Ipc Seminario Final
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Gabriela Kossmani
Geovanna Fernandesii
Marcia Braiaiii
Sheila Souzaiv
Resumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar as relações de poder e saber em
Foucault, salientar que a partir do embate dessas relações produz conhecimento.
Entendendo a diferença entre o poder em suas malhas para Foucault e uma
ideologia de poder para Marx. O desenvolvimento dos dispositivos de poder, para a
subjetivação do sujeito, o processo adotado em instituições sociais para o controle,
disciplinando cada ser humano, ao mesmo tempo em que criam uma ilusão de
liberdade para as pessoas, mesmo que sejam controladas, inclusive em sua
privacidade.
Palavras-chave: Poder. Saber. Ideologia. Disciplina.
Resumen
El presente artículo tiene como objetivo presentar las relaciones de poder y saber
em Foucault, mostrar que el contraste de estas relaciones produce conocimiento.
Una comprensión entre el poder en sus mallas para Foucaul e una ideologia de
poder para Marx. El desarollo de los dispositivos de poder, para la subjetividad del
sujeto, el proceso adoptado en las instituciones sociales para el control,
disciplinando a cada ser humano, que al mismo tiempo crea una ilusión de libertad
para las personas y a la par son controladas, incluso en su espacio de privacidad.
Trata-se, de captar o poder nas formas cada vez menos jurídicas, que
possam ser expressas fora do âmbito das normalizações, ultrapassando os aparatos
e os esquemas repressivos. A rede tentacular que ocupa a esfera do mundo vivido é
o espaço que leva à tona as análises de Foucault, retirando o poder do seu centro,
entendendo-o como realmente é, a forma como é exercido, seu modo de atuação e
a maneira de transformar os indivíduos e produzir conhecimento.
Para Foucault o discurso tem uma ordem própria, uma organização
imanente, um sistema de regras através das quais seus elementos constitutivos se
relacionam; “A ordem é ao mesmo tempo aquilo que se oferece nas coisas como
sua lei interior, a rede secreta segundo a qual elas, de uma certa forma, se olham
entre si e que só existe através do crivo de um olhar de atenção, de uma linguagem”
(FOUCAULT, 2017, p.16). Trata-se tanto da ordem interna ao discurso, quanto da
ordem externada pelo discurso: O discurso é uma palavra da ordem e de ordem.
O objetivo do filosofo com este eixo, é revelar que o saber tanto efetiva uma
ordem no campo social, quanto é produzida por essa mesma necessidade de
organizar, disciplinar e controlar aquilo que pode ser dito e visto dentro de uma
sociedade. Procedimento relacionado a uma série de enunciados que permitem, por
exemplo, que determinada sociedade possa selecionar, induzir, derivar, ampliar,
limitar ou até mesmo excluir “bons discursos” dos maus.
O conhecimento, como instância discursiva produz se na diástole entre dito
e não dito entre a interdição e a licença da palavra. Tal dinâmica revela como o
saber é indissociável de uma luta política constante que há uma vontade um desejo
que pulsa de uma muda na história do saber. O saber não é apenas dominação,
depois a palavra poder não traz em si uma conotação exclusivamente negativa.
A linguagem torna-se algo capaz de dizer a verdade e não de fazê-la, ou
produzir. Ela perde então seu caráter persuasivo e sua dimensão retórica essencial
para se tornar neutra e capaz de espelhar plenamente o mundo. Mas questiona-se
Foucault, o que se diz nesta transformação entre a função da verdade se não uma
vontade de saber. O filósofo sustenta a possibilidade de diferentes abordagens para
situar o sujeito em sua relação com a verdade. (WEIZENMANN: 2013, p.33).
Foucault diz que a verdade não existe fora do poder ou sem poder. A
verdade é deste mundo; ela é produzida nele, graças a múltiplas coerções e nele
produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de
verdade, sua “política geral” de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e
faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instancias que permitem
distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e
outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da
verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como
verdadeiro.
O estudo dessa relação entre saber e poder é que estrutura
esquematicamente toda a análise de Foucault. Seus escritos são baseados
principalmente nesses dois processos que se completam: uma arqueologia do saber
e uma genealogia do poder. Seu primeiro procedimento e denominado arqueológico,
porque procura as camadas fundamentais, configuradoras do saber ocidental
contemporâneo. Essas camadas não são, contudo, uniformes e contínuas; segundo
Foucault, a análise dessas regularidades discursivas presentes nos saberes
formadores de uma determinada época traz à tona uma descontinuidade, que
apresentam os discursos relacionando-se de forma dinâmica.
Ao afirmar a relação poder e saber, Foucault cria uma definição nova que
garante que o poder do discurso pode funcionar negativamente, distorcendo a
verdade e garantindo a dominação do poder opressor. Essa forma de “ameaça” se
dá através do saber. Mas, qual o perigo que a liberdade do discurso pode trazer? É
nessa dúvida que a teoria do filósofo aposta e vai se desenvolver. Para começarmos
uma compreensão faz-se necessário um olhar sobre a questão do saber e o
conceito de vontade de verdade.
Diferente do que é o poder para a corrente marxista, que tem uma ideologia
que o poder está concentrado em uma instituição especifica, polarizando as forças
presentes na sociedade, entre aqueles que são detentores dos meios de produção e
aqueles que tem a força de trabalho, colocando uma polaridade do poder nas mãos
dos poderosos, da burguesia em contraste com aqueles que não tem o poder.
Foucault vai entender que neste sentido não existe uma dicotomia, o poder
está disseminado na sociedade de uma forma ampla em todas as camadas sociais.
A partir daí ele vai pensar. Então ele vai observar onde esta o poder nas micro
relações, ele não acredita que o poder está concentrado em uma instituição, mas,
que está em todas elas, inclusive em todas as relações humanas. Querendo
compreender como estas relações de força de poderes se estabelecem algumas
verdades, que são tidas como verdades, universais e Foucault vai questionar isso.
FOUCAULT E O PANOPTISMO
Para Foucault, o poder disciplinar é um poder descentralizado, estratégico
e que tem como elementos o espaço e o tempo. A hipótese correlacionada às
estratégicas de fuga a esse poder consiste nas práticas do cuidado de si.
Para que o projeto disciplinar tenha êxito é necessário que o espaço seja
fechado, recortado, vigiado em todos os seus pontos, onde os indivíduos estejam
inseridos em um lugar fixo, e seus menores movimentos serão controlados e todos
os acontecimentos sejam registrados, ou seja, os indivíduos estão inseridos em um
lugar fixo e que seus menores movimentos são controlados e todos os
acontecimentos sejam registrados. Com todo esse controle, cada indivíduo deve
estar em constante vigilância e localizado, examinado e distribuído. A eficácia da
disciplina só se dá na medida em que elas, propulsionam as relações de poder na
própria trama da multiplicidade das relações, sendo estas, as mais discretas
possíveis, dando-se por um poder anônimo e hierárquico e não por um poder que
vem de cima para baixo.
O poder, através do sistema panóptico, para atingir o seu objetivo, não depende
da vigilância concreta, mas da certeza de que ela está presente sem intermitências.
“É, ao mesmo tempo excessivo e muito pouco que o prisioneiro seja observado sem
cessar por um vigia: muito pouco, pois o essencial é que ele se saiba vigiado;
excessivo, porque ele não tem a necessidade de sê-lo efetivamente” (FOUCAULT,
2011, p.191)
Foucault, faz uma analogia da sociedade com o sistema panóptico das prisões
em relação a punição, vigilância e correção. Esse sistema de “tratamento” dos
presos podemos encontras nas instituições como, escolas e hospitais. No século
XIX, se sabe que a arquitetura panóptica das prisões era usada nas escolas,
manicômio, orfanato, hospitais e em outras instituições, como forma de disciplinar o
corpo.
Até a chegada dos anos de 1980, houve várias teorias e críticas sobre as
prisões, no entanto, nesta época, com as influências de Foucault e Goffman os
estudos sobre as prisões tem outro contexto diferente da corrente revisionista que
veio antes deles, esta corrente, via no encarceramento um processo humanitário de
substituição dos castigos físicos, que Foucault denominou de “Escola da marcha
para o progresso”.
DISCIPLINA
O filosofo e teórico francês Michel Foucault, em sua obra vigiar e punir (1997),
vem descrevendo sua análise sobre a disciplina que molda o indivíduo e a relação
de poder da sociedade moderna. Antes, reinava uma relação soberana de poder,
onde tais sociedades pré-capitalistas utilizavam do poder centralizado, o estado o
detinha, era estes órgãos que decidiam sobre a vida e sobre a morte dos súditos.
Já, pós o século XVIII, desenvolvem poderes que circulam entre as malhas sociais,
uma relação de poder disciplinar, um poder descentralizado, estratégico e que tem
como elementos o espaço e o tempo. Aqui, a o indivíduo será arquitetado desde seu
nascimento a conviver em tal sociedade.
Para que o projeto disciplinar tenha êxito é necessário que o espaço seja
fechado, recortado, vigiado em todos os seus pontos, onde os indivíduos estejam
inseridos em um lugar fixo, e seus menores movimentos serão controlados e todos
os acontecimentos sejam registrados, ou seja, os indivíduos estão inseridos em um
lugar fixo e que seus menores movimentos são controlados e todos os
acontecimentos sejam registrados. Com todo esse controle, cada indivíduo deve
estar em constante vigilância e localizado, examinado e distribuído. A eficácia da
disciplina só se dá na medida em que elas, propulsionam as relações de poder na
própria trama da multiplicidade das relações, sendo estas, as mais discretas
possíveis, dando-se por um poder anônimo e hierárquico e não por um poder que
vem de cima para baixo.
Referências
ALMEIDA SILVEIRA, Fernando De Almeida Silveira. Michel Foucault y la
construcción discursiva del cuerpo de lo sujeto moderno: y su relación con la
psicologia. Nome do Site. 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pe/a/Djgmt3HnrHmq58wZTzXMyDC/#. Acesso em: 17 maio
2023.
BODART, C. Poder para Foucault: Teoria sociológica. Sociologia
contemporânea. Disponível em: <https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-
foucault-breves-apontamentos/>.
FOUCAULT, Michel . A ordem do discurso. Tradução: Laura Fraga de
Almeida Sampaio. Edição Loyola. São Paulo, 1996.
._________, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Tradução
Raquel Ramalhate. Prtopólis. Rio de Janeiro: Vozes 1997
._________, Michel. Em defesa da sociedade. Editora Martins Fontes. São
Paulo 2005
._________, Michel . MICROFÍSICA DO PODER. 6. ed. Rio de Janeiro/São
Paulo: Paz & Terra, 2017. v. 6. ISBN: 978-85-7753-296-4
SILVEIRA, F. DE A.; FURLAN, R. Corpo e Alma em Foucault: Postulados
para uma Metodologia da Psicologia. Psicologia USP, v. 14, n. 3, p. 171–194, 2003.
SOBRINHO, Antônio Santana. Elementos da Teoria de Poder em Michel
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para uma Metodologia da Psicologia. Psicologia USP, v. 14, n. 3, p. 171–194, 2003.
WEIZENMANN, Mateus. Foucault: Sujeito, Poder e Saber. 1. ed. Pelotas:
Dissertatio Studia, 2013. 124-133 p. v. 1. ISBN 978-85-67332-02-4.
ALMEIDA SILVEIRA, Fernando De Almeida Silveira. Michel Foucault y la
construcción discursiva del cuerpo de lo sujeto moderno: y su relación con la
psicologia. Nome do Site. 2007. Disponível em:
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