvente – redução dos


resíduos de solventes devido à degradação térmica e química;

 baixo impacto ambiental;

 baixo custo do solvente - deve ser fácil e barato de produzir.


37

Estudos de Absorção de CO2 com Soluções Aminadas

As aminas têm sido utilizadas durante mais de 75 anos para o tratamento de correntes de
gases industriais com alcanolaminas, sendo o grupo mais popular de solventes. Estas
podem ser classificadas como primárias, secundárias, ou terciárias com base no grau de
substituição do átomo de azoto, apresentando cada tipo de amina as suas vantagens e
desvantagens como solvente CO2.

Diferentes sistemas de aminas como solventes têm sido propostos e estudados para a
captura de CO2 através de absorção química. A MEA (Monoetanolamina) foi o sistema
mais amplamente estudado por pesquisadores que estão a desenvolver modelos de
flowsheet para estudar o seu desempenho. Outras aminas que foram estudadas incluem
aminas terciárias, como a N-metildietanolamina (MDEA), e aminas esterioquímicamente
impedidas, como a 2-amino-2-metil-1-propanol (AMP). Outros sistemas que têm sido
propostos incluem o sistema de carbonato de potássio usando amónia como solvente para a
captura de CO2. Embora tenham sido propostos e investigados diferentes sistemas, há
muito poucos estudos, que comparem o desempenho de diferentes sistemas de uma forma
consistente. (Wang, M., Lawal et al., 2011)

2.3.2 Monoetanolamina

A MEA é a amina mais estudada como solvente para captura de CO2 e é o sistema para o
qual estão disponíveis diversos dados experimentais. Deste modo, a MEA é frequentemente
utilizada como sendo um caso base de solvente em estudos comparativos de novos
solventes para a absorção de CO2 e estão a ser desenvolvidos novos processos na aplicação
de concentrações elevadas de MEA. Diferentes modelos termodinâmicos têm sido
utilizados para descrever o comportamento de equilíbrio de CO2 em soluções aquosas de
alcanolamina, em particular, de MEA. (KOTHANDARAMAN, 2010)
38

É um composto orgânico de fórmula CH2(NH2)CH2OH, ou seja, é ao mesmo tempo um


álcool primário (devido ao grupo hidroxilo) e uma amina primária (devido ao grupo amina),
cuja fórmula molecular é representada a seguir:

Figura 6: Estrutura molecular da monoetanolamina.

Fonte: (autor, 2019)

A MEA é amplamente utilizada para a remoção de dióxido de carbono (CO2) das correntes
do gás natural e dos processos de refinaria. É também usada para remover o CO2 dos gases
de combustão e pode ter vasta aplicação na redução dos gases de efeito estufa. A MEA é
uma base relativamente forte, com uma taxa de reacção rápida, produzindo uma baixa
concentração de CO2. Alguns investigadores têm estudado a solubilidade e a cinética de
reacção do CO2 em soluções aquosas de MEA. Embora a MEA reaja relativamente rápido
com o CO2, a taxa de absorção ainda é controlada pela cinética da reacção. A capacidade de
absorção é inferior a 20%. (DANG, ROCHELLE, 2001)

O solvente MEA é relativamente barato e o processo de absorção química com MEA é


suportado por tecnologia comercialmente disponível e comprovada. Solventes alternativos
ao MEA devem ter maior capacidade de captura de CO2 e menor consumo de energia.

O solvente mais correntemente usado, MEA, em absorção química de pós-combustão de


CO2 tem as seguintes desvantagens:

 baixa capacidade de quantidade de carbono (kg de CO2 absorvido por kg de


solvente);

 elevado consumo de energia;

 degradação do solvente devido ao SO2 e O2 nos gases de combustão;

 elevada taxa de corrosão nos equipamentos. (Wang, M., Lawal et al., 2011)
39

Os futuros esforços de investigação devem ser direcionados para o desenvolvimento de


melhores solventes. O futuro progresso em termos de solventes deve ser (a) para reduzir o
consumo de energia, (b) evitar danos ao meio ambiente e ao ser humano (quando é
ventilada com gás tratado). O mais importante é combinar estes progressos num solvente.
(Wang, M., Lawal et al., 2011)

2.4 Hidrogenação do CO2


Sabe-se que os combustíveis fósseis representam uma fonte não-renovável de energia.
Uma outra fonte de carbono será necessária, o qual o CO 2 é particularmente atrativo, na
medida que o uso dos combustíveis fosseis tende a declinar ao longo do século XXI.
Muito vem sendo dito a respeito do hidrogénio e sobre o futuro da “economia do
hidrogénio”. Ao reagir com oxigénio, ocorre libertação de água e energia é produzida. O
hidrogénio pode, portanto, ser considerado uma forma de armazenar energia (OLAH,
2003).
O crescente aumento dos preços de energia, junto à possibilidade de depleção de
hidrocarbonetos e o aquecimento global, faz do CO2 um dos mais baratos e abundantes
gases que contém carbono disponível. Assim, não é difícil imagina-lo como possível
matéria prima para síntese de hidrocarbonetos e combustíveis.
A hidrogenação do CO2 permite obter uma variedade de produtos com finalidades
energéticas. XIAODING e MOULIJN (1996) realizaram cálculos termodinâmicos de uma
série de reações envolvendo o CO2 (Tabela 2). Muitas apresentam-se como exotérmicas,
que parecem até surpreendentes devido a estabilidade do CO2. Porém, poucas possuem
𝛥G< 0. Ao analisar estes, percebe-se que, aparentemente, na sua maioria correspondem a
reações de hidrogenação e com produtos contendo ligações C-O. A formação de água
também contribui para 𝛥G favoráveis.

Tabela 2: Variações de entalpia e energia livre de Gibbs para reações envolvendo o CO2, destacando a
produção de metanol.

Reações 𝛥H°(KJ/mol) 𝛥G°(KJ/mol)


CO2(g) + H2(g) → HCOOH(l) -31,0 +34,3
CO2(g) + 2H2(g) → HCHO(g) + H2O(l) -11,7 +46,6
CO2(g) + 3H2(g)→ CH3OH(l) + H2O(l) -137,8 -10,7
CO2(g) + 4H2(g)→ CH4(g) + 2H2O(l) -259,9 -132,4
2CO2(g) + H2(g) → (COOH)2(l) -39,3 +85,3
2CO2(g) + 6H2(g) → CH3OCH3(g) + 3H2O(l) -264,9 -38,0
40

CO2(g) + H2(g) + CH3OH(l)→ HCOOCH3(l) + H2O(l) -31,8 +25,8


CO2(g) + H2(g) + CH3OH(l)→ CH3COOH (l) + H2O(l) -135,4 -63,6
CO2(g) + 3H2(g) + CH3OH(l)→ C2H5OH(l) + 2H2O(l) -221,6 -88,9
CO2(g) + H2(g) + NH3(g) → HCONH2(l) + H2O(l) -103,0 +7,2
CO2(g) + CH4(g) → CH3COOH(l) -13,3 +58,1
CO2(g) + CH4(g) + H2(g) → CH3CHO(l) + H2O(l) -14,6 +74,4
CO2(g) + CH4(g) + 2H2(g) → (CH3)2CO(l) + H2O(l) -70,5 +51,2
CO2(g) + C2H2(g) + H2(g) → CH2=CHCOOH(l) -223,6 -115,0
CO2(g) + C2H4(g) → CH2+CHCOOH(l) -49,1 +26,2
CO2(g) + C2H4(g) + H2(g) → C2H5COOH(l) -166,6 -56,6
CO2(g) + C2H4(g) + 2H2(g) → C2H5CHO(l) + H2O(l) -171,1 -44,4
CO2(g) + C6H6(l) → C6H5COOH(l) -21,6 +30,5
CO2(g) + C6H5OH(l) → m-C6H4(OH)COOH(l) -6,6 +46,9
CO2(g) + CH2=CH2(g) → CH2CH2O(l) + CO(g) +152,9 +177,3
CO2(g) + C(s) → 2CO(g) +172,6 +119,9
3CO2(g) + CH4(g) → 4CO (g) + 2H2O(l) +235,1 +209,2
CO2(g) + CH4(g) → 2CO(g) + 2H2(g) +247,5 +170,8
CO2(g) + 2CH4(g) → C2H6(g) + CO(g) + H2O(l) +58,8 +88,0
2CO2(g) + 2CH4(g) → C2H4(g) + 2CO(g) + 2H2O(l) +189,7 +208,3
CO2(g) + C2H4(g) → C2H4O(g) + CO(g) +178,0 +176,0
Fonte: XIADONG, MOULIJN (1996).

A Figura 7 mostra algumas possíveis rotas para a hidrogenação do CO 2. A qualidade e


quantidade dos produtos obtidos podem ser controladas pela escolha de um catalisador
apropriado. Dentre os produtos, estão o metano e hidrocarbonetos usados como
combustível tipo diesel e gasolina, metanol, dimetil éter (DME) e ainda álcoois superiores.
Esses produtos podem ser armazenados em forma líquida e são compatíveis com a
tecnologia e infraestrutura de transporte e armazenamento já existentes. São produtos que
podem ser utilizados tanto na forma pura, em motores de combustão, quanto em misturas; e
em células de combustível (SÁ, 2015).
Então em longo prazo, é possível criar uma economia baseada no CO2, onde será possível
atingir um nível de reciclo de CO2 utilizando-se recursos renováveis, em analogia ao que a
natureza já faz, porém de maneira intensificada e sendo capaz de controlar o tipo e
qualidade dos produtos finais (AMPELLI; PERATHONER; CENTI, 2015).
41

Figura 7: Possíveis rotas para a hidrogenação do CO 2.

Fonte: Adaptado de AMPELLI; PERATHONER; CENTI, (2015).

Também é imprescindível avaliar a fonte do H2 que será utilizado na hidrogenação, pois o


H2 convencional é produzido a partir do processo de refinação do petróleo, que consome
energia, além de produzir CO2, não produzindo qualquer efeito mitigativo. Para completar
o conceito de combustível limpo, é importante que tanto nos processos de obtenção do H 2,
quanto nos produtos de hidrogenação, seja aplicada energia oriunda de fontes renováveis ou
ao menos mitigadoras da poluição.
A rota através do metanol, em comparação com as outras rotas, tem a vantagem de ser um
processo tecnológico menos complexo (tecnologia difundida), com alta seletividade e
flexibilidade de uso, sendo capaz de abastecer diferentes mercados: de produtos químicos,
transporte e geração de energia sendo, portanto, considerada uma estratégia promissora
para o uso do CO2. (OLAH et al., 2009).

2.5 Hidrogenação Catalítica do CO2 para a produção do Metanol


As três reações principais que ocorrem na hidrogenação do CO 2 são as mesmas que
governam a conversão do SYNGAS (Gás de Síntese) em metanol (Reações 1, 2 e 3)
(VANDEN & FROMENT, 1996) e os catalisadores convencionais de Cu/ZnO/Al2O3
podem ser utilizados (WANG, 2011), apesar da baixa atividade em temperaturas menores
que 250°C (JADHAV et al., 2014). A diferença da hidrogenação de CO para a de CO 2 está
na composição dos reagentes, fazendo com que as reações ocorram em diferentes taxas. A
utilização de Pd tanto no catalisador convencional quanto em uma nova base, ou ainda a
substituição do Al2O3 por ZrO2 no convencional, são promissores (JADHAV et al., 2014).
42

É importante que o catalisador utilizado possua pouca diminuição da atividade na presença


de água, que é o principal subproduto dessa rota.

ΔH°298 K =+206,3 kJ/mol (1)

ΔH°298 K =+247,3 kJ/mol (2)

ΔH°298 K =- 41 kJ/mol (3)

Assim como no processo via SYNGAS, baixas temperaturas e altas pressões devem ser
utilizadas para deslocar o equilíbrio no sentido de formação de metanol. Condições
possíveis para o reator de hidrogenação são temperaturas entre 200 e 350 °C e pressões de
30 a 50 bar (WANG, 2011 e AHOUARI et al., 2013).
A Figura 8 mostra dados experimentais da taxa de conversão do CO 2 em função da pressão
de reação em três temperaturas distintas, em catalisadores de Cu/Zn/Al (MOTA et al.,
2013).
Figura 8: Taxa de produção de metanol em função da pressão de reação e da temperatura, com
velocidade espacial de 10h-1

Fonte: adaptado de Mota et al. (2013)


Percebe-se, na Figura 8, um aumento da taxa de produção de metanol com o aumento da
pressão, como previsto pela termodinâmica. Além disso, apesar de o equilíbrio ser
deslocado no sentido de produção de metanol com a diminuição da temperatura
(aumentando a seletividade), a taxa de reação diminui, devido à diminuição da constante de
velocidade, de acordo com a Equação de Arrhenius. Desse modo, um tempo de residência
maior deve ser utilizado para tentar atingir o equilíbrio, o que resultaria em maior
conversão do CO2 e uma menor seletividade a metanol, devido a possível ocorrência de
reações colaterais.
43

Mota et al. (2013) relata um aumento de 80% para mais de 90% de seletividade ao metanol,
quando a pressão aumenta de 30 a 50 bar a 270°C e velocidade espacial de 10h-1, com
conversões próximas a 90% do equilíbrio. A maior parte dos catalisadores de hidrogenação
possui baixa atividade a baixas temperaturas e atingem uma conversão do CO 2 longe do
equilíbrio termodinâmico, demandando o desenvolvimento de catalisadores mais ativos
para atingir conversões mais elevadas. Um dos esforços mais bem sucedidos é o catalisador
da Mitsui, que atinge 88% de conversão do CO2 a metanol e produtividade de 16 mols de
metanol/Lcat/h nas condições de 50 bar, 250°C e GHSV de 10000 h-1 (MATSUSHITA et
al., 2013).
As Equações 3 e 4, de metanação dos óxidos de carbonos, são as principais reações
competitivas do metanol (ELIASSON et al., 1997). Outros subprodutos incluem DME,
álcoois mais pesados, ácidos e aldeídos (MACHADO et al., 2014). Além disso, um terço do
H2 é convertido à água, segundo a Equação 5, muito mais do que a quantidade produzida
nos processos comerciais via SYNGAS (MIKKELSEN et al., 2010).

(4)

(5)

2.5.1 Efeito da Temperatura e Pressão


A produção de metanol pode acontecer tanto pela hidrogenação de CO quanto pela
hidrogenação de CO2:

ΔH°298 K, 0,1 MPA =- 90,57 kJ/mol-1

ΔH°298 K, 0,1 MPA =- 49,4 kJ/mol-1

Em catalisadores de cobre existe uma reação de interconversão entre CO e CO2 via water-
gas shift (WGS/RWGS), completando as três reações que compõem a síntese do metanol.

ΔH°298K,0,1MPA=-41,2kJ/mol-1

Apesar da reação de WGS ser considerada paralela, catalisadores para síntese de metanol,
contendo cobre e óxido de zinco são bem seletivos. Os atuais processos de “baixa pressão”
desenvolvidos permitem seletividade de mais de 99 %, desconsiderando o CO produzido.
44

Na produção do metanol não ocorre quebra de ligação C-O durante a adsorção dos óxidos
de carbono, logo os catalisadores devem ser desenvolvidos para evitar tal quebra e levar a
reações indesejadas, como a metanação (SHARAFUTDINOV et al., 2013).
Como as reações envolvidas são maioritariamente exotérmicas, é vital o controle de
temperatura do sistema, uma vez que o excesso de calor desfavorece as reações, além de
que o superaquecimento do meio pode ocasionar a sinterização do catalisador, com perda
de atividade, reduzindo a vida útil do mesmo.
A partir dos dados termodinâmicos pode ser visto que altas temperaturas limitam a síntese
de metanol, enquanto a reação RWGS, que é endotérmica, é favorecida. Ambas as reações
de hidrogenação são acompanhadas por decréscimo de volume molar, indicando que a
formação de metanol é favorecida pelo aumento da pressão (princípio de Le Chatelier).
Logo, baixas temperaturas e altas pressões parecem preferidas para a síntese de metanol,
porém temperaturas demasiadamente baixas, embora termodinamicamente mais
favorecidas, podem reduzir a cinética da reação e obter baixa produtividade. A adição de
inertes, bem como altas concentrações de CO2, levam à redução da conversão de equilíbrio,
conforme apresentado por SÁ (2015).

Figura 9: Rendimentos de equilíbrio para metanol para diferentes teores de CO 2.

Fonte: SÁ (2015).
Estudos recentes apontam soluções para essa problemática em que são apresentados novos
catalisadores capazes de promover a hidrogenação directa do CO2 a metanol, com
temperaturas baixas (em torno de 270ºC) e pressões moderadas (20-50 bar). (Carvalho,
2018)
45

2.5.2 Efeito do Catalisador

Atualmente, a produção industrial do metanol ocorre através da hidrogenação do CO/CO2


com pressões elevadas (50-100 bares), temperaturas de 180-330 ºC e catalisadores à base
de Cu/Zn/Al2 O3, o uso de catalisador neste processo constitui uma das premissas para que a
reacção ocorra e se dê a produção directa de metanol pela hidrogenação do CO 2. Porém,
este catalisador durante a hidrogenação do CO2 pode sofrer desativação, devido à formação
de água, através da reação deslocamento gás água (Shift), que pode ser adsorvida nos sítios
da Al2O3. Sendo assim, diversos estudos estão sendo desenvolvidos para que a reação
ocorra através da hidrogenação do CO2 em pressões menores, e sob catalisadores mais
estáveis frente à desativação, tal como a ZrO2 como suporte catalítico, devido a seu caráter
mais hidrofóbico. (Carvalho, 2018)
Desta forma, MARCOS, GIUDICI e ASSAF (2019) desenvolveram um trabalho que
consiste no estudo de novos catalisadores de CuZnZr com elevada seletividade para
metanol, que pode ser apresentado como proposta para a resolução do problema constatado
pela catálise convencional.
A síntese dos catalisadores foi realizada através do método de co-precipitação em uma
única etapa seguida de refluxo por 24 h. Soluções aquosas de nitratos de cobre, zinco e
oxinitrato de zircônia foram simultaneamente coprecipitados com NaOH (5M), de modo a
se obter concentrações mássicas de 30% Cu e 15% Zn. Após a co-preciptação, o material
foi deixado em refluxo durante 24 h a 110 °C. Em seguida, o material foi lavado 3 vezes
com água e acetona, seco a 90 ºC/24 h e calcinado sob fluxo de ar sintético a 500 e 600
ºC/3h. Os compostos assim obtidos foram denominados Cu-Zn-Zr-a e Cu-Zn-Zr-b,
respectivamente.
Os catalisadores foram avaliados em um reator de fluxo contínuo da PID Eng &Techo.
200 mg de catalisador diluído com 100 mg de carbeto de silício foram ativados com H2
puro (30 mL min-1) na temperatura de 300 °C/1h. Os experimentos foram realizados a 250
°C/5h, a 20 bar de pressão e razão molar de H2: CO2 = 3:1 (GHSV = 6, 12 e 24 L h-1 g-1).
Os catalisadores também foram avaliados na reação de hidrogenação do CO2 em função do
tempo reacional. Diante disso, a Figura 6 apresenta a conversão do CO2 e a seletividade dos
produtos da reação sobre ambos os catalisadores. Os principais produtos da reação foram
metanol, CO e traços de metano.
46

Figura 10: Conversão do CO2 (XCO2) e seletividade do metanol e CO sobre os catalisadores.


Condições reacionais: 30 bar, 250 °C/5h GHSV= 6 L h g-1.

Fonte: Marcos, Giudici, Assaf, (2019).


Observa-se que os catalisadores não foram muito seletivos para o metano e sim para
metanol e CO. Dentre os catalisadores avaliados, o catalisador Cu-Zn-Zr-a, contendo a
zircônia na forma amorfa, foi o que apresentou ser um pouco mais ativo na conversão do
CO2. Porém, ele foi menos seletivo para metanol quando comparado com o catalisador Cu-
Zn-Zr-b, contendo a zircônia na fase tetragonal.
Desta forma, eles concluíram de que os catalisadores foram ativos e seletivos para a
conversão do CO2 em metanol. O polimorfismo da zircônia influenciou na basicidade do
catalisador. Sendo o catalisador com a fase da zircônia amorfa, Cu-Zn-Zr-a, o que
apresentou maior conversão do CO2. Já a presença da fase tetragonal no catalisador, Cu-Zn-
Zr-b, favoreceu uma maior seletividade para o metanol.

O Fundamental and applied catalysis: Handbook of Industrial Catalysts (LLOYD, 2013)


apresenta uma tabela (Tabela 2), indicando os catalisadores industriais que fizeram parte do
cenário do metanol e seus fornecedores. Que infelizmente têm apresentado dificuldades
quanto a capacidade de operação, devido à factores como o envenenamento por enxofre
bem como pela desativação pelo excesso de água produzido
47

Figura 11: Empresas e catalisadores envolvidos na síntese de metanol.

Fonte: Lloyd, (2013).

3. METODOLOGIA

Com vista a atingir as metas inicialmente traçadas e descritas nos objectivos do projecto,
foram executados os seguintes passos:

i. Um amplo levantamento e a devida consolidação sobre o estado de arte de


forma específica em artigos, livros, dissertações, teses que possibilitaram a
realização do trabalho.
ii. Considerando a quantidade de óleo combustível que é queimada diariamente
nas fornalhas da refinaria de Luanda, foi estimada a capacidade nominal,
quantidade de CO2 emitida, mediante a utilização do método “top down”.
iii. Com base nas operações realizadas em cada fase do processo, foi possível
construir o diagrama de blocos do processo, usando o software PowerPoint,
e a respectiva descrição.
iv. Balanço de massa.
v. Viabilidade económica.
vi. Impacto ambiental.

3.1 Capacidade Nominal


Tendo em conta um dos principais objectivos do trabalho, que é a determinação da
quantidade de CO2 libertada para a atmosfera devido à queima de combustíveis fósseis na
refinaria de Luanda e posterior tratamento da problemática, dando como solução, a
produção de Metanol, utilizou-se como referencia a tese de Laura de Matos (2001) em que
é apresentado o método top down como uma via segura para estimar a quantidade de CO2,
48

considerando os factores de conversão de energia bem como o fator de emissão de CO 2 para


o óleo combustível.
Metodologia top-down
Entre os fatores importantes que devem ser levados em conta na contabilização das
emissões de CO2 de um determinado combustível estão o conteúdo de carbono e energia do
combustível, a quantidade de carbono não oxidado, a quantidade de carbono estocado, os
combustíveis bunker e os combustíveis de biomassa.
a) Conversão da unidade de consumo do combustível para unidade comum de energia.
Cada combustível possui um conteúdo energético diferente, portanto o primeiro passo da
metodologia é a conversão do consumo aparente (CA) de cada combustível, medido na sua
unidade original para uma unidade comum de energia. Esta conversão é efetuada
multiplicando-se o consumo do combustível pelo fator de conversão em tep por unidade do
combustível (tep/unidade). Depois transforma-se a quantidade de energia em tep para o
terajoule (TJ), conforme estabelece a abordagem de referência.
As fórmulas usadas são as seguintes:

CC = CA x Fconv x 41,868 x 10-3 x Fcorr (1)

Onde:
1 tep = 41,868 x 10-3 TJ (tera-joule = 41868000000 J);
CC = consumo de energia em TJ;
CA = consumo de combustível (m3, l, kg);
Fconv = fator de conversão da unidade física de medida da quantidade de combustível para
tep, com base no poder calorífico superior (PCS) do combustível (valores podem variar de
ano para ano).
Fcorr = fator de correção de PCS para PCI (poder calorífico inferior). Para o IPCC, a
conversão para unidade comum de energia deve ser feita pela multiplicação do consumo
pelo PCI. Para combustíveis sólidos e líquidos o Fcorr = 0,95 e para combustíveis gasosos,
o Fcorr = 0,90.

b) Conteúdo de carbono
A quantidade de carbono emitida na queima do combustível deve ser calculada conforme
segue:
QC = CC x Femiss x 10-3 (2)
49

Onde:
QC = conteúdo de carbono expresso em GgC;
CC = consumo de energia em TJ;
Femiss = fator de emissão de carbono (tC/TJ).
10-3 = tC/GgC
c) Emissões de CO2
Finalmente, as emissões de CO2 podem ser calculadas de acordo com a expressão abaixo,
lembrando que em função dos respectivos pesos moleculares, 44 t CO 2 corresponde a 12 t
de C ou: 1 t CO2 = 0,2727 t C.
ECO2 = EC x 44/12 (3)
Onde:
ECO2 = emissão de CO2;
EC = emissão de C.

3.2 Balanço de Massa


Balanço material é a aplicação da lei de conservação das massas, a qual determina: “Massa
não é criada nem destruída”. Através desta lei, determinamos a quantidade de matéria
prima na entrada do reator ou em determinado equipamento, e a quantidade de produto ou
frações geradas no processo nas diferentes correntes de saídas. Isso pode ser determinado
pelas equações abaixo. (HIMMELBLAU, 2011)

{Matéria inicial} = {Matéria final} + {Acúmulo}

Ou, como é presentada detalhadamente por NILO (2013):

Entrada + Geração – Saída – Consumo = Acúmulo

O desenvolvimento de estudos de balanço de massa é um aspecto importante para os


processos químicos industriais, pois a partir destes cálculos, podemos saber se as reações
químicas, ou operações unitárias desenvolvidas nos equipamentos estão ocorrendo de
forma correta: formando a quantidade de produto estimada, se não está ocorrendo acúmulo
ou perdas, entre outras, além de estimativas de consumo de reagentes e eficiência de
processo (FELDER, 2012).
50

3.3 Viabilidade Económica


51

4. RESULTADOS

4.1 Capacidade Nominal

A determinação da capacidade nominal foi feita com base na quantidade de CO 2 que é


libertada em fornalhas na queima do óleo combustível. Para a quantificação do gás
carbónico libertado foi usado o método “top down”.
Para a descrição e facilitação na aplicação do método top down utilizou-se a dissertação de
mestrado: “A importância do setor de transportes na emissão de gases de efeito estufa – o
caso do Município do Rio de Janeiro” de Laura de Mattos (2001), resultando em uma base
científica sustentável para os cálculos feitos.

Considerando a quantidade de óleo combustível consumida, que é cerca de 700 t/d, foi
possível estimar a quantidade de CO2 libertada, conforme a tabela:

Tabela 3: Quantidade de CO2 libertada (matéria-prima)

Tempo Capacidade (toneladas)

Hora 0,086
CO2 Dia 2,06
Mês 61,8
Ano 741,87
Fonte: (autor, 2019)

Uma vez estimada a quantidade de matéria prima disponível, foi possível determinar, por
estequiometria, a quantidade de Metanol produzida considerando o rendimento da reacção.
Os valores são a presentados na tabela abaixo:
Tabela 4: Quantidade de Metanol produzida.

Tempo Capacidade (toneladas)

Hora 0,0124
Metanol Dia 0,299
Mês 8,97
Ano 107,64
Fonte: (autor, 2019)
52

Foram obtidos valores relativamente baixos para a quantidade de Metanol produzida,


devido à factores próprios do método usado, cujo rendimento é de apenas 20%, factor este
que pode ser atenuado usando um reciclo no sistema fazendo com que se dê um aumento da
conversão de CO2 para Metanol. Como compensação tem-se uma alta selectividade, que é
de aproximadamente 98%, evitando assim a formação de outros produtos indesejados no
sistema, formando apenas água e em pequenas quantidades, garantindo assim a actividade
do calisador.

4.2 Diagrama de Blocos

A figura abaixo representa o diagrama de blocos referente ao processo de produção do


metanol.
Figura 6 Diagrama de Blocos do processo de produção de Metanol.

Fonte: (autor, 2019)


53

O petróleo bruto é uma complexa mistura líquida de compostos orgânicos e inorgânicos em


que predominam os hidrocarbonetos, desde os alcanos mais simples até os aromáticos mais
complexos. De acordo com a ASTM – American Society for Testing and Materials: “O
petróleo é uma mistura de ocorrência natural, consistindo predominantemente de
hidrocarbonetos e derivados orgânicos sulfurados, nitrogenados e/ou oxigenados, o qual é,
ou pode ser removido da terra no estado líquido”. Sendo assim, no seu processo de refino, e
processos auxiliares (craqueamento catalítico, steam reforming, etc.) não só se obtêm os
produtos desejados, bem como também uma mistura de gases tendo em conta a constituição
da carga ou alimentação. Os gases libertados passam por um processo de absorção por
monoetanolamina que resulta no isolamento do CO2, separando assim dos demais
componentes que são enviados para processos de reforma ou aproveitamento energético.
(Gurgel, 2014)
Em seguida dá-se o processo de hidrogenação do dióxido de carbono, utilizando calisadores
à base de Cobre e zinco, à temperatura moderada e pressão relativamente alta em um rector
tubular, sendo a alimentação de hidrogénio proveniente da unidade auxiliar de geração de
hidrogénio ou simplesmente Steam Reforming. E por fim, segue-se o processo de separação
dos produtos que é feita por uma destilação simples em que o produto desejado é
posteriormente armazenado e dado o devido tratamento e o subproduto é reaproveitado
visto que é água.
54

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Espaço de 1 linha (1,5)
Parte final do texto, onde se apresentam as conclusões correspondentes aos objetivos e
hipóteses da pesquisa. Deve ser claro e objetivo e fazer referência a projeções ou possíveis
estudos futuros.
Referências (obrigatório)
55

REFERÊNCIAS
Aproximadamente 2
Espaços “enters”
As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética de autoria.
As referências devem ser apresentadas com espaçamento
interlinear simples, sem recuo na margem esquerda,

Livros – Apenas um autor alinhamento justificado somente na margem esquerda e um


espaço para separar uma referência da seguinte.

Utilize o padrão:

SOBRENOME, Nome Abreviado. Título: subtítulo (se houver). Edição (se houver). Local
de publicação: Editora, data de publicação da obra.

Publicidade

Exemplo:

QUEIRÓZ, E. O Primo Basílio: 25. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1878

LIVROS – Até três autores

O procedimento é o mesmo que o anterior, porém, são escritos os nomes dos 3 autores
separados por ponto e vírgula seguido de espaço.

Exemplo:

ADES, L.; KERBAUY, R. R. Análise sobre o Comportamento de Compra: 5. ed. São Paulo:
Editora USP, 2002

LIVROS – mais de três autores

Aponta-se apenas o primeiro e acrescenta-se a expressão latina et.al

SILVA, L. et al. Como a Poluição Afeta nossa Saúde. 1 ed. Curitiba: Editora Sol
Nascente, 2002.

LIVROS – Autor desconhceido


56

TÍTULO EM CAIXA ALTA – Cidade- Editora – ano de publicação- página

Exemplo:

AS VÁRIAS FACES DA SAÚDE, São Paulo: Editora Academia, 1994. p.134

Referências Bibliográficas de Sites (LINKS da Internet)

Retirou algumas informação de algum site relevante? Neste caso, use:

SOBRENOME DO AUTOR – nome do autor – título do Artigo – Ano – link – data de


acesso (antes da data acrescenta-se a expressão acesso em:). O nome do autor pode ser
omitido.

Exemplo:

TCC NÃO É MAIS OBRIGATÓRIO SEGUNDO PORTARIA DO MEC. UOL. Disponível


em: <www.portalglobo.blog.br/2016/07/tcc-nao-e-mais-obrigatorio-segundo.html>.
Acesso em: 10 nov. 2016.

Artigo de Revista

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título da Revista, (abreviado ou não) Local de


Publicação, Número do Volume, Número do Fascículo, Páginas inicial-final, mês e ano

Teses; Dissertações e Trabalhos de Conclusão de Curso

AUTOR, Nome abreviado. Título (itálico). Ano de Apresentação. Número de Folhas.


Categoria – Instituição, Local, ano.

Exemplo:

Carvalho, João Soares, A Metodologia nas Humanidades. 1994. 20f. Dissertação de


Mestrado – Universidade Portuguesa, Lisboa, 1994.

Artigo de Jornal

Nome do autor em caixa alta- Título do artigo – Nome do Jornal- Local- data (dia, mês,
ano) – número do caderno – Seção – páginas (inicial – final)
57

Entidade Coletiva (Empresas, Associações, Órgãos Governamentais etc)

NOME DA ENTIDADE. Título em destaque. Cidade:Editora, Ano.

Exemplo:

MINISTÉRIO DO TURISMO. Avanço do Turismo no Litoral. São Paulo: 2001.


58

ANEXOS
Anexos (Este item é constituído por documentos complementares ao texto do trabalho e
que não são elaborados pelo autor do mesmo, servem para fundamentação, comprovação e
ilustração. É um elemento opcional)
ANEXO A - Demonstrativo de freqüência diária ago./set. 2001
59

ANEXO B – REGRAS DE PONTUAÇÃO

Regras de Pontuação.

Nos trabalhos da monografia alguns dos nossos estudantes não estão respeitando as regras de
pontuação. Nunca é demais fazer lembrar.

Usa-se letra minúscula (pequena) depois de dois pontos (:) e ponto e virgula (;). Exemplo:

“Neste contexto, este projeto final de curso tem como objectivos específicos:
i. fazer a concepção de uma planta produtora de ureia, a partir da amônia e dióxido de
carbono;
ii. levantar e elaborar de uma revisão bibliográfica como base de dados, bem como subsídio
teórico, para todas as etapas de construção deste projeto;
iii. definir a capacidade nominal a partir de dados estatísticos nacionais e desenvolver um
diagrama de bloco;
iv. apresentar os resultados relacionados com o balanço de massa e energia;
v. dimensionar os equipamentos presentes do processo de produção da Ureia;
vi. Avaliar a viabilidade econômica da planta de produção da Ureia;”

(nesse caso, está certíssimo)

A única exceção fica por conta dos Considerandos.


O Governador do Estado,
Considerando que ... ;
Considerando que ... ;
Considerando, finalmente, que ... , decreta

Caso você opte pela inicial MAIÚSCULA em cada item/linha de uma enumeração, feche todos
eles com o ponto final. Por exemplo:

“Realizar um levantamento bibliográfico sobre o processo de produção de café solúvel e sobre o


cultivo do café em Angola.
i. Conhecer e descrever as etapas de processamento de uma unidade industrial de produção de
café solúvel.
ii. Propor o fluxograma do processo e determinar os cálculos de balanço de massa e energia.
iii. Elaborar o layout aproximado da unidade industrial.
iv. Avaliar a viabilidade económica do projecto.”
60

As únicas pontuações capazes de encerrar uma frase no português (para que depois comece com
letra Maiúscula) são ponto final, reticências, exclamação e interrogação.

O que não pode acontecer é o estudante escrever assim:

Os objetivos específicos do presente trabalho são:

● Determinar a concentração de íons de zinco no adubo tratado, adotando o método de


espectroscopia;
● Comparar a taxa de assertividade para cada um dos grupos de empregados, no que se refere as
questões de cálculo numérico, por meio de entrevistas.

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