9a Por D18 Atividades

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ORIENTAÇÕES GERAIS

LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ANO

Descritor

D18: Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma


determinada palavra ou expressão

Se é verdade que nada no texto acontece aleatoriamente, ganha relevo


admitir que a seleção de determinada palavra em lugar de uma outra pode responder
a uma intenção particular do interlocutor de produzir certo efeito discursivo. Optar
por um diminutivo, por exemplo, pode ser um recurso para expressar uma ressalva,
para desprestigiar um objeto, como pode, ao contrário, revelar afeto, carinho,
aceitação.

Optar por uma palavra estrangeira também tem seus efeitos. Portanto, a
competência comunicativa inclui a capacidade de não apenas conhecer os significados
das palavras, mas, sobretudo, de discernir os efeitos de sentido que suas escolhas
proporcionam. Isso nos leva a ultrapassar a simples identificação “do que o outro
diz” para perceber “por que ele diz com essa ou aquela palavra”.

Um item destinado a avaliar essa habilidade deve focalizar uma determinada


palavra ou expressão e solicitar do aluno o discernimento de porque essa, e não outra
palavra ou expressão, foi selecionada.

Com este item, pretendemos avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a


alteração de significado de um determinado termo ou vocábulo, decorrente da
escolha do autor em utilizar uma linguagem figurada. Devemos compreender a
seleção vocabular como uma estratégia do autor para que o leitor depreenda seus
propósitos.

BRASIL. Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil:


ensino fundamental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. p. 97.

Professor, as atividades aqui propostas têm por objetivo auxiliá-lo na


implementação de ações pedagógicas voltadas ao desenvolvimento da habilidade
D18: Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.

Para o desenvolvimento dessa habilidade, é necessário que o aluno


compreenda que recursos expressivos podem ser usados para a ampliação de sentido
do texto.

Desse modo, sugere-se que se desenvolvam em sala de aula estratégias de


leitura de textos que utilizem gêneros textuais diversificados para familiarizar os
alunos com os variados recursos expressivos. Isso pode vir acompanhado do estudo
da construção dos elementos da narrativa.
ORIENTAÇÕES GERAIS

A seguir há propostas de atividades com níveis de dificuldade diferentes. A


primeira tem nível de dificuldade fácil/médio e a segunda é um desafio de nível difícil.

Esse formato permite que a sistematização das habilidades seja feita de modo
progressivo e, ao mesmo tempo, pode apoiá-lo na condução do processo de ensino-
aprendizagem considerando a heterogeneidade da sala de aula.

Cabe destacar que as atividades complementares são modelos para possíveis


estratégias de intervenção didática, podendo ser ampliadas ou adaptadas a partir das
especificidades de sua turma. Aproveite a seção “Para saber mais” para ampliar seus
estudos sobre o tema abordado.

PARA SABER MAIS

BAJOUR, C. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. São
Paulo: Pulo do Gato, 2012.

BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais –


Língua Portuguesa. Brasília: 1997.

FÁVERO, L. L.; KOCH, I. V. Linguística Textual: introdução. 5. ed. São Paulo:


Cortez, 2000.
GABARITO

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1) Leia o texto a seguir.

Iracema

[…]

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu
Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a
asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no
bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas
do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e
nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras
águas.

Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe


o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da
acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem
os pássaros ameigavam o canto. […]
ALENCAR, J. de. Iracema. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf>. Acesso em 22 mar. 2019.

a) Dizer “O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia” em vez de,
por exemplo, “Ela andava sobre a grama” confere ao texto um tom mais:

a) inexpressivo.
b) objetivo.
c) realista.
d) poético.

b) As várias comparações no texto causam que efeito?

a) Elas dificultam imaginar como é Iracema.


b) Elas reforçam as características positivas de Iracema.
c) Elas conferem maior destaque à natureza.
d) Elas simplificam as características físicas de Iracema.
GABARITO

DESAFIO
2) Leia o texto a seguir.

Dom Casmurro

[…]

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana
oblíqua e dissimulada.” Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e
queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a
doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra
ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto,
com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem
a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer
o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá,
de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido
misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se
retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras
partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas
tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e
escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. […]
ASSIS, M. de. Dom Casmurro. Domínio Público. Disponível em:
<ww.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000194.pdf>. Acesso em 12 abr. 2019.

a) As duas metáforas a respeito dos olhos de Capitu têm em comum o fato de:

a) terem sido formuladas por José Dias.


b) destacarem aspectos positivos de Capitu.
c) não serem sobre características físicas dos olhos.
d) descreverem o que o narrador aprecia em Capitu.

b) Ao dizer que Capitu tem “olhos de ressaca”, o narrador enfatiza:

a) a fraqueza em Capitu.
b) o enigma em Capitu.
c) a sinceridade em Capitu.
d) a simpatia em Capitu.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1) Leia o texto a seguir.

Iracema

[…]

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu
Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a
asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no
bosque como seu hálito perfumado.

Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas
do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e
nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras
águas.

Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe


o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da
acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem
os pássaros ameigavam o canto. […]
ALENCAR, J. de. Iracema. Domínio Público. Disponível em:
<www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf>. Acesso em 22 mar. 2019.

a) Dizer “O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia” em vez de,
por exemplo, “Ela andava sobre a grama” confere ao texto um tom mais:

a) inexpressivo.
b) objetivo.
c) realista.
d) poético.

b) As várias comparações no texto causam que efeito?

a) Elas dificultam imaginar como é Iracema.


b) Elas reforçam as características positivas de Iracema.
c) Elas conferem maior destaque à natureza.
d) Elas simplificam as características físicas de Iracema.
ESCOLA_________________________________________________________
DATA: ______________________________________TURMA:_____________
NOME: _________________________________________________________

DESAFIO
2) Leia o texto a seguir.

Dom Casmurro

[…]

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana
oblíqua e dissimulada.” Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e
queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a
doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra
ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto,
com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem
a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer
o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá,
de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido
misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se
retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras
partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas
tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e
escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. […]
ASSIS, M. de. Dom Casmurro. Domínio Público. Disponível em:
<ww.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000194.pdf>. Acesso em 12 abr. 2019.

a) As duas metáforas a respeito dos olhos de Capitu têm em comum o fato de:

a) terem sido formuladas por José Dias.


b) destacarem aspectos positivos de Capitu.
c) não serem sobre características físicas dos olhos.
d) descreverem o que o narrador aprecia em Capitu.

b) Ao dizer que Capitu tem “olhos de ressaca”, o narrador enfatiza:

a) a fraqueza em Capitu.
b) o enigma em Capitu.
c) a sinceridade em Capitu.
d) a simpatia em Capitu.

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