Logistica e Gestao Da Cadeia de Suprimen
Logistica e Gestao Da Cadeia de Suprimen
Logistica e Gestao Da Cadeia de Suprimen
CONCEITOS E DIFERENÇAS
Leandro Soares
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Professor do Curso de Logísica do Centro Universitário Augusto Mota (UNISUAM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
leandrosilva@unisuamdoc.com.br
RESUMO
Em ambientes de negócios cada vez mais complexos, caracterizados pela alta compeiividade
entre as empresas, elevado desenvolvimento tecnológico, a interdependência dos fenômenos
e a alta complexidade e velocidade das informações têm obrigado as organizações a voltarem
seus esforços ao aumento da eiciência para garanir a sua sobrevivência neste cenário voláil.
É neste contexto que se inserem a logísica e a gestão da cadeia de suprimentos, como sendo
alternaivas capazes de ajudar a empresa no alcance dos seus objeivos, garanindo a eiciência
e eicácia de seus negócios. Com isso, este trabalho tem por objeivo apresentar uma revisão
bibliográica destes dois assuntos, apresentando as principais diferenças entre eles.
1 INTRODUÇÃO
São inúmeros os desafios para as empresas inseridas no mercado, dentre eles: crises
econômicas, rápidas mudanças no mercado, e a percepção de uma forte necessidade
de adaptação no desenvolvimento de novos produtos às mais diferentes demandas do
mercado atual e aos consumidores. Associadas a estes, surgem novas dificuldades, tais
como mudanças constantes nas equipes de trabalho e o fato de que o conhecimento gerado
dentro de uma determinada área e/ou projeto não pode ser transferido facilmente para
outro (INGANAS et al., 1996).
O cenário é bem complexo, principalmente quando se observam as tendências para
mercados globais, tais como aumento da concorrência, mudanças tecnológicas e no meio
ambiente que implicam na necessidade conínua de desenvolver projetos para produzir inovação,
seja em processos, produtos, serviços e/ou estratégias (BERGIANE, 2008).
Desta maneira, as organizações começam a perceber que para sobreviver em um
ambiente extremamente voláil e concorrido é fundamental tornar-se eiciente. Esta eiciência
passa, obrigatoriamente, por uma gestão da cadeia de suprimentos de maneira eicaz e eiciente
(BERGIANE, 2008).
Para que a gestão da cadeia de suprimentos traga vantagens compeiivas para as
organizações faz-se necessário inicialmente conhecer seus conceitos básicos e suas principais
diferenças para a logísica.
Com isso, este arigo tem o objeivo de realizar uma revisão bibliográica acerca do
conceito da gestão da cadeia de suprimentos, abordando desde a sua origem e suas diferenças
com o conceito de logísica.
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2 A LOGÍSTICA
De acordo com Baumgardt (2002) o conceito de logísica, até os anos 50, esteve mais
ligado às aividades militares. A logísica foi incialmente desenvolvida pelos militares para
designar estratégias de abastecimento de seus exércitos, com intuito de que não houvesse falta
dos suprimentos. Material bélico, alimentos, vestuários adequados, medicamentos, em tempo
certo e quanidades certas, eram fundamentais.
Ainda de acordo com Baumgardt (2002), no período entre os anos 50 e 60 a logística
passou a ser vista a partir da distribuição física dos produtos. Na década de 70, as crises
do petróleo e a crise financeira internacional elevaram os custos logísticos de forma
dramática, o que provocou nas empresas uma busca por maior integração das atividades de
distribuição. A partir da década de 80 surge a logística integrada, com a ligação estratégica
entre Empresa, Cliente e Fornecedor. A integração cada vez maior da cadeia de suprimentos,
nos anos 90, é influenciada pela globalização dos mercados, pelo estilo de vida nos países
industrializados e, também, pelo crescente desenvolvimento da tecnologia da informação e
da comunicação.
Oliveira e Scavarda (2008) descrevem que o maior desaio da logísica é oferecer um
nível de serviço adequado por um custo que o cliente esteja disposto a pagar. Reforçam ainda
que, raramente, uma análise que considere os casos extremos, ou seja, contempla somente
o custo total mais baixo possível ou outra que considere apenas o melhor nível de serviço
consituirão por si próprias estratégias logísicas desejáveis. Há de se buscar o equilíbrio entre
esses dois aspectos.
Rushton et al. (1989 apud BAUMGARDT, 2002) deinem a logísica como o movimento
eiciente de produtos acabados do im da linha de produção para o consumidor e, em alguns
casos, abrange o movimento de matérias-primas da fonte de suprimento para o início da linha
de produção. Estas aividades incluem frete, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem,
controle de inventário, seleção de local de fábrica e armazenagem, processamento de pedidos,
previsão de mercado e serviço ao cliente.
Para uma simpliicação de análise, Dornier et al. (2000) esclarecem que o sistema logísico
pode ser dividido em dois segmentos: logísica de entrada e logísica de saída. A logísica de
entrada envolve o fornecimento de todos os materiais e componentes necessários para a
fabricação dos produtos; a logísica de saída engloba a forma como os produtos manufaturados
movem-se a parir da montagem inal, por meio da distribuição e armazenagem até as mãos
dos consumidores. A logísica de entrada, também denominada suprimento ísico, inicia no
fornecedor, passando pela fabricação dos componentes e indo até a montagem inal do produto.
A logísica de saída, também chamada de distribuição ísica, inicia no produto acabado, passando
pela distribuição e armazenamento, e inalizando no cliente.
Proissionais atuantes no ramo costumam dizer que a logísica é o braço operacional
do markeing. Essa airmação pode ser baseada no estudo de Bowersox e Closs (2004), que
apresentaram a existência da logísica para saisfazer as necessidades do cliente, facilitando as
operações relevantes de produção e markeing. Disponibilizar produtos e serviços no local onde
são necessários e no momento em que são desejados, ajudando a agregar um maior valor do
produto ao cliente pelo menor custo total. 47
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Fonte: Adaptado (BALLOU, 2006).
3 CONCLUSÃO
Dentre o objeivo proposto pelo arigo em questão, que foi de apresentar uma revisão
bibliográica dos conceitos de logísica e gestão da cadeia de suprimentos, foi possível demonstrar
os diferentes pontos de vista dos diversos autores mencionados.
É percepível que em todas as deinições de logísica a preocupação com a eiciência
dos processos internos é mencionada e enfaizada, destacando como a missão da logísica a
capacidade de atender os clientes nas quanidades, no local, no tempo e na qualidade acordada.
No que se refere aos conceitos trabalhados da gestão da cadeia de suprimentos, ica 51
evidente que a abordagem dos autores deixa de ter o foco simplesmente na eiciência operacional,
como ocorria na logísica, e passa a ser em toda a cadeia, visando à abordagem do negócio e
preconizando a integração dos diversos elos nos diferentes níveis da cadeia de suprimentos.
Apesar de haver alguma confusão entre os conceitos logísica e gestão da cadeia de
suprimentos, são percepíveis as diversas diferenças existentes, como o foco, que deixa de ser
puramente operacional e passa a ter uma visão de negócio em busca da relação ganha-ganha
entre todos os agentes da cadeia de suprimentos.
REFERÊNCIAS
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