Resumo Executivo Plano Direitor BHRP
Resumo Executivo Plano Direitor BHRP
Resumo Executivo Plano Direitor BHRP
Coordenação
Maria de Lourdes Amaral Nascimento
Rodrigo Antônio Di Lorenzo Mundim
Colaboradores
Albert Antônio Andrade de Oliveira
Allan de Oliveira Mota
Clarissa Bastos Dantas
Erika Alonso Bastos Berbert
Katiane Cristina de Brito Almeida
Maria Goretti Haussmann
Matheus Duarte Santos
Robson Rodrigues dos Santos
Wagner Antunes de Oliveira
Coordenação Técnica
Carlos Eduardo Curi Gallego
Coordenação Geral
Rafael Decina Arantes
Rafael Fernando Tozzi
Coordenação Executiva
Bruna Kiechaloski Miro Tozzi
Diagramação
Alessandra Gava
Cristine de Noronha
Fotos
Rodolpho Humberto Ramina
Equipe Técnica
Adriana Sales Cardoso
Andrei Stevanni Goulart Mora
Andreia Schypula
Bruno de Lima e Silva Soares Teixeira
Camila de Carvalho Almeida de Bitencourt
Cláudio Marchand Krüger
Fabiana de Cerqueira Martins
Christian Taschelmayer
Giovanna Reinehr Tiboni
José Antônio Oliveira de Jesus
José Maria Almeida Martins Dias
Juliana Cristina Jansson Kissula
Luís Eduardo Gregolin Grisoto
Luis Gustavo Christoff
Marianna Botelho de Oliveira Dixo
Maurício Marchand Krüger
Paula Pandolfo Bertol
Raissa Vitareli Assunção Dias
Robson Klisiowicz
Rodolpho Humberto Ramina
Rodrigo Pinheiro Pacheco
Sávio Mourão Henrique
Thaís Cristina Pereira da Silva
Wagner Jorge Nogueira
Apoio Técnico
Beatriz Modesto
Nathália Sbrissia Santos
Sidnei Novack Junior
C737p Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos.
Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba /
Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos. --- São Paulo:
Cobrape, 2020.
67.; il.
CDU: 556.18
Ficha catalográfica elaborada por Márcia Beatriz Silva de Azevedo – CRB 1934/6.
sumário
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................................................................10
PRÓLOGO.................................................................................................................................................................................11
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................................................................................15
2 - DIAGNÓSTICO....................................................................................................................................................................16
2.1. MEIO FÍSICO.........................................................................................................................................................................................................18
2.1.1. HIPSOMETRIA E DECLIVIDADE........................................................................................................................................................20
2.1.2. CLIMA.......................................................................................................................................................................................................21
2.1.3. GEOMORFOLOGIA..............................................................................................................................................................................22
2.1.4. TIPO DE SOLO E APTIDÃO DO SOLO.............................................................................................................................................23
2.7. PRECIPITAÇÕES................................................................................................................................................................................................50
2.7.1. PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL..........................................................................................................................................................50
2.7.2. TENDÊNCIAS SAZONAIS....................................................................................................................................................................51
3 - PROGNÓSTICO...................................................................................................................................................................82
3.1. METODOLOGIA DE CENARIZAÇÃO ..............................................................................................................................................................84
3.1.1. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS............................................................................................................................................................85
3.1.2. ANÁLISE PROSPECTIVA.....................................................................................................................................................................86
3.1.3. ANÁLISE DE RISCO..............................................................................................................................................................................87
anexo 1................................................................................................................................................................................124
Referências........................................................................................................................................................................127
APRESENTAÇÃO
O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hi- do a quarta etapa composta pelo Plano de Ações,
drográfica do Rio Paraopeba (PDRH Paraopeba) foi que construiu as Estratégias e Diretrizes do PDRH,
elaborado em 6 etapas. A primeira referiu-se ao Pla- de modo a garantir a sustentabilidade dos recursos
no de Trabalho, onde foram apresentadas as bases hídricos da Bacia. A quinta etapa envolveu a conso-
metodológicas para o desenvolvimento do PDRH. A lidação das informações desenvolvidas ao longo do
segunda etapa envolveu o Diagnóstico, que estabe- trabalho, e a última etapa caracterizou-se pela ela-
leceu a “fotografia atual” da Bacia. A terceira etapa, boração dos produtos e relatórios finais, incluindo o
o Prognóstico, desenvolveu os cenários do PDRH presente documento, batizado de Resumo Executivo.
para o horizonte de planejamento de 20 anos, sen-
Etapa 1 - Plano de Trabalho para Elaboração do PDRH Rio Paraopeba Etapa 4 - Atualização do Plano de Ações
4.1 Proposição de ações por eixo temático
Etapa 2 - Atualização do Diagnóstico da Bacia do Rio Paraopeba Etapa 5 - Consolidação do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba
Etapa 3 - Atualização dos Cenários e Prognósticos da Bacia do Rio Paraopeba Etapa 6 - Produtos e Relatórios Finais do PDRH Rio Paraopeba
O Resumo Executivo foi estruturado de acordo com ço entre as Disponibilidades e Demandas em cada
as etapas de desenvolvimento do PDRH Paraope- região estratégica da Bacia.
ba: Diagnóstico, Prognóstico e Plano de Ações. No
entanto, em função do desastre-crime ocorrido em O Capítulo 3, Prognóstico, apresenta a síntese da
Brumadinho durante o desenvolvimento do PDRH, metodologia adotada no PDRH Paraopeba para a re-
optou-se por criar um Prólogo para o Resumo Exe- alização das projeções de demandas e das cargas
cutivo, com a contextualização desse evento, que poluidoras, em cada um dos cenários definidos. Adi-
marcou de maneira negativa toda a população e os cionalmente, é apresentada a abordagem dos Níveis
recursos hídricos da Bacia do rio Paraopeba. de Risco, utilizada tanto para a análise quantitativa,
quanto qualitativa, de forma a destacar as regiões crí-
Em seguida, o Capítulo 1 do produto apresenta a ticas da Bacia.
Introdução do PDRH Paraopeba, onde é contextu-
alizada a Bacia Hidrográfica no contexto do estado O Capítulo 4, Plano de Ações, sintetiza a estruturação
de Minas Gerais, e a metodologia referente às bases do Plano de Ação desde a metodologia de planeja-
hidrográficas adotado para o desenvolvimento do tra- mento estratégico, análise SWOT, até as Diretrizes e
balho. Estratégias estabelecidas que culminaram na cons-
trução do conjunto de Programas e Sub-programas,
O Capítulo 2, Diagnóstico, sintetiza as informações detalhando os custos associados aos mesmos para
referentes às características físicas, bióticas, socio- que haja a implementação do PDRH Paraopeba em
econômicas, culturais, além de informações espe- três horizontes: curto, médio e longo prazo.
cíficas relacionadas aos recursos hídricos, como a Por último, o Anexo 1 do Resumo Executivo apresenta
estrutura de saneamento ambiental dos municípios, o processo de Mobilização Social, fundamental para
as disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâ- inclusão social dos atores estratégicos da Bacia no
neas, o panorama qualitativo das águas superficiais processo de construção do PDRH Paraopeba, que
e subterrâneas, as demandas hídricas de usos con- foi implementando de maneira transversal ao longo
suntivos e não-consuntivos, finalizando com o Balan- de todas as etapas de desenvolvimento do Plano.
11
Características da Barragem
DADOS GERAIS
Contenção de rejeitos, com reaproveitamento
Finalidade da água no processo industrial.
Empresas Projetistas 8ª Etapa: Tecnosolo, 9ª Etapa: Geoconsultoria
Construção – Etapa Início 9ª Etapa: 2007
Cota da Crista 937,00 m
Altura da Barragem 81,00 m
Comprimento da Crista 610,00 m
Área do Reservatório 0,24 km²
Volume Atual do Reservatório 10.000.000,0 m³
Tipo de Seção Homogênea
Drenagem Interna Filtro vertical associado a tapete drenante
ESTUDOS GEOTÉCNICOS
Sondagens Realizadas nas fases de projeto
Parâmetros dos Materiais Aterro (Rejeito Compactado): c’=5,00kPa / φ’=37°
HIDROLOGIA / HIDRÁULICA
Área da Bacia 0,88km²
Tempo de Concentração 22,9 minutos
Cheia de Projeto 10.000 anos de tempo de retorno
Vazão Máxima Afluente 2,61 m³/s
Vazão de Projeto 1,77 m³/s
NA Máximo Operacional 935,00 m
NA Máximo Maximorum 935,69 m
Borda Livre (NA máx Max) 1,31 m
ESTRUTURAS VERTENTES
Estrutura em torre, com galeria de fundo e
Vertedouro de Operação
canal a jusante que deságua na Barragem 4
A equipe técnica de elaboração do Plano realizou em fevereiro de 2019, posterior ao ocorrido. Na sequ-
uma incursão à campo em dois momentos distintos: ência estão ilustradas algumas imagens comparati-
a primeira em outubro de 2018, ou seja, antes do rom- vas da região atingida pelos rejeitos.
pimento da barragem de Brumadinho, e a segunda
13
Comparativo 1 - Pré e Pós Rompimento – Ponte Sobre o Rio Betim
Em nota, a Agência Nacional de Mineração afirmou ro de Gestão das Águas (IGAM), intensificou o moni-
que a barragem que se rompeu era uma estrutura toramento na Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba,
para contenção de rejeitos, de porte médio, que não na área atingida pelos rejeitos. O trabalho vem sendo
apresentava pendências documentais. Em termos de realizado por meio de um plano de monitoramento
segurança operacional, estava classificada na Cate- emergencial da qualidade das águas e dos sedimen-
goria de Risco Baixo e de Dano Potencial Associado tos, iniciado menos de 24 horas após o acidente. O
Alto (em função de perdas de vidas humanas e dos plano é desenvolvido em conjunto com a Companhia
impactos econômicos sociais e ambientais). (ANM, de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa),
2019). a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O docu-
Segundo a Vale S.A (2019) a barragem encontrava- mento contempla a seleção dos pontos de coleta da
-se inativa, ou seja, não recebia rejeitos desde 2016. água para medição dos parâmetros analisados e da
A última licença ambiental aprovada pelo Conselho frequência da coleta das amostras, com o objetivo de
Estadual de Política Ambiental (COPAM), em dezem- avaliar o grau de interferência nos recursos hídricos
bro de 2018, autorizou o descomissionamento da afetados, o que permitirá ainda a avaliação dos níveis
barragem, isto é, a retirada de todo material depo- de poluição e degradação ambiental. (SEMAD, 2019).
sitado e posterior recuperação ambiental da área. A
estabilidade estava atestada pelo auditor conforme Visto que medidas emergenciais de suspensão de
declaração apresentada em agosto de 2018. A com- captação foram tomadas, diminuindo os riscos para
petência para fiscalizar a segurança das barragens a população, o importante é continuar o monitora-
de mineração é da Agência Nacional de Mineração mento, identificando os pontos mais críticos, variáveis
(ANM), segundo a Política Nacional de Segurança de que alteram a distribuição desses parâmetros, entre
Barragens (Lei nº 12.334/2010). Ainda conforme a Lei, outros, a fim de subsidiar ações futuras de recupera-
a responsabilidade pela operação adequada das es- ção do rio Paraopeba.
truturas é do empreendedor (IGAM, 2019).
1
Método de subdivisão e codificação de bacias hidrográficas desenvolvido pelo engenheiro brasileiro Otto Pfafstetter, utilizando dez
algarismos, diretamente relacionado com a área de drenagem dos cursos d’água (Classificação de Bacias Hidrográficas – Metodologia
de Codificação. Rio de Janeiro, RJ: DNOS, 1989. p. 19.).
15
2.1. MEIO FÍSICO
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba encontra-se total da bacia hidrográfica, englobando 12.054 km²,
na região sudeste do Estado de Minas Gerais, e cor- desde as nascentes do Rio Paraopeba até seu desa-
responde a cerca de 2% da área da Bacia do Rio São gue na represa de Três Marias, em Felixlândia (IGAM,
Francisco. 2013). Essa região corresponde à Unidade de Plane-
jamento e Gestão de Recursos Hídricos – UPGRH
Com uma área de 13.643 km², equivalente a 2,5% da SF3: Rio Paraopeba.
área total de Minas Gerais, a Bacia do Rio Paraopeba
abrange 48 municípios, dos quais 35 possuem suas A unidade, por sua vez, faz divisa a noroeste com a
sedes municipais dentro da Bacia, 21 estão localiza- UPGRH-SF4: Entorno da represa de Três Marias; a
dos parcialmente na mesma e 14 fazem parte da Re- leste com a UPGRH-SF5: Rio das Velhas; a oeste com
gião Metropolitana de Belo Horizonte (FEAM, 2011). a UPGRH-SF2: Rio Pará; e ao Sul com as UPGRH-
-DO1: Rio Piranga e com a UPGRH-GD2: Rios das
A área de estudo abrangida pelo Plano Diretor de Re- Mortes e Jacaré.
cursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba (PDRH
Paraopeba) corresponde a cerca de 90% da extensão
UPGRH SF4
Entorno de Três Marias
Curvelo
!
Legenda
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
Belo Horizonte
o
! Contagem
Pa
ra
! !
op
ba
e
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
UPGRH DO3
Rio Santo Antônio
UPGRH GD2
Rio das Mortes e Rio Jacaré
Fonte: Adaptado de IGBE (2014; IBGE (2015); IGAM (2009); IGAM (2015).
18 !
PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAOPEBA
O corpo hídrico principal da Bacia é o rio homônimo, A Bacia do Rio Paraopeba foi subdividida em sub-ba-
o qual tem sua nascente localizada no extremo sul da cias para atender os fundamentos da Lei Federal nº
Serra do Espinhaço, no município de Cristiano Otoni, 9.433/97 e da Lei Estadual nº 13.199/99, que preco-
e que percorre uma distância de 550 km aproximada- nizam a bacia hidrográfica como a unidade territorial
mente até seu exutório no Rio São Francisco, entre os para a gestão dos recursos hídricos, além de servir
limites dos municípios de Felixlândia e Pompéu. Seus como unidade de planejamento para o cotejamento
principais afluentes são: Rio Maranhão, Rio Peque- entre as disponibilidades e demandas. Para esta sub-
ri, Ribeirão Casa Branca, Ribeirão Grande, Ribeirão divisão foram observadas as características físicas,
Sarzedo, Ribeirão Betim, Ribeirão Macacos, Ribeirão resultando em três sub-bacias: Alto Paraopeba, Mé-
Cedro e Ribeirão São João na margem direita; e Rio dio Paraopeba e Baixo Paraopeba.
Brumado, Rio da Prata, Rio Macaúbas, Rio Manso,
Ribeirão Serra Azul e Rio Pardo na margem esquerda
(IGAM, 2013).
Curvelo
!
Pompéu Legenda
!
Sub-bacias
Alto
Médio
!
Sete Lagoas Baixo
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
ba
e
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 19
2.1.1. HIPSOMETRIA E DECLIVIDADE
Foram levantadas as informações de hipsometria da cificamente na Serra do Quadrilátero Ferrífero, com
Bacia do Paraopeba, onde observou-se que a por- densidade muito fraca de aprofundamento da drena-
ção norte da Bacia - no Domínio Geomorfológico da gem e consequente prevalecimento do escoamento
Depressão do São Francisco - concentra as menores superficial, característica que possui uma relação di-
altitudes topográficas. Esse baixo altimétrico ocorre reta com os eventos críticos da região.
ao longo do canal principal do Rio Paraopeba. Já os
pontos de maior altitude estão localizados ao sul da Já os terrenos de baixa declividade estão localizados
Bacia, representados geomorfologicamente pelo Pla- principalmente no curso baixo do Rio Paraopeba e
nalto dos Campos das Vertentes. Aproximadamente ao longo do curso do Rio Pardo - correlacionados
na porção média da Bacia ocorre a chamada Serra fortemente com a existência de materiais geológicos
do Quadrilátero Ferrífero, caracterizada por uma se- pertencentes ao período fanerozóico. As caracterís-
ção de grande altitude logo após da afluência do Rio ticas hipsométricas e de declividade na bacia são
Veloso e do Ribeirão Casa Branca. muito semelhantes, como pode ser observado nas
imagens a seguir.
No que se refere à declividade, os maiores valores se
concentram na porção média da bacia, mais espe-
Hipsometria e Declividade
Zonas Climáticas
Curvelo
!
Legenda
Clima Tropical Brasil Central
Pompéu Quente - média > 18° C em todos os meses, semi-úmido
4 a 5 meses secos
!
Subquente - média entre 15 e 18 ° C em pelo menos 1 mês,
semi-úmido 4 a 5 meses secos
Mesotérmico brando - média entre 10 e 15° C,
semi-úmido 4 a 5 meses
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 21
2.1.3. GEOMORFOLOGIA
A geologia e geomorfologia da região exercem gran- Paraopeba, verifica-se principalmente a formação da
de influência na formação dos aquíferos artesianos, Suíte Alto Maranhão que é de idade proterozóica e do
que por sua vez permitem o estudo da potencialidade arqueano de Nova Lima em menor área, no exutório
dos mesmos, do ponto de vista da exploração eco- da bacia há dominância da Formação Serra de Santa
nômica das águas subterrâneas. Helena, também de idade proterozóica, e de Cober-
tura Detrito-Laterítica Neo-Pleistocênica.
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba encontra-se
no contexto fisiográfico do Alto São Francisco: inseri- Quanto às unidades geomorfológicas, conforme
da na porção meridional do Cráton do São Francisco, ilustrado na figura, as unidades de Depressão
o qual compreende uma grande área da parte minei- do Alto e Médio Rio São Francisco são as que
ra da Bacia do Rio São Francisco, quase a totalidade apresentam os terrenos mais díspares do restante
da parte baiana, além das porções nos estados de da bacia. Encontram-se, nestas, especificamente
Goiás, Pernambuco e Sergipe (CARVALHO, 2014). o domínio das coberturas Cenozóicas Detrito-
Lateríticas e Sedimentares Proterozóicas não
Quanto a geocronologia da formação da região, a ou muito pouco dobradas e metamorfizadas.
porção central é predominantemente de idade arque- Nas Serras do Quadrilátero Ferrífero localiza-se, ao
ana, onde se encontram as duas principais unidades longo de toda unidade, o domínio das Sequências
litoestratigráficas da Bacia: o Complexo Belo Hori- Vulcanossedimentares Proterozóicas dobradas
zonte e o Complexo do Bonfim. Nas cabeceiras do metamorfizadas de baixo a alto grau.
Legenda
Limites das Unidades Morfológicas
Depressão do Médio
Domínio
São Francisco Sequências Vulcanossedimentares tipo Greenstone Belt,
Arqueano até o Mesoproterozóico
!
Curvelo Complexo Granito-gnaisse-Migmatítico e Granulitos
Complexos Granitóides intensamente deformados:
ortognaisses
Corpos Máficos-Ultramáficos (suítes komatiiticas, suítes
toleíticas, complexos bandados)
Complexos Granitóides deformados
Sequências Vulcanossedimentares Proterozóicas
Pompéu Depressão do dobradas metamorfizadas de baixo a alto grau
! Alto São Francisco Coberturas Sedimentares Proterozóicas, não ou muito
pouco dobradas e metamorfizadas.
Sequências sedimentares Proterozóicas dobradas,
Sete Lagoas metamorfizadas em baixo grau a médio grau
! Coberturas Cenozóicas Detrito-Lateríticas
Patamares de Sedimentos Cenozóicos inconsolidados ou pouco
Belo Horizonte consolidados, depositados em meio aquoso.
Serranias de Domínio dos sedimentos Cenozóicos pouco a
Pará de Minas moderadamente consolidados associados a Tabualeiros
Esmeraldas
!
Ri
o
Pará de Minas
ra
! !
op
a
eb
!
Serras do
! Itaúna Ibirité
Quadrilátero Ferrífero
Ouro Preto
!
Planalto de Oliveira
!
Congonhas
! Conselheiro Lafaiete
Planalto dos
Campos das Vertentes
Legenda
Tipos de Solo
Curvelo PVAd - Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico
!
PVd - Argissolo Vermelho Distrófico
PVe - Argissolo Vermelho Eutrófico
CXa - Cambissolo Háplico Alumínico
CXbd - Cambissolo Háplico Tb Distrófico
CXj - Cambissolo Háplico Perférrico
Pompéu
GXbd - Gleissolo Háplico Tb Distrófico
!
LVAd - Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico
LVw - Latossolo Vermelho Ácrico
LVd - Latossolo Vermelho Distrófico
!
Sete Lagoas RLd - Neossolo Litólico Distrófico
FFlf - Plintossolo Pétrico Litoplíntico
Área urbana
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
!
o
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 23
Domínio de cobertura Características do solo
Aspectos positivos para obras de engenharia já que
possuem boa estabilidade em taludes de corte e alta
capacidade de suporte, porém cuidados devem ser
tomados quanto à corrosão de estruturas enterradas
devido às altas concentrações de ferro e alumínio.
Cenozóicas Detrito-Lateríticas Quanto à agricultura, por serem constituídos por
materiais demasiadamente lixiviados, originam solos
de baixa fertilidade natural, e sua acidez de difícil
correção são empecilhos para o desenvolvimento de
tal prática.
!
Sete Lagoas
Legenda
Biomas
Esmeraldas Cerrado
!
Pará de Minas Mata Atlântica
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
46% 54%
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 25
2.2.2. FAUNA E ECOSSISTEMA AQUÁTICO
A caracterização da fauna é importante para a delimi-
tação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas
à proteção dos recursos hídricos e de ecossistemas
aquáticos.
• Desmatamento;
• Crescimento populacional; e,
DIAGNÓSTICO 27
Nome Categoria Grupo Esfera Ato Legal
Monumento Natural
MONA Proteção Integral Estadual Decreto 45471/2010
Estadual Serra do Gambá
Monumento Natural Estadual
MONA Proteção Integral Estadual Lei 18348/2009
Gruta Rei do Mato
Floresta Estadual
FLOE Uso Sustentável Estadual Decreto 41809/2001
São Judas Tadeu
Parque Estadual Serra
PAR Proteção Integral Estadual Decreto 45180/2009
do Ouro Branco
APE Estadual Bacia
Hidrográfica do APE Outros Estadual Decreto 22091/1982
Córrego Barreiro
APE Estadual Bacia
Hidrográfica do APE Outros Estadual Decreto 21280/1981
Ribeirão do Urubu
APE Estadual Sub-
bacia Hidrográfica do APE Outros Estadual Decreto 22327/1982
Córrego dos Fechos
APA Estadual de Lei 16197/06 e Lei
APA Uso Sustentável Estadual
Vargem das Flores 21079/2013
Floresta Nacional
FLONA Uso Sustentável Federal Portaria 248 de 18/07/2001
de Paraopeba
RPPN Inhotim RPPN Uso Sustentável Federal Portaria ICMBio 41/2010
RPPN Sítio Grimpas RPPN Uso Sustentável Federal Portoria IBAMA 108-N/1995
RPPN Sociedade Mineira
RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 75/2000
de Cultura Nipo Brasileira
RPPN Grota da Serra 03 RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 71/2013
RPPN Grota da Serra 01 RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria 70/2013
RPPN Olga Coelho Ulman RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 82/2001
RPPN Ville Casa Branca RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 9/2012
RPPN Vale Verde RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 10/2012
RPPN Jurema RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 73/1999
RPPN Riacho Fundo I e II RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 6/2012
RPPN Luiz Carlos
RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 17/2008
Jurovsk Tamassia
RPPN Herculano RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 11/2012
Portaria IEF 125/2003 e
RPPN Fazenda Baú RPPN Uso Sustentável Estadual
Portaria IEF 34/2012
RPPN São Francisco de Assis RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 100/2009
IEF 03 de 05/01/2007
RPPN Serra da Moeda RPPN Uso Sustentável Estadual
e 184 de 29/09/2009
RPPN Tambasa RPPN Uso Sustentável Estadual Portaria IEF 148/2010
RPPN Vila Amanda RPPN Uso Sustentável Federal Portaria IBAMA 55/2005
RPPN Fazenda João Portaria IBAMA 36/1995 e
RPPN Uso Sustentável Federal
Pereira / Poço Fundo Portaria IBAMA 103/2001
APA - Área de Proteção Ambiental / APE - Área de Proteção Especial / FLOE - Floresta Estadual / FLONA -
Floresta Nacional / MONA - Monumento Natural / PAR - Parque / REBIO - Reserva Biológica / RPPN - Reserva
Particular do Patrimônio Natural.
Curvelo
!
Legenda
Remanescentes
RPPN
Pompéu Uso Sustentável
!
UCs Municipais
Outros
Proteção Integral
! Uso Sustentável
Sete Lagoas
UCs Estaduais
Outros
Proteção Integral
Esmeraldas
! Uso Sustentável
Pará de Minas UCs Federais
Ri
!
o
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
DIAGNÓSTICO 29
2.3. MEIO SOCIOECÔMICO E CULTURAL
A análise das dinâmicas socioeconômicas visa iden- Setor primário:
tificar os principais aspectos econômicos, demográfi-
cos e de condições de vida sobre o território da Bacia Engloba as atividades agrosilvopastoris e suas ativi-
Hidrográfica do Rio Paraopeba. A dinâmica espacial dades componentes, incluindo agricultura de lavoras
que se impõe ao território envolve aspectos comple- permanentes e temporárias, extração vegetal, silvicul-
xos e diversos que tem origem em características es- tura, produção animal e aquicultura.
pecíficas da população e suas atividades e que não
necessariamente respeitam o recorte geográfico na- Os dados referentes à agricultura na Bacia (IBGE,
tural da bacia. 2016) demonstram que a lavoura temporária arre-
cada cerca de R$ 268.807.000,00 a mais do que a
2.3.1. DINÂMICA ECONÔMICA lavoura permanente, sendo a área destinada à co-
lheita temporária dez vezes maior que a ocupada por
Foram identificadas as atividades econômicas que lavouras permanentes no ano de 2016. A região do
estão presentes na Bacia, baseando-se primeira- Alto Paraopeba é a de maior produção para os dois
mente em dados existentes relativos ao valor asso- tipos de lavoura, enquanto que o Médio Paraopeba é
ciado a cada uma. Cabe destacar, que nem sempre a segunda maior para as lavouras permanentes e a
essas atividades estão relacionadas ao uso direto da de menor arrecadação para lavouras temporárias. O
água, um exemplo, é a indústria automotiva, que pos- Baixo Paraopeba é o que apresenta maior tendência
sui grande representatividade econômica mas pouco de crescimento para essa atividade, tanto para lavou-
uso dos recursos hídricos. Contudo, a dinâmica eco- ras temporárias quanto permanentes.
nômica como um todo se reflete na questão hídrica,
pois está diretamente relacionada ao uso e ocupação
do solo e no adensamento populacional.
DIAGNÓSTICO 31
Setor Primário – Pecuária e Silvicultura
Dentre as atividades do setor primário de acordo com contempla um rebanho de 45.361.794 cabeças. A re-
os dados do IBGE (2016), a pecuária é a que mais gião do Baixo Paraopeba é responsável por 40% da
contribui para a arrecadação na Bacia, com um valor arrecadação dessa atividade, seguida pelo Médio Pa-
de R$ R$ 759.628.000,00 para o ano de 2016 e que raopeba, 35,9% e pelo Alto Paraopeba, que representa
24,1% do total produzido.
Engloba as indústrias extrativas, de transformação e região que mais detém essas unidades é a do Médio
de construção; atividades minerárias; indústrias de Paraopeba. Considerando-se o número de unidades
eletricidade, gás, água, esgoto, atividades de gestão locais de indústrias de eletricidade e gás, água, es-
de resíduos e descontaminação. goto, atividades de gestão de resíduos e desconta-
minação, tem-se 187 unidades, localizadas em sua
Embora a atividade minerária na Bacia do Rio Parao- maioria no Médio Paraopeba.
peba seja de caráter mais extrativista e, portanto, liga-
da ao setor primário, na análise econômica decidiu- A região que mais detém quantidade de lavras (re-
-se associá-la ao setor secundário considerando a querimento e licenciamento) é a do Médio Paraope-
afinidade da mesma com as indústrias, que também ba, com um valor de 588, equivalente a 58,3% do
são significativas na Bacia. total da Bacia. Na sequência aparece a região do
Alto Paraopeba com 264 lavras e a do Baixo Para-
De uma maneira geral, os municípios com informa- opeba, com 157 (ANM, 2017). Considerando-se as
ções disponíveis (IBGE, 2016) para o setor secundá- receitas tributárias da Compensação Financeira pela
rio são basicamente os mesmos. No que se refere ao Exploração de Recursos Minerais (CFEM), tem-se R$
número de unidades locais de indústrias extrativas, 176.145.995, sendo a região com mais receitas tribu-
de transformação e de construção na Bacia Hidro- tárias a do Alto Paraopeba, com uma parcela repre-
gráfica do Rio Paraopeba, tem-se 8.172, sendo que a sentativa de 67,3% do total da bacia. Na sequência
aparece a região do Médio Paraopeba, representan-
Setor Secundário do 32,4% e por fim a região do Baixo Paraopeba, com
apenas 0,3% do total da bacia (DNPM, 2017).
Nº de Indústrias
Eletricidade,
Extrativa de
Gás, Água e
Município Transformação
Curvelo Gestão de
! e Construção
Resíduos
Esmeraldas 7 202
Ibirité 10 420
Congonhas 4 140
Pompéu
!
Ouro Preto 7 237
Pará de
8 514
Minas
! Curvelo 2 217
Sete Lagoas
Itaúna 17 624
Conselheiro
Esmeraldas 8 349
Lafaiete
!
Pará de Minas Sete Lagoas 25 1017
! Contagem
! ! Betim 35 1392
Belo Horizonte Contagem 64 3060
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
Legenda !
Número de Lavras Congonhas
1-6
!
7 - 10 Conselheiro Lafaiete
11 - 18
19 - 37
38 - 112
Municípios que
possuem Indústrias
Fonte: adaptado de IBGE (2016), ANM (2017), DNPM (2017).
DIAGNÓSTICO 33
Setor terciário:
Engloba atividades de participações público e priva- somam apenas 57 unidades. As empresas ligadas
do; empresas de transporte, alojamento e correlatos à educação, saúde humana, serviços sociais, artes,
(armazenagem, correio, alimentação); empresas de cultura, esporte e recreação somam-se 3.792 unida-
educação, saúde e correlatos (serviços sociais, artes, des locais. A Região do Médio Paraopeba é a que
cultura, esporte e recreação); detém maior número dessas empresas para as dife-
rentes finalidades, o Baixo Paraopeba por sua vez é
Considerando-se o número de empresas do setor o que possui menor número de unidas locais para o
terciário de transporte, armazenagem, correio, aloja- setor terciário.
mento e alimentação na totalidade da bacia hidrográ-
fica do rio Paraopeba tem-se 7.234 unidades locais
(IBGE, 2015). Já as empresas do setor dos ramos de
administração pública, defesa e seguridade social
Nº de Empresas
Setor Terciário
Transporte, Administração
Armazenagem, Pública, Educação,
Município Correio, Defesa Saúde e
Alojamento e e Seguridade Correlatos
Alimentação Social
Esmeraldas 97 2 70
Ibirité 136 4 109
Congonhas 325 5 117
Curvelo
! Ouro Preto 390 5 197
Pará de Minas 375 4 201
Curvelo 280 9 208
Itaúna 409 5 235
Pompéu Conselheiro
486 4 376
! Lafaiete
Sete Lagoas 899 5 542
Betim 1420 4 610
!
Sete Lagoas Contagem 2417 10 1127
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
Legenda !
Município sem !
informação
Congonhas
Município com
empresa registrada !
Conselheiro Lafaiete
O resultado agregado dos três setores de ativida- um total de R$ 71.562.601,00, representando 81,2%
des é resumido pelo Produto Interno Bruto (PIB). do total. Na sequência aparece a região do Alto Para-
Considerando o valor do PIB de 2015 (IBGE, 2015), na opeba, com R$ 13.421.160,00, responsável por 15,2%
totalidade da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, do total. Por fim, a região que detém a menor ativida-
tem-se R$ 88.179.110,00. A região que mais produz de econômica é a do Baixo Paraopeba, com um valor
este valor econômico é a do Médio Paraopeba, com de R$ 3.195.349,00, ou seja, 3,6% do total da bacia.
PIB
Curvelo
!
Legenda
Valores (R$ mil)
Pompéu 23.774 - 60.645
!
60.646 - 113.453
113.454 - 505.878
505.879 - 1.723.765
!
Sete Lagoas 1.723.766 - 21.784.581
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 35
2.3.2. DINÂMICA DEMOGRÁFICA
O conhecimento da dinâmica demográfica de uma
bacia hidrográfica é fundamental para atender a de-
manda voltada ao abastecimento humano, que se-
gundo a Política Nacional de Recursos Hídricos é
prioritária frente aos demais usos.
Esmeraldas
!
Pará de Minas Legenda
Ri
! Contagem
o
!
ra
!
op
a -1,23 - 0,48
eb
!
0,49 - 0,99
! Itaúna Ibirité
1,00 - 1,40
1,41 - 1,79
Ouro Preto
! 1,80 - 4,10
!
Congonhas Número de Pessoas
1861 - 4757
! 4758 - 7536
Conselheiro Lafaiete 7537 - 22563
22564 - 60271
60272 - 603442
Alto
355.677 302.383 85,02% 53.294 14,98%
Paraopeba
Médio
1.821.783 1.760.710 96,65% 61.073 3,35%
Paraopeba
Baixo
171.564 148.912 86,80% 22.652 13,20%
Paraopeba
TOTAL 2.349.024 2.212.005 94,17% 137.019 5,83%
DIAGNÓSTICO 37
2.3.3. CONDIÇÕES DE VIDA
A análise das condições de vida é complementar às O IDH das três regiões da Bacia de acordo com
duas dinâmicas anteriormente descritas – econômica PNUD (2013), eram bastante próximos no ao de
e demográfica – no sentido de compreender a abran- 2010, sendo igual a 0,739 no Alto Paraopeba, 0,741
gência socioeconômica. As análises das condições no Médio Paraopeba e 0,727 no Baixo Paraopeba.
de vida sintetizam características que perpassam os Comparando-se esses valores com o IDH do ano
resultados anteriores ao indicarem fragilidades e po- 2000 observou-se ainda que na bacia como um todo
tencialidades que se rebatem nas demais. houve um crescimento de 1,66% e que a região com
pior IDH na década anterior, Baixo Paraopeba, foi a
A análise das condições de vida por região da Bacia que teve maior taxa de crescimento. Isso mostra uma
(Alto, Médio e Baixo Paraopeba) foi subdividida con- conquista importante para a Bacia, indicando melho-
siderando os indicativos ligados a saúde, educação e ria nas condições de saúde, educação e renda da
renda, sendo resumida por meio do Índice de Desen- população residente.
volvimento Humano (IDH).
IDH
Curvelo
!
Legenda
IDH
Pompéu 0,626 - 0,655
!
0,656 - 0,677
0,678 - 0,704
0,705 - 0,741
!
Sete Lagoas 0,742 - 0,764
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
o
! Contagem
Pa
Belo Horizonte
ra
! !
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
Mananciais
Município Manancial
Beto Vale Córrego Boa Esperança
Betim, Contagem, Igarapé, Juatuba,
Sistema Integrado Paraopeba (Ribeirão Betim - Represa Vargem
Mário Campos, Mateus Leme, São
das Flores, Barragem Rio Manso, Ribeirão Serra Azul)
Joaquim de Bicas, Sarzedo
Bonfim Ribeirão Águas Claras
Brumadinho Córrego Catarina
Córrego dos Ausentes
Casa Grande
Córrego da Carapuça
Congonhas Córrego Engenho, Córrego Bandeira, Córrego João Pereiro
Conselheiro Lafaiete Ribeirão Jacuba, Ribeirão Bananeiras, Ribeirão Almeidas
Crucilândia Córrego Água Limpa, Córrego Água Clara
Desterro de Entre Rios Córrego Estivado, Nascente Mumbeca
Entre Rios de Minas Córrego do Luca
Felixlândia Represa EPAMIG
Florestal Ribeirão Camarão
Barragem dos Taboões, Barragem do Balsamo, Barragem
Ibirité
do Rola Moça
Itatiaiuçu Ribeirão Veloso
Itaúna Barragem Dr. Augusto
Itaverava Córrego Vassouras
Jeceaba Nascente do Grama, Nascente da Buia
Moeda Ribeirão Contendas
Ouro Branco Córrego Veríssimo
Ouro Preto Barragem de Nível Rio Itacolomi, Barragem de Nível Jardim Botânico
Pará de Minas Ribeirão Paciência, Ribeirão Paivas, Ribeirão Militão
Paraopeba Córrego do Cedro
Nascente Paraíso, Nascente da Serra, Nascente Bateia, Nascente
Pequi
do Grotão
Piedade dos Gerais Córrego Lava Pés
DIAGNÓSTICO 39
Município Manancial
Pompéu Rio Pará
Queluzito Nascente 1, Nascente 2
Resende Costa Córrego do Tejuco
São Brás do Suaçuí Córrego da Fazenda
São José da Varginha Ribeirão Capão do Cavalo
Fonte: ANA (2010)
A partir dos dados analisados (SNIS, 2016; ANA, 2010; Apenas quatro municípios apresentam índices de
COPASA, 2018), observou-se que o índice médio de atendimento urbano abaixo de 85%, são eles: Feli-
cobertura da população urbana da Bacia Hidrográfi- xlândia, Juatuba, Mateus Leme, Moeda e São Joa-
ca do Rio Paraopeba é de 92%, sendo esse resultado quim de Bicas. Não foram obtidas informações para
muito influenciado pela população de alguns municí- os municípios Casa Grande e Itaverava.
pios, como Betim, Contagem e Sete Lagoas.
Chama a atenção o município de Sete Lagoas, o qual
possui cerca de 210.000 mil habitantes e conta com
um abastecimento realizado essencialmente por po-
Índice de Abastecimento de Água ços subterrâneos, mostrando certa vulnerabilidade
do sistema.
" Curvelo
!
! Legenda
Tipo de Captação
# Superficial
! Subterrânea
" " Mista
! Pompéu
" Índice de Atendimento (%)
! até 30
!
!! 31 - 50
! ! ! Sete Lagoas 51 - 70
!
" 71 - 90
# 91 - 100
! Sem informação
! Esmeraldas
Pará#
de Minas
Ri
#
o
! Contagem
# ! Belo Horizonte
Pa
# #
ra
!
op
a
eb
# #!
#! Itaúna # # # # Ibirité
# #
!
# # Ouro Preto
" !
# " Congonhas
" !
"
" #
" #
#
!
#
Conselheiro Lafaiete
"
# !
!
DIAGNÓSTICO 41
2.4.3. RESÍDUOS SÓLIDOS
Além dos índices de abastecimento de água e de co- Otoni (97%), Esmeraldas (86%), Felixlândia (94%),
leta de esgoto, outro fator relacionado à infraestrutura Ibirité (91%), Lagoa Dourada (96%), Mateus Leme
de saneamento dos municípios que influencia direta- (82%), Piedade dos Gerais (99%), Pompeu (90%) e
mente na condição dos recursos hídricos é o resíduo Queluzito (99%).
sólido urbano.
Ainda de acordo com o SNIS (2016), os Os índices
De acordo com os dados do SNIS (2016), Conselheiro referentes à coleta seletiva dos resíduos sólidos urba-
Lafaiete, Contagem, Fortaleza de Minas, Ouro Branco nos são menores na maioria dos municípios, varian-
e São José da Varginha são os municípios com 100% do de 5% em Igarapé a 100% em Bonfim, Florestal,
da população com coleta de resíduos sólidos. Quando Jeceaba e São Brás do Suaçuí.
se avalia apenas a parcela urbana da população, 26
municípios possuem 100% de coleta, ficando abaixo Para onze municípios não foram obtidas informações
desse percentual, mas ainda assim com índices quando ao índice de cobertura de resíduos sólidos
elevados: Betim (95%), Congonhas (97%), Cristiano recicláveis.
Curvelo
!
Legenda
Índice de Cobertura da Coleta (%)
até 30
Pompéu 31 - 50
! 51 - 70
71 - 90
91 - 100
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
!
o
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
30
25
Número de municípios
20
15
10
0
Aterro controlado Aterro de Aterro industrial Aterro sanitário Lixão
Resíduos da
Construção Civil
Fonte: SNIS (2016)
DIAGNÓSTICO 43
2.5. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A consolidação do uso e ocupação do solo de uma o desenvolvimento acelerado de alguns municípios
bacia hidrogáfica permite a espacialização das de- que vieram a se tornar polos microrregionais, com
mandas hídricas e, como consequência, subsidia os destaque para Conselheiro Lafaiete, Betim, Curvelo,
cálculos dos balanços hídricos. Pará de Minas e Sete Lagoas (SCHVARTZMAN, 2002
e CIBAPAR, 2010).
A ocupação da região do Paraopeba iniciou-se nas
últimas décadas do século XVII, incentivada, princi- A partir da década de 1950, houve um processo inten-
palmente, pela atividade minerária advinda da des- sivo de industrialização que se estendeu até os dias
coberta de ouro no leito do rio, o que motivou a ocu- atuais, sendo marcante o desenvolvimento ocorrido
pação do Alto e Médio trecho da Bacia. A utilização na década de 1970. Com isso, a Região Metropolita-
das águas para o transporte de mercadorias também na de Belo Horizonte consolidou-se como centro de
favoreceu a instalação de fazendas com atividades polarização, por meio da expansão, atraindo grandes
agropecuárias. contingentes populacionais. No caso da UPGRH-SF3
verificou-se a ocorrência de êxodo rural principalmen-
Com a decadência da mineração, a agropecuária te em direção aos polos com economia mais desen-
se tornou uma das atividades mais importantes e, volvida ou em desenvolvimento (CIBAPAR, 2012).
a partir da segunda metade do século XX, ocorreu
Legenda
Uso do Solo
Infraestrutura Urbana
Áreas não Vegetadas
Curvelo Corpos d'água
!
Agricultura
Agricultura ou Pastagem
Pastagem
Florestas Plantadas
Vegetação Campestre
Pompéu Formações Florestais
!
Formações Savanicas
Formações Naturais não Florestais
!
Sete Lagoas
2,9%
0,2% 0,6%
Esmeraldas
! 22,2%
Pará de Minas
Ri
o
0,9%
ra
! !
op
a 4,0%
eb
!
Ibirité 1,8%
! Itaúna
0,2% 0,01%
38,8%
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 45
2.6. EVENTOS CRÍTICOS
Os desastres naturais acarretam impactos significati- 2.6.1. INUNDAÇÕES, ALAGAMENTOS E EN-
vos sobre a sociedade e sua infraestrutura instalada, XURRADAS
gerando prejuízos sociais, relativos às vidas perdidas
ou afetadas, e prejuízos econômicos, quando a in- As inundações e enxurradas são eventos hidrológi-
fraestrutura local é danificada pela ação do evento cos, naturais que podem ser agravados por ações
natural (INPE, 2018). antrópicas. Os alagamentos são ocasionados por
deficiência da infraestrutura urbana, apresentam me-
O impacto socioeconômico, efetivo ou potencial, que nores áreas atingidas e tempo de duração compara-
um evento natural pode causar em determinada lo- dos às inundações e enxurradas.
calidade ou região é relativo a resiliência do sistema
social afetado, ou seja, a capacidade da população a O maior número de ocorrências desses eventos na
resistir ao desastre. Em suma, os desastres ocorrem Bacia é o de enxurradas, com destaque para os mu-
quando os perigos se encontram com a vulnerabili- nicípios de Ibirité, Contagem e Congonhas. Onde
dade. podem-se destacar os respectivos corpos hídricos
como de grande influência nesses eventos: Ribeirão
Enxurradas Sarzedo e Córrego Pintado na região central de Ibiri-
té, o Rio Betim e o Riacho das Pedras em Contagem
e o Rio Maranhão em Congonhas.
! Contagem
Pa
! !
op
a Belo Horizonte
eb
!
! Itaúna Ibirité
Legenda
Número de enxurradas (1991 a 2017)
Ouro Preto
0
!
1-5
!
Congonhas 6 - 10
! 11 - 13
Conselheiro Lafaiete
Dentre os municípios da Bacia com registros de ala- Evidentemente, todos os municípios pertencentes à
gamentos encontra-se Contagem, Ibirité e Conse- região do PDRH do Rio Paraopeba devem estar devi-
lheiro Lafaiete, onde o evento teve maior recorrência, damente preparados estruturalmente e institucional-
principalmente nos últimos anos com informações mente para casos de inundações e alagamentos a fim
disponíveis. de evitar maiores danos à população e ao patrimônio
material. Entretanto, em uma leitura no nível geral da
O levantamento desses eventos mostra que alguns bacia sugere-se que os polígonos com destaque de-
municípios mais ao sul da Bacia, com destaque para veriam ser priorizados quanto à atenção recebida.
Jeceaba, Congonhas, Entre Rios de Minas e Conse-
Alagamentos e Inundações
DIAGNÓSTICO 47
2.6.2. SECAS E ESTIAGENS
De acordo com os Relatórios da Conjuntura dos Re-
cursos Hídricos no Brasil da ANA de 2012 a 2017, No ano de 2014 houve uma estiagem de grande se-
as mudanças na temperatura e nas precipitações veridade na região Sudeste, tendo havido diminuição
podem influenciar diretamente as características cli- de vazões em diversos rios de Minas Gerais. A situa-
máticas globais e do Brasil. Isto significa que em de- ção pode ter se agravado para os 85 municípios do
corrência do aquecimento global, haverá mudanças norte do Estado, que fazem parte dos 1.133 municí-
nos padrões de chuva em todo país, aumentando pios que compõem a região do semiárido brasileiro.
a frequência e incidência de eventos chuvosos nas
regiões Sul e Sudeste e intensificando das secas no O ano de 2015 apresentou eventos críticos, tanto de
Nordeste. escassez, quanto de excesso de chuvas, sendo que
na região Sudeste as precipitações ficaram abaixo da
A alteração nos padrões de chuvas ocorre de modo média para o período.
natural, porém, eventos extremos de excesso ou es-
cassez têm sido observados com maior frequência Assim como no item anterior, a análise integrada de
ultimamente. secas e estiagens para os municípios da Bacia do
Paraopeba também demandou o agrupamento de
As secas e estiagens são eventos climatológicos, informações dispostas em diferentes fontes, como
somados às enxurradas e inundações, representam Relatórios de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais
aproximadamente 84% dos eventos críticos causa- Relacionados às Secas no Contexto de Mudança do
dos por desastres naturais no Brasil. Clima feito pelo Ministério do Meio Ambiente entre
2016 e 2017, além da Classificação e Codificação
Secas Brasileira de Desastres (BRASIL, 2016) e o Atlas Bra-
sileiro de Desastres Ambientais (UFSC, 2013). Como
resultado, a figura apresenta a série de dados agru-
pada.
! !
op
!
! Itaúna Ibirité 0
2
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
Curvelo
!
Pompéu
! Legenda
Número de deslizamentos (1991 a 2017)
0
! 1-5
Sete Lagoas
6 - 10
11 - 13
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
o
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 49
2.7. PRECIPITAÇÕES
A caracterização pluviométrica da Bacia foi realizada pluviométricas de toda a região, consideraram-se as
com ênfase na variabilidade anual de longo termo da estações limítrofes da Bacia em um raio de 50 km,
precipitação, considerando que o regime pluviomé- resultando em um total de 335 estações, das quais
trico pode ser considerado uma das variáveis mais nem todas possuem dados disponíveis.
importantes para o estudo climático regional, além
de influenciar significativamente o balanço hídrico da Das 180 estações pluviométricas existentes com da-
Bacia Hidrográfica por afetar o regime de escoamen- dos disponíveis, foram selecionadas aquelas de pe-
to superficial e as recargas das unidades aquíferas. ríodos com menos falhas e com pelo menos 30 anos
de dados observados entre o período de 1941 a 2018.
2.7.1. PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL Após a realização de uma análise crítica dos dados
disponíveis, restaram 125 estações para a continuida-
A precipitação média anual foi estimada a partir da de do estudo.
rede pluviométrica da Bacia Hidrográfica do Rio Pa-
raopeba, composta de 134 postos pluviométricos ca- Com a consistência dos dados confirmada, foram
dastrados, sendo que 55 possuem dados disponíveis calculadas as precipitações totais anuais, utilizando
ANA (2018). Além disso, como forma de garantir a a média aritmética da precipitação total de cada ano
consistência de dados e identificar as características para cada estação e desconsiderando os anos que
apresentassem falta de dados. Por fim, os dados fo-
ram interpolados e georreferenciados conforme pode
Precipitação Total Anual Média ser observado na figura.
Pompéu
!
!
Legenda
! Estações Pluviométricas
! !
! Precipitação Total Anual Média (mm)
Sete Lagoas
1.100 - 1.300
!
1.300 - 1.400
Esmeraldas 1.400 - 1.450
!
Pará de Minas 1.450 - 1.550
Ri
! Contagem
o
!
ra
! !
!
op
!!!!
! !
a!
eb
! ! ! !
!
! !! !
! Itaúna
! Ibirité
! !
!
!
!
Ouro!Preto
!
!
Congonhas!
!
! !!
Conselheiro Lafaiete
!
Fonte: Adaptado de ANA (2018).
296
300
272
Precipitações Médias Mensais (mm)
250
210
200
166 165
150
106
100
60
47
50
30
14 11 12
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Fonte: Adaptado de ANA (2018).
DIAGNÓSTICO 51
2.8. REDE DE MONITORAMENTO
2.8.1. ANÁLISE DE SUFICIÊNCIA DA REDE
EXISTENTE
Uma rede de monitoramento com objetivo de apoiar tureza da hidrografia; a necessidade de dados hidro-
o sistema de gestão dos recursos hídricos deve aten- lógicos ou meteorológicos para projeto, a construção
der diversos requisitos, tais como a localização ade- e operação de estruturas hidráulicas, a densidade de
quada dos pontos de controle, número de pontos ocupação populacional e o nível de atividade econô-
de controle suficiente para atender as condições de mica da região (SOARES, 2001).
monitoramento da bacia, a frequência adequada de
amostragens, e a análise dos parâmetros de qualida- Apesar da dificuldade em se definir uma densidade
de da água efetivamente representativos para a área ótima de estações fluviométricas, sedimentométricas
de intervenção, entre outros. A análise de suficiência e pluviométricas, a World Meteorological Organization
da rede de monitoramento existente considera, pri- (WMO, 2008) criou normas quanto à rede mínima de
mordialmente, a densidade de postos fluviométricos, monitoramento, que são definidas segundo o tipo de
sedimentométricos, de qualidade da água e pluvio- estação e as características de relevo e de clima da
métricos. região. Com isso, a análise da densidade da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraopeba levou em consideração
Existem dificuldades em se definir uma densidade de esses critérios, sendo os mesmos sintetizados no
estações uniforme que seja aplicável para cada re- quadro a seguir, o qual também apresenta o tipo de
gião. Estudos têm demonstrado que entre os fatores região e área de drenagem sugerida.
mais importantes que definem uma densidade ótima
estão as condições geográficas e hidrológicas; a na-
A Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba tem 12.030,15 Quando detalhada a análise para o nível de sub-
km² com 12 estações operando e com dados, bacias, verifica-se que apenas a sub-bacia do
resultando em uma densidade de 1.002,51 km²/ baixo Paraopeba não se enquadra nos parâmetros
estação, o que não estaria em conformidade com os estabelecidos para uma rede mínima, conforme é
parâmetros estabelecidos para uma rede mínima. Se apresentado no quadro a seguir, que apresenta a
a análise considerar as 50 estações que tem dados densidade das estações de monitoramento de vazão
referentes a vazões (m³/s), a densidade estaria em por sub-bacia em relação às estações operantes.
conformidade, pois apresentaria um valor de 240,60
km²/estação, no entanto, estes dados tendem a se
tornar defasados em caso de não haver o aumento
do número de estações operantes.
DIAGNÓSTICO 53
Análise da Densidade da Rede Fluviométrica por Sub-bacia
Estações de Operantes
Sub-bacia Área (km²) Densidade (km²/estação)
Fluviometria com dados
Alto 16 4 3.629,25 907,31
Médio 31 7 5.097,93 728,28
Baixo 3 1 3.302,97 3.302,97
Total Geral 50 12 12.030,15 1.002,51
Fonte: Adaptado de ANA (2018)
Curvelo
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!
!
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Legenda
Pompéu !!!
! Estações Fluviométricas
!
! Não Operante
!
! Operante
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Sete
! Lagoas
!
!
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Esmeraldas
!
Pará de Minas !
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! Contagem
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! Itaúna
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! Ouro Preto
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Congonhas
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Conselheiro Lafaiete
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Operantes
Sub-bacia Total Área (km²) Densidade (km²/estação)
com Dados
Alto 5 1 3.629,25 3.629,25
Médio 2 2 5.097,93 2.548,96
Baixo 2 0 3.302,97 -
Total Geral 9 3 12.030,15 4.010,05
Fonte: Adaptado de ANA (2018)
Curvelo
!
!
Pompéu Legenda
! Estações Sedimentométricas
! Operando
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
!
o
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ra
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op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
! !
!
!
Congonhas
!!
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 55
2.8.4. REDE PLUVIOMÉTRICA
A rede pluviométrica é responsável por monitorar as Das 53 estações que possuem dados disponíveis,
informações de chuva (mm), e na região da Bacia apenas 28 estão em operação. Essa divergência, em
Hidrográfica do Rio Paraopeba são observadas 134 relação as 95 estações que constam como operan-
estações no total (ANA, 2018), das quais 95 estão ap- tes, ocorre visto que existem empresas que operam
tas a realizar o monitoramento dos dados de chuva e as estações, contudo, não fornecem os dados.
constam como operantes. No entanto, das 134 esta-
ções observadas, apenas 53 possuem dados dispo-
níveis para consulta e análise.
Tanque
Registro
Sub-bacia Total Operantes Pluviometria Evapotrans- Climatológica Telemétrica
Chuva
piração
Alto 28 22 21 3 1 1 18
Médio 92 65 62 12 9 9 41
Baixo 14 8 8 1 0 0 4
Total Geral 134 95 91 16 10 10 66
Fonte: Adaptado de ANA (2018).
Curvelo
!
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Legenda
Pompéu !!
Estações Pluviométricas
!
! ! ! Não Operante
!!
! Operante
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!
!
! Sete Lagoas
! !
! !
Esmeraldas
!
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Pará de Minas
Ri
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! Contagem
Belo Horizonte
Pa
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! Itaúna
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!! Ouro Preto
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Congonhas
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Conselheiro Lafaiete
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DIAGNÓSTICO 57
2.8.5. REDE DE QUALIDADE DE ÁGUA
Para a rede de monitoramento de qualidade da água, ram verificados pontos do Hidroweb e IGAM que,
foi adotada a densidade proposta para a região su- segundo o PNQA, apresentam informações idênti-
deste do Brasil no estudo Projeto da Rede Nacional cas acerca de seus índices. Como consequência, 66
de Monitoramento da Rede de Qualidade das Águas pontos duplicados foram reduzidos a 33 estações de
Superficiais (PNQA) de 2012, que adota como refe- monitoramento. Foram analisados ainda 14 pontos
rência para representatividade espacial da rede de exclusivamente da base do Hidroweb e mais 4 exclu-
monitoramento o valor mínimo de 1 estação por 1.000 sivamente do IGAM. Totalizando assim, 51 pontos de
km². monitoramento da qualidade da água superficial na
região do PDRH Paraopeba.
Inicialmente foram espacializados 84 pontos com
parâmetros de qualidade de água monitorados. Fo- Para o cálculo da densidade, foram consideradas
as 47 estações ativas listadas no PNQA (ANA, 2012)
Rede de Monitoramento de Qualidade para a área de 12.054 km², o que resulta em 3,9 es-
de Água Superficial tações por 1.000 km², que de acordo com o padrão
adotado seria suficiente para a região.
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Legenda (
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! Não Congonhas
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! Sim !(
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(
Conselheiro Lafaiete
O banco de dados disponível contém contém 114.842 cloreto (2.933), demanda bioquímica de oxigênio
informações para 58 parâmetros diferentes, porém o (3.886), demanda química de oxigênio (2.147), coli-
número de amostras para um mesmo parâmetro é formes termotolerantes (1.353), fósforo total (3.535),
muito variável (de 0 a 4.357). Dos parâmetros supra- nitrato (3.896), nitrogênio amoniacal (3.774).
citados, encontram-se dados de: condutividade elé-
trica (3.257), temperatura do ar (3.229), temperatura Todos os 51 pontos mapeados no estudo apresen-
da água (4.357), turbidez (4.092), oxigênio dissolvido tam pelo menos um ano com quantidade de informa-
(4.224), pH (4.308), sólidos totais dissolvidos (2.359), ções abaixo da frequência mínima estabelecida.
Curvelo
!
Legenda
Vazões Médias Específicas (L/s.km²)
Pompéu 14,24 - 16,00
! 16,00 - 18,00
18,00 - 20,00
20,00 - 22,00
!
Sete Lagoas 22,00 - 23,07
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
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! !
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 59
2.9.2. VAZÕES MÍNIMAS
De acordo com a Portaria IGAM nº 49, de 01 de julho vinculadas a períodos críticos de oferta d’água pelo
de 2010, a qual estabelece os procedimentos para a curso d’água que condicionam a demanda (PAIVA et
regularização do uso de recursos hídricos do domínio al., 2001).
do Estado de Minas Gerais, validada pela Resolução
Conjunta SEMAD-IGAM nº 1.548, de 29 de março Sendo assim, as vazões mínimas, ou de estiagem,
2012, que dispõe sobre a vazão de referência para o analisadas no âmbito do PDRH Paraopeba foram a
cálculo da disponibilidade hídrica superficial nas ba- de 90% de permanência (Q90%), 95% de permanência
cias hidrográficas do Estado, a vazão de referência (Q95%) e a própria Q7,10.
de outorga refere-se à 30% (trinta por cento) da Q7,10
(vazão mínima de sete dias e período de 10 anos de Os resultados das vazões com 95% de permanência,
recorrência). em termos de vazões específicas, apresentaram va-
lores entre 4,2 e 5,5 L.s/km².
Nesse contexto, o conhecimento da Q7,10 na bacia é
fundamental para auxiliar na política de outorga. Além Do ponto de vista das vazões com 90% de perma-
disso, o conhecimento de outras vazões mínimas da nência, as vazões específicas são ligeiramente maio-
bacia é básico em estudos de disponibilidade hídrica res, com valores entre 5,0 e 6,5 L.s/km².
e preservação ambiental, pois, estão naturalmente
Curvelo
!
Legenda
Vazões de Referência Específicas (L/s.km²)
Pompéu
! 2,55 - 2,75
2,76 - 3,00
3,01 - 3,23
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
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op
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!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 61
2.9.3. EVAPOTRANSPIRAÇÃO
A quantificação da evapotranspiração é uma tarefa Os resultados obtidos são apresentados na figura.
essencial para o gerenciamento dos recursos hídri- Observa-se que os valores mais altos estão no médio
cos em uma bacia hidrográfica. Paraopeba, na região metropolitana de Belo Horizon-
te, e os valores mais baixos estão no baixo Paraope-
Apesar de ser uma variável importante do ciclo hidro- ba, na região do município de Curvelo.
lógico, estimar a evapotranspiração real é uma tarefa
difícil; em função disso, a abordagem adotada pelo
PDRH Paraopeba foi calcular a evapotranspiração
através da aplicação da equação do balanço hídrico
simplificado.
Evapotranspiração
Curvelo
!
Legenda
Pompéu Evapotranspiração (mm)
! 665 - 700
700 - 800
800 - 900
!
Sete Lagoas 900 - 977
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
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o
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!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
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Contagem
!
Belo Horizonte
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! Formações Ferríferas
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! Metassedimentos-Metavulcânicas
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! Poroso/Fissural
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Congonhas
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Conselheiro
!
Lafaiete
! !
DIAGNÓSTICO 63
Resultados RPD e RPE Específicos
Área
Sistema Aquífero RPD esp médio (L/s.km²) RPE esp médio (L/s.km²)
(km²)
Cárstico 116,46 4,46 1,78
Cristalino 6.374,44 0,89 0,36
Formações Cenozóicas 1.336,36 9,54 3,82
Formações Ferríferas 65,02 4,98 1,99
Metassedimentos-
1.960,23 0,97 0,39
Metavulcânicas
Poroso/Fissural - Aflorante 2.139,52 2,13 0,85
Poroso/Fissural - Não Aflorante 1.287,54 0,48 0,19
Fonte: CRPM (2018).
DIAGNÓSTICO 65
últimos dez anos. Isso indica a qualidade desse pa- se mostraram não prejudiciais à saúde da população,
râmetro para o abastecimento urbano tanto para o uma vez que os valores médios de pH das estações
período seco quanto para o período chuvoso. estão entre 6 e 8.
Nível de qualidade
Valor do IQA
da água
Curvelo 90 < IQA ≤ 100 Excelente
!
70 < IQA ≤ 90 Bom
50 < IQA ≤ 70 Médio
25 < IQA ≤ 50 Ruim
0 ≤ IQA ≤ 25 Muito ruim
Pompéu
! Fonte: IGAM (2009)
(
!
! Legenda
Sete
( Lagoas
!
Nível de Qualidade da Água
! Excelente
(
!
Esmeraldas ! Bom
!
Pará de Minas ! Médio
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Muito ruim
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! Itaúna Ibirité
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!
Congonhas (
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Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 67
-se fora dos limites da Bacia. Já as maiores cargas mo com um dos melhores índices de tratamento, o
foram estimadas para os municípios de Congonhas que demonstra o impacto da população urbana sem
e Betim com valores bem próximos, 10.863 e 10.478 coleta e tratamento como grande problema para os
kg DBO/dia, respectivamente. Contudo, em Congo- municípios.
nhas a maior fonte poluidora é a atividade industrial,
enquanto em Betim é o efluente doméstico, como na O município com maior carga gerada do setor de mi-
maioria dos municípios. neração é Curvelo/MG, com cerca de 20% do total
dessa fonte poluidora, em função da alta demanda
Embora Congonhas tenha a maior parte da sua popu- outorgada. Curvelo/MG é ainda responsável pela
lação urbana não atendida por tratamento de efluen- maior carga difusa da Bacia, uma vez que é o maior
tes isso se mostrou menos impactante do que em município da região. No que se refere à carga oriunda
Betim, onde apenas 37% da população não tem es- do setor de pecuária, Esmeraldas/MG é o município
goto tratado. Isso ocorre porque Betim possui a maior com maior carga de DBO gerada, compatível com
densidade populacional urbana da região do PDRH seu maior rebanho.
Paraopeba o que gera altas cargas domésticas mes-
Cargas Remanescentes
Curvelo
! 1% 2%
Legenda
27% Doméstica
Uso do Solo
Pompéu Pecuária
!
0,4% 70% Industrial
Mineração
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
o
! Contagem
Pa
Belo Horizonte
ra
! !
op
ba
e
!
! Itaúna Ibirité Legenda
Cargas Remanescentes de
DBO (kg/dia)
> 100
Ouro Preto
! 101 - 500
501 - 1.000
!
Congonhas 1.001 - 2.000
2.001 - 4.000
!
Conselheiro Lafaiete 4.001 - 7.000
> 7000
Enquadramento Vigente
Curvelo
!
Legenda
Pompéu Enquadramento Vigente
! Classe 1
Classe 2
Classe 3
!
Sete Lagoas Classe 4
Esmeraldas
!
Pará de Minas
! Contagem
!
Belo Horizonte
!
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 69
Modelo de Qualidade da Água
O modelo é baseado na análise acumulada, consi- cia de jusante, a carga representa a soma do que foi
derando como unidade básica a ottobacia. Nessa abatido de montante mais o que é gerado na própria
estrutura, as cargas estimadas são lançadas no final ottobacia correspondente. A análise de cada trecho é
das ottobacias correspondentes e possuem um aba- feita considerando essa carga final.
timento na ottobacia de jusante. No final da ottoba-
Cabeceira da bacia
As figuras apresentam o resultado da modelagem na do, o que chama atenção são os trechos equivalen-
vazão Q7,10 e na Q95%, as duas vazões de referência tes à Classe 4, localizados principalmente em trechos
podem ser associadas a condições de baixa dispo- de áreas urbanas mais densas, onde são formados
nibilidade. Nas figuras é possível identificar qual a aglomerados ou corredores com algum tipo de ocu-
classe da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/ pação humana.
CERH - MG nº 1/2008, similar à Resolução CONAMA
nº 357/05, associada à concentração de DBO resul- Ao se comparar os resultados das simulações com
tante do modelo matemático, representada nos tre- o enquadramento vigente fica evidente que nas duas
chos de rios. vazões de referência avaliadas são observadas não
conformidades. Tal fato reforça a necessidade da atu-
Nas duas vazões simuladas, a maioria dos trechos alização do enquadramento, considerando a legisla-
ficaram compatíveis com a Classe Especial e a Clas- ção atual, posterior à deliberação, bem como incor-
se 1, que são as duas melhores classes de qualidade porando as alterações de uso e ocupação da água e
de acordo com as legislações citadas. O número de do solo na região nos anos posteriores à definição do
trechos em Classe 2 e Classe 3 são similares, contu- enquadramento.
Comparativo de Classes
4%
3% 7%
19% 20%
9%
9%
10%
77% 52% 70%
11%
9% Legenda
Q95% Q95% Q95% Classe 4
Classe 3
Classe 2
5% 10% Classe 1
20% Classe
22% Especial
7%
66% 47% 10% 60%
12% 10%
9% 10%
12%
Q7,10 Q7,10 Q7,10
DIAGNÓSTICO 71
Estimativa de Impacto do Setor Minerário
De uma maneira geral, há poucos estudos relacio- A partir dos dados obtidos, a análise identificou pos-
nados ao impacto da mineração sobre os recursos síveis impactos da atividade minerária no âmbito da
hídricos, além de poucas informações quanto às ca- Bacia, os quais foram objeto de discussões do PDRH
racterísticas do tipo de solo e rochas que interferem Paraopeba. Reitera-se a necessidade de estudos
diretamente na avaliação da quantidade de substân- específicos na região a fim de subsidiar uma melhor
cias na água. interpretação quanto à relação entre os metais, a ati-
vidade minerária e a qualidade da água.
29,72%
65,38%
1,05%
1,05%
2,80%
Abastecimento Urbano
Pecuária
Uso não identificado
Agricultura
Abastecimento Industrial
e Agricultura
DIAGNÓSTICO 73
2.13. DIAGNÓSTICO DAS DEMANDAS HÍDRICAS
Este capítulo compreende a caracterização das de- Os usos não-consuntivos se referem àqueles que
mandas hídricas: levantamento dos usos e usuários captam um certo volume de água, e o volume é de-
de recursos hídricos superficiais e subterrâneos na volvido integralmente aos corpos hídricos posterior-
bacia do rio Paraopeba, tendo como intuito a ca- mente. Ne enquadram nesta categoria: geração de
racterização dos usos múltiplos, estabelecidos pela energia, turismo e lazer.
Política Estadual de Recursos Hídricos. Os usos são
classificados em consuntivos e não-consuntivos. Em relação ao diagnóstico das demandas, quanto
aos usos consuntivos, os resultados apontam que a
O primeiro se refere àqueles que captam certo volu- vazão total captada na bacia hidrográfica do rio Para-
me de água dos corpos hídricos e, posteriormente, opeba é de 64.502,12 L/s, com superioridade do con-
devolvem apenas uma parcela deste montante. Se sumo de água do setor industrial, que representa cer-
enquadram nesta categoria: abastecimento público, ca de 45,0% da demanda total da bacia. Em seguida,
industrial, agrícola, pecuário e extração mineral. Os aparece o setor de extração mineral, com 23,2%, e o
setores de pesca e aquicultura e de urbanização e abastecimento público com 20,9%.
paisagismo foram incorporados aos usos consunti-
vos pelo fato dos volumes captados serem significa- Os quadros a seguir apresentam o diagnóstico das
tivos, no entanto, esse tipo de uso geralmente não é demandas hídricas em relação ao volume consumido
considerado como uso consuntivo. e captado, divididas por setor usuário.
Demandas (L/s)
Setor Usuário % do total
Superficial Subterrânea total
Abastecimento
13.902,08 570,93 14.473,01 20,9%
Público
Setor industrial 29.261,20 1.882,49 31.143,69 45,0%
Setor pecuário 237,72 35,32 273,04 0,4%
Setor agrícola 7.037,43 239,89 7.277,32 10,5%
Setor de extração mineral 14.063,69 1.955,60 16.019,28 23,2%
Total 64.502,12 4.684,22 69.186,34 100,0%
Quando as demandas captadas são analisadas con- A demanda referente à urbanização e paisagismo
siderando os setores de pesca e aquicultura, urba- é significativa, com cerca de 5.269,06 L/s, que cor-
nização e paisagismo, o setor industrial permanece responde a 7,0% da demanda total captada. A figura
como sendo o uso mais representativo da bacia, com mostra as demandas captadas totais espacializadas
41,5%, seguido do setor de extração mineral e do por município na bacia hidrográfica do rio Paraopeba.
abastecimento público, com 21,4% e 19,3%, respec-
tivamente.
Demandas Captadas Totais
Demandas (L/s)
Setor Usuário % do total
Superficial Subterrânea total
Abastecimento
13.902,08 570,93 14.473,01 19,3%
Público
Indústria 29.261,20 1.882,49 31.143,69 41,5%
Pecuária 237,72 35,32 273,04 0,4%
Agricultura 7.037,43 239,89 7.277,32 9,7%
Mineração 14.063,69 1.955,60 16.019,28 21,4%
Pesca e Aquicultura 553,10 3,35 556,45 0,7%
Urbanização e Paisagismo 5.252,20 16,86 5.269,06 7,0%
Total 70.307,42 4.704,44 75.011,85 100,0%
Curvelo
!
Pompéu Legenda
! Demanda Total Captada (L/s)
0,00 - 2,33
2,34 - 119,37
!
Sete Lagoas 119,38 - 576,97
576,98 - 2.396,49
2.396,50 - 11.025,15
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
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!
op
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!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 75
2.14. BALANÇO HÍDRICO
Com base no conjunto de dados apresentado nos foi efetuado o cálculo do balanço hídrico da bacia do
capítulos de Demandas Hídricas e Disponibilidades, rio Paraopeba.
áreas de
conflito
Saneamento Física
Demografia Biótica
Sócio -
Econômico
Disponível Consumido
Disponibilidades
Hídricas Demandas Balanço
Superficial
Hídricas Hídrico
Subterrânea
A utilização das demandas consumidas no cálculo ser consumida novamente, ou seja, tal análise deve
do balanço hídrico acaba amenizando o seu resulta- ser examinada com ressalvas.
do em toda a calha do rio Paraopeba e no início do
Médio Paraopeba, na região dos municípios de Belo Atualmente, não há nenhuma Declaração de Área Crí-
Vale, Moeda e Jeceaba. Isso se justifica pelas taxas tica (DAC) na região da bacia do rio Paraopeba. O
de retorno das demandas de mineração e indústria, IGAM define que, quando da verificação de conflito
que são predominantes em ambas regiões. Isso sig- pelo uso da água, o interessado em realizar captação
nifica dizer que no mínimo 80% da água captada re- de água em determinada bacia ou micro-bacia deve-
torna ao rio após sua utilização. rá solicitar, através de ofício encaminhado à Diretoria
de Instrumentalização e Controle, a DAC. Assim, o ór-
É importante ressaltar que, apesar de diversas bi- gão, através destas informações irá verificar se aque-
bliografias adotarem a utilização da demanda consu- la bacia hidrográfica é uma área de potencial conflito
mida como referência para realização da análise do e, se constatada a situação, é emitida a DAC.
Balanço Hídrico, nem sempre a água que retorna ao
corpo hídrico apresenta a qualidade necessária para
DIAGNÓSTICO 77
2.14.2. BALANÇO HÍDRICO SUBTERRÂNEO
QUANTITATIVO
O cálculo do balanço hídrico subterrâneo quantitativo e sua qualidade. Além disso, os limites dos aquífe-
é realizado para verificar o percentual das reservas ros não respeitam os limites superficiais de bacias
ativas subterrâneas, na área de abrangência da Ba- hidrográficas, o que dificulta o gerenciamento desses
cia, que estão comprometidos em função das de- recursos.
mandas subterrâneas.
Pode-se observar que os municípios de Esmeraldas
Apesar de considerar as reservas ativas neste cálcu- e Ibirité apresentam altas demandas subterrâneas de
lo, é importante estabelecer ressalvas dos resultados captação, que ultrapassam a reserva potencial explo-
obtidos, em função da dificuldade da realização de rável. Essas demandas são ligadas à mineração e a
um amplo monitoramento das águas subterrâneas agricultura, respectivamente.
que envolva os níveis de água (estático e dinâmico)
Curvelo
!
Legenda
Balanço Hídrico Subterrâneo Quantitativo
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
! Contagem
o
Belo Horizonte
Pa
!
ra
!
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 79
2.14.4. ÁREAS CRÍTICAS
De acordo com o IGAM (2013), a caracterização de Criticidade Quantitativa Reservatório - ISR; (ii) Índice
uma Área Crítica se dá quando uma determinada de Criticidade Qualitativa – IQ; e, (iii) Índice de Critici-
bacia hidrográfica, ou uma parte desta, apresenta a dade Quali-Quantitativa – ISQ.
demanda de água superior à vazão outorgável, o que
configura uma situação de indisponibilidade hídrica. A abordagem do PDRH Paraopeba foi analisar os três
índices e, a partir dos resultados, foram adotadas 6
O estudo das Bacias Críticas, definiu três índices para classes de criticidade.
identificação de criticidade, sendo eles: (i) Índice de
Classes de Criticidade
Fatores de Criticidade Identificados
Classe Propriamente Dita Descrição
Balanço quali ou quali-quantitativo crítico +
1 Balanço quali ou quali- alta demanda para indústria ou mineração
quantitativo crítico
2 Balanço quali ou quali-quantitativo crítico
Balanço quantitativo crítico + alta
3 Balanço quantitativo demanda para indústria ou mineração
crítico
4 Balanço quantitativo crítico
Conflito potencial → alta demanda para indústria ou
5 mineração conjugada com outros fatores (cabeceira
Conflito potencial e/ou captações vulneráveis para abastecimento)
Conflito potencial → cabeceira e/ou captações
6
vulneráveis para abastecimento
Fonte: Nota Técnica Conjunta 002/2012/SPR/SER, 2016.
O resultado da determinação das áreas críticas ba- tivo ou qualitativo, provenientes das altas demandas
seado nos índices de criticidade é apresentado na de indústria ou mineração. Nessa região quase todos
figura a seguir. os trechos apresentam criticidade, o que evidencia
uma região com alto conflito, englobando os muni-
Nota-se que a maior parte das áreas críticas se dá cípios de Contagem, Ibirité, Betim, Sarzedo, Mário
pelo balanço hídrico qualitativo crítico, com áreas dis- Campos e Mateus Leme.
tribuídas por toda a bacia.
No Baixo Paraopeba os conflitos também se sobre-
O Alto Paraopeba apresenta uma área crítica locali- põem, porém de maneira mais esparsa do que o Mé-
zada na região dos municípios de Congonhas e Con- dio Paraopeba. Os municípios e Sete Lagoas, Caeta-
selheiro Lafaiete, principalmente ligadas às cargas nópolis e São José da Varginha se destacam.
poluidoras industriais e domésticas.
Curvelo
!
Pompéu
!
Legenda
Áreas Críticas
!
Sete Lagoas
Esmeraldas
!
Pará de Minas
Ri
o
! !
op
a
eb
!
! Itaúna Ibirité
Ouro Preto
!
!
Congonhas
!
Conselheiro Lafaiete
DIAGNÓSTICO 81
3.1. METODOLOGIA DE CENARIZAÇÃO
Os cenários são ferramentas de planejamento utili- te complexidade e imprevisibilidade, exigindo uma
zadas para dar coerência a uma série de elementos abordagem metodológica que seja capaz de com-
difusos procurando extrair deles orientações para a binar uma quantidade de dados muito grande, para
proposição de ações, ou decisões de gestão, que produzir imagens prospectivas coerentes olhando
contemplem de alguma forma o que pode vir a acon- para o horizonte do Plano.
tecer no futuro.
Com foco nos objetivos do Plano Diretor de Bacia, a substituir a responsabilidade dos órgãos gestores es-
metodologia de elaboração de cenários foi concebi- taduais ou do Comitê de Bacia em sua tomada de
da de forma a permitir a tomada de decisões estra- decisões.
tégicas para a gestão de recursos hídricos, o que a
caracteriza como um processo de planejamento es- Os cenários podem subsidiar essas decisões forne-
tratégico utilizando cenários prospectivos. cendo informações essenciais de forma coerente e
sintética, mas as decisões não são simuladas nos
No entanto, esse processo de planejamento não tem cenários.
a pretensão de prever o futuro e nem de eclipsar ou
No modelo aqui utilizado para a definição dos cenários e a avaliação do impacto dos cenários sobre os
balanços hídricos, todos os dados e as análises são baseadas em áreas elementares, aqui chamadas de
células de análise. Essas são obtidas através do cruzamento das unidades elementares provenientes de
duas dimensões nas quais grande parte dos dados secundários fundamentais é produzida:
• Dimensão administrativa, que contempla a estrutura territorial brasileira nos seus níveis de agregação
organizados hierarquicamente em Unidade da Federação (no caso, Minas Gerais), mesorregiões,
microrregiões, municípios, distritos e setores censitários. Esta dimensão se relaciona essencialmente com
as informações populacionais e econômicas provenientes de institutos de pesquisa oficiais, como o IBGE;
• Dimensão Hidrológica, que contempla a rede hidrológica natural existente com níveis de agregação
também hierarquicamente organizados de acordo com as bacias e sub-bacias hidrográficas. Esta dimensão
se relaciona com a lógica natural do fluxo dos rios e contempla informações sobre o regime hidrológico ou
a dispersão de poluentes.
Os dados sobre padrões de uso do solo, disponibili- bancos de dados relacionais, com interfaces entre
dade hídrica, pedologia, topografia (altitudes médias diversos sistemas de processamento dessas infor-
e declividades médias), e mesmo as demandas em mações, alguns de georreferenciamento, outros de
suas diversas classes, são projetados nessas células simulação e outros de visualização, montados com o
por georreferenciamento. objetivo de responder a perguntas pertinentes à aná-
lise desejada.
As células, por sua vez, são organizadas em tabelas
com seus atributos, e essas tabelas articuladas em
PROGNÓSTICO 85
3.1.2. ANÁLISE PROSPECTIVA
A função do exercício de prospecção é produzir es- Os cenários tendenciais geralmente articulam extra-
timativas do comportamento futuro das demandas polações estatísticas simples, que são como exten-
e das disponibilidades dos recursos hídricos locais, sões para o futuro do comportamento passado das
tanto no que tange ao consumo e abastecimento de variáveis de demandas, procurando caracterizar uma
água (balanço quantitativo) como na capacidade de imaginada situação futura que viria a ocorrer caso
diluição dos efluentes gerados, mesmo depois de tra- nada que alterasse as tendências atuais ocorresse
tados (balanço qualitativo). nessa trajetória.
A partir das três articulações dos Cenários Alternativos, definiram-se os seguintes critérios:
• Nas áreas de “Restrição Ambiental” as demandas ou as cargas poluidoras serão consideradas conforme
o Cenário Atual, desta forma nessas regiões as demandas não sofrerão aumento conforme as taxas médias
dos Cenários Tendenciais;
• Nas “Áreas Críticas” as demandas ou as vazões necessárias para diluição das cargas poluidoras
serão consideradas equivalentes à Q7,10, assim nesses locais onde atualmente o consumo é superior à
disponibilidade, definiu-se que haverá um limite para a captação obedecendo a vazão de referência do
critério de outorga;
• Nas demais regiões onde não está imposta nenhuma restrição, as demandas ou as cargas poluidoras
crescem conforme as taxas de projeção dos Cenários Tendenciais.
PROGNÓSTICO 87
3.2. ESTIMATIVA DOS CENÁRIOS
3.2.1. PROJEÇÕES DAS DEMANDAS HÍDRICAS
As projeções foram realizadas em termos de deman- A partir das premissas de crescimento adotadas, as
da captada total para cada um dos setores usuários: demandas do cenário tendencial dos setores indus-
abastecimento público, indústria, pecuária, agricultu- trial, agroindustriais, de pecuária e mineração foram
ra, mineração, pesca e aquicultura e urbanização e estimadas a partir de suas demandas atuais, organi-
paisagismo. zadas por célula de análise, levando-se em conside-
ração suas projeções tendenciais para dois horizon-
As demandas do abastecimento público, em geral, tes: longo prazo e curto prazo.
estão diretamente relacionadas com o crescimento
populacional em cada município. Já as projeções 3.2.2. PROJEÇÕES DAS CARGAS POLUIDORAS
tendenciais das demandas dos sistemas que abaste-
cem a RMBH contemplaram a evolução populacional Por meio do processamento das informações dispo-
dos Municípios da microrregião de Belo Horizonte, níveis, a análise das cargas no prognóstico foi reali-
que inclui também municípios que não fazem parte zada para cinco tipologias de diferentes origens: do-
da bacia. méstica; industrial; de mineração, pecuária e difusa.
As demandas associadas ao setor industrial, excluin- Observou-se que as informações disponíveis são
do-se aquelas do setor mineral, tiveram suas proje- bastante superficiais, dificultando seu uso na quanti-
ções tendenciais calculadas com base nas taxas ficação das cargas. Dessa forma, para as projeções
médias de crescimento populacional para as micror- das cargas domésticas nos cenários, foram realiza-
regiões onde se inserem. Também para estas foram das algumas considerações quanto aos índices e sis-
traçadas duas projeções tendenciais – uma de longo temas de esgotamento sanitário.
prazo e outra de curto prazo.
O quadro apresenta as cargas estimadas para os
A demanda agroindustrial está associada ao setor cenários tendenciais, onde nota-se que os valores
agrícola, desta forma, foram consideradas as taxas quase dobram em relação ao calculado para a situ-
anuais médias de crescimento da área plantada de- ação atual; na projeção de longo prazo, as cargas
terminadas para cada microrregião. são pouco maiores que na projeção de curto prazo.
Nos dois cenários, mais da metade da carga gerada
A demanda de pecuária adotou como premissa o refere-se ao setor doméstico, em todas as sub-ba-
crescimento dos rebanhos em cada município. cias, acompanhado do setor indústria, que também
apresentou alta representatividade, sobretudo no Alto
A demanda de mineração levou em consideração o Paraopeba.
ritmo de crescimento da produção do minério de ferro
bruto.
No que se refere aos cenários alternativos, as estima- Alternativo 3 de curto prazo. Tal situação demonstra
tivas realizadas demonstram que a maior carga pode que a manutenção de áreas verdes e de proteção na-
ser observada no Cenário Alternativo 2 de longo pra- tural contribui para a melhoria da qualidade da água.
zo, enquanto que a menor é observada no Cenário
PROGNÓSTICO 89
Níveis de Risco do Balanço Quantitativo
Cenários Tendenciais – Curto e Longo Prazo
PROGNÓSTICO 91
Níveis de Risco do Balanço Qualitativo
Cenários Tendenciais – Curto e Longo Prazo
PROGNÓSTICO 93
4.1. ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES
Uma das principais ferramentas para planejamento Essa ferramenta auxilia na identificação e avaliação
estratégico é a Análise SWOT, assim chamada por das forças, fraquezas oportunidades e ameaças de
conta da corruptela do inglês, conforme a figura. uma organização, por exemplo.
S W
fatores internos
Strenghts weaknesses
(força) (fraquezas)
fatores externos
O oportunities
(oportunidades) T threats
(ameaças)
A partir da análise SWOT foram então definidas sete estratégias para enfrentamento, isso é planejamento
estratégico aplicado à gestão de recursos hídricos. As sete estratégias são as seguintes:
• Proteção dos Recursos Hídricos: busca a proteção dos recursos hídricos e conservação dos ecossistemas
aquáticos, em especial áreas identificadas como de importância para a manutenção da recarga de
aquíferos, considerando a criação e recuperação de Áreas Protegidas;
• Monitoramento: tem como finalidade aprimorar a base de dados relacionadas aos recursos hídricos
de forma a subsidiar efetivamente o processo decisório, agindo tanto na coleta de dados, quanto na
fiscalização dos usuários;
• Comunicação Social e Educação Ambiental: estratégia que tem como objetivo propagar as informações
referentes à bacia do rio Paraopeba e aos recursos hídricos em geral, promovendo uma comunicação efetiva
e uma educação ambiental para toda a população;
Abastecimento
Público
indústria Mineração
foco:
Geração de Recursos Hídricos
Agropecuária
Energia com Base em Cenário
Atual e Futuro
Áreas
turismo
Protegidas
Gestão de
Recursos
Hídricos
• Infraestrutura de Saneamento: essa estratégica tem por objetivo orientar o Comitê quanto à participação
nas ações dos municípios e das prestadoras de serviços de saneamento em relação às questões voltadas
aos quatro eixos do Saneamento Básico;
• Revisão do Plano: tem como intuito promover o acompanhamento do Plano de Ações, bem como orientar
o processo de implementação e revisão do mesmo.
PLANO DE AÇÕES 97
Assim, a quebra de paradigmas na concepção do relacionadas aos instrumentos de gestão são descri-
Plano de Ações, iniciou-se a partir de dois eixos: foco tas e pontuadas, podendo ser utilizado como uma
às atribuições do Comitê de Bacia; e apropriação de cartilha pelos membros do Comitê de Bacia.
metodologias de Planejamento Estratégico.
O segundo pilar, Estratégias do Plano, que derivam
Dessa forma, foram definidos dois pilares de susten- da metodologia SWOT aplicada, são materializadas
tação do Plano de Ações: (i) Diretrizes; e, (ii) Estraté- através de um conjunto de Programas que compõem
gias do Plano. Cada pilar pode ser analisado de ma- o Plano de Ações. Ele representa a linha de ação es-
neira independente pelo Comitê de Bacia. tratégica do PDRH e, com indicativo de custo agrega-
do, ao longo dos próximos 20 anos.
O primeiro pilar, de Diretrizes, atua de maneira inde-
pendente ao segundo pilar, tendo uma abordagem
mais conceitual do que tática. É nele que as diretrizes
Matriz
swot
estratégias diretrizes
programas
Curvelo
!
749622
749619 749626 749629
749625
749623
749628
749631
749624
749633
749632
Pompéu
749635
! 749636
749637 749638
749634
749639
Sete Lagoas
749642
!
749643 749644
749645
749651 749648
749646
749649
Esmeraldas
749652 !
749653 749654
! Contagem Belo Horizonte
Pará de Minas 749655 749657 749658
! !
749659 !
749656
! Itaúna Ibirité
749673
749661
749662
749663
749664
749672 749675
749666
749667 Ouro Preto
749668 749677
749669 !
749676
749694
749674 749679
Congonhas ! 749695
749678 749696
749693
749697
749681
749682 749683
! 749699
749685 749698 Conselheiro Lafaiete
749688 749687 749692
749689 749684
749686
PLANO DE AÇÕES 99
Diretriz 2: Áreas Sujeitas à Restrição de Uso
As Áreas Sujeitas a Restrição de Uso são definidas A definição dessas áreas de restrição de uso para a
pela Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, como Bacia do Rio Paraopeba levou em consideração um
áreas com o objetivo de proteção de recursos hídri- conjunto de critérios, estabelecidos a partir da análise
cos e de ecossistemas aquáticos. Sendo assim, elas das áreas de mananciais de abastecimento público,
têm como objetivo a proteção dos recursos em seus áreas turísticas que abranjam conjuntos paisagísticos
aspectos quantitativos e qualitativos, viabilizando os de rios, cachoeiras e lagos, áreas consideradas como
recursos para as gerações futuras, para a manuten- zonas de recarga direta e afloramento de aquíferos e,
ção da sustentabilidade das atividades econômicas finalmente as áreas críticas definidas no Diagnóstico.
e da biota.
Ação Competência
Curvelo
!
749622
749619
749631
Pompéu 749632
! Legenda
749638 Nível de Restrição
749634
Sete Lagoas Alto
749642 !
Muito Alto
R 749648
Extremamente Alto
io P
ar a
Esmeraldas
op
!
eb
Pará de Minas
a
749654
!
749655 749658 !
Belo Horizonte
!
749657 Contagem
749656
!
! 749659 Ibirité
Itaúna 749661
749662
749663
749665 749672 749675
749667
Ouro Preto
!
749694
749695
Congonhas ! 749696
749693
749697
Conselheiro Lafaiete ! 749699
749698
749692
A preservação e recuperação das áreas protegidas • Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na figu-
se tornou fundamental na região do PDRH Paraopeba ra a seguir, presentes na ottobacia 749659, por esta-
tendo-se em vista a realidade da Bacia, de uma co- rem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à
bertura vegetal nativa severamente reduzida, mesmo Restrição de Uso Extremamente Alto;
dentro das Unidades de Conservação. Esta Diretriz
auxiliará no combate ao aumento das áreas impacta- • Áreas a Serem Recuperadas apresentadas figura a
das na Bacia do Paraopeba, por meio da captação de seguir, presentes na ottobacia 749656, por estarem
recursos financeiros provenientes das contrapartidas em Área de Uso Sustentável e Áreas Sujeitas à Restri-
definidas nas Política de Licenciamento Ambiental. ção de Uso Extremamente Alto;
Para isso, este Plano recomenda as seguintes áreas
prioritárias para preservação dos recursos hídricos, • Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na figu-
em ordem de prioridade: ra a seguir, por estarem em Áreas Sujeitas à Restrição
de Uso Muito Alto;
• Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na figu-
ra a seguir, presentes na ottobacia 749645, por esta- • Áreas a Serem Recuperadas apresentadas na figu-
rem em Área de Proteção Integral e Áreas Sujeitas à ra a seguir, por estarem em Áreas Sujeitas à Restrição
Restrição de Uso Extremamente Alto; de Uso Muito Alto;
Curvelo
!
749622
749619
749631
Legenda
Pompéu 749632
Áreas a Serem Recuperadas
!
Nível de Restrição
749638
749634 Alto
749642 ! Muito Alto
Sete Lagoas
R Extremamente Alto
749648
io P
ar a
Esmeraldas
A3
op
!
eb
Pará de Minas
a
749654
! Contagem
749655 749658 !
Belo Horizonte
!
749657
749656
!
749659 Ibirité
! Itaúna
749661
A4
A1
749662
749663
749665 749672 749675
749667
Ouro Preto
!
749694
Congonhas ! 749695749696
749693
A2
749697
Conselheiro Lafaiete ! 749699
749698
749692
Os Comitês de Bacia são órgãos deliberativos, propo- • Promoção do Programa de Comunicação Social e
sitivos e consultivos. O Comitê da Bacia Hidrográfica Educação Ambiental, com capacitações e encontros
do Rio Paraopeba tem o desafio de atuar na gestão técnicos voltados a igualar o conhecimento referente
de recursos hídricos numa bacia de grande complexi- aos recursos hídricos entre os membros. Esses even-
dade, onde há uma alta demanda para abastecimento tos devem ser contínuos, conforme a demanda por
público, múltiplos usuários, sendo alguns de grande assuntos do próprio Comitê e contar com o apoio do
porte, tais como mineradoras e indústrias, além de áre- Igam.
as de balanço hídrico crítico. Com este cenário, é pre-
ciso que haja um fortalecimento do Comitê para uma • Elaboração de boletins mensais de comunicação
atuação mais eficiente e eficaz, dessa forma, propõe- que sintetizem as ações realizadas no último mês, pró-
-se que o Comitê passe adotar as seguintes diretrizes: ximas reuniões e assuntos de interesse estratégico e
que deem publicidade aos atos do Comitê.
• Consolidação da participação setorial nas reuniões
do Comitê, respeitando ao regimento interno quanto • Promoção de reuniões gerais com entidades am-
presença mínima, para que o membro seja conside- bientais e ONGs para apresentação do Plano bus-
rado ativo. cando uma atuação conjunta com foco em estudos e
ações para implementação das diretrizes e estratégias.
• Recomendação aos editais eletivos para participa-
ção no CBH que os membros candidatos sejam com- • Representatividade nas discussões que envolvem a
prometidos com a questão ambiental e que se privile- infraestrutura em saneamento básico urbano, quando
gie pessoas residentes ou que possuem emprego fixo cabível, em ações que terão reflexo direto sobre a dis-
na área da Bacia. ponibilidade dos recursos hídricos da Bacia.
• Realização de reuniões itinerantes no Alto, Médio e • Promoção de uma comunicação contínua entre o
Baixo Paraopeba. CBH Paraopeba, os municípios, o Estado, o setor pri-
vado, a comunidade e os órgãos colegiados, para que
• Fomento à participação de todos os municípios da haja um planejamento e um fluxo de comunicação en-
bacia nas reuniões do CBH Paraopeba. tre os órgãos para evitar o sombreamento de ações.
• Planejamento das reuniões com antecedência anual • Adesão do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pa-
e que abranja todas as regiões, tendo objetivo e pau- raopeba ao Procomitês, Programa Nacional de Forta-
tas bem definidos com foco na implementação das lecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, insti-
ações do Plano. tuído pela Resolução ANA nº 1.190/2016.
As Áreas Sujeitas a Restrição de Uso são definidas A definição dessas áreas de restrição de uso para a
pela Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, como Bacia do Rio Paraopeba levou em consideração um
áreas com o objetivo de proteção de recursos hídri- conjunto de critérios, estabelecidos a partir da análise
cos e de ecossistemas aquáticos. Sendo assim, elas das áreas de mananciais de abastecimento público,
têm como objetivo a proteção dos recursos em seus áreas turísticas que abranjam conjuntos paisagísticos
aspectos quantitativos e qualitativos, viabilizando os de rios, cachoeiras e lagos, áreas consideradas como
recursos para as gerações futuras, para a manuten- zonas de recarga direta e afloramento de aquíferos e,
ção da sustentabilidade das atividades econômicas finalmente as áreas críticas definidas no Diagnóstico.
e da biota.
Síntese da Diretriz
Diretrizes Competência
As Agências de Bacia Hidrográfica ou Entidades sua área de atuação. Será responsável pela elabo-
Equiparadas são órgãos executivos descentralizados ração de contratos, proposição de mecanismos de
que apoiam os respectivos Comitês, respondendo cobrança, valores, por gerir os recursos e implemen-
por seu suporte administrativo, técnico e financeiro, tar as ações definidas pelo Comitê da Bacia do Rio
e pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos na Paraopeba.
Síntese da Diretriz
Ação Competência
O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hi- documento deve ser enviado para conhecimento de
drográfica do Rio Paraopeba é um instrumento de todos os atores estratégicos da Bacia, incluindo Po-
gestão que deverá ser utilizado pelo Comitê como der Público, Entidades Privadas e Sociedade Civil. O
ferramenta para promover o uso sustentável dos re- PDRH também deverá ser permanentemente monito-
cursos hídricos da bacia nos próximos 20 anos. Este rado e atualizado no intervalo de 10 anos.
Síntese da Diretriz
Ação Competência
Envio do Plano Diretor para Poder Público, Entidades Privadas e Sociedade Civil; Comitê
Criação da Câmara Técnica de Acompanhamento do Plano (CTA); Comitê
Elaboração de 1 (um) Relatório sobre o monitoramento anual do nível
de implementação e execução das ações através dos indicadores e CTA
da implementação e execução dos Instrumentos de Gestão;
Avaliação dos Programas a cada 5 anos; Comitê/Agência
Realização de 1 (uma) reunião anual entre IGAM e Comitê para apresentar IGAM/Comitê
o andamento da implementação do Plano, durante 20 anos.
O enquadramento dos corpos de água em classes, COPAM nº 14/95. Com a identificação de problemas
segundo seus usos preponderantes é um dos instru- com a qualidade da água e a indicação de que alguns
mentos da Lei Estadual nº 13.199/99. A classificação trechos não estão compatíveis com as condições de
e diretrizes ambientais para o enquadramento são qualidade da água referentes às classes previstas no
definidas por meio da Deliberação Normativa Conjun- enquadramento vigente, se faz necessário a atualiza-
ta COPAM/CERH nº 1/08. O enquadramento vigente ção do enquadramento.
na Bacia foi promulgado pela Deliberação Normativa
Síntese da Diretriz
Ação Competência
A outorga é um instrumento regulamento pelas Po- sentido de informações a serem preenchidas quanto
líticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, e nas unidades a serem utilizadas. Entre as principais
atualmente é regulamentado de forma específica ações propostas para a melhoria desse instrumento
pelo Decreto Estadual nº 47.705/19 e Portaria Igam estão: revisão do cadastro, realização de campanhas
nº 48/19. A partir da elaboração do Diagnóstico do para adesão de usuários, inclusão das outorgas de
PDRH Paraopeba percebeu-se que é necessária uma lançamentos e cadastro de usos insignificantes.
padronização das informações do cadastro, tanto no
Síntese da Diretriz
Ação Competência
O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos relacionados à sua gestão. O Governo do Estado de
Hídricos é um instrumento de gestão previsto na Lei Minas Gerais está desenvolvendo o Sistema Estadu-
nº 13.199/99 e tem por intuito a criação de uma es- al de Informações sobre Recursos Hídricos (SEIRH).
trutura capaz de coletar, tratar, armazenar e recupe- Esse sistema deverá ser atualizado com o banco de
rar informações sobre os recursos hídricos e fatores dados disponibilizado pelo PDRH do Rio Paraopeba.
Síntese da Diretriz
Ação Competência
A fiscalização constitui um dos importantes instru- gião. Embora não seja um instrumento formal da Po-
mentos de gestão que controla e monitora os usos lítica, é um mecanismo de função estratégica funda-
dos recursos hídricos de bacias hidrográficas, visan- mental para assegurar instrumentos como a outorga,
do a conservação da proteção da vida aquática e o o enquadramento e a cobrança.
atendimento ao desenvolvimento econômico da re-
Síntese da Diretriz
Ação Competência
A Lei Federal nº 9.433/97 estabelece que compete opeba, o rateio deverá ser trabalhado em conjunto
aos Comitês de Bacia Hidrográfica estabelecer crité- com a cobrança pelo uso da água, onde o montante
rios e promover o rateio de custo das obras de uso cobrado seja atrelado às melhorias na infraestrutura
múltiplo, de interesse comum ou coletivo. Já Lei Esta- hídrica, promovendo um fortalecimento no desenvol-
dual nº 13.199/99 traz esse tópico como um dos seus vimento da região, principalmente em relação aos re-
instrumentos de gestão. No caso da Bacia do Para- cursos hídricos.
Síntese da Diretriz
Ação Competência
As penalidades foram instituídas pela Lei Estadual nº A compensação a municípios afetados pela explota-
13.199/99 como sendo um dos instrumentos de ges- ção e restrição de uso de recursos hídricos é o último
tão de recursos hídricos. Tal instrumento visa punir instrumento da Lei Estadual nº 13,199/99. O instru-
todo e qualquer ato que atinja e infrinja as questões mento deverá amenizar ou ressarcir as localidades
de disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos em que existam Áreas Sujeitas a Restrição de Uso,
na bacia do rio Paraopeba, através da aplicação de principalmente àquelas com nível extremamente alto,
infrações dotadas de valores econômicos, que geram além de áreas inundadas ou com outorgas relaciona-
recursos para recuperação de ambiental da Bacia. das a recursos hídricos e que venham causar a inutili-
zação ou restrição do uso do solo na região.
A primeira estratégia para promover o desenvolvimento sustentável na bacia do rio Paraopeba está associada à proteção do principal
recurso discutido no âmbito do Plano Diretor de Recursos Hídricos: a água. De acordo com ANA (2011)1 , há três soluções fundamen-
tais para os problemas da água: (1) prevenir a poluição; (2) tratar a água poluída; e (3) restaurar ecossistemas. Nesse contexto, o
estudo afirma que a prevenção/proteção significa reduzir ou eliminar os contaminantes na fonte, antes que possam poluir os recursos
hídricos – sendo esta, quase sempre, a forma mais barata, fácil e efetiva de proteger a qualidade da água.
De acordo com o Diagnóstico do PDRH Paraopeba, há pouquíssimas áreas de preservação ambiental e remanescentes florestais na
bacia, além disso, as Áreas de Preservação Permanente nem sempre são respeitadas, fato que compromete a qualidade das águas. A
infraestrutura de saneamento atual é outro fator que gera prejuízo à qualidade das águas, principalmente no que diz respeito ao
tratamento de esgoto.
A condição atual da bacia, portanto, reforça a necessidade de investir numa estratégia de proteção dos recursos hídricos, uma vez que
os resultados dos balanços hídricos, quantitativo e qualitativo, apresentaram inúmeras regiões com elevada criticidade, as quais deram
origem às Áreas de Conflito da bacia do rio Paraopeba. Vale ressaltar que a maior parte dos conflitos se dão pelo balanço hídrico
qualitativo crítico, com áreas críticas distribuídas por toda a bacia.
Nesse contexto, a estratégia derivada da análise SWOT tem como foco a proteção dos recursos hídricos, por meio da implementação
de programas que visem a recuperação e proteção de áreas estratégicas da bacia, minimização de impactos em áreas urbanas através
da previsão de cheias e caracterização qualitativa dos principais impactos identificados ao longo do PDRH.
OBJETIVO GERAL
Promover a proteção dos recursos hídricos por meio de ações que indiretamente se refletem em melhoria hídrica.
TOTAL R$ 274.587.474
1
ANA - Agência Nacional de Águas. Cuidando das águas: soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos; Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente. -- Brasília: ANA, 2011.
O grande desafio do Comitê da Bacia do rio Paraopeba está relacionado à implementação da gestão efetiva dos recursos hídricos, uma
vez que, mesmo com importantes instrumentos de gestão em operação, ainda há importantes lacunas no sistema que podem
comprometer a sustentabilidade dos recursos hídricos da bacia a longo prazo. Um passo importante para viabilizar essa gestão efetiva
refere-se ao monitoramento dos recursos hídricos, sendo assim, uma das estratégias propostas para o Plano de Ações está focada
nesse objetivo. Dentre os temas para viabilizar a implementação dessa estratégia está a definição de redes de monitoramento para os
recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, e a análise e integração desses dados provenientes do monitoramento.
OBJETIVO GERAL
Estabelecer uma rede de monitoramento eficiente para acompanhamento das condições quali-quantitativas dos recursos hídricos na
Bacia.
TOTAL R$ 16.875.683
Não há desenvolvimento sem a consolidação de programas de educação e ações de comunicação social integrados. Nesse sentido,
para a boa implementação do presente Plano de Ação, entende-se que é necessário fomentar instrumentos de comunicação que
possam ser utilizados como ferramentas estratégicas de mobilização social, assim como fortalecer e apoiar o desenvolvimento de um
programa de educação ambiental estruturado e coerente com as características socioambientais da Bacia.
Compreende-se assim, que a preservação, a racionalização e o uso mais sustentável dos recursos hídricos passa, necessariamente,
por um planejamento socioeducativo sensível, capaz de refletir as potencialidades e fragilidades da Bacia de forma conjunta e contínua
com os usuários de água e com as comunidades existentes. Para tal, cabe definir ações de comunicação/divulgação alinhadas com
a realidade local e capazes de fomentar o desenvolvimento de boas práticas de preservação, de modo a contribuir para a melhoria da
qualidade de vida na Bacia.
Nesse contexto é que foi definida a terceira estratégia do PDRH Paraopeba visando assegurar ainda, as condições necessárias para a
viabilização e legitimação da participação social na gestão das águas.
OBJETIVO GERAL
Promover mobilização, articulação, interlocução, conhecimento e conscientização sobre os recursos hídricos de forma a garantir
acesso à informação e a participação da sociedade e dos múltiplos usuários da Bacia.
TOTAL R$ 23.348.922
Os instrumentos de gestão definidos pela Política Estadual de Recursos Hídricos, Lei Nº 13.199/99, quando implementados de forma
correta propiciam a gestão efetiva das águas no âmbito da bacia hidrográfica. Durante a elaboração do PDRH Paraopeba, foram
avaliados como os nove instrumentos previstos na Lei estavam sendo executados na bacia e a partir de então foram definidas
algumas diretrizes relacionadas a eles. No entanto, identificou-se que dois instrumentos necessitam de uma abordagem também na
forma de programas, sendo eles: o enquadramento e o sistema de informações.
A proposição de um programa específico para o enquadramento se dá pelo fato de que o enquadramento atual da bacia conta com
um longo período de vigência, superior a 20 anos, necessitando, portanto, de uma atualização. Nesse processo será possível planejar
os usos preponderantes e a qualidade da água a ser alcançada ou mantida em cada trecho de rio e ao mesmo tempo criar o compro-
misso dos atores da bacia em trabalhar para o alcance das metas a serem estabelecidas.
O sistema de informações, por sua vez, é um instrumento importante para organizar, tratar e dar publicidade aos dados da Bacia,
sendo que a quantidade de informações geradas após a aprovação do PDRH Paraopeba só tende a crescer, visto que muitas ações
são voltadas à produção de conhecimento. Além disso, um sistema operado pela própria Agência facilitará o acompanhamento da
implantação dos programas propostos.
OBJETIVO GERAL
Constitutir um Sistema de Informação e a atualização do enquadramento de corpos de água da bacia do Paraopeba.
TOTAL R$ 11.421.957
No sistema atual de gestão não há como desvincular o setor de recursos hídricos do setor de saneamento, isso porque a interdepen-
dência entre eles é grande, fato que exige que o planejamento de determinada área leve em consideração as ações do outro setor. Tal
relação ocorre tanto no meio urbano, quanto no meio rural, e por essa razão o planejamento do setor de saneamento deve utilizar o
PDRH Paraopeba como um instrumento auxiliar para tomada de decisão, uma vez que o Plano trata das disponibilidades hídricas e
da avaliação da qualidade das águas da bacia. A quinta estratégia derivada da análise SWOT tem justamente essa abordagem, a de
analisar a Infraestrutura de Saneamento sob a ótica do setor de gestão de recursos hídricos.
OBJETIVO GERAL
Fomentar a melhoria da infraestrutura de saneamento para a população da Bacia e consequentemente melhorar as condições hídricas
da Bacia
TOTAL R$ 114.208.630
Desde promulgação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), através da Lei Federal n° 12.334/2010, diversas ações
relacionadas ao tema começaram a ser desenvolvidas, dentre elas os Planos de Segurança de Barragens. Esse Plano é um instru-
mento da PNSB, onde fica estabelecido que é de responsabilidade do empreendedor elaborá-lo com o objetivo de auxiliar sobre a
avaliação da segurança da barragem. O documento deve conter, dados técnicos de construção, operação e manutenção do empreen-
dimento de maneira a minimizar a possibilidade de acidentes.
De acordo com a Resolução Nº 236 de 30 de janeiro de 2017, a ANA como agência reguladora, deve fiscalizar as barragens de água
abrangidas pela Lei nº 12.334/10 para as quais outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, exceto para fins de aproveitamento
hidrelétrico. Essas barragens são classificadas pela própria ANA em categorias de risco e de dano potencial, ambas variam entre alto,
médio e baixo. Nessa Resolução estão estabelecidos a periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteú-
do mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem e do Plano de Ação de Emergência (PAE) voltados às barra-
gens de água.
Na esfera estadual, cabe ao IGAM fiscalizar as barragens no domínio do Estado de Minas Gerais através do estabelecido pelas suas
Portarias Nº 002/19 e Nº 003/19. A primeira Portaria estabelece a periodicidade de execução ou atualização, a qualificação dos
responsáveis técnicos, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem, da Inspeção de Segurança
Regular – ISR, da Inspeção de Segurança Especial, da Revisão Periódica de Segurança de Barragem - RPSB e do Plano de Ação de
Emergência - PAE. Enquanto a segunda dispõe sobre os procedimentos para o cadastro de barragens em curso d’água no Estado de
Minas Gerais, onde os usuários de recursos hídricos que possuem barragens para acumulação de água, exceto para fins de aprovei-
tamento hidrelétrico no Estado foram convocados para realização de um cadastro no Sistema de Cadastro de Usuários de Recursos
Hídricos do Estado de Minas Gerais (SISCAD).
Em função dessas regulamentações que ficam a cargo da ANA e do IGAM e baseado no fato de que as barragens são propriedades
privadas, cabe ao Comitê de Bacia e demais atores estratégicos acompanhar as informações disponibilizadas pelos órgãos regulado-
res. Contudo, visto a importância desse assunto e o interesse em garantir água para a população da bacia do rio Paraopeba, foi
estabelecida uma estratégia de atuação relacionada à segurança de barragens de água com potencial de regularização de vazão.
OBJETIVO GERAL
Garantir o potencial das barragens atuarem como reguladoras de vazão na bacia do rio Paraopeba de forma segura.
TOTAL R$ 147.249.876
O principal instrumento de gestão com vistas a garantir o desenvolvimento de maneira sustentável de uma bacia hidrográfica é o
Plano Diretor de Recursos Hídricos, no entanto, sua efetividade depende de uma série de fatores, dentre os quais destaca-se o seu
acompanhamento. A partir da avaliação das metas estabelecidas é que o Comitê será capaz de avaliar o grau de implementação do
PDRH, sendo fundamental, nesse contexto, a revisão periódica do Plano, que será responsável pelos ajustes de metas existentes,
definição de novas metas e programas de ações, e avaliação da necessidade de inserção de novas estratégias para a bacia. Para que
o Comitê de Bacia não subestime a importância do acompanhamento é que foi definida uma estratégia exclusiva para esse tema, cujo
Programa está relacionado justamente à Revisão do Plano Diretor.
OBJETIVO GERAL
Definir a revisão do Plano Diretor para que as ações propostas tenham continuidade.
TOTAL R$ 5.475.409,92
4. Inter-relação entre os programas: Indica quais são os programas relacionados ao programa descrito.
5. Ações: Lista as principais ações que deverão ser tomadas para que se alcance o(s) objetivo(s)
proposto(s).
6. Atividades: Descreve as atividades que deverão ser seguidas para concluir a ação.
9. Escopo: No caso da elaboração de estudos, descreve o escopo geral do que seria o Termo de Referência,
no caso das reuniões, descreve-se a pauta e os pontos principais a serem discutidos.
11. Fontes de Investimento: Indica de onde podem vir os recursos para a aplicação do programa.
proposto(s).
Captação R$ 18.881.152,02
Consumo R$ 9.124.563,93
Lançamento R$ 21.995.628,27
Total R$ 50.001.344,22
Resultados da Simulação Pela Metodologia COALIAR
Essa aplicação teve como objetivo apenas analisar Prognóstico observou-se o alto impacto das car-
um potencial de arrecadação na Bacia do Paraopeba gas domésticas urbanas sobre os rios da Bacia.
e não pode ser considerada como o valor a ser arre-
cadado, pois para isso é necessário que haja uma Contudo, para a melhoria dessas condições são
definição de metodologia própria para a Bacia, que necessários altos investimentos, cuja responsa-
leve em consideração as características particulares
da mesma.
bilidade é do Poder Público Municipal, sendo as-
sim, o orçamento apresentado serve para des-
4.5.2. ORÇAMENTO ESTRATÉGICO tacar a necessidade de investimento no setor e
pode servir como base para que caso o Comitê
O orçamento estratégico foi elaborado a fim de ache apropriado destine parte dos recursos arre-
englobar ao Plano de Ação a necessidade do in- cadados com a cobrança para colaborar com a
vestimento em infraestrutura de saneamento ur- melhoria dessa infraestrutura.
bano nos municípios integrantes do PDRH Para-
opeba. Isso porque, nas etapas de Diagnóstico e
100% da população
Abastecimento 31 634.025.658,00 929.477.258,00
com abastecimento
Uniformização dos
Esgotamento índices de coleta 23 227.778.106,88 300.099.460,69
Sanitário e tratamento
Universalização 48 761.915.483,47 1.106.489.930,65
Coleta de 100%
dos resíduos
sólidos urbanos e 37 240.887.855,28 296.205.846,03
destinação para
aterros sanitários
Resíduos sólidos Coleta de 100%
dos resíduos
sólidos urbanos e
destinação para 48 284.173.194,92 349.431.321,56
aterros sanitários
e centros de
reciclagem
250.000.000,00
200.000.000,00
Valor (em reais)
150.000.000,00 147.249.876,00
114.208.630,00
100.000.000,00
50.000.000,00
23.348.922,00
16.875.683,00 11.421.957,00
5.475.410,00
-
Estratégia 1 Estratégia 2 Estratégia 3 Estratégia 4 Estratégia 5 Estratégia 6 Estratégia 7
125
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