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Trabalho Infantil

O trabalho infantil na atualidade.

O trabalho infantil não é algo novo na história da humanidade.


Na Antiguidade e nas sociedades escravocratas, as crianças trabalhavam desde pequenas.
Na Idade Média, o trabalho infantil era um modo de haver a complementação da renda
familiar da maioria das familias, que viviam na extrema pobreza. Essa prática ainda foi
muito comum até o início do século XX, quando passa a ser questionada pelo avanço das
discussões sobre o direito universal à educação e os direitos da criança e do adolescente.
Apesar de ser uma prática condenável e criminosa na maioria dos países, além de
ser fiscalizado por agências internacionais ligadas à Organização das Nações
Unidas (ONU) por meio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),
o trabalho infantil ainda persiste.

As crianças e os adolescentes que se encontram atualmente em condição de


exploração do trabalho também vivem em situação de vulnerabilidade social,
vindos de famílias extremamente pobres em locais de alta miséria e desigualdade
social, ou até mesmo órfãs em locais onde não há auxílio efetivo, milhões de
crianças e adolescentes são obrigados a trabalhar.
Muitas das crianças exploradas têm menos de 10 anos de idade.
Elas trabalham em situações e locais que oferecem riscos à sua saúde e sua integridade
física e social, além de terem sua infância roubada e não terem acesso ao direito universal à
educação.

Comumente, crianças e adolescentes explorados exercem

•trabalho doméstico (faxineiras, lavadeiras, cozinheiras, jardineiros e "ajudantes" que


fazem reparos em casas de família);

•trabalho rural (trabalham em lavouras no Brasil, geralmente são lavouras de cana);

•trabalho na rua (engraxando sapatos, vendendo balas ou limpando vidros de carros nos
semáforos, ou simplesmente fazendo malabarismos e pedindo esmolas);
•trabalho perigoso no campo (geralmente localizado em carvoarias, olarias e minas);

•a exploração sexual de crianças e adolescentes.

. Essa última é uma das piores formas de exploração infantil, pois, além das sequelas
tradicionais (perda da infância, exclusão educacional e danos à saúde), ainda provoca danos
psicológicos irreversíveis nas crianças e adolescentes que são submetidas a tal situação. A
exploração sexual infantil ocorre quando uma criança ou um adolescente é forçado a
desenvolver práticas sexuais em troca de dinheiro, presentes ou algum tipo de benefício ao
explorador.
Segundo a convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)|11,
trabalho infantil é aquele realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima
de contratação exposta pela legislação local. Em caso de lugares onde os menores
podem trabalhar, desde que cumpridos certos requisitos, o trabalho infantil é aquele que
fere tais regras excepcionais.
Trabalho infantil no mundo

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência ligada à ONU, lança há


algumas décadas medidas de erradicação do trabalho infantil no mundo. Os países
signatários dos tratados de medidas de erradicação do trabalho infantil comprometem-se
a criminalizar, fiscalizar e punir quem utiliza de mão de obra infantil e quem é
responsável pela exploração das crianças. No entanto, o mundo ainda está longe de
erradicar essa prática.
De acordo com a OIT, em levantamento de 20/06/2021, 152 milhões de crianças e
adolescentes entre cinco e 17 anos de idade estavam sendo obrigados a trabalhar no
mundo. Segundo o mesmo levantamento, 40 milhões de pessoas eram vítimas do
trabalho análogo à escravidão (a chamada escravidão moderna), sendo que em torno
de 10 milhões desse contingente eram menores.
A maioria das vítimas infantis do trabalho escravo no mundo era de
meninas (em torno de 71% ), sendo que a maioria delas era explorada
sexualmente (em torno de 99% das vítimas de exploração sexual eram
mulheres e meninas).
Trabalho infantil no Brasil

Apesar de o Brasil ser um dos países que assumiu, junto à OIT e à ONU, o
compromisso de erradicar o trabalho infantil até o ano de 2025, ainda temos muito o que
fazer para erradicar de vez tal prática em nosso território. O primeiro passo já foi dado
por aqui desde 1990, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), que proíbe o trabalho infantil, e com a Constituição Federal de 1988, que
criminaliza a exploração do trabalho infantil.
Apesar da atual legislação, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) do
IBGE de 2016|3| mostrou que o Brasil tinha em torno de 1,8 milhão de crianças e adolescentes
trabalhando. Desses:

•apenas cerca de 800 mil estavam contratados de acordo com as regras de contratação de
menores em nosso país, o que não configura exploração;
•cerca de 808 mil adolescentes entre 14 e 17 anos trabalhavam sem carteira assinada;

•cerca de 190 mil crianças menores de 14 anos estavam trabalhando.


Trabalho infantil segundo o ECA

Segundo o ECA e a legislação brasileira, é vedada a contratação de menores de 14 anos


de idade. Adolescentes entre 14 e 17 anos podem trabalhar, desde que tenham sua carteira
assinada e trabalhem em uma categoria de registro especial, a de menor aprendiz, na qual
eles possam aprender um oficio e trabalhar por meio período, para que não haja prejuízo
dos estudos. Eles também devem estar matriculados e frequentando a escola e não podem
desenvolver atividades de risco, atividades degradantes e trabalho noturno.
Veja os artigos do capítulo V do ECA que dispõem sobre o trabalho infantil:

•Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na
condição de aprendiz.

•Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem
prejuízo do disposto nesta Lei.

•Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- profissional ministrada segundo as


diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

•Art. 63. A formação técnico- profissional obedecerá aos seguintes princípios:


1 - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.


•Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

•Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários.

•Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

•Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de


escola técnica, assistido em entidade governamental ou não- governamental, é vedado
trabalho:
I- noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II-perigoso, insalubre ou penoso;

III- realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
moral

e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola.


Feito por:
Nicole Mousquer, Caio Giovanne de Souza e Sara Marques dos Santos.

Turma:
106
Bibliografia:

•brasilescola.uol.com.br

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