Coeficientes de Reflexividade e Norma NRB15220
Coeficientes de Reflexividade e Norma NRB15220
Coeficientes de Reflexividade e Norma NRB15220
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
E ANÁLISES DE DESEMPENHO
ENERGÉTICO
Esta aula vai demonstrar quais são os primeiros passos para obtenção da
certificação de um empreendimento sustentável, inserindo quais normas devem
ser obedecidas e quais os métodos mais eficazes para o sucesso da certificação.
Também apresentará selos nacionais e internacionais que corroboram com as
certificações, em especial o Leadership In Energy and Environmental Design
(Leed).
Por meio dos selos PBE Edifica ou Green-E, por exemplo, o edifício poderá
cumprir o pré-requisito da categoria de Energia e Atmosfera do Leed. Já o selo
FSC garantirá créditos na categoria Materiais e Recursos.
1. Requisitos Gerais
2. Sistemas Estruturais
3. Sistemas de Pisos
4. Sistemas de Vedações Verticais: Internas e Externas
5. Sistemas de Coberturas
6. Sistemas Hidrossanitários
2
determinado material que será utilizado no projeto, seja parede externa, interna
ou cobertura, isto é, quanto maior o valor de transmitância térmica de um conjunto,
maior será sua transferência de energia e menor isolamento térmico.
3
Vedações externas: parede leve com transmitância térmica de 3,00
W/m².K e cobertura leve isolada com transmitância térmica de 2,00
W/m².K.
Estratégias para o verão: ventilação cruzada.
Estratégias para o inverno: aquecimento solar da edificação e inércia
térmica.
Zona climática 3 (14 °C a 28 °C de temperatura e 15 g/kg de umidade
média). Cidades: Ubatuba (SP), Tremembé (SP), Campinas (SP), Rezende
(RJ), Porto Alegre (RS), Paranaguá (PR), Viçosa (MG) etc.
Diretrizes: aberturas médias para ventilação e permitir o sol durante o
inverno.
Vedações externas: parede leve refletora com transmitância térmica de
3,60 W/m².K e cobertura leve isolada com transmitância térmica de 2,00
W/m².K.
Estratégias para o verão: ventilação cruzada.
Estratégias para o inverno: aquecimento solar da edificação e inércia
térmica.
Zona climática 4 (13 °C a 28 °C de temperatura e 14 g/kg de umidade
média). Cidades: Oliveira (MG), Pirapora (MG), Sete Lagoas (MG), Franca
(SP), Jau (SP), Viracopos (SP) etc.
Diretrizes: aberturas médias para ventilação e sombrear aberturas.
Vedações externas: parede pesada com transmitância térmica de 2,20
W/m².K e cobertura leve isolada com transmitância térmica de 2,00
W/m².K.
Estratégias para o verão: resfriamento evaporativo, massa térmica para
resfriamento, ventilação quando a temperatura interna seja superior à
externa.
Estratégias para o inverno: aquecimento solar da edificação e inércia
térmica.
Zona climática 5 (14° C a 28 °C de temperatura e 15 g/kg de umidade
média). Cidades: Santos (SP), Xerém (RJ), São Francisco do Sul (RJ),
Niterói (RJ), Teófilo Otoni (MG), Garanhuns (PE) etc.
Diretrizes: aberturas médias para ventilação e sombrear as aberturas.
4
Vedações externas: parede leve refletora com transmitância térmica de
3,60 W/m².K e cobertura leve isolada com transmitância térmica de 2,00
W/m².K.
Estratégias para o verão: ventilação cruzada.
Estratégias para o inverno: inércia térmica.
Zona climática 6 (14° C a 32 °C de temperatura e 16 g/kg de umidade
média). Cidades: Montes Claros (MG), Coxim (MS), Campo Grande (MS),
Três Lagoas (MS), Meruri (MT), Barra do Rio Grande (BA), Catalão (GO)
etc.
Diretrizes: aberturas médias para ventilação e sombrear as aberturas.
Vedações externas: parede pesada com transmitância térmica de 2,20
W/m².K e cobertura leve isolada com transmitância térmica de 2,00
W/m².K.
Estratégias para o verão: resfriamento evaporativa e ventilação seletiva.
Estratégias para o inverno: inércia térmica.
Zona climática 7 (19 °C a 36 °C de temperatura e 18 g/kg de umidade
média). Cidades: Barreiras (BA), Carolina (MA), Imperatriz (MA), Goiás
(GO), Floresta (PE), Bom Jesus do Piauí (PI) etc.
Diretrizes: aberturas pequenas entre 10% e 15% de área de piso e
sombreá-las.
Vedações externas: parede pesada com transmitância térmica de 2,20
W/m².K e cobertura pesada com transmitância térmica de 2,00 W/m².K.
Estratégias para o verão: resfriamento evaporativo e ventilação seletiva.
Zona climática 8 (23 °C a 33 °C de temperatura e 24 g/kg de umidade
média). Cidades: Corumbá (MS), Umbuzeiro (PE), João Pessoa (PB),
Fernando de Noronha (PE), Recife (PE) etc.
Diretrizes: aberturas grandes acima de 40% da área do piso e
sombreadas.
Vedações externas: parede leve refletora com transmitância térmica de
3,60 W/m².K e cobertura leve refletora com transmitância térmica de 2,30
W/m².K.
Estratégias para o verão: ventilação cruzada permanente.
5
normas regulamentadoras do selo PBE Edifica, Programa Brasileiro de
Etiquetagem.
O PBE Edifica foi criado pelo Inmetro nos anos 1970, influenciado pela crise
do petróleo e pensado inicialmente para o setor automotivo e é responsável por
certificar a eficiência de produtos como fogões, geladeiras, condicionadores de ar,
veículos e as edificações.
A etiquetagem funciona para as edificações comerciais, públicas, de
serviços e residenciais, que compreende unidades habitacionais autônomas
(casas ou apartamentos), multifamiliares e áreas de uso comum.
Portanto, a certificação do PBE Edifica é um selo de conformidade que
atesta o atendimento dos requisitos de desempenho estabelecidos em normas ou
regulamentos técnicos.
O Regulamento Técnico da Qualidade para Nível de Eficiência Energética
em Edificações Residenciais (RTQ-R) é um manual que orienta para os
procedimentos corretos para a certificação, sendo divididos em níveis de A
(satisfeito) a E (insatisfeito).
Esse manual contém informações baseadas na NBR 15575 e NBR 15220
e priorizam analises do envoltório do edifício, isto é, parede e cobertura.
Cada conjunto de parede ou cobertura possui diversas camadas de
materiais, sendo cada uma delas com propriedades térmicas específicas. Existem
inúmeras configurações de paredes e coberturas, adiante segue uma lista
referenciada pela portaria n. 50 de 2013 do Inmetro:
6
Bloco de concreto (9 x 19 x 39 cm)
Argamassa externa (2,5 cm)
Pintura externa
8
Outro parâmetro importante para a escolha de materiais de um envoltório
é a “absortância”, ou seja, quanto de energia será absorvida em relação à
incidência solar incidente na superfície, geralmente é relacionado com a cor do
material. Adiante segue uma lista da NBR 15220 com escala de 0 (mais claro e
reflexivo) e 1,00 (escuro e menos reflexivo).
Tabela 1 – Pré-requisitos
9
Cobertura <0,40 <2,30
>0,40 <1,50
10
e comerciais que adotarem certificações sustentáveis, dentre elas o selo
Leadership in Energy and Environmental Design (Leed).
O método para a obtenção desses descontos é comprovar as medidas
eficientes adotadas na construção impondo que as certificações “estrangeiras”
adotassem requisitos mínimos de eficiência perante o Programa Brasileiro de
Etiquetagem, o PBE Edifica.
Na cidade de Guarulhos (SP), por exemplo, os descontos fiscais são
previstos na Lei 6.793/2011 e dispõe dos seguintes critérios.
12
combater a não conformidade técnica intencional de materiais,
componentes e sistemas construtivos;
estruturar e animar a criação de programas específicos visando à formação
e requalificação de mão de obra em todos os níveis;
promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de
normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
coletar e disponibilizar informações do setor e do programa;
apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de
projetos e obras habitacionais;
promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul.
Crédito: LFor/Shutterstock.
14
Figura 3 – Selo Ecolabel
Crédito: IMAG3S/Shutterstock.
No Brasil, a aparição de selos verdes ocorreu nos anos 2000, com cerca
de 20 certificações somente na área da agricultura orgânica. Em outras áreas,
houve importantes avanços, como o surgimento do “Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel) ”, do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), etiquetando aparelhos
eletrodomésticos e disponibilizando informações sobre sua faixa de consumo de
energia.
Outro importante selo, instalado no Brasil, é o “Conselho de Manejo
Ambiental” (Forest Stewardship Council), conhecido como FSC, o maior
certificador de manejo florestal do mundo, que será discutido posteriormente nesta
aula.
Crédito: Andrey_Popov/Shutterstock.
15
O termo, em inglês, lean construction, ou “construção enxuta”, é um método
eficaz de construir ao mesmo tempo que se preocupa com prazos, orçamentos,
produtividade dos colaboradores envolvidos e qualidade no produto final. Desse
modo, é um método que auxiliará para a comprovação de uma obra limpa, o que
também é priorizado pelas certificações sustentáveis, que prezam por práticas
organizacionais no decorrer da construção como planejamento do canteiro de
obra, uso da água para limpeza, reutilização de resíduos, redução de poeira, uso
de equipamentos de segurança, saída e entrada de terra e contaminação do
terreno.
Por exemplo, um profissional de obra pode realizar dentro do seu espaço
diferentes ações como modelar o cimento, transportar no carrinho e jogar na laje,
ao invés de se contratar um profissional para cada atividade específica. Ou seja,
um profissional pode ser mais produtivo dentro do seu espaço em um tempo
programado do que três ao mesmo tempo em períodos ociosos. Desse modo, os
profissionais são relocados para setores que podem adiantar a obra ou programar
menores expedientes para cada funcionário.
Portanto, este não é um selo ou certificação, mas um método sustentado
pelos pilares da qualidade e otimização do esforço envolvido.
Esse método baseia-se na antecipação da resolução de problemas que
poderiam acontecer durante a execução da obra.
Procura consertar problemas recorrentes como retrabalho, equipes
ociosas, funcionários sobrecarregados, variabilidade indesejada ou desvios
ligados à mão de obra, materiais, máquinas e métodos.
Aplicam-se então correções como gerenciamento semanal e padronização
de trabalho para promover bases para futuras melhorias.
Figura 5 – Lean construction
Crédito: Ilkercelik/Shutterstock.
16
TEMA 4 – NET ZERO – O FUTURO
17
Figura 6 – Demonstração de diferentes fontes de energia alternativa on-site
18
A grande vantagem de comprar um REC é contribuir para a redução das
emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, indicando responsabilidade
socioambiental e agregando valor ao serviço ou ao projeto, obter benefícios
ambientais como créditos de carbono, incentivando a produção de energia nova
e limpa.
As certificações sustentáveis como Leed e Aqua consideram como
requisito ou crédito de bonificação a utilização ou produção de energias
renováveis, que pode ser comprovada por meio dos RECs.
19
Capacitar as Pessoas – O FSC promove a participação equitativa na
tomada de decisões e empoderamento dos trabalhadores, povos
indígenas, comunidades, pequenos agricultores, mulheres e outros grupos
sub-representados.
Buscar excelência – O FSC lidera pelo exemplo, cultivando uma cultura
organizacional melhoria contínua, inovação e eficiência.
Demonstrar Impacto – O FSC monitora e comunica como nosso trabalho
resulta em resultados positivos no terreno em relação aos nossos objetivos.
Promover Florestas – O FSC educa e inspira as pessoas a compreenderem
dependência das florestas e aumentar sua motivação para realizar ações
positivas que levem à mudança significativa.
Credibilidade da Embody – O FSC implementa métodos confiáveis e
transparentes de validação de práticas responsáveis, impulsionadas pela
integridade que é a essência da nossa promessa.
Uso Sustentável – O FSC promove o uso responsável de florestas,
produtos florestais e serviços ecossistêmicos baseados na melhoria
contínua e na melhor ciência disponível, levando a sociedade em direção
ao objetivo da sustentabilidade florestal.
Ultrapassar as Normas – O FSC fornece soluções que vão além do estado
das coisas e das condições de base políticas nas florestas, na indústria
florestal e no mercado de produtos florestais.
Crédito: MoiraFF/Shutterstock.
20
REFERÊNCIAS
21