Processos de Fabricação Mecânica e Metrologia
Processos de Fabricação Mecânica e Metrologia
Processos de Fabricação Mecânica e Metrologia
Fabricação
Mecânica e
Metrologia
PROFESSORES
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues Galan Designer Educacional Antonio Eduardo Nicácio e Jociane Benedett
Revisão Textual Ariane Andrade Fabreti e Meyre Aparecida Barbosa Editoração André Morais de Freitas Ilustração
Welington Vainer e Bruno Pardinho Realidade Aumentada Maicon Douglas Curriel Fotos Shutterstock.
FICHA CATALOGRÁFICA
Impresso por:
CDD - 22 ed. 389.10
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-369-8
Reitor
Wilson de Matos Silva
MINHA HISTÓRIA
MEU CURRÍCULO
Quando eu tinha dez anos de idade, na escola onde eu
estudava, havia um colega de sala que se sentava na
carteira atrás da minha. Ele tinha um caderno em cuja
capa tinha a foto de uma bicicleta de corrida, lindíssima
por sinal. Todos os dias eu pedia a ele para ver o cader-
no. Ficava durante minutos admirando aquela máqui-
na da engenharia cheia de detalhes e peças delicadas.
Naqueles momentos, eu pensava: Quando eu crescer,
vou ter uma dessas! O tempo foi passando e, três anos
mais tarde, consegui ganhar do meu pai uma bicicleta,
com um conceito diferente daquele, mas que era muito
legal. Começava aí a paixão pelo ciclismo. Eu não via a
hora de ir para a escola só para pedalar, ou mesmo, para
chegar o fim de semana, para sair de bicicleta com os co-
legas. Mas havia algo mais nesta história, algo que mais
tarde faria parte da minha formação profissional. Eu
comecei a me perguntar o porquê de cada peça, como:
as marchas, os materiais de que eram fabricadas as
diferentes peças, a posição dos componentes etc. Aos
Aqui você pode poucos, fui me tornando seletivo, detalhista e, quando
conhecer um avistava uma bicicleta, de longe, já poderia dizer quais
pouco mais sobre
eram as peças e fabricantes. Comprava revistas sobre
mim, além das
informações do bicicletas e procurava desmontar tudo para ver como
meu currículo. era o funcionamento e como manter a melhor forma
possível. Posso dizer, hoje, que já se passaram 27 anos e
isso ainda continua a ser feito. Bicicletas após bicicletas
eu ainda pedalo, estudo e analiso cada tecnologia que
está ao meu alcance, sempre tentando entender o por-
quê de cada material, formato, alinhamento, tecnologia
etc. Analiso cada relação de transmissão entre diferentes
marchas para decidir qual a melhor para cada situação,
desempenho, distância, velocidade, grau de exigência,
massa, tempo de manutenção, tipos de lubrificantes, ti-
pos de terreno etc. com gráficos e projeções que podem
responder a muitas perguntas sobre minha prática no
ciclismo e sobre a Engenharia das bikes. Gosto de afir-
mar que, quando pedalo, meus pensamentos atingem
um nível mais elevado e passo a raciocinar de maneira
mais criativa. Na estrada, somos todos iguais, pois es-
tamos sujeitos as mesmas dificuldades, afinal, subida é
subida, não importa o que você tenha de equipamento,
terá que se esforçar para vencer aquele desafio, e cada
morro ultrapassado uma vitória é somada. Naquele am-
biente, resta apenas a humildade, não há espaço para
mais nada.
É assim que vivo parte dos meus momentos, peda-
lando e contemplando a natureza, sempre curioso por
saber como funcionam as coisas e me esforçando para
vencer as ladeiras da vida, buscando aprender a humil-
dade, a fazer algo de novo para melhorar a cada dia, pois
a subida da vida é implacável.
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo
Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os
recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das
possibilidades de interação de cada objeto.
RODA DE CONVERSA
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode
sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido
PENSANDO JUNTOS
EXPLORANDO IDEIAS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre
os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Quando você está em casa ou no trabalho e olha ao redor vê uma série de objetos que
foram fabricados por algum tipo de processo industrial, desde os pneus do seu carro
até a escova de dentes que utiliza todos os dias, e, certamente, já se perguntou como
são fabricados cada um desses objetos. Você sabe como funcionam os processos de
fabricação responsáveis por produzir as garrafas plásticas que armazenam os alimentos
disponíveis na maioria dos supermercados pelo mundo?
No mundo em que vivemos as pessoas precisam acessar informações o tempo todo
e utilizam, com frequência, os smartphones para isso, porém, nem sempre sabem como
este item de consumo foi fabricado e quantas operações diferentes foram realizadas
para que você possa deslizar e clicar na tela colorida e navegar no seu app favorito.
Muitas aplicações industriais exigem (além de materiais plásticos) o uso de metais e ligas
metálicas com características específicas para cada aplicação, algumas mais flexíveis e
outras mais duras, mas cada uma servindo a diferentes objetivos.
Você sabe como é possível produzir estes diferentes tipos de materiais metálicos e
como os processos de fabricação funcionam para que os objetos de consumo atendam
às expectativas de seus consumidores?
Os produtos que consumimos, na atualidade, são produzidos por processos de
fabricação que interagem, diretamente, com as características de cada material pro-
cessado com objetivo de produzir como resultado um produto que corresponda ao
projeto oriundo de um desenho mecânico, por exemplo. Para a produção de produtos
com matérias-primas plásticas (polímeros) são utilizados processos capazes de condi-
cionar os polímeros em moldes, de modo que este assuma sua forma e, ao final, seja
produzida uma embalagem ou peça automotiva, por exemplo, em grandes escalas de
quantidade capazes de atender às demandas de consumo elevadas, como no caso de
garrafas PET, produzidas para o envase e armazenamento de bebidas.
Cada operação que envolve a manipulação de polímeros requer tratamento espe-
cífico que depende da utilização do mesmo e de suas características, assim, este livro
mostra como ocorre este processo para que você, estudante, entenda os princípios
que permitem a fabricação do plástico que está na embalagem da garrafa descartável
de água ou refrigerante, nas tubulações de água da sua residência ou mesmo no cabo
de sua escova dental, por exemplo.
Quanto aos metais, sabemos que esta é uma ciência muito antiga. Basta assistir a
um filme que retrata os tempos da Antiguidade e você poderá ver que, naquela época,
já existiam armas (espadas, lanças, machadinhas etc.) feitas em metal, além, é claro,
das armaduras e elmos dos combatentes que eram feitos em metal para sua proteção.
Portanto, é uma tecnologia dominada pela humanidade há muito tempo.
A indústria está sempre se reinventando. Observando ao seu redor, em sua casa,
selecione dez objetos que foram fabricados por processos de manufatura industriais e
que você utiliza todos os dias. Pode ser desde a sua escova dental, a panela que utiliza
para preparar seus alimentos, a torneira que utiliza para lavar as mãos, eletrodomésticos
de uso comum, como fogão, geladeira, aparelho de micro-ondas e televisão ou qualquer
outro exemplo dentro desta linha de exemplos. A partir deles, faça uma reflexão acerca
de cada item e responda quais tipos de materiais, predominantemente, são utilizados
para sua fabricação e, para cada caso, desde plásticos até metais, responda como se
dá o grau de complexidade de cada processo necessário para a sua obtenção. Como
você imagina ser possível fabricar todos estes itens? Se fosse para você fabricar todos
eles, tente definir quantas operações seriam necessárias para obter cada objeto.
Como seria possível ter acesso a uma escova dental se não houvesse os processos
de fabricação de plástico? Os procedimentos médicos, incluindo sondas, cirurgias e
demais atividades da medicina seriam possíveis sem a existência dos processos de
fabricação de objetos plásticos e metálicos? Como seria possível a construção de edifi-
cações sem os processos de fabricação de aço para a composição do concreto armado?
Será que teríamos água potável com isenção de contaminantes ou mesmo alimentos
comercializados com qualidade preservada sem o uso de metais e plásticos? Como
seria o conforto de nossas vidas se não tivéssemos acesso aos processos de fabricação
mecânica de plásticos e metais?
Neste livro, estudaremos como é possível produzir os materiais que são tão impor-
tantes para nossas atividades e nosso avanço tecnológico, pois os metais e os plásticos
são a base para a fabricação da maior parte dos itens de consumo da humanidade.
Além disso, mostraremos como ocorrem os processos que permitem a fabricação
dos principais elementos dos maquinários necessários à produção das máquinas que
utilizamos ao conformar metais a fim de obter as características desejadas pelos seus
respectivos projetos. Sejam alimentos, roupas sejam combustíveis, a produção destes
itens depende dos metais e polímeros.
Cada máquina em uma indústria que depende de alimentação elétrica, de alguma
forma, automaticamente, depende de plásticos e metais, pois os condutores elétricos
são metálicos e sua isolação é composta de plástico. Os equipamentos que utilizamos
em nossos dias, seja em casa seja no trabalho, reúnem capacidades de comunicação e
processamento de dados, como no caso dos smartphones e computadores. Tecnologias
que dependem de metais e plástico.
O conhecimento dos processos de fabricação mecânica e metrologia permite a você
entender como é possível produzir peças sólidas a partir da usinagem, da fundição e
outros métodos que possibilitam a produção de elementos complexos e viáveis dentro
da indústria, além de utilizar métricas importantes para conduzir o controle de qualidade
e parâmetros referenciais com o uso da metrologia que mensura aspectos dimensionais
e quantidades fundamentais para a gestão do processo industrial.
Os processos de fabricação mecânicos são necessários para condicionar os políme-
ros, por exemplo, em etapas de injeção em moldes para produzir muitas peças com as
mesmas características, como embalagens para bebidas e alimentos em geral, peças
automotivas, gabinetes de eletrodomésticos etc. Além dos processos que envolvem
os plásticos, temos os processos que viabilizam a produção de metais, utilizados para
condicionar os metais ao uso em aplicações onde é necessário realizar usinagem ou
conformação para atribuir as características necessárias ao uso em ambientes, como
veículos leves ou pesados, ferramentas, smartphones, computadores etc.
Com os conhecimentos que adquirirá, ao longo desta disciplina, poderá realizar uma
análise acerca dos diferentes materiais que conhecemos, presentes em nossa vida,
e imaginar quais os processos de fabricação mecânicos seriam necessários para sua
produção. Ficou curioso? Continue se aprofundando em nosso conteúdo.
CAMINHOS DE
APRENDIZAGEM
1
13 2
37
O PROCESSO DE O PROCESSO DE
FABRICAÇÃO FABRICAÇÃO POR
USINAGEM
3
65 4
85
O PROCESSO DE A METALURGIA
CONFORMAÇÃO DO PÓ
MECÂNICA
5 101 6
119
COMANDO NUMÉRICO PROCESSO DE
COMPUTADORIZADO FABRICAÇÃO
POR FUNDIÇÃO
7
143
8
175
PROCESSO INTRODUÇÃO
DE SOLDAGEM À METROLOGIA
9
199
METROLOGIA
NA INDÚSTRIA
1
O Processo de
Fabricação
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
Você sabe a diferença entre os materiais plásticos que compõem uma garrafa PET e o gabinete de uma
impressora? Por que o material da garrafa de refrigerante é tão maleável e do gabinete da impressora
é tão rígido?
Observe, em seu entorno, todos os produtos industrializados que estão ao seu alcance e aqueles dos
quais você pode se lembrar. Classifique-os definindo quantos contêm algum tipo de metal ou plástico
em sua composição. A resposta será: a maioria.
Os materiais plásticos atendem às diferentes necessidades contemporâneas, com soluções que vão
desde o armazenamento de alimentos à transmissão de fluidos, a frenagem de eixos em movimento
ou o amortecimento de impactos ocasionados pela operação de máquinas com partes móveis, além
de diversos outros exemplos que tornam esta categoria de materiais uma das mais versáteis de todos
os tempos na indústria mundial.
Quando analisamos uma garrafa PET, estamos diante de um recipiente com tecnologia capaz de
viabilizar o armazenamento e o transporte de alimentos. Graças às suas características estruturais, é
capaz de se moldar ao formato desejado e suportar as condições de esforço mecânico (pressão interna
exercida pelo fluido armazenado, manipulação, transporte, variações de temperatura etc.), contami-
nação etc.
Também devemos nos lembrar de que quando tomamos um banho ou lavamos as mãos, certa-
mente, estamos utilizando materiais plásticos, utilizados na fabricação dos tubos e das conexões que
transportam o líquido até nossos chuveiros e nossas torneiras, suportando os diferentes regimes de
escoamento, variações de temperatura e pressão, que podem ocorrer ao longo do uso, por longos pe-
ríodos de tempo, sem alterar as características da água que passa por suas paredes.
Além dos materiais considerados plásticos, temos os materiais metálicos, que compõem uma sig-
nificativa parcela dos tipos de materiais utilizados, na maior parte de nossas atividades e produtos.
Sua composição define a capacidade de aplicação em determinadas máquinas ou processos, condicio-
namento ou conformação, características que permitem a fabricação de produtos que a humanidade
utiliza em grande escala, como veículos (carros, motos, caminhões, aviões, navios etc.), ferramentas,
tecnologia, energia elétrica, construção civil etc.
Os diferentes tipos de materiais plásticos e metálicos possibilitam o conforto e as facilidades do
mundo moderno.
14
UNIDADE 1
Agora, podemos pensar sobre os materiais plásticos e metálicos em torno da fabricação de um carro,
não importa a marca ou o modelo, apenas identifique as diferentes peças predominantes e seu material
constituinte. Observe, com cuidado, a forma com que foram produzidas.
Faremos uma relação de dez itens que podemos classificar como fabricados em material plástico e
em metal, associado a cada item, sua função, conforme o exemplo do Quadro 1.
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O objetivo desta classificação é pensar a respeito da responsabilidade que cada peça de um carro tem
em sua função e qual material, normalmente, é utilizado para suportar tal carga ou regime de serviço.
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UNICESUMAR
Atualmente, nossa vida é cercada de confortos que nem sempre foram tão abundantes assim, como
as embalagens dos alimentos, os dispositivos eletrônicos que possibilitam a comunicação entre as
pessoas e cabem dentro do bolso. Tudo isso foi possível por conta do desenvolvimento de materiais
tecnológicos e dos processos de fabricação mecânica.
Você já parou para pensar se não houvesse os materiais plásticos, como seria possível fabricar tantos
itens que consumimos, desde alimentos, roupas, veículos, até mesmo os smartphones? Será que pode-
ríamos ter acesso à energia elétrica em nossas casas e cidades? Como faríamos para armazenar a água
que precisamos para viver, livre de qualquer contaminante e armazenada por longo período de tempo?
Será que sem os materiais plásticos e metálicos teríamos à nossa disposição os tão utilizados veículos
que transportam as cargas e as pessoas? E quanto aos computadores? Será que teríamos acesso a um
computador sem essas maravilhas da tecnologia? Até mesmo para manter a segurança e a soberania
de nossa nação, como seriam as armas sem os metais e plásticos?
Certamente, sem estes materiais plásticos retornaríamos para um tempo muito remoto, onde a
humanidade carecia de assistência básica em diversas áreas, e a vida era muito mais difícil.
DIÁRIO DE BORDO
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UNIDADE 1
Os materiais plásticos, nome popular dos polímeros, palavra que possui sua origem no vocabulário
grego, em que poli πολύ (muitos) e meros μέρος (partes). Um polímero é a união de muitas mo-
léculas, logo, poli-meros, daí Polímeros. Uma macromolécula é uma estrutura com características
específicas dado ao grande volume de átomos que a constitui de maneira encadeada, que pode chegar
a um número muito elevado, geralmente, acima de uma centena. Essa macromolécula, formada por
um composto de unidades estruturais que se repetem, é denominada meros e é obtida, por meio de
uma reação química que ocorre em um dado composto, formando um novo composto, designado
polímero, conforme mostrado na Figura 1.
H H H H H H H H H H
C C C C C C C C
C C H H H H H H H H
H H
Mero
Monômero Polímero
H
H
C
C
H
H
Figura 1 - Exemplo de ligação das moléculas de um polímero / Fonte: Demarquete ([S.d.], p. 6).
Descrição da Imagem: Descrição: a imagem mostra ligações entre átomos de carbono e hidrogênio, formando o
monômero, o mero e o polímero.
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UNICESUMAR
Tão importante quanto conhecer os processos de transformação dos polímeros, é conhecer sua estru-
tura, pois esta afeta, particularmente, os processos de fabricação e transformação e interfere em todas
as propriedades físico-químicas e mecânicas. Formados em sua base por átomos de carbono, portanto,
são considerados materiais orgânicos com um ou mais elementos e são divididos em três classes: os
termoplásticos, os termorrígidos e os elastômeros.
Os termoplásticos, ou polímeros termoplásticos, são materiais sólidos à temperatura ambiente
e se tornam líquidos quando são aquecidos.
Descrição da Imagem: ligações entre os átomos de um polímero, mostrando as ligações simples e as duplas.
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UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a imagem mostra pequenas partículas de polímeros com dois condutores encapados, dispostos
sobre eles para ilustrar a utilização dos polímeros na isolação elétrica.
Existe uma crença de que o Kevlar também é útil contra armas brancas, mas isso não passa
de mito. O tecido é capaz de resistir muito bem a impactos, principalmente de armas de fogo,
entretanto materiais cortantes conseguem inutilizar esta característica, rasgando o traje com
facilidade.
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UNICESUMAR
Linear Ramificada
Retículada Rede
Figura 4 - Estruturas moleculares ramificadas
Descrição da Imagem: a imagem mostra quatro tipos de estruturas de polímeros, onde temos os tipos linear, rami-
ficada, reticulada e em rede, em que há ligação entre os átomos.
Os polímeros da classe dos termorrígidos são duros e frágeis, a parte plástica de uma impressora ou de
um computador, por exemplo, ou como os espelhos dos disjuntores de uma tomada elétrica. Contudo
possuem grande capacidade de suportar temperaturas mais altas. Entre os termorrígidos mais utilizados,
podemos citar as resinas amínicas, utilizadas em pratos e como revestimento de mesas fabricadas de
laminados. Possuem o nome comercial de fórmica. Outro termorrígido é a resina epóxi, que tem como
base a epicloridrina, possui excelente resistência mecânica, boa aderência, além de resistência térmica e
química. É muito utilizado em revestimentos de tanques e pisos industriais.
O fenol é outro polímero termorrígido. O mais importante é o fenol-formaldeído, que possui boa esta-
bilidade térmica e é muito utilizado em sapatas de freio e discos abrasivos. A terceira classe dos polímeros
é a dos elastômeros cuja principal característica é a capacidade de resistir a grandes deformações elásticas
quando submetidos a tensões baixas. Os elastômeros são mais conhecidos como borrachas e podem ser
divididos em borrachas naturais e sintéticas. As borrachas naturais, no campo da engenharia, possuem
alta resistência ao rasgamento quando vulcanizadas, além de uma excelente capacidade de resiliência
e resistência ao desgaste. Contudo possuem uma restrição quando expostas a temperaturas mais altas.
Nesta divisão de borracha natural, estão os pneus dos automóveis, os absorvedores de impactos e
o solado dos calçados. No caso das borrachas sintéticas, estas, basicamente, se desenvolveram durante
os períodos de guerra, quando a obtenção de borracha natural se tornou escassa. Entre os vários tipos
de borracha sintética, pode-se destacar as borrachas de cloropreno, comercialmente, conhecidas como
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UNIDADE 1
Neoprene, que, devido à sua grande capacidade de resistência a óleos, intempéries e altas temperaturas,
possuem valor maior na hora da compra. São utilizadas em grande escala para a fabricação de man-
gueiras de combustíveis, correias transportadoras e juntas de vedação.
A injeção de plástico é muito utilizada nos dias atuais e tem sua origem datada há muito tempo.
Alguns autores falam do surgimento em meados de 1872, com a patente fornecida aos irmãos John e
Isiah Hyatt, que a usaram para moldar celuloide, nos Estados Unidos, utilizando um conceito derivado
dos processos de fundição dos metais.
Descrição da Imagem: nesta imagem, temos alguns exemplos de objetos fabricados pelo processo de injeção plástica
- utensílios domésticos: copos, garfos, colheres, pratos e xícaras nas cores verde, amarelo, vermelho e azul.
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UNICESUMAR
O mesmo John Hyatt também introduziu o conceito de moldes com múltiplas entradas ou cavidades,
em 1878. Em 1920, na Alemanha, iniciou-se a moldagem por injeção de termoplásticos. Com o pas-
sar dos anos, novas tecnologias começaram a ser utilizadas, o que permitiu que o processo de injeção
se tornasse, economicamente, viável. Paralelamente a este avanço, as máquinas injetoras também se
desenvolveram, similarmente.
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma máquina injetora de plástico com o molde fechado e o atuador hidráulico
que aciona a abertura e o fechamento do mesmo.
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UNIDADE 1
Motor
elétrico
Bomba
hidráulica
Figura 7 - Partes de uma máquina injetora de plástico / Fonte: Cruz (2012, p. 45).
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UNICESUMAR
namente, por meio de canais. Este arrefecimento exige controle, o que se consegue por meio de canais
dispostos ao redor da cavidade, localizados de maneira geométrica, de forma que a temperatura seja
sempre a mais uniforme possível. O líquido arrefecedor, normalmente água, mantém todo o corpo do
molde com temperatura igual e uniforme, imprescindível ao bom desempenho do processo.
A partir desta etapa de nosso livro abordaremos os metais e suas ligas, assunto de extrema impor-
tância e que forma conceitos necessários para o entendimento das próximas unidades.
Entre os materiais utilizados na engenharia, os metais fazem parte de uma grande porcentagem, senão
a maior. Encontrados na natureza como minérios, os metais são, frequentemente, usados nos processos de
fabricação, aparecendo, quase sempre, em forma de ligas denominadas metálicas. Para receber esta deno-
minação, uma liga deve ser composta de dois ou mais elementos, sendo, pelo menos, um destes de origem
metálica, como explica Groover
(2016). Com exceção do mercú-
rio, todos os outros metais são
encontrados no estado sólido à
temperatura ambiente e podem
ser divididos em dois grupos
básicos: os metais ferrosos e os
metais não ferrosos. Esta divisão,
que fique claro, também é apli-
cada às ligas metálicas.
Diz-se que um metal ou uma
liga metálica é ferrosa quando
seu elemento base é o ferro (Fe).
Este é encontrado na natureza
e não tem muita aplicabilidade
sozinho, sendo de uso limitado. Figura 8 - Pedra de minério de ferro
Ao adicionar carbono (C) à sua liga, contudo, sua industrialização passa a ser maior. Duas importan-
tes ligas metálicas se incluem neste grupo, o aço e o ferro fundido. O aço (Fe+C) é uma liga metálica
formada por ferro (Fe) e uma porcentagem entre 0,02% a 2,11% de carbono (C). Considerada a mais
importante categoria dos metais ferrosos, sua aplicabilidade é imensurável, visto que esta liga ainda
pode conter outros elementos que, em conjunto, alteram e/ou melhoram suas propriedades. De maneira
geral, os aços são fabricados a partir do ferro gusa, acrescentando-se elementos de liga, o carbono (C)
principalmente, e outros também, como fósforo (P), silício (Si), manganês (Mn), cromo (Cr), níquel
(Ni) e molibdênio (Mo), por exemplo. Esta característica torna o aço uma liga com centenas de com-
posições químicas e vasta aplicabilidade comercial.
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UNIDADE 1
Os aços-carbono comuns, por exemplo, são aços que possuem o carbono (C) como elemento
principal da liga e outros elementos apenas como residuais. O teor de carbono influencia, diretamente,
na resistência mecânica destes aços, assim como na sua dureza. Este teor de carbono (C) é medido
em termos percentuais e são divididos em três categorias. Os aços com baixo teor de carbono (C),
conhecidos, popularmente, como aços doces, possuem, comumente, volumes abaixo de 0,20% de car-
bono. Este baixo percentual faz com que esses aços tenham grande aplicabilidade, por serem de fácil
conformação, alta tenacidade e alta ductilidade. Contudo sua resistência mecânica não é elevada, bem
como sua dureza, o que limita seu uso em alguns casos. Possuem boa soldabilidade e boa usinabilidade.
Os veículos automotores são fabricados com chapas deste tipo de composição química.
Há, também, os aços com médio teor de carbono (C). Também com aplicabilidade em diversas
áreas, têm o teor de carbono (C) entre 0,20% a 0,50%, normalmente, usados quando se requer resis-
tência mecânica um pouco maior, como em motores automotivos. Sua conformação exige um pouco
mais de trabalho, não sendo tão facilmente usinados. Seu percentual de carbono (C) permite que esses
aços sejam tratados, termicamente.
Por fim, outra categoria, a dos aços de alto teor de carbono (C). Com percentual superior a 0,50%
de carbono (C), esses aços possuem grande resistência mecânica e elevada dureza. Sua usinabilidade
não é fácil, sendo necessárias, quase sempre, ferramentas de corte especiais. Sua aplicabilidade, assim
como outras características, é diminuta. Sua conformação mecânica segue a mesma linha. São, popu-
larmente, conhecidos como aços duros, e seu teor de carbono (C) pode chegar até a casa de 0,85% a
0,90%. São utilizados na fabricação de molas, peças com resistência ao desgaste e em ferramentas de
corte, entretanto este elevado teor de carbono (C) faz com que estes aços se tornem pouco dúcteis.
Todo aço-carbono é identificado por um sistema de quatro dígitos, no qual os dois primeiros
distinguem o aço-carbono, e os outros dois a porcentagem de carbono. Assim, um aço 1030
possui 0,30% de carbono em sua composição.
Os aços de baixa liga também fazem parte das ligas de aço. Normalmente, são encontrados com per-
centuais de outros elementos na faixa de 5%, o que contribui muito em suas propriedades mecânicas.
Entre os elementos mais comuns estão o cromo (Cr), que melhora a resistência ao desgaste e sua du-
reza, sendo que, quando inserido na liga em teores elevados, torna o aço mais resistente à corrosão. O
manganês (Mn) também é outro elemento bem comum de ser encontrado nas ligas de baixo carbono,
aumentando sua resistência e dureza. O molibdênio (Mo) aumenta a tenacidade e melhora a resistência
ao desgaste. O níquel (Ni) também integra a lista de elementos e melhora a resistência mecânica e a
tenacidade. É um elemento que tem papel interessante em alguns aços inoxidáveis.
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UNICESUMAR
Os aços inoxidáveis são outra categoria de aços, preparados para possuir resistência à corrosão.
Seu principal elemento de liga é o cromo (Cr), com teor superior a 15%, que, na presença de um oxi-
dante, forma uma camada super fina de óxido impermeável, protegendo a superfície do metal. Pode-se
incluir o níquel (Ni) na composição química dos aços inox, pois aumenta ainda mais sua resistência à
corrosão. Além de ser bom em ambientes corrosivos, o inox possui resistência, ductilidade e tem valor
comercial mais alto do que os outros aços citados anteriormente. Sua denominação difere dos aços
carbono, sendo formada por três dígitos, sendo o primeiro a indicação do tipo geral do aço inox e os
outros dois a especificação de sua classe.
Temos, também, os aços ferramentas, uma classe de aços especiais com teor elevado de carbono
(C), utilizados, principalmente, como ferramentas de corte por possuírem elevada dureza e resistência
ao desgaste, além de serem tenazes. Em geral, são tratados, termicamente.
Outra liga metálica ferrosa que tem grande utilidade no cotidiano é o ferro fundido. Formado
por ferro (Fe) e carbono (C), com porcentagem superior a 2,11%, é muito comum em processos de
fundição, sendo apenas menor que a produção de aço. Entre as ligas de ferro fundido mais comuns
está o ferro fundido cinzento, com composição química que varia entre 2,5% a 4% de carbono (C) e
1% a 3% de silício (Si). Possui boa resistência ao amortecimento de vibração e baixa resistência quando
usinado, devido a ser lubrificado internamente. Sua resistência à tração, de acordo com a “American
Society for Testing and Materials – ASTM”, pode ser superior a 207 MPa.
Há também o ferro fundido nodular, que possui composição química semelhante ao ferro fundido
cinzento, contudo é mais resistente e mais dúctil. O ferro fundido branco é outro tipo de ferro fun-
dido muito utilizado, possui em sua composição química menos carbono (C) e menos silício (Si), o
que o torna mais duro e frágil quando exposto a taxas de resfriamento muito elevadas, com excelente
resistência ao desgaste.
As ligas de ferro fundido possuem grande influência do elemento químico silício (Si), encontrado
com porcentagem superior até mesmo do próprio carbono (C) nestas ligas. Não raramente, as
ligas de ferro fundido são denominadas ligas ternárias de Fe+C+Si.
Com importância incomparável no campo comercial, estas duas ligas, os aços e os ferros fundidos,
formam, juntas, 75% do peso de todo o metal empregado no mundo (GROOVER, 2016). Os metais não
ferrosos são aqueles metais e/ou ligas metálicas que não possuem o ferro (Fe) como elemento principal
em sua composição. Neste grupo dos metais não ferrosos, estão os metais e as ligas metálicas formadas
por alumínio (Al), cobre (Cu), ouro (Au), magnésio (Mg), titânio (Ti) e zinco (Zn), por exemplo.
26
UNIDADE 1
Particularmente, as ligas metálicas não ferrosas não possuem resistência, como os aços, entretanto
outras propriedades as tornam tão competitivas como os aços. O alumínio (Al) é um exemplo. Assim
como o magnésio (Mg), é muito leve e abundante na Terra, embora a extração de ambos não seja
tão fácil. No caso do alumínio (Al), a capacidade de conduzir energia térmica e energia elétrica são
elevadas, e a resistência à corrosão é extremamente alta, assim como sua ductilidade. Um fator muito
importante a se considerar no uso do alumínio (Al) é o fato de possuir reciclabilidade infinita, além
de boa soldabilidade.
Bauxita
Descrição da Imagem: a imagem mostra a pedra do minério base do alumínio, a bauxita, e uma lata (como as de
refrigerante, 350ml), feita com o alumínio processado.
As ligas compostas por cobre (Cu) são outro exemplo de ligas não ferrosas. Sua aplicabilidade na en-
genharia está, diretamente, ligada à sua baixa resistividade elétrica. Esta propriedade faz destas ligas o
principal material usado para a fabricação de fios condutores de energia elétrica. Outra propriedade
interessante do cobre (Cu) é a baixa resistência térmica. Assim como a prata (Ag) e o ouro (Au), são
considerados metais resistentes à corrosão, entretanto sua resistência mecânica é baixa, assim como sua
dureza. Quando é acrescentado estanho (Sn), na porcentagem de aproximadamente 10%, às ligas de
cobre (Cu), temos outra liga muito comum denominada bronze. As ligas de bronze são bem maleáveis,
com ponto de fusão acima de 900ºC e não são corrosivas.
Outra liga também composta a partir do cobre (Cu) é o latão, uma liga que possui em sua compo-
sição química um teor de 35% do elemento zinco (Zn). Outro elemento muito parecido com o ferro
(Fe), por ser magnético e possuir boa rigidez, é o níquel (Ni). Sua resistência à corrosão é melhor que a
do aço e, por este motivo, costumeiramente, é utilizado nas ligas de aço. O titânio (Ti) é um metal não
ferroso que vem ganhando mercado, em especial para aplicações no campo espacial, possui baixo coefi-
27
UNICESUMAR
De forma geral, todos os materiais, incluindo os metais, são identificados, normalmente, por suas
características, ou seja, por suas propriedades que vão torná-los aplicáveis, ou não, a algum processo,
portanto, são fundamentais ao conhecimento do profissional que atue com processos de fabricação.
Ao identificarmos a dureza, a resistência à corrosão, a tenacidade, a elasticidade etc., identificamos as
propriedades de cada metal ou de cada liga metálica, e essas propriedades estão ligadas, diretamente, à
sua composição química e à sua microestrutura original, ou após um processo de tratamento térmico,
ou seja, à natureza das ligações existentes entre os átomos.
Essas ligações existentes fundamentam-se na ideia de que os metais, que são elementos eletropo-
sitivos, tendem a perder seus elétrons mais extensos, formando os cátions. Entretanto esses elétrons
que outrora faziam parte do elemento não abandonam os cristais e, ainda, ganham mobilidade para
transitarem livres, formando o que os cientistas chamam de mar de elétrons. É possível dividir essas
propriedades em físicas e propriedades químicas. Cabe uma observação: alguns autores ainda consi-
deram outras propriedades na hora de fazer esta divisão, acrescentando propriedades físico-químicas,
propriedades tecnológicas e outras denominações.
As propriedades físicas dos metais determinam, basicamente, o comportamento de um metal
quando este é posto em um processo de fabricação ou usinagem, por exemplo. Esta propriedade, para
entendimento, será dividida em outras propriedades: as mecânicas, as térmicas e as elétricas.
Ao usinar um metal ou uma liga metálica, é comum perceber esforços mecânicos exercidos sobre eles.
Estes esforços acontecem devido às propriedades mecânicas dos metais e de suas ligas e representam
uma das mais importantes propriedades, principalmente dos metais ferrosos e das ligas ferrosas, já que
28
UNIDADE 1
a grande maioria das estruturas mecânicas são baseadas nestas propriedades. Usualmente, definem-se
as propriedades mecânicas, por meio de um ensaio mecânico, como o de tração ou de compressão.
São propriedades mecânicas:
• Resistência mecânica: propriedade que um metal ou uma liga metálica tem por suportar es-
forços mecânicos sem romper-se ou sem deformar-se, como os esforços de tração, compressão,
cisalhamento, torção, flambagem e outros.
• Elasticidade: propriedade que um metal ou liga possui de suportar um esforço mecânico apenas
alterando suas dimensões ou características, mas sem atingir ou ultrapassar o ponto de ruptura,
retornando à sua forma original com o término do esforço a que foi submetido.
• Ductilidade: propriedade que está, diretamente, ligada à deformação dos materiais. Essa proprie-
dade também é conhecida como plasticidade, ou seja, é a capacidade que um metal ou uma liga
metálica tem de se alterar além do regime elástico, permanecendo neste até sua ruptura. Neste
regime plástico, ao ser encerrado o esforço aplicado, o metal não retorna à sua forma original.
• Dureza: capacidade de resistência de um metal ou liga metálica. Essa resistência está diretamente
ligada à sua característica, por exemplo, ser resistente à abrasão ou ser resistente à corrosão.
• Resiliência: propriedade que um metal ou uma liga metálica tem de, ao receber um esforço,
ser capaz de absorver a energia transferida pelo esforço e a devolver sem atingir a deformação
permanente.
• Tenacidade: capacidade que um metal possui de conseguir absorver energia aplicada por um
esforço antes da sua ruptura, ou seja, a capacidade de resistir a impactos.
As propriedades elétricas representam o comportamento dos metais quando submetidos a uma cor-
rente elétrica. São propriedades elétricas:
• Condutividade elétrica: propriedade de um metal em conduzir a energia elétrica. De forma
geral, todos os metais são bons condutores, e a explicação para isso está na presença de um mar
de elétrons.
• Resistividade elétrica: ao contrário da condutividade elétrica, é a capacidade que um metal
tem de resistir à passagem de energia elétrica.
29
UNICESUMAR
As propriedades térmicas dos metais determinam seu comportamento quando estes estão sob esforços
térmicos, ou seja, quando passam por uma variação de temperatura. Interessante entender que as pro-
priedades térmicas se apresentam durante o processamento de um metal e quando este é submetido
a um processo de conformação, por exemplo. São propriedades térmicas:
• Ponto de fusão: propriedade que determina o ponto em que o metal deixa de ser sólido e passa
a ser líquido. Este ponto é particular de cada metal e de cada liga. O alumínio (Al) tem seu ponto
de fusão em 660ºC, por exemplo.
• Dilatação térmica: propriedade que o metal ou uma liga tem de se dilatar quando submetido a
temperaturas altas ou baixas e retornar a seu estado original quando em temperaturas ambientes.
• Condutividade térmica: propriedade que um metal tem de transferir energia térmica entre
dois pontos. De forma geral, os metais são ótimos condutores térmicos. Um exemplo desta pro-
priedade é o termômetro, que utiliza um metal (mercúrio) como meio de medir a temperatura.
30
UNIDADE 1
31
Chegamos ao final desta unidade e, agora, avaliaremos o quanto aprendemos sobre os conceitos
desta etapa de nossos estudos, interpretando e produzindo um mapa mental, como o do exemplo
a seguir (Figura 12):
Termoplásticos
Macromoléculas
Termorrígidos
lineares
Macromoléculas
Elastômeros
ramificadas
POLÍMEROS E
Aços inoxidáveis Máquina injetora
LIGAS METÁLICAS
Aço-carbono Carbono
Ligas
MAPA MENTAL
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A partir do exemplo, você tem os principais termos abordados nesta unidade e pode desenvolver
o seu próprio Mapa Mental com, pelo menos, uma aplicação ou exemplo de cada termo dado no
mapa mental da Figura 12.
POLÍMEROS E
LIGAS METÁLICAS
MAPA MENTAL
33
1. O uso de polímeros na fabricação de peças na indústria resulta no correto dimen-
sionamento e escolha de acordo com as características do ambiente e os rigores de
segurança. Sobre as macrocélulas formadas por um composto de unidades metálicas
que se repetem, denominados meros, assinale a alternativa correta.
a) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por uma composição
química itinerante com unidades estruturais que se repelem, denominados meros.
b) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por um composto de
unidades estruturais que se repetem, denominados meros.
c) Muitos elementos méricos, constituindo uma macrocélula formada por um composto
químico-físico com unidades estruturais que se repelem, denominados meros.
d) Muitas moléculas, constituindo uma macromolécula formada por um composto de
unidades estruturais que se repelem, denominados meros.
34
35
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
36
2
O Processo de
Fabricação por
Usinagem
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
38
UNIDADE 2
DIÁRIO DE BORDO
Consideremos a seguinte situação: como seria possível produzir um eixo para uma máquina, por
exemplo, se não houvesse o processo de usinagem? E, quanto às peças dos motores dos carros que diri-
gimos, como seria possível fabricar as engrenagens de um motor ou um câmbio sem as tecnologias de
usinagem? Será que a usinagem pode ser substituída por outros processos de fabricação? A usinagem
remove material de um sólido para obter o resultado final de uma peça conforme as especificações de
seu projeto. Será que a quantidade de material removido no desbaste torna a peça mais frágil?
39
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um torno mecânico com uma peça a ser usinada suportada por aces-
sórios que permitem a ela rotacionar de acordo com o movimento da máquina de forma centrada.
Nesta unidade, você aprenderá sobre os principais tipos de processos de fabricação por usinagem.
Inicialmente, devemos entender a origem desse processo e suas particularidades. Ao longo dos anos,
as técnicas de fabricação foram desenvolvidas para atender à demanda crescente do mercado, de tal
forma que, hoje, é possível encontrar variados processos e diversos materiais nesta área. Diz-se que um
processo de fabricação é a maneira como é transformado ou construído um material, normalmente,
utilizando-se máquinas de fabricação. Alguns autores sugerem a classificação destes processos em
processos primários e em processos secundários.
Os processos primários designam aqueles em que a forma inicial da peça bruta é gerada, mas não
é possível estabelecer um acabamento melhorado e, portanto, é necessária a aplicação dos processos
secundários. Assim, é possível exemplificar os dois tipos de processos. No primário, denominado por
Groover (2016, p. 372) como básico, estão “os processos de fundição, o processo de forjamento e o
processo de laminação”. Nos processos secundários, estão o processo de torneamento, o processo de
retificação e os processos de fresamento, por exemplo.
Ao falarmos de processos de fabricação, quase sempre, citaremos as operações relacionadas à usi-
nagem de materiais. A usinagem é um grupo de processos de fabricação em que uma ferramenta de
corte é utilizada na remoção de material com a finalidade de produzir, na peça, o formato desejado.
Cabe mencionar que a utilização de uma ferramenta de corte é um padrão em todo o grupo. Com a
usinagem, é possível obter uma peça em um formato desejado, utilizando uma gama imensa de ma-
teriais. A usinagem também nos permite variar a forma e a característica geométrica de acordo com
a necessidade, obtendo precisão dimensional muito grande.
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UNIDADE 2
Superfície com
formação
Superfície com N
Peça formação
f
N
Peça Superfície com Peça
formação
Ferramenta Brocha
de forma
f
Figura 2 - Formação para criar formas em usinagem / Fonte: Junior (2018 p. 49).
Descrição da Imagem: esta imagem mostra exemplos de peças sendo usinadas, onde há uma
peça submetida a um torno cuja peça gira, e a ferramenta está parada; outro exemplo em que
a peça está parada, e a ferramenta gira, caso da furação, e, por último, um exemplo em que, no
brochamento, uma ferramenta é deslocada dentro de outra para produzir sulcos e cavidades.
41
UNICESUMAR
Os processos de fabricação por usinagem são divididos, basicamente, em dois grupos, os que são produ-
zidos por ferramentas de geometria definida e os que são produzidos utilizando-se ferramentas
de geometria não definida. Antes de anunciarmos os processos que utilizam ferramentas de corte
com geometria definida, devemos entender o que é uma ferramenta de corte, já citada anteriormente.
Denomina-se ferramenta de corte aquela composta por um material mais duro do que o material
a ser usinado, com uma ou mais arestas de corte. Existem dois tipos de ferramentas de corte, as deno-
minadas monocortantes, com apenas uma aresta de corte, utilizadas, por exemplo, nas operações de
torneamento, e as multicortantes, que possuem mais do que uma aresta de corte, como no caso de
uma broca utilizada na furação.
Interessa saber que alguns princípios aplicados às ferramentas monocortantes também são aplicados
às ferramentas multicortantes uma vez que o mecanismo de corte e a formação do cavaco é semelhante
a outras operações de usinagem.
Outro detalhe que deve ser considerado ao se utilizar uma ferramenta de corte, e, neste caso, definida
ou não, é o fluido de corte. Um fluido de corte pode ser um líquido ou gás aplicado ao processo de
fabricação com a finalidade de melhorar as condições de corte da ferramenta. Ao utilizar determinado
fluido, resolvem-se dois problemas característicos dos processos de fabricação por usinagem: a geração
de calor na zona de cisalhamento e o atrito entre a ferramenta e a peça.
Neste tipo de usinagem, utilizando ferramentas de geometria definida, destacamos alguns processos
que são, comumente, utilizados em diversos segmentos econômicos e são de grande aplicação nas
indústrias, de forma geral. O primeiro deles é o torneamento, definido como um processo de usina-
gem em que a ferramenta de corte utilizada é monocortante e que se dá em uma máquina-ferramenta
conhecida como torno mecânico.
42
UNIDADE 2
43
UNICESUMAR
O sistema de rotação acontece no cabeçote fixo onde se encontra a caixa de avanços e recâmbio, tam-
bém conhecida como caixa norton. É neste cabeçote que a velocidade de corte e a rpm são definidos,
quase sempre com o posicionamento de alavancas em posições predefinidas pelo fabricante.
Durante o torneamento, ainda, podemos definir outras operações que também são realizadas utili-
zando-se o torno mecânico e que, embora possuam designações próprias, fazem parte do processo de
torneamento, como é o caso do faceamento, em que a ferramenta de corte avança na direção radial
sobre a face oposta ao cabeçote, criando uma superfície plana. Ao se inclinar a ferramenta, fazendo
com que ela não fique paralela ao eixo da peça, obtém-se um torneamento cônico. Outro procedi-
mento muito comum durante o torneamento é a chanfragem. Chanfrar é quebrar as bordas da peça
torneada, deixando-a mais bem acabada.
Ainda podemos citar o sangramento, procedimento semelhante ao faceamento, entretanto feito ao
longo da peça, com o intuito de fazer rebaixos e/ou cortá-la. Esse procedimento é, normalmente, feito
por uma ferramenta denominada bedame. Outro processo de fabricação por usinagem com ferramenta
de geometria definida é a furação. Realizada para fazer furos circulares, a furação utiliza-se de uma
ferramenta com duas arestas de corte (multicortante) rotativas, que realiza movimentos circulares em
torno de seu eixo, denominada broca. As brocas são encontradas, em sua maioria, no formato helicoidal.
Comprimento Guia
da haste Corpo da broca
Vista de frente
Vista lateral (amplificada)
Figura 5 - Geometria padrão de uma broca helicoidal / Fonte: Junior (2018 p. 54).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta uma broca utilizada em processos de furação em que esta é vista
de lado e de frente. A vista de lado permite identificar os detalhes de ângulo de hélice e da ponta, e a vista de frente
permite observar detalhes da guia que conduz a furação.
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UNIDADE 2
As brocas helicoidais, de longe as mais utilizadas, possuem dois canais helicoidais que caracterizam este
tipo de broca e formam um ângulo denominado ângulo de hélice, com valor típico de 30º. São esses
canais que farão a retirada do cavaco e formarão o corpo da broca, onde também pode ser identificada
a guia da broca. Embora alguns acreditem que a guia tenha a função de corte, como o próprio nome
diz, sua função é guiar a broca pelo furo. Por ser de largura mínima, a guia tem menos oportunidade
de geração de calor.
Outra parte fundamental da broca é o ângulo da ponta, formado entre o eixo da broca e a aresta
de corte. Normalmente, este ângulo tem 118º. A remoção do cavaco gerado na furação, quase sempre,
representa um problema, durante o processo. Como os canais possuem um espaço ao longo do corpo
da broca, os cavacos são forçados a sair por este espaço e, dependendo do volume de cavaco, pode-se
ter uma interrupção no processo de saída, o que aumenta a geração de calor e a força aplicada sobre a
broca, causando, às vezes, sua quebra.
Por este motivo, durante o processo de furação, deve-se fazer, constantemente, a entrada e a saída da
broca do furo que está sendo feito, com a finalidade de promover a retirada do cavaco. Normalmente,
feitas de aço rápido, as brocas recebem um tratamento térmico e, um procedimento de endurecimento
da superfície externa (guia e aresta de corte).
Assim como no torneamento, alguns procedimentos podem acontecer após a furação, utilizando-se
o furo feito, com a finalidade de modificação. O alargamento é um desses procedimentos. Utilizado
quando se deseja aumentar o furo, fornecendo a este uma tolerância mais precisa, torna o acabamento
do furo muito melhor. Esse procedimento é realizado pela ferramenta de corte denominada alargador.
Descrição da Imagem: esta imagem mostra dois exemplos de alargadores, que são ferramentas de corte cilíndricas
utilizadas para aumentar o diâmetro de um furo. Há um alargador de múltiplos gumes que possui diâmetro elevado,
na região do corte, com várias aletas de corte e outro alargador com apenas uma haste de desbaste ou gume único.
45
UNICESUMAR
É importante ressaltar que o processo de furação é realizado por uma máquina-ferramenta denominada
furadeira. Existe, também, ainda mais processos de fabricação que utilizam ferramentas de geometria
definida, como o processo de fresamento, em que a usinagem acontece com o avanço da peça em
direção à ferramenta de corte denominada fresa. Esta possui várias arestas de corte, que, neste caso,
são chamadas dentes. Existe uma ferramenta de fresamento que possui apenas uma aresta de corte, a
bailarina, usada em alguns poucos casos.
46
UNIDADE 2
Torpedo
Acionamento Base
do eixo X
Anteparo do
fluido de corte
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta uma fresadora em detalhes em que é possível identificar seus elemen-
tos funcionais, como acionamento dos eixos X, Y e Z, eixo árvore, saída do fluido de corte, mesa e coluna.
47
UNICESUMAR
No rosqueamento, utilizam-se ferramentas de corte com perfis de diferentes formatos, como no caso
das roscas trapezoidais, das roscas triangulares e quadradas. Tanto na construção da rosca interna
como na rosca externa é possível utilizar ferramentas de corte. No caso da rosca interna, utiliza-se um
macho, ferramenta de corte que rasga o material, fazendo ranhuras e moldando a rosca.
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UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a imagem mostra machos utilizados para a execução de roscas em furos onde os parafusos
serão inseridos. Na figura, temos cinco tipos de machos, com modelos mais longos e finos e outros mais curtos com
diâmetros maiores adequados a parafusos com maiores solicitações de carga.
Figura 13 - Rebolo para retificação – ferramenta de geometria não definidamação de roscas internas
Descrição da Imagem: a imagem mostra o uso de um rebolo em processo de retificação industrial em que um eixo
é submetido à abrasividade do disco (rebolo).
49
UNICESUMAR
Diferente do que acontece quando tratamos dos processos de usinagem com ferramenta definida, em
que, facilmente, se observam arestas de corte para os casos de geometria não definida, a remoção de ma-
terial acontece por atrito, por exemplo. Nestes casos, os processos são denominados processos abrasivos.
A utilização deste tipo de processo, talvez, seja a mais antiga conhecida, e sua importância, comercial e
tecnológica, pode ser observada pelo acabamento que alguns processos deste tipo alcançam e sua pre-
cisão, que pode ser extremamente alta, chegando à casa dos microns (µm).
Outra característica conferida aos processos abrasivos é a possibilidade de serem aplicados a todos os tipos
de materiais, endurecidos ou não, tratados ou não. Neste tipo de processo, está a retificação, que acontece
em uma máquina-ferramenta denominada retífica e acontece pelo contato abrasivo da peça com o rebolo.
O rebolo é a ferramenta de corte, composto por partículas abrasivas e juntadas por um aglomerante, uma
espécie de cola que mantém as partículas juntas no formato e na estrutura definida. Os rebolos são dife-
rentes entre si, e a aplicação de um ou de outro depende do tipo de processo que será executado, do tipo
de acabamento e do tipo de material da peça, por exemplo. Para fazer a determinação, alguns parâmetros
dos rebolos devem ser do conhecimento, como o tamanho do grão, pois este determinará o acabamento
e a quantidade de material que será removido por ciclo. Quanto menor for este tamanho, menor será a
retirada, e melhor será o acabamento.
Outro parâmetro importante a ser observado é o aglomerante. É desejável que ele seja resistente ao
ponto de suportar as cargas centrífugas aplicadas, resistir à fragmentação do impacto, mantendo os grãos
unidos, durante o processo, e suportar as altas temperaturas observadas, durante a usinagem. Ainda, o tipo
de material abrasivo usado também é parâmetro de escolha, na hora da retificação. Os materiais constituintes
dos rebolos podem apresentar friabilidade maior ou menor. Citamos como exemplo os abrasivos de óxido
de alumínio, os mais comuns, usados para retificar aços e ligas ferrosas. Há, também, os abrasivos à base
de diamante. Naturais ou artificiais, os rebolos de diamante são, geralmente, utilizados para aplicação em
materiais endurecidos e abrasivos, como a cerâmica e o vidro.
50
UNIDADE 2
Friabilidade mecânica é a capacidade que um material abrasivo tem de se fraturar quando sua
aresta de corte se desgasta, permitindo que outra aresta se exponha, dando continuidade ao
processo de usinagem. Essa propriedade é observada, por exemplo, no processo de retificação
quando é utilizado um rebolo.
De forma geral, a retificação quase sempre é usada para conceder acabamento a peças com forma
já estabelecida em processos anteriores. Assim, podemos enunciar alguns modelos de retificação. A
plana, por exemplo, é, normalmente, aplicada em superfícies lisas e sempre executada usando o lado
periférico do rebolo ou sua face plana. A retificação cilíndrica acontece em peças cilíndricas, podendo
ser aplicada, externa ou internamente, e é muito utilizada para conferir acabamento em eixos. Este tipo
de retificação produz grande precisão nas medidas.
Descrição da Imagem: a imagem mostra um eixo metálico escalonado sendo retificado, externamente, por um rebolo
para acabamento em cada um dos seus diferentes diâmetros.
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UNICESUMAR
As retificações internas funcionam, por sua vez, como uma operação de mandrilamento, pois a peça é
fixada em um mandril. Este tipo de retificação é muito usado em rolamentos para conferir acabamento
às pistas de rolamentos, por exemplo.
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma peça metálica sendo retificada por um rebolo para acabamento de
sua superfície interna.
52
UNIDADE 2
Por fim, o uso de fluido de corte para melhorar a refrigeração e lubrificar o bruni-
dor contribui para a garantia do acabamento melhorado, o aumento da vida útil da
ferramenta e a remoção do cavaco gerado no processo.
O processo de lapidação também será enunciado. Usa-se este para fornecer
acabamentos superficiais de extrema precisão e suavidade às peças. Entre suas apli-
cações está a produção de lentes ópticas, calibres e outros que requerem tal precisão
e acabamento. No caso da lapidação, a ferramenta utilizada é um meio fluido de
partículas abrasivas colocadas entre a peça e a ferramenta de polimento. Este fluido,
denominado composto de polimento, tem aspecto semelhante a um creme dental,
esbranquiçado, que é misturado com um pó abrasivo, normalmente carboneto de
silício (SiC) ou óxido de alumínio (Al2O3). Quando em contato com o disco de
polir, esta massa faz com que toda a superfície entre em contato, promovendo uma
melhor lapidação.
53
UNICESUMAR
Embora existam máquinas que realizem a lapidação, o mais comum é que este tipo de serviço seja
executado, manualmente. Armarego (1969 apud GROOVER, 2016) comenta sobre a hipótese de que
dois processos alternativos de corte estão juntos na lapidação. O primeiro, em que as partículas abra-
sivas rolam e deslizam entre o disco de lapidação e a peça, promovendo cortes muito pequenos em
ambas as superfícies; o segundo, em que os abrasivos incorporados na superfície do disco e a ação de
corte se assemelham ao processo de retificação.
Groover (2016) cita a probabilidade de existirem os dois processos, acreditando que, para discos
feitos de materiais macios, o processo em que os grãos estão incorporados à superfície é predominante,
e, nos casos em que se têm discos rígidos, domina o deslizamento.
Quando comentamos sobre os processos de usinagem especiais, referimo-nos a um grupo pe-
queno de processos também denominados processos não convencionais. Estes fazem uso de outros
mecanismos de remoção de cavaco. Por característica, estes processos não usam ferramentas de corte,
e a remoção do cavaco se dá por energia térmica, energia mecânica, química ou a associação de dois
ou mais destes.
“
Os processos de usinagem especiais começaram a ser desenvolvidos a partir da Se-
gunda Guerra Mundial, em resposta ao aparecimento de necessidades diferenciadas
de usinagem, juntamente com o surgimento de novos materiais, desenvolvidos com
propriedades mecânicas especiais, maior resistência à usinagem e elevada dureza, por
exemplo (GROOVER, 2016, p. 474).
Além disso, a necessidade de construir formatos cada vez mais complexos, com geometrias não con-
vencionais e, às vezes, impossíveis de serem obtidas nos processos convencionais, e a necessidade de
fazê-lo sem causar danos às superfícies já usinadas, são outros fatores que, também, contribuíram para
o surgimento destes processos que têm aplicabilidade maior no campo aeroespacial e nas indústrias
de eletrônicos.
A classificação destes processos utiliza os meios pelos quais eles são efetuados. Basicamente, os
processos podem ser divididos em quatro grupos. O primeiro abrange os processos mecânicos,
em que a energia mecânica utilizada se encontra em alguma forma diferente das convencionais, como
a usinagem por ultrassom e nos processos de jateamento com água, por exemplo. Os processos de
usinagem eletroquímica são o segundo grupo e utilizam energia elétrica para a remoção de material.
Esse grupo também é denominado processos eletroquímicos, pois combinam energia elétrica com
reações químicas. Um detalhe a se considerar é que, neste tipo de processo, a peça deve ser condutora,
permitindo este tipo de fabricação. Neste grupo, está o processo eletroquímico que remove material
por dissolução anódica.
De forma geral, os processos que fazem parte do terceiro grupo, denominados processos de usi-
nagem por energia térmica, fazem a remoção do material, por meio de energia térmica e são pro-
cessos caracterizados pela temperatura utilizada, que remove o material por fusão ou por vaporização,
costumeiramente, deixando um acabamento irregular na superfície da peça.
54
UNIDADE 2
O processo de usinagem por eletroerosão faz parte do terceiro grupo, e falaremos um pouco sobre
esse processo por ser de uso mais comum. Ele remove o material, por meio de uma série de pequenas
descargas elétricas (faíscas), provocando temperaturas localizadas e altas o suficiente para fundir o
metal da superfície que está mais próxima a estas descargas, sempre utilizando um fluido dielétrico
a fim de criar um caminho para a descarga elétrica à medida que se torna ionizado. Estas descargas
citadas são produzidas por uma fonte de alimentação contínua e pulsante, ligada à ferramenta.
Descrição da Imagem: a imagem mostra um processo de usinagem por descargas elétricas em que a peça imersa em
um fluido é submetida à ferramenta de corte (usinagem) que ocorre, por meio de descargas elétricas.
Embora as descargas elétricas sejam localizadas, quando uma área diminui a espessura, motivada pelo
próprio processo, a área ao redor deste ponto começa a receber as descargas, o que torna o processo
uniforme. Durante o processo de eletroerosão, dois parâmetros devem ser observados: a corrente de
descarga e a frequência com que as descargas são realizadas. Se um destes for aumentado, a taxa de
remoção aumenta e, consequentemente, o acabamento é afetado também.
As altas temperaturas de descarga fazem com que o material seja fundido, contudo a ferramenta
também sofre o dano. Embora os eletrodos sejam feitos de vários tipos de materiais, como cobre, bronze
e tungstênio, sua escolha depende do tipo de material a ser usinado, da fonte de energia disponível e
o tipo de acabamento. Os eletrodos de grafite são os preferidos, por sua característica de vaporização.
55
UNICESUMAR
A usinagem a laser também faz parte deste grupo. Os lasers são utilizados para uma variedade de
aplicações, como nos processos de tratamento térmicos, na soldagem e nas medições. Segundo Groover
(2016), o termo laser significa amplificação de luz por emissão estimulada de radiação (Light Amplifi-
cation by Stimulated Emission of Radiation). Ele é um transdutor óptico que converte energia elétrica
em feixe de luz coerente e concentrado, por meio de estímulos eletrônicos ou transmissões moleculares
para níveis mais baixos de energia em um meio ativo (sólido, líquido ou gasoso). Quando aplicado no
processamento de materiais, verifica-se que a alta densidade de energia do feixe laser promove a fusão e
a evaporação do material em regiões muito localizadas, em função do elevado gradiente térmico gerado.
Descrição da Imagem: a imagem mostra um processo de usinagem a laser em que o feixe de luz (laser) é aplicado a
uma chapa de material metálico.
A utilização da usinagem a laser em furações, corte, entalhe e outros é bem vista, até mesmo nos processos
artísticos em que há metais. A abertura de furos de pequenos diâmetros pode, facilmente, ser executada
com muita precisão. Quando a furação é maior, o processo se dá no contorno do furo, por exemplo.
Contudo, é interessante entender que um bom material para uso do processo a laser deve possuir
algumas propriedades, entre elas ser pouco refletivo, ser altamente receptor de energia luminosa, ter
boa condutividade térmica, baixo ponto de fusão e de vaporização. De forma geral, a usinagem a laser
é sempre aplicada nos metais macios, nas cerâmicas, no vidro, nos plásticos, nos tecidos e nas madeiras.
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UNIDADE 2
Descrição da Imagem: a imagem mostra diversas formas produzidas por corte a laser em chapa
metálica, como a furação de ralos e aberturas para passagem de ar em sistemas de ventilação e
gabinetes metálicos industriais.
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UNICESUMAR
máscara
peça bruta
Ataque
peça acabada
(4) (5)
Figura 21 - Processo de fresamento químico / Fonte: Junior (2018, p. 70).
Descrição da Imagem: a imagem mostra um processo de fresamento químico em cinco estágios em que a peça bru-
ta recebe uma máscara que protege a superfície onde não deve ocorrer a usinagem, e o restante passa por reações
químicas até o último estágio em que a máscara é retirada e é acabada.
58
Chegamos ao final desta unidade e, agora, podemos inferir os principais termos conhecidos até
aqui, por meio de um mapa mental, a seguir (Figura 22):
Torneamento
Formas cilíndricas
Fresamento
e prismáticas
Mandrilhamento Retificação
Escareador Brunimento
Geometria
Fresa
definida
Geometria
não definida
MAPA MENTAL
Figura 22 - Mapa mental dos principais termos da usinagem desta unidade / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a imagem mostra um mapa conceitual com uma ideia central em um retângulo cujo tema é a
usinagem e, em torno deste campo, há outros retângulos com termos associados à usinagem interligados a este, por
meio de setas, como torneamento, fresamento, retificação, furação, brunimento, geometria definida, geometria não
definida, fresa, escareador, rebolo, mandrilamento e formas cilíndricas e prismáticas.
59
Neste Mapa Mental, é possível observar diversos termos associados à usinagem e que são fun-
damentais ao entendimento dos processos. De acordo com cada termo, preencha o seu Mapa
Mental com exemplos de aplicação prática de cada caso.
USINAGEM
MAPA MENTAL
60
1. Os processos de usinagem em que a ferramenta de corte possui uma aresta são pro-
cessos com geometria definida. Essas ferramentas são denominadas:
a) Monodefinidas.
b) Monocortantes.
c) Monodesgastantes.
d) Monousinadas.
e) Monossintetizantes.
3. Durante a furação, utiliza-se uma broca que possui alguns ângulos próprios, úteis na
realização da tarefa de furar. Um destes é o ângulo da ponta, formado entre o eixo da
broca e a aresta de corte, normalmente. A medida mais usual deste ângulo é:
a) 78º.
61
5. A friabilidade mecânica é uma propriedade que concede aos rebolos resistência:
a) À tração.
b) Às temperaturas baixas.
c) À difusão.
d) Às fraturas.
e) Às temperaturas altas.
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63
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
64
3
O Processo De
Conformação
Mecânica
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
66
UNIDADE 3
No caso de uma ferramenta manual utilizada para retirar e inserir parafusos de rodas de carros, por
exemplo, é necessário que os materiais utilizados em sua composição sejam, suficientemente, resistentes
para suportar o regime de esforço mecânico da operação, porém, além disso, devem ser submetidos aos
processos de conformação mecânica, que podem aumentar a capacidade de suportar esforço em metais,
tornando-os adequados às tarefas com picos de torque sem danos à estrutura da ferramenta.
Você já observou uma folha de papel alumínio e como ela é fácil de dobrar e envolver objetos? Esta
propriedade pode ser observada em outros metais em espessuras que permitem a manipulação em nossos
ambientes domésticos. Para observar esta característica, você, estudante, poderá escolher dois metais a
que tenha acesso em sua casa ou trabalho, sendo um metal que desejamos conformar (pode ser uma folha
de papel alumínio ou mesmo uma lata de refrigerante vazia) e outro metal que será nossa ferramenta, de
preferência em aço maciço, como um martelo ou um objeto metálico duro o bastante para conformar a
folha de papel alumínio ou a lata de refrigerante.
De posse dos materiais, exerça pressão entre os dois metais, da forma com que desejar, por exemplo:
posicionando a folha de papel alumínio sobre uma moeda e batendo sobre a superfície da folha com a
ferramenta. Você notará que as formas da superfície da moeda serão transferidas para a folha de papel
alumínio. Também podemos notar que, na região de contorno da moeda, ao bater na folha de papel
alumínio, podemos notar que ocorre a ruptura da mesma. Faça vários testes exercendo pressão entre os
metais e conclua o princípio dos processos de conformação mecânica.
Você já parou para pensar como seria complicado produzir metais com tecnologia
capaz de suportar o esforço mecânico desejado para uma ferramenta ou peça de
motor de avião, por exemplo, ao mesmo tempo ser leve o suficiente para ser utilizada,
facilmente, se não fosse pelo processo de conformação mecânica?
DIÁRIO DE BORDO
67
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma peça metálica sendo forjada por um profissional
que aplica marteladas no metal aquecido contra a superfície de uma bigorna.
Sendo considerado o mais antigo dos processos de conformação, o forjamento pode ser
executado de diversas formas diferentes e, portanto, a classificação dos processos pode
ser feita de maneiras diferentes. O mais comum é classificar o processo, por meio da
temperatura de trabalho.
Assim, a maioria das atividades executadas neste processo são feitas a quente ou a
morno, e isso se explica pelo volume de deformação que o processo exige, e, também,
pela necessidade de se reduzir a resistência e aumentar a ductilidade do metal. Contudo
alguns processos ainda requerem o forjamento a frio, que apresenta como principal van-
tagem a possibilidade de se obter elevada resistência como resultado do encruamento.
Uma das maneiras de se forjar um metal é utilizar o processo de martelamento
ou impacto, ou utilizar o processo de pressão gradativa. As diferenças entre usar
um processo ou outro estão ligadas, diretamente, ao tipo de equipamento que se usa e
68
UNIDADE 3
pouco têm relação com o processo em si. Uma diferença está na forma pela qual o escoamento do metal
acontece quando está contido na matriz. Para este tipo de operação, pode-se classificar o processo em:
forjamento em matriz aberta, forjamento livre, forjamento em matriz fechada e forjamento sem rebarba.
Algumas literaturas comentam apenas a classificação por dois processos, o forjamento livre ou aberto e o
forjamento fechado.
No processo de forjamento em matriz aberta, o metal acabado é comprimido entre duas matrizes planas,
permitindo o escoamento do material sem obstáculos na direção lateral. O exemplo mais simples desse
processo é a forja de uma peça de seção transversal cilíndrica entre duas matrizes planas. Esse processo
faz com que a peça tenha sua espessura reduzida e seu diâmetro aumentado e é conhecido como recalque
(GROOVER, 2016).
No forjamento em matriz fechada, o metal tem sua saída restringida pela matriz que contém uma cavi-
dade. Neste tipo de forjamento, uma parte do material escoará por esta cavidade, formando uma rebarba
que, usualmente, é cortada em operações próximas. Por ser de menor seção, esta cavidade de saída provoca
o aumento da pressão de compressão na peça, fazendo com que o metal ocupe todos os espaços vazios.
No forjamento em matrizes sem rebarba, o metal deve adotar a forma esculpida, previamente, nas duas
matrizes, devendo ser controladas as restrições ao livre espalhamento do metal.
A extrusão é um processo de conformação plástica por compressão que consiste em fazer escoar uma
peça de partida por uma abertura em uma matriz com um formato preestabelecido. Groover (2016) cita
como exemplo o funcionamento do tubo de creme dental, que, ao ser pressionado, escoa o produto pela
abertura da tampa. Na prática, este acionamento é feito de forma pneumática e/ou hidráulica. Os produtos
da extrusão são perfis e tubos e, particularmente, barras de seção circular.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta três exemplos de perfis extrudados de alumínio com trilhos internos
em que há diferença entre o primeiro, que é de seção circular, e os demais, que têm seção retangular e quadrada,
respectivamente.
69
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: esta imagem mostra exemplos de matrizes utilizadas para o processo de extrusão, onde o
metal aquecido é forçado a passar pela abertura que contém a forma que o produto assumirá no final do processo.
70
UNIDADE 3
71
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem mostra um processo de laminação de perfis em que a chapa metálica passa por
rolos montados em série de modo a conformar a chapa.
O processo de laminação requer um alto custo de investimento em razão dos equipamentos utilizados
no processo. Por conta disto, o investimento só se justifica pela quantidade elevada de produção, quase
sempre chapas finas e grossas. Comum a outros processos de conformação, na laminação, o processo
mais utilizado é a quente, em razão da necessidade de grandes volumes de produção. Este material
72
UNIDADE 3
quente isenta-se de tensões residuais e apresenta propriedades isotrópicas, ou seja, suas propriedades
físicas, independentemente da direção cristalográfica, são constantes. Este processo de laminação a
quente tem uma desvantagem, sua superfície apresenta uma camada característica de óxido e não
permite tolerâncias apertadas.
Para o caso da laminação a frio, as tolerâncias alcançadas são mais apertadas, e há o aumento da
resistência do metal. Além disso, a superfície laminada a frio apresenta a isenção de carepas, que são
óxidos de ferro deixados sobre o metal laminado a quente. Existem outros processos relacionados com
a laminação, como o processo de laminação de roscas e de anéis. Na laminação de roscas, processo
muito difundido comercialmente para roscas externas, a peça é laminada por duas matrizes roscadas.
Feitas por processo frio, a produção de alguns tipos de parafusos pode chegar na casa de oito peças
por segundo.
Na laminação de anéis, um anel de espessura grossa é laminado até se obter a espessura desejada.
Este processo de laminação acontece à medida que um anel de pequeno diâmetro passa, circularmente,
por um conjunto laminador. Conforme é laminado, o diâmetro do anel aumenta até se obter o diâ-
metro desejado. A laminação é um processo muito utilizado na fabricação de aros de bicicleta e rodas
de veículos e se aplica, também, na fabricação de pistas de rolamento e vasos de pressão, por exemplo.
A trefilação é um processo de conformação plástica muito aplicada a arames e fios. Caracteriza-se
pela condução de uma seção transversal de uma barra ou de um fio por meio de uma matriz, promo-
vendo a redução da seção transversal da barra ou do fio. É um processo de deformação volumétrica,
e suas características são bastante similares ao processo de extrusão, porém, se, na extrusão, a peça é
empurrada forçando a passagem pela matriz, na trefilação, este material, quase sempre uma barra ou
um fio, é puxado por meio da matriz, que recebe o nome de fieira.
A fieira é uma ferramenta de formato externo cilíndrico e que contém uma abertura no centro
com o formato que se espera da peça final. O fio passa por essa abertura, normalmente cilíndrica, com
diâmetro decrescente, apresenta um perfil na forma de funil curvo ou cônico.
73
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma trefiladeira com fieiras, que são discos de metal com cavidades em
suas bordas por onde o fio deve passar.
A passagem do fio pela fieira provoca a redução de sua seção e, como a operação é comumente rea-
lizada a frio, ocorre o encruamento com alteração das suas propriedades, geralmente, o aumento da
resistência mecânica e a redução da ductilidade. Assim, durante o processo de trefilação pode haver a
necessidade de se realizar tratamentos térmicos, com o intuito de diminuir o efeito do encruamento
e fornecer ductilidade à peça.
O processo de trefilação, quando aplicado à produção de arames, fios, cabos elétricos e barras de
ferro, possui a vantagem de promover um controle dimensional de precisão, um bom acabamento de
superfície, o aumento da dureza e de sua resistência. Por fim, interessa saber que o metal a ser trefilado
deve ser preparado, e essa preparação consiste, primeiramente, em fazer o recozimento do metal para
aumentar a sua ductilidade, a limpeza para que a matriz não sofra nenhum dano, bem como a própria
fieira, e o apontamento, que, segundo Groover (2016, p. 308) é “tornar a entrada do metal menor para
que este possa passar pela fieira e ser agarrada pelo mordente do carrinho puxador”.
A conformação de chapas assume papel comercial importante no cenário mundial. Pare e veja a
grande quantidade de produtos feitos a partir de chapas metálicas. O processo de conformação de chapas
não abrange apenas a estampagem, que será comentada nas próximas linhas. O processo tem outras
operações que são tão importantes, comercial e industrialmente, que não podem passar despercebidas.
As peças de chapas metálicas são, de forma geral, muito resistentes, possuem elevada tolerância
dimensional e bom acabamento superficial, com um custo, relativamente, baixo. A estampagem, assim
como quase todas as operações envolvidas nos processos de conformação de chapas, tais como corte,
dobramento e estampagem, acontece em uma máquina-ferramenta denominada prensa.
74
UNIDADE 3
A estampagem é uma operação realizada pela pressão de uma matriz sobre uma chapa metálica. O
processo é, relativamente, simples e ocorre quando uma parte da matriz, normalmente conhecida como
punção (que está fixada na parte superior da prensa), encontra a outra parte da matriz, fazendo com
que a chapa permaneça entre as duas. Ao ser pressionada, uma matriz encaixa-se na outra, estampando
na chapa o que se deseja.
Descrição da Imagem: a imagem mostra o processo de estampagem de peças automotivas em que uma chapa de me-
tal entra no início do processo e, ao ser estampada, assume as formas do molde ao qual é submetida pela estampadeira.
A estampagem também produz atrito e, para que o metal se mova pela punção, é necessário vencê-lo.
Normalmente, utilizam-se lubrificantes industriais ou misturas a fim de reduzir esta força. Outro
problema encontrado neste tipo de operação é a compressão e a diminuição externa do perímetro do
flange, o que pode resultar em enrugamento (GROOVER, 2016). De forma geral, se a força de aperto
da punção contra a chapa metálica for baixa, ocorre o enrugamento, se for alta, impedirá o escoamento,
podendo ocorrer o afinamento e, na pior das hipóteses, o rasgamento da lateral da parede. Assim, é
mandatório balancear a força de aperto para que se tenha um balanço correto destes fatores.
É importante entender as limitações de deformações que podem ocorrer na estampagem. Groover
(2016) cita que estas medidas são, facilmente, calculadas. A estampagem ainda pode ser seguida de
outras operações. Uma delas é a reestampagem, que pode ocorrer se o tamanho da alteração a ser
feita na chapa for de tal maneira que, ao fazê-la, acarretará risco de dano maior. Assim, o processo de
estampagem se fará em duas ou mais etapas. Ainda, a reestampagem pode ocorrer utilizando-se mais
de uma matriz.
75
UNICESUMAR
1ª MATRIZ 2ª MATRIZ
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma trefiladeira com fieiras, que são discos de metal com cavidades em
suas bordas por onde o fio deve passar.
A estampagem de chapas metálicas, entre outras operações, principalmente dobra e corte, é consi-
derada mais complexa, o que se justifica pelo número de possibilidades que esta operação tem de
defeitos. Entre alguns defeitos, há o enrugamento do flange, que denomina o aparecimento de rugas
na peça, principalmente no flange, decorrente de tensões compressivas, como explica Groover (2016).
Este enrugamento pode acontecer, também, na parede da peça. Outro problema anunciado é o ras-
gamento, devido ao afinamento da parede lateral. Como foi explicado, anteriormente, o atrito sempre
está presente nestas operações de conformação e pode causar os chamados riscos ou arranhões de
superfície. Este problema acontece, principalmente, quando não se tem a superfície acabada e/ou se
há falta de lubrificação.
76
UNIDADE 3
Os processos de conformação servem para adequar metais a formatos que possam ser utilizados
em diferentes situações, como na formação de tubos e peças com formas complexas a partir de chapas
lisas com alto volume de produção, ou mesmo para atribuir características mecânicas de resistência
elevada conforme o desejado por ferramentas ou acoplamentos entre partes móveis de máquinas e
equipamentos.
Identificamos alguns processos de conformação plástica mecânica, com foco, principalmente,
para quatro deles, que recebem a classificação de processos volumétricos. Entre estes, os proces-
sos de forjamento, que consistem em se obter uma peça final, por meio de compressão entre duas
matrizes e que podem acontecer por impacto, também chamado de martelamento, ou por meio de
aplicação de uma pressão. Ainda, o processo de extrusão, processo também volumétrico, em que o
metal é forçado a escoar por um ou mais canais, por meio de uma pressão aplicada, podendo ser
direto, quando o sentido de aplicação da pressão é o mesmo de saída da peça acabada, ou indireto,
quando as direções são opostas.
Falamos sobre o processo de laminação, que consiste em fazer um tarugo passar por entre con-
juntos de rolos, denominados laminadores, com distâncias entre si cada vez menores, afinando-o e
aumentando seu comprimento, ao passo que se tem uma redução de sua espessura. Outro proces-
so discutido foi o de trefilação, que, assim como os demais processos comentados, é um processo
volumétrico, pois se caracteriza pelo aumento do tamanho do produto final. A trefilação é bem
semelhante à extrusão, contudo o esforço é feito no sentido de puxar o metal entre ferramentas
denominadas fieiras.
Por fim, identificamos outro processo de conformação, muito comum na fabricação de bens
de consumo, a estampagem. Uma das três operações mais usuais, atualmente, é a estampagem de
chapas metálicas. Em geral, feita a frio, este processo consiste em manter uma chapa metálica entre
duas matrizes de tal forma que os entalhes de uma se encaixe na outra, ou a atravesse, concedendo
seu formato final. Com base nas explicações de cada processo, você, estudante, tem a possibilidade
de compreender a complexidade que está presente no dia a dia das atividades de um profissional.
77
Chegou o momento de avaliarmos o conhecimento adquirido até aqui. Para isso, façamos uso
do mapa conceitual a seguir:
Forjamento
Deformação
Extrusão
volumétrica
Direção
Laminação
cristalográfica
Matrizes planas
MAPA MENTAL
78
Com este mapa, podemos resgatar alguns dos principais termos estudados nesta unidade. A
partir dele, aponte um exemplo aplicado a cada termo correspondente, preenchendo o Mapa
Mental dado na sequência.
CONFORMAÇÃO
MAPA MENTAL
79
1. O processo de conformação em que o metal é puxado, e sua forma se dá, por meio de
uma ferramenta denominada fieira é:
a) Laminação.
b) Trefilação.
c) Extrusão.
d) Extração.
e) Estampagem.
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4. O processo, frequentemente utilizado na fabricação de aros de bicicleta e rodas de
veículos, também, aplicado na fabricação de pistas de rolamento e vasos de pressão,
é chamado:
a) Extrusão cilíndrica.
b) Forjamento de anéis.
c) Laminação de anéis.
d) Estampagem cilíndrica.
e) Extrusão de anéis.
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MEU ESPAÇO
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MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
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4
A Metalurgia do Pó
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
86
UNIDADE 4
DIÁRIO DE BORDO
Os implementos agrícolas utilizam diversas peças mecânicas, como engrenagens, mancais, suportes,
espaçadores, puxadores etc. com características em comum: robustez, altas velocidades de produção,
formatos complexos e, ao mesmo tempo, baixo custo de fabricação. Como seria possível realizar a
produção dessas peças se o processo de metalurgia do pó não existisse? Será que outros processos de
fabricação conseguem ser competitivos a ponto de inviabilizar o processo de metalurgia do pó?
A metalurgia do pó é um processo de fabricação que utiliza pós para a concepção de peças. Esses
pós são sólidos, na forma de partículas muito pequenas, e podem ser metálicos, ou não. Para os pós
que não são metálicos, a obtenção destes é feita por meio de britagem ou por moagem, que é o caso,
por exemplo, dos pós de cerâmica tradicional. Para os pós de metal e os de cerâmica que são formados
à base de óxidos e carbonetos, estes são originários de processos industriais.
No processo de metalurgia do pó, habitualmente, executam-se processos de produção sequenciais,
iniciando pela compactação ou compressão, normalmente, feita em prensas formadas por matriz e
punção; a elevação da temperatura com a finalidade de aglutinamento das partículas em uma massa
mais compacta, chamada de sinterização, realizado abaixo da temperatura de fusão do pó.
A metalurgia do pó reduz, consideravelmente, podendo até eliminar a necessidade de operações
de acabamento e, também, apresenta baixo percentual de desperdício de material, o que a torna, neste
caso, uma opção a ser considerada quando comparada ao processo de fundição. Ainda, pode-se uti-
lizar a metalurgia do pó para fabricar peças porosas, como os filtros e os rolamentos, por exemplo.
Apresenta facilidade quando a peça a ser obtida tem alto grau de dificuldade de fabricação, como no
caso dos filamentos de tungstênio, utilizados em lâmpadas incandescentes.
87
UNICESUMAR
Estas características, somadas ao fato de que algumas ligas metálicas só podem ser produzidas pelo
processo da metalurgia do pó, tornam esta uma importante tecnologia comercial a ser considerada.
Entretanto algumas desvantagens também são perceptíveis neste processo. Os custos de ferramentas
e de equipamentos necessários à realização do processo são elevados, e isto se aplica, também, aos pós
metálicos, pela dificuldade de armazenamento e manuseio de alguns pós e a forma geométrica de
alguns moldes, que prejudicam a prensagem.
Embora tenha um vasto campo de aplicações, desde a fabricação de peças para componentes auto-
motivos, eletrodomésticos, ferramentas de corte, até a fabricação de braquets para aparelhos dentários,
Groover (2016 p. 222) explica que este processo é, “na maioria dos casos, aplicado a peças com peso
reduzido, abaixo de 2,2 kg”. De forma geral, deve-se ter clareza de que as empresas que utilizam os pós
metálicos não são as mesmas empresas que produzem esses pós. É certo que todos os metais podem
ser produzidos na forma de pó e, neste sentido, ao citarmos o processo de atomização, o processo
químico e o processo eletrolítico, falamos dos métodos que mais se destacam no cenário de produção
de pós metálicos.
A atomização é um método que consiste na transformação de um metal fundido, aquoso, em
gotas que se solidificam na forma de pó. Trata-se do método mais versátil e é, comumente, utilizado e
aplicável a todos os metais e as ligas metálicas. Entre os métodos de produção de pós metálicos está a
atomização a gás, que consiste em soprar uma corrente de gás, que pode este ser inerte, por exemplo,
ou o próprio ar, em velocidade alta pelo bocal de expansão do atomizador, fazendo a solidificação do
metal líquido em pó, que quase sempre se encontra em formato esférico.
Este método de sopragem, explicado anteriormente, pode, também, ser feito com água, e, então
denominado atomização em água. A diferença básica está, justamente, no uso da água e não do
ar, o que torna este método mais comum e mais utilizado, principalmente quando se trabalha com
metais com ponto de fusão abaixo de 1000ºC. Neste método, o pó não se apresenta de forma esférica,
devido, principalmente, ao resfriamento acelerado. O tamanho das partículas, em ambos os casos são
semelhantes e dependem, unicamente, da velocidade do fluido. Segundo Groover (2016), o tamanho
da partícula é, inversamente, proporcional à velocidade do fluido.
88
UNIDADE 4
Outro método que também é conhecido recebe o nome de atomização por centrifugação, em que
o líquido escorre por um bocal sobre um disco rotativo em alta velocidade que pulveriza o metal por
força centrífuga, transformando-o em pó. Há, também, o processo utilizado na obtenção de pós me-
tálicos, denominado redução química. Neste processo, acontece uma variedade de reações químicas
que, juntas, reduzem os metais a pó. Groover (2016) explica que um dos métodos de redução envolve
a liberação dos metais, partindo de seus óxidos e utilizando agentes redutores que combinam com o
oxigênio e liberam o elemento metálico.
Outro processo utilizado para a obtenção de pós metálicos é a precipitação do metal com o uso de
sais dissolvidos em água. Neste método, destaca-se a produção de cobre e níquel, por exemplo. Ainda,
finalizando nosso sobrevoo na produção de pós metálicos, citamos a produção por eletrólise que
faz com que o metal se torne um ânodo, por meio da montagem de um sistema eletrolítico. Assim,
este metal que se tornou ânodo será dissolvido e transportado para o cátodo, depois de removido, o
depósito é lavado e, ao ser seco, obtém-se o pó metálico com grande pureza.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma porção de pó metálico formando um pequeno monte, onde mais
pó é adicionado.
Depois de produzidos, os pós metálicos se tornarão peças e, também, ferramentas, além de outras
aplicações. A produção destes utensílios é, basicamente, formada por três etapas. Na primeira etapa,
tem-se a mistura e a homogeneização dos pós metálicos. Fundamental para as etapas posteriores,
a homogeneização acontece quando a única diferença entre os pós utilizados é o tamanho, e, sendo
de tamanhos diferentes, é útil quando se tem que reduzir a porosidade. Para Groover (2016), o termo
mistura somente pode ser aplicado quando os pós possuem, além do tamanho, composições químicas
diferentes. Ainda, continua Groover (2016), os termos homogeneização e mistura nem sempre são
utilizados com clareza na área industrial.
89
UNICESUMAR
Existem diferentes maneiras de se fazer esta homogeneização, ou mistura, por meio de: tambores
rotativos, de agitadores e de hélices, sempre mecanicamente. Durante a mistura, ou homogeneização, são
adicionados elementos com a finalidade de se reduzir o atrito com a parede da matriz, por exemplo. É o
caso dos lubrificantes. Ainda, comumente, há adição de agentes aglutinantes para a obtenção de maior
resistência nas peças prensadas e a adição de defloculantes, que minimizam a aglomeração dos pós.
A segunda etapa do processo é a compactação. Nesta etapa, a obtenção da geometria ou do formato
esperado é feita por aplicação de pressão no pó, sendo que o método mais utilizado é a prensagem. A
prensagem consiste na aplicação de pressão, por meio de pistões, posicionados de forma oposta em
uma matriz, que, internamente, é alimentada com o pó.
Figura 2 - Processo de prensagem de um pó metálico / Fonte: Wikimedia Commons (2012, on- line).
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama em três estágios do processo de formação de uma peça por
metalurgia do pó; no primeiro estágio, o pó metálico é inserido, depois comprimido e, finalmente, ejetado do molde.
Após a prensagem, utiliza-se o termo verde para mensurar algumas propriedades obtidas. Contudo
estas não são definitivas e sofreram mudanças até o término do processamento, como é o caso da
densidade, que é maior do que a densidade da própria matéria-prima, e a resistência, que, embora seja
alta, ainda não está em seu máximo, o que vai acontecer depois, na sinterização.
A prensagem, ao seu término, faz com que aconteça a redução do volume de poros, que acompanha
uma expansão da área de contato entre as partículas do pó. Isto se deve, claramente, à pressão aplicada
na compactação. Utiliza-se como máquina-ferramenta as prensas mecânicas e/ou as hidráulicas.
90
UNIDADE 4
A B
Descrição da Imagem: a figura (a) mostra um monte de pó metálico e figura (b) mostra peças metálicas saídas do
forno com o volume reduzido.
Na terceira etapa, logo após a prensagem, quando ainda está na condição de compactado verde,
aplica-se a operação de sinterização, que é um tipo de tratamento térmico realizado com o objetivo
de juntar as partículas metálicas, possibilitando o aumento da resistência e, também, da dureza do
material compactado.
Sistema automático
de controle da
Entrada de ar Termopares temperatura da água
Esteira
Descrição da Imagem: Esta imagem mostra um processo de sinterização, em que a peça compactada em pó metálico
é deslocada por meio de uma esteira para os processos de aquecimento e resfriamento. A peça é submetida inicial-
mente pelo pré-aquecimento, e posteriormente, passa pela manutenção da temperatura com elementos resistivos
de aquecimento e termopares para a medição e controle de temperatura, e por fim passa pela etapa de resfriamento,
finalizando a peça.
91
UNICESUMAR
92
UNIDADE 4
93
UNICESUMAR
constituídas.
Há outro tipo de pó, que é
denominado pré-ligado. Neste
tipo, cada partícula é constituí-
da pela composição química
desejada, e sua utilidade está li-
gada, diretamente, à possibilida-
de de formação de ligas que não
podem ser constituídas por pós
elementares, como no caso dos
aços inox. Tratando de aplica-
ção, de longe os mais utilizados
Figura 5 - pó de ferro
são os pós de ferro (Figura 5),
elementares, ou pré-ligados. Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma amostra de pó metálico
Também se destaca o uso de de ferro.
94
UNIDADE 4
O processo de metalurgia do pó atende à fabricação de peças com alto grau de complexidade e que
requerem grandes volumes de produção e baixo índice de retrabalho e acabamento, como é o caso de
engrenagens de máquinas que podem ter dimensões variadas e devem apresentar alta confiabilidade
em seu uso, sendo utilizadas em implementos agrícolas, peças para automóveis e máquinas industriais
em geral.
Nesta unidade, estudamos o processo da metalurgia do pó e identificamos os pontos vantajosos deste
processo. Comentamos sobre o processo de obtenção do pó metálico feito por atomização e do pó não
metálico, obtido por meio de britagem e moagem. Ainda, sobre o processo de atomização, explicamos
que esta etapa do processo consiste em converter o material fundido em partículas de pó, por meio
do atomizador. O material fundido, normalmente, escoa por um bocal e encontra uma corrente de ar
ou um gás, que fará a conversão, podendo, ainda, ser utilizada água ou o processo de centrifugação.
Este processo de obtenção de um pó metálico também acontece por meio de redução química, que
inclui várias reduções até a obtenção do pó desejado. E, por fim, falamos sobre a obtenção por meio
de eletrólise. A prensagem e a sinterização foram nosso outro assunto em que explicamos as etapas
do processo, a mistura e a homogeneização, diferenciando estes dois. Em seguida, a compactação,
explicando o conceito do termo verde, e, por fim, a sinterização. Ainda explicamos que há técnicas
de prensagem e sinterização alternativas, uma delas a prensagem isostática, que pode ser feita a frio
quando a temperatura é ambiente e, neste caso, a matriz é de elastômero, o que não confere tanta pre-
cisão dimensional; e a quente, que, embora seja mais vantajosa em termos de dimensionamento, esta
vantagem pode ser repensada, por conta dos custos de produção.
Citamos o processo de prensagem e sinterização combinados, comentando sobre a prensagem a
quente, que se equipara ao processo convencional, exceto pelo fato de a energia térmica ser aplicada,
durante o processo de compactação. Finalizamos nosso estudo da metalurgia do pó falando sobre os
materiais e os produtos, explicando a diferença entre os pós elementares e pré-ligados, e, ainda, sobre
algumas considerações de projetos.
Com base nas explicações, você, tem a possibilidade de verificar os avanços que podem ser alcan-
çados e as possibilidades.
95
Chegou a hora de avaliar o quanto aprendemos nesta unidade. Vamos, então, analisar o Mapa
Conceitual a seguir:
Atomização
Eletrólise
em água
METALURGIA
DO PÓ
Prensagem
e sinterização Redução química
combinada
Prensagem
Atomização a gás
isostática
MAPA MENTAL
96
Com este mapa, podemos resgatar alguns dos principais termos estudados nesta unidade. A partir
dele, procure desenvolver o seu, com a definição de cada termo correspondente, preenchendo
o mapa dado na sequência.
METALURGIA
DO PÓ
MAPA MENTAL
97
UNICESUMAR
2. O método que consiste na transformação de um metal fundido, aquoso, em gotas que se solidi-
ficam na forma de pó é denominado:
a) Sinterização.
b) Prensagem.
c) Atomização.
d) Homogeneização.
e) Contração.
3. Quando se aplica força em todas as direções, durante o processo de prensagem, este método
recebe o nome:
a) Prensagem isobárica.
b) Prensagem isométrica
c) Prensagem isostática.
d) Prensagem isomedia.
e) Prensagem isomérica.
4. Quimicamente, quando um pó é composto apenas por partículas de metal puro, dizemos que
este pó é:
a) Elementar.
b) Pré-ligado.
c) Verde.
d) Atomizado.
e) Puro.
98
99
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
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5
Comando Numérico
Computadorizado
Me. Fábio Augusto Gentilin
Esp. Marcos Antonio Pintor Junior
No tempo em que este livro foi escrito, várias tecnologias são novidades para a maioria
das pessoas, como impressoras 3D, robôs colaborativos, sistemas de automação domótica
inteligente, entre outros benefícios da inovação que, ainda, não estão nas casas de todas
as pessoas, mas, em um futuro próximo, será mais comum do que pensamos, dado ao
grau de precisão e qualidade que os serviços prestados por essas tecnologias possibilitam.
E você, estudante, domina todas estas tecnologias citadas? Sabe como é possível
produzir uma peça mecânica, diretamente, a partir de um desenho feito em um com-
putador, com todos os rigores e as dimensões, perfeitamente, respeitadas com precisão e
repetibilidade em grandes volumes de produção, mantendo-se o controle de qualidade e
rastreabilidade dentro de sistemas computacionais conectados à internet das coisas (IoT)?
Para atender às demandas de fabricação das mais diversas áreas, como na área de
componentes mecânicos para a indústria automobilística, naval, aeroespacial e, até
mesmo, em informática (componentes e peças para computadores), os processos de
fabricação se adequaram para atender a uma demanda em volume elevado de produção,
inviável de ser executado, manualmente, dadas as exigências e a seletividade dos padrões
de um mercado que está cada vez mais exigente e não tolera qualquer diferença entre
o produto anunciado e o produto entregue pelo fabricante.
A padronização dos objetos obtidos a partir de processos de fabricação mecânica
sempre foi uma das maiores preocupações da indústria, fator que exige rigores, ao longo
do processo de medição, configuração e setup de máquinas, procedimentos e métodos
e uso de recursos para converter a matéria- prima de entrada em produto final de saída,
atendendo aos pré-requisitos do controle de qualidade (CQ).
As máquinas que utilizam o controle numérico computadorizado (CNC) são equi-
padas com tecnologias que permitem a programação de suas ações (de usinagem, por
exemplo), fidedignas ao projeto assistido por computador (CAD). Este introduz as ca-
racterísticas dimensionais, a base para a formação do código de máquina, que direciona
como a máquina usinará a peça a fim de obter-se o resultado desejado.
Para que um dado volume de peças seja fabricado respeitando-se os parâmetros
de projeto e controle de qualidade (correlação entre quantidade e qualidade), o pro-
cesso de fabricação com tecnologia CNC permite a replicabilidade das características
mecânicas em cada uma das peças produzidas com precisão e rapidez, limitado a um
conjunto de ferramentas, dimensões limítrofes e procedimentos de operação e manu-
tenção dedicados.
O uso de tecnologia CNC requer qualificação específica em termos de operação e
manutenção, além de ferramentas adequadas para operar em regime de serviço com ele-
vada demanda, uma vez que utiliza recursos de alta tecnologia, ferramentaria de precisão
e técnicas de manutenção que devem ser respeitadas dentro de seus ciclos temporais
para que a máquina possa oferecer confiabilidade necessária à execução de suas tarefas.
102
UNIDADE 5
Você sabe como funciona uma impressora 3D ou um centro de usinagem CNC? O que eles têm em
comum? Para entrarmos no mundo do controle numérico computadorizado, você, estudante, deverá
realizar uma pesquisa pelos termos: comandos CNC e descrever dez comandos realizados por má-
quinas CNC, como um torno ou fresadora CNC.
DIÁRIO DE BORDO
Como é possível que as características dimensionais da peça projetada em seu computador sejam re-
produzidas em uma máquina automática e, ao final de um ciclo de instruções, um objeto sólido igual
ao desenho feito no computador é finalizado? Como isso seria possível sem as tecnologias envolvidas
no comando numérico computadorizado?
Como definição, pode-se dizer que o Comando Numérico é um equipamento eletrônico capaz de
receber informações, por meio de entrada própria de dados, compilar estas informações e as transmi-
tir em forma de comando à máquina-ferramenta, de modo que esta, sem a intervenção do operador,
realize as operações na sequência programada.
De acordo com Generoso (2011), a primeira máquina-ferramenta controlada por computador foi
uma fresadora, que surgiu em 1952, destinada a usinar peças de geometria complicadas, utilizadas
no setor de aviação, que sofreu modificações em seus componentes mecânicos e recebeu um contro-
lador eletrônico. Elaboradas por profissionais, estas programações podem ser transmitidas para um
equipamento de comando numérico ou, diretamente, a um componente do sistema de manufatura.
No Brasil, o primeiro CNC desenvolvido foi o CNC100, desenvolvido pela MCS, para uma má-
quina transfer, em 1984. Porém, somente em 1987, durante a FEIMAFE (Feira Internacional
de Máquinas e Ferramentas), aconteceu o lançamento do CNC 210 da MCS, que equipava um
torno Romi® Centur 30 e os tornos GPR da Nardini®, com tecnologia 100% nacional.
103
UNICESUMAR
104
UNIDADE 5
Generoso (2011) explica que, com a utilização da tecnologia CNC, surgiram benefícios, como: a fabri-
cação de peças de geometria mais complexas, com tolerâncias dimensionais mais estreitas e melhor
acabamento superficial; maior repetibilidade das características do produto acabado e a redução da
fadiga dos operadores humanos, que passam a ser responsáveis, apenas, por tarefas de preparação,
programação e controle.
Todas as máquinas-ferramenta que operam por meio de comando numérico possuem padrão
de comando formado por um sistema de coordenadas cartesianas, que é utilizado na elaboração de
qualquer perfil geométrico. Esse padrão de sistema de coordenada é usado para especificar as posições
e consiste em três eixos lineares (x, y, z), além dos eixos rotacionais (a, b, c). Os eixos rotacionais são
usados na movimentação da peça ou no posicionamento da ferramenta, de forma a facilitar a usinagem.
Mesmo com a existência de todos esses eixos, nem todos são utilizados. Algumas máquinas-ferramen-
ta mais simples, plotters e prensas de corte, por exemplo, utilizam menos eixos para movimentação,
normalmente, os eixos definidos no plano x e plano y.
É muito comum em máquinas-ferramenta o uso da regra da mão direita, que determina o sistema
de coordenadas determinadas e pode variar de posição em função do tipo de máquina. No entanto,
sempre, seguirá a regra apresentada, na qual os dedos apontam o sentido positivo dos eixos imaginários,
e o eixo Z será coincidente ou paralelo ao eixo árvore principal, conforme DIN-66217.
C
Y
A
X
Figura 1 - Desenho da mão indicando a Regra da mão direita (CNC) / Fonte: Junior (2018 p. 131).
105
UNICESUMAR
Cabe mencionar que algumas operações requerem o controle de até cinco eixos para formarem a peça
acabada. Nestes casos, de acordo com Groover (2016), a rotação acontece em dois eixos rotacionais e
três eixos lineares. Em muitos sistemas de comando numérico, o movimento entre peça e ferramenta
é realizado a partir do controle de posição e movimentação da mesa, com a peça fixada sobre esta. A
ferramenta, por sua vez, é fixada em um cabeçote que pode ser estacionário, ou não. Em outros sistemas,
a peça se mantém fixa, e quem faz a movimentação é o dispositivo de usinagem.
O sistema de controle de movimento baseado em comando numérico pode acontecer de duas
formas, segundo Groover (2016). No primeiro, denominado Sistema Ponto a Ponto, move-se a fer-
ramenta, ou a peça, para uma posição programada, desconsiderando a trajetória traçada, e, somente ao
término da movimentação, a próxima operação entra em ação. No caso do Sistema Contínuo, outro
sistema identificado por Groover (2016), a trajetória é fornecida com controle simultâneo em mais
de um eixo, o que permite monitorar o caminho seguido pela ferramenta. Assim, é possível executar o
processo de usinagem enquanto os eixos estão em movimento, o que facilita, por exemplo, a usinagem
de ângulos, curvas e contornos.
Descrição da Imagem: a imagem é uma folha quadriculada, na qual está desenhada um gráfico demarcando os eixos
x e y, e o encontro dos mesmos nomeando-os do lado positivo como A e do negativo B.
106
UNIDADE 5
+Z
+C +b
Peça
+y
+a
–x +x
–y Mesa
–z
Figura 3 - Mesa para operação plana em CNC / Fonte: Junior (2018, p. 134).
Descrição da Imagem: a figura mostra um quadro (peça) sobre um quadrado maior (mesa) do qual partem setas
indicando os eixos x, y, z positivos e negativos e a rotação dos eixos +a, +b, +c.
Groover (2016) explica como um sistema simples de posicionamento pode funcionar. Composto,
basicamente, por uma mesa, onde se fixa uma peça a ser usinada, que terá a finalidade de mover-se
e, assim, mover a peça que está fixada sob sua superfície em relação à ferramenta. Assim, essa mesa
107
UNICESUMAR
fará um movimento linear, acionado pelo fuso roscado que, por sua vez, é acionado
por um motor. O fuso roscado tem um passo determinado, e a mesa se movimenta à
distância igual ao passo do fuso, sendo sua velocidade determinada pela velocidade
de rotação do eixo.
Havendo um eixo abaixo do explicado, seria possível, então, executar movimentos
no plano X e Y. Groover (2016) explica que dois tipos básicos de controle de trajetória
são usados em máquinas-ferramenta de controle numérico. O primeiro tipo é o que
possui malha aberta, que difere do sistema de malha fechada pelo fato de o sistema
não verificar se a posição determinada foi alcançada. No sistema de malha fechada,
são utilizadas a medição e a realimentação para que a posição final seja verificada.
Contudo o sistema de malha aberta é mais barato e bem adequado quando não se
tem muita resistência de movimento, como no caso da furação. Já o sistema de malha
fechada é utilizado em máquinas-ferramenta que funcionam executando trajetórias
contínuas, como no caso da fresadora e dos tornos mecânicos.
O sistema com malha aberta, geralmente, utiliza um motor de passo para fazer o
acionamento do fuso. Em uma máquina de comando numérico, o motor de passo é
acionado por uma sequência de pulsos elétricos, fazendo o motor girar uma fração
de sua rotação. Em um sistema de malha fechada, o comando numérico utiliza um
servomotor e uma realimentação para garantir que a posição desejada foi alcançada.
Essa posição aciona um sensor, no caso, um encoder (tipo de sensor codificador óti-
co muito utilizado), formado por uma fonte luminosa, uma célula fotoelétrica e um
disco que, acoplado a um eixo de rotação, é ligado, diretamente, no fuso. À medida
que o fuso gira, o disco, que possui em seu corpo uma série de ranhuras, permite
que flashes de luz incidam sobre a fotocélula, que, por sua vez, converte-os em sinais
elétricos, denominados pulsos elétricos.
Assim, o comando numérico identifica, por meio da frequência destes pulsos, o
ângulo de rotação e a velocidade determinada para o fuso e, portanto, identifica os
parâmetros de velocidade e a posição da mesa usando o passo do fuso. De acordo com
Groover (2016), grande parte das operações que são executadas por equipamentos
de usinagem se baseiam neste tipo de categoria, especialmente aquelas que envolvem
controle de caminho, como os tornos e as fresadoras de comando numérico.
A tarefa de programar a usinagem de peças nas máquinas-ferramenta de comando
numérico é, usualmente, denominada programação, como explica Groover (2016).
Os programas são específicos para cada peça e, de maneira geral, feitos por pessoas
que detêm conhecimento sobre usinagem e máquina-ferramenta, além de outras
informações que serão necessárias durante a construção do programa. Generoso
(2011) afirma que os programas de uma máquina-ferramenta de comando numé-
rico obedecem a uma estrutura básica que deve ser observada na construção de um
programa.
108
UNIDADE 5
IDENTIFICAÇÃO
CABEÇALHO
DADO DA FERRAMENTA
APROXIMAÇÃO E USINAGEM
DO PERFIL DA PEÇA
FIM DO PROGRAMA
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UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um painel de uma máquina CNC, um teclado numérico, um botão vermelho
do lado, uma tela onde estão inscritos códigos programados.
110
UNIDADE 5
111
UNICESUMAR
O comando numérico computadorizado possibilita que os produtos que consumimos hoje sejam
padronizados e tenham a qualidade que nos atende, como os gabinetes dos equipamentos, peças
mecânicas de máquinas, veículos, smartphones etc. O CNC é extremamente útil, sempre quando o
projeto deve se tornar tangível, ou seja, quando um desenho deve se tornar realidade, pois orienta uma
máquina na execução de tarefas que não seriam possíveis em qualidade e replicabilidade se não fosse
por meio desta tecnologia.
Estudamos os sistemas de comandos numéricos computadorizados, explicando a vantagem deles
e sua aplicabilidade em algumas máquinas-ferramenta. Ainda sobre o sistema de comando numérico,
vimos que esta tecnologia pode ser utilizada em vários processos, sendo muito comum o uso na área
de usinagem de peças.
Nosso outro assunto foi a tecnologia do controle numérico e a constituição dos componentes do
sistema. Falamos sobre os três componentes que formam o sistema, o programa executado nas má-
quinas-ferramenta e elaborado por profissionais programadores; sobre a unidade de controle, que, nas
tecnologias mais novas, é um microcomputador capaz de armazenar e executar os programas, e sobre
os equipamentos de processamento, na verdade, as máquinas-ferramenta que realizam as operações
programadas.
Ainda comentamos sobre o sistema de coordenadas, explicando que este sistema é composto por
eixos lineares (x, y, z), mostrados no plano cartesiano, e por três eixos rotacionais (a, b, c), utilizados
para fazer a movimentação da peça ou da ferramenta. Também falamos sobre o sistema de controle
de movimento dos sistemas de controle numérico e que esses podem ser de dois tipos, o primeiro
denominado sistema ponto a ponto, que faz a movimentação desconsiderando a trajetória, e o sistema
de caminho contínuo, que fornece uma trajetória contínua e simultânea em mais de um eixo.
Outro assunto abordado foi o posicionamento absoluto que utiliza a origem definida no sistema
para fazer o posicionamento dos pontos, e o posicionamento incremental, em que a origem é sempre o
último ponto encontrado. Ainda falando sobre o posicionamento, comentamos que existem dois tipos
de controle da trajetória, um utilizando malha aberta, e outro que utiliza o sistema de malha fechada.
Por fim, falamos sobre a programação de peças nos comandos numéricos.
112
Chegamos ao final de nossa unidade e, agora, avaliaremos o quanto aprendemos até aqui, por
meio de um mapa conceitual, que permite relembrar cada conceito que aprendemos ao longo
desta etapa de nosso estudo. Vamos, então, analisar a imagem do Mapa Conceitual a seguir:
Sistema de Sistema
coordenadas ponto a ponto
"Malha aberta"
Sistema contínuo
e "Malha fechada"
CNC
Posicionamento Posicionamento
absoluto incremental
MCU CAD/CAM
Descrição da Imagem: a imagem mostra um mapa conceitual com uma ideia central em um retângulo cujo texto
inscrito é CNC; em torno deste campo há outros retângulos com termos associados a ele e interligados a este, por
meio de setas.
MAPA MENTAL
113
Observe que, no Mapa Conceitual dado, temos os conceitos ligados ao termo CNC. Agora, para
cada conceito, inserir de maneira sucinta, sua definição, diretamente, no mapa dado a seguir.
CNC
MAPA MENTAL
114
1. O comando numérico computadorizado (CNC) é utilizado em diversos tipos de máqui-
nas, sendo tornos, fresadoras, dobradeiras, impressoras 3D, ente outras. Sendo assim,
os comandos numéricos se mostram produtivos e viáveis em qual aplicação?
a) Na fabricação de lotes.
b) Na fabricação de sistemas operacionais para máquinas.
c) Na produção de máquinas-ferramenta.
d) Na produção de peças de difícil geometria.
e) Na construção de programas para máquinas.
2. Em uma indústria metalúrgica, existem diversas máquinas que são utilizadas para a
usinagem, onde um torno CNC é ligado. De acordo com uma ordem de serviço, onde o
conjunto detalhado de indicações que o dispositivo de usinagem (ferramenta ou outro)
deve seguir recebe o nome de:
a) Matriz.
b) Posicionamento.
c) Programa.
d) Coordenada.
e) Machine Control Unit (MCU).
115
MEU ESPAÇO
116
117
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
118
6
Processo de
Fabricação
por Fundição
Me. Fábio Augusto Gentilin
O bloco de motor de carro é uma das partes mais importantes de um veículo e possui formas com-
plexas, com dutos internos às paredes, necessários para o sistema de arrefecimento do motor, além de
acomodar peças que requerem movimento controlado, como cilindros, válvulas e eixos que dependem
de cada tecnologia. Tudo isso faz do bloco do motor uma peça extraordinária e complexa. Com todos
estes pré-requisitos, você sabe como é possível fabricar um bloco de motor à combustão para que todas
as suas funções sejam realizadas com eficiência e durabilidade?
Os motores dos veículos possuem diversas tecnologias que derivam de pesquisas e desenvolvimento
realizados ao longo dos anos e que visam ao melhor desempenho e à eficiência no consumo de combus-
tível, requisitos que promoveram a criação de diferentes topologias de funcionamento em diferentes tipos
de materiais que variam do aço ao alumínio, em motores cada vez mais econômicos, leves e resistentes.
Muitas partes dos motores são fabricadas pelo processo de fundição, não apenas motores à combustão
interna (motores de veículos tradicionais), mas também motores elétricos, peças de máquinas, cabeço-
tes, carcaças etc. Os metais utilizados na fabricação de motores e peças, normalmente, apresentam-se
em estado sólido à temperatura ambiente. Quando são submetidos às temperaturas elevadas, o metal
se funde e se torna fluido (líquido), podendo, assim, assumir a forma do recipiente que o contém (um
molde). Com a diminuição da temperatura, o metal torna-se novamente sólido e mantém a forma de
seu molde, permanentemente, originando, então, a peça final que deve passar por estágios de usinagem
a fim de alinhar o acoplamento de cada elemento funcional.
Há uma infinidade de peças que podem ser obtidas pelo processo de fundição, método que
permite a produção em grandes quantidades e diferentes tecnologias de ma-
teriais, viabilizando a fabricação de máquinas e equi-
pamentos que até hoje possuem partes fundidas
com propriedades de acondicionamento
e dissipação de calor eficientes,
além de oferecer resistên-
cia mecânica adequada ao
uso em ambientes indus-
triais, agrícolas, de trans-
portes etc.
120
UNIDADE 6
Você já deve ter se perguntado: Como é produzido determinado objeto ou uma peça metálica tão
complexa? Não é mesmo? Isso ocorre com frequência com as peças fabricadas pelo processo de fun-
dição, que estão em toda parte, seja nos utensílios domésticos seja nas peças de motores de veículos.
Vamos, então, fazer um primeiro exercício, listando alguns exemplos para reconhecer a existência e a
utilidade das peças obtidas pelo processo de fundição em nosso ambiente cotidiano. Você deve listar
dez exemplos de peças obtidas pelo processo de fundição de que você tenha conhecimento, preen-
chendo, no Quadro 1, cada uma (conforme exemplo dado no item 1), com sua descrição e aplicação.
10
11
121
UNICESUMAR
Quando você listou peças obtidas pelo processo de fundição, percebeu que vários exemplos de ele-
mentos de máquinas necessitam desta tecnologia para sua obtenção. Você consegue imaginar como
seria possível produzir peças com a complexidade de um cabeçote de motor à combustão interna, por
exemplo, com todos os canais necessários ao sistema de arrefecimento, ou mesmo para os modelos que
trocam calor com o ar, com todas aquelas aletas finas? Como seria possível obter tal peça com volume
de produção elevado, com a confiabilidade e a durabilidade que um motor veicular requer por outro
método, senão pela fundição?
A indústria utiliza diversos materiais para a obtenção dos produtos que utilizamos, inclusive, os
objetos fabricados por meio de ligas metálicas. Essas, certamente, podem ser obtidas, por meio de
diversos processos de fabricação diferentes, sendo a fundição é um deles.
A fundição é um processo de fabricação que permite a obtenção de peças em grande escala de
produção, com alto grau de replicabilidade, dado que utiliza metal em estado líquido e moldes que
possuem as formas da peça desejada predefinidas em sua estrutura. Logo, para executar a manufatura
de peças complexas, como bloco e cabeçotes de motores veiculares, este processo mostra-se eficiente.
As primeiras peças metálicas conhecidas até agora foram fabricadas em cobre nativo, com registros
que datam de 10.000 a.C. e eram pequenos enfeites batidos para atingir o formato desejado. Já entre
os anos de 5000 e 3000 a.C., tivemos os registros dos primeiros objetos obtidos a partir da fundição
de cobre em pedra lascada. Somente após este período é que os trabalhos em bronze foram iniciados
(BALDAM 2014).
O ferro, metal, abundantemente, utilizado até os dias de hoje, teve sua utilização registrada a partir
de 600 a.C., sendo que o aço teve sua produção iniciada em 1740 na Inglaterra (BALDAM, 2014).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta uma pilha de lingotes de cobre fundido empilhadas e prontas para
serem utilizadas em processos de fundição.
122
UNIDADE 6
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta a combustão do coque, que consiste no carvão
betuminoso.
123
UNICESUMAR
A B
Figura 3 - Peças obtidas por fundição: (a) moldes de peças do motor veicular, (b) peças obtidas por fundição
Descrição da Imagem: esta figura mostra duas imagens: a imagem da esquerda mostra moldes de peças do motor
de um veículo, e a imagem da direita apresenta as peças obtidas pelo processo de fundição.
A fabricação de peças por meio da fundição confere algumas vantagens que se dão,
principalmente:
• pela velocidade e pelo volume de produção em grande escala.
• pela liberdade de formas, permitindo a execução de peças complexas.
• pelas dimensões variando com peças de poucos gramas até toneladas (peque-
nas joias até peças de navios e turbinas para usinas hidrelétricas).
124
UNIDADE 6
Podemos citar vários exemplos de peças que são obtidas pelo processo de fundição,
como: eletrodomésticos, carcaças de motores, dissipadores de calor, tubulações de
grandes dimensões, válvulas, conexões, carcaças de máquinas industriais, blocos,
cabeçotes e demais peças de motores veiculares etc.
O processo de fabricação por fundição depende de infraestrutura que pode ser
definida pelos setores (BALDAM, 2014):
• de projetos ou Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
• de modelação para a confecção e a preparação dos modelos e as respectivas
caixas de macho.
• de fabricação da peça fundida.
No caso da fábrica, esta pode contar com as áreas necessárias à fabricação por fun-
dição (BALDAM, 2014):
• área de preparação da areia para moldagem.
• área de moldação.
• área de confecção dos machos (macharia).
• área de preparação do metal líquido (fusão).
• área de vazamento dos moldes.
• área de rebarbação e limpeza (acabamento).
Figura 4 - Diagrama básico de operação de uma fundição / Fonte: Baldam (2014, p. 24)
Descrição da Imagem: esta figura apresenta o organograma de uma fundição onde há o início do processo, o pedi-
do dos clientes, o planejamento da produção, os fornos, os fluxos de matéria-prima, a modelagem, a confecção de
macho, os moldes, o vazamento, a desmoldagem, o controle de qualidade, a expedição e o sucateamento das não
conformidades até o fim do processo.
125
UNICESUMAR
Para a fabricação dos moldes de uma fundição, utiliza-se areia ou metal (dependendo do tipo), onde
processos de fundição que exigem pressão no molde, normalmente, são confeccionados em aço, e,
para os demais casos, que correspondem à maioria das peças fabricadas por fundição, temos os mol-
des confeccionados em areia, em processos de moldação manual ou mecanizado (BALDAM, 2014).
A areia que constitui o molde é formada por grãos de areia base e um aglomerante, responsável pela
fixação dos grãos para que o molde assuma a formação de acordo com o modelo de peça a ser reprodu-
zido e permaneça assim durante o derramamento do metal líquido, durante o processo de fabricação
por fundição. Neste sentido, além do molde há o macho, que corresponde à parte do molde, fabricado,
separadamente. Este elemento é inserido na cavidade do molde, após a extração do modelo, com o
objetivo de obter as formas da peça de maneira econômica e construir o modelo de maneira facilitada.
Descrição da Imagem: esta figura mostra um exemplo de molde de fundição feito em areia verde, sendo a parte
inferior do molde, ou seja, sua base, que mede, aproximadamente, 2,5 metros de comprimento, 1 metro de largura
e 50 cm de profundidade.
126
UNIDADE 6
Observe a Figura 6a, em que a peça a ser obtida apresenta diâmetro variável. Para que suas formas
sejam respeitadas, um modelo deve ser confeccionado (b). O modelo (M) é que preencherá o espaço
dentro do molde para a obtenção da forma da peça, entretanto, para definir a forma da cavidade do
molde, é confeccionada, paralelamente, ao molde, uma caixa de macho (c). Quando juntamos todos
os elementos (modelo + macho) dentro do molde, obtemos o conjunto dado na Figura 6(d).
Para a confecção do macho, pode-se utilizar alguns tipos de areia, e sua escolha depende do tipo
de aplicação em cada caso. Normalmente, são utilizados dois tipos de areia constituídas por grãos de
areia silicosa, que podem ser aglomeradas:
• com silicato de sódio e gás carbônico.
• com a utilização de resinas de cura a frio.
127
UNICESUMAR
Os modelos são confeccionados para a obtenção de uma peça final e definem as dimensões e a forma
da cavidade dentro do molde, já a caixa do macho tem o objetivo de preparar o macho e deve atender
aos pontos:
• exatidão e precisão nas formas e dimensões.
• fidelidade de forma e dimensões.
• extração simples (facilitada).
• superfície uniforme.
Para adaptar o projeto da peça ao processo de fundição, a caixa de macho e o modelo devem prever
alguns principais pontos:
• Sobre espessura de usinagem
• Este parâmetro refere-se ao fato de a peça fundida ser submetida à usinagem para adequar sua
superfície em pontos de contato ou mesmo a furações para fixação e depende deste modo de
espessura adequada para este fim, o que leva à remoção de material da peça. Este processo deve
ser previsto e compensado sobre a espessura de modo a compatibilizar a peça ao processo de
usinagem posterior à fundição.
• Acréscimos para compensar a contração linear
• Durante o resfriamento do metal em estado líquido (submetido à altas temperaturas), a peça
sofre contrações que diminuem, linearmente, as dimensões finais da peça contida no interior
da cavidade do molde (metal em estado sólido). Esta variação nas dimensões deve ser prevista
para compensação do molde, diante das dimensões previstas no desenho da peça desejada, com
a utilização de fatores de correção oriundos de coeficientes de contração linear. Logo, ao con-
feccionar o molde, deve-se acrescentar este fator para que a peça final seja adequada ao projeto
e, ao mesmo tempo, atenda à contração de resfriamento do metal sob fundição.
128
UNIDADE 6
Figura 8 - Ângulo de saída: extração da peça e preservação do molde / Fonte: Baldam (2014, p. 25).
Descrição da Imagem: esta figura mostra uma representação em dois exemplos de sistemas de extração da peça do
molde, onde a previsão de ângulo inclinado de saída favorece a retirada da peça final solidificada, preservando o molde
para a fundição de uma nova peça, enquanto que quando o ângulo é reto, o molde pode se quebrar, impossibilitando
seu reaproveitamento.
129
UNICESUMAR
• Marcações de macho
Há marcações feitas no modelo em formas de saliências, propositalmente inseridas, para permitir
o posicionamento do macho no molde, sendo que também há marcações utilizadas para prever o
posicionamento entre os machos. O objetivo das marcações é garantir o correto posicionamento
dos machos no molde e, ao mesmo tempo, permitir a circulação dos gases provenientes do metal
líquido de fundição. A Figura 9 mostra um exemplo onde temos o modelo e o molde de fundição
de uma peça metálica. Observe o detalhe da marcação do modelo e da marcação do macho.
Figura 9 - Marcação do macho - posicionamento e eliminação de gases / Fonte: Baldam (2014, p. 26).
Descrição da Imagem: esta figura mostra uma representação da marcação do macho e seu devido posicionamento
para que ocorra a eliminação dos gases produzidos durante a fundição.
130
UNIDADE 6
O funil é interligado com o canal de descida, que possui um sistema de retenção de escórias e, poste-
riormente, o canal de distribuição, conforme pode ser observado na Figura 11.
Figura 11- Sistema de canais de distribuição para o metal líquido no molde / Fonte: Baldam (2014, p. 26).
Descrição da Imagem: esta figura mostra uma representação de um sistema de distribuição de metal líquido, no molde
de fundição, onde temos o funil por onde o metal fundido é inserido, passando pelo canal de descida e, posteriormente,
por um sistema de retenção de escórias, que é interligado ao canal de distribuição propriamente dito, onde as peças
a serem produzidas receberão o metal líquido.
Para compensar os efeitos da contração por solidificação da peça, são utilizadas estruturas denomi-
nadas massalotes, também conhecidas como montantes. Os massalotes têm como objetivo manter
uma reserva de metal líquido próximo da peça, fornecendo metal líquido que compensa os vazios
formados pelos efeitos da contração, ou popularmente conhecido rechupe na peça (BALDAM, 2014).
Veja na imagem da Figura 12 (d) a representação do massalote.
Figura 12 - Modelos utilizados na fundição em areia: (a) modelo sólido, (b) modelo bipartido, (c) placa-modelo com uma metade
do modelo em cada face e (d) placa-modelo / Fonte: Groover (2014, p. 6).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta os modelos utilizados em um processo de fundição em areia, em que,
inicialmente, o modelo é mostrado integralmente, depois, é bipartido em corte sagital que recebe, então, uma placa
para unir as duas partes, logo, recebe o modelo do massalote e, por fim, é exibido em suas partes superior e inferior
com o sistema de canais montado.
131
UNICESUMAR
132
UNIDADE 6
Descrição da Imagem: esta figura apresenta moldes recebendo metal líquido para a produção das peças fundidas.
Um cadinho é acionado por um operador, e o metal líquido em seu interior é vazado para dentro de um dos 6 moldes
iguais, aguardando pelo metal fundido.
133
UNICESUMAR
Os aglomerantes utilizados para a mistura com a areia escolhida têm a função de ligar os grãos de modo
que estes formem uma estrutura rígida o suficiente para suportar as solicitações mecânicas (dinâmicas,
estáticas e térmicas) no processo de fundição, como pressão interna. É necessário ter equilíbrio entre a
quantidade de aglomerante e as propriedades desejadas para o processo, pois, ao aumentar a proporção
de aglomerante, teremos aumento da resistência mecânica e da dureza, porém como consequência disso
teremos, também, a diminuição de sua permeabilidade, característica importante para a circulação dos
gases produzidos dentro do molde.
Os aglomerantes podem ser orgânicos, inorgânicos e sintéticos. Os orgânicos são aqueles que ob-
têm resistência logo após uma leve secagem e posteriormente à secagem do molde em estufa (exemplo:
melaço de cana, amido de milho, óleos etc.). Sua resistência pode ser superior à resistência obtida com
aglomerantes inorgânicos, porém, após a introdução das resinas, os aglomerantes orgânicos entraram
em desuso. Os inorgânicos têm a característica de atingir a resistência, após secagem, e há a sinterização
do aglomerante com o metal líquido, o que causa dificuldades de desmontagem, após solidificação da
peça. Alguns exemplos deste tipo de aglomerantes são: argila, silicato de sódio e cimento.
Já os aglomerantes sintéticos são conhecidos pelo elevado custo, porém oferecem alta resistência e
podem ser aplicados em situações onde há detalhes complexos e paredes finas, como podemos ver no
exemplo do sistema de arrefecimento a ar utilizado em alguns modelos de motores de motocicletas,
onde finas paredes de metal trocam calor com o ar atmosférico, durante o deslocamento do veículo
(Figura 15).
134
UNIDADE 6
FERROS FUNDIDOS
AÇO
O ferro fundido e o aço são constituídos pelos elementos: ferro, carbono, manganês, silício, fósforo e
enxofre. Assim, o aço é considerado uma liga composta de ferro e carbono, e o carbono pode ter con-
centração variando entre 0,008% até 2,11% enquanto o ferro fundido é uma liga que também possui
a composição básica de ferro e carbono, porém, na concentração de carbono, pode variar entre 2,11%
e 4,5% (BALDAM, 2014).
Figura 16 - Fundição de peças de aço - componentes de grandes dimensões - indústria automobilística pesada
Descrição da Imagem: esta figura mostra um grande pátio industrial com vários moldes recebendo metal fundido,
por meio de cadinho que se desloca por cima dos moldes por uma ponte rolante.
O aço-carbono é um tipo de aço que não apresenta em sua composição elementos de ligas, e sua tem-
peratura de fusão ocorre em, aproximadamente, 1500 ºC. Já os ferros fundidos têm a possibilidade, ou
não, de apresentar carbono (livre) em sua microestrutura. No universo de ligas não ferrosas, podemos
citar as principais: ligas de alumínio, ligas de cobre e ligas de zinco.
As ligas de alumínio apresentam baixo ponto de fusão e, também, baixa viscosidade, enquanto seu
coeficiente de transferência de calor é elevado, possibilitando a aplicação em trocadores de calor e dis-
sipadores. Além disso, a maioria das ligas de alumínio não apresentam ocorrências de trinca a quente,
mantendo bom acabamento superficial, o que otimiza a produção de peças pelo método de fundição.
135
UNICESUMAR
As ligas de cobre suportam grande variedade de métodos de fabricação por fundição: cera perdida,
fundição em moldes de areia verde, em cascata e sob pressão dado às suas características fluidas em
altas temperaturas. Devemos reconhecer que esta família de ligas desfruta de considerável resistência
ao desgaste, à corrosão (caso das ligas de bronze), à compressão e à fadiga, além da condutividade
térmica e elétrica que as peças constituídas por essas ligas apresentam.
No caso das ligas de zinco, podemos observar
sua utilização na fabricação de peças funcionais
e, também, peças decorativas, em que a maioria
das aplicações se restringe aos equipamentos ele-
trodomésticos e brinquedos, dado ao excelente
acabamento obtido pelo método de fundição sob
pressão. Um exemplo de liga desta família de ligas
é a ZAMAC, que corresponde à combinação das
ligas de Zn (Zinco), Al (Alumínio), Mg (Manga-
nês) e Cu (Cobre), porém pode conter, também,
Sn (Estanho), Pb (Chumbo) e Fe (Ferro).
136
UNIDADE 6
137
Chegamos ao fim desta unidade e, agora, reveremos os principais conceitos para fixar o que
aprendemos, de maneira bastante intuitiva, a partir do Mapa Conceitual dado a seguir. Agora, com
o seu conhecimento, fundamentado nos estudos desta unidade, complemente o Mapa Conceitual
com o significado de cada termo dado a seguir:
Descrição da Imagem: esta figura mostra um Mapa Conceitual com o termo Fundição no centro da imagem e os
termos ao seu redor: areia, macho, modelo, molde, aglomerante, ligas ferrosas, ligas não ferrosas e metal líquido.
MAPA MENTAL
138
A partir dessa proposta de Mapa Mental, elabore o seu próprio.
MAPA MENTAL
139
1. No processo de fabricação por fundição com areia de moldagem, é utilizado um aglo-
merante que atua juntamente com os grãos para suportar os efeitos do deslocamento
de metal líquido no interior do molde. Sobre o aglomerante, é correto afirmar que:
a) É responsável pela fixação dos grãos para que o molde assuma a formação de acordo
com o modelo de peça a ser reproduzido e permaneça assim, durante o derramamento
do metal líquido, no processo de fabricação por fundição.
b) É utilizado para vedar as paredes do molde.
c) É responsável pela cura da areia e proteção contra corrosão do metal fundido.
d) Deve impedir, totalmente, a saída dos gases que podem ser prejudiciais à saúde.
e) Reage com o metal líquido para possibilitar seu endurecimento, caso contrário, per-
maneceria líquido mesmo à temperatura ambiente.
140
3. Na fundição com areia de moldagem, é necessária a confecção de molde, macho e
modelo. Quando nos referimos à confecção do macho, levamos em consideração que:
a) A areia destinada à fabricação dos machos deve ter boa permeabilidade magnética,
que se resume à capacidade do macho se fixar ao molde durante a fundição.
b) Esta peça não pode ser fabricada em areia uma vez que esta técnica não suportaria
o esforço mecânico envolvido.
c) O macho deve ser confeccionado em estanho, pois, assim, suportaria altas tempera-
turas, durante a fusão do aço no molde de areia.
d) O macho deve ser fabricado com resina polimerizável, que atende aos rigores da
norma ISO 9000.
e) A areia destinada à fabricação dos machos deve ter boa colapsibilidade, que se resume
à perda da resistência à areia, após o início da solidificação da peça.
141
MEU ESPAÇO
142
7
Processo
de Soldagem
Me. Fábio Augusto Gentilin
Você já se perguntou como é possível unir duas ou mais peças de metal por meio de um processo de
soldagem? Será que é seguro? Você subiria em uma escada cujos degraus estão fixados, apenas, por solda?
Como será que a tubulação de fluido refrigerante do sistema de ar-condicionado é soldada, de modo
que não haja vazamento do gás que permite o resfriamento e o congelamento de nossos alimentos?
A soldagem é, sem dúvida, um dos processos mais utilizados quando o assunto é projeto mecânico.
Seja manual, seja robotizada, a solda exerce, por diferentes tecnologias, o seu papel na união de peças
metálicas, para suportar cargas ou armazenar e conduzir fluidos em canais e tubulações.
Os metais são utilizados há milhares de anos por nossas civilizações e, nos últimos séculos, gra-
ças, principalmente, ao advento da indústria, esses metais foram aplicados na produção de diversos
equipamentos que envolvem transportes (pesados e leves), indústrias de transformação, máquinas e
equipamentos etc.
A soldagem permitiu a implementação de muitos recursos, antes, inexistentes, de modo que má-
quinas mais sofisticadas surgiram e a capacidade produtiva teve um salto que permitiu a criação de
veículos de transporte mais eficientes, o envio de fluidos em grandes distâncias e, até mesmo, as viagens
espaciais.
Os tipos de metais empregados nos processos industriais definem as possíveis tecnologias de sol-
dagem que podem, ou não, utilizar pressão, ou os materiais de adição para a sua união. Vale lembrar
que, quando nos referimos à união de metais por soldagem, é preciso salientar que, além dos metais, os
quais podem ser soldados por fusão (temperatura elevada), há outros materiais não metais que podem
ser soldados sem a aplicação de altas temperaturas.
144
UNIDADE 7
10
11
Em uma instalação da indústria petrolífera, os vasos e os tubos de transporte de petróleo são, cons-
tantemente, inspecionados para averiguar possíveis fissuras nas suas junções, o que poderia provocar
falhas catastróficas ao processo. Logo, a união dos elementos envolvidos deve ser feita de modo a pre-
servar a integridade do fluido interno e, ao mesmo tempo, manter a rigidez e a resistência mecânica em
ambientes onde há vibrações, constantes variações de pressão e demais variáveis externas ao processo.
Sabendo de todas essas características inerentes ao armazenamento e ao transporte de fluidos,
analise, em sua residência, o sistema de armazenamento de gás de cozinha. Veja que, normalmente,
há um vaso (cilindro) metálico que armazena o gás, por exemplo, o botijão, o qual é dividido em duas
partes. A união entre essas partes é feita, geralmente, por meio de um filete de solda (cordão de solda)
que garante a estanqueidade do botijão, preservando o fluido no seu interior, ao mesmo tempo em que
suporta o transporte e o armazenamento em condições seguras para a utilização em uma residência.
Como seria possível vedar, adequadamente, a união rígida e sob pressão de um botijão de gás, garan-
tindo a segurança e a integridade?
145
UNICESUMAR
146
UNIDADE 7
Observe que, para uma molécula de ferro, temos uma estrutura baseada na formação
CFC (Cúbica de Corpo Centrado). É importante levar em consideração esta arquite-
tura para entendermos como o processo de soldagem ocorre, pois, quando aquecemos
o metal, temos um comportamento característico que estudaremos mais adiante.
Analisaremos a ligação entre os átomos de uma molécula de ferro, em que a energia
potencial do sistema é menor nos átomos posicionados no interior da mesma, pois há
átomos vizinhos em todas as direções (estrutura CFC), combinando-se, totalmente,
não havendo ligações disponíveis para átomos extras. Desse modo, a energia do
sistema é mínima no interior da molécula (MARQUES, 2017).
Entretanto, na superfície da molécula, não há átomos vizinhos em todas as dire-
ções, assim, a energia do sistema aumenta, pois, os átomos não combinados tendem
a se combinar com outros átomos que estejam nas proximidades, dada uma fonte
de energia externa que os ligue.
A Figura 2 mostra a relação entre a energia em função da distância entre dois áto-
mos, em que r0 representa a região de energia mínima, por conta de sua localização
no interior da molécula.
ro Distância
Energia
147
UNICESUMAR
Como já sabemos, ao aproximar duas superfícies metálicas a ponto de encostar uma na outra, não
obtemos a sua união permanente, como ocorre entre dois cubos de gelo, por exemplo, isso por conta
da rugosidade da superfície do metal e, também, da presença de contaminantes, como a poeira, o
óxido, a umidade, a gordura etc.
A rugosidade da superfície extremamente polida de um metal ainda pode apresentar irregularidades
da ordem de 50 nm de altura (aproximadamente, de 200 camadas atômicas) (MARQUES, 2017). Assim,
poucos pontos da superfície, realmente, se ligam aos outros pontos da outra molécula de outro objeto
metálico, não tendo, assim, resistência suficiente para que haja uma ligação permanente.
Descrição da Imagem: a figura mostra uma foto, obtida por imagem microscópica, de uma amostra de metal.
Para reduzir a distância entre os átomos e efetivar a união entre as peças, normalmente, são utilizados
dois métodos: por aplicação de pressão (ou deformação) ou por fusão (aplicação de calor loca-
lizado) , com ou sem metal de adição (MARQUES, 2017).
No método de união por aplicação de pressão, as peças metálicas são submetidas à compressão e
à deformação, o que resulta na aproximação entre os átomos, até que os mesmos atinjam o nível de
combinação de r0, em que o máximo de ligações vizinhas seja estabelecido. Neste método, o aqueci-
mento da região de contato entre as partes otimiza o processo.
Já no processo de união por aplicação de calor localizado, ocorre a fusão dos metais a ponto de as
superfícies entre as peças serem eliminadas e, assim, a peça A funde-se à peça B , conforme mos-
trado na Figura 4:
148
UNIDADE 7
Metal de Calor
adição
A B
Metal de base
A B
Solda
A B
Figura 4 - Processo de soldagem por fusão: peças A e B unidas por meio da fusão dos metais / Fonte: Marques (2017, p. 6).
Descrição da Imagem: a imagem mostra o processo de união por meio da soldagem, utilizando a fusão de metais,
em que um metal de adição é aquecido em uma poça de fusão, e as partes A e B são unidas após a solidificação dos
metais fundidos.
149
UNICESUMAR
Em processos de soldagem por fusão, utiliza-se um agente protetor do cordão de solda (região formada
na união das peças) para proteger a reação entre o material fundido e os gases da atmosfera. O agente
protetor diferencia-se de acordo com a tecnologia de soldagem, conforme apresentado no Quadro 3:
150
UNIDADE 7
Descrição da Imagem: a imagem apresenta peças soldadas, uma plana e outra em forma de
cantoneira, e a formação da escória em torno do cordão de solda.
151
UNICESUMAR
Eletrodo Porta-eletrodo
Fonte
Cabo
Peça
Cabo terra ou cabo obra
Grampo
Figura 6 - Sistema de Solda a arco elétrico / Fonte: Geary e Rex (2013, p. 46).
Descrição da Imagem: a imagem mostra a representação de um processo de soldagem a arco elétrico. À esquerda,
temos as peças sendo unidas; à direita, a fonte de energia interligada à peça por meio de cabos (terra e porta-eletrodo),
cujo eletrodo é fixado para promover a soldagem por arco elétrico.
A peça a ser soldada é conectada através de um cabo, por meio de um grampo ou garra que corresponde
ao potencial elétrico oposto ao potencial conectado no eletrodo, sendo assim, quando o eletrodo toca
a superfície da peça metálica, forma-se um arco voltaico que conduz elétrons em intensidade muito
elevada, semelhante a de um curto-circuito (corrente elétrica muito elevada), o que resulta em intensa
dissipação de calor nas extremidades envolvidas, provocando a fusão dos metais e o seu derretimento,
o que proporciona a união das peças. O resultado deste tipo de solda é uma união rígida e, até mesmo,
tão resistente quanto o próprio material-base de metal.
É importante ressaltar que este tipo de solda emite luz intensa durante o processo de fusão dos metais,
além de radiação de calor, assim, o operador da solda deve utilizar equipamentos de segurança ou EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual) apropriados para evitar acidentes ou lesões por queimaduras
na superfície da pele e nos olhos.
Os principais equipamentos a serem utilizados para a soldagem com eletrodo revestido são:
• Fonte de energia (máquina de solda).
• Porta-eletrodo.
• Cabos (anodo + e catodo -).
• Eletrodo.
• Garra para fixação à peça.
• Ferramentas para limpeza do cordão de solda.
• Equipamentos de segurança (EPIs).
152
UNIDADE 7
Em termos de fontes de energia mais utilizadas, temos, basicamente, três tecnologias disponíveis:
• Conversor (corrente contínua) – Utiliza um motor de combustão interna acoplado à uma
máquina síncrona para a geração de energia elétrica e, assim, o potencial elétrico necessário
para a soldagem. Esta tecnologia está obsoleta devido ao seu custo operacional, portanto, é
muito pouco utilizada.
• Transformador (corrente alternada) – Consiste em um transformador que rebaixa a tensão
para um potencial adequado à soldagem com alta capacidade de corrente (normalmente, entre
10 e 40 V de tensão e entre 10 e 1200 A de corrente). Esta tecnologia é mais robusta, pois não
utiliza componentes sensíveis, sendo mais simples de operar e prestar manutenção, porém é
de alto custo.
153
UNICESUMAR
a Equação 1:
Pp = Ps (1)
Sabendo-se que:
P = V .I (2)
em que:
V p : Tensão no enrolamento primário.
I p : Corrente no enrolamento primário.
Vs : Tensão no enrolamento secundário.
I s : Corrente no enrolamento secundário.
154
UNIDADE 7
Transformador
Vp Ip Is
Rede RL Vs = VL
elétrica
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama de um transformador com o seu enrolamento primário
conectado à rede elétrica e com o seu enrolamento secundário conectado a uma carga resistiva.
De acordo com a Equação 3, há relação direta entre a corrente do primário ( I p ) e a corrente do secundá-
rio ( I s ), pois o campo magnético produzido pela circulação de corrente no enrolamento primário tem,
como consequência, uma d .d . p. induzida no secundário que é igual à tensão na carga VL (Figura 9).
155
UNICESUMAR
Bobina de indução
Chave
liga
Transformador
Onda completa
em corrente contínua
Eletrodo
de solda
Figura 10 - Diagrama interno da fonte de energia para soldagem com eletrodo revestido
Descrição da Imagem: Esta figura mostra um desenho representativo de uma fonte de energia para soldagem com
eletrodo revestido e os seus principais componentes internos, como transformador e indutor, além de porta-eletrodo,
eletrodo e referência.
Na Figura 10, você pode observar, à esquerda, a representação de um transformador que recebe tensão
da rede elétrica e possui cinco estágios de seleção em tomadas do enrolamento primário.
De acordo com a seleção (0 a 5), a tensão induzida no enrolamento secundário é alterada e, com
isso, a corrente sofre variações proporcionais que determinam a velocidade com que o operador realiza
a soldagem (varia a potência do arco), sendo assim, com maiores corrente, potência e velocidade, pois:
PS = VS .I S (5)
156
UNIDADE 7
Observe, ainda, na Figura 10, que a tensão no secundário do transformador é retificada para definir
os polos positivo e negativo que serão utilizados na soldagem.
• Inversora – Esta tecnologia é a mais recente e utiliza eletrônica de estado sólido para converter
os potenciais e processar a potência necessária ao fornecimento de tensão e corrente ao proces-
so de soldagem. Este equipamento, normalmente, é mais leve e compacto do que as fontes de
energia com transformador e possibilita uma soldagem limpa com baixo índice de respingos.
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma foto com itens de soldagem a serem utilizados no processo com ele-
trodo revestido, como máscara, fonte de energia, eletrodos, martelo para retirar escória, porta-eletrodo, referência
com garra jacaré etc.
O processo de soldagem com eletrodo revestido pode ser visto na Figura 12:
Revestimento
do eletrodo
Alma do
eletrodo
Gás de
proteção
Escória
Solda
Arco
Metal de base
Figura 12 - Processo de soldagem utilizando eletrodo revestido / Fonte: Geary e Rex (2013, p. 47).
Descrição da Imagem: a figura apresenta um desenho representativo do processo de soldagem com eletrodo re-
vestido. No pé da imagem, temos o metal-base e o cordão de solda sendo formado pela fusão do eletrodo, onde há
a formação de escória. Na figura, é possível identificar o gás de proteção, a alma e o revestimento do eletrodo bem
como o arco formado com o meta-base.
157
UNICESUMAR
Observe, na Figura 12, que, durante o processo de soldagem, o cordão de solda é formado enquanto a
escória é depositada logo acima de sua superfície. Durante a formação do arco, um gás de proteção é
produzido, protegendo das ações dos gases da atmosfera o metal fundido pela alta temperatura.
Nesta tecnologia de soldagem, a polaridade de aterramento da peça (positivo ou negativo da fonte
de energia aplicado na peça ou metal-base) pode impactar o processo de soldagem. Se o positivo for
aplicado na peça, o negativo será aplicado no eletrodo, assim, temos a polarização direta , conforme
a Figura 13. Neste tipo de polarização, há mais calor na peça e, com isso, ocorre maior penetração
do cordão de solda. Quando aplicamos o negativo na peça , o positivo será ligado no eletrodo e,
assim, haverá mais calor no eletrodo , com menor penetração do cordão de solda. Este é o caso
da polarização inversa, conforme pode ser observado na Figura 14.
Metal-base
(peça a ser soldada) Porta-eletrodo
Fonte de energia
Eletrodo
Cordão
de solda
Garra para aterramento
da peça a ser soldada
Polaridade da
fonte de energia
Figura 13 - Polarização direta (positivo no metal-base): mais calor para a peça e maior penetração do cordão / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura mostra um desenho representativo de processo de soldagem por eletrodo revestido
com positivo aterrado. O processo contempla fonte de energia, eletrodo, porta-eletrodo, peças metálicas a serem
unidas, cordão de solda e garra de aterramento.
158
UNIDADE 7
Metal-base
(peça a ser soldada) Porta-eletrodo
Fonte de energia
Eletrodo
Cordão
de solda
Garra para aterramento
da peça a ser soldada
Polaridade da
fonte de energia
Figura 14 - Polarização inversa (negativo no metal-base): mais calor para o eletrodo e menor penetração do cordão / Fonte: o autor.
Descrição da Imagem: a figura mostra o desenho representativo de processo de soldagem por eletrodo revestido com
negativo aterrado. O processo contempla fonte de energia, eletrodo, porta-eletrodo, peças metálicas a serem unidas,
cordão de solda e garra de aterramento.
159
UNICESUMAR
O processo de soldagem com arco elétrico, assim como o eletrodo revestido, tem limitações relacio-
nadas à vulnerabilidade do metal fundido aos óxidos da atmosfera, o que pode causar falhas na solda
por juntas enfraquecidas. Para solucionar este problema, surgiu, no final da década de 40, uma tecno-
logia denominada soldagem TIG (Tungsten Inert Gas Welding), nome em inglês para Soldagem
com Gás Inerte e Tungstênio. Esta tecnologia consiste na utilização de um eletrodo não consumível
de tungstênio e de gases, os quais podem ser o argônio ou o hélio, que protegem a região da soldagem
dos óxidos da atmosfera (GEARY; REX, 2013).
Essa tecnologia permite a atuação com correntes mais elevadas do que o processo de soldagem por
eletrodo revestido, pelo fato de o seu eletrodo não ser consumível, além de produzir calor suficiente
para derreter a superfície das partes a serem unidas.
Descrição da Imagem: a imagem apresenta um exemplo de cordão de solda realizado por solda TIG.
A tecnologia de soldagem TIG foi, originalmente, desenvolvida para soldagem de metais, por
exemplo: alumínio, manganês e aço inoxidável, porém, na atualidade, ela é, amplamente, uti-
lizada em metais não ferrosos.
Fonte: adaptado de Geary e Rex (2013).
160
UNIDADE 7
161
UNICESUMAR
A poça de fusão é o volume de metal líquido formado pelo metal de adição e o metal-base
(peça a ser soldada), em estado líquido.
A norma AWS 5.18 (American Welding Society 5.18 – Sociedade Americana de Soldagem 5.18) deter-
mina as regras para a fabricação dos consumíveis utilizados no processo de soldagem a arco elétrico,
incluindo TIG, MIG, MAG e plasma.
A fundação nacional que homologa os consumíveis é a FBTS (Fundação Brasileira de Tecnologia
de Soldagem), sendo que, para a execução de serviços de soldagem, no Brasil, é necessário que os con-
sumíveis sejam homologados pela FBTS e os seus procedimentos, seguidos, rigorosamente.
Um exemplo de metal de adição utilizado na soldagem TIG é a vareta com código ER 70S – 3 .
Este código tem o seguinte significado:
• ER = Electrode Rod, em português, “haste de eletrodo”.
• 70 = Limite à tração do metal depositado em ksi ou kpsi. No caso específico, corresponde a 70
kpsi, sabendo que 70 kpsi = 49,21 kgf/mm².
• S = Sólido.
• 3 = Classe de composição química do metal (proporção de silício).
Ex.: ER 70S – 3 (Si – 0,45 – 0,70) – O que significa a concentração de silício variando entre 0,45% r
0,70%. Há, também, outros elementos na composição do metal de adição, por exemplo, o manganês
e o carbono.
162
UNIDADE 7
Para soldar materiais especiais, como o aço SAE 4130 (também conhecido como cromoly ou
cromo-molibdênio), muito utilizado para fabricar estruturas de carros de corrida, quadros e
peças de mountain bike bem como aviões, a composição da vareta de metal de adição deve
atender às condições de soldagem com a presença de elementos contaminantes e, mesmo
assim, realizar a união eficiente das partes em condições extremas. A composição química da
vareta para este tipo de material é dada pelo código: SAE 70S – 2, em que temos a concentração
de Silício variando entre 0,40 e 0,70%.
Para atender às demandas cuja espessura das chapas é superior a 6,0 mm, uma tecnologia de soldagem
a arco elétrico com proteção por gás foi desenvolvida sob a nomenclatura soldagem MIG (Metal Inert
Gas), soldagem a arco elétrico com proteção gasosa (Gas Metal Arc Welding). Esta tecnologia atendia,
inicialmente, apenas, às chapas de grandes espessuras, porém, após curto intervalo de tempo, passou por
melhorias e foi adequada, com qualidade e versatilidade significativas, às chapas de menores espessuras.
A tecnologia MIG utiliza os gases argônio ou hélio para proteger o metal fundido dos óxidos da
atmosfera. Já o seu eletrodo é consumível (diferentemente do sistema TIG). A soldagem MIG utiliza
o eletrodo no formato de arame, o qual é introduzido durante a soldagem e, depois, fundido na poça
de fusão (GEARY; REX, 2013).
163
UNICESUMAR
Figura 20 - Sistema de soldagem MIG: eletrodo consumível e gás CO2 adicionados pela tocha
Descrição da Imagem: a figura apresenta a foto de um operador realizando, com solda MIG, a soldagem de uma
tubulação metálica.
O equipamento de soldagem
MIG possui uma tocha que
consiste em um dispositivo
por onde o eletrodo é alimen-
tado, automaticamente, a partir
de um rolo de arame (no caso
de máquinas com alimentação
automática). Esse eletrodo (ara-
me) recebe, então, energização e,
assim, conduz potencial elétrico
até a peça onde está aplicado o
polo oposto, para a formação do
Figura 21 - Tocha de soldagem MIG: energização do eletrodo, eletrodo e gás no
arco de solda. mesmo dispositivo
Descrição da Imagem: a figura mostra uma foto de uma tocha para sol-
dagem MIG.
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UNIDADE 7
165
UNICESUMAR
A resposta é simples. A soldagem MIG tem ótima qualidade e um cordão de solda limpo e resistente,
porém o custo dos gases argônio ou hélio utilizados na soldagem MIG é superior ao custo do gás dióxido
de carbono (CO2) utilizado na soldagem MAG, além de que, o CO2 possui mais poder de penetração,
viabilizando o processo de soldagem MAG na indústria com altos volumes de produção.
Os processos de soldagem por arco de solda podem ser automatizados e são, amplamente, utilizados
pela indústria em geral, sendo que robôs e máquinas automáticas operam os seus sistemas com facili-
dade, dado o fato de terem autonomia para aplicar os eletrodos e a energização de maneira controlada
e com altos índices de qualidade.
A B
Figura 24 - Soldagem automatizada por robôs na indústria automotiva: (a) máquina automática de solda; (b) autonomia e
qualidade controladas
Descrição da Imagem: a figura mostra duas fotos em que a soldagem é realizada em indústria automobilística robo-
tizada e, também, apresenta a soldagem automatizada industrial.
166
UNIDADE 7
O processo de soldagem a gás , normalmente, utiliza os gases oxigênio e acetileno. Surgiu no início
do século XX, denomina-se soldagem oxiacetilênica e deriva das descobertas realizadas pelo francês
Henri Le Chatelier, em 1895, em que foram percebidas as propriedades da mistura e queima desses
gases bem como as suas temperaturas elevadas, nunca obtidas, antes, por outros gases.
A soldagem oxiacetilênica pode ser utilizada para unir, cortar e aquecer metais, e, no universo de
processos de soldagem, tem a maior faixa de amplitude de aplicações, assim, além de simples, essa
soldagem opera com diversas espessuras de chapas por conta de sua alta temperatura.
Para este processo de soldagem, é necessário que a mistura dos gases e a queima dos mesmos ocorra
de maneira correta, pois os gases que protegerão o metal fundido provêm desta mistura cuja união das
peças pode, ou não, ter a inclusão de metal de adição.
A soldagem oxiacetilênica consiste na fusão das partes a serem unidas às altas temperaturas. Estas
podem chegar aos 3300 ºC como temperatura média para a chama que é produto da queima dos gases.
A aplicação do metal de adição é realizada, manualmente, sobre a poça de fusão, enquanto a chama é
aplicada no local da união das peças.
Para a limpeza e descontaminação da superfície a ser unida por meio da soldagem oxiacetilênica,
podem ser utilizados os fluxos de solda, que preparam a superfície para os posteriores aquecimento
e fusão dos metais.
A simplicidade do processo de soldagem oxiacetilênica permite a utilização do equipamento com
outros gases, inferindo, apenas, sobre a segurança, a seleção das tochas corretas e os ajustes necessários
para a utilização adequada do equipamento e a obtenção dos resultados desejados com a solda.
167
UNICESUMAR
168
Chegamos ao fim desta unidade e, agora, reveremos os principais conceitos para fixar o que
aprendemos, de maneira bastante intuitiva, a partir do mapa conceitual, a seguir. Para isso, revi-
site cada termo estudado e as suas definições relacionadas à soldagem.
Eletrodo
revestido MAG
TIG Oxiacetileno
SOLDAGEM
MIG Porta-eletrodo
Descrição da Imagem: a figura mostra um mapa conceitual cujo termo central é a palavra Soldagem. Em torno do
termo central estão os seguintes termos: Eletrodo revestido, TIG, Gás inerte, MIG, MAG, Oxiacetileno, Metal de adição
e Porta-eletrodo.
MAPA MENTAL
169
UNICESUMAR
170
171
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
172
173
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
174
8
Introdução
à metrologia
Me. Fábio Augusto Gentilin
176
UNIDADE 8
177
UNICESUMAR
Figura 2 - Medindo objetos com uma régua – dimensões limitadas à capacidade do instrumento
Descrição da Imagem: a figura mostra um caderno escolar aberto, com página à esquerda e à direita sendo unidas
por espiral, posicionado no centro da imagem, onde sobre a página da direita há um smartphone, um lápis, uma régua
e uma borracha. Sobre a página da esquerda há um papel amassado.
DIÁRIO DE BORDO
178
UNIDADE 8
Estas ferramentas são os recursos com os quais cada geração poderia contar com a sua tecnologia da
época, assim, para a contagem de animais de um rebanho utilizava-se, por exemplo, pedrinhas e, atual-
mente, para a medição de pequenas ou grandes dimensões, contamos com instrumentos especializados
e automatizados com recursos computacionais cada vez mais poderosos.
Todos nós precisamos de ferramentas capazes de realizar medições em diversas tarefas, por exemplo,
a medição de velocidade do seu carro. Já pensou se o ponteiro do velocímetro indicar uma velocidade
incorreta e, assim, você, ao conduzir seu carro ultrapassar a velocidade permitida para a via? As conse-
quências disso podem estar associadas a acidentes e, até mesmo, a infrações de trânsito, logo, a correta
interpretação das grandezas e de sua medição é importantíssimo para que possamos realizar as tarefas
mais simples de nosso dia a dia, além daquelas que, profissionalmente, exercemos.
A medição de grandezas vem ao encontro da necessidade de cada caso, seja para medir a distância entre
dois pontos, a quantidade de líquido em um reservatório, o tempo entre um objeto e outro, a velocidade
do vento, a temperatura do ambiente, entre tantas outras, deve ter um padrão de unidade reconhecido,
internacionalmente, para que tenha compatibilidade e possa ser comparada e, então, interpretada.
Iniciaremos o estudo da metrologia com os conceitos fundamentais ao entendimento do conteúdo
pretendido nesta unidade e, para começar, estudaremos o que é, de fato, medir, que, segundo Albertazzi
e Sousa (2018, p. 3) é um “procedimento experimental pelo qual o valor momentâneo de uma grandeza
física é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade, estabelecida por um padrão
e reconhecida internacionalmente”.
179
UNICESUMAR
Figura 4 - Nível pluviométrico: o posicionamento do instrumento deve ser respeitado para a correta amostragem da variável
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta duas pessoas observando a indicação de um pluviômetro instalado
no campo.
180
UNIDADE 8
181
UNICESUMAR
• Múltiplo e/ou fração: é a quantidade numérica que representa uma grandeza, podendo ser
inteira (quantidade de carros que passaram em uma parte da rodovia) ou fracionária (a parede
da sala mede 2,85 m de altura) e ter, até mesmo, submúltiplos, que remete ao uso de notações
de potências de 10 (exemplo: 200.10-3 A = 200 mA).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta a mão de um operador segurando um micrômetro digital e mensurando
o eixo de uma pequena peça com as medidas 6,992 mm, indicadas no mostrador.
182
UNIDADE 8
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um exemplo de duas escalas, sendo que uma é dada em centímetros
e milímetros, e a outra é dada em polegadas.
183
UNICESUMAR
Podemos realizar a conversão entre unidades de medida utilizadas para mensurar a distância,
por exemplo, a conversão de polegadas para milímetros. Assim, sabendo que 1” (uma polegada
– sistema de unidades inglês) corresponde a 25,4 mm (SI), fica nos exemplos (NETO, 2019, p. 2):
3 = 3×25,4 =76,2mm
0.375"=.375×25,4 =9,525mm
Ou, no caso de converter milímetros para polegadas com valores fracionários, temos os exem-
plos:
“
Para isso é necessário dividir o número dado em milímetros por 25,4 e multiplicar
esses números por 128, que é a menor resolução da polegada fracionária. Deve-se
colocar o resultado desse produto com 128 no denominador, sem resolver a ope-
ração. Se o numerador não der um número exato, deve-se arredondá-lo para um
número inteiro mais próximo do número decimal encontrado. No número fracionário
encontrado, devem ser feitas todas as simplificações possíveis (NETO, 2019, p. 2).
19, 05128
19, 05mm / 25, 4 / 128 96 / 128 3/ 4
9, 525128
9, 525mm / 25, 4 / 12848 / 1283/ 8
20, 638 128
20, 638 mm / 25, 4 / 128104
/ 128 13/ 16
25, 003128
25, 003mm / 25, 4 / 128125
, 999 / 128 126
/ 128 63/ 64
85, 725128
85, 725mm / 25, 4 / 128432 / 1283 3 / 8
184
UNIDADE 8
185
UNICESUMAR
Quando utilizamos instrumentos de medição, temos acesso ao valor da variável medida que deve ser
indicado pelo instrumento, em escala que permita a graduação da variável medida. Esta escala pode
ser analógica ou digital, logo, a indicação é o valor fornecido pelo sistema de medição ou pelo instru-
mento de medição utilizado. Um exemplo de indicação é dado na Figura 10, em que o instrumento de
medição é a régua graduada, e a indicação dada pelo instrumento é 28, 5 unidades da escala da régua,
mas isso é uma aproximação, pois não temos certeza se a parte fracionária ( 0, 5 cm) é, realmente, este
valor, ou se é 0, 4 cm ou 0, 6 cm, pois o instrumento limita-se à medir a menor grandeza como sendo
o mm (mili-metro ou milímetro).
Figura 10 - Indicação dimensional: comprimento de um lado do objeto retangular / Fonte: Albertazzi e Sousa (2018. p. 4).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta uma régua realizando a medição de um objeto com 28,5 mm, apro-
ximadamente.
Consideremos um caso em que temos uma medição de vazão realizada por um sensor industrial
cujo sinal de 0 à 10 V é enviado para um registrador ou controlador proporcionais à variação de
0 à 20 m³ / h . Isso significa que, quando a vazão de água atingir os 10 m³ / h , a tensão na saída do
sensor será de 5 V . Neste caso, há a necessidade de converter a variação de vazão detectada pelo sensor
em uma variação de tensão, logo, temos uma medição indireta, em que há a necessidade de converter o
sinal oriundo do sensor em outro sinal (elétrico, por exemplo) para que possa ser indicado ou registrado.
Uma medição pode ser direta ou indireta, e isso depende da tecnologia utilizada para a obtenção da
amplitude do mensurando, entretanto há sistemas de medição que contam com tabelas de conversões,
equações matemáticas não lineares, gráficos e demais ajustes com fatores de correção para indicar o
valor da variável mensurada (ALBERTAZZI; SOUSA, 2018). Observe, também, que a limitação do
instrumento se dá na menor quantidade que ele é capaz de mensurar, ou seja, a menor divisão que o
instrumento pode indicar com certeza, no exemplo da régua graduada da Figura 10, é de mm, logo, a
ela só pode medir distâncias de 1 mm em 1 mm.
186
UNIDADE 8
A medição tem algumas funções que a justificam, a começar pela função monitorar, em que se
monitora o valor de variáveis ou mensurandos para manter controle sobre sua amplitude, analisar
históricos ou mesmo estudar seu comportamento no tempo. Esta função permite que possamos estudar
o comportamento de variáveis em ambientes industriais, como o consumo de determinado insumo
utilizado na produção de um lote de produtos ou em atividades cotidianas, como a quantidade de água
consumida em nossa residência no intervalo de um mês.
Em um avião, por exemplo, a medição permite a monitoração constante da velocidade da aeronave,
sua altitude, sua localização, o consumo de combustível, a temperatura dos motores, a inclinação, entre
outras variáveis que são monitoradas, constantemente, para permitir o controle da aeronave durante
sua trajetória. Outra função importante da medição é controlar, que consiste na comparação do valor
indicado pelo instrumento de medição com um valor de referência, sob o qual é possível inferir se está,
ou não, de acordo com o valor desejado dentro de faixas de tolerâncias aceitáveis.
Os sistemas de controle baseiam-se em sistemas de medição e, atualmente, estão presentes na in-
dústria (onde temos a instrumentação industrial) e, nos veículos de transporte que utilizamos (carros,
caminhões, aviões etc.), temos diversos exemplos aplicados, seja na medição da quantidade de gases
emitidos na queima do combustível, para controlar a quantidade de ar ou de gasolina que deve ser
adicionado ao processo de combustão em um motor de carro, seja mesmo qual o percentual de abertura
da válvula de amônia em um trocador de calor, tudo baseado no processo de medição de variáveis,
continuamente, por meio de sensores eletrônicos.
187
UNICESUMAR
Um robô realiza seus movimentos combinados de acordo com coordenadas predefinidas e finitas, logo,
quando um de seus eixos está acionado, um encoder absoluto (por exemplo), informa ao controlador,
em tempo real, o exato ângulo atual em que se encontra o atuador e, com isso, o sistema de controle
pode atuar avançando ou retornando de acordo com a necessidade.
Figura 12 - Solda robotizada: Movimentos controlados por sistema de controle e posicionamento baseado em sensores de
movimento angular
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um operador de processo com capacete e tablet em uma das mãos,
configurando robôs de solda, diretamente, no processo de soldagem automatizada.
A Figura 12 mostra um processo de solda robotizada cuja programação realizada pelo usuário e a
tomada de decisões são dadas com base na realimentação estabelecida pelos encoders absolutos loca-
lizados nos eixos do robô (o encoder é um dispositivo capaz de converter uma forma de energia em
outra, ou mesmo, um encoder incremental ou absoluto pode informar a posição de uma peça em uma
máquina dado que seus elementos sensores convertem a variação de deslocamento em sinal elétrico).
Até mesmo o controle de qualidade dentro das empresas é realizado pelo sistema de medição
cujos valores medidos são comparados com valores referenciais, assim, são classificadas as peças em
conforme e não-conforme dentro de uma linha de produção. Já uma função importante da medição
é a investigação, no sentido continuado e proativo, o que permite a análise constante do comporta-
mento de variáveis que podem indicar alterações climáticas, estruturais ou análise de dados históricos
fornecidos por equipamentos e sistemas de medição.
Enquanto se investigam variáveis de maneira proativa, é possível predizer falhas antes mesmo que
estas ocorram e possam, então, ser tomadas decisões estratégicas, como substituição de uma peça que
pode vir a quebrar antes mesmo que isso ocorra, análise de vibrações em rolamentos de máquinas, que
permite inferir sobre o tempo de vida útil de uma peça e programar sua substituição em uma parada
programada. Esta prática pode evitar prejuízos gigantescos em processos industriais em que o tempo
de máquina parada corresponde a centenas de milhares de reais.
188
UNIDADE 8
189
UNICESUMAR
Todos estes pontos até agora estudados nos permitem chegar ao resultado da medição. Este parâ-
metro implica um valor pontual instantâneo e que precisa ser compensado para eliminar os erros de
medição ao longo do processo de medição. Desta forma, o resultado da medição é a faixa de valores
em que há a probabilidade de conter o valor verdadeiro da variável mensurada (ou do mensurado).
Por este motivo, muitos métodos de medição implicam realizar várias medições da mesma grandeza
e, posteriormente, com base nas diversas amostragens das mesmas, são estabelecidos cálculos que
permitem inferir a probabilidade e o comportamento de variáveis medidas e, apenas após vários
ciclos de medição repetitivos e de cálculos, é que o valor é amostrado. Este procedimento é bastante
comum em instrumentos eletrônicos em que há a necessidade de compensar o método de medição
que, muitas vezes, conta com sondas de medição que podem oscilar sobre a superfície do objeto onde
o mensurando se encontra, por exemplo.
O resultado da medição será sempre uma faixa de valores que corresponde ao valor verdadeiro da
medição, que ocorre, mais ou menos, dentro de uma faixa de tolerância ou de erro previsto. Por este
motivo, sempre devemos nos lembrar, ao anunciar um valor mensurado, de que o resultado de uma
medição vem composto de dois campos:
• Resultado base
• Incerteza de medição
O resultado base (RB) é aquele que fica no centro da faixa que corresponde o resultado da medição
e é composto da média de várias indicações, onde podem ser aplicadas correções, ou seja, é a região
em que se acredita compreender o valor verdadeiro do mensurando e mais se aproxima do mesmo.
Já a incerteza de medição (U) é a faixa de valores calculados para mais ou para menos em torno
do resultado base (que é central) em que dentro deste conjunto de valores acredita-se conter o valor
verdadeiro da medição.
A Figura 14 mostra, graficamente, um exemplo dos componentes +U (incerteza a mais) e -U (in-
certeza a menos) do resultado base (RB).
Figura 14 - Resultado de uma medição e seu valor verdadeiro / Fonte: Albertazzi e Sousa (2018, p. 11).
Descrição da Imagem: esta imagem mostra uma escala graduada em processo de medição e indicação da incerteza
com o valor verdadeiro impresso sobre a escala.
190
UNIDADE 8
A metrologia serve para obter valores que determinam se uma grandeza está de acordo com o esperado,
em nosso dia a dia, na indústria, em ambiente científico etc.
No ambiente industrial, é utilizada para comparar se, em uma linha de produção, as peças produzidas
estão dentro de parâmetros de controle de qualidade, nas ações de controle em processos industriais e,
até mesmo, nas tomadas de decisões estratégicas que dependem de análise de dados obtidos por meio
de sistemas de metrologia, baseados em instrumentos automáticos.
191
Estudamos, até aqui, os principais conceitos relacionados à metrologia. Na próxima unidade,
aplicaremos esses conceitos na medição com o uso de exemplos em instrumentos de medição
industriais. Vamos rever os principais conceitos para fixar o que aprendemos? De maneira bas-
tante intuitiva, observe, o Mapa Conceitual dado a seguir:
192
Agora, com o seu conhecimento baseado nos estudos desta unidade, preencha o seu Mapa Con-
ceitual com o significado de cada termo dado na Figura 15.
MAPA MENTAL
193
1. A metrologia é uma ciência que envolve a comparação de valores obtidos com o uso de
instrumentos de medição ou de sistemas de medição. Sobre o mensurando, é correto
afirmar que:
a) É o valor verdadeiro da medição, pois corresponde ao valor real e ao imaginário juntos.
b) É o erro de medição, pois se soma ao valor medido da variável base.
c) Corresponde à variável medida, como a velocidade de um veículo que se desloca no
tempo.
d) É o instrumento de medição, pois realiza a amostragem da variável de interesse.
e) Corresponde à medida do erro do instrumento, pois sempre haverá erro de medição
em metrologia.
194
3. O instrumento de medição e a medição estão, intimamente, ligados uma vez que, ao
realizar o procedimento de medição, é necessário seguir procedimentos específicos
em cada caso. Sobre o processo de medição, é correto afirmar que:
a) Define como calibrar os instrumentos de medição, pois define a margem de erro de
cada equipamento utilizado em metrologia e classes de mensurandos de acordo com
a ISSO 9110.
b) Estabelece os erros possíveis ao se operar cada instrumento e calcula o percentual de
erro esperado (EE) em cada caso.
c) Determina se um sistema de medição é direto ou indireto pelo método de Carl Fischer.
d) Determina a metodologia de medição a ser realizada para que o resultado da medição
possa ser emitido com a menor incerteza possível.
e) Consiste nas técnicas aplicadas à mensuração de erro de medição, pois se aplica ao
erro sistemático analítico.
195
MEU ESPAÇO
196
197
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
198
9
Metrologia
na indústria
Me. Fábio Augusto Gentilin
Com certeza, você já precisou medir as dimensões de uma peça para realizar a compra
de um material ou, até mesmo, para comparar com outra peça do mesmo tipo. Mas
você sabe como utilizar um instrumento de medição, por exemplo um paquímetro,
e realizar as medidas dimensionais de maneira correta, interpretando a medição e os
conceitos de erro, repetibilidade e precisão?
A metrologia aplicada tem especificidades que dependem da área em que se atua.
Sendo assim, quando realizamos a medição do nível de um reservatório, utilizamos um
procedimento que é diferente do praticado para a medição do diâmetro de um eixo,
porém os efeitos da medição sofrem influências das mesmas limitações nos diferentes
casos, como a determinação do erro de medição, da incerteza inerente ao processo de
medição, à repetibilidade do sistema, entre outros.
Quando utilizamos um instrumento para medir uma dimensão mecânica, devemos
entender as limitações deste equipamento para interpretar as condições sob as quais a
medição está ocorrendo, assim, o valor indicado pelo instrumento pode estar, mais ou
menos, próximo do valor real da medição e saberemos o quanto isso significa, ou seja,
com qual grau de certeza podemos afirmar que o valor medido se aproxima do valor real.
Figura 1 - Processo de medição mecânica: verificação das dimensões de uma peça com paquímetro
Os instrumentos mais tangíveis que temos contato são sem dúvidas os instrumen-
tos de medição dimensional mecânica, pois são manuais, apresentam escalas com
medições diretas na maioria das vezes, tem baixo custo e permitem a realização das
medições rapidamente. Por este motivo, o paquímetro e o micrômetro são tão po-
200
UNIDADE 9
1"=25,4 mm
Para que você possa testar seus conhecimentos acerca da conversão de unidades, realize a conversão
das seguintes medidas dadas na Tabela 1, conforme exemplo e instruções dadas na Unidade 8:
9,525 3"/8
6,35
7,9375
19,05
11,1125
19,84375
201
UNICESUMAR
A tomada de medidas dimensionais pode ser útil em processos de fabricação, em que a constante
monitoração das peças produzidas deve ocorrer para que o controle de qualidade garanta que o pro-
duto chegue até seu consumidor conforme suas expectativas, assim como quando você adquire um
smartphone pela internet e, ao receber o produto, este possui, exatamente, as mesmas características
que estavam no site do fabricante.
O mesmo pensamento é válido quando nos referimos a outros bens, como veículos (carros, ca-
minhões, aviões etc.), em que há valor agregado ainda mais elevado, e todos possuem características
mecânicas que devem ser respeitadas para que haja um padrão e funcionem, corretamente.
Você já parou para pensar que se a metrologia não operasse conforme padrões, como seria desastroso
viajar em um avião, em que durante o voo não houvesse como realizar a manutenção de uma turbina
que passou por todos os procedimentos metrológicos antes de ser montada e atender ao propósito
da aeronave?
Figura 2 - Manutenção de turbina de aeronave: padrões rigorosos para evitar falhas - confiabilidade
Descrição da Imagem: esta figura mostra um operador realizando a manutenção em uma turbina de avião; está com
a tampa lateral aberta e o operador a está examinando.
202
UNIDADE 9
203
UNICESUMAR
Além das unidades de medida, temos, também, os múltiplos que podem utilizar a potência de base 10
aqui denominada fator, que descrevem os múltiplos e submúltiplos de cada unidade de medida, em
que qualquer unidade pode utilizar o prefixo dado no campo nome antecedendo o nome da variável.
204
UNIDADE 9
Um exemplo pode ser dado para valor de corrente mensurado com amplitude de 0,02 A. Este valor
pode ser expresso como:
0, 02 A
20.10−3 A
20 mA
Perceba que o termo 20 mA significa miliampère, relativo ao submúltiplo de Ampère. Já no caso de
uma grandeza que, normalmente, temos grande volume de dados em cada porção, temos o caso do
uso de múltiplo da unidade medida. Neste caso, podemos citar o exemplo da quantidade de memória
de um disco rígido com 1 TB que significa:
1.1012 B
1 TB
Agora, estudaremos o processo de medição aplicada a instrumentos analógicos, aqueles que possuem
uma escala graduada em seu corpo e permitem a medição a partir de um ponteiro ou indicador que
se alinha com os traços da escala graduada.
Os instrumentos analógicos são, normalmente, utilizados pela sua leitura rápida e simples, porém
podem apresentar erro por paralaxe, que é induzido pelo ângulo de observação. Isso pode ocorrer em
instrumentos dotados de ponteiros ou indicadores em escalas graduadas, como multímetros analógicos
e micrômetros. A Figura 3 mostra um micrômetro analógico com sua escala impressa.
205
UNICESUMAR
Figura 3 - Micrômetro analógico - escalas impressas no corpo do instrumento - alinhamento e leitura sujeitos a erro de para-
laxefalhas - confiabilidade
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta o desenho de um micrômetro e suas escalas ampliadas para inter-
pretação da leitura.
206
UNIDADE 9
Operador 1: 13,8 cm
Operador 2: 13,6 cm
Operador 3: 13,7 cm
A Figura 6 mostra a dimensão da peça a ser mensurada com a escala graduada entre os pontos limí-
trofes A e B.
207
UNICESUMAR
Figura 6 - Medição realizada por uma escala graduada / Fonte: Lira (2015, p. 30).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta o desenho representativo da escala graduada medindo as dimensões
de uma peça com pontos A e B definidos.
Quanto ao valor inteiro da medição, aquele que temos certeza pela observação, é nítido que é 13 cm ,
porém podemos verificar que a escala graduada permite concluir que a dimensão medida está além
de 13 cm , e que está contido entre 13 cm e 14 cm . Porém não há como inferir qual é este valor, com
certeza, pois há uma limitação da escala em informar tal definição, mas ela permite verificar que o valor
está além da metade da distância entre 13 cm e 14 cm , ou seja, o que seria 13, 5 cm e um pouquinho
a mais. Esta é uma medição com certo grau de certeza ( 13 cm ) e um valor duvidoso (aproximada-
mente, 0, 5 cm ).
Um quarto operador realizou a mesma medida e informou que, em seu procedimento, a grandeza
mensurada apresentou o resultado 13, 65 cm . Neste exemplo, é importantíssimo você observar que
o valor apresentado (na quarta medição) tem um dígito a mais do que os demais ( 0, 05 cm ), porém,
para este caso, o dígito 0, 05 não tem significado físico, pois não podemos ter mais de um algarismo
duvidoso, ou seja, dadas às limitações deste instrumento, a medição pode ter apenas um valor correto
(que temos certeza de sua amplitude, os 13 cm ) e um algarismo duvidoso (que, neste caso, é o 0, 5 cm ).
Conforme estudamos na introdução à metrologia, citamos a existência dos erros de medição que,
agora, teremos mais detalhes para entender os tipos de erros e seu comportamento em um sistema de
medição e que são: Erro Sistemático e Erro Aleatório.
O erro sistemático (ou erro médio) (ALBERTAZZI et al., 2018) é um desvio da medição realizada
com relação ao valor da medição correta e tem um comportamento previsível, ou seja, pode ocorrer
um desvio que sempre terá a mesma característica, e o operador do instrumento com erro pode prever
este fator de deslocamento. Ao fazer uma analogia com artilharia, este erro assemelha-se ao sistema
de mira de uma arma que está deslocado para cima e para a esquerda, conforme mostrado na Erro!
Fonte de referência não encontrada. de onde deveria atingir o alvo.
Neste tipo de erro, todos os tiros da arma terão um agrupamento próximo (concentrado), porém
deslocados do ponto central do alvo, logo, a previsibilidade, pois os tiros sempre terão o desvio previsto.
Este comportamento poderia ser adequado realizando-se um ajuste no sistema de mira da arma ou
do instrumento de medição e, talvez, o agrupamento se desloque para a região desejada, sem desvios.
208
UNIDADE 9
Figura 7 - Erro sistemático: sistema de mira desajustado - tiros agrupados acima e à esquerda
Fonte: adaptada de Albertazzi et al. (2018).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta o desenho de um alvo circular com linhas concêntricas circulares e
linhas que se cruzam no centro. No quadrante superior esquerdo do alvo, encontra-se um agrupamento de pontos
dado por tiros realizados por uma arma em teste.
Podemos imaginar para este caso do erro sistemático, um instrumento que realiza medições tenden-
ciosas acima do valor verdadeiro da variável (imagine uma variável conhecida cujo valor seja definido
e seu instrumento realiza as medições sempre deslocadas deste valor). Podemos estimar a tendência
do instrumento em realizar medidas com erro sistemático, utilizando uma sequência de medidas do
mensurando repetidas vezes de modo a ter várias medidas do mesmo mensurando. Quanto mais me-
didas tiver, mais exata será a definição do erro sistemático. Para isso, devemos conhecer, também, seu
valor verdadeiro convencional. “O Valor verdadeiro convencional é uma estimativa muito próxima
do valor verdadeiro do mensurando'' (ALBERTAZZI et al., 2018. p. 42).
Para calcular a tendência, que é a estimativa do erro sistemático (ALBERTAZZI et al., 2018.), de-
vemos ter os seguintes dados:
Td I VVC (1)
Considere para nosso exemplo uma fonte de tensão padrão de 12 V ( 12, 0000 V ± 0, 0001 V ).
209
UNICESUMAR
210
UNIDADE 9
n
I (2)
i 1
I
n
Td = 0, 015 V
ou
Td = 15 mV
Esta análise permite inferir que o voltímetro tem uma tendência a apresentar 15 mV a mais do que
deveria, logo, é um erro sistemático e tem previsibilidade calculada.
Para corrigir a indicação tendenciosa do instrumento, é possível calcular a compensação ou cor-
reção ( C ), por meio da Equação 3:
A Equação 3 permite-nos concluir que é possível deslocar as indicações realizadas pelo instrumento
para muito próximo do valor verdadeiro, por meio de ajustes de compensação, logo:
C 15 mV
Então, no caso do voltímetro do exemplo, deve ser subtraído 15 mV para que a medição seja mais
próxima do valor verdadeiro da variável. Perceba que o sinal negativo no valor da compensação implica
subtração e, caso fosse positivo, teríamos que adicionar o valor para compensar a indicação com erro.
211
UNICESUMAR
212
UNIDADE 9
Figura 8 - Erro aleatório: agrupamento espalhado e tiros em repetições imprevistas / Fonte: adaptada de Albertazzi et al. (2018).
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta o desenho de um alvo circular com linhas concêntricas circulares e
linhas que se cruzam no centro. No centro do alvo, encontra-se um agrupamento de pontos dado por tiros realizados
por uma arma em teste.
Ao analisarmos nosso estudo da metrologia, falamos, na unidade anterior, sobre a indicação realizada
pelo instrumento e, agora, aprofundaremos este conceito, pois a indicação corresponde ao valor médio
de um conjunto de medições realizadas. Ou seja, um instrumento digital, para imprimir o valor em seu
mostrador, antes disso, realiza milhares de tomadas de valor (medições), calcula a média e mediana
do conjunto de valores e, somente após centenas de operações, envia o resultado para a memória e,
posteriormente, para o mostrador digital, assim, podemos ver e reconhecer sua amplitude.
Parece tão rápido, não é mesmo? Mas há muitas operações ocorrendo no tempo de um segundo,
afinal, o clock dos processadores destes instrumentos é muito rápido, com duração da ordem de ns
(nanosegundos).
213
UNICESUMAR
A frequência de um sinal é o inverso do tempo entre seu início e o início de um novo ciclo, assim:
Seja f a frequência dada em Hz, e T o período de um sinal de clock dado em segundos, o período
T de um ciclo de clock para uma frequência de 8 MHz=8.106 Hz é:
f T 1 Hz
T f 1 s
T (8.106 )1
T 125.109 s
ou
T = 125 ns
214
UNIDADE 9
Em termos gerais, o erro de medição é a soma entre o erro sistemático e o erro aleatório, com isso,
consiste a diferença entre o valor medido ( VM ) de uma grandeza e o valor de referência ( VR ) da
mesma (LIRA, 2015).
erro VM VR (3)
A notação de erro pode ser expressa em termos de percentual sobre o valor do padrão (ou valor de
referência), que consiste no valor da média aritmética das leituras para cada ponto ou leitura. Assim,
em um exemplo de cálculo do erro, temos:
Um sinal foi medido com tempo de 62, 73 ms enquanto que o valor de referência é de 62, 21 ms,
logo, o erro fica:
erro VM VR
erro 520.106 s
ou
erro = 520 µs
erro% = 0, 83%
215
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta as mãos de um operador realizando a calibração de um micrômetro
digital com blocos padrão que estão alocados em uma caixa de armazenamento.
216
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um gráfico da tensão dada em Volts, no domínio da umidade dada
em % de umidade. Neste gráfico, há propagação de pontos para diferentes valores de umidade, propagação que se
aproxima do modelo de uma reta por um coeficiente de verificação R². Há, então, uma reta que se posiciona sobre o
agrupamento de pontos onde é possível observar o grau de aproximação entre eles de 83%. Este gráfico representa
ensaios realizados com emissão de luz no espectro de infravermelho, com comprimento de onda de 970 nm. A umidade
relativa da sala onde foram realizados os testes era de 65%, e temperatura de 25 °C.
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um gráfico da tensão dada em Volts, no domínio da umidade dada em
% de umidade. Neste gráfico, há uma propagação de pontos para diferentes valores de umidade, propagação que se
aproxima do modelo de uma reta por um coeficiente de verificação R². Há, então, uma reta que se posiciona sobre o
agrupamento de pontos onde é possível observar o grau de aproximação entre eles de 98%. Este gráfico representa
ensaios realizados com emissão de luz no espectro de infravermelho, com comprimento de onda de 1450 nm. A umi-
dade relativa da sala onde foram realizados os testes era de 65%, e temperatura de 25 °C.
217
UNICESUMAR
218
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta uma escala graduada com resolução de 0,5 mm e 1,0 mm.
219
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um gráfico com curva gaussiana de propagação normal, onde há a
definição de pontos de inflexão nos pontos que coincidem com σ em valores positivos e negativos para o eixo x.
v (n 1) (5)
O desvio padrão tem um comportamento que pode ser classificado em três tipos: menor, médio e
maior, conforme mostrado na Figura 16, com as indicaçõe A, B e C, respectivamente.
220
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: esta figura mostra a distribuição normal em uma curva gaussiana, com limites laterais em 2σ
com ponto central de pico em 95,45%.
221
UNICESUMAR
222
UNIDADE 9
P = t.u (6)
sendo u = s , fica:
n
u
i1 ( Ii I )2
n 1
30
u
i1 ( Ii 12, 015)2
30 1
u = 1, 6 mV
Já v fica:
v (n 1)
v (30 1)
v = 29
P 2, 255.16.103
P 3, 62.103 V
3
Com este resultado, podemos concluir que 3, 62.10 V é o intervalo que compreende com 95,45%
de probabilidade de abrangência o erro aleatório das medições realizadas pelo voltímetro do exemplo.
Quando nos referimos ao uso de instrumentos de medição, devemos aplicar todos os conceitos
que estudamos até aqui ao conjunto de medidas realizadas para poder inferir os resultados obtidos.
Alguns instrumentos mais utilizados são a escala, o paquímetro, o micrômetro, o multímetro, os
instrumentos eletrônicos utilizados em instrumentação industrial etc. que, dependendo do tipo de
medição, requer método e atenção específicos para a obtenção da indicação e, então, correta medição
da grandeza mensurada.
223
UNICESUMAR
Figura 18 - (a) Escala e (b) Escalímetro - escalas diversas para conversão dimensional mecânica
Descrição da Imagem: estas figuras apresentam duas imagens, à esquerda uma foto que mostra duas escalas fabri-
cadas em aço inoxidável, à direita, é uma foto que mostra um escalímetro fabricado em polímero.
224
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: esta imagem mostra a foto de um paquímetro analógico de 150 mm de curso máximo.
Descrição da Imagem: esta imagem mostra a foto de um paquímetro digital de 150 mm de curso máximo.
Descrição da Imagem: esta imagem mostra a foto de um paquímetro analógico de 150 mm de curso máximo, com
detalhes de cada parte, onde se destacam: escala fixa, nônio em polegadas fracionárias, encosto fixo, encosto móvel,
orelha fixa, orelha móvel, nônio em mm, cursor, haste de profundidade, impulsor, bico móvel e bico fixo, além do
parafuso de trava.
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UNICESUMAR
226
UNIDADE 9
Assim, para o paquímetro, temos os nônios com 10, 20 e 50 divisões, que determinam sua resolução
como sendo:
1 mm / 10 = 0, 1 mm
1 mm / 20 = 0, 05 mm
1 mm / 50 = 0, 02 mm
A leitura realizada por um paquímetro pode ser dada de acordo com a sequência de instruções:
1. de posse do instrumento, segure com firmeza, posicionando o bico fixo na peça cuja dimensão
está sendo mensurada e desloque o bico móvel até a outra dimensão.
2. anote o valor inteiro que fica à esquerda da marcação de zero do nônio.
Descrição da Imagem: esta figura mostra um exemplo de leitura realizada com o paquímetro onde temos a escala
fixa e a escala móvel representadas.
227
UNICESUMAR
• o tambor é uma peça móvel, e nele estão os traços da escala centesimal. As graduações variam
de acordo com o tipo e a construção do micrômetro;
• a bainha (ou cilindro) é fixa, e nela estão os traços da escala em milimetros, e nos modelos
milesimais, um nônio;
• a catraca serve para controlar a força de medição (5 N a 10 N), aplicando uma pressão uniforme
na peça. A catraca gira em falso quando a força aplicada for superior à sua resis- tência, limitando
o torque transmitido ao fuso. A catraca também serve para agilizar a abertura e o fechamento
do fuso. Alguns micrômetros dispensam a catraca quando o seu tambor é de fricção;
• o arco do micrômetro é feito de aço tratado termicamente. Ele é uma espécie de chassi, acomoda
os elementos de medição, não se deforma com a força de medição e é protegido contra a trans-
missão de calor da mão do operador com o emprego de um isolante térmico (alguns modelos).
Note que nem todo micrômetro tem isolante térmico no arco, pois ele é mais necessário em uso
contínuo prolongado (LIRA, 2015, p. 69-70)”.
Descrição da Imagem: esta figura mostra a foto de um micrômetro e seus detalhes: tambor, catraca, arco, batente,
face de medição, trava, bainha e linha de referência.
As capacidades de medição dos micrômetros podem variar de 25 mm em 25 mm, sendo as mais co-
muns: 0 a 25; 25 a 50; 50 a 75; 75 a 100; 100 a 125; 125 a 150; 150 a 175; 175 a 200; 200 a 225; ...;1975 a
2000. A leitura realizada de um paquímetro exige atenção especial, pois é necessário somar o resultado
das etapas de medição, e uma volta completa no tambor desloca o fuso em 0,5 mm. O tambor é gra-
duado em 50 divisões em que cada uma equivale a 0,01 mm. Observe a Figura 26 cuja marcação da
bainha superior indica o valor 13 mm, enquanto, na marcação inferior, indica 0,5 mm, além do valor
do tambor de 0,33 mm.
228
UNIDADE 9
Descrição da Imagem: esta figura mostra dois desenhos de medidas obtidas pelo micrômetro, uma com 13,83 mm,
e a outra com 23,02 mm.
A soma de todos estes valores do micrômetro superior resulta na medida da peça, que seria:
13 mm 0, 5 mm 0, 33 mm 13, 83 mm
O raciocínio é o mesmo para o micrômetro da Figura 26, porém, neste caso, temos a indicação da
bainha superior igual a 23 mm, enquanto a inferior está em 0 mm (logo, não incrementa na soma) , e
o valor do tambor é 0,02, assim, o valor final fica (micrômetro inferior da Figura 26):
23 mm 0, 0 mm 0, 02 mm 23, 02 mm
A medição e o uso de instrumentos servem para tomadas dimensionais que determinam o controle
de qualidade, dados para o projeto e a manutenção, a análise de variáveis, o armazenamento de dados,
as tomadas de decisões importantes, a padronização etc.
229
Estudamos, até aqui, técnicas de metrologia e alguns tipos de instrumentos, porém há muitos
outros assuntos relacionados à metrologia que podem, ainda, ser explorados em que em nos-
sas vivências práticas serão realizadas com a utilização de instrumentos e técnicas de medição
voltadas aos ambientes profissionais.
Chegamos ao fim desta unidade e, agora, reveremos os principais conceitos para fixar o que
aprendemos, de maneira bastante intuitiva, a partir do Mapa Conceitual dado a seguir:
Descrição da Imagem: esta figura mostra um mapa conceitual onde, no centro, se encontra a palavra metrologia
aplicada dentro de um quadrado, e, em torno dele, estão dispostos termos, como: erro aleatório, erro sistemático,
valor duvidoso, paralaxe, unidades de medida, correção, precisão, exatidão, probabilidade de abrangência e valor
verdadeiro convencional.
MAPA MENTAL
230
Agora, com o seu conhecimento baseado nos estudos desta unidade, preencha o seu Mapa Con-
ceitual com o significado de cada termo dado na Figura 27.
MAPA MENTAL
231
1. As unidades de medida são padronizadas para utilização em qualquer parte do mundo,
de modo que a conversão entre as diferentes unidades pode ser realizada com base
em tabelas de equivalência. Sobre as unidades de medida, é correto afirmar que:
a) A temperatura termodinâmica no SI é medida em kelvin e representada pela leta K.
b) A quantidade de substância, de acordo com o SI, é medida em kg.
c) A intensidade luminosa é medida em lux pelo SI.
d) O comprimento é definido como a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação,
correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do
átomo de césio -133.
e) A temperatura termodinâmica no SI é medida em Celsius e representada pela leta °C.
232
UNIDADE 1
1. C. Um polímero, de acordo com a definição, é a união de muitas moléculas, logo, poli meros.
UNIDADE 2
1. B, pois a ferramenta de corte possui apenas uma aresta, logo, mono = 1 – assim: monocortante.
2. C, pois o faceamento é o processo em que a ferramenta percorre a face da peça sob usinagem.
3. D, pois o ângulo mais usual formado entre o eixo da broca e a aresta de corte é de 118°.
5. D, pois a friabilidade é a capacidade que um material abrasivo tem de se fraturar quando sua
aresta de corte se desgasta.
6. Limpeza, o primeiro passo para assegurar que o material sujo será removido de toda a super-
fície. Depois, a aplicação da máscara, um revestimento protetor que é aplicado em algumas
partes que não devem ser afetadas pela remoção química. Logo depois, é o ataque, em que,
normalmente, a peça é mergulhada em um reagente, e, ao término, a peça é retirada e lavada,
dando fim ao ataque. Por fim, a máscara é removida.
UNIDADE 3
1. B, pois: a fieira é a ferramenta que puxa o metal a ser conformado formando o fio.
3. D, pois, o fluido que será pressurizado reduz o atrito do tarugo com a matriz.
4. C, pois, o processo de conformação utilizado para a fabricação de objetos com formas circulares
é a laminação de anéis.
233
UNIDADE 4
1. C, pois a obtenção de pós não metálicos dá-se por meio de moagem.
UNIDADE 5
1. A. A fabricação de lotes de peças justifica o uso de tecnologia CNC.
UNIDADE 6
1. A. A função do aglomerante é fixar os grãos para que o molde assuma a formação de acordo
com o modelo de peça a ser reproduzido e permaneça assim, durante o derramamento do
metal líquido, no processo de fabricação por fundição.
2. C. Dado o tamanho dos grãos de areia, quanto maior o grão de areia, melhor será a permeabi-
lidade do molde e mais irregular a superfície da peça final.
3. E. A areia destinada à fabricação dos machos deve ter boa colapsibilidade, que se resume à
perda da resistência à areia, após o início da solidificação da peça.
UNIDADE 7
1. Não está no arquivo
234
UNIDADE 8
2. C. Mensurando é a grandeza medida. Por exemplo, ao medir a altura de uma parede, estamos
determinando uma distância dada em metros entre dois pontos.
3. B. O erro de medição está atrelado a todos os processos de medição, pois, para que tivéssemos
um processo de medição livre de erros, o sistema de medição teria que ser perfeito.
4. D. Determina a metodologia de medição a ser realizada para que o resultado da medição possa
ser emitido com a menor incerteza possível.
UNIDADE 9
1. A. De acordo com o SI: “A temperatura termodinâmica no SI é medida em kelvin e representada
pela leta K”.
235
UNIDADE 1
CRUZ, F. P. Automação de uma injetora de plástico, Manuais, Projetos, Pesquisas de Mecatrô-
nica. TCC (Engenharia Mecatrônica) - Centro Universitário Salesiano Auxilium. Araçatuba, 2012.
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UNIDADE 2
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LIMA, R. M. de. Utilização de fluidos dielétricos à base de óleos vegetais na usinagem por
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UNIDADE 3
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UNIDADE 4
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UNIDADE 5
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UNIDADE 6
BALDAM, R. L.; VIEIRA, E. A. Fundição: processos e tecnologias correlatas. São Paulo: Érica, 2014.
UNIDADE 7
Não está no arquivo
UNIDADE 8
ALBERTAZZI, A., SOUSA, A. R. Fundamentos de metrologia científica e industrial. Barueri:
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REFERÊNCIAS
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UNIDADE 9
ALBERTAZZI, A.; SOUSA, A. R. Fundamentos de metrologia científica e industrial. Barueri:
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237
GENTILIN, F. A. Condicionamento de sinais para sistemas de medição baseados na reflexão
difusa do infravermelho próximo. Londrina: UEL, 2012.
SILVA NETO, J. C. Metrologia e controle dimensional: conceitos, normas e aplicações. 2. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2019.
REFERÊNCIAS
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239
MEU ESPAÇO
MEU ESPAÇO
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