Programa Antropologia Filosofia
Programa Antropologia Filosofia
Programa Antropologia Filosofia
RIO DE JANEIRO
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
FIL1600
Antropologia Filosófica I
PROGRAMA Descartes entendia que, graças a um espírito (ausente nos animais), a humanidade se
diferenciava por sua capacidade única de pensar. O eu humano nada mais era, então, do que
esse espírito racional capaz de pensar. Hobbes e Gassendi refutam essa posição, defendendo
a impossibilidade de separar o sujeito pensante de seu corpo material. Locke e Hume seguem
essa tradição empirista. Locke fundamenta sua concepção de ser humano na união das várias
partes que compartilham, ao longo do tempo, uma mesma vida e uma mesma consciência. O
eu não se separa, assim, de seu corpo e das experiências deste, guardadas pela memória e
projetadas no futuro. Hume, ao contrário, nega que a identidade pessoal possa se ligar
diretamente à experiência, propondo que se trata de uma ficção da imaginação. Esta sintetiza
a multiplicidade das experiências do sujeito numa ideia unitária, mas complexa. Atento à
obra de Hume, Kant reconhece que a consciência empírica é dispersa e por isso incapaz de
promover uma identidade no sujeito. Para resolver esse problema, ele supõe que o
entendimento liga a priori as representações diversas, colocando-as sob a unidade sintética
originária da apercepção. Essas cinco respostas à necessidade de definir o sujeito humano
serão estudadas nos cinco módulos descritos abaixo, cada um com duração de três semanas
aproximadamente:
1. Descartes: o eu como coisa que pensa e não coisa extensa.
2. Objeções de Hobbes e Gassendi: uma coisa que pensa pode ser matéria.
3. Locke: a identidade pessoal como uma mesma consciência numa sucessão temporal.
4. Hume: o eu como efeito de um fluxo de percepções.
5. Kant: a unidade sintética da apercepção.