Rodolfo Cesar Azevedo Palma
Rodolfo Cesar Azevedo Palma
Rodolfo Cesar Azevedo Palma
Melisse Eich
Orientador do trabalho
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
9
1 Introdução
2 Objetivos
3 Revisão da Literatura
A prevenção quaternária (P4) foi definida de forma direta e simples como a detecção
de indivíduos em risco de tratamento excessivo para protegê-los de novas intervenções
médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis (WONCA, 1973).
Sem dúvida, um dos fundamentos da medicina o primum non nocere (“primeiro não
prejudicar”), precisa estar em destaque para os profissionais refletirem sobre o conceito
da P4 diante de qualquer opção preventiva ou curativa, a invenção de doenças, o uso
irracional de antibióticos, entre outros. Portanto, há a necessidade de os profissionais se
apropriarem e terem uma leitura reflexiva das melhores evidências científicas, se valerem
de uma medicina protetora e promoverem um atendimento centrado no indivíduo (UFSC,
2016).
A amplitude e as exigências éticas, filosóficas e técnicas da sua incorporação à prática
médica desdobram-se em vários aspectos e exigem o domínio de uma série de técnicas, no
geral pouco conhecidas e manejadas pelos próprios médicos. Se por um lado a prevenção
quaternária se propõe a cuidar das pessoas longitudinalmente, por outro lado os médicos
de família e comunidade buscam resgatar e desenvolver a antiga medicina geral, ou clínica
generalista, que permite ao mesmo profissional a experiência de cuidar de um conjunto de
pessoas com diversos tipos de problemas de saúde, ao longo de grande tempo (GÉRVAS;
FERNÁNDEZ, 2006).
A conceituação de prevenção quaternária foi proposta no contexto clássico dos três ní-
veis de prevenção de Leavel & Clark, que classificava a prevenção em primária, secundária
e terciária (LEAVELL; CLARK, 1976).
Por sua vez, Jamoulle propôs a prevenção quaternária como um quarto e último tipo de
prevenção, não relacionada ao risco de doenças e sim ao risco de adoecimento iatrogênico,
ao excessivo intervencionismo diagnóstico e terapêutico e a medicalização desnecessária
(NORMAN; TESSER, 2009).
Vários são os exemplos de situações em que a balança entre benefícios e prejuízos pode
se desequilibrar para o segundo lado: excesso de programas de rastreamento, muitos deles
não validados; medicalização de fatores de risco; solicitação de exames complementares
em demasia; excessos de diagnósticos, com rotulagem de quadros inexplicáveis ou não
enquadráveis na nosografia biomédica, criando-se os pseudo diagnósticos tais como, sín-
drome de fadiga crônica, fibromialgia, cefaléias inespecíficas e dor torácica não cardíaca,
dentre outros, de que o mais amplo exemplo é o conceito de MUPS (Medically Unex-
plained Physical Symptoms) ou sintomas físicos não explicados pela medicina, que são
situações em que existem sintomas físicos e sem causa orgânica definida (MELO; SOUSA,
2011).
É importante destacar que a palavra é a maior ferramenta da prevenção quaternária, ao
14 Capítulo 3. Revisão da Literatura
explorando sinais de alerta (Red Flags), bem como o exame físico dire-
cionado, para fechar a fase de coleta de dados ou informações acerca do
problema (etapas Subjetivo e Objetivo do acróstico SOAP).
Manejo clínico: a seguir, o médico deve compartilhar a sua impressão
sobre o problema, para que juntos possam elaborar um plano terapêu-
tico. Nessa segunda fase é que as informações colhidas na primeira etapa,
referentes aos aspectos psicossociais e ocupacionais, ajudarão a contex-
tualizar e individualizar o plano terapêutico (etapas Avaliação e Plano
do acróstico SOAP) (NORMAN; TESSER, 2015, p. 3).
Entretanto, o método sugere primeiro finalizar a primeira etapa para depois mover-se
para a segunda (da mesma forma que se recomenda, em geral, respeitar a sequência do
SOAP em cada atendimento clínico).
Os médicos, em geral, tendem a solicitar mais exames complementares do que o ne-
cessário, ação que tem sérios e previsíveis efeitos colaterais. Como isso ocorre há muito
tempo, hoje é multiplicado pela pressão dos próprios pacientes. As características técnicas
dos testes diagnósticos realizados na população ou nos pacientes individuais necessitam
ser levados em conta, como especificidade e sensibilidade. Além disso, abusos comuns dos
médicos quanto à solicitação de exames complementares derivam de uma distorção de seu
raciocínio clínico.
Em decorrência disso, na medida em que há uma comum desproporção de explicativa
entre os eixos, com predomínio dos eixos semiológico e fisiopatológico, em quadros indi-
ferenciados, mais se necessita de uma abordagem dinâmica e maior deve ser o cuidado
para não causar danos aos pacientes, por meio de rotulação e/ou do uso desnecessário de
exames e medicamentos. Assim, quanto mais inespecíficos ou pouco enquadráveis forem
os sinais e sintomas e/ou quanto mais funcionais e/ou fisiológicas as possibilidades de
interpretação, maior o espaço para e maior a necessidade de uma abordagem dinâmica
e artesanal, que singularize mais e medicalize menos as queixas trazidas pelos pacientes
(NORMAN; TESSER, 2015).
Por sua vez, padronizar e sistematizar a solicitação de exames de rastreamento e
rotina pode prevenir a exposição do paciente a intervenções desnecessárias, com suporte
e segurança ao médico no processo de tomada de conduta, bem como diminuir os custos
para o sistema de saúde.
17
4 Metodologia
5 Resultados Esperados
Referências