Responsabilidade+Civil+Pré Aula+14
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17 de Outubro de 2022
Conceito:
A responsabilidade civil consiste no dever de indenizar o dano suportado
por outrem. Assim, a obrigação de indenizar, nasce da prática de um ato
ilícito.
Conduta humana
Nexo-causal
Dano
Risco = reconhece-se no agente um dever prévio de cuidado, é
responsável, a priori, porque não observou aquele dever de
cuidado que lhe era intrínseco
Quando o castigo era posterior, foi criada a Lei de Talião. Esta, por sua vez,
era pautada no olho por olho, dente por dente, além de ser uma forma de
limitar a vingança privada, balizada nas penas corporais, castigos físicos. A
Responsabilidade civil é objetiva;
A Lei Aquília aponta princípio geral do dano, sendo desta época a ideia de
culpa. Desta forma, é nesta fase que a responsabilidade subjetiva (culpa)
começa a fazer parte da responsabilidade civil;
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
· Elementos ou requisitos da
Responsabilidade Civil
Como vimos, são eles:
· Conduta humana
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e
consciente, bastando um grau moderado de consciência na atuação
humana, podendo ser omissiva ou comissiva.
1. Comissiva: é aquela conduta que envolverá um agir, uma ação do
sujeito. Porém, essa ação acaba por violar um dever jurídico imposto
pela lei ou pelo contrato, gerando danos que devem ser indenizados.
· Nexo de Causalidade
Trata-se do liame que une o AGENTE ao RESULTADO
Para Gonçalves, a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do
agente e o dano verificado e para Venosa, o conceito de nexo causal ou
relação de causalidade deriva de leis naturais
A crítica dessa teoria é que haveria uma série de pessoas que seriam
responsabilizadas por uma ação de um único agente, levando até
conclusões absurdas, haja vista que todas as condições são necessárias ao
resultado, assim sendo, chegaríamos a resultados completamente
desarrazoados, ao ponto de Santos Dumont ter culpa em um acidente
aéreo que ocorresse hoje, por exemplo.
· Dano ou Prejuízo
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material ou
moral, ou estético.
2. A subsistência do dano
O Dano, nada mais é que o prejuízo experimento pela vítima e tutelado pelo
direito.
Inicialmente dividia-se apenas em materiais (patrimoniais) e danos
morais (extrapatrimoniais).
b) Danos MORAIS
c) Danos ESTÉTICOS
Por sua vez, os danos materiais apresentam uma subdivisão entre danos
positivos e negativos
· Danos extrapatrimoniais
Dano moral
O dano moral apresenta uma dupla função:
Em regra o dano moral deverá ser pago em parcela única, mas há exceções,
que serão pagas mensalmente:
Dano moral coletivo: Conforme o CDC, art. 6º, VI e Lei de Ação Civil
Pública, art. 1º. O dano moral difuso aqui tutelado pela previsão legal
somente pode ser caracterizado como uma lesão ao direito de toda e
qualquer pessoa (e não de um direito específico de personalidade.
Assim, admite-se dano moral coletivo quando houver uma violação coletiva
da personalidade. Nesse caso, a tutela processual deve se dar
obrigatoriamente através de ação civil pública, cujos legitimados estão no
art. 5º da Lei de Ação Civil Pública (MP, Defensoria, Poder Público e
Associações). Exemplo: Dano ambiental; dano moral ao meio ambiente do
trabalho
· Dano Estético
Surgiu do desdobramento do dano puramente psicológico, neste dano
ocorrem deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância,
abarcando os casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima
desgosto ou complexo de inferioridade (tanto externo, quanto interno,
quando função morfológica dos órgãos)
Por sua vez, o dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma
vítima indireta. Há pluralidade de vítimas.
O dano em ricochete pode ser tanto material quanto imaterial, moral, e sua
caracterização, como dito, depende intimamente da proximidade jurídica
do lesado com a vítima reflexa. Aplica-se a teoria da causalidade adequada,
como em qualquer tipo de dano, pois o dano reflexo também deve ser
causado direta e imediatamente pelo evento danoso.
Todavia, O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuito e força
maior.
Art. 393. (...) Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior
verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis
evitar ou impedir.
Fato de terceiro
É parecido com o fortuito externo. Fato de terceiro se refere a um
comportamento voluntário de um terceiro, que rompendo o nexo de
causalidade, exclui a responsabilidade do infrator.
· Excludentes de ilicitude
Estado de necessidade
Esse instituto exclui a ilicitude do ato, como regra. Entretanto, o estado de
necessidade gera a obrigação de indenizar, quando o bem jurídico é de
terceiro. Nesse caso, o agressor paga o prejuízo experimentado pela vítima,
mas tem ação regressiva contra o dono do bem salvaguardado.
Legítima defesa
Agir contra agressão injusta, atual ou iminente, que excluída a ilicitude não
há, em tese, o dever de indenizar.
Tanta pessoa física como pessoa jurídica podem pleitear dano moral e/ou
dano material, eis que consolidado entendimento de que a pessoa jurídica
também tem exposição moral, como já dito.
Os pais que têm filho sobre sua proteção, que causam dano a terceiros não
podem alegar que criaram bem o filho (culpa in vigilando), tendo em vista
que a responsabilidade dos pais é objetiva. (independe de culpa)
Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores não tiver a guarda
não terá a obrigação de reparar o dano. Mas, por outro lado, o poder de
família é do casal, tendo os pais responsabilidade solidária (posição
minoritária).
· Abuso de direito
Para a caracterização do abuso de direito, lembra-nos Daniel Boulos, que
basta a ilicitude objetiva, ou seja, não se exige a prova da intenção de
prejudicar. O art. 187 do CC usou apenas um critério finalístico (fim
econômico ou social, boa fé objetiva e bons costumes). Se ficar
caracterizado que houve um desvirtuamento do direito, houver abuso.
Como desdobramento do princípio venire contra factum proprium, em
respeito à boa fé objetiva, o direito adquirido e exercido em virtude de
surrectio, não pode ser atacado como abusivo pela parte que sofre a
supressio.
Enunciado 37 CJF:
As partes, por força do regramento por ela estabelecido, cria uma série de
expectativas de condutas recíprocas, traduzidas no dever de adimplir. (o
mero inadimplemento contratual, não gera dano moral
automaticamente)
A quebra do contrato por si só não enseja prejuízo moral. Nos casos em que
a quebra do contrato também ofender bens da personalidade devem ser
indenizados os danos causados;
· Ação de regresso
Nos casos de responsabilidade civil indireta, em que a lei imputa a alguém
diverso do causador do dano o dever de indenizar, admite-se a ação de
regresso contra o agente que tinha causado o dano, salvo se o causador for
descendente seu, menor de idade.
Ruína não se refere ao desabamento total, pode ser uma ruína parcial.
Desabamento de uma Marquise, por exemplo.
Ação judicial que a vítima de um objeto lançado ou caído ajuíza tem o nome
de “Actio de effusis et dejectis”. O prazo prescricional para reparação civil,
nos termos do art. 206, § 3º, V é de três anos.
De no mínimo um Consumidor,
De no mínimo um Fornecedor,
· Consumidor
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
Fornecedor
Conforme Art. 3º do CDC, é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira bem como os entes despersonalizados que
desenvolvem atividades de produção montagem, criação transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
Produto
É qualquer bem, móvel ou imóvel, de valor econômico que desperte
interesse no homem. (amostra grátis é produto!)
sua apresentação;
GARANTIA CONTRATUAL
Por exemplo, a Motorola anuncia que seu celular (bem durável) tem uma
garantia de dois anos.
Pedreiro que faz uma parede torta, e essa desmorona. Nesse caso
temos a presença de um DEFEITO DE SERVIÇO
Exclusão de responsabilidade
Nesses casos, ocorre a inversão do ônus da prova, quem tem que
provar é o fabricante, construtor, produtor ou importador que o defeito
inexiste. Isso ocorre porque para o legislador, eles têm condições de
enfrentar uma demanda, questionando a existência ou não do defeito nos
produtos
Responsabilidade do Comerciante
Por sua vez, o comerciante só é igualmente responsável, quando:
Quando for intentada uma ação civil e outra penal simultaneamente, a ação
civil poderá ficar suspensa até o resultado da ação penal.
CAHALI, Youssef Said. Do moral, 2a. Edição rev. Atual e ampl., São
Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1998.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: volume 1, São Paulo, Ed.
Saraiva, 2003.