7 Processo Saude Doenca e Seus Determinantes
7 Processo Saude Doenca e Seus Determinantes
7 Processo Saude Doenca e Seus Determinantes
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MEDICINA PREVENTIVA Prof. Fernanda Lima | Processo Saúde - Doença 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. FERNANDA
LIMA
Olá, Estrategista!
Neste resumo, abordaremos um assunto que tem relevância
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considerável para grande parte das bancas de todo o Brasil: o
processo saúde-doença. Maiores detalhes sobre informações da
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engenharia reversa desse tema podem ser encontrados no livro.
Caso você deseje tirar qualquer dúvida, adianto que pode
me procurar nas redes sociais através do Instagram: @prof.
fernandalima.
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Não se preocupe! Nossa função aqui é servir de apoio para
promoção de seu melhor desempenho, prevenindo que você
perca pontos em questões de Medicina Preventiva.
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Agora, chega de
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@prof.fernandalima @estrategiamed
/estrategiamed @estrategiamed
Estratégia
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MEDICINA PREVENTIVA Processo Saúde - Doença Estratégia
MED
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
1.0 CONCEITOS GERAIS DE SAÚDE E DOENÇA 4
1.1 CONCEITO DE SAÚDE 4
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2.1 MODELO PROCESSUAL/HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 6
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2.1.1.1 PREVENÇÃO PRIMÁRIA 8
INTRODUÇÃO
Foi tentando elucidar dúvidas básicas sobre a “saúde” e a “doença” que os estudiosos começaram a sugerir definições para esses
termos, que descreveremos neste resumo. Em seguida, evoluiremos nossos estudos para a exposição de alguns modelos propostos ao longo
dos anos para explicar o processo de adoecimento e dos níveis de prevenção em saúde.
CAPÍTULO
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1.1 CONCEITO DE SAÚDE
Não pretendemos discorrer sobre os diversos conceitos de doença, pois isso não costuma ser questionado em provas. Assim, citaremos
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apenas o conceito de doença proposto por Vianna em material sobre Processo saúde-doença da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). A
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autora propõe que a doença “não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da
doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim, os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece”.
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CAPÍTULO
Quando falamos de processo saúde-doença, precisamos ter em mente que houve uma evolução da concepção de algumas teorias
na tentativa de compreender os fatores determinantes do adoecimento e da morte. Almeida Filho e Rouquayrol destacam cinco principais
modelos explicativos históricos, que estão resumidos a seguir:
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• Privilegia o diagnóstico e a cura, não contemplando as medidas • Segundo ele, os deuses definem o estado de cura e
de prevenção ou práticas de tratamento não tradicionais. Assim, é adoecimento das pessoas, sendo o modelo baseado na noção
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caracterizado como: individual, especialista, fragmentado, de pecado-doença e redenção-cura.
hospitalocêntrico, curativo e centrado na figura do médico.
3. Modelo sistêmico
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Esquema 1: Resumo dos cinco principais modelos explicativos históricos de determinantes do adoecimento e da morte.
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Aproveito para ressaltar que não existem limites temporais Neste resumo, focaremos apenas nos modelos mais
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precisos que caracterizem cada um dos modelos citados. Por questionados em prova: o modelo processual e o de determinação
exemplo, o modelo mágico-religioso ainda é aceito até hoje por social da doença. Entretanto, o Anexo I do livro completo traz
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diversas comunidades que adotam, por exemplo, rituais de cura. mais detalhes sobre os outros modelos listados (mais raramente
Entretanto, o modelo de determinação social é, atualmente, o cobrados).
mais aceito.
Em 1953, Leavell e Clark propõem o Modelo da História Natural da Doença, que é dividido em dois períodos:
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PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO PERÍODO PATOGÊNICO
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ou Período de pré-patogênese ou Período de patogênese
(pré = antes; pathos = doença; génesis=origem). (pathos = doença; génesis=origem)
Quando a doença ainda não existe no organismo, Quando o organismo já adoeceu, sendo o
havendo somente uma suscetibilidade a período referente às possibilidades
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poder desenvolvê-la. da evolução da doença.
Esquema 2: Comparação entre o período pré-patogênico e o período patogênico. Figura 1: Homem e filho saudáveis (fonte: Shutterstock/por: Fizkes).
Figura 2: Homem doente (fonte: Shutterstock/por: Prostock-studio).
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O período pré-patogênico abrange três grupos de fatores determinantes, conhecidos como tríade ecológica de fatores relativos ao:
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HOSPEDEIRO
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Precisamos conhecer alguns termos utilizados no primeiro modelo de Leavell e Clark (vide figura a seguir) para responder às questões
que aparecem nas provas.
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Figura 3: Modelo de história natural da doença adaptado do livro traduzido de Medicina Preventiva dos autores Hugh Rodney Leavell e Edwin Gurney
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Clark (1976).
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No início do período patogênico, temos o chamado período inicial, quando é possível discernir clinicamente que estamos diante
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de patogênese precoce (ou fase pré-clínica), em que o indivíduo de alguma doença. Mais adiante, existe a “doença avançada”, que
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já tem a doença, mas está assintomático. Note que esse período seria a etapa em que a doença já progrediu. Por fim, resta-nos saber
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está abaixo da linha do chamado “horizonte clínico”. Quando o como o paciente vai finalmente evoluir (qual é o desfecho?), ou seja,
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indivíduo passa a desenvolver o quadro clínico (sinais e sintomas), como foi resolvido ou estabilizado o processo de adoecimento.
ele já atravessa a linha do “horizonte clínico”. A partir desse ponto, Veremos mais adiante a mistura desses elementos da História
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estamos na fase clínica da doença, que é iniciada pela “doença Natural da Doença com a noção sobre os níveis de prevenção em
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Muita atenção! Chegamos em um dos tópicos que mais caem nas provas!
Leavell e Clark sistematizaram diferentes possibilidades de prevenção em cada momento específico do modelo
da História Natural da Doença, propondo três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária. Dentro desses
níveis, observaremos que há ainda algumas subdivisões, totalizando cinco subníveis.
Se o examinador pedir no enunciado os níveis de prevenção propostos por Leavell e Clark, restarão as
alternativas que contemplam a prevenção primária, secundária e terciária. Os demais níveis foram propostos
por outros autores.
No estudo dos níveis de prevenção, você perceberá a importância de conhecer as bases do modelo da história natural da doença.
A prevenção primária contempla as ações direcionadas para todos os fatores que determinam a ocorrência das doenças ou agravos
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que acometem o indivíduo ou a comunidade, no sentido de interromper os processos patogênicos antes de seu início. Logo, esse nível de
prevenção está relacionado ao período pré-patogênico e age no controle das causas e dos fatores de risco da doença.
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Há ainda uma divisão em dois subníveis: (1) a promoção da saúde e (2) a proteção específica. Vamos observar algumas características
desses níveis no esquema a seguir.
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• Ações voltadas para melhoria geral nas condições • Ações direcionadas para evitar a ocorrência de um
agravo ou um grupo específico de agravos.
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Note que as medidas de promoção à saúde são mais agravo ou grupo de agravos afins.
generalizadas, o que significa dizer que uma ação envolve o bem- Na prova, os examinadores costumam pedir para você dar
estar geral da população, evitando inúmeros processos patológicos exemplos de ações em determinado nível de prevenção ou o inverso,
distintos. Em contrapartida, a proteção específica, como o próprio eles dão exemplos de medidas e pedem para você classificar o nível
nome sugere, engloba uma ação que previne especificamente um de prevenção.
Chegamos no período patogênico e passamos a encarar o bloqueio de sua disseminação para outras pessoas, uma evolução
agora um indivíduo que já tem a doença. A partir desse ponto, mais favorável, entre outros.
inicia-se a aplicação das medidas de prevenção secundária. Bem como ocorreu no nível primário, a prevenção secundária
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Esse nível de prevenção tem a finalidade básica de melhorar divide-se em dois subníveis: (1) Diagnóstico Precoce e Tratamento
o prognóstico do paciente em busca de melhores desfechos para Imediato e (2) Limitação de Incapacidade. Vamos observar algumas
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seu agravo. Nesse sentido, as medidas de prevenção secundária características desses níveis no esquema a seguir.
podem objetivar a cura da doença, a redução de sua sintomatologia,
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• Ações que visam detectar e tratar o mais rápido • Ações voltadas para os estados patológicos
possível os processos patogênicos já instaurados; plenamente instalados que ultrapassaram o horizonte
• Inclui ainda diagnosticar os assintomáticos (que não clínico (condições crônicas ou cronificadas).
ultrapassaram o horizonte clínico), através de • O objetivo maior é promover um cuidado
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rastreamentos ou screening, além da busca ativa de adequado, de modo que o paciente possa evoluir com
casos ou suscetíveis. cura, ou, ainda, retardar ou reduzir as
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incapacidade. Figura 10: Médico investigando queixas em região cervical com ultrassom (fonte: Shutterstock / por: Pixel-Shot). Figura 11: Controle
glicêmico de paciente com doença crônica (fonte: Shutterstock / por: Proxima Studio).
Rastreamento, Rastreio ou “Screening” são termos que denotam a execução de exames utilizados em
pacientes assintomáticos com a finalidade de detectar precocemente uma doença, por isso fazem parte da
prevenção secundária.
Os conceitos dos níveis de prevenção podem ficar confusos caso você não se atente para o que o examinador está pedindo! Então,
preste atenção no quadro a seguir para não vacilar!
“Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Portanto, quando o examinador pedir para você classificar qual é o nível de prevenção,
avalie o ponto de vista da pergunta. Ele está questionando sobre que agravo exatamente? Para facilitar, utilizaremos dois exemplos da
mesma ação (controle de hipertensão), mas sob óticas diferentes.
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Situação 1: Em relação à doença hipertensiva, o uso de medicação para controle da pressão arterial em pacientes hipertensos é
uma medida de prevenção secundária, pois estamos tratando uma doença que já existe nesses pacientes (período patogênico).
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Situação 2: Em relação a evitar o infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral, o controle da pressão arterial em
hipertensos é uma medida de prevenção primária, pois estaríamos evitando a ocorrência desses eventos (período pré-patogênico).
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2.1.1.3 PREVENÇÃO TERCIÁRIA
A prevenção terciária atua no momento em que o processo de adoecimento alcançou a longo prazo uma forma relativamente estável,
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resultando em um estado de cura com sequelas ou de cronificação do agravo. Nesse ponto, o objetivo principal é reduzir os impactos das
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sequelas provocadas pelo agravo no cotidiano das pessoas, melhorando a qualidade de vida.
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• para sequelas neuromotoras, incluindo a fisioterapia • para os trabalhadores que apresentam uma
motora, uso de próteses, fisioterapia respiratória, incapacidade para o trabalho devido a alguma lesão
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SUPORTE PSICOSSOCIAL
• para as pessoas que sofreram mutilações, sobreviventes de guerra, vítimas de eventos traumáticos (físicos e/ou
psicológicos, a exemplo da violência sexual), entre outras.
Alerta para casca de banana! Fumar e beber são considerados fatores de risco para várias doenças, mas sabemos que o tabagismo e o
alcoolismo também são estados patológicos!
Para esclarecer de vez esse ponto, os programas voltados para prevenção de tabagismo ou do uso e abuso de outras substâncias, como
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álcool e outras drogas, podem ocorrer nos três níveis detalhados a seguir.
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PROGRAMAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Público-alvo: populações mais Objetivo: impedir que a iniciação Ex.: seguimento de jovens
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vulneráveis (maior risco para o evolua para o uso continuado e que iniciaram o uso ocasional
uso regular das substâncias). prejudicial. de cigarro nas baladas.
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Esquema 7: Ações em diferentes níveis voltadas para programas de prevenção de tabagismo ou de uso e abuso de outras substâncias, como álcool e
outras drogas.
Agora sim! Estamos prontos para conhecer outros níveis de prevenção que surgiram posteriormente ao modelo de Leavell e Clark!
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Jamoulle e Michel Roland. A prevenção quaternária surge justamente para lembrar os
Primeiramente, devemos lembrar que as intervenções médicos de que o intervencionismo médico excessivo é prejudicial.
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médicas não estão isentas de riscos. Os medicamentos possuem Algumas noções acerca desse nível de prevenção estão descritas a
efeitos colaterais, a retossigmoidoscopia pode gerar perfuração do seguir. Observe as palavras-chave que podem estar nas questões.
cólon, a radiografia expõe o paciente à radiação ionizante, entre
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Consiste em detectar indivíduos
Visa evitar ou atenuar o excesso de em risco de sobretratamento ou
intervencionismo médico associado sobrediagnóstico ou
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médicas inapropriadas.
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Esquema 8: Algumas noções que podem aparecer associadas ao conceito de prevenção quaternária.
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Saiba ainda que, em alguns casos, a melhor opção é não fazer nada! Só aguardar! Em doenças de evolução sabidamente mais lenta
e progressiva, quando a espera é uma ação mais acertada que o início do tratamento, o médico pode valer-se da demora permitida. Por
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exemplo, as dores musculares após a prática de exercícios físicos tendem a cessar espontaneamente em alguns dias. Portanto, não haveria
necessidade de tratamento medicamentoso ou solicitação de exames para casos como esse.
Confira alguns termos associados à não aplicação da prevenção quaternária que podem aparecer em sua prova:
IATROGENIA SOBREDIAGNÓSTICO
• Ocorre devido a uma intervenção médica • Diagnostica-se um agravo que não geraria sintomas ou
que resulta em algum dano à saúde do provocaria a morte do paciente. O sobrediagnóstico transforma
indivíduo. uma pessoa em paciente sem necessidade, conduzindo esse
Ex.: a colonoscopia pode resultar em uma indivíduo a tratamentos que não geram qualquer benefício. Ex.:
perfuração intestinal. na mamografia, é detectada uma lesão na mama, mas que não
evoluiria para nenhum quadro clínico ou risco de morte.
SOBRERRASTREAMENTO SOBRETRATAMENTO
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• Procede-se o rastreio desnecessário de uma condição clínica em • Refere-se a duas situações: (1) tratar agravos
um indivíduo ou grupo de indivíduos que não atendem aos que não evoluiriam para algum estado de
critérios de rastreamento. Ex.: médico decide rastrear câncer de adoecimento significativo ou (2) optar por
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mama em jovens de 20 anos através da ultrassonografia, mas não tratamento mais prolongado ou complexo do
há evidência científica para o rastreamento nessa idade, nem com que o necessário. Ex.: tratar lesões mal
esse exame. Nesse caso, corre-se o risco de detectar alterações definidas na mamografia que não evoluiriam
que não gerariam qualquer transtorno à saúde das pacientes, o para um câncer de mama ou prorrogar uma
que poderia conduzir a planos terapêuticos desnecessários. radioterapia em paciente que já não necessita.
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MEDICALIZAÇÃO
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• Quando situações normais da existência humana passam a ser objeto de abordagem médica desnecessária. Ex.: usar
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antidepressivos para auxiliar uma pessoa a lidar com o luto. Sabemos que a perda de um parente naturalmente leva a
SAUDÁVEL
As palavras supermedicalização ou hipermedicalização também DOENTE
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Perceba que os prefixos “sobre”, “super” ou “hiper” trazem a ideia de que algo é realizado além do normal, ou seja, além do que seria
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Adicionalmente, esse nível de prevenção está intimamente relacionado a um dos quatro princípios da
Bioética: o da não maleficência. Esse princípio é baseado no “primum non nocere”, que significa “acima de
tudo, não causar danos”.
Além de cobrar os conceitos relacionados à prevenção quaternária, as bancas também podem fornecer casos clínicos. Vamos a algumas
situações que o examinador pode trazer de aplicação da prevenção quaternária.
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câncer de mama, mas foi orientada ressonância de crânio, mas foi orientada
que não atendia aos critérios de que ele estava com metástase avançada,
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rastreamento. sendo recomendado apenas cuidados
paliativos.
Esquema 10: Exemplos de aplicação da prevenção quaternária.
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Ponto comum entre eles: evita-se recomendar uma intervenção inapropriada para o caso.
Discutiremos aqui dois níveis de prevenção em saúde de espaços verdes nas cidades, legislação para restrição do fumo
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infinitamente menos prevalentes nas provas: prevenção primordial em espaços fechados, regulamentação para segurança alimentar,
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A prevenção primordial abrange o desenvolvimento medidas contra os efeitos da poluição do ar, do solo e das águas.
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de políticas e programas de promoção de “determinantes Vamos agora à Prevenção Quinquenária! As definições das
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positivos” de saúde, com a finalidade de evitar o surgimento ou atividades preventivas nos níveis de atenção primário, secundário,
estabelecimento de padrões sociais, econômicos e/ou culturais terciário e quaternário partem, precipitadamente, do pressuposto
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que possam contribuir para um aumento do risco da doença. de que o médico é um elemento estável, desde que atue de acordo
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Tanto as ações de prevenção primordial quanto as ações de com a melhor evidência científica e dentro dos princípios éticos.
promoção da saúde (prevenção primária) são focadas nos fatores (Santos, 2014)
de risco. Dessa forma, esses conceitos de prevenção se confundem, Entretanto, sabemos que o médico não é um super-herói
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apesar de serem complementares. Nesse sentido, Duncan descreve inatingível e está sujeito a situações estressantes no ambiente de
que a prevenção primordial objetiva evitar a instalação dos fatores trabalho que podem levá-lo a um esgotamento físico e mental. A
de risco da doença, já a prevenção primária, extinguir os fatores síndrome do esgotamento profissional é conhecida pelo nome de
de risco da doença em questão. A diferença entre esses conceitos burnout e será mais aprofundada nos módulos de Psiquiatria.
é muito sutil, pois, no caso da prevenção primordial, o fator de Nesse contexto, a prevenção quinquenária objetiva evitar
risco ou o comportamento de risco ainda não estaria inteiramente as “disfunções” nos profissionais de saúde, como o burnout, sendo
estabelecido na população. crucial na prevenção de problemas de saúde dos pacientes.
Observe alguns exemplos de prevenção primordial: criação
Esse nível de prevenção ainda não costuma ser alvo de questões, mas já apareceu nas alternativas. Portanto, há chances de que ele
passe a ser cobrado, principalmente quando consideramos o esgotamento físico e mental que ficou bem destacado em meio ao contexto da
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pandemia pela Covid-19, que ocasionou a sobrecarga dos sistemas e profissionais de saúde.
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Observe a figura a seguir com um resumo dos dados sobre os níveis de prevenção em saúde para que você possa compilar em seu “HD
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cerebral”!
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Figura 12: Esquema com a base conceitual de todos os níveis de prevenção em saúde. Ideia base adaptada do livro “Medicina
ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências”, de Duncan (2013), sobre os diferentes tipos de prevenção ao
longo da história natural da doença.
A Determinação Social em Saúde (DSS) é o modelo explicativo de processo saúde-doença mais aceito atualmente. Por essa razão,
observa-se mais recentemente uma tendência de cobrança desse tema nas provas.
Vamos iniciar com as duas definições mais conhecidas sobre esses determinantes:
• Para comissão brasileira, os DSS “são características socioeconômicas, culturais e ambientais de uma sociedade, que
influenciam as condições de vida e trabalho de todos os seus integrantes.”
COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)
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• A OMS conceitua de modo bem mais simples e direto os DSS como as condições sociais em que as pessoas vivem
e trabalham.
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Esquema 11: Conceitos de DSS conforme a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde do Brasil e da OMS (Buss e Pellegrini Filho,
2007/Ministério da Saúde e Fiocruz).
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Existem diversos modelos sobre esses determinantes, mas focaremos no adotado no Brasil: o modelo de Dahlgren e Whitehead. Veja
abaixo uma adaptação dele:
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O modelo de Dahlgren e Whitehead compreende os DSS dispostos em diferentes camadas, desde as mais próximas aos determinantes
individuais até as mais distantes, onde estão situados os macrodeterminantes. Vamos citar rapidamente cada camada:
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Figura 14: Resumo descritivo das camadas contempladas no modelo de DSS proposto por Dahlgren e Whitehead.
Após levantar os determinantes sociais do adoecimento das o meio como os fatores contextuais originam as posições
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pessoas, é preciso viabilizar ações de melhoria da situação de saúde socioeconômicas, que são determinadas por outros fatores (renda,
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nas populações, sendo necessário reduzir: a exposição a fatores de educação, ocupação, classe social, etnia e gênero), aproximando-se
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sociais; e os potenciais danos ou consequências gerados por esses modelo de Dahlgren e Whitehead. Por outro lado, os determinantes
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Em 2010, a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais comportamentais e biológicos, os fatores psicossociais e o sistema
da Saúde da OMS reuniu todos os modelos anteriores, sintetizando- de saúde. Assim, os determinantes estruturais impactam na
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os em um modelo criado por Solar e Irwin que busca resumir dois saúde e no bem-estar das pessoas por meio de sua influência nos
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Para não confundir essa divisão de determinantes, você pode associar os determinantes intermediários
com seu arrependimento de ter sido o cupido (intermediário da ficada) de seu amigo, porque ele vai logo se
apaixonando. Memorize os 3P da paixão pelo ficante (Penso na Pessoa que Peguei).
• Penso: “minha mente”, fatores psicossociais.
• Pessoa: “o que a pessoa é”, seja porque escolheu ser (fatores comportamentais) ou por ter nascido ou
evoluído assim (fatores biológicos).
• Peguei: “pego o que é concreto”, circunstâncias materiais (moradia, alimento, etc.).
No modelo de Solar e Irwin, a coesão social e o capital social são os elos de ligação desses dois tipos de determinantes. Observe o
referido modelo a seguir:
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Figura 15: Modelo dos Determinantes Sociais da Saúde proposto por Solar e Irwin (adaptado de Garbois et al., 2017).
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A visão ampliada do processo saúde-doença proporcionada pelo modelo de DSS permite a operacionalização de um cuidado mais
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integral, com o reforço da importância da atuação interdisciplinar de modo que seja possível atender as necessidades físicas, emocionais
e sociais dos indivíduos, das famílias e das comunidades. Portanto, lembre-se de avaliar esses determinantes na sua prática clínica para
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origem e outros marcos históricos, como o Informe Lalonde e a Carta de Ottawa. Constatamos ainda questões sobre a diferença entre os
termos “Promoção da Saúde” e “Prevenção de Doenças”, as estratégias de prevenção discutidas por Geoffrey Rose, além das dimensões
de vulnerabilidade. Esses e outros temas foram discutidos somente no livro completo por serem mais raramente cobrados de modo geral!
Entretanto, saiba que já foram abordados por bancas como SUS-SP, Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (ES), além das
universidades federais de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo e, claro, poderão ser questionados por outras
bancas. Lembre-se, Estrategista, cada ponto pode fazer a diferença na sua aprovação e o atalho não é a certeza da vitória.
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s. https://estr.at/MAuK
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CAPÍTULO
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Wilza Vieira. Processo saúde-doença e promoção da saúde: aspectos históricos e conceituais / Health-illness process and health promotion:
conceptual and theoretical aspects. Rev. APS; 11(2)abr.-jun. 2008. Artigo em Português | LILACS, BDENF - Enfermagem | ID: lil-564397.
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Biblioteca responsável: BR378.1
4. AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. Prevenção de agravos, promoção da saúde e redução de vulnerabilidade. In: Martins MA, Carrilho
FT, Alves VAF, Castilho EA, Cerri GG, Wen CC (Eds) Clinica Médica, vol I Barueri: Manole, 2009. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/
pluginfile.php/5149317/mod_resource/content/1/AULA%202%20-%20texto%20leitura_AYRES%20-%20Preven%C3%A7%C3%A3o%2C%20
s.
Promo%C3%A7%C3%A3o%20da%20Sa%C3%BAde%20e%20Vulnerabilidade.pdf>. Acesso em: 8 mar. 2021.
5. AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita; CALAZANS Gabriela Junqueira; SALETTI FILHO Haraldo César, FRANÇA JR, Ivan. Risco,
vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. In: Campos G, Minayo MCS, Akerman M, Drumond Jr M, Carvalho YM,
organizadores. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Editora Fiocruz; 2006. p. 375-417. Disponível em: <https://renasf.fiocruz.br/sites/renasf.
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6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde / Ministério
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da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
7. BRASIL. Ministério da Saúde e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. Disponível em:
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8. BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 163-177, 2000. Disponível
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9. BUSS, Paulo Marchiori; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, Apr.
pi
28 abr. 2021.
10. CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa; MINAYO, Maria Cecília de Souza; AKERMAN, Marco; DRUMOND JUNIOR, Marcos; CARVALHO, Yara
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Maria de. Tratado de saúde coletiva. [S.l: s.n.], 2006. Disponível em: <https://renasf.fiocruz.br/sites/renasf.fiocruz.br/files/artigos/Tratado%20
de%20Saude%20Coletiva.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2021.
11. CARVALHO, Antonio Ivo de.; BUSS, Paulo Marchiori. Determinantes Sociais na Saúde, na Doença e na Intervenção. In: GIOVANELLA, Lígia
(Org.) Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008.
12. CEBALLOS, Albanita Gomes da Costa de. Modelos conceituais de saúde, determinação social do processo saúde e doença, promoção
da saúde / Albanita Gomes da Costa Ceballos. – Recife: [s.n.], 2015. 20 p. Disponível em: <https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/
ARES/3332/1/2mod_conc_saude_2016.pdf>. Acesso em: 7 mar. 2021.
13. CRUZ, Marly Marques da. Concepção de saúde-doença e o cuidado em saúde. Disponível em: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/
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Porto Alegre: Artmed, 2019.
19. JAMOULLE, Marc; ROLAND, Michel. Prévention quaternaire De Wonca world Hong Kong 1995 à Wonca world Prague 2013. Wonca world
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Prague [Internet]. 2013. Poster. Disponível em: <http://www.ph3c.org/PH3C/docs/27/000284/0000440.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2021.
20. JAMOULLE, Marc. Quaternary prevention: prevention as you never heard before (definitions for the four prevention fields as quoted in
the WONCA international dictionary for general/family practice). Atualização: 12 Jul. 2000. Disponível em: <http://www.ulb.ac.be/esp/mfsp/
quat-en.html>. Acesso em: 13 mar. 2021.
s.
21. LAFRAMBOISE, HL. Health policy: breaking the problem down into more manageable segments. Canadian Medical Association Journal.
1973 Feb;108(3):388-91 passim. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1941185/pdf/canmedaj01661-0123.pdf>.
Acesso em: 23 mar. 2021.
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22. LEAVELL, Hugh Rodney; CLARK, Edwin Gurney. Medicina preventiva., São Paulo: McGraw-Hill do Brasil; 1976. Disponível em: <https://
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edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5540760/mod_resource/content/1/Leavell%20%20Clark-niveis%20preven%C3%A7%C3%A3o.pdf>.
ub
23. MENDES, Eugênio Vilaça. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da
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