NormFadiga 3
NormFadiga 3
NormFadiga 3
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho, 1792)
PROFESSOR:
CEL R-1 PAULO CESAR DAHIA DUCOS
Sumário
1 Objetivo 1
2 Normas técnicas 1
3 Termos e definições 1
4 Princípios 2
5 Corpo de prova 2
6 Dispositivo de ensaio 2
7 Geometria do Carregamento 3
9 Condições de ensaio 5
11 Relatório de ensaio 6
1 Objetivo
Esta norma interna especifica o método de ensaio dinâmico de fadiga para implantes
odontológicos endósseos e define as propriedades mecânicas que podem ser obtidas por
meio deste ensaio.
Este ensaio é particularmente útil na simulação dos carregamentos do meio oral e para
definir um parâmetro de comparação entre os diversos tipos de modelos de implantes.
2 Normas técnicas
ISO 1099, Materiais Metálicos – Ensaio de Fadiga - Método de Forças Axiais Contro-
ladas;
ISO 1942 (todas as partes), Vocabulário Odontológico;
ISO 4965, Máquinas de Ensaios de Fadiga em Carregamento Axial - Calibração de
Força Dinâmica - Técnica de extensiometria;
ISO 7500-1, Materiais Metálicos - Verificação Estatística de Máquinas de Teste Unia-
xial - Parte 1: Máquinas de Ensaio da Tensão/Compressão - Verificação e Calibração do
Sistema de Medição;
3 Termos e definições
A fim de definir e padronizar os conceitos e terminologia referente ao ensaio de fadiga
em implantes odontológicos, aplicam-se a esta norma as definições listadas na norma ISO
1942 e os seguintes.
Sistema de implantes odontológicos endósseos
2
4 Princípios
O ensaio consiste na aplicação de uma carga de compressão cíclica, geralmente até a
fratura, a fim de determinar o diagrama definido no item 3.
Em sistemas de implantes compostos de materiais os quais possam sofrer fratura por
corrosão, ou de materiais poliméricos, o ensaio deve ser realizado em meio normal salino
ou em solução fisiológica de nível médio. A temperatura dos fluidos de do corpo de prova
deve ser de 37 C ± 2 C durante o ensaio. Para os demais sistemas, o ensaio deve ser
conduzido a 20 C ± 0,5 C no ar. As condições ambientes devem ser documentadas e
justificadas.
5 Corpo de prova
Os ensaios devem ser conduzidos em corpos de prova representativos do produto final,
ou seja, passaram pelos mesmos processos de fabricação e esterilização que o produto
acabado.
Se o fabricante especificar que o implante deve ser esterilizado imediatamente antes
de sua aplicação no paciente, o condutor do ensaio deve, antes do ensaio, proceder com o
mesmo processo de esterilização indicado pelo fabricante .
Se houver indicação de que o processo de esterilização não tenha influência signifi-
cativa em nenhuma das propriedades mecânicas do conjunto implante/componentes, a
esterilização anterior aos ensaios pode ser dispensada.
No caso de o implante não ser um corpo único, as partes constituintes do implante
multi-partes devem ser montadas de acordo com sua utilização afim. Toda a montagem do
implante deve ser conduzida estritamente conforme determinado por seu(s) fabricante(s).
Se algum componente do implante multi-partes estiver disponível em várias dimensões
e/ou configurações, deve-se conduzir o ensaio considerando o caso crítico dentro do uso
recomendável. A escolha da montagem do implante deve ser justificada e documentada.
6 Dispositivo de ensaio
O dispositivo de ensaio de fadiga deve ser capaz de:
- Aplicar a carga cíclica definida nas normas de ensaio (ISO 7500-1 e ISO 4965) com
um erro não menor do que ± 5 % na carga máxima;
- Aplicar o carregamento periódico de acordo com a frequência prescrita no método
de ensaio;
- Monitorar valores de cargas máximas e mínimas, bem como a frequência, de um
carregamento aplicado;
- Registrar o número de ciclos de carregamentos realizados durante o ensaio.
3
7 Geometria do Carregamento
A força de carregamento F, vide figuras 1 e 2, deve ser aplicada de forma que: - não
ocorra contração lateral; - o centro de carregamento esteja bem definido, a fim de calcular
o valor do braço de momento, y.
Para sistemas de implantes sem pré-ângulos nas conexões protéticas, o carregamento
deve ser realizado como exposto na figura 1. Neste caso, o implante deve ser apertado de
tal forma que seu eixo central faça um angulo de 30±2º com o eixo de aplicação da força
de carregamento. O centro de carregamento C deve estar localizado no eixo central do
implante, a uma distância l do nível do suporte do corpo de prova.
Caso o implante seja muito longo, de maneira que a condição de l=11mm não possa
ser atendida, um valor superior de l deve ser utilizado. A escolha do valor de l deve ser
justificada e documentada.
A força de carregamento, F, deve ser aplicada por um membro hemisférico rígido,
de maneira que esta esteja distribuída em uma superfície de contato hemisférica com a
superfície livre do sistema de implante.
O dispositivo de carga deve possuir seção transversal normal à direção de aplicação
da carga. Além disso, deve ter movimentos restringidos à direção de carregamento, a fim
de não haver diminuição da componente de força normal ao ponto de contato dispositivo-
membro hemisférico.
A restrição de movimentos transversais deve ser atingida por meio da utilização de
junção universal entre o dispositivo de carregamento e a máquina de ensaio. Tal junção
deve estar localizada a 50 mm da superfície livre do membro hemisférico.
Ao fim de cada ensaio, deve-se inspecionar visualmente o dispositivo de carregamento
e o membro hemisférico, à procura de deformação permanente. Caso isto ocorra, o com-
ponente danificado deve ser substituído e o ensaio refeito.
No caso de implantes sem simetria rotacional em relação ao eixo central, a geometria
de carregamento deve ser escolhida de maneira que a condição de ensaio seja crítica. A
escolha da geometria de carregamento deve ser documentada e justificada.
5
9 Condições de ensaio
O ensaio de fadiga deverá ser conduzido com aplicação de carga unidirecional. A
variação da carga deve ser sinusoidal entre um valor de tensão compressiva máximo em
módulo e 10% deste valor. A frequência do ciclo de carregamento deve ser inferior a 15
Hz para ensaio no ar. Para ensaios no meio líquido a frequência do ciclo de carregamento
deve ser inferior a 2 Hz.
Deve-se ensaiar corpos de prova (no mínimo três) com tensões inferiores à tensão
máxima e verificar se não há falha. Estes pontos não devem compor o diagrama.
Ao fim dos ensaios deve-se medir a distância do centro de aplicação de carga à seção
transversal de falha.
A figura 3 esboça um exemplo de diagrama de carga, sendo LF o valor de máxima
carga resistida e nF o número de ciclos definido para o ensaio.
11 Relatório de ensaio
O relatório deve conter no mínimo:
a) Referência a esta norma;
b) Identificação do sistema de implante, a constar:
- tipo do corpo do implante;
- tipo de conexão protética, fabricantes;
- número de série e do lote dos produtos ensaiados, materiais constituintes dos produtos
ensaiados, especificando tratamentos superficiais, revestimentos e outros processos;
- dimensões do corpo do implante da conexão protética,especificando a pré-angulação,
se houver;
- descrição das interfaces entre as peças componentes do sistema endósseo;
c) Localização do nível ósseo para o sistema de implante. Caso não seja especificado,
justificar a escolha da montagem experimental;
d) No caso de implante multi-partes, descrever cada parte, assim como os torque que
eventualmente sejam necessários para compor o sistema;
e) No caso de implantes com partes com dimensões variáveis, a razão da escolha das
partes para o ensaio;
7