Silo - Tips Revista Do 55 Bazar 2014
Silo - Tips Revista Do 55 Bazar 2014
Silo - Tips Revista Do 55 Bazar 2014
DO 55º
BAZAR/2014
H I STÓ R I AS E T R A J E TÓ R I AS
ANÚNCIO IMPRESUL
Queridas
Chaverot
PRESIDENTES
M ais um ano se passou, e nós estamos nova-
mente frente ao nosso maior evento: o Bazar
e, junto a este, a nossa Revista do Bazar.
São dois momentos em que todas as ativistas da
NA’AMAT PIONEIRAS - Porto Alegre se unem com
www.naamat.org.br/site/revista-do-bazar/.
Assim, a NA’AMAT PIONEIRAS também tem
se beneficiado dos avanços tecnológicos e da
qualidade da comunicação, pois é uma organiza-
ção presente em vários países e estados do Brasil.
muita dedicação e carinho, buscando proporcio- Como NA’AMAT - uma sigla que, em hebraico, sig-
nar um dia muito agradável e momentos de leitura nifica “Mulheres Trabalhadoras e Voluntárias” - e,
deliciosos. como PIONEIRAS, somos engajadas em um tra-
Este ano, escolhemos a Mídia como tema do balho cultural e social beneficente.
Bazar e da Revista. Por que a Mídia? Porque ela Quando aceitei presidir a NA´AMAT PIONEIRAS
influencia no modo de agir e de pensar, uma vez - Porto Alegre, sabia que teria um grande desafio.
que é uma poderosa ferramenta formuladora e Conviver com pessoas de diferentes vivências e
criadora de opiniões, saberes, normas e valores. maneiras de pensar, que têm uma missão comum,
São os meios de comunicação que nos permitem é algo bastante interessante e enriquecedor. Os
ficar sempre atentos ao que acontece no mundo, meios têm se alterado ao longo dos anos – para
e hoje a internet e as redes sociais se tornaram constatar isso, basta ler a evolução do nosso bazar
um relevante meio para discutir e divulgar nossas na Revista - , mas o fim é um só: o crescimento da
Sônia Unikowsky ideias e eventos. nossa Organização, para que ela possa continuar
Teruchkin, Visando a melhorar a comunicação interna contribuindo para elevar o papel das mulheres na
Presidente Centro e externa, buscamos adequar a forma de regis- sociedade, mantendo acesa a chama das tradi-
Porto Alegre tro de nossas reuniões, tornando-as mais enxu- ções e da justiça social (tsedaká).
tas e claras, e o nosso boletim, onde todos os Existe força, poder e segurança em grupo
grupos e departamentos podem se encontrar. quando se caminha na mesma direção, com pes-
Igualmente, estamos entregando uma Revista soas que compartilham um objetivo comum. Que-
do Bazar mais clean e com mais cores, para ro parabenizar e agradecer a cada uma de vocês
que todos possam apreciar os nossos articu- por sua dedicação à NA´AMAT PIONEIRAS. Gos-
listas. Esta revista, bem como os números an- taria de desejar um ano gratificante e exitoso. E
teriores, está disponível na internet em http:// que a paz seja o nosso destino!
É um orgulho para a NA’AMAT Brasil partici- referência internacional no que se refere à violên-
par do 55º Bazar, evento já tão tradicional cia da mulher, fazem com que a NA’AMAT seja a
maior organização feminina do país.
do Centro Porto Alegre! O Bazar começou
O tema escolhido para este ano, “Mídia”, é
em 1960, ainda sob o comando das fundadoras. de extrema importância. Em um mundo de co-
Durante estes 54 anos, o Bazar foi crescendo, nexões quase que instantâneas, sem barreiras
acompanhando o desenvolvimento da Organiza- geográficas ou ideológicas, a mídia torna-se
ção em Porto Alegre. uma forte ferramenta, na qual a informação é o
É através das atividades dos Centros que poder. O caminho é usar esse espaço a nosso
NA’AMAT realiza o seu trabalho e é por isso que favor, fazer com que a mídia coopere para dis-
o Executivo Nacional está sempre apoiando es- tribuir e informar ao público nossas realizações.
sas iniciativas, buscando conhecer cada parti- Temos visto, principalmente nesse momento
cularidade regional através de Shlichut (missão) de tensão em Israel, uma demonstração deste
pelo país. poder e como ele vem sendo usado para aten-
Em todo o Brasil, os Centros realizam várias der a outros interesses que não informar, apre-
atividades com afinco para auxiliar as institui- sentando informações parciais e contra nosso
ções sociais que necessitam. Ajudar o próximo, povo. Os meios alternativos, como as redes so-
praticando a justiça social, é uma das máximas ciais, são uma opção para podermos nos de- Céres Maltz Bin,
do judaísmo. E tentamos, sempre, colocá-la em fender e apresentar a história e seus fatos para Presidente
prática. aqueles que a desconhecem. Esse é o poder e Executivo Nacional
Em Israel, sede da NA’AMAT, um dos prin- a importância da mídia. Desejamos agora muita
cipais objetivos é elevar o status da mulher, de força a Eretz Israel.
modo a conquistar os mesmos direitos de to- Por fim, parabenizamos o Centro Porto Ale-
dos os cidadãos. Centros de integração, esco- gre pelo seu trabalho, que é reconhecido não
las agrícolas, escolas profissionalizantes, cursos só pela comunidade judaica como pela socie-
profissionalizantes para presidiárias, dezenas de dade mais ampla, e, neste momento, pela re-
creches espalhadas pelo país e um ativo Depar- alização do seu já tradicional 55º Bazar Anual,
tamento Jurídico, integrado ao Centro Glickman, desejando-lhe muito sucesso.
Na’amat Pioneiras
BAZAR 2014
NA’AMAT
nste in, Ma ril i Sc lia r Bu ch alter, Lúbia Scliar Zilberkno
p, PIONEIRAS
Rosane Bore ikowsky Teruchkin
Renata Fischer e Sônia Un
Presidente: Sônia Unikowsky
Teruchkin
NA’AMAT
dades culturais, com palestras, seminários, cinema
e outras manifestações. Há dez anos, a Na’amat decidiu
abrir outra frente cultural. Foi criado o Coral Zemer, com
o objetivo de divulgar as tradições judaicas por meio do
canto coral, da mesma forma com que as arkadot (danças
israelis) transmitem a cultura através da dança.
Nestes 10 anos, o Coral Zemer teve a oportunidade
de se apresentar em inúmeras manifestações corais, tan-
to para a comunidade judaica quanto para a não judaica:
Festival de Etnias em Erechim, Festival Uruguaianense de
Integração de Coros, Projeto Petropar no Theatro São Pe-
dro, Festival de Música Klezmer, em São Paulo, Cabalat em clubes, associações, capelas, catedrais. Desta forma, o
Shabatot na praia (Capão da Canoa, Atlântida, Xangri-lá), Coral está atingindo um dos seus objetivos, que é mostrar
em parceria com a Sinagoga da União Israelita. Em setem- para um público não judaico músicas em ídiche, hebraico e
bro, o Coral se apresentará em Florianópolis, com a par- ladino, desconhecidas da grande maioria dessas pessoas.
ceria e o apoio da AIC (Associação Israelita Catarinense). Nesta trajetória de passado, presente e considerando
Sendo filiado à FECORS (Federação de Coros do RS),o também o futuro, o Coral Zemer acredita que o fato de apro-
Coral Zemer tem participado de muitos Festivais de Co- ximar culturas diferentes cria uma ponte para uma maior
ros tanto em Porto Alegre quanto no interior do estado, convivência e integração com a sociedade como um todo.
HOMENAGEM
Chaverá Zelda Oliven z’l
Z elda Oliven nasceu em 1919, em Berlim, Alemanha, fi-
lha de pais poloneses. Durante a adolescência, ela e o
namorado (e futuro marido) pertenciam a movimentos
juvenis sionistas. Para escapar do nazismo, ela e o seu ir-
mão refugiaram-se na Inglaterra. Os seus pais morreram no
era uma mulher jovem de espírito e muito à frente do seu
tempo (Zelda nos deixou em 2013). Para nós, da Na’amat,
foi uma honra, um privilégio e uma grande alegria contar com
uma chaverá do quilate de Zelda Oliven.
Doces Lembranças:
HISTÓRIA
a História do Bazar
No ano em que se realiza o 55º Bazar da
Na’amat Pioneiras, é importante resgatar
um pouco da sua memória. Para tanto, as
A origem do Bazar se deve às ideias e orien-
tação de Zelda Oliven z’l. Sabíamos que
tínhamos que fazer alguma coisa diferente
para obter mais recursos. Pedimos que cada
ativista trouxesse artigos não perecíveis, para
duas Saras (Gerber e Wainstein), antigas vendermos como mercadoria. Assim, os gru-
chaverot que viveram esses momentos, pos, em cada reunião, traziam açúcar, café, fari-
contam um pouco de suas lembranças nha etc. Esse, portanto, pode ser considerado o
embrião do Bazar das Pioneiras (Sarah Gerber).
No dia do Bazar, que antigamente era feito
no Centro Israelita, as chaverot esperavam na
porta as “freguesas” e acompanhavam-nas de
barraca em barraca. A venda era individual, e
a concorrência em pegar aquelas que a gente
imaginava que fossem comprar mais, era enor-
me.
Nos anos 70, o Bazar era pequeninho,
acontecia numa quinta-feira, geralmente, em
outubro, e havia sempre um clima de otimismo
e boa vontade.
Nós mapeávamos a cidade, dividindo-a em
bairros, e os grupos eram convocados para
irem às lojas daquela zona pedir mercadorias
que eram vendidas no Bazar. Um ano, coube
ao nosso grupo a Av. Assis Brasil. Éramos cinco
chaverot e fomos no carro de uma delas, esta-
cionando mais ou menos no meio da avenida,
para que umas fossem para a direita e outras,
para a esquerda. Quando ganhávamos “tipo”
uma camisa ou um blusão, era uma festa (Sara
Wainstein).
Depois de alguns anos, o Bazar transfe-
riu-se para o antigo Círculo Social Israelita
(hoje Hebraica-RS). Havia gente que fazia
fila para comprar as metzies (pechinchas). Aí
começamos a pensar maior; naquela épo-
ca, havia seis grupos que eram divididos em
zonas. Cada grupo marcava o dia, e íamos
ao comércio da Azenha, do Bom Fim, de
Petrópolis,da Auxiliadora, da Floresta e do
Centro. Alguns maridos de chaverot, que
eram comerciantes, nos ajudaram bastan-
te, apresentando-nos a firmas de represen-
tações. Recebíamos tanta mercadoria, que
HISTÓRIA
da Na’amat
já comportava fazermos uma coisa mais fina e maior.
Também fomos às fábricas de móveis as quais nos doaram
diversos produtos. Como vimos que tínhamos de mudar o
jeito de trabalhar, escolhemos uma Coordenadora para o
Bazar (a primeira foi Geny Sibemberg, depois a minha filha
Eva Sinovetz e, mais tarde, a Ana Phibig z’l). Foi ótimo, pois
cada pessoa dava sugestões, e crescíamos cada vez mais.
Sugeriram irmos à Serra; reunimos, pois, um grupo de Pio-
neiras e, além de admirarmos as belezas da paisagem, con-
seguimos muitas mercadorias. Foram malhas e tudo o mais
que quiseram nos doar. Uma das vezes em que estávamos
voltando, eu sugeri pararmos na estrada; recolhemos tantas
folhagens, que fizemos um Bazar que hoje seria considerado
bem ecológico.
Começamos também a ir a Novo Hamburgo, de onde
trouxemos tantos sapatos, que a barraca do Bazar mais pa-
recia uma loja. Visitávamos também representantes comer-
ciais onde conseguíamos roupas de todos os tipos.
Depois de muito tempo, o Bazar, que a essa altura já
estava grande e bem variado, começou a funcionar num do-
mingo. No início, eu fui contra essa mudança, mas, quando
vi o resultado, dei a mão à palmatória (Sarah Gerber).
Nessa época, já havíamos deixado de vender artigos de
armazém, e os diversos grupos, como acontece até hoje,
dividiam-se em barracas, as quais ofereciam os mais varia-
dos produtos de artesanato ou alimentícios, afora o Salão do
Chá da Tarde, o Almoço dos Cozinheiros (feito pelos maridos
de algumas voluntárias), o Leilão de Arte em parceria com Ni-
colas Bublitz, o brechó, um mezanino com espaços locados
e muitos shows artísticos.
O Bazar, de uns anos para cá, passou a ser temático. Já
homenageamos diversas pessoas e/ou entidades. Este ano,
por exemplo, o tema está sendo a Mídia. Com essa evo-
lução, mostramos que nós, Pioneiras, sempre fomos muito
ativas,lutando, dia após dia, para ter um Bazar renovado e
moderno (Lúbia Zilberknop).
Desde a origem do Bazar, já beneficiamos diversas ins-
tituições, a saber: a Escola Lar do Bebê Pupileira, o Hospi-
tal Psiquiátrico São Pedro, a Sociedade dos Surdos do Rio
Grande do Sul, o Instituto Santa Luzia, o Asilo Padre Ca-
cique, o Lar da Criança Anne Frank, o Instituto do Câncer
Infantil, o Instituto da Criança com Diabetes, a Associação
Israelita Damas de Caridade e a Casa do Artista Riogranden-
se (Sarah Gerber).
Jornalista
MÍDIA
Jornalista responsável da revista Morashá e redatora do jornal Tribuna Judaica
Trocando as sapatilhas
por uma Remington
M eu sonho era ser bailarina clássica. Brilhar nos palcos so-
bre sapatilhas de ponta cor de rosa e tutus esvoaçantes.
Tudo parecia caminhar neste sentido. Aos nove anos,
era disciplinada nas aulas (não tão jeitosa), a primeira da fila,
sempre disposta a acertar. Até que faltei a um ensaio no final
Com uma rápida passagem pela chamada grande im-
prensa, fui editora de Exterior no então jornal paulistano Folha
da Tarde, mas fiz minha carreira na comunidade. Duas pesso-
as foram fundamentais para a minha formação: Oscar Nimitz,
diretor do então jornal Resenha Judaica, que me contratou
de semana – para minha mãe, final de semana era para lazer para fazer um favor a um amigo, e Carlos Brickmann, editor-
e família – e a professora me tirou da dança poucos dias antes -chefe da Folha da Tarde, que aceitou conversar comigo por
do espetáculo. causa de um amigo comum.
Como caçula de uma típica família sefardita, mimada ao Grandes mestres, acima de tudo, grandes amigos. Com
extremo pelos meus pais e pelas minhas irmãs, acostumada Oscar, aprendi a fazer uma pauta, uma reportagem, uma en-
a sempre ter tudo do meu jeito, com trevista, descobri o meu judaísmo e me apai-
ares de princesa ofendida, abandonei xonei por Israel. Com Carlinhos, a traba-
o balé. Mal sabia eu, e minha mãe, lhar sob a pressão do fechamento diário
que o futuro me reservaria muito tra- Equilibrar-se sem errar muito, sem muitos adjetivos e,
balho nos finais de semana. Talvez, na extensa e como ele me disse certa vez, a escrever
se eu tivesse uma bola de cristal, não em português. Isso porque, quando fui
teria abandonado a dança. Mas devo frágil teia da lhe pedir emprego e ele leu meus tex-
reconhecer que os palcos acabaram vida comunitária tos, a quantidade de palavras em he-
ganhando com a minha saída. braico chamou-lhe muita atenção.
judaica não deixa
Não decidi ser jornalista por amar as Entre marido, filho, mudanças de
letrinhas desde a infância. Na verdade, o de criar fortes país e cidade, quando resolvi retomar
jornalismo foi a opção diante da imensa emoções e exigir a minha carreira, em 1995, decidi
lista de alternativas na hora de fazer a ins- fazer o de que mais gosto: traba-
crição para o vestibular. Não sabia o que
certo talento lhar no universo judaico e ligado a
queria, mas sim o que não queria: física, Israel. O ponto de partida foi a re-
química e matemática, menos ainda, bio- vista “Paz”, produzida em parceria
logia. com Tania P. Tarandach, companheira de jornada des-
Lembrei-me, então, de uma conversa que tivera ainda no de os tempos de Resenha. Com o apoio do Consulado de
ginásio, com o meu professor de português, Roberto Sato, Israel,“Paz”, lançada em 1995, falava dos acordos de paz
japonês e o melhor mestre que poderia ter tido. Sempre que entre Israel e os árabes.
corrigia minhas redações, ele me dizia que eu tinha jeito para Depois, vieram a revista Morashá e publicações sobre Is-
escrever e que deveria pensar em ser jornalista. Anos depois, rael, como o anuário da Câmara Brasil-Israel de Comércio e
suas palavras ressurgiram na minha cabeça e traçaram o meu Indústria, do qual fui editora durante 16 anos, algumas sobre
caminho, ou melhor, escreveram. literatura israelense, Israel e Oriente Médio, que entre outras,
Quando comecei a estudar na ECA/USP, um dos modelos voltadas ao público não judaico, passaram a fazer parte do
inspiradores da época era a Sandra Passarinho, então corres- meu dia a dia.
pondente internacional da TV Globo. Cada dia, uma história Após 37 anos, por estes estranhos caminhos, estou
transmitida de um lugar diferente. Não me tornei uma Sandra agora, entre outras atividades, na Tribuna Judaica (jornal que
Passarinho, mas construí uma carreira cheia de aventuras. Afi- sucedeu a Resenha). Posso afirmar, sem a menor sombra de
nal, equilibrar-se na extensa e frágil teia da vida comunitária ju- dúvida, que fiz a escolha certa, pois adoro o que faço. As sa-
daica não deixa de criar fortes emoções e exigir certo talento, patilhas de ponta não foram esquecidas, ocupam um lugar
andando sempre nas pontas. especial na minha lembrança e nas horas de lazer.
Jornalista
O ar que
respiro
C ompletei 20 anos de profissão com diploma. Se contar coisas sem se arriscar a ir preso. Tem que querer descobrir
os anos de estagiário, são 24 de reportagem. Não há o que os outros não sabem, encontrar a história secreta, a
nada melhor do que ser repórter. Nasci repórter e o se- verdade oculta, o motivo de um fato, e querer muito contar
rei sempre. Desde quando me lembro, entrevistava pessoas para os outros. Quem não tem isso pode escolher outra coi-
com uma colher. Depois, ganhei um gravador de meu pai. sa. Vá ser jardineiro, cozinheiro, executivo, bancário, piloto
Tinha seis ou sete anos. Era um National Panasonic, pesa- ou qualquer profissão honrada. Todas ótimas – algumas até
dão. Carregava com a mão esquerda, quase arrastando no pagam bem mais. Como diz o velho ditado: se não suporta
chão, e com a direita segurava o microfone. Fazia entrevis- o calor, esqueça a cozinha.
tas sobre qualquer coisa, e qualquer coisa era tudo. Depois A colher e o gravador de fita ficaram para trás. Hoje,
ficava horas ouvindo e rebobinando a gravo no telefone celular – quem diria? E, se
fita K7 até gastar as pilhas. E olha que preciso for, mando na hora o arquivo digi-
pilhas eram caras naquela época. talizado para rodar. E há quem me escute
Uma das primeiras reportagens Nasci repórter e nos EUA ou no Japão. Admirável mundo
que fiz – e das pessoalmente mais o serei sempre. novo este nosso. Com o tempo, des-
marcantes - eu ainda estava na facul- cobri uma outra vertente do jornalismo,
dade de jornalismo, mas já era estagiá-
Desde quando mais direta e não raro contundente: a
rio de rádio. Decidi me integrar ao grupo me lembro, opinião. Em um mundo onde muitos a
de estudantes que fechou a avenida Ipi- entrevistava têm, opinar gera amores e ódios.
ranga por alguns minutos. Sentados no Confrontar a sua verdade, a sua
asfalto, em frente à PUC, vi de camarote
pessoas com visão de mundo, com a verdade e a
a chegada do Pelotão de Choque. O ofi- uma colher. visão de mundo dos outros é tarefa
cial de comando bem que tentou, pediu Depois, ganhei um que requer determinação. Um jorna-
na boa que saíssemos. Ninguém topou. lista de opinião não pode e não deve,
Em seguida, vieram os caras, aquela gravador de meu jamais, ser escravo do medo de de-
fileira de escudos de um transparente ar- pai sagradar. Isso o torna refém de si
ranhado, em marcha, na nossa direção. mesmo, o que é fatal nesta seara.
Logo estouraram bombas e mais bombas Bom senso sempre. Temor jamais.
de efeito moral junto com a fumaceira do Hoje em dia, não há como dissociar
gás lacrimogênio. Quando pressenti o que se minha vida da opinião, seja apresentando programas em TV,
desenhava, liguei o gravador. Eu tinha evoluído e era um gra- rádio ou escrevendo.
vador pequeno, que cabia na mão, mas ainda de fita. Gravei Quando assisto a um filme, leio um livro, quando vejo
tudo. Uma barulheira interminável e gritos de todos os lados. algo na rua, logo tenho vontade de falar sobre o assunto,
Enquanto isso, eu tentava narrar como se fosse ao vivo expor minha impressão, dividir com o público. Certo dia, já
para posterior edição. Antes de voltar para a rádio, liguei de colunista do jornal Metro – escrevo às terças-feiras –, assisti
um telefone público tipo Orelhão, entrei no ar e contei o que a uma briga no trânsito, literalmente. Coisa de arrepiar. Ló-
havia presenciado. Tremendo, feito vara verde, acho que dei gico que contei a história, e não me abstive de opinar sobre
conta do recado. o que vi.
Ser jornalista é ser repórter. E ser repórter é decisão e Hoje sou testemunha e faço meu juízo. É um caminho
vocação. É sempre duvidar, mesmo concordando. Repórter sem volta. E nesta trilha continuo repórter. Serei sempre re-
tem que ter faro e ímpeto. Desconfiar e ir atrás, investigar. pórter. São coisas que andam juntas. Como o corpo que
Ser um pouco polícia – mas só o suficiente para descobrir habito e o ar que respiro.
Fábio Prikladnicki
MÍDIA
Jornalista
Não existe
clique inocente
U ma reportagem divulgada no
site do jornal americano Wa-
shington Post, no dia 10 de
junho deste ano, teve um título cha-
mativo: “Um modo de acabar com
Se o leitor
estiver imbuído
sultar sempre os mesmos veículos – em
geral, velhos conhecidos. Isso significa
que devemos abandonar nossos si-
tes preferidos? Jamais. Proponho que
acrescentemos novos links ao cardá-
a violência contra as mulheres? Pare de um espírito pio diário de informação e análise.
de ter amantes e case”. Citando es- Pode parecer papo de marque-
tatísticas oficiais, o texto assinado crítico e valorizar teiro, mas temos hoje, mais do que
por W. Bradford Wilcox e Robin Fre- conteúdos mais nunca, a oportunidade de interferir na
twell Wilson argumentava que “mu- relevantes, o maneira como a informação é produ-
lheres casadas estão notadamente zida e divulgada. Não existe clique
mais seguras do que as solteiras” e esforço será inocente. Se o leitor acessar notí-
que “garotas criadas em um lar com recompensado cias de fofoca ou fotos de mulheres
seu pai casado estão marcadamente de biquíni, os sites concluirão que
– ou assim
menos propensas a sofrer abuso ou devem apostar mais nesse tipo de
agressão do que crianças que não mo- eu espero. O conteúdo, pois os patrocinadores
ram com o próprio pai”. idealismo sempre investem onde há audiência. E as-
Frente à reação negativa que o título sim o ciclo recomeça.
fragoroso causou, o Post trocou para o
foi a matéria-prima Se, por outro lado, o leitor es-
seguinte: “Um modo de acabar com a do bom jornalismo tiver imbuído de um espírito crítico
violência contra as mulheres? Pais ca- e valorizar conteúdos mais rele-
sados”. Mas o assunto estava longe de vantes, o esforço será recompen-
estar encerrado. Em um artigo assinado sado – ou assim eu espero. Sei que é uma visão
por Mona Chalabi, o site Five ThirtyEight – especializado quixotesca, mas o idealismo sempre foi a matéria-prima
em jornalismo de dados – criticou a matéria do Post por do bom jornalismo.
dois motivos. Um deles é o machismo, que atribuía a
culpa às mulheres não casadas. O segundo é que o teor
da matéria estava errado.
Analisando as estatísticas que subsidiaram os jorna-
listas do Post, Mona demonstrou que o estado civil não é
o único indicador que pode afetar a violência doméstica.
Como as pessoas casadas pesquisadas tendem a ser
mais educadas, ricas e brancas, estes fatores também
deveriam ser considerados.
Mas você ainda não tinha ouvido falar do site Five-
ThirtyEight, correto?
A questão é a seguinte: somos sempre aconselhados
pelos corretores a diversificar nossa carteira de investi-
mentos, mas ninguém nos recomenda variar nossas fon-
tes de informação. Por comodidade, costumamos con-
Repórter especial do jornal Zero Hora e autor do livro “Coligay – Tricolor e de todas as cores”
MÍDIA
Editora de conteúdo da marca Donna do Grupo RBS
“Jornalista
peregrina”
S empre quis ser jornalista. Desde que me conheço por
gente - e este me conhecer por gente data dos meus
7, 8 anos de idade. Recortava os fundos de uma caixa
de papelão, transformando-a em uma espécie de televisão, Em fevereiro de
sentava meus pais e irmãos no sofá da sala e apresentava, 2008, assumi
sem a menor cerimônia, dois telejornais simultaneamente. Ao
final, me despedia: “Aqui é a Mariana Kalil para o Jornal Na-
como editora da
cional e Fantástico”. revista Donna e,
A escolha pela faculdade de Jornalismo foi, portanto, no ano passado,
natural. Tinha pressa em sair da universidade e começar a
trabalhar. Não sei até hoje por que tanta pressa. Mas, enfim, editora de
terminei o curso em três anos e, aos 21, já estava empregada conteúdo de toda a
em Zero Hora. A televisão não vingou. Conheci a redação e marca Donna
dela nunca mais quis sair.
Em Zero Hora, comecei como repórter do caderno Don-
na, quando ele foi lançado, em 1993. Como funcionária de
Zero Hora, também fui correspondente em São Paulo e co-
lunista do Segundo Caderno. Então, quis conhecer novos Novamente, tive vontade de voar mais longe e fui cursar
ares e me transferi para São Paulo, para a redação da revista roteiro, edição e direção de cinema em Barcelona. Foram
Época, em 1999. Passei também pela revista IstoÉ Gente e dois anos de um aprendizado profissional e também pes-
pelo jornal O Estado de São Paulo. soal que contribuiriam para forjar a pessoa
e a jornalista que sou hoje. Em Barcelona,
colaborei para a revista Forbes Brasil e fui
correspondente da BBC na Espanha.
A volta para casa teve escala no Rio
de Janeiro, onde fui convidada a voltar
para a revista IstoÉ Gente. Lá ficaria dois
anos, antes de me transferir para o car-
go de editora do Caderno B do Jornal do
Brasil. Então, a saudade da família falou
bem mais alto, e Porto Alegre entrou no-
vamente na pauta de urgências da vida.
Em fevereiro de 2008, assumi como
editora da revista Donna e, no ano passa-
do, editora de conteúdo de toda a marca
Donna, que inclui licenciamento de produ-
tos e um novo site recém-lançado. Traba-
lhar em algo que amo e com a família por
perto. Sim, a felicidade é simples e existe.
REDES SOCIAIS
Minha vida na rede
Q ue a internet revolucionou a vida de todos nós, não há
duvida. Em menos de 20 anos, a internet evoluiu de
forma estrondosa e tornou-se o principal meio de co-
municação de qualquer ser humano. Dados mostram que
em 1995 tínhamos 10 mil sites, com 40 mi-
Vivemos a era da informação e certamente nunca es-
tivemos tão expostos como hoje. Nunca foi tão fácil saber
sobre as pessoas, seus hábitos e preferências. Precisamos
ter em mente que as redes sociais reúnem relacionamentos
reais e o que se posta não está desvincu-
lhões de usuários, sendo 50 mil no Brasil. lado do que você é fora da internet.
Atualmente, somos cerca de 90 milhões O conjunto de mensagens que se
de brasileiros online, 2,4 bilhões de usuá- Nunca estivemos transmite via redes evidencia fatos,
rios, e três em cada 10 pessoas no mundo gera visibilidade e forma a imagem
têm acesso à rede. Nos próximos 10 anos, tão expostos como e a reputação de cada um. Traz
três bilhões de pessoas offline devem se hoje.Questionar o riscos sim, mas gera oportunida-
conectar, e quase todo ser humano estará poder das redes já des se bem utilizadas.
online na década de 30. É imprescindível avaliarmos
O grande impacto da mudança foi após não está mais em qual a percepção que quere-
a introdução das redes sociais, responsáveis pauta mos que as pessoas tenham
por alterar radicalmente a forma de comunica- sobre nós e, quando falamos
ção e de relacionamento entre as pessoas e as de organizações, este ques-
organizações, modificando, inclusive, o formato tionamento ganha enormes
de linguagem e a maneira como pensamos e for- proporções. As redes sociais passam a ser uma fonte rica
mamos percepções. de informações não só para quem busca segmentação de
Hoje o cenário é: quem tem internet é fonte de notícias mercado, mas para a tomada de decisão na hora de con-
e formador de opinião. O computador tradicional perde es- tratar um profissional, por exemplo. Mesmo que se utilizem
paço para tablets e smartphones, que promovem a comu- mecanismos de privacidade, é fácil ter acesso às informa-
nicação imensamente mais ágil, dinâmica e interativa. ções. Por isso, avalie antes de dar o clic final. Depois de
publicado, não há mais controle e as repercussões muitas
vezes podem assustar.
Com as redes construímos conceitos e preconceitos
sobre as pessoas. E é fácil notar a necessidade que muitos
têm de se expor, de libertar pensamentos e indignações,
de desabafar insatisfações ao mesmo tempo em
que mostram rostos felizes. Questionar o poder
das redes já não está mais em pauta. Não há
controle, mas muita influência. Afinal, foi através
delas que multidões se mobilizaram para mani-
festar o descontentamento com o País. A força é
grande, já estamos na onda e não há como sair. Temos,
sim, que encontrar a melhor posição para surfar.
MÍDIA
Escritora
TURNING
POINT
M uitas pessoas aguardam seu turning point, o mo- Virei colunista de Zero Hora e também de O Globo, pu-
mento em que tudo irá mudar, abrindo a possibili- bliquei livros de ficção, tive textos adaptados para o teatro
dade de uma vida nova. Não acontece com todos, e o cinema, e o mais importante, conquistei leitores fiéis,
menos ainda com quem espera sentado no sofá. De minha que me acompanham e me sustentam afetiva e profis-
parte, foi preciso um deslocamento para que minha traje- sionalmente. Deixei de ser uma publicitária cujas palavras
tória desse uma guinada. Um deslocamento de quase três vendiam liquidificadores e comecei a “vender” reflexões.
mil quilômetros. Troquei de produto. O produto passou a ser eu mesma – e
Trabalhava há mais de 10 anos compartilhar minha visão de mundo, meu prazer maior.
como publicitária e era bem sucedi- O ponto de interrogação virou pon-
da no que fazia, mas, mesmo tendo to de exclamação e o entusiasmo, sem
o reconhecimento dos colegas, não Escrevo cada novo o qual não acordo de manhã, segue o
me sentia inteira naquela atividade. O mesmo do início: escrevo cada novo
texto como se texto como se fosse o primeiro. E, a
amadurecimento na profissão não me
realizou, ao contrário, sedimentou um fosse o primeiro. não ser que outro turning point me
conformismo que me desagradava. Eu E, a não ser que desloque, posso finalmente dizer que
me via fazendo a mesma coisa pelo não quero fazer outra coisa da vida.
resto da vida e, pior, sem entusiasmo
outro turning point
- aos 30 anos, perder o entusiasmo é me desloque,
o fim. posso finalmente
Foi quando o destino tomou uma
providência. Era casada e meu marido
dizer que não
foi convidado a trabalhar em Santiago do quero fazer outra
Chile. Sem pensar duas vezes, fui com coisa da vida
ele viver em outro país. Abandonei minha
profissão em troca de um ponto de inter-
rogação.
Lá, passava os dias conhecendo a ci-
dade e escrevendo, escrevendo, escrevendo, mesmo sem
ter onde publicar. Até que um amigo jornalista se hospedou
em nossa casa, viu meus textos e trouxe alguns com ele
quando retornou a Porto Alegre. Queria mostrá-los no jor-
nal em que trabalhava: Zero Hora.
Mais adiante retornamos nós também para o Brasil, e
menos de uma semana depois de aterrissar no Salgado
Filho recebi um telefonema do jornal pedindo autorização
para a publicação de um texto. Seria apenas um, e uma
vez só. Porém telefonaram de novo na semana seguinte
pedindo mais um, e outro, e outro, e em julho de 2014 essa
história completou 20 anos.
Jornalista
De curioso
para curioso
S empre achei que, dentre as minhas escassas qua-
lidades, a curiosidade era meu motor. Acho que foi
esse permanente desejo de embrenhar-se no desco-
nhecido que me moldou - para o bem e para o mal. Por
conta disso, desde guri, sabia que minha vida profissional Ser repórter e
teria necessariamente que ser norteada por esse imperativo. colunista cultural
Portanto, em consonância com outras características - pai-
xão pela cultura e pelas artes, gosto pela escrita, vontade de
não é apenas um
compreender a vida ao redor -, a inquietude me direcionou ganha-pão: para
naturalmente para a atividade a que me dedico: o jornalismo. mim, tornou-se
Ser repórter e colunista cultural não é apenas um ganha-
-pão: para mim, tornou-se uma forma de encarar o mundo.
uma forma de
Desde que comecei a trabalhar no Segundo Caderno de encarar o mundo
Zero Hora, há mais de 15 anos, compreendi que o espaço
que me foi franqueado na imprensa gaúcha era precioso - e
que eu poderia honrá-lo e valorizá-lo, ocupando-o com a
divulgação do que sempre me fascinou: a arte e a cultura.
Desde então, diariamente, finjo que estou trabalhando giado, me impus a missão de dividir com os leitores de ZH
quando, na verdade, estou me divertindo - quanto mais afin- as novidades, informações, imagens e opiniões a que tinha
co dedico ao labor, mais prazer retiro dele. acesso - na certeza de que aí fora havia muitos outros curio-
O contato cotidiano com artistas e suas obras, com o sos como eu.
universo da cultura e seus agentes, me permitiu testemu- De alguns anos para cá, aceitei um novo desafio: fazer
nhar, mais de perto, a magia da criação. Espectador privile- esse meio de campo entre a produção artística e o público
também na TVCOM. Mesmo acreditando que meu elemento
restringia-se ao texto escrito, topei a parada - e confesso que
acabei gostando tanto de fazer televisão quanto de escrever
para jornal.
Em ambos os meios, sinto a mesma alegria de poder in-
termediar um diálogo imaginário entre quem me acompanha
e o músico que está lançando um novo disco, o cineasta que
mostra seu filme, o ator que estreia um espetáculo, o escritor
que apresenta seu mais recente livro.
Jornal, TV, blog. Independentemente da mídia, o que im-
porta para mim é casar jornalismo com emoção. Para quem
não se deixa acomodar com as experiências adquiridas e
os conceitos enraizados, o desconhecido é uma fonte rica
e inesgotável de conhecimento e de crescimento pessoal,
profissional e intelectual. É preciso ser generoso com o novo
- e é com espíritos assim inconformados que gosto de con-
versar.
MÍDIA
Jornalista
Eu queria ser
escritora de jornal
S empre que alguém me pergunta por que decidi
ser jornalista, lembro-me de quando tinha uns seis
anos, sete anos, lá no interior de Campos Borges, e
conheci uma página de jornal. Para quem tinha aprendido
a ler em latas de óleo (Shell, Esso, Texaco) palavras que
Quando não
servir mais para
não faziam sentido, e o único livro que conhecia era a car- o jornalismo
tilha de Olavo e Élida, o jornal era a glória. O jornal contava
histórias. A partir desse momento, quando perguntavam o
(ou se perder o
que eu queria ser quando crescesse, eu respondia: escri- entusiasmo), vou
tora de jornal. Só muitos anos depois, fiquei sabendo que cultivar orquídeas
escritor de jornal é jornalista.
Lá na roça, de onde eu venho, o destino mais prová-
vel para uma filha de agricultores era ser dona de casa,
trabalhar na lavoura e criar filhos. No máximo, aprender
a costurar. Meu pai, apesar de não ter estudado, achava
que era pouco. Queria que seus cinco filhos estudassem. Tapera, distante 40 quilômetros (que, nos anos 70, sem
Essa seria a nossa herança. Mas a escola rural próxima asfalto, sem carro e sem dinheiro, pareciam 400).
da nossa casa terminava no 5º ano. Para continuar estu- As dificuldades me fortaleceram. Aos 17, aprovada no
dando, aos 10 anos, eu tive que me separar da família – vestibular da PUC, vim para Porto Alegre, trazendo tudo
pai, mãe e quatro irmãos – para frequentar uma escola em o que tinha numa maleta de papelão. Paguei a faculdade
com crédito educativo, trabalhava oito horas por dia e es-
tudava à noite. Concluí o curso em quatro anos, trabalhei
em assessoria de imprensa e em rádio antes de virar “es-
critora de jornal”. Se preciso fosse, começaria tudo outra
Há 22 anos em vez, apesar da reclamação dos meus filhos de que tenho
Zero Hora, não pouco tempo para eles.
Há 22 anos em Zero Hora, não tenho rotina e não re-
tenho rotina e não fugo desafios. Faço jornal, rádio e TV e arrisco algumas
refugo desafios. incursões pelas novas mídias. Trabalho com a paixão dos
iniciantes, mesmo com 37 anos de contribuição para o
Faço jornal, rádio
INSS. Escrever é meu vício. Tenho poucas certezas na
e TV e arrisco vida. Uma delas é que não seguirei o caminho de outros
algumas incursões colegas que saíram do jornalismo político para ser can-
didatos. Meu lado é outro. Quando não servir mais para
pelas novas mídias o jornalismo (ou se perder o entusiasmo), vou cultivar or-
quídeas.
Falando
com o coração
E u falava pelos cotovelos na escola. Cotovelos, só?
Não. Pelos braços, pernas, e até pela boca. Os pro-
fessores da escola particular, onde eu estudava graças
a uma bolsa, viam-se atrapalhados. Se, por um lado, aque-
la menina de cabelo crespinho e olhos curiosos provocava
“Sara! Fico muito
feliz com tua
carinho com suas palavras em profusão, deixá-la exercitar alegria. Mas, mais
seu dom era uma ameaça ao aprendizado dos colegas.
Seguiam-se então “convites” para conversas com satisfeita ainda,
orientadoras, conselhos para que tentasse me controlar. fico em saber que
Eu, feliz, com mais uma oportunidade para troca de ideias,
tu conseguiste
nunca saía triste desses encontros. E desconfio de que as
professoras também não. ganhar a vida
O tempo foi passando, e o jornalismo apareceu como com o que melhor
opção na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Não
passei de primeira e, por algum motivo, acabei escolhendo,
sabias fazer: falar
no ano seguinte, o Direito. Talvez pela promessa de exerci- com o coração!”
tar a retórica, ou por ainda ser muito jovem para ter alguma
ideia, acabei entrando no curso. A incerteza crescia. Mes-
mo assim, acabei completando a formação. Apenas para,
seis meses depois da formatura, prestar novo vestibular e,
dessa vez, encontrar meu destino: o jornalismo.
Entrei ainda no primeiro semestre do curso como esta-
giária na Rádio Gaúcha – dial permanente no rádio da casa
de meu avô e da minha mãe. Dois anos depois, assumia
um programa na madrugada, onde a curiosidade desenvol-
vida na infância foi importante para tratar de assuntos que
iam da política à música ou da saúde ao teatro, dependen-
do da pauta daquele dia. Foi uma experiência incrível que
durou oito anos.
A partir daí, passei pela televisão por dois anos. Hoje,
sou editora de Educação na Rádio Gaúcha (assunto pelo
qual sou apaixonada) e apresento dois programas – nos
domingos da Gaúcha e nas manhãs da Rádio CBN.
Um dia, pensando sobre como era abençoada fazendo
o que amo, me inspirei e coloquei um depoimento no Face-
book. No dia seguinte, lá estava o comentário de uma das
antigas professoras da época da escola e das conversas
em sala de aula:
“Sara! Fico muito feliz com tua alegria. Mas, mais satis-
feita ainda, fico em saber que tu conseguiste ganhar a vida
com o que melhor sabias fazer: falar com o coração!”.
MÍDIA
Israel
e a mídia
V ira e mexe, deparo com a mesma pergunta: a im-
prensa mundial é contra ou a favor de Israel? Minha
reposta se repete. Não existe um ente único que se
chame imprensa mundial. Nas socie-
dades democráticas, a informação e a
sastrada que terminou com mortes e críticas planetárias.
Na época, manifestei a opinião de que um dos me-
lhores exércitos do mundo não poderia ter se preparado
tão mal para a operação. Cheguei a
me perguntar se isso feria, de alguma
opinião são plurais. forma, a minha ligação com Israel.
A visão crítica, essa existe sim. É Nada mais E respondi rápido, pra mim mesmo,
bom que seja assim. Muitas das polêmi- nocivo para uma que não. Fiquei ainda mais tran-
cas sobre Israel na imprensa da Europa, quilo quando vi que minha crítica
da América do Sul e dos Estados Unidos
sociedade do que era suave em comparação com
refletem exatamente os mesmos debates a falta de debate o que publicavam os jornais de
e posições da opinião pública em Tel Aviv Israel.
e em Jerusalém. Nada mais nocivo para uma
Em nome da democracia e da liberdade, sociedade do que a falta de de-
alguns dogmas precisam ser derrubados. O maior deles é bate. Não podemos pautar nossa conduta ética pelo uso
que criticar posturas do governo de Israel é antissemitis- que o inimigo fará dela. Mesmo fora de Israel, é nossa
mo. Não é. Ao contrário. obrigação manter o senso crítico. Até para poder sepa-
Lembro-me bem do caso da Flotilha, quando navios rar a saudável liberdade de expressão das agressões an-
turcos que tentavam furar o bloqueio a Gaza foram abor- tissemitas. Essa sempre foi uma das nossas armas mais
dados pelas Forças Armadas israelenses. Uma ação de- poderosas.
grupo Coach Neurim: Jantar na Sucá ENTREGA DO LIVRO FESTAS E TRADIÇÕES JUDAICAS PARA BNEI
MITZVÁ E BNOT MITZVÁ DO CENTRO ISRAELITA
vitrine na’amat
CORAL ZEMER NA FESTA DA RUA VISITA AO LAR MAURíCIO SELIGMAN
DEPARTAMENTO CULTURAL: SEMINÁRIO DEPARTAMENTO CULTURAL: PALESTRA MARIA ELENA DEPARTAMENTO CULTURAL:
ANUAL JOHANNPETER PALESTRA SOBRE ÁGUA
DEPARTAMENTO TURISMO: PASSEIO AO MORRO BORÚSSIA GRUPO CLARINHA MILMAN : NOITE DO NHOQUE DA SORTE
GRUPO CHAI: DOAÇÃO PARA O LAR MAURíCIO SELIGMAN 65 anos na’amat brasil/porto alegre
GRUPO MORASHá:
DOAÇÃO PARA DAMAS
DOAÇÃO DO BAZAR PARA o LAR ANNE DE CARIDADE
DOAÇÃO DO BAZAR PARA INSTITUTO CâNCER INFANTIL FRANK
GRUPO COACH NEURIM: DOAÇÃO PARA GRUPO ANY RERIN: DOAÇÃO PARA O GRUPO CHAI: ALMOÇO FESTIVO
DAMAS DE CARIDADE INSTITUTO CâNCER INFANTIL
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São Paulo - SP - Tel.: (11) 5080-4910 - Cel.: (11) 9328-5001
marcotarrago@uol.com.br - www.marcotarrago.com.br Foto: Antares Martins
União Israelita
Porto Alegrense
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ADOLPHO KRAVETZ FELA HALPERN MAURÍCIO SUSLIK
AIDA STEREN FELIPE LIPA M. HAUZMANN MAURÍCIO SZYLEWICZ (SP)
BERNARDO CARNOS
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AMALIA K. GRIMBERG GESSI AMIEL FISCHMAN MIRIAM FISCHER
LUIZA GALBINSKI
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ANA NEMETZ HANNA WULFF VARGA NICOLAS SCHUL PHILIP
MINDLA FRIDMAN
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FRANCISCO FRIDMAN
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BELA ENGELMAN IDA CANTERGI OVETT SIGAL SUSLIK
LIZA NELSTEIN
BELA LICHTENSTEIN ISAAC AINHORN PAULINA EIZIRIK
BENJAMIN BORENSTEIN ISAAC NUDELMAN PAULINA CUPERSTEIN
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BERTA FITERMAN COLMAN ISRAEL MALTZ (POLACO) RACHEL WAINSTEIN
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OLGA GOLANDINSKY
BERTA SIMINOVICH ISRAEL PIPKIN RAQUEL CELNIC
BERTA TAMPOLSKY LERMAN ISRAEL PLATCHECK RAQUEL I. ZELTZER
JACOB KATZ
BORIS ZILBERMAN JACOB BERESNIACK REBECA ACHTENBERG
JACHETA (JANETE) KATZ
CAMILA BANON JACOB ENGELMAN REBECA LEVY
SARA KATZ
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CARLOS KNIJNIK JACOB JOVEGELEVICIUS REISLA MALTZ
JOSÉ ANAPOLSKY
CECI LEWIN ZILBERKNOP JACOB KIRJNER REIZE Z. GUDIS
IDA ANAPOLSKY
CECÍLIA DAVIDSON KUMPINSKY JAIME ZELTZER REVECA GUELFAND
CECÍLIA LICHTENSTEIN JAIRO ENK ROSA ARENZON SAUTE
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CLARA FERMAN JAYME SALTZ ROSANE SANDLER
CLARA MILSTEIN JENI CARANGACHE RUBEM MEIER VOLQUIND
NATALIO SZUCHMAN
CLARA NAGELSTEIN JENY FITERMAN RUBEM SCHUCHMAN
JANETE SZUCHMAN
CLARA SAFRO JONAS WOLF RUBINAS (RAUL) GENSAS
RUBEM SZUCHMAN
CLARA KOR WOFCHUK JOSÉ AXELRUD SALOMÃO JOVEGELEVICIUS
CLARITA NURKIN JOSÉ BLIACHERIS (BLACHER) SALOMÃO KAUFMAN
PEDRO BERLIM
CHEIVA COROGODSKY JOSÉ ENK SAMUEL GENSAS
JOANA KASSOW BERLIM
CLARA ENGELMAN JOSÉ GLOCK SAMUEL LAKS
TÂNIA BERLIM
CLARA BLIACHERIS JOSÉ DAVID KUPPER (CURITIBA) SAMUEL SUKIENNIK
CLARA BERTA ROSENFELD JOSÉ LEVY CALAHORA SAMUEL NEMETZ
PEDRO GLOCK
DANIEL ENK JOSÉ (PEDRO) LECHTMAN SARA ARENZON
BERTA GLOCK
DAVID JOSEPH KAPEL JOSÉ NEMETZ SARA KATZ
DAVID LITVIN JOSÉ PEREL SARA KNIJNIK
ROBERTO FITERMAN
DAVID TEITELBAUM JOSÉ PIPKIN SARA NEIROS GROISMAN
ALICE COSTA FITERMAN
DORA ROZMAN JOSÉ ROGER GLASSER SARA SCLIAR
DORA WOLFF (RG) JOSÉ SPUMBERG SARA VICTORS
SEM MESTER
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RICARDO MESTER
DUNHE ZIMMERMANN JOYA AXELRUD SIMÃO LAKS
IARA LEWGOY
DWORA SCHAFRAN JULIO GLOCK SIMÃO KUPERSTEIN
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NECHUMA SZAPSZAY
ELIZETE KNIJNIK LEONARDO FOLBERG SOFIA ALCALAY
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SIMÃO FRENKEL
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ROSA FRENKEL
ESTELA STRAZAS BORENSTEIN LUIZ FITERMAN SOPHIA NEMETZ MALTZ
JACOB FRENKEL
ESTER CHMELNITSKY LUIZA BLIACHERIS SZUCHMAN STELLA WECHSLER
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ESTER F. RODRIGUES MADALENA FISCHER SUELY SUSLIK SVIRSKY
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LUIZA COPSTEIN WALDEMAR
SÍLVIA HALPERN
MALVINA BERESNIACK PAULINA Z. KNIJNIK
SILVIA LILIANA SCHAFRAN
MALVINA DORFMAN PÉROLA MALTZ ZOUVI (PAULINA)
SÍLVIA GENSAS SPIELMANN
MALVINA SOIBELMAN RACHEL TAMAR GURSKY
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MARIA SCHWARTZMAN RENATA DUBIN TÂNIA DE LEON
MARIA SOFIA BACALTCHUK RENATA FISCHER TÂNIA REGINA NAJFELD
MARIE ANNE MACADAR RENÉE RUBIN TÂNIA STEREN BARQUI
MARILENE TETELBOM STEIN RITA BUONO GONTOW TÂNIA WAIS
MARILI SCLIAR BUCHALTER RITA SIMINOVICH TÂNIA K. WLADIMIRSKY
MARISA SIGAL RIVKAH BINNUN TANISE ROITMAN CARDON
MARISTELA GALBINSKI ROSA IOLOVICH TANISE S. RODRIGUES
MARIZA TERUCHKIN ROSA LEWKOWICZ TEREZINHA SANDLER
MARLENE KAPEL ROSA SPUNBERG THELMA SNE-0R SILVERSTON
MARLI PROCIANOY RAPOPORT ROSA WLADIMIRSKY TILZA SIGAL SUSLIK
MARTA FITERMAN ROSANA ENGELMAN VÂNIA CHATKIN
MARTA NEMETZ ROSANE BORENSTEIN VERA ROWE MILMAN
MARTA R. H. GLASER ROSANE PAKTER RASKIN VERA SCHWARCZ
MARYSE MATTATIA WOFCHUK ROSANNE PLATCHECK VIVIAN FISCHER
MATILDE GROISMAN GUS ROSINHA SAPOZNIK VIVIAN SUSLIK ZYLBERSZTEJN
MENITA SIBEMBERG BONDAR RUTE MILMAN YEDA CARNOS
MERCEDES BOLOGNESE RUTH COIFMAN ZELDA PRIKLADNICKI
MINA LAPCHIK RUTH FRIDMAN ZULAMAR PIPKIN
JOVENS PATROCINADORES
JÚLIA CHIWIACOWSKY LEMOS MAX NELSTEIN FIALKOW RICARDO PESCAROLO IOCHPE
JULIA COIFMAN SZALANSKI MAYA KRUTER ERIJMAN RICARDO SAUTE
JULIA PAKTER MEYR SHLOMO ZAGURY- RIO RITA MULLER
JULIA ZOUVI MICHAEL MILMAN ROBERTA LEISTNER SEGAL
JULIANA W. FRIDMAN MORIAH ZAGURY - RIO ROBERTA PESCAROLO IOCHPE
JULIANO SCHWARTZ MOSHE GUENDELMAN TVORECKI ROBERTO MALTZ RASKIN
LAIS T. SUKIENNIK NATAN LEVENTAL - USA ROBERTO SALTZ ROSENFELD
LARA S. NAJFELD NATAN PRESMAN RODRIGO CHAIT FREITAS
LAURA ALEIXO IGOR NATAN ROZENFELD OLCHIK RODRIGO FRIDMAN
LAURA DUBAL NUDELMAN NATASCHA BERGER MURACHOVSKY RODRIGO LERRER TERNER
LAURA KIVES NICOLAS BERLIM TORRES RODRIGO PRIKLADNICKI
LAYLA WAINSTEIN GROSSMAN NICOLAS VAITSES CARNOS RODRIGO RAPOPORT
LENA LEISTNER CLOTTES NICOLE DIAMANTE WAJNTRAUB RODRIGO ROSOLEN KIJNER
LEONARDO KRUTER ERIJMAN NICOLE MACADAR CAVALHEIRO RODRIGO SALTZ ROSENFELD
LIA LAVINSKY NICOLE GIORDANI CARDON ROGER ROZENFELD OLCHIK
LIBBY LAVINSKY NICOLE KAPEL ROMEU KNIJNIK VAZ
LIORA SEMERIA MELAMED NINA ARMANI RONI COHEN
LÍVIA SUSLIK OFIR WLADIMIRSKY - ISRAEL RONI MALTZ BIN
LORENZO Z. DE MIRANDA OLÍVIA KNIJNIK DINIZ SABRINA NADOLNY LEVIN
LUCA MACADAR FERRERA OLÍVIA WAINBERG MESQUITA SABRINA S. BARKAN
LUCAS SIVIERO SIBEMBERG OREN SELIGMAN - ISRAEL SALO JOVEGELEVICIUS
LUCAS SOIBELMAN MENEZES PAULA GUTERRES ROISENBERG SAMANTA NAHARI - USA
LUCAS SUSLIK PAULINHO NAHARI - USA SAMI MALTZ BIN
LUCAS ZOUVI GERBER PAULO KREITCHMANN NETO SAMUEL FAJER FERNANDES -
LUISA CHATKIN PEDRO BECKER FITERMAN - CURITIBA SEVILHA
LUISA RIBEIRO KREITCHMANN PEDRO CARDON UNIKOVSKI SARAH GUTERRES ROISENBERG
LUÍSA SCALETSKY PEDRO COIFMAN SZALANSKI SARAH SHARGORODSKY TERNER
LUÍSA WLADIMIRSKI CIRIACO PEDRO L. ZOUVI SHACHAR HALEVY - ISRAEL
LUIZ ALBERTO COHEN TVORECKI PIETRO SIBEMBERG COSO SOFIA WAINSTEIN
LUÍZA SPUNBERG RACHEL LAVINSKY SOPHIA COIFMAN GROSS
MANOELA SCHNEIDER RAFAEL AMIEL CHARCHAIT - BRASÍLIA TAIS OLCHIK BORGES
MANUELA ISDRA RAJCHENBERG RAFAEL CZYZ TAL KOSMAN
MAOR SHARABANI - ISRAEL RAFAEL DALL’AGNOL RODRIGUES TATIANA S. ZAGO
MARCEL CANTERGI FRIDMAN RAFAEL FARIA GIGUER TESS SZAPSZAY
MARCELA FISCHER FRIEDMAN RAFAEL FONSECA GORELIK THEILA ZAGURY - RIO
MARCELA S. SPUNBERG RAFAEL GALEGO GHIDALEVICH THEO HALPERN FAERTES
MARCELO AXELRUD RAFAEL H. WEINSTEIN THÉO ISDRA SNIADOWER
MARCELO GENSAS SPIELMANN RAFAEL HOROWITZ VIEIRA THIAGO KREUTZ GROSSMANN
MARCELO HENKIN AMIEL - STA. MARIA RAFAEL L. ZOUVI URIEL IUGT
MARCELO MALTZ SCHUL RAFAEL PRESMAN VICENTE WENZEL BRODACZ
MARCELO W. FRIDMAN RAFAEL SALTZ GENSAS VICENZO DAYRELL BERGER
MARIA AUGUSTTA GALBINSKI RAFAEL SPUMBERG SEUS VICTOR BECKER FITERMAN -
MARIA EDUARDA BOSA – FLORIPA RAFAEL TOBIAS COHEN TVORECKI CURITIBA
MARIANA CONTI RAFAELA BRODACZ DE VINICIUS ISDRA SNIADOWER
MARIANA FOLBERG VASCONCELLOS VITOR OSTERMAN GROSSMANN
MARIANA MESTER VIANNA RAFAELA COIFMAN GROSS YAEL ROSENHEIN - ISRAEL
MARIANA NAIDITCH DE SOUZA RAFAELA FISCHER FRIEDMAN YAFA LECHTMAN
MARIANA SCHNEIDER RAFAELA WAINSTEIN YONI TURKIENICZ
MARINA LEVENTAL - USA RAFAELLA G. MÜLLER ZIR WLADIMIRSKY - ISRAEL
MARINA NISSEMBLATH ROSENFELD REBECA AMIEL CHARCHAIT – ZVI BLUM (ISRAEL)
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dos Andradas, 1001 - contribuiu, e muito, para a revalorização do centro da capital gaúcha. São 19 mil metros quadrados de área bruta
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As 130 lojas do RUA DA PRAIA SHOPPING formam um mix diversificado com lojas de vestuário, cine-foto-vídeo-som, presentes,
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O Grande Hotel, do Grupo Master, 4 estrelas, construído junto ao Rua da Praia Shopping, proporciona conforto para seus
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As lojas do RUA DA PRAIA SHOPPING funcionam, diariamente, das 9 às 22 horas e sábados até às 21 horas. A Área de Lazer e
Alimentação tem horário mais flexível: de segunda a sábado, fica aberta até 22 horas e domingos até 21 horas.
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